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Para quaisquer colegas autores por aí que já foram completamente dominados por
uma história e compelidos a escrevê-la, durante a noite, até seus olhos ficarem
vermelhos e seus dedos ficarem com cãibras.

É isso que este livro foi para mim, então eu o dedico a você.
Sinopse
Para o observador despretensioso, Ben Lockwood é um pai suburbano
típico. Além do fato de que ele tem apenas 36 anos e sua filha está no
segundo ano da faculdade. Ele e sua esposa, Jessica, tiveram sua única filha,
Hailey, quando estavam no colégio. Então você pode imaginar o mal-estar
que Ben está sentindo quando a dita filha traz seu novo namorado para
casa no Dia de Ação de Graças... Para ficar, na casa deles, o tempo todo.
Ryan Harper, também conhecido como O Namorado, é cada pavor que
Ben já teve de namoro de sua filha se concretizando. Não há nada de errado
com Ryan. Ele é educado, inteligente e charmoso... Ele não tem nenhuma
tatuagem no pescoço ou piercings faciais e dirige uma BMW. Mesmo assim,
ele está namorando a filha de Ben. Isso o torna uma ameaça. É do interesse
de Ben ficar de olho na criança. Você sabe, para ter certeza de que não há
nenhum negócio engraçado acontecendo sob seu teto.
Infelizmente para ele, a tensão na casa vem menos sobre Ryan ser o
namorado de sua filha, e mais sobre ele ser um humano estranhamente
intrigante. E logo, Ben não pode dizer se ele está observando Ryan para
proteger a inocência de sua filha ou obliterar a sua própria. Parece que a
imagem chata de cara casado não vai durar muito... Não depois desse fim
de semana bizarro e transformador.
O que são esses novos e estranhos sentimentos e desejos? De onde eles
vieram? E por que eles têm que se concentrar no que pertence à filha dele?
A situação de Ben e Ryan não poderia ficar muito mais complicada... Até
que Jessica entra na mistura. Um impulso inesperado foi o suficiente para
que suas vidas mudassem para sempre.
PUSH, um romance independente de Nyla K é uma história de amor com felizes
para sempre sem rótulo.
Contém gatilhos de infidelidade, que se resolvem, então recomendo que
dê uma chance. MMR1 se transforma em MMF, em um romance explícito e
sexy que fará você rir, talvez chorar e, definitivamente, desmaiar. O tema
amor é amor é a chave aqui, então não há muitos momentos de definição ou
revelação. Dito isso, este livro explora a bissexualidade homem-homem e o
poliamor, mas de uma forma muito casual e despretensiosa. Se MM e MMF
não são sua preferência, fique longe. No entanto, se está procurando um
conto de mente aberta sobre tabu e romance proibido que acaba dando
certo, então este livro é para você!

1 MM Romance
Playlist
Jump – Julia Michaels
Beautiful (feat. Camila Cabello) – Bazzi
Lucky Strike – Troye Sivan
Love Lies – Khalid & Normani
Mr. Brightside – The Killers
Delicate – Taylor Swift
Glass House – Morgan Saint
Beast of Burden – The Rolling Stones
YOUTH – Troye Sivan
Bad guy – Billie Eilish
Don’t Stop Me Now – Queen
Ghosts (Stripped) – Scavenger Hunt
Without Me – Halsey
Slow Dancing in a Burning Room (Acoustic) – John Mayer
LOVE FT. ZACARI – Kendrick Lamar
Lights Down Low – MAX
Better – Khalid
Sit Next to Me – Foster The People
Bad Moon Rising – Creedence Clearwater Revival
True Love Way – Kings of Leon
Somebody Else – The 1975
Habits (Stay High) – Tove Lo
I Guess That’s Why They Call It The Blues – Alessia Cara
lovely – Billie Eilish & Khalid
Everything Will Be Alright – The Killers
Hide and Seek – Imogen Heap
Jump (Acoustic) – Julia Michaels
Capítulo 1
Ben

— Não estou feliz com isso — resmunguei, de pé na porta com os braços


cruzados sobre o peito.
Carrancudo. Eu estava literalmente carrancudo.
— Sim, então você disse, — Jessica bufou, curvando-se sobre a cama,
espalhando lençóis limpos. Eu poderia estar ajudando-a. Eu deveria estar...
Mas eu estava muito ocupado pensando. — Várias vezes já. Passe-me essas
fronhas.
Ela sacudiu a mão para mim, apontando para os lençóis à minha
esquerda, olhei para eles, olhando-os por um momento antes de soltar um
suspiro brusco e pegá-los, lentamente, como se o mero ato de erguê-los
fosse fisicamente exaustivo. Jessica revirou os olhos e caminhou até mim,
tirando-os das minhas mãos antes de voltar para sua tarefa.
Comecei a me sentir um pouco culpado. Eu estava agindo como um bebê
enorme.
Mas essa coisa toda era tão... ridícula.
Eu quero, honestamente. Por que estamos fazendo isso?
— Há quanto tempo ela está saindo com esse garoto, afinal? —
Murmurei, passando minha mão pelo meu cabelo.
— Tempo suficiente para querer trazê-lo para casa no Dia de Ação de
Graças, — Jessica suspirou enquanto balançava o último travesseiro limpo.
Ela deu um passo para trás e admirou a cama imaculadamente feita, sem
ajuda minha. — Ela tem dezenove anos, Ben. Você sabia que isso iria
acontecer eventualmente.
Encolhi-me por dentro. — Ela não tem dezenove ainda. Não terá
dezenove nas próximas duas semanas, — apontei, como se aquele detalhe
mudasse tudo.
— Além disso, este não é o primeiro namorado que ela nos apresentou,
— Jessica me lembrou. — Ela está na faculdade agora. Ela é adulta. Claro
que vai namorar. Relaxe.
Zombei e fechei meus olhos com força por um momento. — Relaxar?
Jesus, Jess... Você esqueceu de onde ela veio? É isso. Eles estão dormindo
em camas separadas. — Balancei minha cabeça vigorosamente, mantendo
minha posição.
Jessica riu na minha direção, antes de sair do quarto, mas não sem antes
sussurrar sob sua respiração: — Boa sorte com isso.

A campainha tocou e meu coração saltou na minha garganta.


Jessica se levantou para atender e corri para o lado dela, tentando
controlar minha respiração instável. Este era exatamente o tipo de desgraça
iminente que eu sempre soube que aconteceria com ter uma filha. Senti isso,
desde que descobri que minha namorada do colégio estava grávida.
Tínhamos dezessete anos quando tivemos Hailey. Foi um verdadeiro
escândalo em nossa pequena cidade na época. Desde então, as pessoas
encontraram outras coisas no mundo que as deixavam indignadas.
Mas eu não tinha nenhuma preocupação com eles, de qualquer maneira.
Eu estava muito ocupado me preocupando, sobre minha vida. O nascimento
do meu filho me transformou de um adolescente assustado que estava
basicamente se cagando, em um adulto burro, com o corte de um cordão
umbilical.
Depois disso, fui pai. Foi isso. Minha vida não girava mais em torno do
futebol, instalar um novo sistema de som em meu Mustang e tentando colar
no meu dever de cálculo. Minhas prioridades mudaram em um instante.
Era tudo sobre Hailey.
Eu não iria parar por nada para protegê-la, provê-la e amá-la
incondicionalmente.
Agora, você pode entender por que eu estava um pouco estressado por
conhecer seu novo namorado da faculdade.
Ela é uma estudante do segundo ano, pelo amor de Deus. O que ela precisa com
um namorado?!
Jessica casualmente abriu a porta, toda sorrisos e saudações suaves, como
a mãe calma e racional que sempre foi. Eu só estava tentando não perder
minhas roupas ao lado dela.
— Oi mãe! Papai! — Hailey gritou, saltando pela porta para agarrar a
outra para um abraço apertado. Então ela se aproximou de mim e segurei
meu bebê em meus braços, incapaz de conter o sorriso no meu rosto que ela
sempre trazia, dando-lhe um beijo na cabeça.
Eu senti falta dessa garota.
— Ei, bebê... — sussurrei, liberando-a e usando toda a minha força para
ignorar o outro humano parado atrás da minha filha. — Senti sua falta.
— Também senti sua falta, pai, mas só se passaram três meses, — Hailey
riu, dando um passo para trás, me forçando a segui-la com meus olhos.
— Ainda é muito tempo para ficar longe da nossa princesa, — Jessica
adicionou, deslizando o braço em volta da minha cintura, principalmente
por afeto. Talvez dez por cento com medo de atacar o cara com a mão na
cintura da minha filha.
— Mãe, papai... Este é Ryan, — Hailey falou, o sorriso inocente nunca
deixando seus lábios. Ela olhou para ele e ele para ela, sorrindo de volta.
Querido senhor…
— Muito prazer em conhecê-los, Sr. e Sra. Lockwood, — o namorado deu
um passo à frente, pegando a mão de minha esposa e apertando-a
educadamente.
Ele estendeu sua mão para mim em seguida, e olhei para ela por um
momento, semicerrando os olhos de frustração. Jessica me deu uma
cotovelada e eu a contragosto peguei a mão da criança, apertando-a com
muito pouco entusiasmo. Meus olhos voltaram para os dele e o examinei
brevemente. Esse garoto era todo meu medo de ter uma filha, percebi.
Meus olhos saltaram para Hailey, depois de volta para a criança
enquanto engolia em seco.
Ela não é mais uma garotinha.
Claro, eu já sabia disso. Ela já estava na faculdade há mais de um ano. Ela
usava maquiagem e dirigia um Volvo alugado. Ela queria ser advogada.
Ela era uma mulher.
Mas, por alguma razão, ela levou para casa esse cara - esse homem - para
que eu compreendesse totalmente esse fato.
Ryan não era muito mais velho do que Hailey. Ele tinha 21 anos, Jessica
já me disse. Mesmo assim, vê-lo foi como um tapa na cara. A última vez
que vi Hailey com um menino foi antes de ela ir para a faculdade. Ela
estava namorando esse pequeno idiota do colégio. Ele era um menino bom
o suficiente, mas isso era tudo o que ele era. Um menino.
Este novo, por outro lado... Ele estava obviamente crescido.
O pensamento fez meu estômago revirar.
Uma vez que as apresentações estranhas estavam fora do caminho, nós
quatro nos sentamos na sala de estar, fazendo uma daquelas coisas ainda
mais estranhas para conhecer os pais, onde todos conversam
desconfortavelmente, tentando se desviar de tópicos que lembrou que sua
filha provavelmente estava fazendo sexo com aquele cara.
Fiquei sentado em silêncio durante a maior parte do tempo, bebendo a
limonada que Jessica trouxe. Ela estava falando a maior parte do lado dos
pais. Mas Hailey e Ryan pareciam muito falantes também.
— Então, como vocês dois se conheceram? — Jessica perguntou, e lancei
um olhar gelado em sua direção.
— Estávamos na biblioteca da escola, — Hailey sorriu largamente,
olhando para Ryan com corações em seus olhos. Rolei o meu.
— Ela estava procurando um livro para sua aula de Humanidades, —
Ryan continuou a história. — Eu tinha feito aquela aula no semestre
passado, então a ajudei a encontrar.
— Então fomos almoçar, — Hailey terminou, pegando a mão de Ryan. —
Foi muito fofo.
— Parece que sim, — resmunguei, e Jessica me deu uma cotovelada de
novo, sem nem mesmo olhar. Ela está ficando muito boa nisso.
— Bem, estamos simplesmente felizes em ver nossa garotinha feliz, —
Jessica saltou, sorrindo. — Ryan, Hailey me disse que tem feito alguns
trabalhos de paisagismo nos fins de semana?
— Sim, preciso fazer algo para pagar as contas, — ele riu, passando a
mão pela nuca. — A faculdade de direito não é barata.
— É uma espécie de campo de Ben, — Jessica disse a ele, olhando para
mim. — Bem, contratação de alvenaria. Mas ele sabe muito disso.
Ryan olhou para mim e acenou com a cabeça interessado, esperando que
eu elaborasse.
— É um trabalho difícil, — grunhi, estreitando meu olhar.
— Posso lidar com isso, — ele sorriu. — Pelo que parece, você também
pode.
O que...?
— Meu pai jogava futebol na escola, — Hailey acrescentou em um tom
orgulhoso. — Mas ele teve que desistir quando minha mãe engravidou. —
Ela deu a Jess e eu um olhar melancólico.
— Sem arrependimentos aqui, — sorri para ela e ela sorriu.
— Sim, fiquei um pouco chocado quando vi as fotos de vocês de Hales,
— Ryan riu, balançando a cabeça. — Parece que poderiam ser os irmãos
mais velhos dela ou algo assim.
— Uma lição a ser aprendida para vocês, jovens casais apaixonados, —
resmunguei, principalmente em sua direção. — Não faça nada a menos que
esteja preparado para lidar com as repercussões.
— Pai... Oh meu Deus... — Hailey murmurou um vermelho, cobrindo o
rosto.
— Ben... — Jess repreendeu, mas desta vez eu me esquivei de seu
cotovelo.
— Só estou dizendo... — Continuei, meus olhos fixos no namorado da
minha filha enquanto o avisava com um olhar intimidador.
— Entendido, senhor, — ele me surpreendeu com um aceno respeitoso.
— Mensagem recebida.
Continuei meus olhos semicerrados para ele. Eu não conseguia descobrir
as intenções do cara. Ele estava falando sério ou brincando comigo?
— Tudo bem, vamos almoçar! — Jessica rapidamente mudou de assunto,
levantando-se de um salto. — Hailey, pode me ajudar e na cozinha, por
favor? Hailey assentiu e se levantou lentamente. Jessica se virou para mim.
— Ben, pegue suas malas e mostre a Ryan o quarto de Hailey.
Suspirei e balancei a cabeça, tentando me acalmar enquanto me levantava
e seguia Ryan até o carro. Parei por um momento na garagem, observando-
o se aproximar de seu veículo. Era um BMW conversível verde-floresta.
Como esse garoto pode comprar aquele carro?
— Meu pai deixou por minha conta, — ele ofereceu a informação,
provavelmente percebendo minha surpresa. — Ele faleceu há alguns anos.
— Sinto muito, — murmurei, indo até o porta-malas e pegando a bolsa
de Hailey.
— Obrigado, — ele bufou, pegando sua própria bolsa e voltando para a
casa em silêncio. Não fala muito mais... Espero não ter ofendido ele ou algo assim.
Nós subimos com as bolsas e mostrei o quarto de Hailey, jogando tudo
no chão. Estava quieto e meio estranho, então decidi jogar bem.
— Olha, não quero que sinta que não é bem-vindo aqui, — comecei,
agarrando a borda da cabeceira da cama, pensando cuidadosamente sobre
minhas palavras. — Estamos felizes em ter você, é claro.
Ryan acenou com a cabeça, seu olhar preso em seus sapatos.
— Só saiba que aquela garota é minha vida inteira, — continuei, tentando
manter meu tom sob controle. — Se ela se machucar, vou machucar quem
quer que a tenha machucado.
A cabeça de Ryan levantou e seus olhos se conectaram aos meus. Eles
estavam largos, nervosos.
— Estou permitindo que vocês dois fiquem neste quarto juntos porque
eu confio nela. Mas não te conheço. Então, se eu suspeitar de alguma coisa
acontecendo aqui que eu não aprovaria, vou parar. Fim da história.
Testemunhei Ryan engolindo em seco enquanto balançava a cabeça
lentamente. Ele era um cara muito grande. Mais ou menos minha altura,
ombros largos, braços longos. Era meio divertido vê-lo parecendo
preocupado.
Isso mesmo, garoto. Tenha medo. Nunca mexa com um homem com uma filha.
— Você entende? — Perguntei, levantando minha sobrancelha para ele.
Fiz uma pausa, esperando que ele entrasse na fila. Ele ficou realmente
quieto por um momento enquanto olhava para mim. Mas então ele
finalmente se endireitou e acenou com a cabeça em concordância.
— Sim, senhor. Entendo completamente, — ele disse, nunca quebrando o
contato visual, ou piscando.
Eu estava satisfeito. Ele parecia um cara respeitoso. Acho que consegui falar
com ele.
— Bom, — sorri e dei um tapinha forte no ombro dele, antes de me virar
para sair do quarto, enquanto sorria para mim mesmo de satisfação.
Capítulo 2
Ryan

— O almoço estava delicioso, Sra. Lockwood, — sorri educadamente


para a mãe da minha namorada, que era, por todas as definições, uma
gostosa total.
Era quase uma loucura. A Sra. Lockwood era MILF, por certo.
— Obrigada, Ryan, — ela respondeu, sorrindo entre Hailey e eu. — E,
por favor, me chame de Jessica.
Hailey esfregou minhas costas lentamente, me dando um olhar de
aprovação. Ela estava feliz por eu estar me dando bem com seus pais. Era
muito importante para mim causar uma boa impressão. Nós estávamos
namorando por quatro meses. Ela já havia conhecido minha mãe e passou
no teste com louvor.
Embora minha mãe gostasse de todos, não dizia exatamente muito.
Jessica se levantou e começou a limpar nossos pratos sem nem mesmo
dizer nada. Eu teria oferecido, mas ela foi feita em um flash. Olhei pela
porta de vidro deslizante para o quintal onde o Sr. Lockwood estava
cortando a grama.
Ele parecia um homem cheio de energia o tempo todo. Ele terminou o
almoço antes de nós e saiu pisando duro para limpar a grama. Eu teria me
oferecido para ajudar nisso também, já que tinha uma nova experiência em
paisagismo. Talvez eu ainda pudesse...
— Vou ver se seu pai precisa de ajuda, — murmurei, beijando Hailey
rapidamente na cabeça antes de sair correndo.
Tenho que aprovar as escadas do convés de dois em dois, o tempo todo
observando o Sr. Lockwood. Ele se parecia com um pai suburbano típico
cortando a grama, menos o fato de que ele parecia muito jovem para ter
uma filha de quase vinte anos.
Se os Lockwood tiveram Hailey no ensino médio, então Ben Lockwood
devia ter cerca de trinta e seis, talvez trinta e sete anos, mas isso seria forçar
demais. Ele parecia um cara de trinta e poucos anos. Ainda com a cabeça
cheia de cabelos, nenhum cinza ainda - nenhum que fosse visível, de
qualquer maneira - em forma, ativo... intimidante. Honestamente, ele me
assustou um pouco.
Aquele aviso no quarto me deixou em alerta máximo. Hailey era uma
garota excessivamente afetuosa às vezes. Não necessariamente sexual,
apenas melindrosa, amorosa. Eu não queria que o pai dela pegasse a
impressão errada e, você sabe... me matasse enquanto eu dormia.
O Sr. Lockwood parou o que estava fazendo e puxou a camisa pela
cabeça, jogando-a atrás dele na grama, antes de continuar com sua tarefa.
Levantei minhas sobrancelhas para mim mesmo.
Espero ainda ser assim na idade dele. Já é difícil ficar em forma aos 21 anos.
Gaguejei até ele, tentando encontrar o ângulo certo para não o
surpreender me aproximando furtivamente dele ou algo assim. O cortador
de grama era alto. Aproximei-me com cautela e ele me notou, olhando para
cima em expectativa.
— Ei! Uh... eu estava me perguntando se precisava de ajuda com alguma
coisa, — gritei sobre o zumbido do motor do cortador de grama.
O olhar firme do Sr. Lockwood se fixou em mim e comecei a mover meu
peso para frente e para trás. Ele finalmente quebrou, olhando brevemente
para o chão, então de volta para mim.
— Não sobrou muito mais, — ele grunhiu, então olhou para trás. — Você
poderia regar as roseiras. Se não se importa...
— Claro, sim. Sem problemas, — respondi, balançando a cabeça
repetidamente como algum tipo de atrevimento. Decidi virar e começar
meu trabalho antes que eu me envergonhasse mais.
Localizei a mangueira e arrumei tudo, pulverizando as roseiras como
meu mentor de paisagismo, Jimmy me ensinou. Jimmy dirigia a empresa
para a qual trabalhava, a Heller Landscaping. Tive a sorte de ele me deixar
trabalhar horas extras no verão e, em seguida, reduzir para apenas os fins
de semana quando as aulas recomeçassem. Sem falar que ele me ensinou
tudo o que havia para saber sobre o comércio. O dinheiro era bom. Além
disso, sempre gostei de estar ao ar livre e fazer trabalhos físicos.
Claro, eu queria ser advogado algum dia. Esse era um sonho que Hailey
e eu compartilhamos. Foi o que nos uniu, na maior parte. Mesmo assim,
estar ao ar livre, sob o sol, usando minhas mãos... Era bom.
Olhei para trás, para o Sr. Lockwood, que estava quase terminando o
gramado. Ele claramente fez muito trabalho externo. Ele tinha um belo
bronzeado. Não um bronzeado de férias, como o que você obtém quando
passa uma semana em Aruba. Este era um look beijado pelo sol por muito
tempo, por ficar do lado de fora durante todo o verão, o sol batendo em
você e fritando sua pele apenas o suficiente para torná-la dourada.
Brilhando com um pouco de suor...
Balancei minha cabeça e olhei para as roseiras. Não sabia por que meus
pensamentos estavam fugindo daquele jeito, mas ignorei e continuei
borrifando as rosas com a mangueira. Com certeza, depois de alguns
minutos eu estava suando. Eu não estava errado sobre isso acontecer... Era
apenas o jeito que as coisas aconteciam com o trabalho manual ao ar livre.
Eu não era estranho nisso, trabalhando com paisagismo.
Puxando minha camiseta sobre a minha cabeça, coloquei-a no bolso de
trás da minha calça jeans, enxugando o suor da minha testa com o braço. O
som do cortador parou. Hm... Ele deve ter terminado com o gramado. Continuei
pulverizando os arbustos, uma curiosidade inexplicável girando dentro de
mim. Eu vi um movimento com o canto do meu olho e tentei ao máximo
ignorar.
Apenas regando as rosas. É isso. Rega. Rega...
Olhei para cima para ver o Sr. Lockwood se aproximando de mim
lentamente. Ele não disse nada, apenas se aproximou e colocou as mãos sob
a água que escorria da mangueira que eu estava segurando. Ele trouxe um
pouco de água para o rosto e jogou nos cabelos, enxugando os olhos. Notei
um sorriso sutil em seu rosto quando ele se virou para ir embora.
Ele subiu os degraus para o convés rapidamente. Eu ainda estava
olhando para ele enquanto ele pegava uma garrafa de água de um
refrigerador lá em cima e bebia quase tudo de um só gole. Isso me lembrou
que minha própria boca estava muito seca. Está muito quente aqui fora... Essa
água parece refrescante.
Balancei minha cabeça novamente, levando a mangueira à boca e
tomando um gole rápido, antes de voltar a regar. Isso prendeu minha
atenção por apenas mais alguns segundos antes de meus olhos deslizarem
de volta para o convés.
A Sra. Lockwood estava lá fora agora, cumprimentando o marido com
um sorriso tímido. Ele a empurrou contra a lateral do convés, sorrindo e se
inclinando para sussurrar algo em seu ouvido. Ela riu alto e deu um tapa de
brincadeira no peito dele. Ele continuou a se esfregar nela um pouco
enquanto ela gritava sobre ele estar suado. Ele se inclinou e correu os lábios
em sua mandíbula. Engoli em seco.
Merda!
Baixei os olhos para os meus sapatos, agora totalmente encharcados de
água. Eu estava inundando os malditos arbustos. Droga.
Bufei alto e joguei a mangueira, caminhando rapidamente para desligá-
la. Isso é o que você ganha por não prestar atenção.
Balancei minha cabeça novamente, repreendendo-me mentalmente
enquanto tirava meus tênis e os deixava no final da escada para secar.
Voltei para dentro de casa para encontrar Hailey, ignorando a sensação
estranha no meu peito.

Hailey me instruiu a tomar um banho e me vestir para o jantar.


Aparentemente, seus pais estavam recebendo alguns familiares e amigos
para uma noite antes do jantar de Ação de Graças. De acordo com Hailey, era
uma tradição.
Tomei banho rápido e forte. Eu estava me sentindo um pouco distraído e
ansioso desde minha chegada à casa dos Lockwood, mas atribuí isso ao
nervosismo de me encontrar e passar um fim de semana inteiro com os pais
da minha namorada.
Eu nunca tinha feito isso antes...
Já tinha conhecido os pais de meninas, mas nada tão sério. Certamente
nunca tinha sido convidado para ficar em sua casa antes, isso era certo.
Parecia que estava sendo avaliada ou algo assim. Como tudo o que eu disse
e fiz precisava estar certo.
Era meio exaustivo.
Eu estava fora do chuveiro, vasculhando minha bolsa e perguntando por
que eu não tinha desempacotado antes, quando senti uma mão na minha
cintura. Assustei-me e me virei rápido.
— Hales, Jesus, — respirei fundo, passando minha mão pelo meu cabelo
molhado.
— Oi, bebê, — ela ronronou, arrastando o dedo indicador ao longo do
meu estômago, traçando os músculos do meu abdômen.
— Doçura, você não pode fazer isso aqui, — resmunguei e dei um passo
atrás dela para fechar a porta do quarto completamente.
— Mmm... que tal... aqui? — Ela sorriu, sua mão caindo na minha virilha.
— Você sabe o que quero dizer... — Engasguei enquanto me afastava
mais.
— Por que não podemos brincar um pouco? — Ela choramingou, me
seguindo, seus dedos roçando meu queixo. — Posso ficar quieta.
— Não importa, bebê, — peguei seu pulso na minha mão, colocando um
beijo suave na ponta do dedo. — Tenho medo do seu pai.
Hailey riu, o que me fez sorrir. Ela deu uma ótima risada. E seu sorriso
estava fora deste mundo.
— Meu pai não é tão assustador, querido, — ela riu, escovando meu
cabelo para trás com os dedos. — Ele parece meio fodão, mas ele é como
um grande ursinho de pelúcia.
— Sim, talvez para você e sua mãe, — eu disse, olhando para ela. — Ele
basicamente me ameaçou se eu fizesse alguma coisa com você aqui, e eu
realmente não estou com vontade de ser castrado. Você seria capaz de amar
um homem sem pau?
Ela riu alto de novo, e sorri com orgulho por minha inteligência.
— Ele não ameaçou você, — Hailey me chamou, sorrindo. Balancei a
cabeça, totalmente sério. — Ele disse que se descobrisse que nós brincamos
aqui, ele cortaria seu pau fora? — Ela perguntou enquanto ria como uma
tempestade.
— Certo, tudo bem. Ele não disse isso abertamente, — murmurei,
pegando-a pela cintura. — Mas li nas entrelinhas. Sem graça. Não até que
estejamos de volta à escola.
Hailey gemeu, jogando a cabeça para trás em frustração. — Bebê! Isso é
tão longo a partir de agora! Isso é tipo... dias!
Eu ri e puxei seu short para mim. Eu também estava sentindo, mas não
podia admitir isso para ela agora. Se eu mostrasse qualquer sinal de
fraqueza, ela iria atacar, e então não seria capaz de resistir. Eu não tinha
certeza do quão sério o pai dela era, mas eu não estava prestes a arriscar.
Além disso, não sou um viciado em sexo. Posso passar alguns dias sem fazer isso.
Claro que vai ser difícil com este belo pedaço de bunda perto de mim, mas estou
pronto para o desafio.
Hailey decidiu me beijar por alguns segundos antes que eu a empurrasse
para fora do quarto para que pudesse me vestir.
Capítulo 3
Ben

— Uau, Jessica. Esse molho estava ótimo. Estou tão cheio que não
consegui comer mais nada!
— Bem, segure esse pensamento, porque ainda há sobremesa.
O cunhado de Jess, Greg, resmungou, segurando a barriga, e todos rimos.
O jantar estava certamente delicioso. Jess era uma ótima cozinheira e nunca
perdia a oportunidade de estragar as pessoas ao seu redor com sua
culinária deliciosa. Principalmente em um momento como este, quando
todos estavam juntos.
Era um pouco tradicional para nós oferecer um jantar em nossa casa na
noite anterior ao Dia de Ação de Graças. Este ano, no entanto, estávamos
hospedando o jantar de Ação de Graças em nossa casa também. Eu não
tinha certeza de que Jessica iria querer assumir tal responsabilidade, mas
imaginei que ela estava bem com isso. Nenhuma ajuda minha embora… Eu
era basicamente um inútil na cozinha. A menos que goste de ovos mexidos e
torradas.
Jessica e Hailey se levantaram da mesa, limpando os pratos de todos.
Seguido pela irmã de Jess, Marie, e sua boa amiga, Rachel. Todos nós,
homens, apenas ficamos sentados olhando uns para os outros como um
bando de idiotas preguiçosos. Na verdade, foi meio engraçado.
— Então, Ryan, de onde você é? — Greg perguntou, afrouxando o cinto,
que deve ter cavado em sua barriga.
— Denver, senhor, — respondeu Ryan, educado e sério. Hm... Denver?
— Uau! Rocky Mountains, hein? — Greg deu uma risadinha.
— O que te fez querer vir para o sul? — O marido de Rachel, Bill,
perguntou.
— Meu hum... meu pai ficou doente, — respondeu ele, olhando para
baixo, brincando com o guardanapo enquanto engolia visivelmente. — Ele
e minha mãe se separaram quando eu era mais jovem e ele se mudou para
Santa Fé. Fiquei com minha mãe em Denver, mas quando ele adoeceu, eu
desci...
Todos ficaram em silêncio por um momento. Senti-me mal pelo pobre
garoto. Perder os pais é difícil. Eu sabia, perdi os meus dois.
— Ei, por que não vamos jogar a pele de porco para fora? — Greg
sugeriu.
— Você pode nos mostrar se ainda tem aquele braço dourado,
Lockwood.
Eu ri desconfortavelmente, balançando minha cabeça. — Não sei...
— Ah, qual é, Benji, — Bill incitou. — O que, está preocupado que o
sangue jovem vá aparecer? — Ele apontou o polegar na direção de Ryan.
— Oh, uh eu realmente não jogo muito... — Ryan gaguejou
nervosamente. Sorri para ele.
— Tudo bem. Vamos fazer isso, — grunhi, puxando minha cadeira e me
levantando rápido, fazendo meu caminho até a cozinha para beijar Jess na
bochecha e dizer a ela o que estávamos fazendo. Naturalmente, as
mulheres, além de Hailey, pareciam animadas para se livrar de nós.
Todos me seguiram até o quintal e fui pegar a bola de futebol no galpão.
— Puta merda! — Ouvi a voz de Ryan e me virei para vê-lo bem atrás de
mim. — Isso é incrível!
Ri com orgulho. Ele estava obviamente se referindo ao galpão. A palavra
vertente estava realmente vendendo essa coisa. Eu tinha remodelado todo o
lugar e o transformei em minha caverna humana definitiva. Este e nosso
porão acabado foram meus dois paraísos. Jess e Hailey ficavam com o resto
da casa, mas o galpão e o porão eram meus.
— Você fez tudo isso sozinho? — Ryan perguntou, verificando a mesa de
pebolim e o frigobar.
— Mhm, — balancei a cabeça, pegando a bola de futebol e desligando a
luz antes mesmo que ele terminasse de olhar para tudo. Eu já estava alguns
metros à frente dele antes que ele corresse para alcançá-lo.
— O gramado está ótimo, — disse ele, com bastante sinceridade, mas
ainda não consegui dizer se ele estava apenas me sugando ou se com um
interesse genuíno.
— Obrigado, — respondi. — As rosas também. Aquilo foi uma rega de
primeira classe.
Ele olhou para mim por um momento, a boca aberta, provavelmente sem
saber se eu estava brincando com ele ou falando sério. Decidi tirá-lo de seu
sofrimento e ri com frequência. Seus ombros caíram para trás e ele riu
junto, ainda aparentemente inquieto.
Eu estava começando a me sentir um pouco culpado. Não queria fazer o
pobre garoto se sentir mal. Ele parecia bom o suficiente. Na verdade, ele me
lembrava de minha idade. Sem a filha de cinco anos, é claro.
Joguei a bola para ele e ele a pegou, o que era um bom sinal.
— Mostre-me o que você tem.
Ele olhou nervosamente para a bola em suas mãos, mas depois
endireitou os ombros e acenou para mim, indicando que eu precisava
voltar. Resmunguei e corri para longe.
Quando me virei para ele e dei um OK com meus olhos, ele jogou a bola
para mim e a peguei com um uf, abraçando-a contra o peito. Droga. O garoto
tem um braço.
— Verifique aquela espiral! — Greg berrou atrás de mim em algum
lugar.
— Acho que o All-Star Lockwood tem alguma competição! — Bill
acrescentou, acendendo um fogo dentro de mim.
Eu não era a pessoa mais competitiva do mundo, mas havia algumas
coisas em que eu era muito bom e me orgulhava delas.
Criar minha filha, jogar futebol, remodelar, dirigir uma empresa e fazer minha
esposa gozar. Essas são minhas habilidades. Ah, e jardinagem. Não me importa o
quão feminino isso soe, não posso deixar Jess levar todo o crédito por aquelas rosas.
Meu quarterback de futebol americano da escola secundária acordou de
sua soneca de dezenove anos e começou a se alongar.
— Vá em frente, garoto, — balancei a cabeça para Ryan, e vi o mais leve
sorriso brincar em seus lábios antes que ele começasse a recuar.
Esperei que ele se afastasse o suficiente, ainda mais longe do que
normalmente sugeriria porque estava me exibindo e lancei a bola para o ar.
Eu assisti, quase em câmera lenta, enquanto ele voava em direção a Ryan. E
ele realmente teve que correr mais alguns metros para pegá-la. Malditamente
correto.
Ele pegou, no entanto. Foi uma grande captura. Então ele disparou de
volta para o quintal, apontando para Bill e dando-lhe outro lançamento de
dinamite.
Bill jogou no meu time no colégio. Sim, continuei amigo de algumas
pessoas selecionadas do ensino médio, porque morava nesta cidade maldita
minha vida inteira. Eu gostava, no entanto. Era reconfortante ter os mesmos
rostos ao seu redor o tempo todo. Ainda assim, às vezes eu invejava
pessoas como Hailey e Ryan por serem capazes de se mudar para algum
lugar novo, sem amigos ou família. Claro, Ryan tinha família em Santa Fé,
mas mesmo assim deve ter sido difícil.
Jogamos um pouco mais, apenas brincando. Ryan e eu continuamos
jogando, enquanto Greg e Bill jogaram mais na defesa. Eu mal podia
acreditar que Bill costumava estar em forma o suficiente para ser um tight-
end. Parecia que a nova adição de seu primeiro filho, o bebê William Jr.,
estava afetando Bill.
Eu não poderia dizer que o culpava por perder o controle um pouco.
Quando Hailey nasceu, não fiz muito no que se referia a malhar. Eu estava
apenas tentando manter minha sanidade naquele ponto. Mesmo assim, fui
um pai muito ativo. Jess sempre disse que eu tinha um tipo de TDAH ou
alguma merda assim, porque nunca conseguia ficar parado. Eu sempre
tinha que estar em movimento, trabalhando em um projeto. Quando Hailey
era bebê, eram seus brinquedos, casas de bonecas, castelos dos sonhos da
Barbie com estábulos para cavalos e todo aquele jazz. Então, quando ela
ficou mais velha, mudei para minhas cavernas. Tudo apenas uma forma de
aproveitar a energia, suponho.
Observei Ryan por um momento enquanto ele jogava a bola para Greg,
que quase a deixou cair porque estava muito ocupado mexendo no cinto
novamente. O garoto era realmente muito bom. Ele tinha braços para isso,
isso era certo. Percebi como ele estava em forma antes, quando regava as
rosas.
Eu estava seguro o suficiente comigo mesmo para reconhecer coisas
assim. Ele era um cara bonito, não há necessidade de se esconder disso. Se
nada, só me deixou mais nervoso. Caras bonitos sempre sabem que são
bonitos. Eu saberia, porque sou bonito. Não é petulância, é apenas um fato. Antes
de Jess engravidar, eu estava no meu auge. Eu tinha garotas em cima de
mim sem parar.
Eu costumava ficar ressentido por ter tido uma filha e me casado tão
jovem. Senti que meu final veio muito cedo, e eu não tinha acabado de
explorar minha identidade sexual. Mas então percebi que tudo aconteceu
por um motivo, e se eu não tivesse engravidado de minha filha do colégio
no fim, provavelmente teria me metido em problemas maiores.
Foi tudo para o melhor...
Mas Ryan, por outro lado... Ele estava no auge naquele momento. E ele
estava com minha filha. Eu deveria acreditar que ele iria se estabelecer com
uma garota de vinte e um anos, com a aparência que ele tinha? Eu teria?
Todos esses pensamentos foram silenciados quando percebi que uma
bola de futebol estava voando na minha cara. Pulei para fora do caminho
rápido, antes que pudesse me acertar bem no nariz.
— Desculpa! — Greg gritou. — Lançamento ruim!
— Você acha?! — Gritei para ele.
— Bem, você estava apenas olhando para o nada, — Bill murmurou à
minha esquerda.
— Nenhuma desculpa para jogar uma bola na minha cara, —
resmunguei.
— Gente, a sobremesa está na mesa! — Hailey cantou do convés. — E
tem sorvete com ela, então tem que se apressar antes que derreta.
O jeito que ela disse essa última palavra meio que picou meus ouvidos.
Ela estava sendo sedutora e um pouco sexual demais. Segui seu olhar, que
estava bem em Ryan, meu sangue começando a ferver. Meus olhos
voltaram para Hailey e ela imitou um rosto de beijo antes de girar nos
calcanhares e correr de volta para a casa.
Olhei para Ryan por um momento e ele limpou a garganta, evitando meu
contato visual. Ele passou rapidamente por mim em direção à casa e bufei
de frustração. Malditos garotos... Loucos por sexo como um bando de esquilos
excitados. Não sob meu teto!
Uau... você parece ANTIGO.
— Você está encrencado com aquele, — disse Bill, parando ao meu lado,
balançando a cabeça enquanto observávamos Ryan subir as escadas para o
convés. — É por isso que estou feliz por não ter uma filha.
— Sim, bem... é melhor fazer aquela vasectomia agora, — resmunguei
para ele, olhando de soslaio.
— Ei, tenho uma filha no colégio e não tive que lutar contra nenhum cara
assim ainda! — Greg acrescentou à conversa, bufando ao se juntar a nós.
Bill e eu trocamos uma olhada. — Uh Greg... Maxine é ótima e tudo. Eu
amo minha afilhada até a morte, você sabe disso, — murmurei com
cuidado. — Mas
vamos ser honestos... ela não se parece exatamente com Hailey.
— O que isso deveria significar? — Greg perguntou, parecendo ofendido.
— Eu só disse que ela vai encontrar um bom menino que seja inteligente
e educado e... bom em matemática ou o que seja, — respondi. — E você não
terá que se preocupar em espancar caras assim com um pedaço de pau. —
Balancei a cabeça em direção à casa.
— Ele parece ser um garoto legal, — acrescentou Bill, defendendo Ryan.
— Quieto, respeitoso... Só porque ele é gostoso, não significa que ele é um
cara mau.
Greg e eu olhamos boquiabertos um para o outro e depois para Bill,
levantando nossas sobrancelhas.
— Sim, eu disse que um cara é gostoso. Grande coisa, — ele grunhiu com
um encolher de ombros. — Isso não significa que vou explodi-lo ou
qualquer coisa.
Greg se engasgou de horror enquanto eu zombava de uma risada. —
Estou entrando agora.
Eu ainda estava balançando a cabeça enquanto subia os degraus para o
convés e voltei para dentro para a sobremesa.

O jantar acabou e Ryan e eu estávamos trabalhando na limpeza. Essa era


a regra da casa de Jessica. Quem cozinhava estava isento de limpar depois.
E como eu nunca cozinhava, sempre acabava limpando.
A festa tinha demorado bastante, como costumava acontecer. Depois da
sobremesa, separamos as bebidas. Vinho para as moças e uísque para os
rapazes. Jess e eu discutimos por um tempo sobre se devíamos deixar
Hailey tomar uma taça de vinho ou não.
Não fui idiota. Obviamente ela deve ter bebido antes. O namorado dela
tinha 21 anos, então ele poderia muito bem estar comprando bebida para
ela, o que eu certamente esperava que ele não tivesse fazendo. Jess achou
que não havia problema em deixar Hailey beber um copo, mas eu precisava
continuar sendo o policial mau e bater o pé no chão. Hailey realmente não
parecia se importar muito, de qualquer maneira.
Ela estava muito ocupada pendurando-se em Ryan, o que estava me
irritando profundamente. Parecia que ele estava tentando afastá-la na
minha frente, mas isso estava apenas provando meu ponto de como deviam
ser um sobre o outro quando eu não estava por perto. Embora ele tenha
recusado educadamente o copo de uísque que lhe ofereci, que jogou mais
alguns pontos a seu favor.
Ryan estava limpando a mesa enquanto eu lavava os pratos, colocando-
os na máquina de lavar, quando Hailey dobrou a esquina da sala. Ela se
aproximou de Ryan, quase ignorando minha presença completamente,
envolvendo seus braços em volta de sua cintura.
— Vou subir para a cama, querido, — ela disse a ele em uma espécie de
voz ofegante que soou como um convite. Isso fez meu queixo pulsar. É claro
que estou pegando leve com esses dois...
— Ok, — Ryan murmurou, e pude vê-lo tentando escapar de seu aperto
enquanto ele nervosamente olhava em minha direção.
— Vejo-o em breve? — Ela perguntou docemente, beijando sua bochecha.
Limpei minha garganta, alto.
— Sim, mhm, — Ryan grunhiu, beijando o topo de sua cabeça
rapidamente e empurrando-a para longe dele. — Boa noite, Hales.
Hailey suspirou audivelmente e então se virou para sair da sala. Ou
assim pensei. Mas então senti seus braços envolverem minha cintura
enquanto ela me beijava na bochecha. Exatamente como ela fazia quando
era pequena.
— Boa noite, papai, — ela sussurrou, paternalista para o meu benefício.
Mas não me importei. Eu realmente gostei disso.
— Boa noite, menina, — respondi, sorrindo para mim mesmo quando ela
saiu da sala.
Ryan veio até o balcão com o resto da louça, colocando tudo na pia
enquanto eu ainda estava enxaguando. Olhei para ele com o canto do olho.
— Posso fazer isso, se você quiser... — ele ofereceu.
— Está tudo bem, — eu disse, meu tom curto.
— Bem, pelo menos deixe-me encher a máquina de lavar louça, — ele
respondeu em uma espécie de comando, que por algum motivo me fez
balançar a cabeça e me afastar para que ele pudesse chegar lá.
— Você está ajudando muito, — falei baixinho, enxaguando e entregando
os pratos a ele.
— É o mínimo que posso fazer, — respondeu ele. — Você e a Sra.
Lockwood estão me deixando ficar aqui... É muito generoso.
Eu não sabia mais o que dizer, então apenas balancei a cabeça,
continuando com a tarefa em mãos. Eu estava tentando não prestar muita
atenção no garoto, porque não queria que ele pensasse que eu gostava dele.
No segundo que eu baixei minha guarda, ele baixaria a dele e então quem
sabe o que iria acontecer. Era melhor para mim, ficar de olho nele. Tê-lo
com medo de mim era uma vantagem.
Ainda assim, continuei observando-o com minha visão periférica,
percebendo o quanto ele realmente me lembrava de mim mesma naquela
idade. Na verdade, éramos meio parecidos, sem a cor do cabelo e dos olhos.
Nossas formas corporais eram da mesma altura, mesma linha da
mandíbula e tudo mais. Mas ele tinha cabelo escuro, enquanto o meu era
claro. Loiro sujo, era como Jessica chamava. Ela era apenas uma loira pura, o
que era claramente o que dava a Hailey seu cabelo loiro naturalmente claro.
E Jess e eu tínhamos olhos azuis, então Hailey apareceu com olhos azuis
também. Meu bebê de cabelos loiros e olhos azuis...
Sorri pensando sobre isso. Ryan, por outro lado, tinha cabelo castanho
escuro que se encaracolava um pouco. E definitivamente parecia que ele
tinha olhos verdes, mas eu não tinha olhado para eles o suficiente para ter
certeza.
Sacudi-me para fora de meus pensamentos e terminei com a louça,
secando minhas mãos.
— Obrigado, — murmurei para Ryan, virando-me para sair. Mas fiz uma
pausa, sentindo que deveria ser mais hospitaleiro, especialmente porque
Jess já estava na cama, e eu sabia que ela iria querer que eu verificasse ele e
Hailey antes de fazer qualquer outra coisa. — Vocês precisam de alguma
coisa?
Virei-me para encará-lo e ele me encarou por um momento, parecendo
perplexo com minha pergunta.
Verde. Olhos definitivamente verdes.
— Uh, não, — ele encolheu os ombros. — Acho que temos tudo.
Obrigado... Você está... indo para a cama?
Olhei para ele por um momento. Por que ele quer saber? Ele está planejando
remover a inocência da minha filha ou algo assim e quer ter certeza de que estarei
ocupado?!
— Provavelmente ficarei lá embaixo assistindo TV ou algo assim por um
tempo, — eu disse a ele. — Não durmo muito.
— Oh... — ele murmurou, parecendo querer fazer um monte de
perguntas. Mas o único em que ele pousou foi, — lá embaixo?
Sorri para ele, o primeiro sorriso genuíno e desimpedido que já dei a ele,
e me virei. — Me siga.
Levei Ryan pelas escadas do corredor até o porão e liguei o interruptor
da luz, iluminando minha obra-prima. Recuei e admirei meu trabalho,
cruzando os braços sobre o peito. Se ele achava que o galpão era legal... Olha só
esse bebê.
— Droga... — ele respirou contornando-me e admirando minhas
escavações.
Sofá secional de couro, tela plana de setenta e duas polegadas com todo o
Amazon Fire TV, Alexa, acessórios de controle de voz, minha mesa de
trabalho, completa com configuração de computador Mac, customizada
para negócios, mesa de sinuca do outro lado da sala, minibar, dardos,
biblioteca. O lugar era o paraíso na Terra. Minha própria fortaleza
particular de solidão.
— Isso é incrível, — disse Ryan, estudando minuciosamente todos os
detalhes intrincados do meu pequeno mundo.
Eu simplesmente sorri e fui até a mini geladeira, pegando uma cerveja de
dentro. — Você quer uma? — Perguntei a ele, e ele se virou para me
encarar por um momento.
Ele parecia estar travando algum tipo de guerra interna, e eu queria dizer
a ele que não era grande coisa. É só uma cerveja, cara.
— Sim, claro, — ele finalmente respondeu, dando um passo e pegando-o
da minha mão. — Obrigado.
Tirei meu boné e tomei um grande gole, deixando o líquido gelado e
efervescente matar minha sede. Olhei para Ryan, que estava fazendo o
mesmo. Ele puxou a garrafa de seus lábios e enxugou a boca com as costas
da mão, me olhando especulativamente.
— Então você fez tudo isso sozinho também? — Ele perguntou, andando
pela sala. Balancei a cabeça lentamente. Ele não estava olhando para mim,
mas acho que ele apenas adivinhou que foi o que fiz, porque ele continuou
falando. — Como encontra tempo para fazer todas essas coisas?
Administrar uma empresa é assim tão fácil?
Ele se virou para olhar para mim, sorrindo. Ri e balancei minha cabeça.
— Eu não diria fácil, mas só leva um certo tempo, — eu disse a ele,
vagando até o sofá e me jogando no meu lugar habitual. — Minha única
filha está na faculdade, e minha empresa é quase autossuficiente o
suficiente para que eu possa trabalhar de casa na maioria dos dias. Me
deixa com uma quantidade confortável de liberdade.
— Isso soa como a vida, — ele murmurou, sentando-se na outra
extremidade do sofá. Peguei o controle remoto e liguei a TV, mudando os
canais de esportes. — Você já pensou em ter outro filho? — Parei no meu
caminho e olhei para ele, piscando algumas vezes.
— Desculpe, — ele ergueu a mão, claramente tentando esconder sua
diversão com a minha reação.
Limpei minha garganta e trouxe meu olhar de volta para a tela da TV.
Fiquei quieto por um minuto, vagando distraidamente de uma estação para
outra, perdida em meus pensamentos.
— Nós pensamos sobre isso quando Hailey estava na escola primária, —
eu finalmente comecei a falar novamente, oferecendo informações, embora
eu não tivesse certeza do porquê. — Teria sido um bom momento. Ela era
uma criança de baixa manutenção. Nós a estragamos muito só porque não
tínhamos mais nada para fazer. Mas no final das contas... não sei.
Simplesmente não aconteceu.
Tomei um longo gole da minha cerveja, lutando para silenciar meus
pensamentos e a estranha sensação de incompletude de repente me
inundando. Minha pulsação estava aumentando de forma constante, então
me concentrei em canalizar o surfe para me distrair.
— Eu não queria bisbilhotar... — Ryan falou baixinho, provavelmente
percebendo minha estranheza repentina, o que estava deixando a sala meio
tensa.
— Está tudo bem, — pulei, tentando provar o quão bem eu estava com
tudo.
Ficamos sentados em silêncio por mais alguns minutos. Notei que ele se
afundou ainda mais no sofá e engoliu a cerveja. Eu ainda não tinha
estabelecido uma estação, dando a cada uma cerca de três segundos para
me deslumbrar antes de finalmente seguir em frente. Acabei parando de
torturar nós dois e joguei o controle remoto no sofá, recostando-me e
ficando mais confortável.
Por alguma razão, senti que Ryan estava olhando para mim, então
inclinei meu rosto em sua direção, pegando-o terminando sua cerveja. Eu
não sabia se ele estava olhando para mim, e por acaso desviou o olhar antes
de eu me virar... Mas o que realmente me incomodou foi que eu estava até
pensando se ele estava olhando para mim ou não. Foi muito estranho.
Essa porra toda é estranha. Eu gostaria que ele simplesmente fosse embora...
Mas então ele iria subir para dividir a cama com minha filha, o que eu
definitivamente não queria. Ugh, esta é uma situação impossível.
— Welp, vou encerrar a noite, — ele suspirou, esticando os braços atrás
das costas enquanto se levantava.
Sentei-me direito. — Tem certeza? — Perguntei, sem ter certeza do que
estava fazendo, tipo, nada. — Tem mais cerveja. — Por que está tentando
embebedar a criança? O que há de errado com você??
Ele olhou fixamente para mim por um momento, piscando. — Uh não,
obrigado. Estou muito cansado. Dia longo... — ele riu estranhamente. —
Vejo-o amanhã. Boa noite, Sr. Lockwood.
Ele saiu rápido, e gemi por dentro, pensando no que ele faria com minha
filha lá em cima. Eu sabia que deveria tê-los feito dormir em quartos
separados. Parece que não vou dormir esta noite...

Eu estava andando - silenciosamente - do lado de fora da porta do


quarto. Era quase uma da manhã e eu deveria estar na cama em meu
próprio quarto, mas estava muito convencido de que o estranho que ficava
em minha casa estava fodendo minha filha e rindo disso nas minhas costas.
Portanto, decidi não tomar decisões racionais e subi para ver se conseguia
ouvir alguma coisa.
O que eu realmente pensei que faria sobre isso se escutasse? Irromper
pela porta e borrifar água fria neles?
Ambos eram adultos. Eles poderiam fazer o que quisessem. Eu tinha
certeza de que provavelmente faziam quando não estavam sob meu teto,
então que diferença faria se fizessem isso aqui?
Talvez fosse ainda melhor para eles fazerem aqui, porque pelo menos
não era algum tipo de orgia ou masmorra de sexo. Pelo menos aqui, fariam
sexo regular de casal.
Oh Deus, essa é minha filha. Meu bebê que segurei em meus braços quando ela
nasceu. Eu li seus livros Curious George para fazê-la dormir, e agora ela está sendo
contaminada por algum bandido! Não posso apenas ficar parado e...
— Ben, o que diabos está fazendo? — Jessica sussurrou-gritou para mim
do outro lado do corredor.
Olhei para cima para vê-la vindo para mim, parecendo descontente. Ela
parou bem na minha frente e cruzou os braços sobre o peito.
— Eu só estou... certificando-me de que tudo está bem, — sussurrei de
volta. — Sem graça, essa era a única regra.
— Oh meu Deus, Ben... você está enlouquecendo, — ela suspirou,
balançando a cabeça. — O que faria você pensar que havia negócios
engraçados acontecendo, afinal? — Ela perguntou isso tentando
permanecer séria para meu benefício maluco, mas eu poderia dizer que ela
queria rir, o que me fez sorrir.
Gemi e baixei minha cabeça. — Quando ela cresceu, Jess? — Cobri meu
rosto com as mãos.
Ela riu baixinho e colocou os braços em volta da minha cintura. — Shhh...
eu sei, bebê. Não é fácil ser pai.
Eu a deixei me levar pelo corredor até o nosso quarto, onde nós dois
tiramos nossas roupas como se fôssemos fazer sexo, mas depois acabamos
desmaiando de conchinha. Estilo de casamento.
Capítulo 4
Ryan

O dia de Ação de Graças na residência Lockwood foi um acontecimento e


tanto. Às oito da manhã a casa já estava cheia de movimento. Eu claramente
não vim preparado para este nível de festa de Natal. A Sra. Lockwood já
estava na cozinha preparando o jantar, enquanto o Sr. Lockwood preparava
o café da manhã - donuts que ele comprou na loja de donuts local.
Recebemos uma pequena janela de tempo para comer nossos donuts e
beber nosso café antes de sermos instruídos a tomar banho - chuveiros
separados, para a decepção de Hailey - e nos preparar para a chegada dos
convidados.
Os convidados eram as mesmas pessoas do dia anterior, mais os bisavós
de Hailey, que eram bastante velhos, mais alguns amigos da família e
alguns de seus filhos, e o irmão de Ben, Jacob, sua esposa e suas filhas
gêmeas. A casa de Hailey não era pequena de forma alguma, era realmente
muito grande. Mas, ao meio-dia, estava lotada de gente e mais barulho do
que provavelmente todas as reuniões de minha família juntas.
De acordo com Hailey, sua família seguia a tradição aleatória do Dia de
Ação de Graças de comer loucamente cedo, então o jantar estava marcado
para acontecer às duas da tarde. Antes, recebíamos aperitivos, e os caras do
jantar da noite anterior insistiram para que jogássemos mais futebol. Greg
jurou de alto a baixo que não tentaria arremessar, então o Sr. Lockwood
concordou relutantemente.
Esse jogo de futebol todo era um pouco diferente, pois tínhamos mais
jogadores e cheerleaders por algum motivo. Por mais que eu estivesse
tentando diminuir o tom dos avanços de Hailey em minha direção na frente
de seu pai assustador, ela não estava percebendo a gravidade da situação.
Ela estava mais paqueradora do que nunca, como se estivesse tentando
ganhar um prêmio ou algo assim. Durante todo o jogo de futebol, toda vez
que eu jogava ou pegava a bola com sucesso, Hailey estava pulando para
cima e para baixo, torcendo, assim como suas primas gêmeas que
aparentemente gostavam de copiar todos os seus movimentos. Algumas
vezes, Hailey até pulou e pulou em meus braços, beijando meu pescoço
todo. Embora fosse maravilhoso, eu também podia sentir o olhar mortal e
paralisante de seu pai derretendo a pele do meu rosto. Ela precisaria parar
de fazer coisas assim. Eu não sobreviveria.
Estávamos todos prestes a nos sentar para jantar, e a Sra. Lockwood
pediu a um monte de nós, crianças - não tenho certeza de quando você
deixa de ser chamada de criança... talvez quando tem um dos seus próprios?
- para ajudar a preparar. Hailey e eu fomos instruídos a pegar alguns
pacotes de seis refrigerantes da despensa e colocá-los na geladeira.
Assim que ela me mostrou onde ficava a despensa, Hailey me empurrou
para dentro e fechou a porta atrás de nós. Era uma sala bem apertada,
basicamente um armário, então o espaço era limitado.
— Mmm... bebê, — ele respirou, acariciando seu corpo contra o meu,
fazendo aquela coisa que ela sabia que eu amava, brincando com meu
cabelo na parte de trás. Isso é bom... — Sinto tanto a falta de tocar em você.
Engoli em seco. Toda essa coisa sem sexo sob o teto de seus pais estava se
provando mais difícil do que eu esperava. Acho que foi porque era
explicitamente contra as regras. Essas coisas proibidas sempre foram quentes
por algum motivo.
— Hales, não podemos, — sussurrei, agarrando a prateleira atrás de mim
para me impedir de agarrá-la. — Alguém pode ouvir... Temos que ir.
Ela gemeu um ruído suave, pressionando seus seios com mais força
contra o meu peito quando seus lábios encontraram o lóbulo da minha
orelha. Oh foda-me...
— Hailey... — Grunhi, minha voz grossa e rouca pelo que ela estava
fazendo. Puxando o lóbulo da minha orelha entre os dentes e chupando
suavemente com aqueles doces lábios carnudos. Isso sempre me deixou
louco. Eu podia sentir o sangue correndo abaixo da minha cintura.
— Ryan... — ela ronronou, sua mão deslizando para a frente da minha
calça, me acariciando lentamente.
— Hales, você tem que parar com isso... — Cantarolei, lutando para me
puxar, embora eu realmente não quisesse mesmo.
— Quero você agora, sexy, — ela me agarrou através do meu jeans. —
Mal posso esperar.
— Você tem que esperar, — resmunguei, tentando como o inferno
desligá-la. — Se seu pai descobrir...
— Oh meu Deus, Ryan, ele não vai descobrir, — ela se afastou e revirou
os olhos para mim. — Ele não é um detetive.
— Sim, bem, não é preciso ser um detetive para ouvir as pessoas dentro
de uma despensa... Ou para detectar uma ereção, por falar nisso, — apontei
e ela riu. — Quer dizer, vamos! Como vou esconder isso?
Apontei para o meu lixo e ela riu um pouco mais. — Não sei, bebê. Isso é
o que você ganha por ter um pau tão grande.
Zombei e rolei meus olhos, balançando minha cabeça lentamente. Ela
bateu os cílios no meu rosto, dando-me aquele sorriso falso e inocente. Não
é divertido, menina linda.
Ela deu um suspiro forte. — Bem, bem, bem. Você vence. Ou melhor, meu
pai vence. — Ela arrumou o cabelo e pegou dois pacotes de seis latas de
refrigerante. — Deve ser bom ser ele.
Eu ri para mim mesmo olhando para ela enquanto ela abria a porta e
rapidamente olhava ao redor antes de caminhar pelo corredor. Suspirei
forte para mim mesmo e olhei de volta para minha ereção.
— O que diabos devo fazer com você? — Murmurei para o meu pacote,
abaixando-me para ajustá-lo, talvez levantá-lo sob meu lenço ou algo assim,
quando...
— Ryan? — A voz de Ben - Sr. Lockwood, droga - veio de fora a porta da
despensa. — Está tudo bem aí?
— Uh, sim! — Respondi, tentando freneticamente consertar minha ereção
estúpida.
A próxima coisa que eu soube foi que ele estava colocando a cabeça
dentro da despensa, me dando um olhar positivamente feroz. Eu
propositadamente me mantive longe dele, agarrando os refrigerantes e
desejando que meu pau murchasse. Infelizmente, por razões que eu não
sabia, ele ainda estava animado, embora a situação fosse qualquer coisa
menos animadora.
— Só estou pegando esses refrigerantes para sua esposa... Sra.
Lockwood... — Gaguejei como um idiota, segurando as latas, mas não me
virando para encará-lo totalmente.
Ele estreitou seu olhar para mim e então se encostou no batente da porta.
— Precisa de ajuda? — Ele perguntou, sua voz profunda e loucamente
intimidante. Engoli em seco sobre minha garganta seca.
— Não... não, estamos bem, — respondi, minha própria voz saindo
áspera. — Quero dizer, Hailey acabou de levar alguns, então isso deve ser o
suficiente.
Ele continuou a me encarar por mais alguns momentos, parecendo que
estava esperando que eu me virasse e fosse embora com ele, mas eu
realmente não consegui. Eu não tinha certeza se minha ereção ainda estava
visível, mas não podia correr o risco. Teria sido completamente
mortificante.
Finalmente, ele me deixou fora do gancho e se virou, deixando a
despensa primeiro. — Bem, vamos. O jantar está prestes a começar.
Respirei fundo e verifiquei minhas calças. Nada visível. Eu estava pronto
para ir. Segui Ben para fora da despensa, desligando a luz e fechando a
porta atrás de mim enquanto tentava recuperar minha compostura.
Ainda me sentindo um pouco confuso, sentei-me à mesa de jantar ao
lado de Hailey. Um dos amigos da família, cujo nome eu não conseguia
lembrar, estava sentado do meu outro lado. Ele era um cara jovem, talvez
em seus trinta e poucos anos, e muito bem-vestido. Olhei ao redor da sala
para ver se conseguia me lembrar com quem ele veio, mas estava
começando a pensar que talvez ele fosse o único cara solteiro no grupo.
O jantar começou e correu bem. A comida estava deliciosa, todos os
elogios dados à Sra. Lockwood, e depois a Hailey, quando ela exigiu
reconhecimento por ter arrumado os mini-marshmallows em cima da
caçarola de batata-doce. Entre os bisavós de Hailey e seus tios e tias, eu
estava sendo muito interrogado. Foi opressor. Eu estava com tanto medo
de, de alguma forma, dizer ou fazer a coisa errada que estava me deixando
incrivelmente impaciente.
Assim como o desejo de Hailey de me torturar em todas as
oportunidades disponíveis. Ela estava tentando me tocar embaixo da mesa
e, quando isso não funcionou, ela tirou o sapato e começou a brincar com os
pés. Meus olhos continuavam encontrando os do Sr. Lockwood, rezando
para que ele não percebesse o que estava acontecendo ali. Ele parecia estar
de bom humor, conversando e rindo com seu irmão. Mas o peguei olhando
em minha direção algumas vezes.
Normalmente eu não teria me importado com os flertes de Hailey, mas
com seu pai ali, simplesmente parecia errado. Não era como se ele tivesse
dito algo especificamente, ou nos pegado fazendo qualquer coisa, além da
despensa, mais cedo, mas mesmo isso seria apenas especulação de sua
parte. Ainda assim, quer ele tenha testemunhado alguma coisa fisicamente
ou não, ele conseguiu me assustar pra caralho. Ele tinha um olhar
penetrante que realmente me chocou. Seus olhos eram de uma cor azul
brilhante e cintilante, muito mais fluorescentes do que os de Hailey.
Como o Rei da Noite em Game of Thrones. Os olhos... eram
assombrados.
A refeição progrediu perfeitamente do jantar para a sobremesa. Todos se
levantaram para mexer na comida, enquanto todos nós ajudamos a limpar a
mesa e a colocar vários bolos, tortas e biscoitos. O Sr. Lockwood serviu o
uísque novamente e, em sua segunda taça, finalmente concordou em deixar
Hailey beber um pouco de vinho.
— Obrigado, papai! — Ela aplaudiu, servindo-se de um copo. — Vai ter
um pouco, querido? — Ela me perguntou.
— Uh, claro, eu acho, — balancei a cabeça, sentindo como se fosse uma
celebração familiar, então por que não?
— Não, não, — resmungou o Sr. Lockwood, balançando a cabeça com
firmeza. — Se vai tomar uma bebida, vai fazer direito.
Ele sorriu e agarrou um copo, enchendo-o com dois dedos do uísque
chique que seu irmão tinha trazido. Ele me entregou o copo e aceitei,
agradecido. Então ele estendeu a mão com seu copo, tilintando no meu em
uma rápida saudação.
Observei fascinado quando ele levou o copo aos lábios e tomou um gole,
me olhando por cima da borda, esperando que fizesse o mesmo, que fiz,
basicamente sob comando. Senti-me tão bem. Como se fôssemos Mad Men,
ou algo assim.
O scotch era forte e, no fundo do primeiro copo, eu já estava meio
confuso. Hailey deve ter sentido seu vinho tinto, rindo alto e dançando com
seus primos. Na verdade, parecia que todos haviam se descontraído. Até o
Sr. Lockwood me serviu um segundo e um terceiro copo de uísque, cada
um contendo mais bebida do que o anterior.
Todos nós começamos a pegar a sobremesa, mas ninguém realmente se
sentou para comer. Pessoas se espalharam pela casa. A Sra. Lockwood e as
senhoras estavam lá em cima, brincando com as crianças. Hailey estava
bebendo mais vinho quando sua mãe não estava olhando. E o Sr.
Lockwood pegou os homens e se retirou para sua mansão no porão para
jogar futebol e mais bebidas.
Pensei em ficar com Hailey, mas secretamente queria fazer parte da festa
dos garotos lá embaixo. Parecia a coisa mais Don Draper a fazer. Festeje e
beba com os rapazes, depois volte para casa para sua mulher mais tarde,
quando estiver bem torrado.
Com certeza, assim que coloquei os pés no porão, soube que tinha feito a
escolha certa.
Os caras jogavam charutos, uísque e futebol na imensa tela plana. Era
Mantown, e fiquei definitivamente impressionado. O Sr. Lockwood sabia
como descer.
— Ei, garoto, — Greg deixou escapar quando me viu. — Sente-se! Faça a
missão completa.
Bill riu e se levantou, entregando-me seu copo de uísque. — Aqui, amigo.
Este é para você.
Ele me arrastou até o sofá e me sentou ao lado de Jacob.
— Pegue isso, — disse Jacob, jogando um charuto aceso no meu rosto.
— Obrigado... — murmurei, bebendo o uísque lentamente, depois dando
uma baforada no charuto, rezando como o inferno para não tossir.
— Veja isso! Já preparamos o garoto — continuou Greg, cutucando o Sr.
Lockwood com o cotovelo. — Ele é parte da família agora.
O Sr. Lockwood olhou para mim, me observando com cautela, antes de
seu olhar voltar para a TV, como um ímã.
— Então você não é daqui, hein? — O cara cujo nome eu não conseguia
lembrar perguntou, deslizando ao meu lado no sofá. Ele estava meio que no
meu espaço pessoal, o que estava me deixando nervoso. Tomei um gole
maior da minha bebida.
— Não... — respondi, e antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa,
ele começou a falar novamente.
— Acho que teria me lembrado de você, — ele sorriu. Havia algo na
maneira como ele disse isso, na maneira como estava sorrindo para mim,
que fez meu peito queimar.
— Deixe a criança em paz, Tate, — Jacob repreendeu seu amigo. —
Encontrar a família pela primeira vez nas férias é como uma missão suicida.
— Ele riu e o Sr. Lockwood sorriu para ele, rindo junto.
— Bem, ele é um cara de sorte, — o homem - Tate - deu de ombros. —
Hailey é linda.
— Cuidado, — o Sr. Lockwood rosnou, olhando de soslaio para ele.
— Ok, ok... relaxe com a coisa do papai superprotetor, — ele riu. Seus
olhos voltaram para os meus enquanto ele tomava um gole de sua bebida.
— Eu diria que Hailey é uma garota de sorte também. — Ele piscou para
mim e me senti muito mais bêbada do que gostaria.
Eu deveria voltar lá para cima com Hailey. As coisas estão ficando
estranhamente tensas aqui.
— Então, você já jogou futebol? — Sr. Lockwood perguntou, seus olhos
encontrando os meus, sobrancelha levantada em questão. — Você é muito
bom.
Meu pavor repentino voltou para o lugar de onde vinha e assenti. —
Joguei um pouco no ensino fundamental.
— Por que parou? — Ele perguntou, me dando um olhar totalmente
inquisitivo.
— Minha mãe... hum... ela não assinou mais os formulários de liberação,
— respondi. — Disse que era muito perigoso.
Ele acenou com a cabeça, aceitando minha resposta, como se ele mesmo
tivesse experimentado isso.
— Não a culpo, — Jacob saltou, pegando o charuto de volta de mim. —
Você leu as estatísticas sobre concussões em jogadores da NFL? É
impressionante.
O Sr. Lockwood revirou os olhos para o irmão e eu tive que rir.
Nosso grupo permaneceu no porão até o fim do jogo. Naquele ponto, já
estava ficando tarde e todos os caras estavam bastante bêbados, eu
inclusive. Provavelmente todas as suas esposas acabariam sendo motoristas
designadas, mas não fiquei por aqui por tempo suficiente para ver isso
acontecer.
Disse meus agradecimentos e boa noite a todos e subi as escadas para o
quarto de Hailey, onde a encontrei em sua cama vestindo nada além da
minha camiseta. Sorri e a observei dormir por um momento, maravilhado
com o quão bonita ela era. Seu cabelo loiro longo e brilhante, feições
angelicais, pernas longas e bunda firme. Ela estava ótima, e pude ver
muitas das minhas partes favoritas dela no momento.
Mas eu teria que reprimir esses impulsos. Não consegui me obrigar a
tentar nada aqui. Eu só não queria decepcionar o pai dela. Por alguma
razão, ele realmente entrou na minha cabeça.
Quem sabe? Eu provavelmente não seria capaz de fazer sexo esta noite, de
qualquer maneira. Estou muito bêbado. Não é tipo, pinto de uísque?
Encolhi os ombros para mim mesmo e coloquei a calça do pijama,
rastejando para a cama ao lado da minha garota, puxando-a contra mim e
cheirando seu cabelo. Ela cheirava a cocos.
Meus olhos imploram para fechar enquanto adormeci, sonhando com
ilhas tropicais e olhos azuis.

Acordei com um solavanco, no meio da noite. Ou pelo menos era o que


parecia, já que estava escuro como breu lá fora.
Minha cabeça latejava e minha boca estava muito seca. Precisava de água.
Escorreguei para fora da cama, tentando não acordar Hailey, e desci as
escadas para pegar um pouco de água. O relógio do fogão mostrava que era
quase meia-noite. Eu não tinha dormido tanto tempo, mas aparentemente
tempo suficiente para todos irem embora e os Lockwood irem para a cama.
Bebi minha água, valorizando a hidratação. Foi ótimo. Servi-me de outro
copo e apenas fiquei lá, bebendo no escuro, deleitando-me com a quietude
desta grande casa.
Quando eu estava quase terminando meu terceiro copo de água, ouvi um
barulho. Parecia que vinha de cima. Encolhi os ombros e voltei para a cama.
Cheguei ao topo da escada e ouvi o barulho novamente. Estava vindo do
corredor. Em vez de ir direto, em direção ao quarto de Hailey, meu lado
malicioso me coagiu a virar à direita, em direção ao quarto dos pais dela.
A porta estava aberta uma fresta. Todo o andar de cima estava
completamente escuro, exceto pelo luar que entrava pelas janelas do quarto.
Eu estava prestes a voltar quando ouvi o barulho de novo, e dessa vez
soube exatamente o que era.
— Oh meu Deus, Ben... porra... — A voz da Sra. Lockwood ofegava de
dentro de seu quarto.
Meu coração começou a bater mais rápido no meu peito. Engoli em seco
e tentei fazer meus pés se moverem, mas não conseguiram. Eu não queria
ser um verme, algum tipo de esquisitão que observa os pais da namorada
fazendo isso.
Mas vamos ser honestos... Esses não eram pais comuns.
Eles eram um casal jovem e muito atraente. E claramente tinham uma
ótima química. Pelo que vi ontem no deck... Foi legal. Eles ficavam bem
juntos.
A Sra. Lockwood soltou outro gemido baixo, e meu olhar deslizou,
contra minha vontade, até a fresta na porta.
Quase me engasguei em voz alta. Tive que morder o lábio para não fazer
barulho.
Era Ben. Ele estava totalmente visível no quarto. Suas costas, todos
aqueles músculos ondulantes, que desciam até sua bunda, expostos pelos
cobertores, que não cobriam quase nada. E eu podia ver as pernas de Jessica
de cada lado dele, mas era só isso. Não consegui ver mais nada da Sra.
Lockwood... Apenas o Sr. Lockwood.
Ainda assim, era óbvio que estavam fodendo. Os ruídos por si só foram
suficientes para denunciar. E ele estava empurrando... eu poderia dizer
porque os músculos de suas costas e nádegas estavam contraídos.
Afastei-me e engoli em seco. Minha boca estava se enchendo de saliva.
Eu deveria ir embora. Isso não está certo. Eu não deveria assistir isso...
Sem minha permissão, meu olhar voltou para a cama. Minha respiração
ficou curta, embora meu pulso estivesse batendo forte no pescoço. Encarei
com os olhos arregalados a cena em sua cama, incapaz de desviar o olhar.
Parecia... muito bom pra caralho.
Os ombros largos de Ben e suas costas, todos aqueles músculos e o brilho
fino de suor cobrindo sua pele bronzeada... Sua bunda. Era quase como a
bunda de uma garota. Era redonda e cheia. Uma bunda muito bonita.
Espere, por que estou olhando para isso? Por que estou olhando para sua bunda?
Isso é bizarro.
Mas não consegui desviar o olhar. Eu podia ouvir mais de Jessica do que
de Ben. Ela estava definitivamente fazendo a maior parte dos gemidos. Mas
de vez em quando, eu ouvia um suspiro ou um gemido profundo que era
claramente de Ben.
Ele agarrou a coxa dela com força com a mão direita, segurando-a
enquanto empurrava. Suas mãos eram tão fortes... Ok, desvie o olhar agora. —
Jesus, Ben, você está tão profundo... — Foda-me.
Eu podia sentir o sangue enchendo meu pau rapidamente. Essa merda
estava me transformando em algo feroz. Meu pau estava ficando mais e
mais duro a cada segundo que eu estava na frente daquela porta aberta,
assistindo Ben foder sua esposa.
É porque eles são um casal tão bonito. E, você sabe, a química, você mencionou
antes. Qualquer um ficaria excitado olhando para isso. Você está bem.
O traseiro roliço e firme de Ben parecia um pêssego, ou algo delicioso
como isso. Eu fisicamente não conseguia parar de olhar para ele. Tentei...
Eu queria tanto parar, mas simplesmente não consegui. Não fazia sentido.
Parecia tão bom.
Minha mente estava fugindo comigo. Meus pensamentos giravam em
volta do meu cérebro como uma massa confusa de fantasias sujas e
tortuosas e desejos lascivos.
Coisas que literalmente nunca haviam estado em meu cérebro antes de
repente estavam lá. Foi confuso e opressor... Mas também totalmente
quente.
O pescoço de Ben. Os ombros de Ben. Ben está de volta. Bunda de Ben. Na
minha frente. Eu poderia tocá-lo... eu poderia...
Engoli em seco e observei com os olhos mais arregalados de todos os
tempos. A pele lisa e brilhante. Os músculos flexionando.
— Oh Deus, Ben... é incrível... me faça gozar, bebê...
Eu poderia estar atrás dele, tocando sua bunda, deslizando meus dedos sobre
ela... entre as bochechas.
Abaixei-me para ajustar minha ereção furiosa e aquele leve toque trouxe
uma onda de sensação, diferente de tudo que já senti antes.
— Oh porra, sim, bebê... você se sente tão bem... — A voz rouca e
profunda de Ben retumbou dentro da sala.
E então estava na minha cabeça. E não parava.
Minha mão deslizou sobre meu pau de novo, e latejou no meu pau.
Sua bunda está na minha frente... curvada na minha frente...
Tomando meu pau na minha mão e pressionando-o dentro... — Oh foda-se,
bebê... você se sente tão bem... — Oh Deus. Ai Jesus.
O que estou fazendo...?
Engoli várias vezes, ignorando a forte queimação na parte inferior do
meu estômago, espalhando-se como fogo até meu peito. Fechei os olhos
com força e balancei a cabeça.
Então me virei para longe da porta, correndo de volta pelo corredor,
tentando ser o mais silencioso possível, mas também sabendo que eu
precisava obter a porra fora de lá antes de algo ruim acontecesse.
Estou com tesão. É isso. Isso é tudo.
Tive que passar dias sem sexo, e estou todo quente, incomodado e frustrado
porque minha namorada não para de me provocar quando sabe que não podemos
fazer isso. E então eu vi um casal gostoso fodendo... Era como pornografia.
Isso é tudo. Nada de errado com isso.
Esqueça.
Voltei para o quarto de Hailey, respirando fundo. Infelizmente, eu podia
sentir as bolas azuis já começando, e eu ainda estava muito nervoso. Meu
pau nunca iria descer esta noite.
Fechei a porta do quarto com força e encostei-me nela, inalando outra
grande quantidade de oxigênio. Olhei para a cama onde Hailey ainda
estava desmaiada. Sua bunda estava de frente para mim, e minha camiseta
tinha enrolado em volta de sua cintura, então eu podia ver toda a sua
cintura nua. Engoli em seco.
Isso me lembrou do que eu estava assistindo... O que eu estava vendo...
Desejando mais.
Aproximei-me da cama e tirei a calça do pijama. Arrastei-me ao lado de
Hailey e a puxei para mais perto, esfregando-me contra ela.
Ela gemeu um pouco ronronar doce de um ruído e empurrou seus
quadris para trás, moendo sua bunda perfeitamente curvada contra a
minha ereção.
Ela estava acordada.
Eu lentamente deslizei meus dedos entre suas coxas, circulando seu
clitóris algumas vezes. Ela começou a ofegar, se contorcendo na minha
frente. Apenas alguns segundos de toque e ela já estava molhada.
Ela foi se virar, mas a interrompi, mantendo-a de bruços. Corri minha
mão sobre sua bunda, segurando-a e apertando.
Tão redondo... traseiro suculento, firme e delicioso...
Empurrei meus quadris para frente, arrastando a cabeça do meu pau
através da umidade entre suas coxas.
— Mmm... Ryan... — ela choramingou baixinho. — Não me faça esperar
mais. Apenas me foda, bebê.
Minha luxúria estava levando o melhor de mim. Eu tinha tantas imagens
flutuando em meu cérebro... e sons. Foi tudo muito. De jeito nenhum eu
poderia aguentar mais.
Eu não poderia passar o fim de semana inteiro sem sexo. Assim não.
Segurei sua bunda com força com as duas mãos, trazendo seus quadris
para cima. Posicionei-me atrás dela, deslizando meu pau entre suas
bochechas. — Oh foda-se, bebê... você se sente tão bem... — Você quer esse pau?
Minhas mãos apertaram sua bunda com mais força. — Oh foda-se, bebê...
Você me quer bem dentro de você? Oh foda-se, bebê...
Meu pau pulsou. Peguei-o em minha mão e o guiei para dentro da boceta
de Hailey por trás, lentamente, centímetro a centímetro.
Ela gritou baixinho e a silenciei, puxando meus quadris para trás e
mergulhando de novo, lento e profundo. Ela pegou um travesseiro e
pressionou o rosto contra ele.
— Mmm... porra, isso é bom... Tão apertado...
Segurei seus quadris e observei aquela bunda rechonchuda, pêssego,
enquanto meu pau bombeava para dentro e para fora.
— Isso é bom? — Grunhi, hipnotizado.
— Oh porra, sim, bebê... você é tão bom... — Eu...?
— … tão bom…
Você gosta quando eu fodo sua bunda?
— ... foda-se, bebê ...
Meu ritmo aumentava a cada impulso. Era tão incrível, eu estava sem
fôlego. Minha cabeça estava confusa e senti o suor escorrendo pelas minhas
costas e peito.
Corri minhas mãos até os quadris de Hailey, em seguida, de volta para
sua bunda. Continuei perfurando dentro dela, lento, mas forte,
empurrando meu pau cheio e grosso em sua tensão. Ela estava me
engolfando e minha imaginação corria solta.
— Porra, Ryan, vou gozar! — Ela se engasgou.
— Goze para mim, bebê... Quero fazê-la gozar... — Cantarolei, fechando
meus olhos.
Todos aqueles músculos... a pele lisa e suada...
— Estou gozando! — Ela gritou, e eu pude senti-la jorrando sobre mim.
Quase me empurrou direito sobre a borda.
Segurei até que ela parasse de tremer, então puxei para fora dela
lentamente, acariciando meu pau com sua lubrificação natural. Hailey
estava tomando pílula, mas ainda criei o hábito de nunca realmente gozar
dentro dela. Tentando ser responsável e tudo mais...
Agarrei sua bunda com minha mão esquerda enquanto empurrava com
minha direita, abrindo sua bunda. Se fechasse os olhos ou os mantivesse
abertos, não fazia diferença. Eu ainda vi a mesma coisa...
Essa bunda... abrindo-a... pressionando a cabeça do meu pau até seu buraco
apertado...
Jesus fodido Cristo...
— Jesus, porra, Cristo... — Minha mão continuou deslizando, para cima e
para baixo, continuou acariciando, enquanto explodi no orgasmo,
disparando meu gozo quente em toda parte inferior das costas e bunda de
Hailey.
Soltei um gemido abafado, deixando o clímax passar por cima de mim,
arrastando a cabeça do meu pau pela umidade que tinha acabado de fazer
em seu cu.
Porra…
— Porra... — Murmurei, tentando regular minha respiração. Eu estava
vendo estrelas.
— Uau, bebê... — Hailey virou o rosto para olhar para mim, suas
bochechas rosadas mesmo no quarto mal iluminado. — Isso foi tão quente e
sujo... De onde veio isso?
Engoli em seco, estendendo a mão para pegar alguns lenços de papel da
caixa em sua mesa de cabeceira.
— Não sei... — Grunhi, limpando-a. — Você está me enrolando desde
ontem, sua garota travessa.
Ela riu, e quando terminei de limpá-la, puxou sua camiseta de volta para
baixo e a virou de lado, estendendo a mão para mim. Puxei a calça do meu
pijama de volta e me contorci ao lado dela, segurando seu corpo contra o
meu. Ela beijou meu peito e me aninhou repetidamente, seus dedos
correndo para cima e para baixo nas minhas costas. Beijei o topo de sua
cabeça, apertando-a com força.
Escutei o batimento cardíaco de Hailey por um tempo, enquanto
começava a sincronizar com o meu. Então sua respiração ficou uniforme, e
eu poderia dizer que ela tinha voltado a dormir.
Mas eu não.
Eu estava bem acordado. Meus olhos bem abertos, olhando para a
escuridão, me perguntando o que diabos aconteceu.
Capítulo 5
Ben
— Você ouviu alguma coisa? — Respirei com força, meu coração ainda
martelando no meu peito.
— Não... — Jessica suspirou enquanto passava as mãos pelo cabelo de
sexo fora de controle.
— Tem certeza? — Perguntei de novo, deitado na cama, os lençóis
parecendo especialmente frios contra a minha pele suada e sufocantemente
quente. — Pensei ter ouvido alguém lá fora antes de explodir você ao
orgasmo.
Sorri perversamente para minha esposa e ela riu, arrastando as unhas
pela barba por fazer ao longo da minha mandíbula.
— Você está tão paranoico ultimamente, — ela sorriu, as unhas
deslizando pela minha garganta e pelo meu peito. — Não podemos nem
mesmo pensar que você está pensando que alguém está nos observando.
— Há, ha, você é tão engraçada, — revirei os olhos para ela, tirando o
preservativo e amarrando-o antes de jogá-lo no lixo. — A propósito, você
sabe o quanto eu odeio preservativos...
— Uh sim, sei. Temos uma filha de dezenove anos, lembra? — Ela
provocou, e ri baixinho, descansando minha cabeça no travesseiro.
— Só estou dizendo... Você sabe que é um milhão de vezes melhor sem o
látex no caminho, — agarrei sua cintura e a puxei para mais perto. Inclinei-
me escovando meus lábios sobre ele. — Apenas me deixe gozar na sua cara.
Ela riu alto e me deu um tapa no peito, fingindo lutar comigo enquanto
eu puxava sua carne aquecida contra a minha, beijando-a lentamente.
Independentemente de quanto tempo estivéssemos juntos, Jess e eu
parecíamos funcionar. E claro, às vezes era monótono... Dormir com a
mesma pessoa por quase duas décadas. Mas nós fizemos funcionar. Ainda
era sempre bom. O sexo era fogo, todas às vezes. E eu a amava, então a
paixão estava lá.
Mas admita... Você gozou especialmente porque pensou que alguém estava te
observando.
Bufei para mim mesmo e balancei minha cabeça. Cale a boca, cérebro.
Ninguém te perguntou.
Beijei minha esposa mais um punhado de vezes, então ela aninhou suas
costas contra a minha frente, e nós nos beijamos. Seu batimento cardíaco
desacelerou, balançando em mim enquanto ela dormia.
Mas fiquei bem acordado. Para começar, eu não dormia bem, e às vezes o
sexo tinha o efeito oposto do que deveria. Depois que gozei e Jess
adormeceu, eu sempre ficava sozinho com meus pensamentos.
Nunca era nada em particular que me mantinha acordado. Meu trabalho
era bom. Minha casa estava ótima. Meu casamento deu certo. Minha filha
era inteligente, motivada e segura. Meus amigos eram idiotas, mas às vezes
divertiam.
Na verdade, não havia muito do que reclamar.
Na verdade, não havia nada do que reclamar...
Minha vida era tão perfeita que às vezes apenas fazia meus dentes
ficarem tensos.
Imagine que... Estar tão contente que você está chateado com isso. Fale sobre os
problemas do primeiro mundo... Jesus.
Claro, não fazia sentido. Mas às vezes eu me encontrava criando um
drama. Algo para mexer um pouco a panela.
Eu não queria nada trágico... Não, nada disso. Apenas algo... diferente.
Algo menos comum do que minha vida normal.
Bufei de frustração e fechei os olhos, desejando cair no meu sono
inquieto.
Talvez algum dia algo novo apareça... Aguente firme, seu bastardo chato.

Na manhã seguinte, acordei meio tarde. Mais tarde do que o normal, de


qualquer maneira.
Quando desci, Jess, Hailey e Ryan já estavam sentados à mesa tomando
café da manhã. Jess e Hailey estavam conversando enquanto Ryan ficava
sentado em silêncio, olhando para o prato.
Caminhei casualmente até o balcão e me servi de uma xícara de café.
— Bom dia, família... e Ryan, — resmunguei, sorrindo para minha
esposa, que estava sorrindo para mim.
— Pai... —Hailey me repreendeu com os olhos e rolei os meus.
Sentei-me à mesa e olhei para Ryan novamente. Ele olhou para mim,
então seus olhos rapidamente voltaram para o prato.
— Bom dia, Sr. Lockwood, — ele murmurou, soando robótico.
Olhei para ele. Caramba, o que há com ele? Talvez ele esteja de ressaca. Pobre
criança, não pode travar.
Eu provavelmente deveria dizer a ele para me chamar de Ben... Mas não. Isso
seria demais. Sr. Lockwood está bem por enquanto.
— Vocês se divertiram na noite passada? — Jessica me perguntou, e o
rosto de Ryan apareceu novamente.
— Sim, bons tempos, — respondi, bebendo meu café. — As bebidas
estavam realmente fluindo na noite passada. Espero que não seja uma coisa
normal para você, Ryan... Não se torne tipo, um alcoólatra ou algo assim.
— Pai! — Hailey choramingou, atirando adagas em mim através da
mesa. Eu ri para mim mesmo.
— Não sou um grande bebedor, senhor, — disse Ryan. — A noite
passada foi divertida, mas não vai acontecer de novo.
Dei a ele outro olhar, mas seus olhos estavam de volta em seu prato.
Olhei para Jess e Hailey, que não estavam prestando atenção. O garoto
estava agindo de forma estranha.
Então, novamente, eu mal o conhecia, então como eu saberia.
— Bem, tenho um pouco mais de jardinagem para fazer hoje, —
continuei, terminando meu café. — Você quer me ajudar um pouco mais?
— Perguntei a Ryan, esperando que ele entendesse o que eu estava
dizendo.
Ele estava definitivamente de ressaca, e talvez um pouco de trabalho
manual lá fora, sob o sol escaldante, colocaria as coisas em perspectiva. Você
é um homem mau.
Ele olhou para mim, seus olhos arregalados e seu rosto sério.
— Hum... claro. Ok, — ele acenou com a cabeça, parecendo ainda mais
nervoso do que nos últimos dois dias. Foi estranho, porque ele tinha se
relaxado um pouco na noite passada. Na verdade, conversamos um pouco
quando todo o grupo estava no porão.
Mas agora ele parecia estar com medo de que eu fosse atacá-lo ou algo
assim. Eu não tinha certeza de onde estava vindo, mas dei de ombros e me
levantei da mesa.
— Siga-me, garoto, — murmurei, abrindo a porta para o deck. — Vou
colocá-lo para trabalhar.
Ele olhou para mim, engolindo visivelmente, piscando cerca de cem
vezes. Minha sobrancelha franziu, e me virei, caminhando para fora antes
que eu aparentemente o apavorasse ainda mais.
Levei Ryan até o galpão, onde pegamos as ferramentas de jardinagem e
colocamos tudo em ordem. Eu precisava cuidar das plantas, podar algumas
árvores na frente e golpear algumas ervas daninhas. Normalmente isso
levaria o dia todo, mas com a ajuda de Ryan, provavelmente poderíamos
resolver em algumas horas.
Ele já estava familiarizado com todas as ferramentas e maquinários desde
que trabalhava com paisagismo há quase um ano. Eu o trouxe ao redor do
quintal, instruindo-o sobre o que precisava ser feito, mas para minha
surpresa, ele meio que já entendeu. Ele não precisava de muita direção.
Era um dia quente. Quase trinta graus e todo sol. Depois de meia hora de
trabalho, nossas camisas foram tiradas e tínhamos que fazer pausas para
tomar água com frequência para garantir que não desmaiássemos
Eu estava basicamente terminando de podar meu novo limoeiro que
plantei no ano passado quando vi Ryan com o canto do olho. Inclinei minha
cabeça em sua direção e ele olhou para o chão.
— E aí? — Perguntei, confuso por ele ficar parado por perto.
— Eu uh... acabei com o mato, — ele disse, se aproximando lentamente,
como se eu fosse um animal que poderia mordê-lo se assustado.
— Bom. Obrigado, — respondi, ainda me concentrando em minha tarefa.
— O que está fazendo aqui? — Ele se aproximou.
— Poda, — respondi, — você tem que arrancar algumas dessas folhas
para que brotem mais galhos à medida que crescer.
— Hmm... — Ele se aproximou ainda mais, parando ao meu lado
enquanto examinava a árvore. — Isso vai crescer limões? Tipo, que você
pode usar?
— Eu com certeza espero que sim, —sorri para ele.
Ele finalmente sorriu, estendendo a mão para correr os dedos ao longo
dos galhos do bebê.
— É legal que tenha esse hobby, — ele murmurou, fazendo contato
visual e segurando-o desta vez. — Eu realmente não tenho muito mais que
escola agora...
— Há algo em que esteja interessado? — Perguntei. — Além da escola?
— Eu meio que gosto de carros... — ele respondeu depois de pensar por
um momento. — Meu pai tinha um velho Mustang que estava
consertando... Eu costumava ficar por perto e vê-lo fazer isso quando estava
de visita. Ele deixou para seu amigo quando morreu. Acho que ele nem
sabia que eu estava interessado nisso.
— Eu tive um Mustang na escola, — eu disse a ele. — Eles são ótimos
carros. Não sei merda nenhuma sobre como trabalhar neles, mas gostaria
de saber. Adoraria restaurar um.
Ele sorriu, olhando para mim por mais de alguns segundos. Comecei a
me sentir um pouco estranho... Ele estava muito perto de mim.
Então ele respirou fundo e se afastou. — Bem, vou tomar um banho...
— Certo. Obrigado pela ajuda, — balancei a cabeça, observando
enquanto ele caminhava em direção a casa.
Isso foi estranho.
Sacudi isso e voltei para minha árvore.

— Então, quanto tempo vão ficar com a gente? — Jessica perguntou a


Hailey e Ryan enquanto nós quatro nos sentávamos para jantar as sobras
do Dia de Ação de Graças.
— Bem, Ryan disse que partiríamos amanhã, certo bebê? — Hailey se
virou para Ryan, que estava recostado na cadeira, os olhos correndo por
todo o lugar. — Para que possamos descansar no domingo, antes de
voltarmos às aulas.
— Hum, sim. Amanhã parece bom, — ele murmurou em resposta,
mexendo em sua comida.
— Bem, você sabe que pode ficar o tempo que quiser — Jess disse, e olhei
para ela. Nós realmente queremos que fiquem aqui para sempre? Quero dizer,
Hailey com certeza. Esta é a casa dela. Mas o cara estranho? Não sei...
— Eu sei, vou perder as compras com você neste fim de semana, mãe, —
Hailey fez beicinho.
— Está tudo bem, querida. Talvez da próxima vez, — Jess sorriu para
nossa filha.
O resto do jantar foi tranquilo, normal. Nós conversamos sobre coisas da
escola e esportes, e todo aquele blá, blá, blá. Depois do jantar, Ryan e eu
lavamos a louça novamente enquanto as meninas iam assistir TV na sala de
estar.
Eu estava recebendo uma vibração estranha de Ryan. Ele parecia
nervoso, ou algo assim. E continuei pegando-o olhando para mim. Foi
estranho, mas eu honestamente não me importei. Era algo para eu reclamar.
Algo estranho para sacudir minha vida mundana, suponho.
— Então, está animado para voltar para a escola? — Perguntei a ele
enquanto terminávamos os pratos.
— O quê? Uh... sim. Mhm... — ele gaguejou.
— Você vai bem na escola? — Eu previ.
— Eu acho... — Vamos, garoto. Dê-me algo para trabalhar aqui.
— Qual sua aula favorita?
— Não sei! — Ele grunhiu, e virei meu rosto para encará-lo em completa
perplexidade. Ele suspirou forte. — Sinto muito... eu só... não dormi bem na
noite passada.
— Oh sim... Você estava muito bêbado ou algo assim? — Sorri.
— Não, eu só ... não conseguia dormir, — ele murmurou, mudando seu
peso para frente e para trás. — Não sei porque...
Fiquei boquiaberto para ele novamente em confusão, me perguntando o
que diabos dizer sobre algo assim.
— Bem, eu te conheço, mal durmo, então... estou familiarizada com isso,
— eu disse a ele, tentando ser reconfortante. — Vai se acostumar com isso,
acho.
Ele ficou lá por um momento, apenas olhando para mim. Ele era difícil
de ler, e eu não sabia se isso me frustrava ou me intrigava tanto. Foi
estranho. Mas acabamos parados em silêncio, apenas olhando um para o
outro por alguns minutos. Não houve nenhum movimento na sala, até que
finalmente percebi os dedos de Ryan se contraindo.
Engoli em seco e pisquei. Ok... hora de ir.
— Tudo bem, bem, isso está feito, — eu disse asperamente, em seguida,
limpei minha garganta. Eu não conseguia pensar em mais o que dizer,
então apenas me virei e saí da sala, balançando a cabeça para o que quer
que fosse isso.
Entrei casualmente na sala de estar e me sentei no sofá perto de Jess,
passando meu braço em volta de seu ombro e puxando-a para perto. Inalei
seu cabelo, que sempre cheirou tão bem. Como jasmim e baunilha. Era
reconfortante.
Pouco depois, Ryan entrou na sala, parecendo atordoado. Ele se sentou
ao lado de Hailey no sofá adjacente, puxando-a para perto dele. E todos nós
ficamos sentados em silêncio por um tempo, assistindo a um daqueles
filmes dos Vingadores.
Eu estava tentando prestar atenção, mas minha mente ainda estava em
outro lugar. Não sei exatamente onde estava, mas não estava no filme. Não
estava em uma noite tranquila e perfeitamente satisfeita com minha família.
Pode nem ter estado dentro de casa.
Minha mente estava em outro lugar inteiramente, apenas flutuando,
pensando sobre todos os tipos de coisas. Era quase como se eu tivesse
desmaiado completamente, e a próxima coisa que percebi, o filme acabou, e
Jess e Hailey estavam bocejando e dizendo boa noite.
Jess e eu subimos para o nosso quarto, enquanto Hailey e Ryan foram
para o dela. Levei meu tempo para me preparar para dormir, então quando
eu estava saindo do banheiro na ponta dos pés com a calça do meu pijama,
Jess estava apagada como uma luz. Suspirei e a beijei na cabeça, então saí
do quarto, descendo as escadas.
No porão, senti que podia respirar novamente. Lá estava eu, pronto para
meu ritual noturno. Raramente adormeci imediatamente com minha esposa
à noite. Eu normalmente sempre descia para o porão e enrolava por aí por
horas até que eu estava cansado o suficiente para arrastar minha bunda
sonolenta de volta para cima e desmaiar.
Algumas noites eu trabalhava, procurava coisas no computador. Então,
às noites eu colocava na TV ou no filme. Algumas noites eu assistia
pornografia e me masturbava.
As opções eram infinitas.
Esta noite parecia uma espécie de ligar a TV e olhar para o espaço.
Tirei uma cerveja da geladeira e a abri, dando um longo e bom gole. Eu
vaguei até o meu sofá e me sentei no meu lugar, ligando a TV e mudando
os canais. Acomodei-me em alguma estação de cinema, passando um filme
que já estava na metade. Não me importei.
Só queria me desligar.
Então eu fiz. Observei a tela, sem realmente absorver nada, e terminei
minha cerveja em três grandes goles. Levantei-me e peguei outra, e outra, e
outra.
A próxima coisa que eu sabia era que tinha matado um pacote de seis
inteiro e estava me sentindo todo maluco. Na verdade, eu estava rindo de
algo na TV, embora não tivesse ideia do por que era engraçado.
Então ouvi um barulho, do topo da escada.
Era a porta do porão, abrindo e fechando.
Oh garoto. É a Jess. Ela está vindo para me repreender por ficar acordado e beber
todas essas cervejas. Merda...
Esquivei-me, me escondendo atrás do encosto do sofá, olhando por cima
da borda como uma porra de um estranho. Passos desceram da escada e
vieram até mim.
Oh, foda-se.
Era Ryan.
Soltei um suspiro lento e me sentei, encontrando seus olhos por cima do
encosto do sofá.
— Ei, — gaguejei um pouco.
— Ei... desculpe interromper... ou o que seja, — ele gaguejou. —
Simplesmente não consegui dormir de novo.
— Bem-vindo ao meu mundo, — grunhi, descansando minha cabeça
contra o encosto do sofá. — Tem mais cerveja, se quiser.
— Uh... eu estou... — ele começou, então fez uma pausa. — OK. — Ouvi-
o abrindo a geladeira. — Quer outra?
— Sim, claro. Obrigado.
Ele trouxe as cervejas e sentou-se ao meu lado, entregando-me a minha.
Nós dois tiramos nossas tampas e batemos nas garrafas antes de bebê-las.
— Então... o que está assistindo? — Ele perguntou, aninhando-se contra o
encosto do sofá.
— Eu honestamente não tenho ideia... — Eu ri. — Acho que esses dois
estão fugindo de alguém... e acho que estão tendo um caso... Quem sabe.
Ele riu baixinho e bebeu sua cerveja rápido. Nós dois ficamos sentados
em silêncio, assistindo ao filme idiota, tentando juntar as peças. Ryan estava
pegando o enredo muito mais rápido do que eu, embora ele tivesse acabado
de chegar lá.
Conversamos um pouco, brincando sobre outros filmes que vimos e
odiamos, ou amamos. Nossos gostos eram muito semelhantes. Ryan acabou
bebendo mais duas cervejas e comecei a me preocupar se estava de fato
transformando o garoto em um alcoólatra. Mas encolhi os ombros. Eu
estava cansado de pensar demais em tudo. Eu não queria estragar meu
zumbido.
Desligue seu cérebro. Apenas esteja no momento... Seja lá o que diabos aquela
hipnotizadora estava dizendo no YouTube outro dia.
— Oh garoto... — Ryan murmurou entre uma risada.
— O quê?
— Eles finalmente vão fazer sexo, — ressaltou. Os dois personagens que
insistiam que se odiavam estavam namorando. Ri uma risada rouca. — Eu
sabia. Paga!
— Fizemos uma aposta? — Ele perguntou.
Dei de ombros. Os dois na tela estavam começando a realmente entrar
em ação. O cara levantou a garota e a jogou na cama. Na verdade, era meio
quente.
Do nada, o ar na sala mudou, mas eu não poderia dizer se era só porque
eu estava bêbado e assistindo duas pessoas fazendo sexo na TV, ou se
realmente estava mudando. Engoli em seco e meus olhos dispararam para a
minha direita.
A mão de Ryan estava meio perto da minha. Ele estava tão perto antes?
Estou imaginando coisas?
Mudei minha mão na minha coxa, sentindo-me no limite. Outro minuto
se passou e o vi se aproximando. Agora eu tinha certeza de que não estava
vendo coisas. Quando ele desceu, ele estava quase do outro lado do sofá.
Como diabos ele acabou ficando do meu lado?
Oh Deus... Isso é muito estranho. Eu deveria subir. Eu deveria ir para a cama.
Eu sabia que isso era uma má ideia.
O que é uma má ideia? Nada aconteceu. Relaxe, psicopata.
Olhei para o sofá, e desta vez sua mão estava bem ao lado da minha coxa.
Quase me tocando. Engoli em seco novamente. Minha boca estava seca
como um osso.
Terminei o último gole da minha cerveja e me inclinei para colocar a
garrafa na mesa. Quando me sentei, minha cabeça girou e o rosto de Ryan
estava bem ali. A centímetros do meu.
Vacilei, me afastando enquanto meu coração batia forte no meu peito.
— O que está errado? — Ele perguntou, seu tom me fazendo sentir como
se eu fosse o louco. — Por que você está tão tenso?
— Eu... uh... não sei... — murmurei, incapaz de dizer qualquer outra
coisa. Apenas continuei olhando para a TV, tentando como o inferno
respirar normalmente.
— O que o ajudaria a relaxar? — Ele perguntou, e sua mão deslizou
casualmente no meu braço.
No começo, eu mal podia dizer que ele havia me tocado. Foi tão gentil
que pensei que talvez tivesse imaginado. Mas então olhei para baixo e vi
sua mão se movendo no meu antebraço, acariciando, massageando com
seus dedos fortes.
Foi então que me lembrei que não estava usando camisa. Eu estava
vestido apenas com a calça do pijama. Porque eu não esperava encontrar
ninguém aqui...
E Ryan estava vestido da mesma forma. Nós dois estávamos sem camisa.
Oh Deus... Isso é desconfortável. Estamos seminus e ele está me tocando. Eu
deveria dizer a ele para parar...
Mas não fiz. Não pude. Por alguma razão, eu só... não disse isso.
Talvez eu não quisesse?
Os dedos de Ryan deslizaram pelo meu braço, envolvendo minha mão,
que estava segurando minha própria coxa para salvar sua vida. Ele ergueu
minha mão e puxou para ele. Meu coração batia tão forte que eu podia
senti-lo balançando por todo o meu corpo.
— Você está tão rígido... — ele falou, sua voz profunda e rouca, —
precisa relaxar.
Ele pegou minha mão e colocou em seu abdômen. Eu não conseguia nem
engolir mais. Não conseguia me mover ou piscar. Apenas me sentei lá,
olhando para minha mão, observando-a se mover em seu estômago.
Ele estava se movendo. O porquê, eu não tinha ideia, mas estava. Meus
dedos estavam se movendo, lentamente traçando o aglomerado de
músculos, cada divisão dura em seu abdômen.
— Você definitivamente precisa relaxar, — ele disse novamente em um
suspiro, quase inaudível.
— Como? — Perguntei. Novamente, eu não tinha certeza de porque
estava pensando nisso. Mas perguntei. Foi a primeira palavra que saiu da
minha boca. Como ele pode me ajudar a relaxar...?
Meus olhos deslizaram lentamente por seu corpo sem camisa, por todos
os músculos de seu torso, semelhantes aos meus, por sua mandíbula mal
barbeada, assim como a minha, e até seus olhos. Verde escuro e cheio de
confusão em parte e travessura curiosa.
Tentei regular minha respiração enquanto seus olhos caíram dos meus
para o meu pescoço.
E então ele se inclinou, fechando os poucos centímetros que nos
separavam e pressionou seus lábios no meu queixo.
Minha mandíbula cerrou em reação ao aumento da tensão ao nosso
redor. Meu corpo inteiro estava rígido e imóvel. Ele se aproximou ainda
mais e arrastou seus lábios macios pelo meu pescoço, pressionando esses
beijos pequenos, delicados e hesitantes na minha garganta e no meu pomo
de adão.
Minha cabeça lentamente flutuou para trás para descansar contra o sofá
enquanto eu observava, encarava, em estado de choque, sua cabeça caindo
do meu pescoço para o meu peito. Seus lábios roçaram o cabelo loiro do
meu peito, sua língua espreitando para traçar as curvas do meu peitoral.
Meu peito estava subindo e descendo enquanto ele avançava o resto de
seu corpo ainda mais perto, até que ele estava quase sentado no meu colo.
Ele colocou as mãos nas minhas coxas, as pontas dos dedos agarrando
enquanto seus lábios cobriam meu mamilo e ele o chupava muito
suavemente. Foi muito sutil, mas ainda um suspiro voou de dentro da
minha garganta e seus olhos encontraram os meus. Todo o meu rosto e
pescoço estavam em chamas enquanto eu o observava, lambendo e
chupando meu mamilo, nossos olhos se encontraram o tempo todo.
Não havia emoção em seu rosto. Ele estava falando sério. Na verdade, ele
parecia tão apavorado quanto eu.
Mas foi bom. Fiquei horrorizado. Mas não queria que ele parasse.
Reclinei-me um pouco no sofá, e ele mudou-se para o outro mamilo,
circulando-o com a língua, beijando e chupando até ficar tão duro quanto o
que ele acabou de deixar. Minha respiração pesada se transformou em uma
leve respiração ofegante, e não foi até que sua mão deslizou timidamente
entre minhas pernas que percebi o quão duro meu pau estava.
Eu estava duro como uma rocha.
Quando ele o tocou, meu pau saltou em sua palma e ele olhou para ele.
Como uma luz verde, ele estava em uma missão.
Ele fez sua descida pelo meu torso, ainda beijando e lambendo, pelo meu
abdômen, através da minha trilha feliz, até que ele estava totalmente
ajoelhado entre as minhas pernas separadas.
Ele puxou a calça do meu pijama, puxando-o até os meus joelhos,
libertando meu pau ansioso. Estava tão duro, e eu não poderia dizer se meu
batimento cardíaco em meu peito estava mais alto ou o pulso das veias em
minha ereção.
Ainda assim, eu estava mais nervoso do que nunca. Senti-me como se
estivesse em algum tipo de sonho. Isso não poderia ser realidade, poderia?
Ryan lentamente enrolou seu punho em volta do meu traseiro, e mordi
meu lábio para abafar um gemido.
— Não acho que você deveria... — foi tudo que pude dizer, enquanto
tentava engolir. Isso tudo estava tão errado...
Mas era emocionante. Era ruim... proibido. E eu estava tão excitado que
estava tremendo.
— Eu não vou... se não quiser, — ele sussurrou, sua voz saindo tão
áspera e desigual quanto a minha.
— Eu... eu... não... — gaguejei, sem saber o que dizer. Eu não quero que ele
pare.
Ele totalmente deveria. Mas eu não quero que ele faça isso.
— Não é como se eu soubesse fazer isso de qualquer maneira... — ele
sussurrou, soando quase como se estivesse falando consigo mesmo. Sua
mão ainda estava em volta do meu pau dolorosamente duro, segurando-o
bem na frente de seu rosto. Seus olhos encontraram os meus e o encarei
totalmente consternado.
Levante-se. Saia.
— Você... poderia tentar... — Grunhi, minha voz mal escapando da
minha garganta. — Se quiser...
Eu o vi engolir enquanto olhava para o meu pau em sua mão.
— É muito grande... — ele murmurou com algum tipo de fascínio em sua
voz.
E sem qualquer discussão, ele abaixou sua boca sobre o meu pau.
— Oh merda... — Gemi, meu pau se contraindo entre seus lábios. Ele
gemeu e a vibração foi incrível.
Ele deslizou a língua por baixo da coroa e começou a me chupar ainda
mais, mais fundo em sua boca. Lentamente no início, segurando-me com o
punho, movendo a cabeça para cima e para baixo, para frente e para trás,
sugando suavemente a ponta do meu pau de uma forma que causou
arrepios por todo o meu corpo.
Inclinei minha cabeça contra o sofá e fechei meus olhos. Eta tão bom pra
caralho... Sua boca quente e úmida, me sugando para dentro e para fora,
sua língua massageando por baixo o tempo todo.
Depois de alguns minutos, ele soltou meu eixo e sua mão afundou entre
minhas coxas, esfregando minhas bolas. Abri meus olhos para olhar para a
insanidade acontecendo na minha frente. Ele tinha aparentemente
encontrado seu ritmo enquanto trabalhava meu pau repetidamente com
sua boca, mergulhando-o todo o caminho até o fundo de sua garganta.
Gemi e grunhi, estendendo a mão para agarrar sua mandíbula como um
reflexo, segurando sua cabeça enquanto ele chupava meu pau tão
fodidamente bem que eu mal conseguia respirar. Nossos olhos se
encontraram, e pude ver o quão excitado ele estava, a paixão, luxúria e
desejo proibido apenas por ser capaz de me agradar.
Jesus Cristo... Que porra estou fazendo?
Isso é tão ruim... Mas tão bom.
É uma sensação tão boa pra caralho.
Mas é errado. O namorado da minha filha está me dando um boquete.
Puta merda... vou gozar.
Ele ainda estava sugando, me deixando foder sua boca, seus olhos fixos
nos meus. Movi meus quadris suavemente com seu ritmo, seus dedos
apertando e massageando minhas bolas, puxando o orgasmo para fora de
mim.
— Ryan... porra, vou... gozar... — Grunhi fechando meus olhos e
liberando sua cabeça. Mas sua boca permaneceu firme quando meu clímax
rasgou minha virilha e soltei minha carga em sua boca.
Engasguei-me em voz alta, tentando ficar o mais quieto possível, mas foi
difícil. Nunca tive um orgasmo assim antes. Parecia que durou uma
eternidade. Derramei cada gota que eu tinha na garganta de Ryan e ele
engoliu tudo. Quando abri meus olhos, ele arrastou meu pau ainda
pulsante para fora de sua boca e parecia que nunca tinha experimentado
tanto prazer em sua vida.
Foi uma loucura.
Ele se sentou de joelhos, chupando o lábio inferior enquanto seu peito
subia e descia. Meus olhos se desviaram e percebi que ele estava com uma
ereção furiosa agora. Na verdade, era enorme e pressionava o tecido da
calça do pijama.
Olhamos um para o outro por um minuto. Minha pele parecia que estava
pegando fogo. Eu estava queimando em todos os lugares. Meus olhos
dispararam entre seus olhos e seu pau duro algumas vezes, antes que ele
lentamente se levantasse e puxasse o pijama para baixo, permitindo que sua
ereção balançasse livremente.
Puta merda.
Ele se aproximou de mim, enrolando o punho em torno de seu pau longo
e grosso, acariciando-o lentamente, enquanto observava minha reação.
Meus olhos estavam presos nele. Eu literalmente nunca tinha visto o pau de
outra pessoa na vida real antes. Talvez em vestiários ou algo assim, mas
nunca olhei, não que estavam perto. Ou duro...
Mas este estava. Estava bem na minha frente, e ele estava acariciando,
dolorosamente lento. A ponta estava brilhando. Isso significava que ele
estava realmente animado. Senti meu pau ligeiramente murcho se animar
com a ideia.
Eu me perguntei como seria...
Eu estava muito inseguro de mim mesmo. Eu meio que queria
experimentar, mas estava tão nervoso...
Ajudando-me a decidir, ele o empurrou ainda mais perto da minha boca,
subindo no sofá com um pé, à direita da minha coxa. Abri minha boca e
abaixei meus lábios na cabeça de seu pênis lentamente, sugando o salgado
de sua excitação, provando-o. Chupei sua cabeça grossa um pouco,
enquanto ele se sacudia da base para onde meus lábios estavam,
ordenhando-se na minha boca. Meu pau já estava ficando mais duro.
Jesus... não posso acreditar que estou fazendo isso. É uma sensação boa, no
entanto. É tão ruim que é bom. Quero mais...
Mudei minha boca um pouco mais para baixo, chupando sua carne
sólida. Ele estava ofegante, gemendo e soluçando e fazendo todos os tipos
de ruídos, embora eu não pudesse dizer se ele estava falando muito alto ou
não, porque meu sangue estava correndo em meus ouvidos.
— Oh merda... Sr. Lockwood...— ele choramingou, me motivando a
tomar mais. Então eu fiz.
Chupei seu pau, cada vez mais... Forçando-o a tirar a mão. Ele deslizou
os dedos sob meu queixo, levantando meu olhar para ele. Seus olhos
estavam escuros, cheios de desejo carnal, me levando a continuar, me
implorando para não parar.
Porra. Sim.
Fui cada vez mais longe, deslizando-o por todo o caminho pela minha
garganta, e nem sequer me engasguei. Eu estava realmente orgulhoso de
mim mesmo. Vou fazê-lo gozar com a minha boca... Oh Deus, e se ele descer pela
minha garganta? Como seria isso?
Acho que vamos descobrir.
Enquanto eu estava tendo minha luta interna, Ryan puxou seu pau
latejante para fora da minha boca e começou a acariciá-lo, cada vez mais
rápido, se masturbando com força enquanto ele se engasgava.
Oh merda... ele vai gozar. Eu quero fazer isso…
Agarrei seu pau e puxei para ele, da mesma forma que fiz no meu, até
que ele estourou. Ele disparou seu orgasmo por todo o meu peito, ofegando
meu nome repetidamente. Deixe-me provar de novo...
Meu peito ainda estava pesado quando coloquei a ponta dele entre meus
lábios novamente e chupei sua cabeça. Meu pau pulsou entre minhas
pernas.
Puta merda, essa foi a coisa mais quente de todas. Ele tem um gosto bom.
Espere, o que diabos aconteceu?!
Ryan caiu no sofá ao meu lado enquanto tentávamos regular nossa
respiração. Olhei para o gozo brilhante em todo o meu peito, piscando
algumas vezes em choque total.
Eu ainda não conseguia processar o que acabou de acontecer. Isso foi real?
Foi um sonho? Isso poderia realmente ter acontecido?
O rosto de Ryan estava vermelho como uma beterraba e ele não
conseguia me olhar nos olhos. Não que eu pudesse dizer, porque eu
também não conseguia olhar nos olhos dele. Levantei-me lentamente,
puxando minhas calças de volta e localizando algumas toalhas de papel
para me limpar. Andei pelo porão por alguns minutos em um estado de
pânico atordoado antes de voltar para o sofá.
Ryan estava com as calças de volta e estava sentado, parecendo
atordoado e apavorado. Não muito longe de como eu estava me sentindo.
Decidi falar primeiro, já que era para ser mais adulto neste cenário. Sim,
algum adulto... Chupando o pau do namorado da sua filha enquanto ela dormia lá
em cima.
Encolhi-me e balancei minha cabeça.
— Olha... — comecei, minha voz firme e toda profissional, — isso foi um
erro. Nós dois estávamos... bêbados... ou o que fosse, e fodemos tudo. Mas
ninguém precisa saber sobre isso.
Ryan lentamente levantou sua cabeça para encontrar meu olhar. Ele não
disse nada, apenas piscou com os olhos arregalados.
— Nunca aconteceu, — acrescentei, cerrando a mandíbula com medo de
que alguém descobrisse exatamente o oposto do que eu estava dizendo.
De repente, a porta se abriu no topo da escada. Meu coração saltou na
minha garganta e Ryan instantaneamente caiu para o lado rapidamente, se
enterrando atrás do encosto do sofá para se esconder.
— Bebê? — A voz de Jess chamou do topo da escada.
— Sim, querida! — Resmunguei de volta, meus olhos arregalados
enquanto olhava para Ryan. Ele parecia que ia se cagar.
— Você vem para a cama? É tarde, — sua voz sonolenta perguntou, e
meu estômago caiu no chão. Oh meu Deus, sou um pedaço de lixo.
— Sim, querida... já vou, — respondi, fechando os olhos com força e
baixando a cabeça.
— Tudo bem...— ela murmurou, saindo e fechando a porta atrás dela.
Respirei forte, batendo minha mão sobre meu coração, sentindo o quão
agressivamente ele estava batendo contra minha palma. Então é assim que
parece... o drama.
Ryan sentou-se lentamente, ainda me dando um olhar que eu não
conseguia ler.
Balancei minha cabeça e caminhei em direção às escadas, voltando-me
para ele uma última vez e sussurrando: — Isso nunca aconteceu.
Subi as escadas, deixando o segredo para trás em meu quarto de fuga,
enquanto subia as escadas para encontrar minha esposa.
Arrastei-me para a cama ao lado dela, e ela colocou os braços em volta de
mim por trás, beijando minhas omoplatas. Respirei fundo e fechei os olhos,
sentindo-me instantaneamente sonolento. Parecia que havia encontrado
minha empolgação. E nunca me senti mais vivo.
Capítulo 6
Ryan

Acordei antes de todos. Eu poderia dizer porque todo o uso da casa era
silencioso e estava verde como o amanhecer lá fora. Tomei um banho longo
e quente, sem saber se estava tentando esfregar ou queimar as memórias do
que aconteceu na noite passada, ou saboreá-las de alguma forma.
Esse foi o problema com o que aconteceu. Estava nos dois extremos
opostos do espectro. Foi tão bom que foi quase totalmente eufórico, e
também tão terrível que continuei engasgando-me sem motivo.
Eu não tinha absolutamente nenhuma ideia do que pensar.
Sempre estive muito em contato comigo mesmo. Geralmente, eu podia
dizer em meu coração se estava me sentindo bem com alguma coisa ou não.
Acho que estava de castigo dessa forma.
Mas agora toda a minha visão de vida foi virada de cabeça para baixo. A
última noite literalmente me rasgou, e eu não tinha mais ideia de quem eu
era.
Eu sou gay?
Eu sou hétero?
Eu sou bissexual?
Eu sou pansexual? O que quer que isso signifique.
Estou interessado no Ben? Eu quero ter um relacionamento com ele?
Eu quero ficar com Hailey? Eu a amo?
Eu amo o Ben?
Eu sou um pedaço de merda horrível e monstruoso que transou com o pai de sua
namorada? Esse definitivamente tem uma resposta. Sim.
Gemi para mim mesmo, descansando minhas costas contra os azulejos do
chuveiro. Que porra eu fiz ontem à noite?
Como isso aconteceu??
Certo, tudo bem. Então assisti Ben transando com sua esposa na noite
anterior e isso me excitou. E sim, posso ter pensado em como seria dormir
com ele...
E então comi minha namorada e comecei a pensar em foder o pai dela.
Eu fiquei obcecado e surtei a noite toda.
Então, sim, acordei na manhã seguinte jurando nunca mais olhar para
ele, ou mesmo pensar nele daquele jeito de novo.
Mas ele estava sendo tão legal comigo o dia todo. Ele estava sendo gentil
e falante, não assustador e passivo-agressivo como era antes. Então, sim,
pensei mais sobre isso e foi por isso que desci as escadas ontem à noite.
Então meio que queria que algo acontecesse com ele...
Mas só porque queria ver se gostaria!
Bem, você gostou, certo. Gostou muito.
Ugh, cala a boca, cérebro. Você não está ajudando.
Minha mente estava correndo. Havia imagens de mim e Ben na noite
passada piscando em meu cérebro, e eu não consegui impedi-las.
Lambendo e beijando sua pele doce e dourada... O olhar em seu rosto antes de eu
começar a chupá-lo... A sensação real de ter um pau na minha boca... O gosto de
seu quente, escorregadio ou gasoso enquanto descia pela minha garganta... Puta
merda… oh meu Deus.
A boca de Ben no meu pau. Isso foi uma loucura. Eu meio que escorreguei para
chupá-lo com bastante facilidade, mas nunca esperei que ele o fizesse de volta. Deus,
sua boca era tão boa. Hesitante e lento no início, e então ele estava perseguindo meu
orgasmo do jeito que eu perseguia o dele... Gozando em seu peito largo e bonito... ele
chupando o resto...
Fechei meus olhos com mais força ainda e bati minha cabeça contra a
parede do chuveiro.
Isso. É. Porra. Desesperado.
Eu já não conseguia parar de pensar nele, o que deve ter significado que
eu era gay. Ou pelo menos bi.
Mas naquela manhã, quando acordei ao lado de Hailey, fiquei com tesão
ao sentir sua pele macia e seus seios grandes e mamilos duros empurrando
o tecido fino de sua blusa.
Eu ainda amava seios. Eu ainda amava buceta.
Então, eu não era gay.
Ugh, Deus... foda-se minha vida.
Tentei pensar em outro cara, para ver se ficaria excitado.
Hmm... quem seria considerado bonito?
Umm... Ryan Gosling! Não, ele tem o mesmo nome que eu. Isso é estranho.
E o cara que interpreta o Superman? Henry qual é o nome dele?
Hmm... tudo bem. Henry nu, qual é o seu nome, entra. Sim, não. Nada.
Talvez eu simplesmente não esteja atraído por ele. Vamos tentar outra pessoa.
Que tal... Oh! Esse cara que Hailey está sempre delirando desde os Cinquenta
Tons de Cinza. Ele se parece com o Ben...
Ok, o Sr. Grey entra nu... Vamos ver... alguma coisa?
Não. Ugh ... isso é impossível.
E se for apenas Ben? E se eu for hetero, mas Ben é uma força sexual masculina
tão forte que arranca o gay de mim?
Jesus, nada disso faz sentido...
O que diabos estou fazendo, afinal? Estou no banho há cerca de noventa minutos.
Preciso sair.
Eu relutantemente desliguei o chuveiro e pulei para fora, me secando,
minha mente flutuando com meus pensamentos depreciativos, quando de
repente...
— Olá bebê! — Hailey disse, entrando furtivamente no banheiro e
pegando sua escova de dente. — Por que está acordado tão cedo?
— Hum... não consegui dormir de verdade... — murmurei, olhando para
ela.
Ela era tão linda. E eu a amava, eu sabia que amava.
Na verdade, não havíamos dito oficialmente “Eu te amo” ainda.
Mandamos mensagens de texto com corações e rostos beijinhos, e emojis
que diziam isso. Mas não tínhamos falado fisicamente as palavras um para
o outro, em voz alta. E nunca fiquei mais feliz com esse fato.
Porque quando Hailey descobrisse que baguncei com o pai dela, ela
provavelmente iria enlouquecer.
As palavras de Ben na noite passada começaram a soar em meu cérebro.
Isso nunca aconteceu.
Eu poderia realmente conseguir isso? Eu não era um guardião de
segredos. Eu odiava essa merda.
Eu era um péssimo mentiroso. Não conseguia nem jogar pôquer porque
não aguentava todo o aspecto do blefe. Eu não tinha certeza se poderia
manter isso para mim...
Mas então, se eu não fizesse, Hailey se machucaria. E Ben também, e
Jessica também. E eu. Basicamente, todo mundo se machucaria.
Então, talvez eu deva tentar? Devo tentar manter este segredo para evitar que
todos se machuquem...
Além disso, havia outro problema pequenininho, pequenininho,
pequenininho restante... Eu queria ficar com ele de novo.
Era ruim. Completamente errado. E eu não queria querer.
Mas eu queria.
— Bebê! — Hailey estalou os dedos na frente do meu rosto, cuspindo sua
pasta de dente na pia.
— O quê? Huh? — Grunhi, piscando.
— Você ouviu o que eu disse? Minha mãe quer saber se podemos ficar
mais um dia para que eu possa ir às compras com ela esta noite. É uma
tradição. Sempre fazemos isso, — explicou Hailey.
A parte racional do meu cérebro queria dizer não a ela. Tínhamos que
partir hoje para que eu pudesse dar o fora de Ben e deixar toda essa
bagunça para trás.
Mas então a outra parte... a parte divertida... sabia que ficar mais um dia
significava outra chance de repetir a noite anterior.
Deus, eu quero isso...
— Ok, — respondi rápido. — Podemos ficar.
Bem, tanto para aquela coisa racional...
— Obrigado, bebê! Muito obrigado! — Ela gritou, abraçando-se em mim
e se contorcendo. Engoli em seco e a puxei contra mim, de repente me
sentindo violentamente doente.

Quando finalmente descemos as escadas, eu estava morrendo de medo.


Procurei em cada esquina algum sinal de Ben, mas não o vi em lugar
nenhum. Eu senti como se pudesse respirar por um momento.
Isto é, até que ele desceu, sem camisa e molhado, claramente tendo
acabado de sair do chuveiro.
Engoli em seco, sentindo-me instantaneamente enjoado novamente.
Quando Ben virou a esquina e me viu, ele parou no meio do caminho,
seus olhos se arregalando brevemente em um olhar de puro pânico, que
durou apenas uma fração de segundo antes de ele engolir e colocar um
sorriso falso.
— Bom dia, — ele resmungou, passando por nós, recusando-se a fazer
contato visual com alguém.
— Dia! — Hailey falou. — Onde está a mãe?
— Ainda se preparando... algo sobre as compras de vocês ou... alguma
coisa, — Ben gaguejou, servindo-se de café.
— Sim, Ryan e eu vamos ficar mais uma noite para que mamãe e eu
possamos ir às compras hoje como sempre fazemos, — Hailey aplaudiu.
Vi Ben congelar, embora estivesse de costas para nós. Quando ele
finalmente se virou, sua testa estava franzida e sua boca aberta.
— Vai ficar mais um dia...? — Ele perguntou, seus olhos disparando
freneticamente entre Hailey e eu. Balancei a cabeça lentamente enquanto
Hailey pulava para cima e para baixo.
— Tem certeza de que é uma boa ideia...?
Encolhi os ombros impassivelmente, enquanto Hailey se engasga: — Por
que não seria?
Ben parecia nervoso. Mais do que nervoso, ele parecia... perturbado. Eu
sabia porque estava me sentindo da mesma maneira.
Mas, por alguma razão, ver a expressão dele me deixou com raiva.
Por que está tão chateado? É porque ele não quer ficar comigo de novo? Talvez
ele estivesse realmente dizendo que isso nunca aconteceu na noite passada porque
está com vergonha.
Ele provavelmente é um cara completamente homofóbico que sempre quis
secretamente um pau na boca, mas agora que teve, não pode viver consigo mesmo e
ele vai engolir isso e nunca mais falar sobre isso.
Caramba... que pesadelo.
Encarei-o por um momento, levantando minha sobrancelha. Ele
semicerrou os olhos para mim, apertando a mandíbula. Eu não tinha ideia
do que aquele olhar significava, mas antes que pudesse ficar obcecado com
isso, Jessica desceu as escadas, parecendo tão radiante como sempre.
— Bom dia! — Ela cantou. — Então, já decidiu? — Ela olhou para Hailey
e para mim. Balancei a cabeça, colocando um sorriso falso.
— Sim! Ryan disse que podemos ficar! — Hailey gritou novamente, ela e
sua mãe dançando em volta da cozinha. Eu não tinha certeza de que tipo de
compra iriam fazer, mas certamente estavam empolgadas com isso.
Mais animadas do que Ben está por ficar sozinho comigo de novo, isso é certo.
— Ok, então vamos sair para o mercado em algumas horas, talvez depois
do almoço, — Jessica disse, então se virou para Ben. — Mas, bebê, você e
Ryan, por favor, limpem aquela seção da garagem com todo o lixo que
separamos? O cara vem buscá-lo em uma hora.
Ben e eu trocamos um olhar desesperado, não dissemos nada e
caminhamos silenciosamente em direção à garagem.
Estar em um espaço confinado com Ben era difícil. Eu só queria ignorar a
tensão entre nós, mas era tão difícil porque toda vez que eu olhava para ele,
tudo que eu podia ver era seu pau gigante na minha boca. Isso estava me
deixando louco.
Sou um cara hétero com pau no cérebro... Isso é ótimo. Eu amo minha vida.
Ben estava sendo muito taciturno. Ele estava levantando coisas e jogando
no chão de uma maneira tão agressiva que depois de um tempo, eu
simplesmente parei o que estava fazendo e olhei para ele, esperando que
resolvesse o colapso que estava tendo.
Ele bateu uma última caixa bem ao lado dos meus pés, então bufou e
passou a mão pelo cabelo.
— Lá. Feito, — ele grunhiu, passando por mim. — Traga aqueles para a
rua.
Uh, com licença? Minha paciência estava se esgotando.
— Por favor... — murmurei baixinho. Ele parou no meio do caminho.
— O que acabou de dizer para mim? — Ele resmungou, seu tom
completamente arrepiante.
— Eu disse, por favor. Porque é isso que diz quando está pedindo a
alguém para fazer algo, — sibilei, estreitando meu olhar em suas costas. —
Não pode simplesmente gritar ordens para eles, como uma espécie de
sargento instrutor. Você diz porra, por favor.
Ele girou lentamente e então se aproximou de mim. Ele chegou muito
perto, tão perto que pude sentir o calor irradiando dele para mim. Eu podia
sentir o cheiro dele... como roupas recém-lavadas e aquele sabonete Dove
for Men de que eu gosto. Engoli em seco, tentando não vacilar quando
meus olhos encontraram os dele, cruzando os menos de uma polegada que
nos separava em altura.
— Não preciso dizer nada para você, Ryan, — ele falou, estranhamente
quieto, seus olhos azuis cortando através de mim. — Não preciso falar mais
com você. Apenas faça o que digo para que possamos seguir em frente e
dar o fora um do outro.
— Oh, isso está certo, porra? — Rosnei, me aproximando ainda mais
dele, até que nossos rostos estivessem a centímetros de distância.
— Sim, isso é fodidamente certo, — ele rosnou, sua respiração aquecendo
meus lábios. Eu não tinha certeza se íamos brigar ou nos beijar...
Tudo que eu sabia era que poderia simplesmente ter recuado. Teria sido
tão fácil...
Mas, em vez disso, mantive minha posição. Endireitei meus ombros,
cerrei minha mandíbula e disse: — Faça-me.
Os olhos azuis de Ben se transformaram em um inferno em chamas e ele
colocou as mãos no meu peito, me empurrando para trás, com força, contra
a parede da garagem. Minhas costas bateram na parede de gesso e tossi.
Mas antes que eu pudesse dar um passo à frente para colocá-lo para fora,
suas mãos estavam no meu pescoço e seus lábios nos meus.
Senti como se algo explodisse dentro de mim. Eu estava com medo e com
raiva e liguei tudo de uma vez.
Ben gemeu em minha boca, puxando meus lábios com os dele,
deslizando sua língua para dentro para encontrar a minha. Eu ainda estava
chocado, mas era tão bom que não tive escolha a não ser beijá-lo de volta.
Agarrei sua bunda e o puxei para mim, fazendo nossos quadris colidirem
juntos. Ele estava muito duro, e eu também.
Eu nunca tinha sentido outra ereção esfregando na minha antes...
Sinceramente, parecia sublime.
— Porra, está me deixando louco, — ele se engasgou, puxando-me para
mais perto dele pelo meu cabelo, chupando e mordendo meu lábio inferior.
— Não podemos fazer isso...
— Não... nós... podemos... não... — Ofeguei entre os beijos mais famintos
e necessitados de toda a minha vida. Cada vez que sua língua tocava a
minha, eu sentia um tremor em meu pau.
Minhas mãos deslizaram sobre seu peito forte, a pele macia cobrindo os
músculos duros como pedra. O mesmo peito que eu tinha explodido minha
carga na noite passada. A memória fez meu pau latejar contra o dele.
— Oh meu Deus, a noite passada foi real? — Ele cantarolou, esfregando-
se em mim.
— Nós realmente fizemos isso?
— Acho que sim... —choraminguei.
— Estou tão duro agora... — ele gemeu enquanto arrastava sua virilha
em um longo movimento fluido ao longo da minha.
— Sim... eu sei, — bufei, beijando-o mais suavemente, chupando seus
lábios e lambendo sua língua. Isso é muito bom para a vida real...
— Ok... vamos parar no três... — ele respirou, e comecei a rir. — Você já
parou... — ele sorriu. — Eu disse na rua.
Balancei minha cabeça e revirei meus olhos. Ele é tão mandão, mas de uma
forma sexy e adorável...
Nós dois nos afastamos e tentamos nos recompor. Felizmente, estávamos
dentro da garagem com segurança, com as portas fechadas para que
ninguém pudesse nos ver.
— Tudo bem, agora estou falando sério... — ele grunhiu, passando a mão
pelo queixo. — Não mais. Nunca aconteceu... Não vai acontecer de novo. A
coisa toda.
— Ok, tudo bem, — murmurei, cruzando os braços sobre o peito. —
Acho que devo ir às compras com as meninas então.
— Por quê? Porque você não consegue resistir a mim, e sabe que ficar
sozinho em casa comigo por horas vai transformá-lo em um viciado em
sexo furioso de novo? — Ben sorriu aquele sorriso arrogante que fez meu
sangue ferver e meu pau mexer.
Estreitei meu olhar para ele. — Oh não. Na verdade, eu estava pensando
isso em você.
— Com licença? — Ele bufou.
— Você não pode manter suas mãos longe de mim... claramente, — eu
gesticulei no ar em relação ao que acabou de acontecer.
— Você está falando sério?
— Muito sério.
— Bem, esse não é o caso. Na verdade, estou totalmente bem, — Ben
falou, parecendo presunçoso. — Então, se quiser ficar aqui enquanto as
meninas saem, eu estou bem com isso. Vou ficar lá embaixo e você pode
ficar lá em cima.
— Por mim tudo bem, — respondi. — Não teremos que nos cruzar.
— Bom.
— Excelente!
— Maravilhoso!
Nós dois olhamos carrancudos um para o outro por um momento, cada
um de nós permanecendo teimoso e mantendo nossa posição. Respirei
fundo, examinando-o, mas mantendo-o breve, para não lhe dar a satisfação.
Ele fez o mesmo e mordeu o lábio.
— Quero dizer... — ele começou, seus olhos brilhando, — elas ficarão
fora por horas...
— Verdade, — balancei a cabeça. — Teremos a casa só para nós.
— Mhm... então provavelmente não há mal nenhum em... sair. Apenas
assistir um pouco de TV ou algo assim. — Eu já podia ver as engrenagens
girando em sua mente, o que enviou um arrepio de excitação por mim.
— Totalmente. É apenas TV, — confirmei, minha voz já rouca de
antecipação.
— Exatamente, — ele sorriu.
— Soa perfeito. — Meus olhos brilharam.

Assisti ansiosamente da janela da frente enquanto o carro de Jessica saía


da garagem, ela e Hailey dirigindo pela rua e para longe de casa.
Elas estavam indo às compras nos outlets para alguma liquidação de fim
de semana da Black Friday. De acordo com Hailey, era uma tradição e às
vezes ficavam fora até a meia-noite.
Eram apenas cinco da tarde.
Muito tempo para explorar...
Ouvi Ben farfalhando na cozinha. Eu não tinha certeza do que ele estava
fazendo, mas desde o nosso momento bizarro e sexualmente carregado na
garagem, estávamos tentando ao máximo evitar um ao outro a todo custo.
O almoço foi estranho. Todos nós nos sentamos juntos, conversando
sobre trivialidades mundanas enquanto comíamos sanduíches. Ben e eu
não conversamos de verdade, mas toda vez que o sentia me observando,
erguia os olhos para ver o fim de um olhar azul incrivelmente intenso.
Fiquei tão nervoso que comecei a sentir náuseas, enquanto
simultaneamente enchia todo o meu corpo com arrepios de excitação e
impaciência.
Eu estava contando os minutos até as meninas irem embora, embora não
tivesse certeza do porquê. Não era como se eu soubesse o que faria com Ben
quando estivéssemos sozinhos...
Ele era tão intimidante. Acho que foi isso que mais me cativou e o tornou
irresistível. Ele era forte, quieto e meio assustador. Ainda me surpreendeu o
quão gentilmente ele tocou e beijou... e deu uma chupada.
Peguei-me me perguntando o que aconteceria se fôssemos mais longe do
que a terceira base... Se nós realmente... fodêssemos. Eu não conseguia parar
de pensar nisso, durante toda a duração do nosso almoço estranho, e mais
ou menos uma hora antes e depois. Eu estava tão curioso sobre o que Ben
gostaria de fazer... Sobre o que ele gostaria.
Obviamente ambos nunca tinham estado com outro cara antes... E antes
da outra noite, tais curiosidades nunca haviam passado pela minha cabeça.
Mas para Ben, claramente meus limites e inibições foram pela janela.
Eu o deixaria me foder? Ele me deixaria transar com ele?
Claro, tenho fantasiado sobre isso desde a noite que passei babando em
sua bunda perfeita enquanto ele fodia sua esposa. Eu queria saber como era
foder alguém como ele. Alguém tão masculino e no controle. Era como um
barato. Eu estava diabólico por isso.
São sei o que faríamos agora que tínhamos a casa inteira para nós por
horas, mas as possibilidades eram infinitas. E extremamente preocupante.
Afinal, esta era a casa da minha namorada. A casa onde ela cresceu. Eu era
apenas um convidado aqui. Eu estava aqui há menos de três dias inteiros e
já estava brincando com o pai dela. Que tipo de pessoa sou eu?!
Eu precisava fugir. Precisava pensar por um minuto.
Eu não tinha ideia de onde Ben estava, mas sabia que ele viria me
procurar em algum momento, agora que as meninas se foram.
E então nós íamos nos ligar.
Eu ainda estava tão animado que estava nervoso. Ou estava tão nervoso
que estava animado. Um ou outro.
Esgueirei-me escada acima, lentamente, fazendo meu caminho até o
quarto de Hailey para tomar um pouco de ar. Mas assim que entrei, me
senti ainda mais sufocado, então saí e caminhei pelo corredor, espiando o
quarto de Ben. Não, não está lá também. Jesus, esta casa inteira está fora dos
limites. Isso só mostra o quão errado isso é...
Engoli em seco, fazendo meu caminho todo o caminho até a outra
extremidade do corredor até o quarto de hóspedes. Minhas mãos tremiam
um pouco quando entrei, respirando fundo.
Ah, assim está melhor. Aqui posso respirar. É um território neutro.
Antes que eu pudesse ficar muito confortável, ouvi os passos de Ben
vindo pelo corredor e engoli em seco. Meu estômago estava na minha
garganta.
Ele apareceu na porta parecendo confuso. Provavelmente da mesma
maneira que eu estava olhando.
— O que está fazendo aqui? — Ele perguntou, olhando ao redor do
quarto.
Dei de ombros, incapaz de falar palavras reais.
Ele caminhou até mim lentamente e inclinou a cabeça para o lado, me
olhando com um olhar de contemplação silenciosa. Eu não tinha certeza do
que ele estava pensando, mas, novamente, não tinha certeza do que estava
pensando também. Meu cérebro estava completamente turvo.
Ele é gostoso... então acho que é isso. E ele beija bem, melhor do que a maioria das
garotas que beijei antes. E ele definitivamente dá melhores boquetes do que a
maioria das garotas. Mas talvez fosse só porque era novo e diferente... Quem sabe...
mas você precisa parar de pensar.
Dei outra respiração profunda e desliguei meu cérebro completamente.
Silenciei todos os meus pensamentos altos, ansiosos e incômodos de culpa e
incerteza, prendendo-os em minha mente para outra hora. E me concentrei
em quem estava diante de mim. Desconsiderei o fato de que ele não era
tudo o que eu pensava que queria antes de dois dias atrás e rasguei todos
os rótulos que minha mente queria criar. E apenas olhei para ele.
Ele era lindo, não havia como negar. Ele era alto, forte e intenso. Ele tinha
um rosto bonito e traços delicados que contrastavam fortemente com o
quão incrivelmente bonito ele era. Ele tinha um corpo grande, firme em
todos os lugares, mãos fortes e lábios macios. Ficar com ele ontem à noite
foi divertido e eu queria mais diversão.
Então era isso. Ao decidir ser bom ou mau, escolhi o mau. E não olhei
para trás.
Enquanto eu observava Ben, Ben também me observava, embora ainda
parecesse nervoso, como se ainda não tivesse feito sua escolha totalmente.
Então decidi ajudá-lo.
Estendi a mão lentamente, puxando seu rosto para o meu e o beijei,
suave, mas impaciente e pronto. Eu sabia que não precisava ter pressa, mas
por algum motivo me sentia como um adicto que estava se retirando. Era
como se eu estivesse do lado de fora, olhando para dentro. Assistindo aos
eventos se desenrolarem como um filme. E eu queria desesperadamente ver
o que aconteceria a seguir.
Nós nos beijamos lentamente um pouco, a luxúria movendo-se por
nossos corpos como eletricidade. Passamos alguns minutos nos
acostumando um com o outro, encontrando um ritmo juntos. Ainda era tão
novo e estranho beijar um cara. Eu podia sentir sua barba por fazer
esfregando na minha, e estava realmente me excitando muito. Saboreei a
leve queimação enquanto nossas línguas giravam, enquanto sugávamos,
lambíamos e mordíamos até nossos lábios incharem.
Agarrei a bainha da camiseta de Ben e deslizei por seu torso, removendo-
a e jogando-a em algum lugar. Então ele fez o mesmo com a minha. Nossas
mãos estavam por toda parte, vagando, tocando, explorando. Corri meus
dedos para cima e para baixo em suas costas fortes e ombros largos,
revelando como nossos corpos eram semelhantes. Era tão inesperado
namorar alguém como eu. E foi surpreendentemente forte.
Além disso, ele tinha a pele mais macia. Quando seus lábios desceram
para o meu pescoço, minhas mãos deslizaram por seu peito e estômago,
sentindo o quão forte e duro seu corpo era até que cheguei à cintura de sua
calça jeans. Eu desabotoei e abri o zíper, empurrando-a para baixo
rapidamente.
Ele se afastou para olhar para mim, piscando lentamente, completamente
sério. Eu não poderia dizer o que ele estava pensando, mas pelo olhar em
seus olhos, eu poderia dizer que ele estava excitado por eu estar no
comando. Ben estava acostumado a controlar, e eu tinha certeza de que o
mesmo poderia ser dito sobre sua vida sexual. Talvez ele quisesse que eu o
assumisse... Para apenas fazer do meu jeito com ele. O pensamento disso
deixou minha ereção desesperada para escapar das minhas calças.
Lendo minha mente, ele desabotoou e abriu o zíper da minha calça,
empurrando-a para baixo, deixando nós dois em nossas cuecas boxer. Nós
usávamos exatamente as mesmas, Calvin Klein, que me recusei a comentar
no momento, embora tenha sido incrível. E nós dois tínhamos ereções
visíveis.
Ben se empurrou contra mim, beijando-me de novo, lento e profundo,
enquanto ele esmagava cada centímetro de sua dureza na minha. Recuei e
puxei-o para a cama de hóspedes, onde ele subiu em cima de mim,
rosnando e ofegando enquanto nos beijávamos com tanta força e fúria que
pensei que nós dois íamos explodir em chamas.
Isso foi muito mais intenso do que na noite anterior. Desta vez estávamos
em uma cama, ficando nus juntos. Isso pode significar apenas uma coisa...
Não perdi tempo, deslizei sua boxer para baixo, permitindo que sua
ereção caísse no meu estômago. Ele a chutou pelo resto do caminho, depois
puxou a minha para baixo, tirando-a das minhas pernas, jogando-a para o
outro lado do quarto.
Ben olhou para mim por um momento, seus olhos encobertos por um
desejo frenético. Lambi meus lábios, meu coração martelando dentro das
minhas costelas com antecipação pelo que viria a seguir. Eu me sentia
desesperado por ele, o que não era algo que eu jamais poderia me lembrar
de ter sentido antes. Ele se moveu e me beijou novamente, capturando
meus lábios com os dele, esfregando seu pau longo e duro contra o meu.
Era quase divertido como nossos paus pareciam semelhantes. Eles eram
basicamente do mesmo tamanho, circunferência e tudo. Agarrei os dois no
meu braço de uma vez e os puxei juntos.
— Porra... Ryan, isso é bom, — ele grunhiu, movendo seus beijos pelo
meu pescoço novamente, desta vez no meu peito, lambendo e chupando
todo o meu peitoral e meus mamilos. Parecia divino. Não admira que ele
tenha ficado tão duro com isso ontem à noite...
Ele tomou seu tempo beijando e beliscando uma trilha pelo meu corpo, e
tornou-se aparente que ele estava descobrindo o que gostava. O que ele
gostava de mim. Isso é sobre exploração, suponho. Ele quer experimentar coisas.
Mmm... Isso parece divertido.
Ben fechou o punho em volta do meu pau com sua mão áspera. A mão de
um homem. E ele observou de perto quando começou a me empurrar, lento
e constante, de minhas bolas por todo o caminho. Ele olhou para mim,
mantendo os olhos nos meus enquanto deslizava a cabeça do meu pau em
sua boca e começava a sugar.
Foi como a noite anterior, só que muito melhor. Ele estava nu, em cima
de mim, e eu estava nu embaixo dele, e ele estava me chupando tão bem...
eu mal conseguia me controlar.
— Porra, Ben! — Engasguei-me alto, meu pau latejando em sua boca. —
Você provavelmente deveria ficar meio quieto... — ele sorriu. — Apenas no
caso.
— Desculpe... — Murmurou, respirando com dificuldade e instável.
Ele trabalhou meu pau repetidamente em sua boca, tão quente e úmido,
girando sua língua ao redor da coroa, em seguida, passou-o entre os lábios
como um pirulito. Meus olhos rolaram para trás na minha cabeça e gemi,
meus quadris empurrando para frente com seus movimentos.
Ele puxou sua boca de cima de mim e continuou acariciando com a mão
enquanto movia sua boca até minhas bolas, alternando entre lambê-las e
beijá-las. Foi uma sensação fantástica. O único problema era que eu
definitivamente poderia gozar logo, e ainda não queria. Era tudo tão
emocionante. Isso me lembrou da época em que perdi minha virgindade, e
eu não podia deixar isso acontecer. Eu precisava fazer isso valer a pena.
— Ben, — engoli seu nome, observando sua cabeça balançar na minha
frente.
— Mhm... — ele grunhiu comigo em sua boca.
— Não me faça gozar... — Ofeguei, meu rosto e pescoço aquecendo como
um forno.
Seus olhos encontraram os meus e brilharam. Ele realmente gostou do
fato de estar me fazendo sentir tão bem, isso estava claro.
Ele deixou meu pau saltar de sua boca, em seguida, deslizou de volta
para mim na cama, deitando-se de lado. Ele colocou a mão suavemente na
minha cintura e me puxou contra ele, beijando meus lábios tão suavemente
que eu estava derretendo.
Ben sacudiu seu quadril, arrastando sua ereção contra a minha, então
sussurrou: — Toque-me.
Meu pau pulsou com suas palavras, um fogo se espalhando lentamente
por todo o meu interior.
Rolei em cima dele, prendendo-o no colchão, moendo nossos paus juntos,
criando um atrito que era tão bom que não consegui impedir os ruídos de
me escaparem. Segurei sua mandíbula, beijando-o com mais força,
procurando sua língua até que ele começou a se contorcer.
Minhas mãos viajaram vagarosamente pelo seu peito, através de seus
peitorais firmes e mamilos endurecidos, o que o fez cantarolar. É um bom
som.
Mais para baixo elas foram, tocando seu abdômen, traçando todos os
músculos definidos, antes de afundar mais, minhas pontas dos dedos
roçando suas bolas, fazendo-o estremecer.
— Quer minha boca... aqui? — Perguntei em um sussurro em seus lábios
e ele soltou um suspiro de sim que fez meu pau contrair contra o dele.
Então, minha próxima missão era trabalhar seu corpo do jeito que ele
tinha feito com o meu, lambendo, beijando e beliscando em todos os
lugares enquanto ele gemia baixinho. Cheguei em seu grande pau delicioso
e chupei seu comprimento entre meus lábios, deixando-o foder minha boca
até que a ponta roçasse o fundo da minha garganta. Seus dedos estavam no
meu cabelo, segurando minha cabeça no lugar para ele. Era tão sujo e tão
fodidamente quente que não pude nem me incomodar em não esfregar
meu pau em sua perna.
Ben começou a mexer suas pernas e minha curiosidade levou o melhor
de mim. Deixei seu pau molhado e mudei para suas bolas, lambendo-as até
que ele espalhou mais as pernas, abrindo espaço suficiente para eu fazer o
que estava começando a pensar que ele queria a seguir.
Agarrei sua bunda com minhas mãos e estremeci, ofegando em
respirações rápidas, revelando o quão ruim eu estava desejando. Meu
polegar sutilmente roçou sua rachadura e o ouvi choramingar. Ele está me
destruindo agora... Jesus.
Ben estava se contorcendo, levantando seus quadris para minha boca,
claramente querendo muito de uma vez. Foi uma das coisas mais quentes
que já experimentei.
— Eu deveria... uhh... devo pegar... alguma coisa...? — Ele divagou,
puxando meu cabelo enquanto eu provocava a cabeça de seu pau com
minha língua um pouco mais, deixando meus dedos vagarem novamente.
Eu não tinha certeza do que ele queria dizer, ou se ele mesmo se
conhecia. Ele quer lubrificar? Ou camisinha? O que ele quer? Vou dar a ele
literalmente tudo o que ele quiser agora...
— Mmm... não pare, — ele rosnou, mudando de ideia. Ok, então sem
preservativo... Ou lubrificante...
— Vou molhar, — respirei, minha voz tão áspera que mal pude me
reconhecer. Acho que estou corando.
Mas, para minha surpresa, ele acenou com a cabeça rapidamente e disse:
— Deixe molhado. Molhe e me toque lá... quero ver como é.
Juro por Deus que estou prestes a gozar nesta cama.
Com as mãos trêmulas, agarrei a bunda de Ben com força, abrindo-o e
sem perder tempo deslizando minha língua sobre seu buraco apertado. Ele
se engasgou alto, e eu podia senti-lo apertar, mas comecei a acariciar seu
pau com a minha mão novamente e ele pareceu sucumbir ao sentimento,
permitindo que eu o comesse do jeito que eu estava acostumado a comer
buceta.
Pare. Este. Trem. Pensei.
Essa foi, de longe, a coisa mais perversa e suja que já fiz. O fato de que eu
não deveria estar fazendo isso nunca passou pela minha cabeça e, por
algum motivo, apenas serviu para me excitar mais. Lambi-o repetidamente,
sondando-o com a ponta da minha língua até que meu próprio pau
estivesse tão duro que estava pronto para quebrar.
— Jesus fodido Cristo, — ele se engasgou. — Porra, sua língua está
gostosa...
Usei suas palavras como motivação para minhas atividades tortuosas,
beijando e lambendo sua bunda entre chupar meu dedo, traçando sua
borda através da nova lubrificação. Decidi ir em frente, já que ele já tinha
me falado antes, e enfiei o dedo no buraco dele, lutando contra a
resistência.
Ele cantarolou, então gemeu, mordendo o lábio enquanto olhava para
mim.
— Você gosta disso? — Perguntei, não esperando que ele me respondesse
antes de empurrar ainda mais.
— Porra! — Ele se engasgou, sua cabeça caindo para trás na cama. — Oh
Deus... — Eu acho que é um sim.
Toquei nele devagar, mas dedicado, tentando encontrar aquele local
infame que todos estão sempre delirando. Eu sabia que estava lá... Talvez eu
devesse usar outro.
Ben estava esfregando contra minha mão, e quando tirei meu dedo de
volta, ele fez um barulho sexy pra caralho que me deixou ainda mais forte.
Deslizei dois dedos dentro dele e devo ter batido em algo porque todo o
seu corpo tremeu.
— Ryan, — ele grunhiu, com o peito arfando. — Porra, sim...
— Isso é bom? — Agarrei seu pau enquanto minha outra mão estava bem
fundo em sua bunda, empurrando e puxando. Sua bunda parecia ainda
mais incrível agora do que na outra noite.
Deus, eu quero substituir meus dedos pelo meu pau agora. Isso é ruim?
Não posso ir por esse caminho agora... Sem pensar.
— Tão bom pra caralho... — ele murmurou, lambendo os lábios. —
Mais...
Fiz uma pausa e pisquei com força, sentando-me para olhar para ele. Eu
meio que esperava que ele surtasse com essas coisas, mas aparentemente
ele estava completamente no jogo. Honestamente, pensei que ele iria querer
me foder, o que eu teria ficado bem também. Talvez... dependendo do que
ele fez primeiro.
Mas, em vez disso, ele relaxou ali na cama, seu peito largo se movendo
com sua respiração rápida, pernas abertas, joelhos dobrados, e sua dura
monstruosidade de um pênis latejando em seu estômago. Puxei minha mão
e avancei para ele, mais perto, até que eu pudesse deslizar minha ereção
entre suas nádegas molhadas.
Porra... isso é o que eu estava fantasiando na outra noite... E agora está
acontecendo. Oh Ben Lockwood... Eu vou fazer nós dois gozarmos tão bem, eu
prometo.
— Quer isso? — Perguntei através de um rosnado rouco, deslizando a
cabeça do meu pau sobre seu buraco.
Ele gemeu baixinho, suas bochechas corando quando ele agarrou seu
pau, sacudindo-se lentamente. — Sim.
Lambi minha palma e acariciei meu pau com ela, momentaneamente me
sentindo como se estivesse em um filme pornô. Erai uma loucura total. E
tão gostoso que eu estava queimando vivo.
— Quer que eu te foda, Sr. Lockwood? — Perguntei de novo, sondando-o
com a cabeça do meu pau, implorando com meus olhos.
— Coloque seu pau dentro de mim, — sua voz profunda e sexy
retumbou para mim. — Lentamente... no início...
O que quiser, Ben. Qualquer coisa para você.
Peguei meu pau em minha mão e pressionei a ponta nele, empurrando
suavemente, movendo minha cabeça na umidade. Era tão apertado que seu
corpo lutou contra mim, embora Ben claramente quisesse. Ele estava
ofegante e choramingando alguns dos ruídos mais quentes que eu já tinha
ouvido.
Engoli em seco, meus olhos se movendo para frente e para trás entre o
olhar francamente letal em seu rosto e a entrada para ele.
— Relaxe para mim, — dei a ele um comando gentil, empurrando mais
forte, forçando minha cabeça dura. Ele expirou lentamente e acenou com a
cabeça, visivelmente relaxando um pouco. Usei minha mão esquerda para
segurar sua coxa, massageando até o quadril enquanto continuava a
empurrar.
Finalmente, depois de algum trabalho, minha cabeça deslizou para
dentro de sua abertura e nós dois gememos alto. Foi tão bom que nenhum
de nós deu a mínima para quem estava ouvindo.
— Vou me mover mais, bebê, — grunhi, minha voz tão rouca que parecia
puro sexo.
— Sim... por favor... — ele murmurou. Deus, isso é quente pra caralho... Eu
empurrei mais e ele gemeu novamente. Era a coisa mais apertada que já
apertou meu pau em toda a minha vida.
Mais um empurrão e quebrei outro anel de músculos. Agora, cerca de
metade do meu pau estava dentro dele. Desta vez, recuei um pouco e
depois empurrei de volta, trabalhando um pouco da lubrificação. Puxei e
empurrei novamente, grunhindo enquanto avançava, removendo um
centímetro, depois empurrando outro... mais e mais fundo até que eu
estava no fundo dele e me senti tão bem, eu queria gritar.
— Foda-me, Ryan... — ele rosnou, segurando o edredom de ambos os
lados. — Foda-se minha bunda.
— Oh Jesus... você é tão bom pra caralho, Ben, — eu disse a ele, puxando
meus quadris para trás, em seguida, empurrando mais fundo, fodendo-o
lenta e profundamente e com força, certificando-me de acertar seu ponto.
Mais do que tudo, eu só queria ver seu pau gozar por eu transar com ele.
Eu estava perseguindo isso.
Agarrei seu pau duro e grosso, as veias latejando em minhas mãos, e o
empurrei enquanto o fodia. Encontrei cada estocada com um golpe de seu
grande e suculento pênis, bombeando-me em sua bunda apertada
repetidamente enquanto ele gritava meu nome.
— Foda-se Ryan... eu vou... gozar... — ele me disse, brando e cru. Eu
quero aquilo...
— Bom... goze para mim, — ordenei, levantando seus quadris e
inclinando-me o suficiente para colocar seu pau na minha boca. — Vou
engolir você enquanto estou te fodendo... porque você tem um gosto tão
bom.
Ele gritou uma série de maldições enquanto empurrava meu pau
dolorido todo dentro dele, e ele explodiu como um vulcão. Deslizei meus
lábios sobre sua cabeça a tempo de pegar sua carga quente em minha boca,
engolindo tudo, levando-me ao meu próprio orgasmo.
— Foda-se, Ben... Sr... Lockwood... Foda-se!
Meu pau explodiu dentro dele, pulsando mais e mais, esvaziando meu
clímax profundamente em sua bunda perfeita. Eu não conseguia me
mover... não conseguia falar. Não houve palavras.
Apenas o melhor sexo que eu já tive em toda a minha existência.
Nós dois estávamos respirando tão pesado, ofegando e ofegando por ar,
nossos corpos cobertos de suor brilhante.
Afastei-me de Ben rapidamente, mas gentilmente para não o machucar.
Ele cantarolou e esticou as pernas, fechando os olhos com força, enquanto
eu caía na cama ao lado dele. Meu coração estava batendo como um tambor
dentro de mim enquanto eu olhava para o teto.
Puta merda...
Ficamos deitados em silêncio por um tempo, lado a lado, apenas olhando
para o nada. Eu não tinha certeza se havia palavras a serem ditas agora,
mas se houvesse, certamente não sabia quais usar.
Apenas transei com ele. Nós apenas fodemos.
Coloquei meu pau dentro de um cara. Um cara que eu não deveria ter. E parecia
fogos de artifício.
Finalmente, rolei para o lado, verificando meu novo amigo de foda. Você
sabe, para ter certeza de que ele estava bem.
— Ben... — sussurrei seu nome, sem saber o que eu queria que sua
resposta fosse... ou o que eu diria se ele respondesse.
Ele grunhiu para se mover e rolou para o lado, de frente para mim.
— Ryan... — ele respondeu, seu rosto sério e seu tom severo.
— Não tem que ser... estranho ou algo assim, — murmurei, observando
seu rosto lindo de perto. — É apenas físico, então... você sabe... É divertido.
Certo?
Ele semicerrou os olhos para mim, permanecendo em silêncio por um
momento. Ele parecia querer fazer algum tipo de comentário presunçoso
típico de Ben. Mas então ele expirou lentamente e seus olhos se suavizaram.
— Foi divertido, — ele se contorceu mais perto de mim e, para minha
surpresa, ele me puxou contra ele e beijou meus lábios, mais suavemente
do que nunca. Eu praticamente derreti. Ok, talvez eu realmente tenha... — Mal
posso esperar para fazer de novo.
Ele sorriu nos meus lábios e foi definitivamente contagioso. Não pude
lutar contra o sorriso.

— Vamos! Enquanto a água ainda está quente! — Ben gritou comigo de


dentro do chuveiro do banheiro principal.
— Ok, ok... Jesus, você é mandão, — bufei, abrindo a porta de vidro do
box do chuveiro e entrando.
Na verdade, era muito mais do que um chuveiro. Mais como um box de
chuveiro. A coisa era enorme. Parecia que caberia pelo menos cinco pessoas.
Havia chuveiros duplos, embora Ben tenha deixado apenas um ligado,
então fui forçado a me aproximar dele. Eu conhecia seu jogo. Eu não era
idiota.
Depois que estalei a cereja de Ben, nós apenas ficamos deitados na cama
por um tempo, nos tocando e nos beijando. E porque éramos nós,
eventualmente se transformou em mais, e acabamos com sessenta e nove e
engolindo os paus um do outro como porras. Eu estava incrivelmente
quente.
Estou ficando duro de novo só de pensar nisso...
Uma vez que aquela brincadeira emocionante acabou, estávamos tão
suados e cobertos de... coisas... que Ben sugeriu tomar um banho. Ele
entrou primeiro, mas continuei ficando paranoico, precisando verificar se
as garotas ainda não tinham voltado para casa antes que eu pudesse entrar
em um banho sexy com Ben.
Eu só podia imaginar o que aconteceria se sua esposa e filha voltassem
para casa enquanto estávamos no banho juntos. Encolhi-me só de pensar
nisso.
Ben ensaboou xampu na cabeça e depois na minha, que achei muito fofo.
Embora ele fizesse isso como um cara total, sendo todo sério e dominador o
tempo todo. Ainda era estranho para mim que ele parecesse ser assim em
todos os aspectos de sua vida, exceto quando eu estava profundamente
envolvido em seu doce.
— Ryan... — Ben grunhiu, enxaguando o cabelo e me olhando.
— O quê? — Perguntei, procurando pelo que ele estava prestes a me
repreender.
— Está ficando duro de novo, — ele murmurou, totalmente sério,
olhando para o meu pau, que estava inflando, cutucando-o no quadril.
— Mmm... eu estou, — sorri, agarrando sua mão e movendo-a ao redor
do meu pau.
— Oh, eu vejo. Então, toda vez que eu estiver nu perto de você, vai
querer me foder? — Ele murmurou, parecendo que queria falar sério,
embora o início de uma covinha estivesse aparecendo.
Eu ri suavemente. — Bem, por que estaria nu perto de mim se eu não
fosse te foder?
— Hum agora, por exemplo, — ele ergueu as sobrancelhas, — estamos
tomando banho.
— Hmm, ok, — rolei meus olhos para ele, — se estamos apenas tomando
banho, por que não ligou o outro chuveiro?
Ele franziu os lábios, o que o fez parecer devastadoramente sexy. — É um
desperdício de água.
— Oh, está certo? — Eu ri e ele riu de volta.
— Tudo bem... tudo bem, — ele agarrou minha cintura, me puxando
para mais perto. — Talvez eu quisesse tirar o máximo proveito desse tempo
sozinho...
— Mmm... sim? — Sorri, beijando seu lábio inferior perfeitamente
beicinho.
— Sim, — ele engasgou e me beijou de volta, deslizando sua doce e
quente língua em minha boca, me fazendo cantarolar de desejo.
Eu não podia acreditar que era possível ter essas várias ereções em tão
pouco tempo. Mas eu já estava sólido como uma rocha novamente, e o
delicioso pau de Ben parecia aço.
Girei-o usando o sabonete para lavar suas costas musculosas e sexy,
aproveitando a oportunidade para realmente cobiçar sua bunda. Era tão
boa pra caralho. Agarrei as nádegas, massageando, acariciando e
apertando, empurrando minha ereção entre elas e deslizando para cima e
para baixo sobre seu traseiro.
Beijei seu pescoço e ombros todo, pressionando-o contra a parede do
chuveiro enquanto me ajoelhei e adorei sua bunda um pouco, beijando,
lambendo e beliscando tudo sobre ela.
— Você tem... a melhor bunda... que já vi ou toquei, porra, — rosnei para
ele por trás, acariciando meu pau com minha mão direita, agarrando sua
bunda com a esquerda. — Ou fodi.
Ele gemeu, sua voz profunda ecoando nas paredes do banheiro.
— Ainda está dolorido ou pode pegar esse pau de novo? — Perguntei a
ele, correndo meus dedos sobre ele e sentindo-o enrugar.
— Posso lidar com isso, — ele rugiu, estalando sua bunda para mim.
Sorri perversamente.
— Bom. Curve-se, por favor, —ordenei, de uma maneira agradável, e ele
fez o que pedi sem questionar, dobrando sua bunda doce, perfeitamente
rechonchuda e firme bem na minha frente. Rosnei de novo olhando para
ele, tocando-o, dando um pequeno tapa.
— Oh, foda-se... — ele choramingou, soando como se estivesse levando
tudo nele para me deixar controlá-lo assim, o que me fez sorrir.
— Mmmm... foda-se, — sussurrei, em seguida, espalhei-o amplamente e
guiei meu pau latejante para ele.
Foi muito mais fácil dessa vez, porque ele estava mais relaxado, e já
lubrificado do banho, mas ainda estava tão apertado, apertando meu pau
como um torno. Comecei devagar, mas só de vê-lo curvado na minha frente
foi a minha primeira fantasia dele se tornando realidade. Suas mãos
agarraram a parede enquanto bati meu pau nele, puxando quase todo o
caminho para fora, em seguida, empurrando de volta bem e
profundamente.
— Jesus, Ben... sua bunda apertada é tão boa acariciando meu pau, —
ofeguei para ele, segurando seus quadris e perfurando-o com força e
rápido.
— Dê para mim, Ryan... Eu quero esse pau grande.
— Você gosta disso, não é? — Sibilei, fazendo-o meu, empurrando-o
contra a parede, tomando nota de seus braços fortes e cheios de veias
segurando nosso peso.
— Sim... Oh Deus, sim... Eu já estou acostumado com isso, — ele falou
lentamente, grunhindo com minhas estocadas. — É uma sensação tão boa...
Certo... aí...
— Foda-se... eu gostaria de sempre poder te foder, — murmurei, sem
realmente saber o que estava dizendo, perdendo-me no meu ritmo. Eu
voltarei em breve... de novo.
— Você pode, — ele choramingou, em seguida, gemeu em voz alta,
movendo uma das mãos entre as pernas, agarrando seu pau grosso. —
Porra, Ryan, estou tão perto... Mais forte.
Eu estava fodendo ele tão forte e rápido, minhas bolas estavam batendo
contra sua pele, sua bunda perfeita ficando rosa diante dos meus olhos.
— Oh Deus, Ben... você é fodidamente perfeito... não quero te deixar, —
grunhi, sentindo meu orgasmo chegando. Eu estava bem no limite.
— Você pode me ter quando quiser... Tudo o que precisa fazer é pedir, —
ele se engasgou, empurrando seus quadris contra os meus. — Oh Deus... eu
estou... gozando!
— Goze para mim, bebê, — envolvi meu braço em volta de sua cintura,
segurando-o contra mim enquanto beijava e mordia seu pescoço,
observando-o ter o orgasmo por cima do ombro.
— Goze dentro de mim, — ele implorou. Oh... Ben... Foda-se.
Gemi alto, liberando meu clímax, segurando seus quadris com força
enquanto eu derramava tão profundamente dentro dele, tentando como o
inferno torná-lo meu.
A percepção de que ele não era veio rápido, jogando água gelada em
toda a minha alta pós-orgasmo.
Não, Ben Lockwood definitivamente não era meu. Ele era de Jessica.
Jessica Lockwood. A esposa dele. Mãe da minha namorada.
Hailey.
Oh meu Deus, me fode. O que estou fazendo?? Não posso fazer isso!
Afastei-me dele rapidamente e me inclinei contra a parede do chuveiro,
lutando para recuperar o fôlego, embora fosse difícil. Eu estava tendo
algum tipo de ataque de pânico.
Eu acho que gosto dele...
Isto é mau. Eu tenho que parar. Nós temos que parar.
Olhei para Ben e ele estava me olhando com uma aparência semelhante
ao que eu estava sentindo. Como se ele estivesse se arrependendo do que
tínhamos acabado de dizer um ao outro.
Ele limpou a garganta e voltou para a água, deixando-a lavar sobre sua
pele lisa e dourada. Eu estava apenas parado ali, parecendo meio sem
esperança, me perguntando como eu tinha ido de feliz - fortuito, até - para
completamente perdido em segundos.
Ben terminou de se lavar em ainda menos tempo, pressionando um beijo
casto na minha mandíbula antes de sair do chuveiro como se estivesse
prestes a explodir. Pisquei algumas vezes, de pé sob o chuveiro em cascata.
Eu queria voltar no tempo, apenas alguns minutos... Talvez uma hora. Eu
só queria voltar e congelar. Eu queria ficar naquela cama com ele e esquecer
tudo e todos os outros.
Mas isso não iria acontecer. Eu não tinha uma máquina do tempo e sabia
que Ben também não. Não havia como isso ir além desse fim de semana
estranho, fodido e de mudança de vida. Hailey e eu partiríamos amanhã e
dirigiríamos de volta para a escola, longe de Ben e das memórias de toda
essa... loucura.
Eu não sabia se estava aliviado ou doente.
Saí do chuveiro devagar e é claro que Ben já tinha ido embora. Eu fazia
ideia de onde ele estava, mas não sabia. Eu o empurrei para fora da minha
mente tanto quanto possível e peguei uma toalha, sequei e peguei minhas
roupas, levando-as de volta para o quarto de Hailey.
Sentei-me na beira da cama e minha cabeça caiu em minhas mãos. Bem,
merda.
Capítulo 7
Ben

O sol estava se pondo. Na verdade, parecia muito bonito. Se eu pudesse


parar por um segundo e olhar para ele, tenho certeza de que teria sido
muito relaxante.
Infelizmente, parar não era uma opção. Sempre.
Parar levava a pensar. E o pensamento levava ao próprio colapso mental.
Então, eu só teria que me certificar de que continuaria me movendo e
ocupado o tempo todo pelo resto da minha vida. Nada demais.
Se Jess pensava que eu tinha TDAH antes, ela vai ter uma surpresa...
Caminhei pelo quintal, resmungando para mim mesmo sobre o quão
rápido nós estávamos crescendo, enquanto fazia meu caminho para o
galpão. Abri a porta lentamente e acendi a luz, respirando fundo enquanto
olhava ao redor.
O que havia nessas cavernas humanas que me relaxava tanto quanto,
digamos, em todos os outros lugares do mundo? Era porque eram meus
próprios espaços pessoais? Eram um pouco isolados, suponho. E eram
todos meus.
Claro, eu recebia pessoas o tempo todo e as convidava para ficar no
porão ou no galpão, jogando, assistindo TV e bebendo muito. Mas ainda
assim, pertenciam a mim. Eles eram meus porque eu os fiz. Muitas outras
coisas na minha vida foram decididas por mim. Ou decidido por mim, mas
não para mim. Decidi coisas que beneficiariam minha família e nossa
situação financeira. E, no entanto, quase nunca fiz nada por mim.
Até hoje.
Fechei meus olhos com força novamente. Eu realmente tinha que parar
de pensar sobre o que havia acontecido com Ryan. E como aconteceu, onde
aconteceu, quantas vezes aconteceu... Como foi bom quando aconteceu.
Eu tinha pensado seriamente que a noite passada poderia ter sido um
acaso. Como um erro ou algo assim. Cruzamos os fios por um segundo,
mas tudo bem. As pessoas tinham o direito de cometer erros e fazer coisas
malucas às vezes. Somos todos humanos.
Mas então essa ideia saiu pela janela quando eu o estava beijando na
garagem e meu pau estava tão duro que pensei que fosse explodir do meu
corpo. Era tão bom e tão errado.
Eu soube naquele momento que as coisas iriam acontecer quando as
meninas saíssem para fazer compras. Tentei lutar contra isso em minha
mente, no entanto. Durante todo o resto do dia, eu estava me proibindo
ativamente de pensar nele de qualquer forma, o que, em retrospecto,
provavelmente apenas tornava os desejos ainda mais poderosos.
Quem estamos enganando? Coisas proibidas são sempre as melhores.
Como ser fodido na bunda, por exemplo. Quer dizer, sério, Deus. Se quer que as
pessoas não façam algo, talvez não faça isso ser tão bom.
Engoli em seco sobre minha garganta que secava rapidamente. Eu quase
ainda não conseguia acreditar que fiz isso...
Eu nunca tinha feito nada de bunda antes. Não era um daqueles caras
que sempre pedia à esposa para enfiar o dedo ali enquanto o chupava. Mas
se eu soubesse o quão bom era, talvez eu tivesse pedido. Honestamente, o
pensamento nunca passou pela minha cabeça.
Até eu ficar nu em uma cama com o namorado da minha filha entre as
minhas pernas... Jesus, era tão quente. Tão sujo, travesso e mau. Tão muito
ruim... E o melhor orgasmo da minha vida.
Eu tinha admitido abertamente para mim mesmo que Ryan era bonito.
Eu sabia e não tinha medo disso. Ele é sensual. Certo, tudo bem. Excelente.
Havia toneladas de caras gostosos lá fora.
Se fosse realmente sobre experimentar com um cara, então por que eu
não poderia simplesmente fazer isso?
Jess e eu estávamos casados há dezenove anos. Se eu pedisse a ela para
ter um ménage à trois comigo e um cara gostoso, ela provavelmente nem
piscaria. Jess era legal assim. Ela tinha a mente aberta, era divertida e
pervertida quando queria.
Então, por que tinha que ser Ryan? Por que, de todas as pessoas neste
planeta grande e gigante, eu tive que fazer sexo com o namorado da minha
filha? Sério... Eu sou psicótico ou algo assim??
Bufei forte e gaguejei até minhas ferramentas de jardinagem, procurando
a tesoura de poda. Eu precisava me distrair do fato de que as meninas
ainda estavam fora, e a única outra pessoa na casa era aquela de quem eu
precisava ficar longe. Então eu ia foder um pouco com as roseiras.
Se eu pudesse localizar essas malditas tesouras...
Ouvi um movimento atrás de mim e olhei por cima do ombro
rapidamente. Eu vi Ryan se aproximando de mim hesitantemente. Ele
parecia preocupado e nervoso, seus olhos arregalados e sua forte
mandíbula cerrada.
Levantei-me lentamente, ignorando o baque estranho no meu peito. Eu
precisava não ser afetado por ele do jeito que fui. Precisávamos desligar
tudo isso e rápido. Minha esposa e filha poderiam estar em casa a qualquer
minuto, e embora eu já tivesse me assegurado de que cada pedaço de
evidência do nosso caso sórdido fosse devidamente eliminado dentro de
casa, não poderia haver nem um grama de tensão sexual entre nós quando
voltassem.
— Ei... — ele falou primeiro, mudando seu peso para frente e para trás
enquanto olhava para mim do outro lado da sala.
— Ei, — grunhi em um tom brusco, piscando algumas vezes. — Elas
estão...
— Já está em casa? — Ele terminou minha pergunta. — Não. Hailey
acabou de mandar uma mensagem dizendo que estão saindo das lojas
agora...
Balancei a cabeça lentamente, olhando para as ferramentas de jardinagem
aos meus pés. As lojas ficavam a cerca de quarenta e cinco minutos de carro
de casa, então tínhamos algum tempo para resolver nossa merda antes que
voltassem.
— Vou perguntar a Hailey se podemos dirigir de volta esta noite, —
murmurou Ryan, seu rosto totalmente sério.
Meus olhos voltaram para os dele e minha testa franziu. — Mesmo? Por
quê? — Ele me deu um olhar óbvio. — Quer dizer, é tão tarde...
Eu estava tão confuso com o que estava sentindo, estava quase me
deixando doente. Eu não tinha certeza de como era possível me sentir
aliviado e chateado ao mesmo tempo.
— Sim, eu sei, é só... — ele fez uma pausa e suspirou, encolhendo os
ombros quando seus olhos caíram para o chão. — Não acho que deveria
estar mais aqui.
— Ryan... — resmunguei, passando a mão pelo cabelo. — Não,
provavelmente não deveria, mas não quero que dirija a noite toda só para
ficar longe de mim. Você pode sair pela manhã...
Seus olhos dispararam de volta para os meus, e ele pareceu
momentaneamente arrasado, o que me confundiu ainda mais. Eu não
queria machucá-lo, mas tínhamos que pensar racionalmente aqui.
Eu era casado. E não era como algum tipo de casamento sem amor ou
algo assim. Eu ainda estava muito apaixonado por minha esposa. Eu queria
ficar com ela pelo resto da minha vida e sabia que isso não mudaria. Se não
tivesse mudado em nove anos da adolescência, não mudaria, mesmo
depois disso.
Essa coisa com Ryan era emocionante e diferente. Eu estava procurando
por algo para sacudir minha vida chata, e com certeza encontrei. Mas não
significava que eu não amava Jess. Os dois quase não tinham nada a ver um
com o outro.
Exceto que sim, porque Jess ficaria arrasada se descobrisse que eu a traí...
E Hailey ficaria arrasada se descobrisse que era com Ryan.
Caramba... o que diabos eu fiz?? Como tudo ficou tão complicado em um dia de
merda?!
— Então... quer que eu vá embora? — Ryan perguntou, sua voz quase
inexistente.
— Ryan, não é sobre o que eu quero, — zombei, balançando minha
cabeça. — Você tem que sair. Você vai voltar para a escola. Com Hailey. É aí
que pertence. Hoje foi divertido... Foi... fodidamente fantástico, mas foi um
erro. — Fiz uma pausa para organizar meus pensamentos. — Eu amo
minha esposa... E você ama Hailey.
— Hailey e eu ainda somos jovens...— ele balançou a cabeça, olhando
para baixo novamente. — Nós temos nossas vidas inteiras para sermos
sérios.
— Então está dizendo que está apenas enrolando ela? — Meus olhos
endureceram para ele. — Ela é minha filha, Ryan. Eu disse a você o que
aconteceria se a machucasse...
— Eu? — Ele soltou uma risada condescendente. — E você? Tenho
certeza de que dormir com o namorado dela constitui dor.
Minha mandíbula cerrou, assim como meus punhos ao meu lado quando
meu sangue começou a ferver. Dei um passo mais perto.
— Não se atreva a falar assim comigo, porra, — rosnei, olhando
fixamente para ele. — É preciso dois para foder, garoto. Sim, aceito minha
parte nisso, mas não te forcei a nada. Pode tentar me pintar como o diabo,
mas suas mãos estão tão sujas quanto as minhas.
Seu peito arfava um pouco, as narinas dilatadas de raiva óbvia. Isso me
lembrou da garagem antes... E como era quente lutar com ele. Todo aquele
testosterona furioso... Estava nos impedindo de pensar racionalmente.
Tive que parar. Eu ainda estava chateado, mas precisava me concentrar.
Ryan parecia estar chegando a mesma conclusão, porque o vi engolir em
seco, e seus olhos mais uma vez se desviaram dos meus.
— Então é isso? — Ele perguntou, parecendo desanimado. — Nós apenas
fingimos que nunca aconteceu?
— Você tem uma ideia melhor? — Suspirei. Minhas têmporas latejavam.
Senti uma enxaqueca se aproximando.
Ryan encolheu os ombros e começou a caminhar em minha direção.
Minha pulsação acelerou instantaneamente. Quando ele se aproximou de
mim, recuei, mas ele continuou vindo.
— Ryan... — implorei com meus olhos, implorando para ele ficar para
trás. Obviamente, não pude evitar no que dizia respeito a ele e precisava
que ele se afastasse antes que algo de ruim acontecesse de novo.
— Só quero dizer adeus... — ele murmurou, a apenas alguns centímetros
do meu rosto, — não poderemos quando as meninas estiverem aqui.
Engoli em seco e balancei a cabeça. — É o melhor.
Ele acenou de volta, seu olhar caindo para os meus lábios. Ele só quer se
despedir... Tudo bem.
Ele se inclinou lentamente e o encontrei no meio, nossos lábios
pressionando juntos suavemente. Eu não pude evitar o gemido
involuntário que escapou da minha boca para a dele quando seus lábios se
separaram e ele deslizou sua língua para encontrar a minha. Estendi a mão
e agarrei sua mandíbula, beijando-o com mais força, chupando com ternura
seu lábio inferior rechonchudo.
Foi tão bom, a próxima coisa que eu soube foi que ele tinha me encostado
contra uma parede e nós estávamos nos beijando, furiosamente. Girei-o e o
empurrei contra a parede, minhas mãos correndo por todo o lugar. Ele
agarrou minha bunda e apertei meus quadris contra os dele, sentindo sua
ereção e deixando-o sentir a minha.
Minutos se passaram e ainda nenhum sinal de desaceleração. O aspecto
de despedida do beijo há muito se foi e foi substituído por uma necessidade
ardente. Ofegante e tenso, grunhindo e gemendo, beijando, chupando,
lambendo, mordendo. Era tudo tão necessário. Eu temia não ser capaz de
simplesmente varrer essa indiscrição para debaixo do tapete. Esse
sentimento era bom demais para não ter o tempo todo.
Eu estava começando a simpatizar com os viciados em drogas. Talvez eu
deva consumir heroína ou algo assim... Deve ser mais seguro do que isso.
Mais alguns minutos e Ryan estava abrindo o zíper da minha calça e
caindo de joelhos.
— Ryan... nós realmente não podemos... — Choraminguei quando ele
puxou meu pau dolorido para fora da minha calça, acariciando-o com sua
mão ligeiramente áspera.
— Shhh... está tudo bem, bebê, — ele ronronou, olhando avidamente
para minha ereção, um olhar que a fez pulsar em antecipação. — Nós temos
tempo.
— Não, eu sei, mas... Nós deveríamos ter terminado... — Tentei protestar,
mas então seus lábios envolveram a cabeça do meu pau e minhas pálpebras
caíram.
Inclinei minha cabeça para trás contra a parede enquanto sua cabeça
balançava na minha frente, chupando e chupando e chupando até que eu
estava sem fôlego e tonto.
— Porra... por que está fazendo isso comigo? — Murmurei, meus lábios
tremendo pelo prazer intenso. Sua boca era tão quente e seus lábios tão
macios. Parecia que cada molécula do meu corpo estava vibrando em
choque elétrico. — Como é que vou...
Ele começou a espalhar minhas bolas, empurrando-me no fundo de sua
garganta até que senti o orgasmo se aproximando, queimando da minha
virilha até o meu peito. Ele cantarolou com meu pau deslizando para
dentro e para fora, uma e outra vez até que explodi em um clímax
totalmente debilitante.
— Foda-se Ryan... bom Deus, foda-se... — Engasguei-me enquanto meu
pau pulsava em sua boca. Eu nem tinha percebido que ele estava segurando
minha mão na sua, apertando com força. Eu nunca tinha experimentado
um boquete que desse tanto prazer à festa do sopro. Ele estava tão alto
quanto eu, o que era paralisante.
Eu estava descendo por tanto tempo que mal percebi que ele havia se
levantado e estava segurando meu corpo, ofegando e esfregando sua ereção
na minha cintura. Então ele me beijou, enfiando a língua na minha boca
para que eu pudesse me provar. Agarrei seu rosto e o beijei com mais força,
sugando seus lábios e língua, tentando tirar tudo que eu pudesse dele.
— Pai! Ryan!
Meu medo saltou em meu peito e nos separamos tão rápido que quase
tombamos. Levantei minhas calças enquanto Ryan avançava até a porta do
galpão, que ainda estava bem aberta. Idiotas de merda... Meu corpo inteiro
estava tremendo enquanto eu olhava para ele, o tempo se movendo em
câmera lenta.
Ele deu um suspiro forte e rolou contra a porta, inclinando-se para se
apoiar. Fiquei boquiaberto, esperando impacientemente por uma
explicação sobre o que estava acontecendo.
— Elas estão em casa, — Ryan interrompeu com uma decepção que era
palpável.
— Oh... merda, — suspirei de alívio depois de ter a porcaria completa
com medo de mim. — Ela está vindo aqui?
— Provavelmente, — ele deu de ombros, passando a mão pelo cabelo. —
Ela estava no convés.
— Tudo bem, — bufei, me levantando um pouco, parando na frente dele.
— Você está bem?
— Mhm, — ele grunhiu, recusando-se a olhar para mim antes de se virar
e deixar o galpão.
Fiquei ali congelado por um momento até que ouvi sua voz
cumprimentando minha filha.
— Ei, Hales! Estamos aqui!
Saí do galpão devagar e vacilei ao ver minha filha abraçando o namorado
com força. O mesmo namorado com quem eu acabara de passar uma tarde
inteira cheia de sexo, cuja boca eu tinha acabado de gozar nem dois
minutos antes.
Então, não foi surpresa que quando Hailey foi para um beijo, ele se
esquivou e beijou sua bochecha. Ele olhou para mim brevemente, fazendo
parecer que ele não queria beijá-la na minha frente, mas eu não sabia mais
com que propósito.
Estou tão perdido agora.
— Oi Papai! — Hailey cantou, saltitando e beijando minha bochecha.
— Oi, bebê, — murmurei, tentando empurrar para baixo todos os meus
pensamentos depreciativos e fingir um sorriso. — Vocês se divertiram
fazendo compras?
— Sim, nós fizemos, — ela respondeu, pegando minha mão e me
puxando em direção a casa, Ryan seguindo tudo, as mãos enfiadas nos
bolsos, parecendo muito perturbado. Eu não gostava de vê-lo assim, mas
não havia muito a ser feito sobre isso agora. — Vocês fizeram alguma
ligação hoje? — Hailey sorriu para mim.
Vacilei e quase tropecei nos meus próprios pés.
— Uh... acabamos de fazer mais jardinagem, — murmurei, tentando
manter meu tom calmo.
— Bem, paramos na Pizza Hut. Estão com fome?
Ela olhou para trás para Ryan, que encolheu os ombros. Ela não parecia
afetada por seu mau humor, olhando para mim enquanto eu lhe dava um
meio sorriso e um aceno de cabeça.
Eu não estava absolutamente com fome, mas não queria tornar a situação
mais tensa ou estranha do que já estava.
Hailey nos arrastou de volta para a casa onde Jessica estava colocando a
comida na mesa. Ela olhou para mim e sorriu, ao que pisquei e engoli em
seco. Apenas ver seu rosto estava me esmagando. Sentia-me o maior
pedaço de merda da história no momento e precisava fugir rápido antes de
cair em um ataque de pânico.
Jess deu a volta na mesa e envolveu seus braços em volta da minha
cintura, pressionando um beijo no meu peito através da minha camiseta.
Minha respiração estava acelerando a cada segundo.
— Bebê, você está bem? — Minha esposa perguntou, franzindo a testa
enquanto me olhava. — Você está muito quente. — Ela levou a mão à
minha testa, mas me afastei.
— Tudo bem, — rosnei, beijando seu cabelo. — Com licença um segundo.
Corri para fora em direção ao banheiro do térreo, abrindo a porta e
deslizando para dentro, fechando-a com força atrás de mim. Recuei contra a
porta e fechei os olhos com força, respirando fundo, tentando estabilizar
meu pulso.
Eu realmente não poderia fazer isso. Não poderia me sentar para outra
refeição com os três, sabendo o que tinha acontecido... O que estava
acontecendo. Tudo era muito.
Minha mente estava gritando comigo.
Você queria isso. Você pediu por isso.
Encolhi-me e fui até a pia, abri a água e joguei um pouco no rosto.
Quando finalmente abri os olhos e me olhei no espelho, mal me reconheci.
E eu não sabia dizer se isso era bom ou ruim.
Andei no banheiro por mais dez minutos ou mais antes de decidir que
finalmente tinha que sair. Quando olhei para a sala de jantar, Hailey, Ryan
e Jess estavam todos sentados com pratos de pizza na frente deles. Hailey
estava reclamando sobre o quão nojento pepperoni era, pegando-os de sua
fatia e jogando-os no prato de Ryan. Ele apenas riu baixinho, balançando a
cabeça.
— Fui vegetariana por dois meses, — Hailey apontou com um sorriso
orgulhoso. — A indústria da carne é basicamente Auschwitz. — Jess tossiu
em sua bebida.
— Os Big Macs são vegetarianos? — Ryan a provocou. — Porque tenho
quase certeza de que derrubou dois deles naquela noite após o show do The
Killers.
Ela se engasgou com indignação fingida e deu uma cotovelada forte na
lateral dele. Ele grunhiu e fez beicinho falso para ela, tentando não rir.
Jessica observava os dois divertida.
Engoli em seco e pisquei algumas vezes. Eu amava essas pessoas... Eu
nunca quis machucá-las.
Hailey e Ryan pareciam bem juntos. Eles eram um casal doce, amoroso e
brincalhão. Fez meus ossos doerem vê-los juntos assim. Fiquei me
perguntando se durante todo o tempo que ele esteve aqui, Ryan não foi
capaz de ser ele mesmo por minha causa...
As coisas entre nós estavam tensas desde o primeiro dia. O tempo todo
presumi que fosse porque ele estava namorando minha filha, mas talvez
fosse por causa dessa atração estranha. Eu claramente o intimidei, mas eu
poderia dizer que ele estava atraído por mim. Afinal, ele deu o primeiro
passo. Mas ainda assim, nunca o parei. Parecia que eu era o único com o
controle no início... Talvez eu tenha começado tudo isso.
Eu realmente fiz isso com ele? Será que eu foder esse fim de semana
inteiro em cima? Foi tudo minha culpa?
Eu sabia que fosse o que fosse que acontecesse, eu tinha que proteger
essas pessoas a todo custo. Eu só não tinha ideia de como os protegeria de
mim...
Finalmente forcei meus pés a se moverem e entrei na sala, sentando ao
lado de Jess, incapaz de manter a seriedade longe do meu rosto. Jess olhou
para mim, me olhando com preocupação.
— Você está bem? — Ela perguntou suavemente. Encarei-a nos olhos por
um segundo, sentindo o peso de tudo caindo sobre mim como uma
cachoeira.
Preciso de bebida.
— Sim, — grunhi, beijando-a no nariz antes de me levantar
abruptamente, correndo para a minha garrafa de uísque na prateleira e
despejando um copo grande. Tomei um gole generoso antes mesmo de me
sentar, então me sentei novamente, bebendo mais algumas vezes, deixando
o calor queimar por mim. Foi uma distração bem-vinda.
Jessica levantou a sobrancelha para mim. — Vamos acender hoje à noite?
— Ela sorriu.
— Oh meu Deus, mãe, por favor, não diga acender, — Hailey gemeu, o
que me fez rir um pouco. Eu já estava começando a me sentir nadando.
— Vamos, querida! Eu ainda sou jovem, — Jess aplaudiu. — Eu conheço
a linguagem!
— Eu odeio ter pais jovens... — Hailey resmungou, pegando sua pizza.
— Relaxe, Hales — Ryan mal sorriu, passando o braço em volta do
ombro dela, puxando-a para mais perto dele. Ele parecia um pouco mais
relaxado agora, mas seu rosto ainda estava sério.
— Sim, querida. Algumas pessoas gostam disso, — sorri, incapaz de
evitar que meus olhos se voltassem rapidamente para os de Ryan. Seu rosto
congelou e ele olhou para o prato.
Mandei o resto do meu scotch rápido, quase me engasgando, mas
silenciosamente elogiando o zumbido que estava causando. Levantei-me e
peguei a garrafa e outro copo, trazendo-os de volta para a mesa. Servi-me
de outra bebida, então derramei um pouco no segundo copo, empurrando
para Ryan.
— Beba, garoto, — resmunguei, olhando para ele com cautela. Foda-se
toda essa coisa de alcoólatra. Ele precisa disso tanto quanto eu.
Ele parou por um momento antes de pegar o copo e bebericar muito mais
devagar do que eu. Hailey e Jess riram.
— Bem, se estão sendo iludidos, vou entrar em ação também — Jess
zombou de mim e se preparou para ficar de pé, mas agarrei seu braço
suavemente.
— Vou pegar — murmurei, levantando-me mais uma vez para pegar
uma garrafa de vinho para Jess.
Eu podia sentir os olhos de Ryan em mim quando me movi em direção à
cozinha, abrindo a garrafa e servindo dois copos, um normal para Jess e um
mini para Hailey. Ela merece isso.
— Não têm ideia de como foi irritante ter vocês como pais, — ouvi
Hailey se agarrando à mesa. — Todas minhas amigas tinham uma queda
pelo papai!
Balancei minha cabeça enquanto trazia suas bebidas de volta para a
mesa. Hailey tentou não parecer muito animada com a dela, tomando um
pequeno gole e me dando um sorriso de agradecimento quando me sentei
ao lado de minha esposa.
— Sim, certo, — zombei dela, tomando minha bebida novamente.
— Não, pai. Estou falando sério, — ela continuou, revirando os olhos. —
Stacey, Maggie, Beth... Jennifer Finley! — Ela exclamou. — Elas estavam
todas obcecadas por você. Assim como todos os meus amigos rapazes eram
obcecados pela mamãe! Freddy e Kevin? Nunca parava de falar sobre o
quão gostosa ela era. E havia Tony Harrison, o garoto por quem eu estava
apaixonada no primeiro ano, que sempre estava olhando para a mamãe
toda vez que ele vinha!
Eu ri baixinho enquanto Hailey enfiava a arma em sua cabeça. Olhei para
Jess, seu rosto corando como uma tempestade.
— Desculpe, querida... Sua mãe é MILF — murmurei com um sorriso
malicioso, envolvendo meu braço em volta da cintura de Jess e puxando-a
para perto de mim.
Jess deu uma risadinha, bebendo seu vinho lentamente. — Então você é
um DILF, — ela murmurou, piscando os cílios para mim. Encarei-a por um
momento, puxando meu lábio com os dentes.
Então meus olhos dispararam brevemente sobre a mesa para Ryan. Ele
estava me dando uma espécie de olhar que eu realmente não conseguia ler.
Eu engoli em seco.
— Vocês são tão nojentos, — HaiLey fingiu engasgar-se, dando uma
mordida petulante em sua pizza antes de se aninhar ao lado de Ryan. Seus
olhos se suavizaram quando ele levou o copo aos lábios.
— E odeio quebrar isso com você, querida, mas seu amigo Tony não
estava interessado em mim, — Jess balançou a cabeça lentamente, seu olhar
simpático voltado para Hailey. — Ele gostava do seu pai também.
Ryan se engasgou com sua bebida e começou a tossir histericamente, o
que teria sido minha reação também, exceto que meu copo já estava vazio.
Olhei para ele por um momento enquanto Hailey esfregava suas costas.
Jess riu para si mesma.
— Você está falando sério? — Hailey gritou, os olhos arregalados
voltados para seus pais. Minha boca estava aberta e encolhi os ombros sem
jeito. Eu certamente não sabia que seu namorado do ensino médio, um dos
vários meninos que costumavam vir depois da escola sob supervisão
estrita, todos os seus rostos desde que se misturaram, estava olhando para
mim.
Embora agora, devido aos eventos deste fim de semana, eu precisasse
começar a prestar muito mais atenção a qualquer vibe que estava emitindo.
— Sim, — Jess suspirou em meio ao riso, correndo os dedos para cima e
para baixo no meu braço. — O pobre menino provavelmente estava um
pouco confuso. Mas então, quem poderia culpá-lo? Seu pai é meio
irresistível.
Jessica estava me olhando arregalada, mordendo o lábio, e eu estava
tentando muito não olhar para Ryan, embora pudesse sentir o cheiro da
tensão estranha que irradiava de nós dois como um feromônio. Meu rosto e
pescoço estavam tão quentes que eu suava um pouco.
— Eca, mãe. Por favor, pare, — Hailey fechou os olhos, balançando a
cabeça.
— Sim, podemos mudar de assunto? — Resmunguei, servindo-me de
outra bebida. — Tem que haver outra coisa sobre a qual possamos
conversar...
Jessica revirou os olhos para mim, pegando sua fatia e dando uma
mordida. Tentei ser sutil enquanto olhava para Ryan rapidamente. Não
fiquei nem um pouco surpreso ao vê-lo matando sua bebida.
Depois dessa experiência terrível, a conversa mudou para assuntos mais
leves. Mas Jessica estava claramente ficando um pouco tonta com o vinho, e
ela não parava de falar sobre o quanto ela sentiria falta de Hailey e Ryan em
casa, e como poderiam vir nos visitar a qualquer hora que quisessem.
Fiquei quieto e continuei bebendo, assim como Ryan. Ele nem mesmo
olhou para mim pedindo permissão para se servir de mais bebidas. Ele
apenas continuou fazendo isso, o que estava me deixando nervoso e
assustado ao mesmo tempo. Ele obviamente não estava mais com medo de
mim, isso era certo.
Você pode realmente ter medo de alguém que fodeu na bunda?
Repreendi-me mentalmente e balancei minha cabeça. Pare com isso.
Minha mente estava vagando por todo o lugar. Eu não tinha mais ideia
do que estava sentindo. Eu estava me recusando a reconhecer o fato de que
Ryan estava em minha mente durante todo o jantar. O fato de que ele iria
embora amanhã nunca saiu do meu cérebro, e eu ainda não tinha certeza de
como reagiria quando ele se fosse.
Vou sentir falta dele? Ficarei aliviado? Vou esquecer toda essa provação e apenas
voltar à minha vida normal? Vou vê-lo novamente?
Não, absolutamente não. Esse cento e cinquenta milhões por cento não
poderia acontecer. Assim que ele sair, acabou. Para o bem.
Um poço se formou em meu estômago, então coloquei mais uísque nele.
Quando terminamos com a comida, Hailey subiu para tomar banho e se
trocar ou algo parecido. Ryan se ofereceu para limpar e, embora eu quisesse
ajudá-lo, achei que precisava dar a ele algum espaço. O ar da casa era quase
sufocante.
Saí para o convés e me inclinei contra a grade, olhando para as estrelas. O
céu estava muito claro, como um lençol preto e azul salpicado de
purpurina. Eu assisti por um tempo, orando silenciosamente por uma
estrela que chia. Eu queria ver um, algo para me informar que havia um
motivo para tudo isso. Algo para restaurar minha fé na vida... Em mim
mesmo.
Senti a presença de Jessica antes de vê-la, e isso imediatamente me
aqueceu, tanto quanto o álcool. Ela caminhou em silêncio, envolvendo os
braços em volta da minha cintura e empurrando seu pequeno corpo contra
o meu grande. Nós realmente nos encaixamos tão bem, como duas peças de
um quebra-cabeça.
Ela descansou a cabeça no meu peito e me inclinei, enterrando meu nariz
e lábios em seus cabelos, inalando profundamente e deixando seu cheiro
me consumir. Jess era como uma droga para mim também, mas com um
efeito diferente. Se Ryan era como êxtase, Jess era como Valium ou algo
assim. Ela me deixava calmo e contente. E feliz.
De repente, senti as lágrimas empurrando por trás dos meus olhos com a
ideia de que eu já tinha ficado, mesmo que remotamente, insatisfeito com a
minha vida do jeito que estava. Minha vida era maravilhosa, porque eu
tinha essa mulher linda, inteligente e carinhosa que me amava
incondicionalmente.
Tudo o que ela sempre fez foi cuidar de mim, se preocupar comigo e me
apoiar.
E o que eu fiz? Traí-a. Menti. Comi outra pessoa.
Você não a merece. Você não merece nenhum deles.
— Mmm... você é tão quente, — Jessica murmurou, arrastando seus
dedos para cima e para baixo nas minhas costas, deslizando-os lentamente
até o meu quadril, meu ponto sensível. Foi excitante.
Puxei meu rosto para trás e olhei para ela, escovando seu cabelo loiro
macio para trás com meus dedos. Ela mordeu o lábio, seus olhos
ligeiramente vidrados se conectaram aos meus.
— Oi, linda, — sussurrei, meus lábios se curvando em um leve sorriso.
— Oi, sexy, — ela choramingou, dando-me aquele olhar que dizia que eu
realmente quero ficar nua com você agora.
Eu a amava me olhando assim, mas agora, mais do que qualquer coisa,
estava me deixando inquieto. Eu não poderia transar com ela esta noite,
poderia?
Eu fiz sexo com outra pessoa antes... Não estava certo.
Rosnei para mim mesmo, silenciando meus pensamentos irritantes e
inclinei-me para beijá-la suavemente. Ela choramingou entre meus lábios e
eu agarrei sua bunda com força, fazendo-a gemer.
De repente, houve um estrondo dentro da casa.
Olhei para cima pela porta de vidro deslizante e peguei Ryan olhando
para mim. Ele parecia muito chateado. Levantei minha sobrancelha para
ele, e ele se virou, pegando os pratos e jogando-os com força na máquina de
lavar louça, fazendo um barulho horrível.
Suspirei para mim mesmo, fechando meus olhos com força por um
segundo.
— Está tudo bem lá? — Jess perguntou, virando-se por cima do ombro.
— Eu deveria ir ajudar a criança, — forcei uma risada, liberando minha
esposa com um tapinha na bunda. — Você vai esperar lá em cima por mim,
bebê?
— Mmmm... — ela sorriu, roçando as unhas no meu estômago enquanto
ela relutantemente se afastava. — Se você demorar muito, posso começar
sem você. — Ela piscou para mim e meu coração bateu forte no peito.
Minha esposa estava com tesão... Ou talvez apenas bêbada. Mas
geralmente eram o mesmo. Olhei para ela com uma expressão de dor
enquanto ela deslizava de volta para dentro, dizendo boa noite para um
Ryan amuado antes que ela desaparecesse de vista.
Respirei fundo e entrei, me aproximando de Ryan lentamente. Ele ainda
estava guardando as coisas, batendo nelas, jogando algum tipo de acesso de
raiva. Fiquei lá parecendo estúpido por muito tempo. Estou tão fora do meu
elemento aqui...
— Ei... — murmurei, movendo-me um centímetro mais perto.
— Oi... — ele grunhiu sem fazer contato visual.
— Você precisa de ajuda com isso? — Perguntei suavemente, inclinando
minha cabeça para o lado.
— Não, — ele resmungou, batendo a máquina de lavar louça fechada,
fazendo com que tudo dentro fizesse barulho. — Tudo feito.
— Garoto, dê um passeio comigo, — ordenei, gentilmente. — Vamos
tomar um pouco de ar.
Ele me encarou por um momento, seus olhos cor de musgo frios e duros,
sua mandíbula cerrada. Parecia que ele queria resistir, mas ao pesar suas
opções, sair de casa comigo provavelmente era muito menos deprimente do
que ficar dentro de casa. Então ele bufou alto e se virou para a porta.
— Certo. Vamos lá, porra, — ele falou baixinho, saindo pela porta rápido,
cruzando o convés ainda mais rápido.
Ele praticamente pulou os degraus e continuou andando rápido pelo
quintal, contornando a lateral da casa até onde estava o limoeiro. Eu não
tinha certeza de como ele sabia que era onde eu sugeriria caminhar, mas
tive que presumir que ele sabia que era a única parte do quintal onde havia
pouca ou nenhuma vista da casa.
Pisei atrás dele, correndo para acompanhar, mas ele estava basicamente
correndo, fumegando vários metros à minha frente. Não foi muito uma
caminhada. Era mais como se ele estivesse fugindo e eu o estivesse
perseguindo.
— Garoto, vá devagar... — Grunhi, tentando raciocinar com ele, embora
ele me ignorasse. — Ryan... Ryan, vamos lá, você só...
Corri até ele e o agarrei pelo braço, na tentativa de puxá-lo para parar.
Ele finalmente parou, girando para me encarar.
— Não me toque, porra! — Ele latiu, puxando o braço do meu alcance.
Seus olhos estavam arregalados de raiva, a boca em uma linha dura, sua
mandíbula inflexível.
Puxei minhas mãos para trás e as segurei. — Está bem, está bem. Não
estou tocando.
Ele bufou e revirou os olhos, andando em volta do limoeiro, balançando
a cabeça repetidamente enquanto murmurava para si mesmo.
— Isso é tão estúpido... — ele resmungou, passando a mão
agressivamente pelo cabelo.
— O que é? — Perguntei, minha voz profunda e firme, mas calma e
reconfortante. Eu estava começando a me sentir muito mal por estressar a
criança, mas não sabia o que fazer para consertar. Eu mal conseguia
processar meus próprios sentimentos, muito menos ajudá-lo com os dele.
— Isso! Toda a sua porra... — ele respondeu, finalmente, parando para
olhar para mim de novo. — Não quero isso... não quero você. — Suas
palavras doeram, mas eu nunca admitiria.
— Tudo bem, — dei de ombros, piscando algumas vezes. Tentei
sustentar seu olhar o máximo possível, mas depois de alguns segundos,
meus olhos caíram no chão.
— Nada disso faz sentido, sabe? — Ele respirou, parecendo um pouco
menos zangado agora, mas apenas frustrado. — Não planejei... nunca
pensei que faria... — Ele parou e exalou forte, balançando a cabeça.
— Eu sei, — sussurrei, tomando uma decisão improvisada de me
aproximar dele. Surpreendentemente, ele não recuou. — Nem eu.
Ele ficou quieto por um momento, apenas olhando para mim, seu peito
largo subindo e descendo com sua respiração. Eu não tinha certeza se
deveria dizer mais alguma coisa, então apenas encarei de volta.
— Eu gosto de buceta, Ben, — disse ele, totalmente sério, — e seios. Eu os
amo, na verdade...
— Ok, cuidado, — sibilei, estreitando meu olhar para ele, — você está
namorando minha filha.
Ele riu e revirou os olhos, e não pude deixar de rir baixinho.
— Mas sim... eu também, — suspirei, sorrindo para ele com meus olhos.
— Então... o que diabos isso significa? — Ele perguntou, parecendo
impotente, como se ele realmente precisasse de uma resposta que eu
simplesmente não tinha.
— Não sei, — respondi, balançando a cabeça lentamente.
— Vou sair amanhã... — ele disse, ainda olhando diretamente nos meus
olhos. O contato visual entre nós sempre foi tão intenso. Parecia mais forte
do que outro contato visual.
Balancei a cabeça lentamente. — Sim...
— Vou vê-lo de novo? — Ele perguntou, dando um passo ainda mais
perto de mim, até que estavam a cerca de trinta centímetros de distância.
Dei de ombros. — Não tenho certeza...
— Você quer me ver de novo? — Ele ergueu as sobrancelhas para mim.
— Ryan, eu te disse. Não é sobre o que quero... — Bufei.
— Sim, é, Ben, — ele saltou, seu tom firme. — É exatamente disso que se
trata. O que você quer?
Congelei. Eu não tinha mais ideia do que queria.
Bem, é claro que eu sabia. Mas eram coisas conflitantes, então não fazia
sentido. Eu queria ver Ryan novamente. Queria ficar com minha esposa. Eu
queria que Hailey sempre me amasse e me respeitasse. Queria que todos
fossem felizes.
Parecia tão piegas e imaturo na minha mente que eu não conseguia nem
pensar em dizer isso em voz alta.
Então, em vez de dizer algo estúpido, eu disse o que meu coração queria
que eu dissesse, agora, sem pensar duas vezes.
— Encontre-me no galpão depois que as meninas forem dormir.
Ryan olhou para mim pelo que pareceu uma eternidade. Seu rosto estava
coberto por tantas emoções diferentes que eu nunca teria sido capaz de
detectar todas elas. Por um momento, eu realmente pensei que ele fosse
dizer não... Ele ficou quieto por muito tempo.
Mas depois de procurar algum tipo de orientação em meu rosto, ele
finalmente respirou fundo e acenou com a cabeça. Espelhei sua expressão e
estendi a mão, sutilmente correndo meus dedos por seu braço, descendo
para sua mão. Ele deslizou os dedos entre os meus, e eu já podia sentir de
novo... O fogo, a paixão, a luxúria. Talvez esta noite fosse o fim... Talvez
fosse apenas o começo.

Quando finalmente subi para o meu quarto, estava um pouco em transe.


Eu não poderia dizer se eu não me reconhecia mais, ou se estava
descobrindo o meu verdadeiro eu. Eu não me sentia exatamente diferente,
mas coisas diferentes estavam acontecendo ao meu redor. Eu estava
fazendo coisas diferentes... Isso me tornava diferente? Ou eu apenas tinha
mudado - evoluído - como pessoa?
Concentrei-me no que tinha que fazer enquanto rastejava para dentro do
meu quarto, fechando a porta quase todo o caminho. Não me importei em
deixar uma fresta aberta porque eu sabia com certeza que Hailey estava em
seu quarto, aninhada na cama. Eu quase podia ouvi-la roncar no corredor,
então ela não era um problema no momento.
Além disso, eu não poderia me preocupar com outra coisa senão minha
missão atual. Eu tinha alguns negócios para cuidar...
O quarto estava escuro, todas as luzes apagadas e apenas um pouco de
luar entrando pelas cortinas parcialmente fechadas. As vantagens de ter um
quarto no andar superior... Tínhamos uma vista fantástica e uma
iluminação excelente.
Minha esposa já estava na cama, vestindo nada além de uma camisola de
seda rosa claro que parecia completamente perfeita. Ela estava se
contorcendo nos lençóis, me dando aqueles olhos brilhantes e intensos
enquanto eu a olhava de volta, meu rosto totalmente sério.
Puxei minha camiseta pela cabeça e a joguei no chão, então deslizei
minha calça para baixo, junto com minha boxer, deixando-a para trás
também. Arrastei-me para a cama, agarrando minha esposa pelas
panturrilhas e puxando-a na minha direção. Ela gritou e riu enquanto eu
sorria para ela, espalhando suas pernas e me posicionando entre suas coxas.
Movi-me para beijá-la suavemente, deslizando minha língua sobre seu
lábio inferior, então puxei a parte de cima rendada de sua camisola para
baixo, expondo seus seios. Seus mamilos se animaram com o ar frio e
aproveitei a oportunidade para chupá-los e mordiscá-los um pouco.
Ela começou a ofegar suavemente, passando os dedos pelo meu cabelo
enquanto eu lambia, beijava e chupava todos os seus seios lindos. Então
desci até o ápice de suas coxas e comecei a dar beijos suaves e quentes por
toda a parte interna das coxas, fazendo um caminho até seu ponto doce.
Ela choramingou um apelo para que eu a beijasse ali, então eu o fiz,
beijando sua boceta suavemente, lento e torturante, correndo meu lábio
inferior sobre seu clitóris. Peguei-o entre meus lábios e chupei, fazendo-a
gemer um pouco mais alto, o prazer que ela estava sentindo era evidente.
Foi então que ouvi o barulho que esperava. Jess estava muito distraída
com a minha língua deslizando dentro dela para ouvir...
Meu olhar disparou para a fresta na porta e nossos olhos se encontraram.
Eu sabia. Ele estava observando.
Mmm... isso é tão quente. Vamos dar um show a ele então.
Virei-me levemente para que eu pudesse manter meus olhos em Ryan
enquanto agarrei as coxas de Jess com força em minhas mãos, girando
minha língua em sua carne encharcada. Ela tinha um gosto tão doce... Ela
sempre tinha. Meu pau estava tão duro que latejava.
Ryan inclinou a cabeça para o lado, deslizando a mão até sua ereção
enquanto começava a se tocar por cima da calça de moletom. Eu poderia
ver o contorno de seu pau gigante de lá. Eu lentamente alcancei minha mão
esquerda até o peito de Jess, agarrando-o, apertando e beliscando seu
mamilo apenas o suficiente para fazê-la gemer. Minha mão direita agarrou
meu próprio pau em um punho apertado, acariciando-me dolorosamente
lento enquanto eu continuava a comer a buceta da minha esposa como um
demônio do caralho.
Era tão quente que eu estava prestes a explodir. Ver Ryan lá fora me
excitou como um louco, e só queria que ele pudesse entrar e se juntar a nós.
Seria o melhor dos dois mundos...
Jess algum dia iria querer isso? Ela se importaria se eu quisesse que esse cara
jovem, forte e sexy me desse uma chupada enquanto eu comia sua boceta tão bem
que ela ficava vesga?
Era algo que poderíamos explorar algum dia, mas eu teria que abordar
com cautela.
Em uma nota menos cautelosa, a mão de Ryan estava em suas calças e ele
estava se masturbando, seus olhos ainda presos na minha boca e no que eu
estava fazendo com minha esposa. Ele adorava buceta e tetas. Ele me disse
isso quando estávamos do lado de fora. Eu também sabia que ele amava
meu pau e me foder, então imaginei que tudo isso estava trabalhando para
destruí-lo tanto quanto.
Os quadris de Jessica se levantaram da cama para encontrar minha boca
faminta, e enfiei minha língua dentro de sua doce abertura, fodendo-a um
pouco, antes de tomar seu clitóris entre meus lábios e chupar com tanta
força que ela explodiu em um orgasmo redemoinho, apertando suas coxas
na minha cabeça enquanto ela gritava meu nome sem parar.
Deixei-a sair e, quando comecei a respirar, estava olhando para a porta
para avisar Ryan para decolar antes que fôssemos pegos. Mas ele já havia
partido.
Suspirei forte e soltei meu pau sólido como uma rocha, respirando fundo
sobre meu pulso selvagem. Eu não ia gozar ainda. Afinal, tinha planos para
meu pau mais tarde.
Envolvi Jess em meus braços, beijando-a suavemente por um minuto,
mas ela adormeceu em segundos, o que era exatamente o que eu sabia que
aconteceria. Posso não ser perfeito, mas sei como fazer minha esposa gozar tanto
que ela imediatamente entra em mini coma.
Levantei-me e silenciosamente vesti minhas roupas. Eu brevemente
considerei o anti-séptico bucal, mas decidi contra isso. Eu queria ver o quão
pervertido o garoto realmente era.
Saí do quarto e desci as escadas, tentando ficar o mais silencioso possível
enquanto saía na ponta dos pés para o deque, em seguida, desci para o
quintal. Eu estava basicamente correndo em direção ao galpão naquele
momento. Eu estava tão animado, a expectativa borbulhando.
Abri a porta do galpão e lentamente entrei, fechando e trancando-a atrás
de mim. Estava escuro lá dentro, exceto por uma vela acesa do outro lado,
perto do sofá. Vaguei e encontrei Ryan deitado, reclinado contra o braço
apenas em sua boxer, parecendo casual e sedutor e sexy pra caralho. Levei
um momento para examiná-lo, os contornos de seu corpo musculoso
iluminados pelo brilho esmaecido da vela.
Seus olhos encontraram os meus, e nos observamos, a excitação tão real e
crua, com também um toque de familiaridade. Nós conhecíamos o corpo
um do outro muito bem naquele ponto, mesmo que tivesse sido apenas um
dia. Mas nós definitivamente sabíamos do que o outro gostava. E o que ele
queria.
Puxei minha camiseta e tirei minhas calças, subindo em cima dele apenas
com boxers. Ele agarrou meu queixo e me puxou para seus lábios, beijando-
me com força, sua língua procurando a minha. Ele gemeu entre meus lábios
enquanto eu pressionava minhas mãos em seu peito, agarrando e
apertando seus peitorais enquanto eu esfregava minha ereção na dele.
— Mmmm... bebê, você tem gosto de boceta, — ele cantarolou, seu pau
latejando contra o meu.
— Você gosta disso? — Sorri enquanto nossas línguas agitavam.
— Mhm, — ele grunhiu, movendo as mãos para baixo na minha bunda,
espalmando-me com força. — Você estava tão quente lá...
— Eu queria que você entrasse... — Engasguei-me, alcançando dentro do
cós de sua boxer, sentindo sua carne sólida em meu punho.
— Eu queria... — ele respirou, seus lábios percorrendo minha mandíbula.
— Quero que me foda enquanto eu fodo ela... — disse a ele, meus
pensamentos me excitando para um nível totalmente novo. Sério, nunca
fiquei tão duro. — Quero te foder enquanto você fode com ela...
Ele gemeu, deslizando minha boxer para baixo. Chutei-a e removi a dele.
Nós nos beijamos por um tempo, nus, nossa carne aquecida movendo-se
juntas no sofá enquanto a chama da vela tremeluzia.
Meus lábios percorreram seu pescoço e sussurrei em sua doce pele: —
Deixe-me foder você.
— Mmm... tão mandão, Sr. Lockwood, — brincou com um sorriso excitado,
então fechou os olhos e jogou a cabeça para trás, ficando mais confortável.
Sorri de volta e corri minha língua sobre cada centímetro dele, pousando
em seu pau grande e grosso. Peguei-o na boca e me perdi em chupá-lo. Eu o
chupei forte e profundamente, extraindo algumas das coisas mais sexy que
eu já tinha ouvido alguém fazer. Mudei minha boca em suas bolas, beijando
e lambendo antes que empurrei as pernas embaixo de mim, se abrindo.
Porra, não posso acreditar que estou fazendo isso... Como é que eu vou...?
Peguei a bunda cheia de Ryan em minhas mãos e espalhei suas
bochechas, abaixando lentamente minha boca entre eles. Achatei minha
língua e lambi seu buraco uma e outra vez, empurrando-o para dentro e
fodendo-o com ele, da mesma forma que eu tinha feito com a boceta de Jess
antes. Ele começou a ofegar e choramingar, todo o seu corpo relaxando na
minha frente. Eu podia sentir que ele estava pronto. E foda-se, então eu
estava.
Deixei-o bem molhado antes de sentar e acariciar meu pau algumas vezes
enquanto olhava para ele. Seus olhos estavam caídos em completa
excitação, seus lábios úmidos e inchados, seu grande e duro pau
descansando em seu estômago enquanto ele esperava ansiosamente que eu
o tomasse. Agarrei sua bunda com minha mão esquerda, pegando meu pau
dolorido com a direita e pressionando-o até seu traseiro.
— Quero tanto empurrar dentro de você, — cantarolei, empurrando a
cabeça gorda do meu pau em suas costas. Ele estava resistindo um pouco,
provavelmente porque estava nervoso. Então, estendi a mão e corri meus
dedos para cima e para baixo em seu pau lentamente, sobre suas bolas,
acariciando-o de uma forma muito sensual. — Relaxa, Ryan.
— Estou tentando... — ele sussurrou, seu pomo de adão balançando em
sua garganta. — Não consigo parar de pensar no fato de que esta é a nossa
última noite juntos.
Expirei lentamente e inclinei minha cabeça para o lado. — Shh. Não
pense nisso agora, bebê. Só quero fazê-lo se sentir bem...
— Porra... quero que você... — ele respirou, suas pálpebras fechando
enquanto eu empurrava para ele novamente, lenta e gentilmente. Eu
poderia dizer que ele já gostou da sensação. Tocar do lado de fora era um
tipo óbvio de prazer. O primeiro empurrão foi um choque, mas um bom
choque. Isso ateou fogo em suas terminações nervosas. Eu queria fazer isso
por ele. Queria que ele soubesse o quão bom poderia ser...
— Deixe-me entrar em você, Ryan... por favor, — gemi, empurrando
novamente. Eu podia senti-lo relaxando. — Preciso saber como você se
sente.
Sacudi meus quadris mais uma vez e minha cabeça deslizou dentro dele.
Ele se engasgou alto, e choraminguei, mordendo meu lábio e empurrando
ainda mais. Estava tão apertado que eu não conseguia nem compreender a
sensação.
— Oh Deus, — a voz de Ryan retumbou de dentro de seu peito. — Seu
pau está realmente dentro de mim...
— Mmm... é melhor do que eu imaginava, — rosnei, bombeando nele
lentamente, puxando para trás um pouco antes de deslizar mais.
Ele estava ofegando e gemendo e alcançando meus quadris enquanto eu
trabalhava em um ritmo, fodendo-o profundamente, com tudo que eu
tinha. Meu pau o estava esticando e estava tão apertado que tive que me
impedir de gozar muito cedo.
Ryan estava adorando, como eu sabia que ele faria. Demorou apenas um
segundo para me acostumar com isso, e a próxima coisa que eu sabia, ele
estava dizendo coisas como: — Foda-me com mais força, Ben. Eu amo como
fode minha bunda... Seu grande pau é tão bom em mim.
Jesus, eu amo quando ele fala sujo... Principalmente quando estou dentro dele tão
fundo. Puta merda, estou até minhas bolas. Oh Deus... foda-me. Porra, me foda,
isso parece sublime.
— Ryan... eu te quero por cima, — implorei, minha voz falhando. Eu
estava bem no limite.
Reclinei lentamente, puxando-o para cima de mim, meu pau dentro dele
o tempo todo. Ele pareceu brevemente assustado, colocando as palmas das
mãos no meu peito. Corri minhas mãos pelos lados de sua bunda,
segurando seus quadris com força. Comecei a mover meus quadris
lentamente, empurrando para cima, em seguida, puxando para trás,
guiando-o com meus golpes.
Ele olhou para mim, seus olhos brilhando enquanto ele lambia os lábios e
começava a se mover comigo. Encontramos um ritmo juntos quase
imediatamente, e antes que eu percebesse, Ryan estava montando meu pau
como nada que eu já tivesse experimentado antes.
Ele estava girando seus quadris, balançando-os para frente e para trás,
movendo sua bunda apertada todo o caminho para cima no meu pau, em
seguida, de volta para baixo. Parecia divino. Eu mal conseguia respirar
direito.
— Ryan, foda-me, — grunhi, cavando meus dedos em sua cintura,
observando seu pau duro balançar para cima e para baixo.
— Mmm... Ben... Seu pau é incrível, — ele se inclinou, beijando meus
lábios suavemente.
Apertei sua bunda com ambas as mãos e bati nele sem parar, os sons de
nós ecoando nas paredes.
— Estou tão perto, bebê, — eu disse a ele, mordendo seu lábio inferior
com os dentes.
— Eu também... — ele se engasgou, empurrando seu buraco apertado no
meu pau uma e outra vez até que estávamos ambos suando e feridos. — Eu
quero gozar com você.
— Goze comigo... Por favor, bebê, — sussurrei, e o beijei, enterrando
cada centímetro de mim dentro dele até meu pau explodir em orgasmo.
Ele gritou na minha boca, encontrando sua própria liberação, seu grande
pau latejando enquanto gozava sobre nós dois, enquanto meu próprio pau
pulsava, esvaziando até a última gota bem no fundo de sua bunda. Nós
dois estávamos ofegantes, pegajosos de suor e todos os tipos de coisas,
nossas vozes roucas de tanto gritar na agonia da paixão. Eu duvidava que
alguém nos ouviria lá em cima, mas não tinha realmente pensado se os
vizinhos poderiam ouvir.
Droga... Isso seria difícil de explicar...
Ryan saiu de cima de mim, se enrolando ao meu lado. Virei-me para
encará-lo, envolvendo meu braço em volta de sua cintura e puxando-o para
perto de mim. Beijei-o suavemente um pouco, até que finalmente nos
separamos e senti minhas pálpebras fechando. A última coisa que lembrei
antes de desmaiar foi que finalmente encontrei algo para me ajudar a
dormir...

Meus olhos se abriram e pisquei algumas vezes, passando do meu torpor.


Estava muito escuro ao meu redor e demorou um momento antes de me
lembrar onde estava.
Oh, merda... ainda estou no galpão. Adormecemos aqui. Não é bom...
Registrei a forma adormecida ao meu lado, com a cabeça apoiada no meu
ombro e seu braço esculpido em volta da minha cintura enquanto ele
respirava suavemente, respirações quentes que formigavam minha pele.
Observei seu rosto por um momento enquanto ele dormia pacificamente,
estendendo a mão para empurrar seu cabelo sedoso para trás com meus
dedos.
Eu estava sentindo um novo nível de calma no momento, e meu peito
doía de desejo de ficar aqui com ele o máximo possível.
Infelizmente, essa não era uma opção. Precisávamos nos levantar
imediatamente antes que minha esposa ou filha percebesse que tínhamos
partido.
— Ryan... — sussurrei, arrastando meus dedos ao longo de sua
mandíbula angular. — Acorda. Temos que ir, bebê.
Ele resmungou, os olhos ainda fechados, puxando-me para mais perto
dele e pressionando beijos carinhosos no meu peito. Eu ri baixinho,
inclinando-me e beijando seus lábios tão suavemente que me obriguei a
cantarolar.
— Estou falando sério, — eu disse, dando-lhe um pequeno tapa na bunda
antes de começar a me sentar. — Não devíamos ter adormecido. As
meninas podem acordar a qualquer minuto e vir olhar.
Mesmo pensar em Jess, ou Hailey, nos encontrar assim fez meu pulso
acelerar de pavor.
Os olhos de Ryan se abriram lentamente e ele se espreguiçou um pouco,
bocejando e olhando para mim.
— Por quanto tempo dormimos? — Ele perguntou com uma voz rouca e
sonolenta que era completamente quente.
— Mmm, não tenho certeza, — resmunguei. Ele se sentou devagar e
estremeceu.
— Minha bunda está dolorida, — ele choramingou, fazendo beicinho
para mim, o que me fez rir.
— Você se acostuma com isso, — murmurei, virando-me para pegar
minhas roupas.
— Sim, bem... eu não acho que isso vai acontecer de novo, você sabe... eu
vou embora em breve, — ele engoliu em seco, parecendo um pouco
desanimado.
Levantei-me, puxando minhas calças enquanto o observava se mover em
câmera lenta.
— Você acha que iria... encontrar outro cara... ou algo assim? — Eu
perguntei hesitante, então puxei minha camisa pela cabeça. — Como
alguém na escola...? — Eu não tinha ideia de porque estava perguntando
isso a ele. Não era da minha conta.
— Provavelmente não, — ele murmurou, se contorcendo em sua boxer
antes de se levantar na minha frente. — Depois de você, ninguém poderia
viver de acordo com isso.
Eu queria sorrir, mas não consegui. Nossos rostos estavam tão sérios.
Nós apenas olhamos um para o outro, olhos fixos, registrando os
sentimentos entre nós. Não se tratava apenas de sexo. Este fim de semana
foi diferente para nós. Eu gostava dele... E sabia que ele gostava de mim
também.
Engoli em seco e olhei para baixo primeiro, afastando-me para pegar
suas roupas para ele. Entreguei-as e ele continuou a se vestir, me
observando com o canto do olho.
— Você iria? — Ele perguntou, e levantei minhas sobrancelhas. —
Encontrar outro cara para ficar?
Balancei minha cabeça lentamente. — Eu sou casado...
— Sim, mas você sabe... — ele respirou, os olhos arregalados. — Você
obviamente gostou. — Eu gosto disso com você.
Quase disse as palavras, mas me contive bem a tempo. Tive que morder
minha língua, engolindo-as antes que pudessem sair.
Eu não poderia dizer isso a ele. Eu não poderia dizer isso. Era para ser
uma aventura, uma aventura que logo esqueceríamos depois que ele
partisse. Eu não podia admitir que o estava sentindo mais do que apenas
um companheiro de foda. Eu também não podia admitir para mim mesmo.
Estou muito cansado. Foi um longo fim de semana. Preciso dormir sobre isso.
Podemos conversar um pouco antes que ele vá embora.
— Isso foi divertido, garoto, — forcei um sorriso, beijando-o rápido antes
de me virar para sair do galpão. — Tenho que descansar um pouco... Você
também deveria.
Olhei para ele uma última vez antes de abrir a porta do galpão. Ele
estava parado ali, olhando para mim, seus olhos brilhando.
— Claro, Sr. Lockwood, — os lábios de Ryan se curvaram, mostrando-me
uma covinha.
Pisquei para ele e saí do galpão, voltando para a casa. O céu já estava
começando a ficar verde claro, o que significa que deveria ser muito cedo
pela manhã. Droga, adormecemos um pouco...
Movi-me pela casa o mais silenciosamente possível, rastejando escada
acima para o meu quarto. Tirei minha calça e camiseta, subindo na cama
apenas com minha boxer e puxando o corpo de Jessica contra o meu. Ela
ronronou um pequeno suspiro de contentamento enquanto eu enterrava
nossos corpos unidos sob o edredom, beijando sua têmpora antes de voltar
a dormir.
— Papai... — A voz de Hailey sussurrou para mim enquanto eu dormia.
— Amo você.
— Eu também te amo, garotinha, — murmurei. Estou sonhando?
— Vejo-o em duas semanas... — sua doce voz angelical ecoou em minha
mente. Eu poderia vê-la em meu sonho...
Cabelo loiro dourado, olho azul oceano, aquele sorriso inocente lindo.
Isso me lembrou de quando ela era pequena, e eu costumava empurrá-la no
balanço. Sua risada feminina contagiante, o jeito como ela gritava quando
seu cabelo chicoteava em torno de seu rosto e ela gritava: — Mais alto,
papai! Para cima!
Eu ainda podia sentir o cheiro do ar fresco do inverno. Eu podia ver os
raios de sol iluminando seu lindo rosto, bochechas rosadas. Ela foi a coisa
mais magnífica que eu já fiz. Minha vida inteira.
Minha filha.
E de repente ela se foi. Senti meu peito ficar vazio enquanto a procurava
em todos os lugares, mas não conseguia encontrá-la. Ela tinha
desaparecido. Corri freneticamente, meu coração martelando no peito
enquanto tentava encontrá-la... Mas era tarde demais. Ela se foi.
— Sinto muito, Hailey... — Respirei, as lágrimas lutando por trás dos
meus olhos. — Por favor, me perdoe...
Engasguei-me alto e pulei para cima, meus olhos se abrindo. Ofeguei
minhas respirações pesadas enquanto olhava ao redor do quarto,
reaproximando-me de meus arredores.
Eu estava na cama, no meu quarto. Suspirei alto e fechei os olhos com
força, passando meus dedos pelo rosto. Foi apenas um Sonho...
Reabri meus olhos e olhei ao redor do quarto novamente, tentando me
acalmar. Jess não estava lá. O sol da manhã brilhava pelas janelas. Olhei
para o relógio na mesa de cabeceira. Passava pouco das oito. Ela já deve ter
se levantado para fazer o café da manhã para todos.
Tropecei para fora da cama com as pernas relativamente trêmulas, indo
para o banheiro. Escovei os dentes e entrei no chuveiro imediatamente,
esfregando o suor e o sexo. A água estava boa na minha pele, afastando
todas as incertezas da noite anterior. E desse sonho...
Isso me deixou com uma sensação de vazio, o que era estranho. Tive uma
sensação estranha de afundamento que simplesmente não conseguia me
livrar. Eu precisava descer e ver minha família. Precisava ter certeza de que
todos estavam bem.
Vesti-me rapidamente e desci as escadas correndo, esperando ver Hailey
e Ryan na mesa comendo, Jess na cozinha adorando-os.
Mas, em vez disso, quando cheguei lá, a cozinha estava vazia. Assim
como a sala de jantar.
Vi Jessica sentada do lado de fora na mesa do deck com uma xícara de
chá e um livro. Abri a porta de vidro e ela olhou para mim quando me
aproximei dela, com clara confusão em meu rosto.
— Bom dia, bebê, — ela falou, sorrindo antes de retornar ao seu livro.
— Bom dia. Onde está Hailey? — Fui direto ao assunto, olhando ao redor
do quintal, na esperança de ver ela e Ryan por aí em algum lugar.
— Ela e Ryan já foram embora, — ela respondeu, olhando para mim com
uma expressão confusa. — Eles disseram que queriam voltar e se
estabelecer antes da escola amanhã.
Meu estômago caiu. Caiu bem no chão.
— Eles saíram…? — Respirei, minha testa franzindo com força. Jess
simplesmente olhou para mim, provavelmente se perguntando por que eu
estava reagindo dessa maneira. Tentei corrigir meu rosto, tentando parecer
um pouco menos arrasado. — Quer dizer, ela não conseguia nem dizer
adeus?
— Ela fez, — Jess murmurou, dando-me um olhar simpático. — Ela foi
para o quarto e deu um beijo de despedida em você.
O sonho... era real. Pelo menos, sua voz era.
Mas e quanto a Ryan...?
Engoli em seco, minha mandíbula apertando em uma confusão
entristecida. Ele não poderia ter pelo menos esperado até eu acordar...? Quero
dizer, Jesus. Eu não pensei que ele iria embora assim. Porra...
— Oh, bebê... — Jess fez beicinho para mim, rindo e agarrando minha
mão. — Não se preocupe, nós a veremos em duas semanas para seu
aniversário. Você é um pai tão doce, sempre foi. E Hailey é a filhinha do
papai. Isso nunca vai mudar.
Olhei para ela, meus lábios se curvando ligeiramente em apreciação por
ela tentando me animar. Puxei a cadeira ao lado dela e me sentei, travando
nossos dedos e levando nossas mãos unidas à minha boca, beijando seus
nós dos dedos.
Eu estava sentindo tantas emoções, eu nem sabia por onde começar. Eu
simplesmente não conseguia acreditar o quanto eu realmente sentia falta de
ter minha filha em casa o tempo todo. Ela já havia passado um ano escolar
inteiro fora no ano passado, e este era seu segundo. O fato de ela estar
longe não era novidade.
Mas por alguma razão, depois de tudo o que aconteceu no fim de semana
passado, eu simplesmente senti que iria perdê-la. Como se ela fosse
escorregar pelos meus dedos ou algo assim.
Eu não queria admitir para mim mesmo, mas sabia que era culpa. Eu
estava tomado por um sentimento mórbido de culpa pelo que fizera à
minha filha, picando meu estômago como ácido.
Eu tinha jurado proteger aquela garota de qualquer coisa que pudesse
causar danos a ela. Só nunca soube que seria eu quem a machucaria.
Capítulo 8
Ryan
Eu estava dirigindo, cruzando pela rodovia em minha BMW, com Hailey
no banco do passageiro, cantando junto com o rádio. Já estávamos
dirigindo havia quase três horas e faltavam mais duas. Mas estávamos
fazendo um bom tempo. Sair de manhã cedo foi uma boa ideia... por mais
de um motivo.
Hailey esteve falando comigo durante todo o trajeto, e tentei permanecer
envolvido, mas minha mente estava definitivamente em outro lugar. Eu
mal estava me segurando no momento, tentando como o inferno agarrar
minha sanidade, ignorar toda e qualquer necessidade de pensar sobre o que
aconteceu nas últimas quarenta e oito horas. Não foi fácil. Eu estava me
sentindo extremamente estressado e só queria estar em casa. Eu tive que
ficar me lembrando de não acelerar. Eu precisava nos levar lá com
segurança e inteiros.
Hailey estava tagarelando sobre sua amiga Britney dar ingressos para um
show de aniversário dela quando seu telefone começou a tocar.
— É meu pai, — ela suspirou, e meu coração bateu forte no meu
estômago. Isso é totalmente ridículo. Minhas mãos suaram instantaneamente
quando ela atendeu o telefone. — Oi papai.
— Ei, bebê, — a voz profunda e áspera de Ben veio pelo viva-voz. Ugh,
Deus... Por que ela teve que colocá-lo no viva-voz? — Acabei de me levantar e
percebi que você tinha ido embora...
— Sim, Ryan queria pegar a estrada mais cedo para que pudéssemos
estar em casa e nos instalar antes da escola, — Hailey disse a ele, olhando
pela janela. — Nós dois temos aulas às oito da manhã amanhã.
— Oh... certo, — Ben resmungou, e pude imaginar a expressão em seu
rosto. Isso fez algumas coisas muito confusas para o meu estômago. — Isso
é bom. Eu só queria que pudesse ter ficado por aqui para dizer adeus...
— Fiz questão de te dar um beijo de adeus, pai, — Hailey deu uma
risadinha. — Não vou embora para sempre. Você me verá em duas
semanas.
Inalei uma respiração profunda e segurei isso. Esta era agora a terceira
vez que Hailey mencionava seu aniversário em duas semanas.
Aparentemente, seus pais tinham planos de levá-la para jantar. Já estava
pensando em maneiras de sair dessa.
— Eu sei, eu sei, — Ben suspirou forte ao telefone. — Como está a viagem
até agora? — A preocupação em sua voz fez meu peito doer.
— Bom, — Hailey falou, — Ryan está dirigindo a maior parte do tempo.
Ok... toda a direção. — Ela gargalhou e olhou para mim, sorrindo. Esforcei-
me para sorrir de volta.
— Ok... bom, — Ben bufou, e quase pude vê-lo em minha mente,
andando de um lado para o outro e mordendo o lábio. As imagens na
minha cabeça estavam me deixando fraco. — Ele... você sabe... está
dirigindo seguro?
Mordi o interior da minha bochecha, tentando fortemente não reagir,
embora estivesse me matando ouvir sua voz e não falar com ele. Eu
fodidamente já sentia falta dele, e precisava não sentir. Fazia apenas
algumas horas. Eu nunca sobreviveria o resto da minha vida sem ele...
Anime-se, cara. Seja intensamente.
— Sim, papai — Hailey respondeu com uma voz condescendente,
sorrindo enquanto revirava os olhos para o telefone.
— Bom... bom, — Ben respirou. — Bem, eu só queria dizer que te amo, e
foi muito bom ter você em casa neste fim de semana.
Eu não tinha certeza se Ben parecia tão vulnerável porque ele estava
falando com sua filha e não sabia que ele estava no viva-voz. Ou talvez -
apenas talvez - porque ele foi afetado por eu ter partido também.
Não se iluda. Você viu o rosto dele ontem à noite. Isso foi uma aventura e nada
mais... Ele não tem nenhum sentimento por você além de um amor empático pela
sensação de seu pênis em qualquer lugar perto de seu corpo. Pare de se enganar.
— Foi bom vê-lo também, pai — Hailey disse a ele. — Tivemos um
grande momento.
— E... pode dizer a Ryan que... — A voz rouca de Ben gaguejou e então
fez uma pausa. — Que foi bom conhecê-lo. Ele é... ele é um cara ótimo.
Aumentei meu aperto no volante, meu coração batendo forte no meu
peito. Prendi a respiração e me recusei a soltar, com medo de gritar algo
para me tornar conhecido.
Eu queria dizer a ele que tive o fim de semana mais incrível de toda a
minha vida, e que não importa o que meu cérebro estivesse me dizendo, eu
nunca poderia me esquecer disso. Claro, conhecer e ficar com Ben mudou
meu mundo e me confundiu profundamente, me fazendo questionar tudo
que sempre pensei que sabia sobre minha sexualidade e o jeito que eu amo.
Mas isso não era necessariamente uma coisa ruim. Ele trouxe à tona um
lado meu que eu não sabia que existia. Nunca me senti mais vivo do que
com Ben e, embora tenha sido muito fodido o que tínhamos feito, de muitas
maneiras, também foi maravilhoso pra caralho.
Foi egoísta, irresponsável e totalmente estúpido. Mas era real, cru e
honesto. Havia uma parte de mim que queria que ele soubesse disso.
Mas não fui idiota. Não havia como contar a ele nada disso,
especialmente agora.
Então mordi minha língua e engoli minhas emoções, olhei direto para a
estrada à minha frente e me concentrei em dirigir. Seguir em frente. Era
tudo o que pude fazer.
— Aww, obrigada, papai, — Hailey desmaiou, olhando para mim com
um sorriso, embora me recusei a olhar para ela. Eu simplesmente não
conseguia. — Isso significa muito. E Ryan adorou conhecer você e mamãe
também. Ele é muito grato por vocês dois por deixá-lo ficar. E eu também, é
claro. Vocês são os melhores pais de todos os tempos.
Ben ficou quieto por um momento, e eu o ouvi respirar fundo.
— Qualquer coisa por você, princesa, — ele murmurou, soando muito
sério. — Você sabe disso.
— Eu sei, pai, — respondeu Hailey, balançando a cabeça para fora da
janela. — Eu te amo muito.
— Te amo para sempre, Hailey besouro, — Ben sussurrou, e meu peito
sentiu um aperto no peito. — Esteja bem.
— Sempre. Tchau, papai querido — murmurou Hailey. — Falo com você
em breve! Diga a mamãe que eu também a amo!
— Vou dizer. Tchau, garotinha, — Ben grunhiu, e Hailey desligou o
telefone, soltando um suspiro.
— Ele é tão superprotetor, — Hailey me disse. — Estou realmente
surpresa por ele ter gostado tanto de você.
Engoli em seco e olhei para ela rapidamente com o canto do olho.
— Não que ele não goste de você, — ela riu, estendendo a mão para
arrastar os dedos ao longo do meu ombro, até meu pescoço, arrastando-os
no meu cabelo. — Você é muito charmoso, afinal. Mas você é o primeiro
cara que eu realmente trouxe para casa... Eu estava um pouco com medo
por você.
Ela riu novamente, movendo a mão para baixo sobre o meu peito. Forcei
outro sorriso, embora parecesse um trabalho, tentando descobrir o que
dizer. Eu ainda estava abalado por ouvir a voz de Ben assim. Eu só queria
sentar-me em silêncio com meus pensamentos por um tempo, mas
obviamente isso não iria acontecer, com a tagarelice interminável do meu
passageiro.
— Seu pai é um cara bom... — Eu rosnei, instantaneamente analisando
demais minhas palavras na minha cabeça para ter certeza de que não tinha
dito em um tom excessivamente afetuoso. — Ele te ama tanto que é quase...
insondável. Seus pais são realmente ótimos... abrindo a casa deles para mim
assim. Estou feliz por ter causado uma boa impressão.
Hailey ficou quieta de repente, o que me deixou nervoso. Olhei para ela
novamente e ela estava olhando pela janela, imersa em algum tipo de
pensamento. Eu não tinha certeza se ela tinha ouvido o que eu disse, mas
decidi voltar a não falar. Escutei a música tocando no rádio, desliguei meus
pensamentos e apenas dirigi.
Quase duas horas depois, Hailey e eu estávamos a cinco minutos de
nossa saída. Era de manhã, mas eu estava tão cansado que só queria ir para
casa e tirar uma soneca. É assim que se sente a depressão?
— Bebê, você se importa se eu te deixar na sua casa? — Perguntei a
Hailey em um tom hesitante. — Eu só quero ir para casa e descansar um
pouco... Além disso, acho que ainda tenho algumas leituras para terminar
para o Contencioso.
— Sim, tudo bem, — Hailey respondeu suavemente, soando tão cansada
quanto eu. Ela tinha realmente adormecido na última hora, o que foi bom
para mim. O silêncio estava ajudando a aliviar minha mente
sobrecarregada.
— Obrigada, bebê, — suspirei, saindo da rodovia.
Dirigi pelas ruas da cidade, me sentindo um pouco mais confortável
agora que estava em casa. Ou, pelo menos, na cidade que considerava meu
lar agora. Era apenas cerca de uma hora de carro de onde eu morava com
meu pai antes, antes de ele morrer. Mas me mudei no meu primeiro ano de
faculdade e consegui meu próprio apartamento, onde morei nos últimos
três anos com meu colega de quarto e melhor amigo, Alec.
A namorada de Alec foi morar com a gente no ano passado, então agora
eu estava em uma espécie de situação de moradia na terceira roda, mas não
me importava. Os dois eram quietos, limpos e respeitosos. Além disso,
como eram um casal que morava lá, e eu não, eles passavam a maior parte
do tempo no quarto, me dando rédea solta sobre o resto do apartamento.
Perguntei-me se tinham saído o fim de semana inteiro enquanto eu estava
fora.
Parei na garagem do prédio de Hailey e desliguei o motor, saltando para
pegar sua bolsa. Segui-a escada acima com suas coisas e a coloquei dentro,
ansioso para deixá-la e voltar para casa. Eu estava quase no piloto
automático no momento. Foi estranho. Eu era como um zumbi vazio.
— Obrigada por vir comigo neste fim de semana, bebê, — Hailey
suspirou, avançando para mim enquanto eu estava na porta, pronto demais
para dizer adeus. Ela deslizou as mãos pelo meu peito, envolvendo os
braços em volta dos meus ombros e segurando firme. — Estou feliz que
conheceu meus pais. Eles obviamente gostaram muito de você.
— Obrigado por me convidar, doçura, — eu disse asperamente,
descansando minhas mãos na parte inferior de suas costas, puxando-a para
mais perto até que as frentes de nossos corpos se fundissem. Inclinei-me,
descansando suavemente minha testa na dela enquanto olhava em seus
olhos azuis cintilantes.
Eu amo essa garota. Eu realmente quero... Em muitos aspectos, somos perfeitos
um para o outro. Mas isso é o suficiente? Eu realmente poderia ficar com ela para
sempre? Fazê-la feliz... para sempre? Ou será que acabaria por machucá-la, como
todo mundo machuca todo mundo, porque todos nós somos apenas pedaços de
merda narcisistas egoístas?
Encolhi-me com meus pensamentos agonizantes, dando uma última
olhada nos olhos da minha garota antes de fechar os meus e dar um beijo
doce e suave em seus lábios. Ela cantarolou uma respiração delicada que
fez cócegas em meus lábios, separando os dela e deslizando sua língua para
encontrar a minha. Senti seu calor me enchendo enquanto aprofundava o
beijo, tentando muito absorver o máximo possível de sua bondade.
Continuamos a nos beijar na porta por alguns minutos antes de um
pigarro me tirar do transe. Hailey e eu nos separamos, firmando nossa
respiração enquanto saíamos do caminho para sua colega de quarto que
claramente tinha acabado de voltar do ginásio ou algo assim, parada atrás
de nós no corredor em suas calças de ioga, top curto e olhar de
desaprovação.
A colega de quarto de Hailey, Ramona, era uma colega de quarto
decente, eu acho. Ela também era quieta, limpa e respeitosa, como meus
colegas de quarto, exceto que ela tinha uma cara de cadela repousante e era
o tipo de garota que você sabia que provavelmente sempre falava merda
sobre você assim que saía de um quarto.
Talvez fosse só eu... E o fato de termos nos agarrado em uma festa no ano
passado e eu nunca ter ligado para ela ou retribuído seu desejo de namorar
comigo.
Ramona passou por nós, carrancuda, e tomei isso como minha deixa para
pular. Beijei Hailey mais uma vez nos lábios, depois uma vez na testa para
garantir, pegando seu rosto em minhas mãos.
— Tchau, Hales, — sussurrei, fazendo contato visual, guardando aquele
lindo azul na memória. — Vou te ligar.
Ela acenou com a cabeça rapidamente, dando-me aquele sorriso
assassino que me aleijou ainda mais agora do que antes deste último fim de
semana fodido. Soltei-a e saí do apartamento rapidamente, voltando uma
vez antes de chegar às escadas do corredor, dando-lhe um sorriso. Ela me
soprou um beijo e eu o peguei, me virando novamente e correndo de volta
para o meu carro.
Assim que voltei para o BMW, consegui respirar um pouco mais. Eu
estava sozinho. Essa era boa. Precisava ficar sozinho um pouco.
Dirigi os quinze minutos que levei para chegar à minha casa vindo da
Hailey, estacionando no meu lugar de costume e trazendo minhas coisas
para dentro. Cada grama de força que me restava foi usada para entrar no
meu apartamento. Quando entrei, deixei cair minha bolsa no chão e caí de
bruços no sofá.
— Foda-se minha vida, — resmunguei com meu rosto esmagado no
tecido.
— Fim de semana difícil?
Levantei meu rosto e vi Alec e Kayla, sua namorada, sentados no balcão
da cozinha comendo cereais. Eu literalmente nem tinha notado eles. Alec
ergueu as sobrancelhas para mim.
— Não, foi ótimo, — murmurei sarcasticamente, descansando minha
cabeça para baixo no sofá, olhando para a mesa de centro.
— Então... conhecer os pais correu bem? — Alec perguntou, continuando
a me sondar para obter informações.
— Foi bom, —bufei, sucumbindo ao vazio em meu peito. — Exaustivo...
Um fim de semana completo e total. Mas... tudo bem.
Kayla riu baixinho. — Pobre, Ry-urso. Hailey é filha única de pais que a
tiveram quando eram adolescentes. Eu disse que não seria fácil.
— Sim, bem, eles gostaram de mim, — apontei, lutando para não dizer
mais nada.
— Isso é bom, cara, — Alec sussurrou. — Estou feliz por você.
Arrastei minha bunda cansada para fora do sofá e peguei minha bolsa,
indo em direção ao meu quarto.
— Bem, vocês podem ter sua privacidade por um pouco mais de tempo,
— grunhi, soando completamente apagado. — Vou dormir... até o próximo
ano.
A última coisa que vi foi um sorriso simpático no rosto de Alec antes de
me fechar dentro do meu quarto e não sair de novo até a manhã seguinte.

Eu tinha acabado de sair do ginásio, exausto e suado, e estava correndo


de volta para o meu apartamento. Era sábado à noite, quase uma semana
desde que Hailey e eu deixamos seus pais depois daquele fim de semana
insano.
Escutei a música estridente em meus ouvidos através dos meus fones de
ouvido enquanto meus pés batiam na calçada. Malhei na academia da
escola e, como meu apartamento ficava a menos de cinco quilômetros da
escola, geralmente sempre corria para ir e voltar da academia, em vez de
dirigir. Dessa forma, eu poderia fazer meu cardio e dedicar todo o meu
tempo de ginástica para levantamento de peso e ginástica.
Eu tinha treinado muito na semana passada. Basicamente, toda vez que
eu não estava na aula ou fazendo lição de casa na biblioteca, estava na
academia. Fiz questão de me cansar, de dormir melhor. Ainda era um
desafio conseguir algumas horas à noite, mas peguei o que pude.
Eu não tinha visto Hailey desde que a deixei no domingo. Falávamos ao
telefone todos os dias para fazer o check-in e antes de dormir para nos
despedirmos, mas estávamos ambos super ocupados com a escola no
momento, então não tínhamos muito tempo para sair.
Ok, isso foi besteira.
Eu poderia facilmente ter arranjado tempo para ela se quisesse. Mas a
verdade era que eu estava com medo de vê-la.
Ainda estava me sentindo extremamente culpado pelo que tinha
acontecido e estava começando a pensar que nunca seria capaz de esquecer
e seguir em frente. Pelo menos não com Hailey.
Eu a amava muito, mas percebi que meus sentimentos por ela eram mais
um tipo de amor que valoriza, não um amor apaixonado, que não consigo
viver sem ela. Eu realmente a amava. Aos meus olhos, ela era como um
anjo, ou uma deusa ou algo assim. E eu era apenas um monstro fodido que
a machucou... sem ela saber sobre isso, é claro.
Brevemente considerei contar a Hailey o que tinha acontecido entre mim
e seu pai. Mas acabei decidindo não fazer isso. Eu não poderia fazer isso
com sua família. Para Hailey e Jessica... e Ben. Eu não tinha nenhum desejo
de machucá-los assim. Teria que permanecer em segredo para sempre. O
que só poderia significar uma coisa para o nosso relacionamento...
Gaguejei escada acima para minha casa, sem fôlego e pegajoso, me
arrastando para dentro e imediatamente fazendo meu caminho para o meu
banheiro. Entrei no chuveiro rápido e comecei a ensaboar, lavando o suor
de mais um treino extenuante. Eu estava me tornando uma pessoa muito
chata ultimamente, basicamente vivendo na escola. Claro, eu estava na
melhor forma da minha vida, mas nenhum dos meus amigos - exceto Alec e
Kayla - me viam há semanas.
Continuei lavando, minha mente vagando sorrateiramente para o fim de
semana passado. Para o banho com Ben...
Como ele parecia bom pra caralho, nu e molhado... A maneira adoravelmente
mandona como ele lavava meu cabelo. Tocando-o... beijando-o... transando com ele.
Empurrando seu corpo duro contra a parede e deslizando meu pau para dentro e
para fora de sua bunda apertada...
Engoli em seco e fechei os olhos com força. Reabri-os e olhei para o meu
pau, que estava tão duro que eu quase podia vê-lo latejando. Suspirei para
mim mesmo e empurrei todas as memórias para longe, enxaguando e
pulando fora do chuveiro.
Eu estava tentando não pensar em Ben... Tentando não me lembrar de
tudo que fizemos juntos, e quão maravilhoso, sujo e errado era. Eu estava
me distraindo com a escola e a academia, tentando me manter ocupado,
mas no final do dia, era só isso. Uma distração. Um meio para o fim.
Meu pau ainda estava duro quando me sequei e coloquei minha boxer.
Eu olhei para o meu pau novamente e levantei minha sobrancelha,
silenciosamente repreendendo-o.
Você precisa parar. Pare com seus pensamentos tortuosos e lascivos. Só estou
tentando seguir em frente, certo?
Quase pude ouvir meu pau respondendo... Você sente falta. Sei que faz.
Você amou o que você e Ben fizeram juntos. Você está desejando isso, como um
viciado.
Eu sabia em algum nível, meu cérebro abaixo da minha cintura estava
certo. Se eu não pudesse ter Ben, talvez pudesse procurar outra pessoa...
Como se fosse uma deixa, porque minha vida era ridícula pra caralho,
meu telefone começou a tocar. E, claro, era Hailey.
Encolhi-me internamente, a culpa e a vergonha dentro de mim me
fazendo suar enquanto atendia o telefone.
— Ei, Hales, — murmurei, forçando um sorriso fora da minha voz. —
Como vai, linda garota?
— Bem, bebê, — ela gorjeou, soando como sempre, extrovertida e feliz.
Ela sempre soava assim, mesmo quando estava chateada. Era meio
hipnotizante. — Sentindo um pouco a sua falta. O que está fazendo?
— Praticamente nada. Acabei de chegar da academia, — eu disse a ela,
puxando um jeans e colocando-a no viva-voz antes de puxar uma camiseta
pela minha cabeça. — Eu ia apenas relaxar em casa esta noite... Tenho que
ler. — Rezei silenciosamente para que ela não pedisse para vir.
— Legal, — ela respondeu, não afetada pelo fato de que não nos
veríamos novamente esta noite. — Vou me encontrar com Brit e Holly
daqui a pouco. Nós vamos jantar, então talvez saiamos.
— Oh, certo. Parece divertido, — eu disse, sem saber se eu deveria ou
não me sentir ofendido por ela já ter planos que não me incluíam. Eu não
estava, então acho que isso resolveu.
— Você acha que poderíamos jantar amanhã, bebê? — Hailey perguntou.
— Preciso ver você.
Engoli em seco. Meu primeiro instinto foi dizer que estava ocupada com
o dever de casa ou dar uma desculpa, mas não consegui. Eu não poderia
adiar mais. Eu precisava vê-la também.
— Claro, bebê, — balancei a cabeça para mim mesmo. — Vamos para o
Suki ou algo assim.
— Ok, parece bom, — ela murmurou, um pouco mais séria do que o
normal.
Talvez estivesse na minha cabeça... — Te encontro lá às oito.
Engoli em seco, meu estômago dando um nó para ela não querendo que
eu a pegasse. Meu cérebro estava trabalhando fora do tempo, e eu
realmente tive que pará-lo, silenciando todos os meus pensamentos
incômodos.
— É um encontro, doçura, — eu disse a ela, minha voz baixa e incerta.
— Tenho que ir, bebê. Vejo-a amanhã, — Hailey disse, muito pronta para
me deixar ir.
— Vejo você então, Hales. Divirta-se esta noite.
— Você também, Ryan.
Nós dois desligamos e comecei a me sentir mal. Eu ainda mal conseguia
compreender como tudo parecia diferente depois do último fim de semana.
Meu mundo inteiro mudou de alguma forma, e senti como se estivesse
lutando para manter tudo junto.
Eu definitivamente não poderia me sentar dentro do meu apartamento
novamente esta noite, sozinho, chafurdando em um poço de auto aversão e
desespero. Eu precisava fazer algo para tirar minha mente de tudo isso.
Eu deveria sair... Talvez ver alguns amigos. Embebedar-me. Esquecer meus
problemas fodidos por uma noite.
Balancei minha cabeça e decidi contra isso. Não estava com vontade de
ver meus amigos agora. Na verdade, não estava com vontade de ver
ninguém que eu conhecia no momento. Bem, talvez uma pessoa...
Não. Eu não conseguia pensar nele. Ele era a última pessoa em quem eu
precisava pensar. Sim, talvez ele tenha me ajudado a descobrir essa outra
parte de mim mesmo. Mas não poderia ser apenas sobre ele, poderia? Não
havia como Benjamin Lockwood ser tão poderoso.
É isso que preciso fazer. Preciso provar que essa coisa toda era apenas sobre sexo,
e que Ben não tinha nada a ver com isso. Ele simplesmente era a pessoa que estava
lá quando essas novas revelações aconteceram. Mas de jeito nenhum foi por causa
dele. Foi pura coincidência.
Terminei de me arrumar e peguei as chaves do meu carro, saindo. Pulei
no BMW e a próxima coisa que eu sabia era que estava dirigindo. Dirigi por
um tempo, quase uma hora, longe da minha cidade, rumo ao norte, em
direção a uma nova cidade. Uma cidade diferente. Onde eu não conhecia
ninguém e ninguém me conhecia.
Assim que cheguei lá, me acomodei em um bar ao longo de uma avenida.
Eu não conhecia bem a área - fazia anos que eu não estava lá - mas imaginei
que aquele lugar era tão bom quanto qualquer outro para se tomar uma
bebida.
Quando entrei, imediatamente comecei a me sentir constrangido. Isto era
um bar bem pequeno, bem bacana. A maioria das pessoas parecia
provavelmente regular. Não tinha nenhum dos enfeites, coquetéis especiais
e itens do menu da moda que a maioria dos bares que frequentávamos
perto da escola tinha. Este lugar estava cheio de alcoólatras de meia-idade,
um bartender servindo em uma prateleira de bebida e um jukebox tocando
os maiores sucessos do Creedence Clearwater Revival.
Onde diabos estou?
Sentei-me em um banquinho no final do bar, mantendo meus olhos para
mim mesmo para não irritar nenhum dos caras com cara de motoqueiro
raivosos que atualmente habitavam o estabelecimento. O barmaid, uma
garota que pode ter sido uma criança bonita e algumas passagens pela
reabilitação atrás, veio pegar meu pedido.
— O que posso fazer por você, lindo? — Ela murmurou, soando como se
já tivesse terminado várias tragadas de cigarros esta noite.
— Scotch com gelo, por favor, — murmurei.
Ela se virou para pegar minha bebida e respirei fundo, olhando ao redor
atrás de mim. Estava muito escuro no local, o que obviamente foi feito por
um motivo. Havia uma mesa de sinuca na lateral da sala onde alguns caras
assustadores com muitas tatuagens estavam jogando, um deles
pressionando uma garota loira com uma saia mais curta do que a curta
enquanto ela dedilhava a fivela do cinto e sussurrou em seu ouvido.
Havia uma porta aberta que parecia levar a um pátio traseiro que era
claramente de onde toda a fumaça estava saindo, alguns cigarros e outros
não. Havia algumas garotas balançando perto do jukebox, tocando umas
nas outras enquanto alguns idiotas assistiam com olhares ansiosos em seus
rostos. Havia outro grupo de pessoas tentando parecer discreto no fundo, e
comecei a me perguntar como diabos, de todos os bares da cidade, eu havia
topado com o mais perigoso.
Outra coincidência?
A barmaid largou minha bebida e foi embora sem nem me dizer quanto
custava, abrindo caminho até a outra ponta do bar e se inclinando para
cumprimentar dois caras de terno que pareciam homens de negócios.
Pisquei algumas vezes e olhei para minha bebida, tomando um grande
gole, deixando o calor do álcool correr por mim.
Eu não tinha absolutamente nenhuma ideia do que estava fazendo neste
lugar. Se eu quisesse ficar bêbado, poderia facilmente ter feito isso em
algum lugar mais perto de casa. Um lugar onde eu tinha menos
probabilidade de contrair hepatite ou ser esfaqueado no estacionamento.
Terminei minha bebida em tempo recorde e pedi mais duas, jogando o
dinheiro no bar. Terminei a segunda ainda mais rápido, então quando
comecei a trabalhar na terceira, eu estava me sentindo muito bem. Notei
alguns olhos em mim, mas realmente tentei não envolver ninguém. Todas
as garotas pareciam estar comprometidas, não que eu jamais tivesse
sonhado em ficar com alguma garota qualquer em um lugar como este.
Ainda assim, quanto mais embriagado eu ficava, mais minha mente
começava a divagar.
Deve ter havido uma razão pela qual vim até lá. Meu subconsciente
queria que eu fizesse algo que meu cérebro se recusava a reconhecer, e eu
precisava do álcool para evitar que as duas partes de mim começassem
uma briga uma com a outra.
Você veio para esquecer Ben.
Pisquei lentamente, me repreendendo mentalmente por permitir que seu
nome entrasse em meus pensamentos, embora eu realmente não pudesse
evitar. Perguntei-me o que ele estava fazendo, se ele estava pensando em
mim, se ele estava bebendo uísque no porão ou no galpão, tentando
desesperadamente esquecer de mim também.
Era exaustivo tentar fingir que não me importava.
— Espere um minuto... conheço você.
Olhei para cima e vi um dos empresários se aproximando de mim
lentamente com um sorriso malicioso no rosto. Semicerrei os olhos para ele,
tentando processar quem ele era através da luz fraca e do álcool fluindo na
minha corrente sanguínea. Ele parecia terrivelmente familiar... Mas eu não
poderia colocar um nome em seu rosto no meu estado atualmente
nebuloso.
— Tate Eckhart, — ele sorriu, inclinando-se no bar na minha frente. — Eu
conheci você no fim de semana passado no Ben Lockwood para a Ação de
Graças. O homem da Hailey, certo?
Engoli em seco, lentamente juntando tudo. Sim, isso mesmo. Ele era o único
cara solteiro lá... Amigo do irmão de Ben. Isso é muito estranho...
— Ryan Harper, — balancei a cabeça lentamente, olhando para ele
rapidamente. Ele estava vestindo o que parecia ser um terno caro, colarinho
aberto, o cabelo um pouco mais despenteado do que da última vez que o vi.
— Sim, isso mesmo. Ryan — ele falou meu nome em um tom estranho,
seus olhos fixos nos meus. — Nunca esperei vê-lo aqui.
— Eu poderia dizer o mesmo, — levantei minha sobrancelha para ele.
Ele riu e puxou o banquinho ao meu lado, sentando-se nele enquanto
ainda estava de frente para mim. Ele estava muito perto, seus joelhos quase
tocando os meus, o que instantaneamente me lembrou do porão no fim de
semana passado. Ele era um daqueles caras que gostava de estar no seu
espaço pessoal. Eu não tinha certeza de como me sentir sobre isso.
— Estou na cidade a negócios, — resmungou. — Só essa noite. — Seus
olhos se estreitaram ligeiramente, aquele sorriso bizarro ainda brincando
em seus lábios.
Minha boca ficou seca de repente. Senti que deveria provavelmente ir
embora. Eu não sabia o que diabos estava fazendo lá, mas tinha quase
certeza de que nada de bom poderia resultar disso e partir seria a coisa
mais inteligente a fazer.
Mas por alguma razão, eu não consegui fazer isso.
Em vez disso, levei minha bebida aos lábios e matei o resto, olhando para
o outro empresário, que estava menos preocupado com o que seu amigo
estava fazendo do que em olhar para a camisa da barmaid.
Meus olhos voltaram para Tate, sua cabeça ligeiramente inclinada para o
lado, como se ele estivesse esperando que eu tomasse algum tipo de
decisão. Eu não tinha certeza de como fazer isso quando não sabia quais
eram as opções.
— Que tipo de negócio? — Perguntei baixinho.
Ele sorriu lentamente, mostrando alguns dentes brancos muito retos. —
Pague-me uma bebida e contarei a você tudo sobre isso.
— Você trapaceou.
— Não, eu não fiz! Como eu faria isso?
— Eu não sei, mas você fez.
— Tudo bem, melhor de três, — murmurei, sorrindo e tentando alinhar a
próxima rodada de copos.
Peguei minhas moedas e saltei a primeira para fora do balcão, caindo
diretamente no primeiro copo. Olhei para Tate e zombei. Ele semicerrou os
olhos para mim, com aquele sorriso maligno que eu estava percebendo que
era como ele parecia em noventa e oito por cento do tempo.
Joguei a moeda seguinte novamente, e ela foi direto para o segundo copo.
Sorri e mordi meu lábio, estreitando meu olhar, que estava ficando mais
borrado a cada minuto, e agitei o terceiro, jogando-o no terceiro copo sem a
menor hesitação.
Ergui meus braços e levantei o braço em comemoração enquanto Tate
fazia uma careta e balançava a cabeça, franzindo os lábios para não sorrir.
— Uhh... você estava dizendo? — Provoquei, meus olhos indo e voltando
entre os dele e as fotos, alinhados e prontos.
— Você é um idiota do caralho, — ele grunhiu, pegando o primeiro copo
e jogando-o de volta, estremecendo um pouco. Essa já era nossa terceira
rodada de doses, depois de tantos copos de uísque para contar.
Ele puxou a moeda de entre os lábios e a colocou na base na minha
frente, então pegou o segundo copo, tomando aquele rápido. Antes que ele
pudesse chegar ao terceiro, o agarrei.
— Eu vou beber este... Você sabe, te dar um tempo antes de desmaie no
bar, — sorri e engoli de volta, mal sentindo a queimadura. Estava indo bem
naquele ponto, mas eu estava longe de estar sóbrio. Eu não tinha ideia de
como chegaria em casa esta noite.
Tirei a moeda da minha boca e joguei nele, então me inclinei contra a
lateral do bar, espelhando sua postura. Ele ainda estava perto de mim, mas
agora que eu estava bêbado, eu realmente não me importava.
Na verdade, Tate não era um cara tão ruim. Acabamos conversando um
pouco sobre trabalho e escola e coisas assim. Ele era um banqueiro de
investimentos e dirigia um Maserati. Ele claramente pensava que era o cara.
Mesmo assim, ele parecia muito impressionado por eu ser estudante de
Direito e fazia todo tipo de pergunta sobre o que eu estava estudando,
quanto mais escola eu tinha e quando faria o Exame, se tudo corresse
conforme o planejado. Ele era arrogante, mas tranquilo, charmoso e
engraçado.
Ele também era muito atraente, mas eu estava tentando manter esse fato
em mente, apenas para ser lembrado mais tarde, quando eu não estivesse
tão bêbado. Pelo que eu sabia, eu poderia estar usando óculos de cerveja.
Ou óculos escoceses...
Sim, mas você não o tocou no jantar de Ação de Graças e não estava bêbado.
Bem, não no começo, de qualquer maneira. Não importa que ele seja gostoso. Quem
se importa? Você passou todo o último fim de semana transando com um cara,
então admitir que um é atraente não vai exatamente destruir sua autoimagem.
Mesmo assim, Tate gostava de estar perto, o que me lembrei do fim de
semana passado também. E estar perto significava que eu podia sentir o
cheiro dele. Ele usava uma colônia muito sutil. Eu não tinha certeza do que
era, mas era bem masculino e almiscarado. Eu tipo, gostei disso. Além
disso, isso misturado com a doçura da bebida e da fumaça no ar era uma
combinação muito inebriante. Não eram coisas com as quais eu estava
acostumado, e isso estava acendendo uma chama dentro de mim.
Algo diferente e ruim. Algo selvagem.
Tate estendeu a mão para agarrar as moedas na minha frente. Ele havia
se livrado do paletó logo depois que começamos a beber, e agora estava
apenas com a camisa branca de botões, o colarinho desfeito, mostrando a
clavícula e o início de alguns pelos claros no peito, suas mangas estavam
enroladas em seus antebraços, e eu não pude deixar de notar que ele tinha
braços fortes, com veias meio salientes.
Ele estava obviamente em forma. Não tão grande quanto Ben, ou eu, para
falar a verdade. Mas eu poderia dizer que seu terno foi feito sob medida
para caber em seus ombros largos e peito, cintura estreita e bunda justa.
Eu mal reconheci que o estava examinando com tanta força até que o som
da moeda batendo contra a bar me tirou dos meus pensamentos errantes.
Meus olhos voltaram para o jogo. Ele tinha perdido... de novo.
— Você realmente não é bom nisso, — suspirei, acenando para a barmaid
para sinalizar mais bebidas. Eu não tinha certeza se ela traria injeções ou
uísque, mas eu realmente não me importava. Eu estava ficando fodido.
Sobre o que exatamente não importava.
— Sim, bem... tenho outras habilidades, — ele rugiu, inclinando-se para
sua próxima tacada, mas desta vez firmando-se com uma mão na minha
coxa.
Olhei para baixo em sua mão, então voltei para seu rosto. Ele estava se
concentrando no copo vazio, mas seus olhos se voltaram brevemente para
os meus e ele piscou, antes de voltar para sua tarefa. Desta vez, ele
conseguiu.
— Sim, vadia, — ele sorriu com orgulho, inclinando-se para trás, mas
deixando a mão na minha perna.
— Hmm... parabéns, — sorri, levantando minha sobrancelha para ele.
A garçonete voltou com mais duas doses de algo diferente desta vez, e
cada um de nós pegou uma, tilintando e depois jogando-as de volta.
— Mmm... foda-me, — ele grunhiu, batendo o copo no bar.
Semicerrei os olhos para ele, lambendo meu lábio inferior e puxando-o
entre os dentes enquanto o álcool aquecia minha garganta.
— Então, o que ainda não consegui descobrir, Ryan Harper, é por que
você está aqui, em vez de beber com seus colegas de faculdade na escola.
Ou, você sabe... sua namorada. — Ele inclinou a cabeça, seus olhos escuros
vítreos e brilhantes enquanto ele deslizava sua mão lentamente para fora da
minha perna, mas não sem primeiro deixar um rastro terrivelmente perto
da minha virilha. Meu pau estremeceu.
— Eu queria sair por uma noite, — dei de ombros, não revelando nada
quando coloquei meu copo ao lado do dele.
Ele se inclinou mais perto do meu rosto e sussurrou: — A que distância
você quer chegar?
Movi meu rosto na frente dele. — Depende... Até onde pode me levar?
Tate expirou lentamente, seu peito subindo e descendo enquanto seus
olhos caíam na minha boca. Então ele se levantou abruptamente diante de
mim, olhando para baixo para observar meus olhos.
— Me encontre no banheiro em cinco minutos, — ele rosnou. Então ele se
virou e se afastou de mim, indo em direção à parte de trás do bar, que eu
imaginei ser onde os banheiros estavam.
Respirei fundo e fechei os olhos. Que porra eu estava fazendo? Eu não
queria ficar com um cara estranho no banheiro desse bar desprezível.
Minhas mãos tremiam de verdade e eu estava ficando um pouco suado.
Eu queria pedir outra bebida para acalmar mais meus nervos, mas então o
álcool tinha me colocado nessa confusão em primeiro lugar. Sim, acho que
você já está calmo o suficiente, mano.
Levantei-me rápido, me preparando para dar o fora e nunca olhar para
trás, mas congelei no meio do caminho. Engoli em seco e olhei em volta.
Este lugar estava repleto de todas as atividades mais lascivas. Todo mundo
estava bêbado. Literalmente todos, até mesmo a barmaid. As garotas
mostravam seus peitos para os caras jogando sinuca, as pessoas
basicamente transando no canto. Eu tinha visto toneladas de pessoas
entrando e saindo dos banheiros a noite toda, o que significa que estavam
fodendo lá, ou usando drogas, ou ambos.
Estava claro que esse era o tipo de coisa que acontecia em um lugar como
este, e foi por isso que meu subconsciente me trouxe aqui. Ninguém estava
prestando atenção em mim, nem dariam a mínima se eu entrasse naquele
quarto de morcego agora para ficar com um cara.
E, honestamente, eu estava meio desesperado para descobrir se ficar com
Tate seria como ficar com Ben. Eles eram pessoas muito diferentes. E claro,
Tate não me fez sentir como Ben fazia só de olhar para mim. Mas isso não
era culpa dele. Era minha.
Eu estava começando a pensar que talvez tenha romantizado tudo com
Ben em minha mente, transformando-o em algum caso lascivo que ficaria
na história como o momento sexual mais influente de minha vida. Mas eu
tinha apenas 21 anos. Tinha muito tempo para criar outras ótimas
lembranças sexuais. Tinha muito tempo para descobrir o que queria e para
ser jovem e estúpido antes de ter que me estabelecer e pensar sobre meu
futuro.
Quer dizer, porra, vou ser um idiota em breve. Preciso fazer isso agora enquanto
posso.
E mais do que tudo, eu queria tirar Ben daquele pedestal maldito em
minha mente. Afinal, ele era apenas um homem. Não era um deus do
caralho.
Bufei e balancei a cabeça, caminhando em direção à parte de trás do bar.
Eu estava em uma missão.
Havia três banheiros, e nenhum deles tinha marcações para homens,
mulheres ou mesmo unissex, o que era estranho. Havia apenas três portas,
uma ao lado da outra. Engoli em seco, tentando a primeira alça, sacudindo-
a suavemente. Estava trancada. Passei para o próximo e antes que pudesse
tentar a manivela, duas garotas e um cara irromperam do terceiro banheiro,
todos rindo como uma tempestade, pendurados um sobre o outro.
Respirei fundo novamente e girei a maçaneta para a porta do meio, que
estava destrancada. Empurrei e a porta abriu uma fenda. Tate estava lá,
encostado na parede, olhando para mim com aquele maldito sorriso no
rosto novamente.
— O que está fazendo? — Ele riu, avançando e me agarrando pelo braço,
me arrastando para dentro do banheiro e trancando a porta atrás de mim.
— Eu não tinha certeza... em qual você estava, — respirei, me sentindo
muito mais bêbado agora que eu estava de pé e me mexendo.
O banheiro era uma cabine cheia, então havia apenas um vaso sanitário,
uma pia e uma lata de lixo. Era uma quantidade adequada de espaço, e não
tão nojento quanto eu teria pensado ao ver como o resto do bar parecia.
Ainda assim, era uma vibração estranha lá.
Graffiti e desenhos por todas as paredes, uma luz fluorescente acima de
nossas cabeças, piscando. Estar lá estava me deixando mais nervoso.
Tate ficou na minha frente, perto, seus dedos entrelaçados com os meus
enquanto seus olhos grudavam nos meus como cola. Seu sorriso se foi
agora, e ele parecia totalmente sério.
— Bem, você me encontrou, — ele grunhiu. — O que vai fazer?
Antes que eu pudesse pensar demais, agarrei seu rosto e puxei seus
lábios nos meus, beijando-o com força. Ele gemeu baixinho entre meus
lábios, pressionando seus quadris nos meus, prendendo-me na porta, suas
mãos imediatamente correndo sobre meu peito e estômago, sentindo meus
músculos através da minha camiseta. Separei meus lábios e deslizei minha
língua em sua boca, sacudindo ao longo da sua em golpes suaves,
chupando seu lábio inferior.
— Mmmm... porra, Ryan, — Tate se engasgou entre beijos aquecidos e
escorregadios, sua mão deslizando dentro da cintura da minha calça jeans
para esfregar em mim por cima da minha boxer. — Jesus, você tem um pau
grande.
Fechei meus olhos com força por um segundo. Eu não tinha certeza do
porquê, mas Ben apareceu em minha mente. Provavelmente foi só porque
eu estava saindo com um cara, e Ben era o único outro cara com quem eu já
tinha ficado... Então, naturalmente, eu compararia os dois.
Mas, ainda assim, eu tinha um estranho sentimento de culpa em minhas
entranhas. Nem mesmo por Hailey, minha fodida namorada a quem eu
estava traindo, mais uma vez. Não, eu estava me sentindo culpado porque
não queria machucar Ben. O que era uma loucura.
— Ben nunca pode descobrir sobre isso, — sussurrei nos lábios de Tate.
Ele puxou a mão para trás e começou a desabotoar e abrir o zíper da minha
calça.
— Por que eu diria a ele? — Ele respirou, quebrando nosso beijo
brevemente para me dar uma olhada e puxar minha calça para baixo logo
abaixo da minha bunda.
— Eu não sei... não estou dizendo que você contaria a ele, — bufei,
enquanto ele tirava meu pau da minha boxer e começava a me acariciar.
Grunhi, respirando fundo. Suas mãos eram mais suaves do que as de Ben...
— Mas você pode contar a outra pessoa, que poderia contar a alguém, que
poderia... você sabe... — Minha voz sumiu e beijei seu lábio inferior,
chupando e mordendo. Ele tinha lábios muito bonitos.
— Sim, entendi, — ele sorriu enquanto eu beijava ao longo de sua
mandíbula, desabotoando sua camisa lentamente. — Não se preocupe, seu
segredo está seguro comigo. Não estou tentando enganar ninguém.
Afastei-me e olhei para ele por um momento, a boca aberta. Ele não
estava entendendo o que eu estava dizendo...
Espere, estou mais preocupado com as pessoas descobrindo que gosto de ficar com
caras, ou com Ben descobrir que fiquei com alguém que não fosse ele?
Eu não tinha tempo ou energia para ficar obcecado com isso agora. Teria
que esperar até mais tarde.
Deslizei minhas mãos dentro de sua camisa aberta, correndo meus dedos
sobre a definição em seu peito, puxando sua camisa para fora da calça.
Então eu desfiz seu cinto, lentamente, mantendo meus olhos nos dele.
Estava quente e meu pau estava definitivamente duro, mas principalmente
porque tudo isso era muito novo. Não era nada igual ao que acontecera
com Ben.
Pare de pensar nele. Jesus.
Beijei Tate novamente, alcançando dentro de sua boxer para agarrar seu
pau. Eu acariciei algumas vezes, então ele me agarrou pela minha bunda e
me puxou para mais perto, moendo sua ereção na minha. Ele afastou a
boca, deixando-me com fome de mais beijos de seus lábios macios e
carnudos, e se ajoelhou na minha frente. Ele espalmou meu pau,
empurrando-o algumas vezes antes de envolver aqueles lábios deliciosos
em volta de mim e começar a chupar.
— Mm... porra... — choraminguei, fechando os olhos e encostando a
cabeça na porta.
Tate chupar meu pau foi uma experiência completamente diferente do
que com Ben. Mesmo em nossa última noite juntos, Ben ainda era tão gentil
e hesitante. Ficou claro que ele nunca tinha feito isso antes de mim. Tate,
por outro lado... Bem, vamos apenas dizer que ele era definitivamente
experiente. Ele chupou meu pau como um profissional.
Abri meus olhos e o observei ir, fascinado por quão bons seus lábios
pareciam deslizando para cima e para baixo em minha carne sólida. Corri
meus dedos por seu cabelo e segurei sua cabeça enquanto ele trabalhava em
mim. Foi muito bom pra caralho.
— Tate... sua boca é incrível... — Eu disse lentamente, observando-o me
enfiar em sua garganta sem pestanejar. — Chupe minha porra de pau...
Deus, porra, eu só... não queria que Ben descobrisse sobre nós, sabe? Ele
não pode saber que fiquei com você...
Por que você está falando, louco? Fecha o inferno acima!
Eu não tinha ideia do porquê aquelas palavras estavam saindo da minha
boca, mas não poderia tê-las impedido mesmo se quisesse. Talvez eu só esteja
bêbado...
Tate fez contato visual, arrancando sua boca do meu pau e ficando de pé
na minha frente.
— Oh meu Deus... — ele sorriu, sem fôlego, suas bochechas coradas e
seus lábios úmidos. — Você está gostando demais dele.
— O quê? — Engasguei-me, e ele pegou nossos dois paus em sua mão,
acariciando-os juntos.
— Não se sinta mal por isso, Ryan, — ele continuou beijando-me
suavemente. — Todos gostamos de Ben Lockwood. Ele poderia fazer até o
cara mais hétero cair de joelhos. — Ele riu, colocando a mão no bolso e
tirando um preservativo.
Espere, o quê? Eles estão todos no Ben? Quem são eles?? Eles ficaram com o
Ben? Ele estava mentindo sobre eu ser seu primeiro cara?
Minha mente estava correndo. Ben nunca tinha dito tecnicamente que eu
era o primeiro cara com quem ele tinha estado. Mas presumi por causa do
quão nervoso ele estava naquela noite no porão... Talvez ele só estivesse
nervoso porque você é o namorado da filha dele... Jesus Cristo, que porra é essa!?
— Você já ficou com ele? — Perguntei, minha voz profunda e rouca de
ciúme enquanto ele rasgava a embalagem da camisinha com os dentes e a
deslizava sobre minha ereção, fazendo meu pau estremecer em sua mão.
Então eu acho que estou transando com ele...
— Não, — Tate riu baixinho, me olhando como se eu fosse louco por um
segundo. — Só em meus sonhos... — respirei aliviado, tentando não ser
óbvio. — Não, até onde sei, Ben Lockwood é tudo sobre buceta. Mas quero
dizer, personalidade alfa, aquele corpo, aqueles olhares ardentes... Ele é um
sonho molhado, aquele homem.
Tentei controlar minha respiração, mas meu coração estava batendo
como um louco só de falar sobre Ben, enquanto, é claro, tinha meu pau
manipulado por outro cara gostoso. Eu não conseguia processar nada do
que estava acontecendo no momento. Então fechei tudo e beijei Tate com
força, lambendo sua língua, puxando seu lábio inferior gordo entre meus
dentes.
Eu o virei e o empurrei contra a porta, puxando seus quadris para trás
para que sua bunda ficasse bem na frente da minha virilha. Empurrei suas
calças e boxers para baixo em torno de seus tornozelos e espalhei suas
bochechas, deslizando meu polegar sobre seu buraco. Eu me movi e beijei
seu pescoço todo, virando seu rosto para beijar seus lábios, enquanto eu
arrastava a cabeça do meu pau entre suas nádegas cheias.
— Foda-me, Ryan... — Tate ofegou, sem fôlego e pronto para o meu pau.
— Imagine que está transando com Ben... E vou imaginar que seu pau está
enchendo minha bunda.
Rosnei, agarrando-o com força pelos quadris e fechei os olhos. Eu não
queria que ele estivesse certo... Eu não queria pensar em Ben... Mas eu
estava. Não conseguia parar.
E Tate estava me dando luz verde para me imaginar fodendo a bunda
apertada de Ben, que era tudo que eu queria no mundo inteiro. Era muito
mais confuso do que apenas ser um cara teoricamente hetero com uma
namorada que estava transando com um cara qualquer no banheiro de um
bar.
Foda-se... Eu quero tanto Ben.
Peguei meu pau na minha mão e pressionei-o no buraco de Tate
lentamente. Ele relaxou facilmente, permitindo-me entrar. Dei a ele um
bom e forte impulso, empurrando todo o meu pau dolorido dentro dele,
centímetro por centímetro agonizante. Ele estava tão apertado quando
quebrei cada cume até que eu estava até minhas bolas. Encarei sua bunda,
lembrando-me da de Ben. O tempo no chuveiro... Ou nossa primeira vez.
Quando ele estava deitado embaixo de mim, as pernas bem abertas, sua
bunda espalhada diante de mim, esperando para receber meu pau.
Ele estava tão nervoso... E eu também. Nem precisei perguntar a ele se
ele já tinha estado com outro cara antes. Eu poderia dizer por causa da
ansiedade óbvia, movendo-se entre nós. Estávamos ambos nervosos, mas
muito animados. Mais animado do que nunca.
Só de pensar em Ben e em nossa primeira vez, fodi Tate forte e
profundamente, acariciando cada centímetro de mim em sua bunda,
batendo-o contra a porta. Ele estava gemendo e grunhindo, baixinho o
suficiente, mas também provavelmente não se importando se algum
degenerado bêbado nos ouvisse. Perdi-me no meu ritmo e nas minhas
memórias e nos sentimentos. Eu era toda sensação no momento, batendo
em um homem diverso, tendo bebido sexo gay enquanto fantasiava sobre o
pai da minha namorada até que explodi no orgasmo, gozando forte em sua
bunda.
Eu estava tão atordoado que assim que meu pau acabou de soprar minha
carga na camisinha, eu estava puxando e virando Tate para que pudesse
chupar o gozo dele, o tempo todo me lembrando da expressão do rosto de
Ben no porão dele na semana passada. Meu coração ficou pesado quando
acordei e percebi que ele não estava realmente lá.
Tate e eu trocamos números e nos despedimos depois disso. Dormi em
meu carro por três horas para ficar sóbrio, antes de acordar às cinco da
manhã para dirigir uma hora de volta para casa. De volta à realidade.

Fiquei na cama o dia todo no domingo, me recuperando da minha


ressaca devastadora.
Alec veio algumas vezes para me verificar e se certificar de que não
estava morto, o que apreciei. Kayla me fez torrada francesa e bacon, o que
me reanimou o suficiente para arrastar minha bunda encharcada de bebida
para o chuveiro às seis e meia para me preparar para o jantar com Hailey.
A noite passada foi uma espécie de acidente de trem, e eu sabia que esta
noite não seria muito melhor.
Vesti-me com algo decente e deixei meu apartamento ansioso, ansioso
para acabar com tudo isso. Eu estava uma grande bola de nervos inquietos
quando cheguei ao restaurante. Eu estava vinte minutos adiantado, então
me sentei no bar enquanto esperava pela minha namorada.
Suki era meu restaurante favorito de sushi. Era para lá que havíamos
vindo para nosso primeiro encontro oficial. Jantar, de qualquer maneira.
Nosso verdadeiro primeiro encontro foi o almoço que fomos depois que eu
a conheci na biblioteca da escola, quase cinco meses atrás.
Eu já tinha visto Hailey antes na escola, mas nunca tive coragem de falar
com ela até aquele dia na biblioteca. Eu tinha rompido com minha
namorada de nove meses algumas semanas antes, quando descobri que ela
estava me traindo. Contra todos os meus melhores julgamentos, eu tinha
sido varrido por um relacionamento na faculdade com uma garota festeira,
sabendo que faria mais sentido permanecer solteiro e salvar meu coração
do trauma inevitável.
Minha então namorada, Dahlia, me hipnotizou com seu atrevimento e
confiança, e seus olhos grandes e seios ainda maiores. Estar com ela era
como estar em uma montanha-russa por nove meses seguidos. Foi um
desastre tortuoso e, quando finalmente chegou ao fim - comigo pegando-a
em uma festa fazendo um ménage à Trois com dois caras que eu quase
considerava amigos - eu estava compreensivelmente bem em voltar a ser
solteiro.
Meus amigos tinham um apelido para mim que começou no primeiro
ano e realmente se acentuou depois que Dahlia e eu terminamos -
Heartthrob2 Harper. Eu estava gostando de estar solteiro de novo, apenas
vivendo isso, saindo com garotas e não dando a mínima. Até a primeira vez
que vi Hailey...
Eu estava certo antes das férias de primavera. O sol brilhava e soprava
uma brisa agradável no pátio, que esfriava o calor. Eu estava com Alec e
alguns dos meus amigos, parados, falando merda antes da aula. Hailey era
caloura, então, quando vi um novo rosto que não reconheci, imediatamente
percebi.

2 Galã
Ela estava caminhando com um de seus amigos, e estavam correndo -
como os calouros geralmente estavam - provavelmente atrasadas para uma
aula no campus. Os cadarços de Hailey em seus tênis Converse estavam
desamarrados, então ela teve que parar para amarrá-los. Ela acenou para a
amiga, dizendo-lhe para continuar e não esperar. Ela se agachou, colocando
todas as suas coisas no chão para amarrar o sapato. Ela tinha um monte de
livros e uma maçã que estava segurando. Quando ela largou tudo, sua
maçã começou a rolar e ela teve que se aproximar e pegá-la quando
terminou.
Era uma coisa tão estúpida de se prestar atenção, mas por algum motivo
eu não conseguia parar de olhar para ela. Mesmo agora, eu ainda podia
sentir o sorriso que continuava tomando conta dos meus lábios o dia todo
sempre que me lembrava de sua maçã rolando, e seu rosto adorável e
frustrado quando ela foi buscá-la, carregando todos os seus livros grandes e
pesados nos braços.
Eu queria desesperadamente ajudá-la a carregá-los, mas não queria ser
repreendido por meus amigos. Além disso, eu estava nervoso. No fundo,
sempre fui um cara tímido. Nunca tive certeza de onde tirei o apelido de
arrasador de corações, mas certamente não me sentia um arrasador de
corações naquela época. Ainda não sentia.
Eu vi Hailey mais algumas vezes no campus depois daquele dia, e nos
levou a terminar sozinhos em uma certa seção da biblioteca juntos antes
que eu pudesse reunir coragem para falar com ela. E foi a melhor coisa que
já fiz.
Senti-me alto na primeira vez que a fiz sorrir. Quando ele olhou para
mim com aqueles olhos azuis surpreendentes, eu me senti como se estivesse
em casa. Acho que me apaixonei por ela naquele dia.
Sempre amaria Hailey. Ela era uma pessoa incrível. Ela não era como
Dahlia. Ela era doce, gentil e muito engraçada. E ela era linda. Linda,
perfeita e clássica, como uma obra de arte.
Independentemente do que acontecesse esta noite, ou no futuro, eu sabia
que sempre amaria Hailey Lockwood. Parte de mim se perguntou o que
diabos eu estava fazendo...
Senti sua presença antes de vê-la, e olhei para cima ao vê-la se
aproximando lentamente, toda sorridente e vibrante. Eu não pude deixar
de sorrir de volta, o primeiro sorriso genuíno que eu tinha dado em dias.
Levantei-me e peguei-a pela cintura, inclinando-me para beijá-la na
bochecha e inalar seu perfume magnífico. Meu coração batia forte no peito
e eu estava com os nervos em frangalhos de novo.
— Ei, Hales, — sussurrei para ela, pegando sua mão.
— Oi, bebê, — Hailey respondeu, olhando para mim com a testa marcada
por algum tipo de incerteza que me fez sentir fisicamente bem.
A hostess nos levou para a nossa mesa, e eu queria apenas me virar e
sair. Não queria sentar-me à mesa. Eu não queria que o que estava para
acontecer acontecesse.
Nós nos acomodamos em nossa mesa e apenas nos encaramos por um
momento. Eu não a via há muito tempo... Era estranho ir de vê-la quase
todos os dias para não a ver por uma semana inteira. Isso fez com que tudo
parecesse muito mais pesado. O peso de tudo estava sobre meus ombros e
me senti como se estivesse sendo esmagada.
Finalmente, decidimos falar.
— Então... você se divertiu na noite passada? — Perguntei a ela, olhando
para o meu menu, fingindo olhar quando, na verdade, eu estava apenas
com medo.
— Sim, — Hailey me deu um pequeno sorriso, inclinando a cabeça para o
lado. Oh, Deus... isso é tão terrível.
— Hales... — Suspirei, largando meu menu idiota e fechando meus olhos
com força por um momento. — Escute, nós temos que...
— Ryan, espere, — Hailey me parou, e olhei para cima. — Sei o que vai
dizer... E antes que faça, eu tenho algo a dizer para você...
Engoli em seco e assenti enquanto Hailey colocava minhas mãos em cima
da mesa.
Capítulo 9
Ben

Okay, aqui vai...


Cliquei no vídeo no meu computador, esperando que ele carregasse
enquanto estava sentado na minha mesa no porão. Já era tarde, quase três
da manhã naquele ponto, e naturalmente eu não conseguia dormir.
Jessica desmaiou imediatamente após chegar em casa do jantar com
Rachel. Aparentemente, ficaram meio bêbadas, então quando Jess voltou
para casa, ela estava toda quente e incomodada, basicamente me arrastando
para cima para brincar. Infelizmente, quando terminei de urinar trinta
segundos, ela já estava roncando, de bruços, bunda para cima na cama, com
as calças meio fora.
Ri baixinho para mim mesmo, porque ela era adorável. Mas eu ainda
estava com tesão pra caralho, e ela claramente não iria acordar tão cedo.
Esperei cerca de uma hora para ver se ela iria, mas não tive essa sorte. Daí o
computador...
Fui ao meu site pornográfico de sempre para encontrar algum material
de masturbação rápida, mas fui um pouco desviado.
Veja, a questão é...
Vi um vídeo com um cara que se parecia muito com Ryan. E isso me
lembrou de Ryan... e nosso emocionante fim de semana juntos há duas
semanas. Uma vez que minha mente estava indo nessa direção, comecei a
procurar outras coisas.
Apesar da aventura com Ryan, eu ainda nunca tinha assistido
pornografia gay antes. Eu tinha pensado muito sobre nosso pequeno
encontro nas últimas duas semanas. Eu disse a mim mesmo repetidamente
que não iria, mas ele continuou rastejando em minha mente em momentos
estranhos. Então agora que eu estava com tesão e usando a internet e minha
mão como namorada durante a noite, é claro que eu estava louco para
conferir pela primeira vez.
Isso e eu meio que queria ver se isso me interessava, ou se a coisa com
Ryan era mais um incidente isolado. Não fui capaz de dizer se estava tão
atraído por Ryan que precisava fazer sexo com ele, ou se estava apenas
entediado e procurando experimentar com um cara, e Ryan estava lá em
um momento coincidente.
Isso era o que eu esperava descobrir com o meu pequeno vídeo aqui...
O vídeo começou a rodar e abaixei o volume todo, olhando a tela com
olhos arregalados e curiosos.
Pelo que eu estava pegando depois dos primeiros minutos, havia um cara
que brigou com sua esposa e veio conversar com seu amigo, depois disso os
dois amigos começaram a experimentar. Parecia piegas até agora, mas o
único cara definitivamente se parecia com Ryan. Ele era grande, alto e
definido em todos os lugares, com cabelo escuro.
O outro cara era alto e musculoso também, por isso decidi ver esse vídeo.
Aparentemente, era o que eu gostava... Claramente. Ambos os caras tinham
tatuagens, o que também me agradou. Eu pessoalmente não tinha
nenhuma, mas não me opus a isso. Definitivamente fica bem nesses caras.
O vídeo estava finalmente ficando interessante quando os caras
começaram a se beijar. Eles estão se beijando em um sofá, esfregando-se um
no outro. Isso me lembrou de Ryan e eu no quarto de hóspedes... E no
galpão. Ok, pare. Você não deveria pensar nele o tempo todo! Caso contrário, qual
é o ponto?
Os caras começaram a ficar nus, o que estava inflando meu pau um
pouco. E então o que parecia Ryan começou a chupar o pau do outro cara.
Meu próprio pau estava ficando cada vez mais duro enquanto eu
observava, alcançando a calça do meu pijama e me acariciando
suavemente. Parecia bom, mas eu estava muito atento ao quão falsa era
toda a história.
Tipo, com Ryan e eu, por exemplo... Oh Deus, vamos lá... Quando nos
chupamos pela primeira vez, estávamos tão hesitantes, nervoso e quase
recatado sobre isso, porque estávamos chocados com o que estava
acontecendo. Era tão excitante porque era inesperado, sujo e acumulado. Se
esses caras queriam vender a história, precisavam ir mais devagar; torná-lo
mais apaixonado e sensual. Em vez disso, eles estavam apenas sugando e
gozando profundamente, e era tão óbvio que já haviam feito isso um
milhão de vezes antes.
Suspirei de leve desapontamento, continuando a acariciar minha ereção,
que estava dura, mas não tão dura quanto era quando você sabe quem
estava aqui comigo...
A próxima coisa que eu sabia, um cara estava deslizando seu grande pau
dentro da bunda do outro cara e bombeando para longe. Foi meio quente
de assistir, mas eu estava completamente fora da história. Estava quase
quente agora por causa do quanto o cara de cabelos escuros se parecia com
Ryan. Fechei meus olhos e inclinei minha cabeça para trás, me masturbando
com minha própria coleção de pornografia...
Mmm... Os lábios doces e macios de Ryan. Me beijando, chupando meu lábio
inferior, em seguida, mordendo-o. Sua boca quente, úmida e quente percorrendo
meu corpo, lambendo e sugando ao longo das curvas dos meus músculos, meus
mamilos... Em seguida, chupando meu pau em sua boca, movendo-se para cima e
para baixo em mim, repetidamente... Oh Deus, sim. Ryan... chupe meu pau, bebê.
Minha mão começou a acariciar mais rápido quanto mais excitação corria
por mim.
Sua língua na minha bunda, me deixando molhado... Seu pau grande, longo e
grosso empurrando dentro do meu buraco, me enchendo tão profundamente. Porra,
foi um choque no início, mas não doeu do jeito que pensei que faria, mesmo que seu
pau seja enorme. Não, foi incrível... Acariciando, entre minhas pernas, me
penetrando, me fodendo... Foi tão ruim, tão errado. Ilícito. Seu longo pau, tão longe
do meu corpo, roçando aquele ponto sensível profundamente... tão profundo...
Eu estava grunhindo e ofegando, empurrando meu pau duro de minhas
bolas para cima e para trás, lembrando a maneira como Ryan tinha
chupado a cabeça do meu pau enquanto ele ainda estava dentro de mim,
engolindo todo o meu gozo até que ele explodiu dentro da minha bunda.
Senti o orgasmo subindo furtivamente em mim e a próxima coisa que eu
sabia, estava gozando em meu próprio estômago, choramingando o nome
que eu não deveria estar pensando.
Foda-me. Tanto para toda essa ideia.
Fiquei sentado ali tonto por um tempo, antes de finalmente me levantar
lentamente. Limpei e desliguei o vídeo idiota que eu nem estava assistindo.
Eu desliguei meu computador, bocejando enquanto fazia meu caminho de
volta escada acima para o meu quarto, agarrando minha esposa bêbada e
abraçando seu corpo quente. No momento em que caí em um sono
inquieto, o céu estava pálido como o amanhecer.
— Jessica! Você está quase pronta para ir? — Gritei com minha esposa da
sala de estar, verificando meu relógio novamente pela terceira vez nos
últimos quinze minutos. — Só vamos passar um dia! Jesus, por que está
embalando toda a sua vida?
— Estou indo, Ben! Meu Deus, relaxe... — ela gritou para mim lá de cima.
Revirei os olhos e continuei andando.
Eu queria pegar a estrada. Era uma viagem de cinco horas até a escola de
Hailey, e precisávamos chegar lá, entrar em nosso hotel e nos refrescar
antes de nossas reservas para o jantar às oito. Eu estava superanimado para
ver minha filhinha em seu aniversário. Eu tinha escolhido um presente que
sabia que ela iria adorar, especificamente de mim - era uma tradição para
mim e Jess comprarmos o nosso próprio presente, porque ela era filha única
e estragada para o inferno santo. Eu mal podia esperar para vê-la e ouvir
sobre como a escola estava indo.
Dito isso, eu também estava mais nervoso do que há algum tempo, quase
a ponto de adoecer fisicamente. A reserva para o jantar esta noite era para
quatro. Eu. Jessica. Hailey. E um quarto. Todos nós sabíamos quem era o
quarto...
Oh Deus, isso é demais. Não consigo vê-lo. Eu não deveria vê-lo. Eu quero vê-
lo...
Eu estava indo para este fim de semana sabendo muito bem que sob
nenhuma circunstância eu poderia sequer flertar com Ryan. Eu não tinha
permissão para tocá-lo, a menos que estivesse cumprimentando-o com um
aperto de mão ou adeus. Eu não tinha permissão para falar com ele, a
menos que estivesse perguntando sobre a escola ou o trabalho. Eu não tinha
permissão para olhar para ele, a menos que ele estivesse falando
diretamente para mim. Absolutamente nenhum negócio engraçado.
Não pense que não estou vendo a ironia aqui.
Jessica finalmente desceu as escadas, arrastando uma bolsa
desnecessariamente grande atrás dela. Zombei e balancei minha cabeça,
caminhando para pegá-la.
— O que diabos tem aqui? Dez quilos de escama de peixe boliviana? —
Eu a repreendi com meu tom e meu olhar sarcástico. Eu estava todo
esquisito no momento.
— Pare de ficar acordado a noite toda assistindo Narcos, — ela
resmungou com um sorriso, seguindo atrás de mim, trancando a casa no
nosso caminho de saída.
Joguei sua mochila pesada no porta-malas e me sentei no banco do
motorista, ligando o motor e colocando o cinto de segurança, preparando-
me para esta pequena viagem.
— Você se lembrou de alimentar o gato? — Perguntei enquanto saía da
garagem.
— Não temos gato, querido — Jess zombou e começou a mexer no rádio.
— Bom. Uma boca a menos para alimentar, — murmurei, dirigindo
alegremente pela rua, longe de nosso bairro e em direção a Hailey.
— Você está excepcionalmente engraçado hoje, — ela cantarolou. —
Posso adivinhar por quê...
Olhei de soslaio para ela. — Em primeiro lugar, sou sempre engraçado.
— Eu mal deixei um sorriso escapar enquanto ela ria à minha direita. — Em
segundo lugar, provoque se quiser, mas sou um pai idiota. Desde que
tínhamos dezessete anos. Não vai mudar muito em breve.
— Mmm... graças a Deus por isso — Jess ronronou, inclinando-se sobre o
console para me apalpar um pouco.
Empurrei o volante de propósito, fazendo-a gritar e se atirar direto em
seu assento. — Ai Jesus! Desculpe... quase bati em um guaxinim. — Sorri
largo e ela me deu um tapa no peito, rindo através de seu suspiro agitado.
— Não distraia o motorista, pequena Sra. A menos que esteja com a cabeça
na estrada.
— Você é a pessoa mais detestável da Terra... — ela bufou, puxando o
livro da bolsa no chão e se jogando para trás em seu banco.
— Ei, você se casou comigo, — suspirei. — Isso é por sua conta. — Eu
pisquei para ela e ela sorriu muito.
Cinco longas horas e apenas seis pausas para fazer xixi depois, chegamos
ao nosso hotel. Era na parte agitada do centro da cidade, a uma curta
caminhada da escola de Hailey e de seu apartamento. Hailey era muito
inteligente e eu estava incrivelmente orgulhoso de quão bem nós a criamos.
Ela gostava de sair com os amigos e brincar como qualquer outra criança de
sua idade, mas sempre levara os estudos a sério.
Ela recebeu bolsas e subsídios para ajudá-la com suas mensalidades, mas
ainda assim, a maior parte de seus estudos estava sendo paga por mim.
Estava tudo bem, no entanto. Eu estava me preparando para isso desde que
ela tinha seis anos e disse que queria ser astronauta. E então sete, quando
ela mudou para bióloga da floresta tropical. E então nove, quando ela
mudou para cirurgião cardíaco.
Hailey tinha muitas declarações sobre seu futuro ao longo dos anos,
então imaginei que também poderia começar a economizar para a escola
mais cedo. Quando ela finalmente encontrou um advogado, eu estava
pronto. E eu precisava daquela preparação mental também. Quase tive um
ataque cardíaco quando recebi a primeira conta dela da UNM.
Mas estava tudo bem, porque Hailey estava seguindo seu sonho. Ela era
inteligente, dedicada, motivada e determinada.
E ela era filha única. Agradeço a Deus por isso.
Jess e eu deixamos o carro e nossas malas com o manobrista, fazendo o
check-in na recepção e subindo para o nosso quarto. Eu tinha reservado
uma suíte para nós, imaginando que poderíamos fazer desta uma pequena
escapadela durante a noite. Queríamos começar a fazer mais viagens juntos
agora que Hailey estava na escola, mas muitas vezes eu era sugado para o
trabalho e procrastinado. Era tudo parte do meu estilo de vida chato e
comum de cara casado. Caras casados chatos não iam a lugar nenhum.
Bem, talvez em algum lugar clichê como Cancún ou Aruba. Mas nunca
divertido em nenhum lugar.
Talvez eu deva reservar uma viagem surpresa para algum lugar legal para mim e
Jess... Tipo, Tóquio, ou Irlanda, ou Croácia. Algum lugar que nenhum de nossos
amigos jamais pensou em ir. Afinal, não sou mais apenas um cara comum e chato...
Balancei os pensamentos diversos para fora da minha cabeça enquanto
abríamos a porta da nossa suíte, os olhos arregalados de excitação enquanto
olhamos ao redor. O quarto era enorme. Ele tinha todos os tipos de
comodidades incríveis, e passamos sólidos quinze minutos explorando
antes de nos encontrarmos no frigobar.
— Champanhe, meu amor? — Perguntei a Jess, abrindo uma garrafa.
— Tudo bem, acalme-se, saco de dinheiro, — minha esposa me
repreendeu, embora ela arrebatou o copo de Moet da minha mão no
segundo em que terminei de servi-lo. — Você sabe como essas coisas estão
superfaturadas?
— Estamos comemorando, — sorri, segurando meu copo na frente dela.
— Dezenove anos atrás, você disse duas palavras para mim que... bem,
primeiro me assustou pra caralho, - eu ri e Jess sorriu, mordendo o lábio. —
Mas então mudou para sempre minha vida para melhor. Bebê, engravidar
você foi a melhor coisa que já aconteceu comigo. — Jess fez beicinho para
mim, parecendo que estava prestes a chorar. — Felicidades por mais um
ano incrível criando a melhor filha do mundo com você.
— Saúde, — Jess choramingou, e nós brindamos nossos copos, brindando
ao aniversário de nossa filha. Nós dois bebemos ao mesmo tempo, olhando
um para o outro por cima da borda dos nossos copos.
Ela colocou o copo primeiro no balcão, enquanto eu bebia o meu até que
estivesse vazio. Ela sorriu para mim, esperando que eu colocasse meu copo
na mesa antes de se lançar sobre mim, me atacando com uma onda de
beijos, chupadas e mordidas.
Em menos de trinta segundos estávamos nus e fodendo no chão da nossa
suíte de hotel chique.

Jessica e eu decidimos caminhar até o restaurante, já que tudo estava tão


perto e provavelmente iríamos beber no jantar. Sempre poderíamos fazer o
Uber de volta se não quiséssemos caminhar mais tarde. Chegamos cedo
para ter certeza de que tínhamos tudo pronto quando Hailey e Ryan
aparecessem.
Sentado à mesa, eu estava tão nervoso que estava pronto para rastejar
para fora da minha pele. Eu estava animado para ver Hailey. Eu mal podia
esperar para dar a ela meu presente de aniversário. E mesmo que eu nunca
me permitisse admitir, estava animado para ver Ryan.
Eu estava tão ansioso que senti vontade de vomitar. Mas ainda animado,
no entanto.
Então você pode imaginar minha surpresa e confusão quando Hailey
caminhou até a mesa sozinha.
Jess e eu nos levantamos, cumprimentando nossa filha com abraços,
beijos e carinho, murmurando parabéns para nossa querida menina. E tentei
permanecer sutil enquanto olhava ao redor, esperando que ele viesse do
estacionamento do carro ou algo assim.
Hailey ocupou uma das cadeiras vazias em frente a sua mãe e eu,
sorrindo de contentamento para nós. Jessica e eu trocamos um olhar
perplexo, antes de nos voltarmos para Hailey. Não seria eu quem
perguntaria sobre ele, mas estava ativamente me matando não o fazer.
— Onde está Ryan? — Jess perguntou calmamente, e senti uma sensação
de torção no estômago enquanto esperava sua resposta. Ele está no
banheiro... Ele está atrasado... Ele estará aqui em alguns minutos...
Hailey parou por um momento, olhando para a mesa. — Ele não vem.
Minha pulsação acelerou enquanto meu coração afundava um pouco. Oh
Deus, espero que ele esteja bem. Aconteceu alguma coisa com ele? Oh, merda...
talvez ele tenha decidido não vir por minha causa. Ele está me evitando. Wow... isso
dói mais do que deveria.
— Oh por que não? — Jess respondeu, sua sobrancelha franzida em
preocupação. Fiquei grato por ela ter feito todas essas perguntas, porque eu
não suportava falar no momento.
Hailey ficou quieta novamente, respirando fundo. — Nós terminamos.
Meu estômago embrulhou e senti minha boca se encher de saliva, como
se eu fosse vomitar ou algo assim. Pisquei várias vezes para Hailey,
observando seu rosto em busca de algum sinal de devastação ou lágrimas
ou angústia, mas eu simplesmente não vi. Ela parecia bem. Um pouco
desapontada, mas mais culpada do que qualquer coisa. Como se ela tivesse
medo de que ficássemos com raiva dela.
— Oh, querida, — Jess sussurrou, inclinando a cabeça para o lado
daquele jeito maternal reconfortante. — O que aconteceu?
— Nada, realmente... — Hailey deu de ombros, sua testa forrada
enquanto ela olhava para nós. — Simplesmente não deu certo.
— O que quer dizer com não deu certo? — Minha voz finalmente
escapou da minha garganta, soando rouca e severa. — Ele... fez alguma
coisa? — Cerrei meu punho sob a mesa, rezando para que ela não nos
contasse que ele a traiu ou algo assim.
Claro que percebi como isso era hipócrita. Eu era a última pessoa que
poderia julgar este caso, especialmente no que dizia respeito a Ryan. Mas
eu secretamente queria saber se ele tivesse ficado com alguém mais... eu
não queria que Hailey tivesse que passar por isso. Ou eu... Jesus, controle-se.
Isso não é sobre você, idiota!
— Não, não! Nada disso, — Hailey respondeu, vindo em defesa de Ryan.
— Foi mútuo. Se qualquer coisa, eu meio que... iniciei. — Ela soltou
suavemente, olhando para a mesa novamente, brincando com seus talheres.
— Eu realmente me importo com ele, mas percebi depois que o trouxe para
casa que nós dois somos muito jovens. Não quero ser amarrada aos
dezenove.
Ela olhou de volta para nós, seus olhos se arregalando. — Não que isso
que aconteceu com vocês é ruim nem nada. É incrível! Vocês estão juntos
desde crianças e ainda estão apaixonados... É uma loucura. Mas
obviamente isso não acontece com todos, e Ryan e eu ainda temos muito de
nossas vidas para descobrir.
Engoli em seco e peguei a mão de Jess por baixo da mesa, apertando-a
com força. Eu não tinha certeza do porquê, apenas senti que tinha que
fazer.
O garçom se aproximou, servindo-nos de água e perguntando sobre
bebidas, mas eu o mandei embora. Eu não conseguia nem pensar nisso
agora.
— Sinto muito... — Hailey franziu a testa, olhando para o prato vazio
novamente.
— Sei o quanto vocês gostavam dele...
Jess bufou e balançou a cabeça, pegando a mão de Hailey em cima da
mesa.
— Querida... claro que gostamos dele. Ele era um menino muito legal,
mas você não precisava se preocupar conosco. Só queremos que seja feliz.
— Obrigado, mãe, — Hailey sorriu suavemente. — Esta é a decisão certa.
Para nós dois.
— Tem certeza? — Perguntei baixinho, os olhos de Hailey passando
rapidamente para os meus. — Tem certeza de que isso é... o que você quer?
Por algum motivo, senti que ela estava terminando comigo. Eu não tinha
ideia de por que me sentia tão mal com isso, mas simplesmente sentia. Senti
um aperto no estômago por Ryan. Ela disse que era mútuo e acreditei nela,
mas mesmo assim... não pude deixar de sentir que, de alguma forma, isso
era minha culpa. Como se ela nunca o tivesse trazido para casa, ainda
estariam juntos.
— Sim, papai, — Hailey assentiu, seus olhos arregalados e de um azul
brilhante direto para mim. — É o melhor. Nós concordamos em continuar
amigos. Totalmente amigável. — Ela sorriu, e quase não consegui acreditar
como ela parecia madura e adulta.
— Amigável... — resmunguei, balançando a cabeça e zombando da mesa.
— Desculpe, papai... sei que estão ligados, — ela se desculpou
novamente, fazendo meus olhos voltarem para os dela. — Eu não queria
que se apegasse a alguém e depois o levasse embora.
Ela riu baixinho, provavelmente por diversão provocante, mas eu estava
realmente tremendo. Este tópico estava me deixando inquieto.
— Prometo que vou encontrar outro cara para levar para casa para você,
— Hailey continuou rindo, olhando para Jess, as duas rindo como uma
tempestade.
Meus olhos estavam tão arregalados, prontos para explodir na minha
cabeça. Meu coração estava disparado e senti como se estivesse tendo uma
experiência fora do corpo.
— Bebê, ela está brincando — Jess murmurou para mim, esfregando meu
braço suavemente. — Hailey, por favor, diga que está brincando antes que
ele tenha um enfarte.
Hailey soltou suas risadas, enxugando os olhos. — Papai, estou
brincando! Sheesh, não exploda uma junta. Vou ficar solteira um pouco.
Mas não, tipo, de uma forma sacanagem, então não surte! Só vou me
concentrar na escola, nos amigos e na faculdade. Os relacionamentos
podem esperar.
— Isso é muito maduro da sua parte, bolinho — Jess murmurou,
apoiando-a.
Acho que vou desmaiar.
Respirei fundo algumas vezes, tentando compreender tudo o que tinha
acontecido. Eu estava certo de que Hailey estava feliz, e que ela tinha uma
cabeça tão bem ajustada em seus ombros. Mas não pude deixar de me sentir
um pouco chateado.
Deixando de lado o aspecto secreto do nosso relacionamento, Hailey
estava certa sobre a minha ligação com Ryan. Dei-me bem com ele. Pensei
que ele era um ótimo garoto. Inteligente, engraçado, leal, forte, bonito... o
pacote completo. Hailey realmente queria desistir disso apenas para ficar
solteira? Afinal, se namorar era o jogo, se apaixonar não era o troféu da
vitória?
Ok, por quem você está mais conceituado, sua filha ou você mesmo? Se ela não o
ama o suficiente para querer estar com ele, então é bom que ela tenha percebido isso
agora, em vez de esperar até que se casassem, tivessem filhos e acabassem se
divorciando.
Suspirei forte, tentando firmar meus pensamentos turbulentos, enquanto
Hailey e Jess continuaram falando sobre o rompimento e como tudo tinha
funcionado. Eu ainda estava tentando envolver minha cabeça nisso. E
enquanto eu estava me sentindo meio desconfortável com a coisa toda, eu
não pude deixar de congelar a intensa onda de alívio que tomou conta de
mim.
Era um medo crescente meu que Hailey e Ryan ficassem juntos, se
casassem e tivessem filhos algum dia. E então eu seria forçado a vê-lo o
tempo todo em feriados e reuniões de família, sabendo que tínhamos nos
fodido naquele primeiro fim de semana de Ação de Graças.
Realisticamente, eu sabia que em algum nível teriam que se separar.
Ninguém poderia passar por isso. Era de onde vinha a maior parte da
minha culpa. Eu me preocupava que Ryan estivesse sendo forçado a
desistir de uma vida potencial de felicidade com minha filha só porque eu
era muito irresponsável para manter minhas mãos e outras partes do corpo
para mim.
De repente, fui atingido por uma necessidade irresistível de falar com
Ryan. Eu precisava saber que não era minha culpa.
Claro que Hailey diria que era mútuo. Ela não sabia a verdade.
Mas Ryan sim. Ele me contaria o que realmente aconteceu.
Esperei até depois de pedirmos nossa comida para me desculpar. Eu fiz
meu caminho para o banheiro e uma vez que estava trancado com
segurança dentro do box, tirei meu telefone do bolso. Eu não tinha o
número de Ryan, mas tinha outra maneira de entrar em contato com ele...
Para desgosto de Hailey, eu tinha uma conta no Instagram. Não que eu o
usasse com frequência. A mídia social não era realmente minha praia. Mas
uma de suas poucas vantagens era permitir que alguém perseguisse
secretamente um grupo de sua escolha.
Encontrei a conta do Instagram de Ryan na semana passada, durante
uma das minhas madrugadas na caverna. Ele também não parecia usar
muito. Ainda assim, havia algumas fotos lá que eu tinha gostado de ver
quando estava agindo como se não sentisse falta dele e não me enganasse
nem um pouco.
Então essa foi a minha chance. Abri minha conta do Instagram no meu
telefone e procurei por Ryan. Abri uma mensagem direta para ele e comecei
a digitar, pressionando enviar antes que tivesse tempo de me questionar.
Eu: Ei...
Respirei com força e fechei os olhos. Eu realmente esperava que ele visse
imediatamente e respondesse. Eu poderia ter dito mais... Mas eu queria ver
se ele responderia primeiro antes de eu mergulhar.
Esperei um minuto, mordendo meu lábio inferior enquanto olhava
fixamente para a tela do meu telefone, minhas mãos tremendo de
impaciência. Em seguida, o pequeno ícone apareceu sob minha mensagem,
indicando que ele tinha visto.
Engoli em seco e prendi a respiração, observando a palavra digitando ao
lado de seu nome, me dizendo que ele estava escrevendo uma resposta. Ele
surgiu por um segundo e então desapareceu. Então apareceu. Em seguida,
desapareceu novamente. Isso aconteceu algumas vezes, ainda sem resposta
aparecendo, e minha testa franziu em confusão.
Droga... Ele está escrevendo a porra de um romance?? Que porra está
acontecendo?
Finalmente, sua resposta veio e rolei meus olhos para o meu telefone.
Ryan: Ei.
É isso?! Ele levou três minutos para escrever a mesma merda de palavra que
escrevi em um segundo?
Bufei e digitei outra mensagem.
Eu: precisamos conversar
Ryan: Sobre o quê...?
Eu: Você sabe o quê.
Demorou mais um minuto antes de responder a essa pergunta.
Ryan: Está tudo bem, Ben. Não se preocupe com isso.
Eu: Besteira. Preciso ver você.
Ryan: Isso não é uma boa ideia...
Eu: Sim, eu sei. Vou mandar uma mensagem quando voltar para o meu
hotel
Outra longa pausa. Esse garoto estava me frustrando. Eu precisava voltar
para a mesa.

Ryan: Eu gostaria que você não mandasse

Rejeição queimando meu peito.


Eu: Sério?
Ryan: Você está tornando isso muito difícil para mim, Ben
Eu: Não estou tentando... só quero conversar
Ryan: Então porra ou me chamar... Quero dizer Jesus Cristo...
Agora eu estava ficando chateado. Ele estava sendo uma vadia teimosa.
Prendi a respiração e mantive minha posição.
Eu: Não é bom o suficiente. Preciso ver você.
Sem resposta.
Eu: por favor…
Ryan: Tudo bem. Eu vou passar por lá. Apenas me envie uma
mensagem quando estiver pronto e me diga onde você está.
Eu: obrigado
Exalei rapidamente e coloquei meu telefone de volta no bolso, correndo
para fora do banheiro e de volta para a nossa mesa. O garçom acabava de
entregar pão e bebidas.
— Tudo certo? — Jessica perguntou enquanto eu me sentava.
— Tudo bem, — dei a ela um sorriso tenso, então me virei para minha
filha. — Então, o que há de novo na escola?

Tínhamos acabado de cantar parabéns a Hailey, e o garçom estava


servindo o bolo feito sob encomenda que pedimos especialmente para ela.
Bolo de chocolate cereja preto com cobertura de creme de manteiga de
baunilha rosa e pequenas rosas intrincadas por toda parte. A coisa era
muito impressionante e Hailey estava no paraíso.
Jess foi a primeira com seu presente - um bracelete Pandora com cinco
braços de todas as variedades diferentes. Então foi minha vez. Os olhos de
Hailey saltaram de seu crânio quando ela abriu a caixa e rasgou o papel de
seda para encontrar a carteira Fendi exata que ela cobiçava há meses. Eu
não sabia quase nada sobre moda ou marcas de estilistas. Mas eu sabia
quando minha filha gostava de alguma coisa. Que eu prestei atenção.
— Ai meu Deus, papai! Eu amo isso! — Ela gritou, pulando da cadeira
como se estivesse pegando fogo e circulando a mesa, me abraçando com
tanta força que quase caí para trás na cadeira. — Obrigado, obrigado,
obrigado!
— De nada, sua pirralha mimada, — ri e beijei sua cabeça.
— E obrigada, mãe, — Hailey choramingou, se libertando de mim para
abraçar Jess. — Sério, vocês são os melhores pais de todos os tempos. Só o
fato de que dirigiram todo o caminho até aqui para um jantar de
aniversário foi o suficiente para mim.
— Então você não quer a carteira? — Provoquei. — Porque sua mãe está
de olho nisso desde que eu trouxe para casa...
— Não! — Hailey latiu. — Não, não. Isso é meu. E a pulseira. Sem pegar
de volta
Sorri e tomei um gole de minha bebida, me sentindo muito orgulhoso de
mim mesmo.
Ficamos no restaurante por quase mais uma hora, comendo bolo e
conversando. Eu estava tão feliz por ter uma filha que realmente gostava de
passar o tempo com seus pais. Verdade, talvez fosse porque ela não nos via
todos os dias. Mas ainda era bom sair com ela e Jess, e apenas desfrutar da
companhia um do outro.
No momento em que estávamos indo embora, Jess e eu estávamos
bêbados e, como previ, ela não estava tão animada para caminhar quanto
tinha estado no caminho para cá. Então ligamos para um Uber e voltamos
para o grande e luxuoso quarto de hotel para passar a noite.
Era quase uma da manhã e, embora parecesse exausta, minha esposa
estava decidida a não perder uma noite em nossa suíte de luxo cara. Então
ela decidiu tomar um relaxante banho de espuma na banheira gigante.
Por um segundo, considerei me juntar a ela. A banheira era tão grande
que caberia facilmente três pessoas confortavelmente.
Mas eu também tinha algo muito importante para fazer e estava ficando
cada vez mais impaciente a cada segundo que passava enquanto esperava
para fazer o que tinha que fazer.
Depois que Jess se acomodou na banheira com as luzes apagadas, uma
taça de vinho e seu livro, decidi que era a oportunidade perfeita para
escapar por um minuto.
Mandei uma mensagem para Ryan novamente, dizendo-lhe para passar
pelo estacionamento do hotel. Ele respondeu quase imediatamente,
informando que estaria lá em dez minutos. OK, bom. Agora só preciso pensar
em algo para dizer a Jess sobre para onde estou indo. Eu não deveria demorar
muito, então...
— Bebê? — Disse de fora do salão, tentando manter a hesitação e a
incerteza fora da minha voz. — Esqueci algo no carro... Eu vou buscar.
— Tudo bem, querido — Jess respondeu, já parecendo pesadamente
sedada.
Saí do quarto rapidamente, descendo as escadas para o estacionamento.
Eu caminhei pelo estacionamento de hóspedes, todo o caminho até a parte
de trás do estacionamento de visitantes, avistando instantaneamente o
BMW verde. Meu coração já estava na minha garganta. Aconteceu tão
rápido; era como se o chão tivesse sido arrancado debaixo de mim.
Uau, tudo bem. Fique calmo. Ele está aqui apenas para conversar. Nada mais.
Eu só preciso ouvir sobre o rompimento dele. Preciso saber que não foi minha
culpa.
Fui até o carro dele, tentando parecer casual, o tempo todo tremendo
tanto que meus dentes quase batiam. Nunca estive mais nervoso na minha
vida. Eu não poderia dizer se eu estava animado, com medo, ansioso ou
culpado... D, Todas as opções acima.
Eu não conseguia ver nada através dos vidros escuros do carro, o que
estava me assustando ainda mais por algum motivo. Finalmente me
aproximei da porta do passageiro, puxando lentamente a maçaneta. Assim
que a porta se abriu, o interior do carro se encheu de uma luz fraca e pude
ver Ryan. Ele estava apenas sentado lá no banco do motorista, recostado,
tentando parecer casual, embora seu joelho estivesse saltando rapidamente
no lugar.
Esgueirei-me para dentro do veículo, aninhando-me no assento de couro
aconchegante e fechando a porta atrás de mim. Tudo parecia estar se
movendo em câmera lenta. A primeira coisa que notei foi o cheiro. O carro
ainda tinha cheiro de carro novo, cheiro de couro. Mas porque era o carro
de Ryan, também cheirava a ele. Todo o interior foi preenchido com o
cheiro doce e ligeiramente almiscarado dele, e isso trouxe uma onda de
memórias, como água correndo fluindo por mim. Não podia acreditar o
quanto meu corpo reagiu à sensação.
Virei-me na cadeira para encará-lo e senti como se estivesse levando um
chute no peito.
Ele parecia tão dolorosamente bom. Eu nem sabia o que fazer comigo
mesmo. Ele estava vestindo calça de moletom cinza, não totalmente
ajustada, mas ainda apenas apertada o suficiente para ficar bem pra caralho
nele, e uma camiseta branca que abraçava seu corpo musculoso da melhor
maneira possível. Seu cabelo escuro estava levemente bagunçado e úmido,
como se ele tivesse acabado de sair do banho não muito tempo atrás, o que
explicava o cheiro de sabonete que eu estava sentindo em sua pele.
Ele obviamente não tinha se barbeado desde a última vez que o vi e
estava exibindo um pouco de barba que o fazia parecer mais velho e
devastadoramente sexy. E seus olhos verdes estavam arregalados, olhando
para mim com algum tipo de apreensão. Não pude deixar de notar que ele
parecia cansado. Ele tinha pequenos círculos sob os olhos, e eu esperava
que ele não tivesse ficado fora de festas ou perdendo o sono por causa de
algum idiota. Eu.
— Ei... — Ryan falou primeiro, me olhando fixamente com um olhar que
eu não pude ler.
— Ei, — murmurei de volta, passando minhas mãos para cima e para
baixo em minhas coxas para me distrair de tudo o que estava sentindo.
— Como você tem passado? — Ele perguntou, parecendo preocupado, o
que me aqueceu em todos os lugares.
— Bem. Você? — Perguntei em retorno, meus olhos correndo por todo o
interior de seu carro.
— Bem. Não posso reclamar... — murmurou ele, estendendo a mão para
pousar as mãos no volante.
Depois disso, tudo ficou quieto dentro do carro. Silencioso. Nenhum de
nós disse uma palavra pelo que pareceu uma eternidade, e a única coisa
que eu podia ouvir era o som do meu sangue batendo em meus ouvidos.
Respirei fundo e abri a boca para dizer algo, mas nada saiu.
— Então... queria me ver? — Ryan finalmente falou, virando-se
totalmente em seu banco para me encarar, dando-me toda a sua atenção.
E eu não conseguia me lembrar sobre o que diabos eu queria falar com
ele.
Minha mente desligou e meu corpo assumiu o controle, forçando-me a
estender a mão e agarrar a dele. Ele pareceu assustado por um momento,
mas não mudou o fato de que seus dedos instantaneamente se enroscaram
nos meus, apertando minha mão com a sua.
Inclinei-me mais perto, fechando a lacuna entre nós, pegando sua
mandíbula com a outra mão e puxando seu rosto para mais perto,
forçando-o a inclinar-se sobre o console central. Ele choramingou e fechou
os olhos por um momento enquanto meus dedos percorriam a nuca ao
longo de sua mandíbula sexy. Ele respirou suavemente e reabriu os olhos,
prendendo-me com aquele olhar poderoso.
— Eu precisava ver você, — sussurrei, meus olhos correndo para seus
lábios carnudos e macios.
— Por quê? — Ele perguntou, sua voz quase inaudível. Minha mão
abaixa para descansar em seu ombro.
— Preciso te perguntar... — Grunhi e então parei, engolindo em seco. —
Eu precisava saber... se foi minha culpa.
Ele olhou para mim por um momento, piscando algumas vezes, seus
dedos acariciando os meus lentamente.
— Não, — ele murmurou e balançou a cabeça. — Não foi.
Soltei um suspiro forte. — Tem certeza?
Ele balançou a cabeça lentamente. — Se alguma coisa, você me ajudou a
perceber que não ia funcionar. Eu amo Hailey... sempre amarei. Mas não
era para ser.
Respirei fundo, observando seu rosto de perto. — Você está bem?
— Ainda não sei realmente... — ele murmurou, mordendo o lábio
inferior enquanto seus olhos caíam sobre nossas mãos unidas. — É
estranho. Às vezes sinto falta dela, mas quando sinto, não parece certo...
Nada nunca... parece certo porra.
Ele bufou e balançou a cabeça. Ele parecia meio triste, o que fez meu
coração pesar.
— Sinto como se tivesse fodido sua vida inteira, — eu disse a ele, minha
testa enrugada com arrependimento.
Ele riu baixinho, seus olhos voltando para os meus. — Caramba...
Alguém é um pouco arrogante.
Ri baixinho, permitindo que meu elfo sorrisse um pouco, porque ele
estava, e parecia tão bom para ele.
— Você sabe o que quero dizer, — resmunguei, inclinando minha cabeça
para o lado. — Sinto que se não fosse por mim, você poderia ter ficado com
Hailey e ser feliz.
— Ben, me escute, — ele ordenou, então obedeci. — Sim, o que aconteceu
conosco foi fodido e errado. Mas isso não mudou nada sobre Hailey e eu.
Só me fez perceber que há partes minhas que nunca conheci antes... Partes
que são mais fortes e apaixonadas. E real. Você não me arruinou, Ben
Lockwood. Se qualquer coisa, você me fez melhor.
Meu coração batia forte no meu peito enquanto minha respiração ficava
superficial. Pisquei algumas vezes, mordendo meu lábio para evitar que
tremesse com meus nervos. Deve ter chamado a atenção de Ryan, porque
seus olhos caíram para minha boca por um segundo, então deslizaram de
volta para meus olhos.
Fiz a mesma coisa, casualmente olhando para seus lábios, observando-os
se separarem enquanto ele respirava fundo. O ar dentro do carro estava
denso e quente. Senti como se meu corpo inteiro estivesse zumbindo.
Aquilo era ele. Eu não conseguia mais me conter.
Puxei-o pela nuca para mim e nossas bocas se chocaram quando o beijei
com força. Tão forte que gemidos simultâneos voaram para fora de nós e
um no outro enquanto nossos lábios se fechavam. Fogos de artifício
estavam explodindo dentro de mim enquanto eu beijava seus lábios doces e
macios repetidamente, engolindo seus gemidos como se fossem minhas
guloseimas favoritas.
Foi diferente beijá-lo quando ele estava com a barba. Era áspero, mas
macio ao mesmo tempo. Era quente e separei meus lábios, deslizando
minha língua entre a dele para prová-lo. Todas as suas hesitações
desapareceram no momento em que nossas línguas se encontraram no
meio. E depois disso ele estava basicamente escalando o console central
tentando chegar o mais perto possível de mim no espaço confinado de seu
cupê.
— Mmm... bebê... — Ofeguei, lambendo e chupando e beliscando seus
lábios deliciosos enquanto minhas mãos percorriam toda a sua frente. —
Senti a sua falta.
— Não faça isso... — ele choramingou, deslizando sua língua sobre meu
lábio inferior, em seguida, puxando-o entre os dentes de uma forma que ele
sabia que eu amava. — Não é nem metade o quanto senti sua falta.
— Você fez? — Cantarolei, deslizando minhas mãos por baixo de sua
camisa, meus dedos desesperados para sentir a sensação dele.
— Sim... — ele sussurrou, passando os dedos pelo meu cabelo, puxando-
me para mais perto para que pudéssemos nos beijar profundamente.
— Sim? — Murmurei, admirando o quão deliciosamente duro seu torso
estava.
— Sim, — ele rosnou, respirando quente sobre meus lábios, fazendo meu
pau latejar.
— Jesus, Ryan... Você não tem ideia do que faz comigo... — Eu disse a
ele, passando meus lábios por sua barba e mais para o lóbulo da orelha,
lambendo e chupando suavemente.
— O que faço para você, Ben? — Ele perguntou no tom mais excitante
que eu já tinha ouvido. Eu ainda mal conseguia acreditar que estava aqui
com ele agora, beijando e tocando. Parecia tão certo... Parecia que era aqui
que eu deveria estar.
Mesmo que esse não fosse absolutamente o caso.
Havia uma guerra travando dentro de mim, entre meu cérebro e meu
pau. Por um lado, eu sabia que tinha que dar o fora dali, porque minha
esposa estava lá em cima no quarto do hotel. Mas, por outro lado, eu queria
provocar Ryan e excitá-lo. Eu queria fazê-lo tremer.
Isso seria mais divertido do que se preocupar com as coisas.
Decidi ir com a opção divertida. Você sabe, o estúpido.
— Você deixa meu pau duro, Ryan, — sussurrei em seu ouvido, puxando
o lóbulo suavemente entre meus lábios.
— Mmmm... eu deixo? — Ele gemeu, deslizando sua mão entre minhas
pernas.
— Mhmm, — cantarolei, segurando seus peitorais, circulando seus
mamilos duros com meus polegares. — Tão fodidamente duro.
— Você sentiu minha falta cuidando do seu pau? — Ele perguntou
suavemente, acariciando para cima e para baixo na minha ereção através da
minha calça.
— Tão ruim, bebê, — eu disse, minha voz rouca de excitação. — Assim
como sinto falta de cuidar do seu.
Ele gemeu alto e puxou meu rosto de volta para o dele, beijando meus
lábios em carne viva.
— Porra, quero você, — ele rosnou, chupando meu lábio inferior
repetidamente. — Para onde podemos ir? Como podemos fazer isso? — Ele
estava desesperado, e isso estava me queimando de dentro para fora.
Arranquei minha boca da sua rápido, tentando duramente me recompor.
Nós definitivamente precisávamos parar. Não podíamos brincar em um
carro no estacionamento do hotel.
— Podemos ir para a sua casa? — Perguntei hesitante, nem mesmo
totalmente ciente do que eu estava dizendo. Ele ainda tinha uma casar? Ele
morava em algum barraco ou estúdio com quatro colegas de quarto? Eu poderia
realmente ir a algum lugar com ele?
Parece uma péssima ideia deixar Jess, ele está...
— Sim, mas... — ele balançou a cabeça e fez uma pausa, — e quanto a...
sua esposa?
Fechei os olhos por um minuto, tentando me acalmar e pensar. Talvez eu
pudesse enviar uma mensagem de texto para Jess e inventar algo... Mas o
quê?
— Eu sei, — eu disse a ele, tentando puxar meu telefone do bolso
enquanto manobrava em torno do meu furioso tesão. — Vou apenas dizer a
ela que vou dar um passeio. Ela sabe que não consigo dormir à noite... Ela
nem pensa duas vezes.
— Tem certeza? — Ele perguntou, parecendo preocupado e inquieto.
— Sim. Mas temos que ser rápidos, — eu disse, dando a ele um leve olhar
de advertência, levantando minha sobrancelha enquanto mandava uma
mensagem para minha esposa.
— Mm... Típico Ben mandão... — ele resmungou, tentando sem sucesso
esconder o sorriso quando ligou o carro e começou a dirigir.
Mandei uma mensagem para Jess dizendo que estava nervoso e inquieto
e que precisava dar uma caminhada, prometendo que voltaria muito em
breve. Não obtive resposta nos dez minutos que levei para dirigir até o
apartamento de Ryan, então percebi que ela já havia desmaiado.
Ficaria tudo bem. Tinha que ficar.
Eu ia apenas passar alguns minutos com Ryan, conseguindo minha dose
porque era literalmente um viciado, e então voltaria para Jess e tudo ficaria
ótimo. Alcançando desesperadamente...
Ryan me levou para dentro de seu apartamento, o que era realmente
insanamente bom. Nem um pouco o estúdio apertado que eu estava
imaginando. Ele me avisou para ficar quieto porque tinha um colega de
quarto que morava lá com sua namorada e aparentemente não tinha
vontade de explicar a eles por que estava levando um cara gigante, como ele
me descreveu, para seu quarto às duas da manhã.
Uma vez que estávamos bem presos dentro de seu quarto com a porta
trancada, eu estava louco para deixá-lo nu. Eu só queria tocá-lo e beijá-lo
em todos os lugares. Foi quase uma loucura. Eu precisava diminuir meu
ritmo...
Exceto que eu não poderia. Havia um cronômetro nesta pequena
excursão, e eu provavelmente não o veria novamente depois desta noite, o
pensamento disso me incomodou mais do que eu queria pensar. Eu
precisava fazer isso contar.
Agarrei o rosto de Ryan e o beijei suavemente, fazendo-o choramingar
esse pequeno ruído sexy que endureceu meu pau de forma feroz. Nós nos
beijamos por um minuto, sugando e puxando os lábios um do outro em
desespero enquanto eu o empurrava em direção a sua cama, fazendo-o
tropeçar para trás até que estava sentado. Ajoelhei-me entre suas pernas e
comecei a puxar para baixo sua calça de moletom até o topo de suas coxas.
Ele não estava usando boxers. Bem, foda-me.
— Deus, Ryan... — Grunhi, agarrando seu pau longo e duro em minha
mão e acariciando-o lentamente, lambendo meus lábios. — Você nem sabe
quantas vezes pensei sobre isso nas últimas duas semanas.
— Sério? — Ele murmurou, sua voz suave e ligeiramente hesitante. Ele
alcançou para fora e arrastou os dedos ao longo do meu queixo. Meus olhos
saltaram para os dele e balancei a cabeça.
— Sim... senti falta de chupar seu pau, — murmurei, deslizando minha
língua sob a cabeça lisa e grossa de seu pau perfeito, lambendo-o bem e
lentamente.
Ele gemeu e mordeu o lábio, provavelmente para se acalmar, segurando
o edredom em seu punho. Corri minha língua para cima e para baixo nas
laterais de seu eixo, lambendo-o como uma espécie de picolé delicioso,
antes de deslizá-lo entre meus lábios entreabertos, chupando com força.
— Uhh... Ben... Jesus Cristo... — ele ofegou, sacudindo os quadris para
frente, empurrando-se mais fundo na minha garganta.
Eu sorri - quase... tanto quanto pude, de qualquer maneira - e o chupei
com mais força, lento, mas constante, realmente trabalhando bem com ele.
Ele estava claramente amando isso, gemendo todos os tipos de ruídos.
Olhei para ele para ver seu rosto. Seus olhos estavam fechados, seus lábios
úmidos e trêmulos. Ele parecia tão bom, eu não conseguia nem suportar.
— Senti falta da sua boca... — ele sussurrou, fodendo meu rosto
lentamente.
Puxei meus lábios por tempo suficiente para dizer a ele, — senti sua
falta...
Então voltei a chupar novamente, massageando suas bolas com meus
dedos curiosos.
— Ben... eu não ia te contar isso, porque não tinha certeza se você
gostaria de saber... — ele cantarolou, seus olhos revirando em sua cabeça.
Eu não estava prestando muita atenção ao que ele estava dizendo. Às
vezes Ryan ficava um pouco tagarela quando estávamos namorando. Achei
fofo. Ele não era um grande falador na vida do dia a dia, mas por algum
motivo, quando eu tinha seu pau na minha boca, ele gostava de falar.
Cantarolei com o dito pau perfeito deslizando entre meus lábios
entreabertos e ele gemeu.
— Eu comi Tate Eckhart... — ele murmurou, sua voz baixa e reservada.
Parei por um momento, olhando de volta para seu rosto. Seus olhos
ainda estavam fechados e sua testa estava franzida em coação. Observei
quando ele engoliu em seco, seu pomo de adão balançando em sua
garganta sexy.
Puxei meus lábios de seu pau e o acariciei lento, mas firme com minha
mão.
— Se esta é a sua versão esquisita de algum RPG pervertido, eu diria que
precisa funcionar. Mas A+ pelo esforço, — levantei minha sobrancelha,
empurrando-o e lambendo sua cabeça um pouco mais. Ele estava tão duro,
era quase inacreditável.
— Não, Ben... estou falando sério, — Ryan bufou, olhando para mim. Eu
olhei para ele novamente, minha mão parando seus movimentos.
— Sinto muito... Sério sobre o que agora? — Perguntei, totalmente
confuso com o que ele estava tentando fazer aqui.
— Eu... comi Tate Eckhart, — ele disse novamente e desta vez o mundo
ao meu redor congelou.
Sentei-me de joelhos e apenas fiquei boquiaberto com ele, esse cara lindo
e sexy, pau duro todo para fora e coberto pela minha saliva. Deveríamos
estar fodendo agora, sem falar sobre... o que quer que ele estivesse tentando
falar.
— Eu não entendo... — comecei, então parei. — Como você transaria com
o Tate Eckhart? Você nem o conhece. Você acabou de conhecê-lo na minha
casa há duas semanas.
— Encontrei com ele em algum bar de mergulho desprezível em Santa
Fé, — Ryan falou lentamente, seu rosto tão sério que estava me deixando
doente. — Ele disse que estava lá a negócios...
— Espere, aguarde. Estou tão confuso agora, — grunhi, passando minha
mão pelo meu cabelo. — Você está falando sério?
— Sim, estou falando sério... — ele resmungou.
— Ryan, não brinque comigo, — rosnei para ele, meus olhos
endurecendo quando meu sangue começou a ferver. Se ele está tentando fazer
uma piada agora, posso apenas socá-lo.
— Não estou brincando com você, Ben! — Ele respirou, deixando cair a
cabeça nas mãos por um momento. — Eu não tinha certeza se deveria te
contar, porque não é como se você realmente precisasse saber... Mas eu só...
eu não queria que você... — Ele parou de gaguejar e respirou fundo.
— Puta merda, você está falando sério... — eu disse em um tom robótico
enquanto o observava. Ele parecia estar lutando. Meu estômago estava se
contorcendo como se alguém estivesse torcendo um pano úmido, e meu
peito estava queimando e apertado de raiva de ciúme. O que é isso...?
— Sim, Ben! Jesus, eu disse que estava falando sério, — ele exclamou
para mim, tentando manter a voz baixa, ainda sem conseguir olhar para
mim. — Por que eu mentiria sobre algo assim?
— Oh meu Deus... Que porra é essa?! — Rosnei, levantando-me
rapidamente e andando ao redor de seu quarto. — Tate Eckhart?! Você não
o conhece, Ryan... Por que você...?
Eu estava tão confuso que senti que ia cair. Eu mal conseguia
compreender o que ele estava dizendo, minha mente lutando para
processar essa revelação. E minha reação não estava fazendo sentido. Ryan
era um adulto. Ele poderia fazer qualquer coisa ou quem ele quisesse. Não
era da minha conta.
Mas, por algum motivo, a ideia de qualquer outro cara - mais
especificamente o fodido Tate Eckhart - tocá-lo e beijá-lo me fez sentir um
assassino.
— Sim, bem, eu mal te conhecia quando nos transamos, — ele apontou,
seu rosto finalmente se voltando para o meu.
— Isso é diferente... — Eu zombei e balancei minha cabeça.
— Como? Como é diferente? — Ele perguntou, cruzando os braços sobre
o peito.
Encarei-o com punhais, então meus olhos caíram para seu pau ainda
duro antes de voltar para seu rosto. Ele puxou as calças para cobri-lo.
— Simplesmente é, — resmunguei, frustrada por não conseguir expressar
o que estava sentindo.
— Ok, Ben... — ele suspirou, derrotado.
— Não posso acreditar no que estou ouvindo agora... — Eu retomei meu
ritmo. — Por que...? Por que transaria com ele?? Preciso saber por quê.
Parei na frente dele, olhando em seus olhos escuros, procurando por
algum tipo de consolo que eu não estava conseguindo. Isso estava me
deixando inquieto.
— Eu só queria te esquecer... — ele murmurou, levantando-se, apenas
cerca de trinta centímetros de distância nos separando. — Eu estava
sentindo tanto sua falta, e eu não queria estar. E então tudo com Hailey... —
ele fez uma pausa e suspirou novamente. — Era demais. Senti como se
estivesse me afogando. Então fui para um lugar bem longe, onde não
conhecia ninguém, e fiquei bêbado. Então ele apareceu... e simplesmente
aconteceu.
— Ryan... — sussurrei, então limpei minha garganta, tentando
arduamente conter minha intensa vulnerabilidade. — Isso é péssimo.
— Por quê, Ben? — Ele perguntou, aproximando-se, colocando as mãos
nos meus quadris. — É porque você está com ciúme de nós?
— Eu não estou com ciúme daquele idiota... — Engoli em seco. Mentiroso.
— Não? — Ele inclinou a cabeça para o lado, estendendo a mão para
empurrar meu cabelo para trás com os dedos. Fechei meus olhos
brevemente e exalei uma respiração lenta. — Então por que está tão bravo?
— Por quê! — Rosnei, minhas sobrancelhas franzidas enquanto nossos
olhos se fixavam em um daqueles poderosos concursos de olhar fixo. —
Você é meu. — Sussurrei a palavra, tão baixo que era quase nada mais do
que um sopro escorregando por entre meus lábios.
Ryan me olhou boquiaberto. Ele piscou algumas vezes com os olhos
arregalados, parecendo totalmente atordoado.
— Eu sou... seu? — Ele perguntou, sua voz profunda e rouca. Balancei a
cabeça lentamente.
— Não quero que ele toque em você... — ordenei com meus olhos e meu
tom assustador, enquanto minhas mãos agarraram sua bunda com força,
puxando-o para mim até que pude sentir sua ereção na minha. Ele se
engasgou. — Eu não quero que ele tenha você... de jeito nenhum.
— Ben... eu... — ele gaguejou, nervoso, balançando um pouco a cabeça.
— Você o beijou? — Perguntei, avançando com ele, meus olhos caindo
em seus lábios.
Ele tropeçou na cama e rastejei em cima dele. Levantei minha
sobrancelha, esperando que ele me respondesse. Meu coração estava
martelando no meu peito.
Eu não sabia por que estava me torturando pensando no que fizeram
juntos. Mas eu queria ouvi-lo dizer isso. Queria ver como ele estava com
medo de me contar. Isso me fez sentir... poderoso, dominante. Isso me fez
sentir no controle, em vez de perder o controle. Eu quero que ele saiba que ele é
meu.
— Sim, — ele finalmente respondeu, balançando a cabeça lentamente.
— Como se sentiu? — Perguntei, pairando sobre ele, montando em sua
coxa, minhas mãos em cada lado de seus ombros largos, me segurando
enquanto eu olhava para ele.
— Foi... tudo bem... — ele se encolheu, me olhando com cautela.
— Ele beijou você... assim? — Mudei meu rosto lentamente, roçando
meus lábios nos dele, separando os meus sobre seu lábio inferior amuado,
dando-lhe um beijo doce e suave.
Ele gemeu um ruído ofegante e balançou a cabeça.
— Foi bom quando ele tocou em você? — Continuei empurrando,
esfregando meu pau dolorido em sua coxa através do meu jeans.
— Não assim... — Ryan ofegou enquanto eu puxava a bainha de sua
camiseta, arrastando-a lentamente até seu torso, revelando toda aquela
definição muscular ondulante que me deu água na boca. — Não como
você...
— Ele chupou seu pau? — Rosnei, beijando seu pescoço, lentamente, em
seu peito, lambendo todo, tomando seu doce mamilo entre meus lábios e
chupando-o com força. Ele gemeu alto e mordeu o lábio para se calar. Ele
acenou com a cabeça rapidamente, abrindo os olhos para olhar para mim
com uma expressão puramente culpada no rosto.
Engoli em seco, tentando engolir o ciúme queimando meu esôfago.
— Ele te fez gozar? — Perguntei com clara hesitação, embora minha voz
ainda fosse profunda e intimidante.
— Ben, eu estava tentando esquecer você... — ele sussurrou, alcançando
meu rosto, mas eu me afastei.
— Por que quer fazer isso? — Olhei para ele.
— Porque eu não posso ter você, — ele murmurou, pesarosamente. — Eu
ainda não consigo...
— Você pode, — bufei, movendo meu rosto de volta em linha com o dele.
— Eu te disse, tudo que precisa fazer é pedir.
— Você sabe que não é verdade, — ele apontou, seu lábio inferior
rechonchudo projetando-se levemente neste pequeno beicinho que me
deixou meio louco.
Essa coisa toda era uma loucura. Tinha ficado tão fora de controle.
O que estou fazendo aqui? O que estou fazendo com esse garoto?
Minha mente estava me dizendo para ir antes que eu me aprofundasse
um pouco mais, mas meu coração fisicamente não me deixava. Estava
controlando minhas ações e sair claramente não era uma opção.
— Quero você... — sussurrei, beijando-o com tanta ternura e
sensualidade que senti como se estivesse derretendo por todo o lugar.
— Quero você, — Ryan murmurou de volta para mim, alcançando meu
rosto novamente, embora desta vez o deixei.
Ele segurou meu queixo em sua mão enquanto separava seus lábios,
deslizando sua língua para encontrar a minha. Era tão bom... Ele tinha
gosto de canela e chocolate. Eu estava em agonia enquanto nos beijávamos
mais e mais profundamente, minha virilha esfregando nele enquanto eu
construía um pouco de atrito que ameaçava me desfazer completamente.
— Ele fodeu você...? — Perguntei, meu coração preso na minha garganta.
Por favor, diga não... Meu Deus, não vou conseguir aguentar. Eu irei em uma
matança.
— Não, — ele respondeu rápido, seus dedos se movendo para os botões
da minha camisa, desfazendo um botão lento de cada vez.
— Você transou com ele? — Perguntei em um rosnado. Eu precisava de
um esclarecimento.
— Mhm... — ele grunhiu, movendo as mãos dentro da minha camisa
agora aberta, empurrando-a dos meus ombros. — Eu disse a você, Ben. Eu
estava tentando te esquecer...
— Colocando seu pau dentro daquela vadia arrogante? — Assobiei,
minha mandíbula apertando com as imagens indesejadas chacoalhando em
meu cérebro.
— Pare, — Ryan exigiu, agarrando meu rosto e me forçando a olhar para
ele. Engoli em seco e pisquei. — Era só sexo. Não significou nada. Eu tive
que imaginar... Eu estava te fodendo de qualquer maneira...
Meu estômago embrulhou e um pequeno sorriso puxou meus lábios. —
Você fez?
— Sim, Ben, — ele sorriu um sorrisinho excitado que fez meu pau se
contorcer. — Eu disse a você, ninguém pode corresponder a você.
— Você imaginou que estava me fodendo quando estava fodendo ele? —
Minha voz retumbou de dentro do meu peito.
— Eu tinha que fazer, — ele acenou com a cabeça, alcançando a cintura
da minha calça jeans, desabotoando e abrindo o zíper. — Senti tanto sua
falta...
Engasguei-me, a guerra fluindo através de mim enquanto olhávamos um
para o outro. Foi a coisa mais erótica de todas, a maneira como nossos olhos
se conectaram. Isso me fez sentir como se estivéssemos transando, mesmo
quando não estávamos.
Ryan puxou minha calça e boxer para baixo da minha bunda, e deslizei
para fora delas o resto do caminho. Ele tirou a calça de moletom e rolamos
em sua cama, nus, nos beijando e tocando em todos os lugares, nossa pele
nua aquecida pressionando-se. Tudo estava embaçado, o ar na sala era uma
névoa de tensão sexual e luxúria.
— Foda-me, Ryan... — implorei, pegando suas mãos enquanto chupava
seu lábio inferior. — Preciso que me foda.
— Eu quero... — ele choramingou, arrastando seu pau contra o meu.
Rolei sobre meu estômago, levantando meus quadris e esfregando minha
bunda em sua ereção. Eu o ouvi suspirar, o que trouxe um sorriso
preguiçoso aos meus lábios inchados. Eu não conseguia nem compreender
o quanto eu queria seu grande e longo pau dentro da minha bunda. Eu
estava desejando tanto que estava tonto.
Ryan se esparramou na cama atrás de mim, passando as mãos pelas
minhas costas para apertar minha bunda em dois punhados. Ele me
massageou, acariciando minhas nádegas com suas mãos fortes. E então
senti seus lábios e sua respiração em mim, beijando e mordendo minha
carne. Ele chupou forte na minha bunda, me mordendo um pouco até que
me engasguei alto. Então ele me abriu e lambeu meu buraco uma e outra
vez, longas pinceladas que me fizeram estremecer.
Gemi, pressionando meu rosto contra o edredom, me rendendo à
sensação de sua língua na minha bunda, me provocando e me deixando
molhado. Sua boca desceu para minhas bolas, e eu tive que morder meu
lábio para ficar quieto. Ele era tão gentil, mas áspero e impaciente. Eu podia
sentir o quão excitado ele estava com suas ações, e isso fez meus joelhos
dobrarem.
Sua língua mergulhou dentro de mim mais algumas vezes antes de se
sentar novamente, e eu podia ouvi-lo ofegar. Eu estava pronto para sentir
seu pau me sondar por trás, mas em vez disso, ele agarrou meus quadris
com força e me virou de costas, abrindo minhas coxas para que pudesse se
ajoelhar entre elas. Ele se moveu para cima de mim, deslizando as mãos
pelos meus quadris.
— Quero ver você, — ele sussurrou, moendo seu pau no meu. Ele estava
tão duro que eu podia senti-lo pulsando contra mim. — Quero ver seu rosto
enquanto te fodo.
Balancei a cabeça lentamente e seus olhos se moveram para os meus
lábios, cobiçando minha boca. Eu poderia dizer que ele queria me beijar,
mas não tinha certeza se eu queria, sendo que sua boca estava toda na
minha bunda. Eu não tinha nenhuma reserva sobre qualquer coisa no
momento, então puxei seu rosto para o meu e o beijei profundamente,
nossas línguas pressionando juntas em plena paixão.
Ryan agarrou seu pau com a mão e olhou entre nossos corpos se
contorcendo, pressionando-se contra mim. Respirei fundo, me acalmando e
relaxando todos os músculos do meu corpo o suficiente para deixá-lo
entrar.
Ele guiou a cabeça de seu pau dentro de mim, lento e gentil, dando-lhe
aquele primeiro empurrão. Ele era tão grande, sempre havia algum choque
inicial, mas aceitei isso. Eu o queria dentro de mim onde ninguém mais
tinha estado antes. Eu queria que fôssemos um.
A cabeça de seu pênis deslizou para dentro e nós dois gememos alto,
então nos calamos e rimos baixinho. Ficar quieto seria um desafio. Não
estávamos acostumados a ser tímidos com nossos sons de apreciação
durante o sexo.
Ryan beijou meus lábios enquanto empurrava mais, enchendo minha
bunda, centímetro a centímetro delicioso. Eu me sentia tão cheio dele que
era quase insuportável. Mas foi incrível, e quando relaxei o suficiente para
deixá-lo me acariciar, fiquei perturbado.
Ele se afastou e dirigiu mais e mais, desenvolvendo aquele ritmo
punitivo que roubou cada grama de ar de dentro dos meus pulmões.
Embora tivéssemos feito isso antes, nunca deixava de me surpreender como
era irresistível. Era tão ruim, safado, sujo... Completamente letal. E a melhor
sensação de toda a minha vida.
— Foda-me, bebê... — resmunguei, minha voz saindo trêmula e rouca. —
Foda minha bunda.
— Estou fodendo sua bunda apertada, Ben, — Ryan gemeu, segurando
meu quadril com a mão esquerda, seus dedos cavando em minha carne
enquanto ele empurrava dentro de mim, uma e outra vez. — Meu pau duro
está te enchendo.
Nossos corpos estavam cobertos de suor, a pele brilhando e deslizando
juntos enquanto fodíamos. Abri minhas pernas, envolvendo-as em torno
dele e o segurando perto de mim. Ele estava até as bolas nas minhas
costas... Eu podia senti-las pressionando contra mim, o que me deixou
selvagem. Eu nem tinha tocado meu pau ainda, e senti que poderia gozar a
qualquer minuto.
Ryan e eu devemos ter tido o mesmo pensamento, porque nós dois
alcançamos meu pau, que estava latejando no meu abdômen, pronto para
explodir. Ambas as nossas mãos esfregaram minha carne firme enquanto
Ryan bombeava na minha bunda mais forte e mais rápido. Estávamos
ambos grunhidos e ofegantes, tentando tanto ficar quietos. Era como
trabalhar. Eu só queria gritar seu nome em voz alta porque o que ele estava
fazendo parecia tão bom.
— Você fode tão bem, bebê, — eu disse a ele, beijando seus lábios macios.
— Vai me fazer gozar...
— Vou gozar forte e profundamente em sua bunda perfeita, Ben... — ele
ronronou, pressionando seu peito contra o meu, nossa pele escorregando e
deslizando com o suor. Nossos mamilos estavam esfregando juntos, e era
divino.
Deus, vou gozar tão forte por ele. Eu amo seu pau perfeito perto de mim...
— Faça-me seu, Ryan... — Choraminguei, segurando-o com força,
agarrando suas costas enquanto estava na beira do precipício.
— Você é meu, Benjamin Lockwood, — ele resmungou, seus quadris
trabalhando horas extras, empurrando em mim tão profundamente que eu
podia sentir seu pau atingindo cada nervo para cima e para baixo.
Cada vez que seu pau grande tocava meu ponto, era como uma euforia
insuportável. Eu estava prestes a quebrar. Eu não conseguia nem controlar
meu volume mais.
— Ryan... oh foda... Ryan... bebê... me fode... porra... me...
— Ben, vou gozar na sua bunda, — ele se engasgou, empurrando e
puxando e empurrando, esticando meu buraco apertado para caber em sua
ereção ingurgitada até que eu não pudesse mais me conter. — Oh... porra,
Ben!
Eu podia sentir Ryan liberar dentro de mim, e isso me enviou direto ao
limite. Comecei a gozar tão forte, era como se eu estivesse mergulhando de
cabeça nas Cataratas do Niágara.
Meu orgasmo balançou através da minha virilha, quente, escorregadio
sêmen disparando do meu pau, por toda parte em nós dois, enquanto ele
esvaziava no fundo da minha bunda. Minhas bolas latejavam com as
contrações enquanto o nome de Ryan saía da minha boca repetidamente,
minha voz tensa.
Seus quadris pararam lenta e gradualmente, enquanto ele cantava meus
elogios.
— Ben... Deus, você é incrível... Como me faz gozar assim? Nunca gozei
tão forte em toda a minha vida... Você é tão perfeito. Sua bunda é tão
apertada... e você é... apenas... tão... porra... perfeito.
Estávamos ambos suados e pegajosos, nossas vozes roucas enquanto
tentávamos recuperar o fôlego. Eu estava descendo do alto por um tempo,
mesmo depois que Ryan saiu de mim e caiu de costas ao meu lado. Foi
fantástico pra caralho.
O melhor sexo que já tive.
Grande reunião.
Nós nos recuperamos um pouco, olhando para o teto, questionando toda
a nossa existência e tudo que já havíamos feito. Bem, era isso que eu estava
fazendo. Eu não tinha certeza sobre Ryan...
Eventualmente, ele rolou em seu silêncio, envolvendo os braços em volta
da minha cintura, pressionando beijos suaves e doces ao longo de todo o
meu pescoço e ombro. Virei-me para ele, olhando seu rosto, escovando seu
cabelo escuro e sedoso para trás com meus dedos.
— Tenho gozo em cima de mim... — murmurei baixinho, — e dentro de
mim.
Ryan deu uma risadinha, beijando meus lábios rapidamente. — Vamos
nos limpar.
— Ok, mas não tenho tempo para tomar banho, — suspirei, observando
Ryan rolar para fora da cama e tropeçar em direção ao banheiro, admirando
seu físico enquanto caminhava.
Seu corpo está fora de controle... Ele tem treinado mais?
Sentei-me lentamente, estremecendo com a dor intensa acontecendo em
todos os meus músculos, especialmente os abaixo da cintura. Eu
cuidadosamente me levantei da cama, andando meio engraçado pelo
quarto. Antes de me juntar a Ryan no banheiro, verifiquei meu telefone
para uma resposta potencial de Jessica.
Hm... Ainda nada. Isso é estranho, certo? Ela não deveria ter pelo menos
perguntado quando eu voltaria?
Empurrei meus pensamentos inquietos para fora do meu cérebro por
tempo suficiente para ir embora. Ryan já estava no banho.
— Bebê, não posso tomar um banho completo, — eu disse a ele
novamente, entrando no chuveiro, certificando-me de que a água só
atingisse meu corpo, não minha cabeça. — Meu cabelo não pode ficar
molhado porque Jess saberá que algo mais aconteceu.
Ryan me olhou por um segundo, passando as mãos pelo cabelo molhado.
Então ele acenou com a cabeça rapidamente.
— Ok... — ele murmurou, saindo do caminho.
Mudei para baixo da água quente, deixando-a enxaguar todo o suor e
coisas pegajosas. Eu me virei para lavar o resto de mim, e quando me virei
de volta para Ryan, ele estava fazendo uma careta.
— O quê? — Perguntei, confuso com sua reação ao meu traseiro. — Há
algo em mim?
— Humm... sinto muito... — ele respirou, ligeiramente arrependido, seus
lábios se curvando em um sorriso tímido.
— O que...? — Perguntei novamente, minhas sobrancelhas franzidas.
— Há um... hum... chupão. Na sua bunda... — ele murmurou, rindo
baixinho.
— Está falando sério? — Engasguei-me, virando meu ombro, tentando
muito ver minha própria bunda. Não consegui ver nada. — Você me deu
um chupão na minha bunda?! Ryan!
Ele riu baixinho, mordendo o lábio para se conter no caso de eu não estar
com humor para rir, o que eu meio que não estava, embora não conseguisse
impedir o sorriso de puxar minha boca. Eu não tinha certeza se deveria
estar preocupado ou não.
— É grande? — Perguntei, virando e empurrando minha bunda para ele.
Ele sorriu largamente e pegou minha bunda com as duas mãos,
examinando-a de perto. Ele correu o polegar sobre um ponto por um
segundo e eu imediatamente tive arrepios. Seu toque era tão gentil... Suas
mãos eram fortes e grandes, viris, mas ele tocava tão sensualmente. Tão
bom que me surpreendeu.
— Acho que vai ficar bem, — Ryan falou, dando um tapinha na minha
bunda. Eu me virei para encará-lo.
— É... óbvio que é um chupão? — Perguntei sério. Eu ainda estava um
pouco preocupado que pudesse ser algo que eu teria que explicar para
minha esposa.
— Acho que não, — ele deu de ombros, sua atitude indiferente em
relação a tudo isso me acalmando e me irritando ao mesmo tempo. — Basta
dizer que é um hematoma... se ela perguntar, quero dizer.
Ele estava claramente se referindo a Jess, comentando sobre meu
pensamento tácito, o que me assustou um pouco. Como ele fez isso...?
— Ryan, isso é sério, — eu o repreendi, porque meus sentimentos
estavam me oprimindo e minha configuração padrão era ficar na defensiva
sem motivo. — Não posso simplesmente andar por aí com chupões na
minha bunda. — Ryan riu baixinho, cobrindo os lábios com os dedos para
não rir descaradamente na minha cara. — Isso é engraçado para você? —
Olhei para ele.
— Sim, Ben... — ele suspirou, seus olhos simpáticos com minhas
frustrações. — É um pouco engraçado. — Ele se aproximou e me agarrou
pela cintura, puxando-me para ele enquanto eu fazia beicinho como uma
adolescente taciturna. — Venha aqui.
Ele se segurou em mim, nossos corpos molhados pressionando juntos
enquanto ele olhava fundo nos meus olhos, como se ele estivesse tentando
me entender. Foi completamente assustador... porque eu queria que ele
fizesse. Ele beijou meus lábios suavemente e eu finalmente deixei minha
raiva falsa e parei de lutar, permitindo-me relaxar e beijá-lo de volta.
— Sinto muito sobre o chupão... — ele sussurrou, seu hálito quente em
meus lábios. Balancei a cabeça rapidamente, meus olhos fechados com força
enquanto eu batia forte no meu batimento cardíaco irregular. Eu não tinha
ideia do que estava acontecendo dentro de mim, mas estava ficando claro
que essa coisa com Ryan era tudo menos casual. — Eu não queria fazer isso.
Foi um acidente. Acho que me empolguei...
— Está tudo bem, — murmurei, engolindo em seco. Que porra estou
fazendo? O que estamos fazendo?
— Você disse... que eu era seu... — Ryan respirou fundo, e abri meus
olhos para olhar para ele. — Isso só... me deixou um pouco louco por um
segundo.
— Me desculpe por ter dito isso, — deixei escapar, instantaneamente
lamentando.
Os olhos de Ryan se arregalaram e ele me lançou um olhar levemente
ferido.
— Eu só quero dizer... não deveria ter dito isso, — resmunguei,
balançando minha cabeça. — Eu não deveria ter reagido daquela forma
para a coisa com você e Tate. Você é solteiro. Você deve ser capaz de fazer
qualquer coisa... com quem...
— Então, é isso que quer? — Ele bufou, erguendo as sobrancelhas em
confusão. — Quer que eu veja outros caras...? Porque não foi isso que você
disse...
— Não, Ryan, é claro que não quero que veja outros caras, — revirei os
olhos para ele, puxando-me para fora de seu controle. — Mas o que eu
devo fazer? Sou casado... amo minha esposa. Sim, você está solteiro agora, e
o aspecto mais fodido dessa coisa foi ligeiramente resolvido, mas isso não
muda o fato de que ainda estou traindo. Ainda estou fodendo tudo, e a
última coisa que preciso fazer é arrastá-lo para baixo comigo. Você deve
sair agora e se salvar antes que seja tarde demais.
Puxei a cortina do chuveiro para trás e pulei para fora do chuveiro,
pegando uma toalha. Minhas mãos tremiam. Eu estava tão tenso e
assustado que senti que poderia ter um ataque de pânico. Eu me sequei,
cobrindo meu rosto com a toalha, tentando respirar fundo e me acalmar.
Eu precisava dar o fora dali. Estive longe por muito tempo.
Ouvi o barulho do chuveiro, mas saí do banheiro antes de Ryan sair.
Corri em direção às minhas roupas, vestindo-me rápido, o tempo todo me
repreendendo mentalmente por fazer isso. Claro, eu pensava em Ryan sem
parar desde que ele saiu, duas semanas atrás. E sim, estar com ele agora
parecia como se um pedaço quebrado de mim tivesse sido restaurado. Mas
eu não podia permitir que isso acontecesse. Eu não aguentava machucar
Jessica. Não poderia partir o coração de minha esposa.
Eu tinha que parar com isso, embora eu quisesse desesperadamente que
nunca parasse.
— Então está saindo daqui? — A voz de Ryan veio atrás de mim. Fechei
meus olhos brevemente e exalei forte antes de me virar para encará-lo.
— Tenho que fazer, — respirei, soando, e provavelmente parecendo, tão
desesperado.
Ryan acenou com a cabeça, engolindo visivelmente e olhando para o
chão.
— Vou vê-lo de novo? — Ele perguntou baixinho, ainda desviando o
olhar.
— Não sei... — respondi, sinceramente, porque eu não sabia. Eu sabia
que não deveria vê-lo novamente. Mas, honestamente, achava quase
impossível ficar longe dele.
Mesmo depois que ele saiu, duas semanas atrás, eu sabia que o veria
novamente neste fim de semana, quando viéssemos para o aniversário de
Hailey. E claro, eu disse a mim mesmo que estava proibido de ficar com ele.
Mas no fundo da minha mente, ainda havia um vislumbre de esperança,
um desejo de alguma forma ficar a sós com ele e estar com ele novamente,
do jeito que tínhamos feito, uma reminiscência daquele fim de semana. Foi
aquela vozinha, aquela que tentei silenciar durante as últimas duas
semanas, repetidamente, que me levou a este momento.
Eu havia tentado muito me enganar pensando que seria forte e deixaria
aquele fim de semana no passado, como uma boa memória. Mas no meu
coração, eu sabia que minhas tentativas eram inúteis. Saber que o veria
novamente me manteve firme nas últimas duas semanas.
E isso me faria continuar, até a próxima vez.
Gaguejei para Ryan, observando o olhar em seu rosto lindo. Ele parecia
chateado, mas com aquele mesmo brilho que eu estava sentindo em seus
olhos. Como se ele soubesse também que não importa o que acontecesse,
com certeza nos veríamos novamente, independentemente de quanto
disséssemos não.
Segurei seu rosto em minhas mãos, saboreando a sensação de sua barba
sob meus dedos, e beijei seus lábios, suaves, mas ásperos o suficiente para
ele gemer em minha boca. Ele agarrou meus quadris com força, puxando-
me para mais perto enquanto nos beijávamos lenta e profundamente,
dizendo um ao outro tudo o que o outro precisava ouvir sem palavras.
Quando eu finalmente me afastei, estávamos ambos sem fôlego. Eu
descansei minha testa na dele, observando seu lábio inferior tremer com
sua respiração irregular. Não pude evitar. Pressionei mais um beijo em seus
lábios. Então outro. E então outro, o que o fez sorrir e me fez sorrir de volta.
Jesus, vocês dois são tão cafonas. Por que não se casa com ele já... caralho.
— Quer que eu te leve de volta? — Ele perguntou, quieto e curioso.
— Eu adoraria ter mais dez minutos com você... — eu disse a ele, fixando
meus olhos azuis em seus verdes escuros. — Mas eu provavelmente
deveria chamar um Uber. — Ele franziu os lábios, claramente não
entusiasmado com a ideia, mas acenou com a cabeça de qualquer maneira
em aceitação relutante. — Além disso, está tarde. Você deveria dormir um
pouco.
— Olhe para você, preocupado, — ele sorriu, parecendo terrivelmente
satisfeito consigo mesmo. — Benjamin Lockwood gosta de mim. — Ele
balançou as sobrancelhas de uma forma provocante que me fez olhar de
soslaio para ele.
— Cuidado, garoto, — rosnei, embora um sorriso malicioso estivesse
brincando em meus lábios. Então bati na bunda dele e ele gritou.
— Estou muito ligado para dormir agora, de qualquer maneira, — ele
suspirou, observando enquanto eu puxava meu telefone do bolso, abrindo
o aplicativo Uber. — E todo o sexo me deixou com fome. Quer um pouco
de cereal antes de ir?
— Cereal? — Levantei minha sobrancelha para ele entre digitar seu
endereço.
— Mhm. Capitão Crunch, — ele murmurou, então se inclinou mais perto
do meu rosto. — Com frutas vermelhas. — Ele deu um beijo rápido no meu
queixo, em seguida, disparou para fora de seu quarto.
Bufei uma risada, balançando a cabeça enquanto o Uber me informava
que estava localizando um motorista próximo. Estava demorando uma
eternidade e me perguntei se talvez eu tivesse um serviço ruim. Fui até a
porta de seu quarto e espiei pela esquina. Eu temia que seus colegas de
quarto estivessem andando por aí, e não queria ter que responder a
perguntas sobre a natureza de nosso relacionamento, ou forçar Ryan a isso.
Embora, por que eles precisariam saber de alguma coisa? Poderíamos apenas
dizer que somos amigos ou o que seja... Estávamos bebendo, boates... o que quer que
as crianças façam hoje em dia, e eu vim para comer um pouco de cereal antes de ir
para casa. Vê? Perfeitamente normal.
Saí do quarto lentamente, tentando ficar na ponta dos pés enquanto fazia
meu caminho para a cozinha. Ryan estava sentado na bancada do café da
manhã, demolindo alegremente uma enorme tigela de Cap'n Crunch
Berries vestindo nada além de sua calça de moletom cinza. Ele parecia tão
bom que era quase injusto. O garoto poderia facilmente ter sido modelo ou
algo assim.
Sacudi-me para fora de meus pensamentos, ignorando o fato de que eu
era um homem heterossexual, casado, na casa dos trinta e cobiçando o ex-
namorado de sua filha de 21 anos, com quem eu tive vários encontros nus,
suados, cheios de gozo, e caminhei até Ryan, inclinando-me contra onde ele
estava sentado.
— Você já conseguiu uma carona? — Ele perguntou com a boca cheia de
cereal. Balancei minha cabeça lentamente, resistindo à vontade de beijá-lo.
Eu não tinha ideia de por que de repente estava achando impossível não
ficar em cima dele constantemente, mas eu precisava ir embora agora antes
que acabasse apenas me mudando. — Provavelmente não há ninguém por
aí a essa hora da noite. Deixe-me levá-lo.
— Mas sua certeza, — provoquei, sorrindo enquanto ele ria.
Ele deu mais algumas mordidas, levantando-se para levar a tigela para a
pia quando ouvimos uma porta se abrindo. Meu coração saltou na minha
garganta e pensei em me esconder. Foi uma reação exagerada, é claro, mas
olhei para Ryan rapidamente para ver se ele queria me empurrar para baixo
da mesa ou algo assim.
Ele estava observando a porta de perto quando uma linda garota jovem
com cabelo escuro saiu, vestindo nada além de uma camiseta enorme. Ela
estava bocejando e esfregando os olhos, andando descalço na nossa direção,
embora não parecesse que ela ainda tinha aberto os olhos.
Quando ela finalmente o fez, ela parou no meio do caminho, seus olhos
sonolentos se arregalando e saltando de Ryan para mim, e então pousando
em mim e ficando lá por um momento.
— Um... — ela murmurou, parecendo confusa.
— Kayla, este é meu amigo Ben, — disse Ryan com um sorriso confiante.
— Ben, esta é Kayla. Minha melhor amiga, namorada de Alec.
Balancei a cabeça lentamente, olhando para a garota, dando-lhe um
sorriso rápido.
— Olá, — ela murmurou, retomando a caminhada, passando por nós e
indo para a geladeira. — Só pegando uma bebida...
Ela puxou uma caixa de suco de laranja da geladeira, em seguida, abriu
um dos armários, estendendo a mão para pegar um copo. Ela era muito
baixa, provavelmente apenas cerca de um metro e sessenta, então quando
ela estendeu a mão, a camiseta que ela estava vestindo levantou
ligeiramente, mostrando a curva do que parecia ser uma bunda de
aparência muito deliciosa. Eu quase podia me sentir babando com a visão
de suas pernas curtas e tonificadas levando para aquele saque
perfeitamente redondo.
Droga... isso é quente.
Eu nem tinha percebido como estava olhando fixamente até que senti o
cotovelo de Ryan apertar minha caixa torácica. Eu rapidamente saltei disso,
engolindo em seco e olhando para Ryan, que estava me dando um olhar
arrogantemente provocador, sorrindo como se ele tivesse tudo planejado.
Kayla terminou de servir sua bebida, voltando rapidamente para seu
quarto.
— Prazer em conhecê-lo, — ela se virou para sorrir para mim, as
bochechas levemente coradas, antes de correr de volta para seu quarto e
fechar a porta.
— Da mesma forma... — Fiquei sussurrando, enquanto Ryan ria
baixinho, jogando sua tigela na pia.
— Calma, garoto, — ele sussurrou, vestindo uma camiseta rapidamente,
em seguida, agarrando-me pelo braço e me puxando com ele.
— O quê? — Dei de ombros quando saímos de sua casa, pulando para o
lado do passageiro da BMW. — Ela parecia legal.
Ryan riu de novo, acomodando-se no banco do motorista, ligando o
motor e me dando um olhar astuto enquanto colocava o cinto de segurança.
— Oh sim? Você teve essa impressão de suas nádegas, não é? — Ele
zombou, saindo de sua garagem.
— Hmm... Olha quem está com ciúmes agora, — cantarolei, recostando-
me na cadeira.
— Não estou com ciúme disso, — ele resmungou, franzindo a testa
enquanto se concentrava na estrada, nos conduzindo rua abaixo, de volta
ao meu hotel.
— Não? — Levantei minhas sobrancelhas enquanto o observava.
— Não. Sei que gosta de garotas, — ele disse, olhando para mim com o
canto do olho. — Você é casado com uma, afinal.
— Sim, — suspirei melancolicamente, — e minha esposa é uma peça
saborosa, com certeza.
— Sem argumentos aqui, — ele rugiu. Virei ligeiramente em meu
assento.
— Você acha que Jess é gostosa? — Perguntei, curiosidade amarrando
meu tom.
— Um foda-se sim, — ele balançou a cabeça. — Sua esposa é gostosa.
— Sim, ela é... — murmurei, engolindo em seco com a lembrança de que
eu ainda não tinha ouvido falar dela, e já passava das três da manhã. Espero
que ela esteja bem...
— Você não está com ciúme de eu gostar de garotas? — Ryan perguntou,
trazendo minha atenção de volta para o motorista.
Parei para pensar por um segundo. — Não.
— Apenas outros caras... — ele murmurou. Era para ser uma pergunta,
mas saiu mais como uma afirmação, porque nós dois já sabíamos a
resposta.
— É o que parece... — cantarolei, passando os dedos pela barba por fazer
ao longo do meu queixo.
— Posso te perguntar uma coisa? — Ele perguntou, seu tom hesitante. Eu
balancei a cabeça e, embora ele não pudesse me ver, ele continuou. — Para
onde você gostaria que isso fosse? — Ele olhou para mim rapidamente. —
Quero dizer, se você pudesse ter da maneira que quisesse... O que
escolheria?
Encarei-o por um momento, considerando sua pergunta. A verdade é que
eu não tinha ideia do que queria que acontecesse. Tudo que eu sabia era
que queria ficar com Jess e também queria continuar saindo com Ryan. Eu
queria ter meu bolo e comê-lo também. Não era nada realista. Mas ele disse
do jeito que você quisesse...
— Quero ficar com Jess... e você, — falei baixinho, passando minha mão
ao longo da minha nuca. — Sei que isso não faz sentido... Mas eu só... não
sei, — bufei e encolhi os ombros de frustração. — Sei que não tenho
nenhum direito sobre você ou qualquer coisa. E eu não tenho o direito de
dizer quem você pode e não pode ver... Mas odeio a ideia de você estar
com... bem... alguém que não seja eu, ok?
Respirei fundo e afundei no meu banco, cruzando os braços sobre o
peito.
O carro ficou quieto por um segundo, enquanto dirigíamos pelas ruas,
cada vez mais perto do adeus.
Eu finalmente deixei meus olhos voltarem para Ryan, e ele estava
sorrindo um sorriso doce e tímido, puxando o lábio inferior com os dentes,
tentando sufocá-lo.
— Você está amando isso, não é? — Grunhi para ele, estreitando meu
olhar em sua direção.
— Sim, mais ou menos, — respondeu ele com um pequeno sorriso
arrogante, mostrando-me uma lateral que eu só queria lamber. Jesus, estou
com problemas.
— Qualquer que seja. Eu simplesmente não quero que veja aquele idiota
arrogante do Tate Eckhart de novo, — rosnei em um tom muito severo e
dominador. Ryan olhou para mim e ergueu a sobrancelha. — Por favor.
— Aí está, — ele disse, entrando no estacionamento do hotel para
visitantes. — Foi tão difícil?
Eu dei a ele um sorriso de advertência e ele riu alto.
Ele parou no mesmo local onde me pegou antes e desligou a ignição. Nós
dois desafivelamos nossos cintos de segurança ao mesmo tempo, virando-
nos um para o outro. Havia uma expressão desanimada espelhada em
nossos rostos, cada um de nós compartilhando o mesmo pensamento
deprimente.
Nosso tempo acabou.
— Obrigado por me encontrar, — murmurei, estendendo a mão para
agarrar sua mão.
— Obrigado por ter vindo, — Ryan sorriu suavemente, entrelaçando
nossos dedos.
— Eu gostei da sua casa, — eu disse a ele, e me inclinei.
— Talvez você possa vir de novo em breve... — ele sorriu, aproximando-
se ainda mais, até que seus lábios pairassem sobre os meus.
— Mmm... Eu gostaria disso, — sussurrei, beijando-o suavemente. Ele
choramingou entre meus lábios enquanto nos beijávamos, lento e
apaixonado, dizendo nosso adeus sem palavras.
— Vou sentir sua falta, bebê... — sua voz vibrou fora dele na minha boca.
— Vou sentir mais sua falta... — respirei, passando minhas mãos por seus
ombros, em seu peito.
— Eu gostaria que pudéssemos apenas ter ficado na cama, — ele se
afastou, deixando os olhos fechados.
— Eu sei, querido, — eu fiz beicinho, agarrando seu queixo e forçando-o
a olhar para mim. Seus olhos verdes se fixaram nos meus enquanto nos
olhávamos. — Mas tenho que ir. Eu nem sei o que vou dizer para Jess...
Ele balançou a cabeça lentamente. — Boa sorte. Envie-me uma mensagem
se puder...
— Eu vou. — Beijei-o mais algumas vezes, então dei-lhe um sorriso,
tentando aliviar o clima antes de pular do carro.
Lutei para não olhar para trás enquanto saía do estacionamento e entrava
no hotel. Eu estava correndo um pouco pelo saguão e entrei no elevador.
Assim que entrei com segurança, inclinei minhas costas contra a parede e
respirei fundo.
Meu Deus… O que diabos aconteceu?!
Parecia que todos os encontros que tive com Ryan desde a primeira noite
no porão foram mais intensos que o último. Cada vez que dizíamos que
tínhamos acabado, voltávamos colidindo como uma explosão de química
intensa. Éramos atraídos um pelo outro, como ímanes. E eu não entendia
como poderia seguir em frente a partir daqui.
O elevador apitou, me tirando dos meus pensamentos e me forçando a
mover meus pés. Eu ansiosamente fiz meu caminho pelo corredor em
direção à nossa suíte. Respirei fundo antes de passar meu cartão-chave na
porta, abrindo-a com cuidado, tentando ficar quieto enquanto lentamente
entrava na sala.
Eu esperava que todo o lugar estivesse escuro, o que era principalmente,
exceto por uma luz fraca vinda do quarto. Estava completamente quieto e
eu podia sentir meu pulso aumentar constantemente enquanto eu tirava
meus sapatos e entrava no quarto.
Eu só queria rastejar para a cama ao lado de minha esposa e adormecer,
tirando todo o drama da minha mente, guardando-o para outra hora.
Infelizmente, quando passei pela porta de nosso quarto, vi Jess, sentada
na cama, olhando para mim.
Seus olhos estavam arregalados e ela parecia cansada, a boca em uma
linha sombria. Engoli em seco, olhando para longe enquanto tentava como
o inferno agir normalmente, desabotoando minha camisa e encolhendo os
ombros.
— Ei, querida, — murmurei baixinho, jogando minha camisa em uma
cadeira próxima, em seguida, tirando minha calça jeans. — Desculpe, fiquei
fora por tanto tempo... dei uma longa caminhada, apenas checando a área, e
então me perdi... — Eu menti, pegando minha calça de pijama da minha
bolsa e puxando-a por cima da cueca boxer. Eu normalmente nunca usaria
pijama por cima da cueca boxer, mas não podia arriscar revelar o chupão
agora.
Jess ainda não tinha dito uma palavra, mas eu estava com medo de olhar
nos olhos dela enquanto mentia na cara dela. Então, ao invés disso, eu
apenas vaguei até o meu lado da cama, rastejando ao lado dela. O ar na sala
parecia tenso, e eu não poderia dizer se era tudo na minha cabeça ou não.
Mordi a bala e finalmente olhei para minha esposa. Ela estava me
observando de perto, o rosto imóvel. Nem parecia que ela estava
respirando. Minha boca estava tão seca que mal consegui engolir.
— Está tudo bem? — Perguntei, sentindo a gota de suor na minha nuca.
Ela permaneceu em silêncio, olhando para mim. Meus nervos estavam
agitando dentro do meu corpo.
— Jess...? — Murmurei, inclinando minha cabeça para o lado.
— Como está Ryan? — Ela perguntou, sua voz firme e séria, seu rosto
permanecendo frio como pedra.
Congelei por um segundo, meu coração despencando no meu estômago.
Mas eu me recuperei rápido o suficiente, olhando para ela.
— O que quer dizer? — Minha testa franziu enquanto eu lutava para
fabricar um olhar de confusão e surpresa.
— Bem, você foi para a casa dele, certo? — Ela ergueu a sobrancelha,
inclinando a cabeça em questão.
— Por que...? — Bufei, piscando algumas vezes. Oh, Deus... Querido Deus,
doce Jesus... — Por que eu iria para a casa do Ryan...?
— Não sei, Ben. Você me diz, — ela resmungou, estreitando o olhar.
Fiquei boquiaberto com os olhos arregalados, incapaz de me mover, falar
ou piscar. Senti a bile subindo.
Ok, acalme-se. Não tem como ela saber de nada. Como ela saberia? Apenas aja
com naturalidade.
Meu cérebro estava em modo psicológico, correndo sobre todo e
qualquer cenário possível em que ela pudesse ter descoberto o que eu
estava fazendo. Mas continuei em branco. Fiquei surpreso demais para
pensar com clareza, então apenas a encarei, um olhar vazio e absoluto de
desamparo.
Finalmente, ela soltou um sinal forte e revirou os olhos.
— Desci para o estacionamento procurando por você, — Jessica
murmurou, falando devagar e sombrio. Meu estômago apertou e eu
realmente senti que poderia vomitar. — Você disse que ia pegar algo no
carro, mas nem trouxe as chaves. E estava agindo estranho, então fui atrás
de você. Mas quando cheguei ao carro, você não estava lá. Em vez disso, vi
você entrando em um BMW verde.
Ela parou e respirou fundo, exalando lentamente. Minhas mãos tremiam
tanto que tive que cerrar os punhos para impedi-las. O medo estava
agarrando minha traqueia, tornando difícil respirar. Ela nos viu no carro. Ela
nos viu...
— Eu o reconheci como sendo de Ryan e queria saber o que ele estaria
fazendo aqui, então entrei em nosso carro e esperei para ver para onde
vocês estavam indo. Você ficou sentado no carro por um tempo... Não sei
por quê. Mas esperei... e esperei. E esperei, — ela sibilou, sua voz ainda tão
estranhamente quieta, seus olhos escuros e endurecidos.
Ok, talvez ela não tenha nos visto. As janelas são escuras, então...
— E então finalmente começou a dirigir para longe, — ela resmungou
através de uma mandíbula visivelmente cerrada. — Então eu te segui. —
Meu coração caiu novamente.
Porra.
— Você me seguiu...? — Minha voz rouca voou de dentro da minha
garganta.
Porra. Minha. Vida.
— Mhm, — ela cantarolou, olhando para mim. — Foi assim que eu tive
certeza de que você estava com Ryan. Vi vocês dois saírem do carro e
entrarem na casa dele. Quer dizer, acho que era a casa dele, certo...? — Ela
levantou a sobrancelha para mim, seus olhos me chamando de porra e me
deixando fraco, cada fibra do meu ser completamente destruída.
Eu não queria responder a ela. Tentei desesperadamente pensar em algo
para dizer que me salvasse, para virar a meu favor. Mas não havia nada.
Onde mais Ryan e eu estaríamos juntos além de sua casa? Pense, droga! Faça
alguma coisa!
— Ben, realmente não há sentido em mentir agora, — seu rosto mostrava
apenas raiva e desaprovação. — Eu sei que era a casa dele. O que não sei é
o que você poderia estar fazendo lá por tanto tempo.
Engoli em seco. — Quanto tempo você...
— Uma hora, — ela me cortou. Meu queixo caiu aberto e minhas
sobrancelhas levantadas. Uma hora?! — Eu me sentei lá fora no carro... por
uma hora te esperando voltar lá fora. Finalmente, desisti e voltei para cá. Na
verdade, eu não tinha certeza se você voltaria...
— É claro que eu estava voltando... — sussurrei, tentando forçar minha
voz a sair em mais do que um guincho angustiado de dentro da minha
garganta.
— Sim? — Ela ergueu a sobrancelha novamente. — Você ficou lá por
muito tempo, Ben. O que estava fazendo...? — Seu rosto estava menos
severo agora. Tinha mudado de repente para um muito mais vulnerável,
ela parecia apavorada. — O que você e Ryan poderiam estar fazendo na
casa dele por horas às duas da manhã?
Meu lábio inferior começou a tremer e o mordi, olhando para as minhas
mãos, minha cabeça balançando sutilmente mais e mais.
Oh meu Deus, não posso fazer isso. O que eu deveria fazer? Não posso machucá-
la... Ela não pode saber.
Mas também não posso mentir para ela. Ela é minha esposa... Puta merda, ela vai
me deixar. Ela vai se divorciar de mim, se descobrir. Oh meu Deus, estou perdendo
minha merda!
— Ben! — Ela gritou meu nome, fazendo com que meus olhos se
voltassem para os dela. Minha respiração estava fora de controle. —
Apenas me responda, droga! Diga-me o que diabos estava fazendo. Sem
mentiras... Sem histórias de merda. Apenas me diga a verdade.
— Eu... eu estava... nós estávamos... — gaguejei e minha voz falhou. Eu
cantarolei um som desesperado e caí de costas contra a cabeceira da cama.
— Ok... então... a questão é...
Engoli em seco, esfregando as palmas das mãos suadas na calça do
pijama. Apenas diga a ela. Foda-se. Não pode mentir para ela... Qualquer outra
pessoa no mundo, menos ela.
— Ben... — ela rosnou, e olhei para ela novamente.
— Tudo bem, apenas prometa me ouvir. Apenas... não saia. Por favor? —
Eu implorei a ela, meus olhos arregalados de coação.
Ela ficou boquiaberta para mim, os olhos esbugalhados, a boca aberta.
— Não me dê um motivo, — ela guinchou, parecendo petrificada com o
que eu poderia estar prestes a dizer. Eu quase podia ver sua mente
passando por todas as possibilidades horríveis.
Sentei-me ereto e respirei fundo, fechando os olhos enquanto o soltava.
Eu não conseguia acreditar que isso estava piorando. Eu estava à beira de
um grande surto. Em algum nível, eu sabia que esse dia chegaria. Só não
pensei que isso aconteceria tão cedo.
Reabri meus olhos, fixando-os nos da minha esposa enquanto virei meu
corpo inteiro para encarar o dela.
— Jessica, eu te amo, — sussurrei vermelho. — Apenas saiba que não
importa o que eu esteja prestes a dizer, eu te amo pra caralho, e eu amo
você há dezenove anos. Você é tudo no mundo para mim...
— Jesus Cristo... — ela choramingou, já parecendo que ia começar a
chorar. — Ben, o que você fez...?
— Eu... eu fodi tudo, — respirei, meu coração quebrando dentro do meu
peito. — Sinto muito, porra, bebê. Estraguei tudo... — Fiz uma pausa e
minha cabeça caiu em minhas mãos. — Eu... nós... Ryan e eu... estávamos
juntos...
Respirei novamente, tentando me acalmar. Eu não estava fazendo
nenhum sentido. Eu precisava me controlar.
— Juntos...? — Ela perguntou, sua voz suave e alta. Balancei a cabeça
lentamente. Meu rosto ainda coberto pelas palmas das mãos suadas. —
Tipo, como em... o quê? Juntos fazendo o quê? — Ela tirou minhas mãos do
meu rosto. — Ben, me diga exatamente o que diabos aconteceu!
— Eu dormi com ele! — Bufei através da minha voz rouca. Jess se
engasgou, seu rosto paralisado de dor, como se eu tivesse acabado de dar
um tapa nela. — Nós... fizemos sexo.
O quarto foi tomado por um silêncio sufocante. Estava tão quieto que
doeu fisicamente. Eu só queria que ela dissesse alguma coisa. Gritasse
comigo ou me batesse... Qualquer coisa. O silêncio estava me deixando
suicida.
— Como... — Jess finalmente soltou um grito sem fôlego. — Como isso
aconteceu?
Dei de ombros e balancei minha cabeça. Eu não queria mais contar a ela.
Eu só queria parar por aí e nunca mais falar com ela sobre isso. Essa
conversa estava me destruindo e ainda nem havia começado.
— Ben... — ela murmurou, movendo seu rosto na frente do meu, me
forçando a olhar em seus olhos. — Você dormiu com o ex-namorado de
nossa filha esta noite. Há tantas perguntas... Não consigo nem... Jesus, porra
de Cristo. Comece a falar antes de eu deixá-lo aqui e nunca mais voltar.
Com a simples menção de sua partida, meu coração deu um salto no meu
peito e comecei a tremer mais.
— Não... por favor, não, — balancei minha cabeça repetidamente. — É só
que... nem sei por onde começar.
— Que tal começar com como diabos isso aconteceu! — Ela gritou comigo,
sua voz falhando.
— Tudo começou... na noite depois do Dia de Ação de Graças... — Eu
resmunguei, passando minha mão pelo ar.
— Que porra é essa?! Está brincando comigo?? — Ela gritou, pulando da
cama como se estivesse pegando fogo.
— Onde está indo? — Ajoelhei-me na cama, pronto para atacá-la se ela
tentasse sair.
— Benjamin Michael Lockwood! — Ela se engasgou, totalmente olhando
a merda fora de mim. Eu me encolhi. — Você está me dizendo que transou
com o namorado da nossa filha enquanto estavam na nossa casa?! Como
pode fazer isso? Para ela... Para mim?!
Ela estava de pé e andando pelo quarto. Observei-a, destruindo meu
cérebro com maneiras potenciais de consertar isso, mas continuei em
branco. Não havia absolutamente nada que eu pudesse dizer ou fazer para
salvar essa situação. Eu só precisava dizer a ela a verdade e orar a Deus
para que ela me perdoasse.
— Sinto muito... — sussurrei, e ela se virou para mim, suas narinas
dilatadas, os olhos cheios de chamas de ódio. Resposta errada. Eu sabia que
ela iria me atacar antes mesmo de se mover, então eu apenas me preparei
para a surra iminente.
Jessica caminhou até mim e subiu de volta na cama, me empurrando até
que eu caísse para trás. Ela pulou em cima de mim, tirando meu fôlego com
o joelho no meu estômago, então me prendeu na cama e começou a me dar
tapas e socos, resmungando e xingando meu nome repetidamente.
— Você. É. Tão. Porra. Egoísta. De. Merda. Idiota!
O resto era tudo foda-se e eu te odeio e monstro idiota bastardo e assim por
diante. Eu apenas tentei cobrir meu rosto com os braços e afastá-la.
— Jess, por favor! — Rosnei, finalmente agarrando-a pelos braços e
segurando-a em cima de mim enquanto ela vomitava e sacudia de raiva. —
Sei que estraguei tudo! Me desculpe, ok?! Nada que eu possa dizer ou fazer
retira o que aconteceu... Deixe-me explicar.
— O que há para explicar? — Ela grunhiu, arrancando as mãos do meu
aperto. — Você me traiu. Você quebrou nossos votos de casamento... E com a
porra de um cara?! Então, o que... você é gay agora??
— Não... — Zombei, balançando minha cabeça. — Eu não sou gay. Amo
você, Jessica. Eu ainda te amo e quero estar com você para sempre. Eu disse
que isso nunca vai mudar.
— Então, por que... — ela choramingou, sua voz entrando e saindo
enquanto ela fungava. Eu podia vê-la tentando piscar para conter as
lágrimas, o que estava me esmagando até a alma. — Por que você trairia?
— Eu não sei, bebê... — respondi, segurando sua cintura enquanto ela se
sentava em cima de mim.
— Não me chame de porra bebê, Benjamin, — ela rosnou. — Você fodeu
tudo. Está tão fodido que não consigo nem olhar para você agora!
— Bem, você tem que olhar para mim, — ordenei, piscando para ela. —
Eu sou seu marido, e estou aqui tentando dizer a você o quão ruim eu fiz
merda e o quanto sinto muito. Não vou deixá-la desistir de nós.
— Ben, eu nunca desistiria de nós, — disse ela, a suavidade em sua voz
quebrando meu coração em pedaços. — Você é meu para sempre... Só não
sei por que você faria isso. Você está... cansado de mim ou algo assim?
— Não! O quê? Por que diria isso? — Resmunguei.
— Hum, porque está me dizendo que tem fodido o namorado de 21 anos
de nossa filha! — Ela assobiou. — Obviamente deve ter procurado outra
coisa... Deus, sou tão estúpida.
— Pare com isso, — fervi, agarrando sua carne com força. — Isso não é
culpa sua, de forma alguma. Prometo a você, eu não estava procurando por
nada. Eu não planejei isso... simplesmente... aconteceu.
— Simplesmente aconteceu? — Ela zombou, revirando os olhos. — Você
quer dizer que tropeçou e caiu no pau dele?
— Jessica, por favor, — balancei minha cabeça. — Eu nunca, em um
milhão de anos, teria previsto isso. Nunca pensei que algum dia... — Minha
voz falhou e respirei fundo, fechando os olhos.
— O namorado da nossa filha... — ela murmurou em um tom de
desaprovação. — Eles terminaram por causa de você, Ben? Foi isso que
você fez?
— Não, — respondi rapidamente. — Essa foi a razão pela qual eu o vi
esta noite... eu tinha que perguntar a ele. Precisava saber se era minha
culpa. Mas o que Hailey nos disse estava certo. Foi mútuo, e Ryan diz que é
o melhor.
Ela zombou e revirou os olhos novamente. — Então, Ryan é como seu
namorado agora?
— Jess, não tenho namorado — tentei assegurá-la com meu tom gentil. —
Só tenho uma esposa e a amo.
— Mas você não estava pensando em sua esposa quando estava
dormindo com um cara... — ela olhou para mim, seus profundos olhos
azuis atirando adagas em mim.
— É claro que pensei em você... — sussurrei, o nó de culpa se instalando
em meu estômago. — Pensei sobre o quanto eu estava te traindo, e o quanto
isso poderia te machucar... Eu nunca quis isso, Jess.
— Então por que faria isso? — Ela choramingou quando uma lágrima
rolou por sua bochecha. — Se quiser experimentar, estou no jogo, você sabe
disso. Apenas seja honesto comigo. Isso é um casamento, Ben. Se não
conseguirmos nos comunicar, nunca funcionará. Sempre achei que
tínhamos o relacionamento mais aberto e honesto que já conheci. Mas
agora... está me fazendo questionar se eu realmente te conheço.
Meu coração parecia que estava sendo esfaqueado repetidamente com
uma faca dentada. Jesus, isso dói tanto. Por que diabos fiz isso com ela? Talvez
ela devesse apenas me deixar...
Não. Não posso aceitar isso. Eu a amo demais para deixá-la ir. Vou lutar por essa
mulher até o dia de minha morte.
— Jessica, não diga isso, — implorei. — Você me conhece. Claro que faz.
Esta era uma situação tão... fodida. Não fazia sentido. Simplesmente veio
do nada, como se eu tivesse sido atropelado por uma porra de um
caminhão Mack ou algo assim. Um dia estou apenas vivendo minha vida,
tudo normal... e a próxima coisa que sei que todo o meu mundo está de
cabeça para baixo.
Minha esposa olhou para mim pelo que pareceu uma eternidade, sem
dizer nada. Apenas sentada em cima de mim, com as mãos apoiadas no
meu peito enquanto ela montava na minha cintura. Ela olhou para a mão
por um momento, acho que porque ela podia sentir o quão forte meu
coração estava batendo. Ela pressionou a palma da mão com mais força
sobre o meu pulso, seus olhos voltando para os meus.
— Como isso aconteceu? — Ela perguntou, sua voz mudando para
menos zangada e mais curiosa.
— Nem sei, bebê... — Murmurei, ainda balançando minha cabeça. — Eu
gostaria de ter uma resposta para você.
— Mas tipo... como isso começou? — Ela choramingou baixinho, olhando
para mim com os olhos arregalados. — Ele... beijou você ou algo assim?
Pisquei algumas vezes, olhando para ela em confusão. Ela realmente
queria que eu desse os detalhes? Isso apenas a deixaria mais irritada? Ou
isso poderia ajudá-la a entender...?
— Não... — respondi baixinho.
— Diga-me... por favor, — ela sussurrou. — Preciso saber.
Engoli em seco. — Ele... desceu ao porão. A noite depois do Dia de Ação
de Graças. Estávamos bebendo e a próxima coisa que soube que ele estava...
— Fiz uma pausa e me encolhi, rezando para que ela não me fizesse
continuar.
Para minha surpresa, ela não parecia tão atordoada quanto antes. E ela
não parecia enojada ou assustada.
Ela parecia fascinada.
Jess ergueu as sobrancelhas, silenciosamente me dizendo para continuar,
embora eu ainda estivesse hesitando.
— Você sabe... tipo... — gaguejei, dando a ela um olhar, tentando fazê-la
ler minha mente, então eu não tive que dizer isso em voz alta.
— Ele estava o quê, Ben...? — Ela perguntou novamente, mantendo-se
firme. Suspirei e pisquei.
— Chupando meu pau, — grunhi, engolindo em seco novamente. Eu a
ouvi suspirar baixinho, então ela mordeu o lábio. — Você fez...? — Balancei
a cabeça lentamente e seus olhos se arregalaram.
— Quantas vezes vocês dois estiveram juntos... em nossa casa? — Ela
perguntou, sua voz trêmula soando um tanto gutural.
— O tempo todo em que você saiu para fazer compras... — eu disse a ela,
sentindo uma onda de culpa tomar conta de mim. — E naquela noite...
— Então você brincou comigo e depois saiu para ficar com ele...? — Ela
perguntou, piscando para mim.
Balancei a cabeça novamente. — Só porque eu sabia que ele estava indo
embora...
— Uau, Ben... — ela balançou a cabeça. — Nem sei o que dizer...
— Basta dizer que me perdoa, — implorei com minha voz e meus olhos.
Peguei a mão dela na minha e apertei. — Diga que ainda me ama...
Ela respirou fundo e desabou, enrolando-se em cima de mim, apoiando-
se no meu peito. O quarto ficou em silêncio novamente enquanto nós
apenas ficamos ali, ouvindo um ao outro respirar.
— Você o ama? — Ela perguntou baixinho.
Congelei e esperei para ver se minha resposta inicial mudava quanto
mais eu lutava contra ela. Mas isso não aconteceu. Meu estômago apertou e
mordi o interior da minha bochecha.
— Eu não sei... — sussurrei. — Amo você.
— Eu também te amo, Ben... — ela cantarolou. — Isso é demais.
— Sinto muito...
— Eu sei.
Nós nos deitamos lá por horas. Jess adormeceu primeiro, e quando eu
pude ver a luz fluindo nas janelas do sol nascente, eu finalmente caí em um
sono inquieto, agarrando minha esposa o mais forte que pude.

Meus olhos se abriram lentamente. Pisquei algumas vezes, ultrapassando


meu torpor enquanto tombava de costas, esticando os braços. Senti como se
tivesse passado por algum tipo de maratona, e meu cérebro estava doendo
tanto quanto meu corpo.
Rolei para o lado para verificar a enorme cama de hotel minha esposa
adormecida. Mas ela não estava lá.
Memórias da noite passada voltaram à minha mente agora totalmente
desperta.
Ryan... sua casa... nós juntos...
Jessica. Ela sabe. Ela sabe tudo.
Levantei-me rápido, olhando freneticamente ao redor do quarto. Ela não
estava à vista.
Pulei da cama, tropeçando em meus pés enquanto corria por toda a suíte,
o pânico se espalhando por mim como um incêndio.
Verifiquei o banheiro, a sala, a cozinha e, finalmente, a varanda. Ela se
foi.
Meu coração começou a bater cada vez mais rápido, o medo subindo do
meu estômago como bile.
Ela me deixou. Ela se foi.
Peguei meu telefone e comecei a ligar para ela, rezando para que eu
pudesse de alguma forma convencê-la a mudar de ideia e voltar para mim.
Ouvi um telefone tocando. Estava vindo da cozinha.
Segui o toque e meu telefone caiu do meu ouvido, escorregando da
minha mão e caindo no chão.
O telefone de Jess estava no balcão. Ela deixou lá.
Ela deixou o telefone... Por quê?
Vaguei de volta para o quarto, notando o fato de que todas as suas coisas
ainda estavam lá. Isso me deu um pouco de paz de espírito. Ela não teria
partido sem suas coisas e seu telefone...
Liguei para o manobrista para perguntar se nosso carro ainda estava
aqui. O gerente me informou que a Sra. Lockwood havia levado o carro
cerca de uma hora atrás.
Engoli em seco e desliguei, sem dizer mais nada, me jogando no sofá.
Minha esposa me deixou em nosso hotel, e levou o carro, mas não o
telefone. Isso provavelmente significava que ela não queria que eu a
contatasse... Mas por quê? Para onde ela iria?
Respirei fundo e tentei relaxar. Ela provavelmente só precisava de algum
espaço para pensar. Ela estaria de volta. Ela tinha que voltar.
Inclinei-me no sofá, descansando minha cabeça enquanto olhava para o
teto. Minha vida inteira estava desabando ao meu redor. Eu precisava ficar
forte e tentar me segurar, mas a verdade é que nunca me senti mais
assustado e sozinho.
Você queria isso.
Estremeci e fechei os olhos, orando para que minha esposa me perdoasse
e voltasse.
Capítulo 10
Ryan
Acordei sentindo como se algo terrível tinha acontecido. Eu não tinha
certeza do porquê. Eu tinha dormido muito bem na noite passada. Depois
que deixei Ben em seu hotel, cheguei em casa e desmaiei no segundo em
que bati no colchão. Acho que todas as atividades realmente me exauriram.
Eu ainda mal conseguia compreender tudo o que aconteceu na noite
passada. Era quase insano que eu tivesse passado de completamente infeliz
para totalmente feliz em apenas uma questão de minutos.
Mesmo que o rompimento entre Hailey e eu tenha sido mútuo, ainda
doía como uma cadela. Claro, eu tinha saído para jantar naquela noite na
semana passada sabendo em meu coração que tinha que acabar com isso.
Mas quando ela me disse que achava que deveríamos ver outras pessoas e
viver nossas vidas enquanto éramos jovens, não pude evitar de sentir que
estava sendo apunhalado no coração.
Eu sabia que era egoísta e imaturo, e alguma coisa de machão, mas não
pude evitar. Era uma história diferente quando fui eu quem a encerrava.
Mas quando descobri que ela também queria, realmente senti uma pontada
de dor. Como esfregar sal em uma ferida.
Ainda assim, lidamos com isso como adultos. Dissemos que
continuaríamos amigos e ela veio no dia seguinte para que pudéssemos
trocar coisas. Ela me devolveu todas as minhas moedas que estava
colecionando e devolvi a ela as chaves de sua casa. Foi meio de partir o
coração, e não admitiria para ninguém, mas fiquei no meu quarto o dia
todo depois disso, ouvindo músicas sobre o término de um namoro e
apagando fotos dela do meu telefone.
Foi tão estúpido. Eu queria isso também. Não poderíamos ficar juntos,
não depois do que aconteceu com Ben. Mas eu ainda tinha que respeitar o
processo.
Fiquei deprimido pelo resto da semana, me perdendo na escola e na
academia, tentando manter minha rotina. O tédio era o inimigo. Mas ainda
assim, a cada noite, eu me sentia cada vez mais solitário. Até pensei em
ligar para o Tate, mas felizmente eu tinha me convencido do contrário. Não
era isso que eu queria... Ou melhor, ele não era quem eu queria.
O sábado foi difícil, porque eu sabia o dia todo que Ben estava vindo
para a cidade para o jantar de aniversário que eu deveria comparecer. Era
como trabalhar ativamente tentando me impedir de dirigir até o restaurante
onde eles estavam apenas para que eu pudesse observá-los de fora como
uma espécie de cara perseguidor patético. Também fui capaz de me
convencer a não fazer isso. Em vez disso, me forcei a ficar em casa e assistir
a filmes com Alec e Kayla, girando em terceiro lugar e realmente
chafurdando na autopiedade.
Até Ben me enviar uma mensagem.
Eu tinha tentado muito resistir a isso mais do que a qualquer outra coisa.
Eu queria tanto não responder a ele, e apenas ser a pessoa melhor. Mas
mesmo nas mensagens do Instagram o cara era tão exigente e irresistível.
Eu não tive chance.
E agora que pensei sobre isso, eu estava quase tonto. A noite passada foi
uma das melhores que eu já tive. Não só por causa do sexo, mas por causa
do que dissemos um ao outro.
O que admitimos um para o outro.
Eu não tinha ideia do que aconteceria com Ben e eu no futuro. E eu sabia
com certeza que provavelmente ficaria muito difícil e foderia
completamente com todas as nossas vidas. Mas eu não podia negar o fato
de que estava começando a gostar dele mais do que gostava de qualquer
outra pessoa há muito tempo. Foi assustador pra caralho, mas emocionante
e real. Nossa conexão era tão poderosa. Eu teria que ser alguém muito mais
forte do que eu para resistir a isso.
Minha campainha tocou e suspirei forte, puxando-me para fora do sofá.
Eu estava sozinho em casa no momento. Alec e Kayla estavam fazendo
compras no mercado para a semana, seu ritual de domingo à tarde. Hailey
e eu costumávamos ir junto de vez em quando, como se o supermercado
fosse um lugar divertido para dois encontros. Eu acho que tudo é divertido
quando você está em um relacionamento real que não precisa ser escondido
do mundo devido à infidelidade e à estranheza geral de como aconteceu...
Fui até a porta, esperando uma entrega da Amazon, já que Kayla era
viciada em compras online. Abri a porta rapidamente e meu coração parou
de bater.
— Oi, Ryan... — Jessica Lockwood me cumprimentou em seu tom suave
e doce de costume, embora seu rosto não estivesse exibindo o sorriso que
eu estava acostumado a ver ali.
— Jess... er... Sra. Lockwood... — Grunhi, meus olhos arregalados e sem
piscar. — Oi.
— Desculpe apenas aparecer assim... — ela murmurou enquanto olhava
para o chão, brincando com seu cabelo loiro. — Posso entrar por um
minuto?
— Uh... sim, — balancei a cabeça, incapaz de parar minha voz de
gaguejar um pouco. — Certo. Claro.
Saí do caminho, gesticulando para que ela entrasse, espiando
rapidamente atrás dela para ver se avistava Ben em algum lugar. Eu não
fiz, então fechei a porta.
Jessica estava rondando meu apartamento, checando o lugar, como se ela
estivesse investigando por pistas ou algo assim. Caminhei em direção à sala
de estar, tentando guiá-la nesse caminho. Meu coração estava batendo tão
rápido que eu podia ouvir, e minhas palmas estavam suando.
Oh meu Deus... O que ela está fazendo aqui? Que diabos... estou pirando. Seja o
que for, não pode ser bom.
— Você gostaria de algo para beber? — Ofereci, tentando ser um anfitrião
bom e educado, e me distrair do fato de que na noite passada comi seu
marido a menos de quinze metros de onde ela estava. — Tenho suco, café,
chá, água... — Minha voz sumiu.
— Hum, não, obrigada, — ela me deu um breve sorriso e se sentou no
sofá.
Balancei a cabeça sem jeito e me sentei na poltrona, ao lado de onde ela
estava sentada. Endireitei-me e cruzei as mãos no colo na tentativa de
parecer o mais normal possível, quando na verdade eu podia sentir o
segredo irradiando de todo o meu corpo como um feromônio.
Jessica olhou para mim por um momento, seus olhos brilhantes e
curiosos. Ela estava olhando para mim como se estivesse me estudando e
isso estava me deixando ainda mais paranoico do que eu já era. Apenas aja
normalmente. Você consegue fazer isso. Ela não sabe de nada. Apenas relaxe.
— Então... a que devo o prazer? — Perguntei, indo para o casual e
otimista, mas no meu minuto soei como uma porra de um esquisito. Um
maldito esquisito culpado.
Ela respirou fundo e olhou para o colo por um momento. Engoli em seco
sobre a bile tentando subir do meu estômago.
— Ryan... — ela sussurrou meu nome, seus olhos lentamente voltando
para os meus. Eles eram tão azuis, mas um tom mais escuro do que os de
Ben. Seus olhos pareciam mais com os de Hailey. Na verdade, ela se parecia
tanto com Hailey que era um pouco alarmante.
Esperei que ela continuasse, mas, infelizmente, ela não disse mais nada.
Então respondi: — Sim?
— Sei que isso é... meio estranho... — ela respirou, sua testa enrugada
com inquietação. — É realmente tão... bizarro pra caralho... — Ela fez uma
pausa e exalou um suspiro trêmulo.
Eu não entendia o que estava acontecendo, mas tinha quase certeza de
que desmaiaria.
— O que é...? — Perguntei, meu peito arfando para cima e para baixo
com minhas respirações rápidas.
— Eu sei, — ela sussurrou, inclinando a cabeça para o lado.
Oh, Deus... — Sabe... o quê? — Engoli em seco novamente.
— Sobre você e Ben, — ela falou com uma voz suave e tímida.
O mundo parou de girar e todo o meu corpo começou a suar frio. Eu não
sabia o que dizer ou fazer, então apenas olhei para ela com minha boca
aberta.
— Ele me disse ontem à noite... — ela continuou, brincando com seus
anéis em sua mão esquerda. — Depois... eu meio que descobri que algo
estava acontecendo... — ela bufou e balançou a cabeça. — É uma longa
história, mas apesar de tudo, ele finalmente me disse a verdade. Então eu
sei.
Balancei minha cabeça lentamente, incapaz de formar pensamentos e
muito menos palavras para falar. Senti que poderia vomitar.
— Ryan... — ela disse meu nome em um tom de súplica, olhando para
mim como se ela quisesse que eu dissesse algo para confortá-la, mas não
havia como eu fazer isso. Eu era responsável por seu atual estado de
angústia. Não podia consertar. Era minha culpa.
— Jessica... Eu sinto muito, — choraminguei, fechando os olhos e
cobrindo meu rosto com as mãos. — Jesus Cristo... sinto muito. Não sei o
que estava pensando. — Palavras começaram a sair da minha boca e não
consegui impedi-las. — Eu só... simplesmente... aconteceu. E então não
havia como voltar atrás. Mas eu gostaria de poder, porque eu nunca iria
querer machucá-la... Você é uma mulher incrível. Foi tão legal comigo
naquele fim de semana, e eu só... Eu estraguei tudo. Sinto muito... Por
favor, me perdoe...
Exalei uma respiração difícil, tentando corrigir minha respiração antes
que eu tivesse um ataque de pânico. Então senti o sofá se mexer ao meu
lado e abri meus olhos, virando-me para ver Jessica sentada ao meu lado
com um olhar de simpatia em seu lindo rosto.
Ela estendeu a mão e puxou meu cabelo para trás com os dedos. — Shh...
está tudo bem, Ryan. Só respire. Vai ficar tudo bem.
Balancei a cabeça rapidamente e tentei respirar, meu coração pulando
contra minha caixa torácica. Ela colocou os braços em volta da minha
cintura e me abraçou, apoiando a cabeça no meu ombro, balançando-me
ligeiramente, tentando me acalmar.
— Você realmente não tem ideia de como eu sinto muito... — Murmurei,
balançando minha cabeça.
Ela pegou minha mão na dela. Era tão macia, pequena e delicada. Era
reconfortante. Realmente tudo sobre ela era. Ela tinha uma presença tão
calmante.
— Sei que você sente muito por me machucar, Ryan... — ela respirou. —
Mas você não lamenta o que aconteceu. E nem Ben. — Minha cabeça
apareceu e fiquei boquiaberto.
— Olha, não sei nada sobre o que está acontecendo entre vocês... além
dos poucos detalhes que consegui de Ben na noite passada, — ela falou,
calma e racionalmente. Sua voz era tão tranquila, como mel ou jazz suave.
— Mas conheço meu marido. E sei que ele me ama de todo o coração.
Concordei. — Ele faz.
— Então, para ele fazer algo assim... fora do nosso casamento... deve ser
muito opressor. — Ela olhou para mim, segurando minha mão com força
na dela. Nossos dedos se enroscaram instintivamente, e isso me lembrou de
como Ben e eu sempre ficamos de mãos dadas.
Pisquei algumas vezes para ela.
— Então... para onde vamos a partir daqui? — Ela perguntou, seus olhos
fixos nos meus. Pausei.
— Será que... Ben sabe que você está aqui?
Ela balançou a cabeça em resposta e engoli em seco, minha garganta cada
vez mais seca.
— Eu só acho... talvez vocês devam conversar mais um pouco, —
resmunguei, encolhendo os ombros e quebrando nosso contato visual
intenso. — Acho que podem falar sobre qualquer coisa. Vocês são tipo, o
casal mais incrível...
— Ryan... — ela suspirou meu nome, levemente condescendente, mas
também calorosa e carinhosa. — Não quero que se sinta culpado. E não
quero que se machuque. Você é um cara ótimo. Hailey só tinha as melhores
coisas a dizer sobre você, mesmo depois do rompimento.
— Eu só... não sei mais o que fazer comigo mesmo, — minha cabeça caiu
para frente em minha mão livre enquanto esfregava meus olhos. — Sinto
que continuo tomando as piores decisões possíveis.
Jessica colocou os braços em volta de mim novamente, ainda mais
apertado desta vez. Eu podia sentir seus seios pressionando meu lado, e
forcei meu cérebro a não reconhecer o quão bom era. Ela moveu seu rosto
para mais perto do meu enquanto sua respiração suave e quente fazia
cócegas no meu pescoço. Meu coração estava batendo tão forte que tive
medo de que ela pudesse sentir.
Seus lábios tocaram meu pescoço, tão suavemente, foi como se uma
borboleta tivesse pousado em mim ou algo assim. Mordi meu lábio e fechei
os olhos com força. Jesus o que eu sou fazendo...?
— Não se preocupe com isso, Ryan, — ela sussurrou, perto do meu
ouvido, me aquecendo em todos os lugares. — Apenas nos dê um pouco de
tempo... Deixe-me pensar um pouco. Vamos descobrir alguma coisa.
Meu pulso estava acelerado. Antes que eu pudesse me virar para olhar
para ela novamente, ela estava se levantando e caminhando em direção à
porta. Eu queria chamá-la, para perguntar o que ela quis dizer, ou o que ela
queria que eu fizesse. Mas ela já havia partido.
Bufei forte, ouvindo o som do carro dela saindo da minha garagem,
enquanto ficava ali sentado em um silêncio atordoado. Eu não tinha
absolutamente nenhuma ideia do que tinha acontecido. Tudo que eu sabia
era que estava sem fôlego e, por algum motivo, sem meu conhecimento,
tinha uma ereção dolorosamente rígida.
Olhei para o meu pau e balancei minha cabeça. O que diabos estava
errado comigo? Honestamente, era como se eu não tivesse mais ideia de
quem eu era.
Eu tinha passado as últimas duas semanas da minha vida fodendo caras,
quando antes desse ponto me considerava um homem totalmente
heterossexual. E agora, eu estava sentado aqui, balançando uma ereção
confusa, cortesia da esposa do meu potencial namorado-de-foda-o-que-
quer-que-o-chame. Sério, minha mente e meu corpo estavam tão fodidos?
Tudo o que Jessica fez foi segurar minha mão e me abraçar um pouco... E
beijar meu pescoço.
Mas ainda assim, não era sexual. Era isso?
Balancei minha cabeça e peguei meu telefone na mesa de café. Eu
precisava mandar uma mensagem para Ben e deixá-lo saber o que
aconteceu. Ele merecia saber que ela veio.
Abri meu bate-papo do Instagram e selecionei Ben. Eu estava prestes a
digitar uma mensagem, mas me contive.
Jessica disse que Ben não sabia que ela estava aqui. Isso significava que
ela não disse a ele de propósito, porque ela não queria. E essa era sua
prerrogativa. Definitivamente não era da minha conta explodir o lugar dela
daquele jeito. Ela falaria com Ben quando estivesse pronta, e quando o
fizesse, seria entre os dois. Não tive nada a ver com os negócios deles. Eu
não fazia parte do relacionamento deles. Eu era apenas o outro homem... O
destruidor de lares.
Rosnei de frustração e me levantei, andando pela sala de estar. Minha
vida estava se tornando mais e mais complicada a cada dia. A visita de
Jessica foi outra foda mental para adicionar à pequena coleção agradável
que eu estava reunindo. Ela veio me dizer que tinha descoberto sobre eu
transar com o marido dela, e ainda assim ela realmente não parecia tão
irritada. Na verdade, ela não parecia nem um pouco chateada. Talvez um
pouco confusa, mas era de se esperar. Merda, eu estava confuso pra
caralho, e tenho vivido com essa merda por duas semanas.
Ainda assim, eu esperaria que uma mulher que descobrisse que seu
marido estava traindo ficasse um pouco mais... desanimada. Eu já tinha
visto aqueles shows de Cheaters antes. Normalmente, o filhote corria e batia
na cara de uma cadela, a vadia, neste caso, sou eu. Mas Jessica veio aqui e
acabou me abraçando.
Talvez ela já tivesse chutado a merda fora de Ben na noite passada.
Talvez ela o tenha esfaqueado... Talvez ela o tenha amarrado em algum
lugar e fosse matá-lo e enterrar seu corpo na sobremesa.
Ok, ligue de volta ao louco, mano.
Não havia absolutamente nenhuma maneira de Jessica Lockwood fazer
algo assim. Ela era uma das pessoas mais gentis que já conheci. Ela era
doce, alegre e amorosa. Assim como Hailey. Deve ter sido de onde Hailey o
tirou. Além disso, ela era claramente dedicada ao marido e ao casamento
deles. Eu tinha admirado a química entre ela e Ben quando os conheci.
Lembro-me de ter pensado que era o que eu queria um dia.
Honestamente, isso me deixou com um pouco de ciúme. Quero dizer,
claro, Hailey e eu tínhamos uma ótima química. Mas era mais como um
tipo de interação de novo relacionamento amigável e divertida. Era o tipo
de flerte provocador que você veria em alunos do ensino médio. Éramos
como crianças brincando de casinha.
Mas Ben e Jessica, por outro lado... Eles tinham uma relação real, forte e
significativa. Imaginei que ter um bebê juntos antes do seu aniversário de
dezoito anos faria isso com você. Isso permitiu que formassem esse vínculo
inabalável. Eles estavam conectados por algo tão profundo, era uma parte
deles. Só de pensar nisso, senti um desejo em meu peito.
Jessica Lockwood era tão dedicada a seu homem que não reagiu com
raiva ou ciúme ao saber de sua infidelidade. Em vez disso, ela veio aqui
para falar comigo e acabou me consolando sobre o caso.
Oh, Deus... Isso é realmente o que era? Um caso?? Eu odeio essa palavra. Parece
tão sujo e sórdido. Embora eu suponha que seja exatamente assim. Pelo menos, foi
assim que tudo começou.
A esposa de Ben tinha todo o direito de estar angustiada e magoada. Mas
ela simplesmente não parecia estar. Eu não conseguia identificar
exatamente o que havia de errado em nossa conversa, mas mais do que
tudo, parecia que ela estava aceitando, e um pouco curiosa.
E o que diabos ela quis dizer com toda aquela coisa de “vamos pensar”, “vamos
descobrir alguma coisa”?? Descobrir o quê? O que ela precisava pensar?
Minha mente estava correndo com a necessidade de informações. Eu
apenas rezei para que ela não estivesse pensando em deixar Ben. Se o que
ela precisava descobrir tivesse algo a ver com o divórcio dele, tenho certeza
de que me jogaria de uma ponte por culpa.
De repente, a porta da frente se abriu e Alec e Kayla entraram pisando
forte, carregando sacolas de mantimentos. Guardei meus pensamentos
preocupantes e joguei meu telefone no sofá.
— Oh, ei! — Alec grunhiu na minha direção, trazendo tudo para a
cozinha. — Olha quem está acordado.
— Você perdeu algumas compras de supermercado matadoras, — Kayla
sorriu, seguindo Alec, colocando as sacolas no balcão. — Abacates três por
cinco dólares! E uma liquidação no Cinnamon Toast Crunch.
— Parece emocionante, — provoquei, indo até a porta. — Mais sacolas
para eu trazer?
— Sim, por favor, — os dois responderam ao mesmo tempo, e eu já
estava fora da porta.
Peguei o resto das sacolas do carro de Alec, me atrapalhando para
carregar todas as oito, para não ter que fazer uma segunda viagem. Eu
trouxe tudo para dentro de casa, jogando-as todas no chão da cozinha
enquanto Alec e Kayla já estavam guardando as coisas.
— Sabe, só porque você e Hailey terminaram, isso não significa que não
podem mais vir às compras conosco, — disse Kayla, abastecendo o freezer
com sorvete, hambúrgueres congelados e, meu favorito, Hot Pockets.
— Kale, por mais que eu ame ouvir vocês brigarem sobre se devo obter
leite integral ou dois por cento, eu dificilmente acho que faz sentido para eu
ir junto com você para atividades de casal, — resmunguei, inclinando-me
contra o balcão. — Já é ruim eu morar com um casal agora que estou
solteiro de novo. Não vou ser uma terceira roda, sempre andando por aí,
intrometendo-me no seu tempo juntos.
— Não seja uma ferramenta, cara, — Alec sorriu, entregando as coisas a
Kayla enquanto ela as enfiava nas gavetas da geladeira. — Não o vemos
como uma terceira roda. Você é meu melhor amigo, e nós te amamos.
— Sim, há uma diferença entre nós todos saindo juntos e você se
agarrando ao nosso relacionamento, — Kayla apontou. — Quero dizer,
vamos ser claros. Não estou pedindo para você namorar conosco nem nada.
— Ela riu, o que me fez sorrir. — Mas é claro que você ainda pode fazer
coisas conosco. Principalmente porque você também mora aqui... E pode
comprar um bom queijo.
— Querida, literalmente não há diferença entre a Kraft e a marca da loja,
— Alec bufou, e Kayla revirou os olhos.
— Oh garoto, lá vamos nós de novo... — ela murmurou, e ri alto.
— Só estou dizendo que está pagando por uma gravadora, — ele
continuou. Kayla e eu trocamos um olhar, nós dois rindo às custas dele.
Nós três continuamos guardando as compras, rindo e brincando sobre
vários assuntos relacionados à comida. Por mais que eu sempre tenha
tentado resistir a me sentir como uma terceira roda, eles eram meus
melhores amigos e eu adorava sair com eles. Além disso, a natureza alegre
de nossa amizade estava trabalhando para tirar minha mente do caos que
acontecia em minha vida.
Isto é, até que Alec trouxesse um novo tópico.
— Então, ouvi que estava com um amigo na noite passada, — disse ele
enquanto ouvia todos os ingredientes juntos para o almoço. Kayla deu uma
cotovelada nele e lançou lhe um olhar.
Estreitei meu olhar para eles. — Sim... saí um pouco com meu amigo
Ben... — Eu estava tentando o meu absoluto neutro soar e agir
normalmente, como se estivesse falando sobre um amigo de verdade, não
um cara com quem eu estava secretamente transando. Eu mantive meus
olhos focados na barra de café da manhã, folheando um daqueles livretos
de cupons de supermercado, como se eu realmente me importasse com o
quanto eu poderia economizar inicialmente com quatro litros de Pepsi.
— Hm. Isso é legal, — Alec disse, seu tom ilegível. Recusei-me a olhar
para o rosto dele com medo de que ele soubesse instantaneamente que eu
estava mentindo. — Nunca ouvi falar de nenhum Ben antes. Ele é um novo
amigo?
— Sim, — balancei a cabeça quando minha frequência cardíaca disparou.
— Bem, Kayla aqui parece achá-lo um tanto meloso, — ele cantarolou, e
eu finalmente olhei para cima, observando-o dar a ela um olhar
provocador. Ela revirou os olhos, obedientemente organizando fatias de
queijo em fatias de pão para nossos sanduíches de queijo grelhados. — Ela
cora toda vez que pensa nele.
— Oh meu Deus, eu não! — Ela gritou em defesa, embora suas bochechas
estivessem subitamente ficando vermelhas como uma tempestade. —
Muito ciumento?
— Eu não estou com ciúmes do novo amigo do Ry-urso, — Alec rugiu
para ela, então esticou sua língua.
— Por que você disse assim? — Perguntei, franzindo minha sobrancelha
para eles. — Ele é meu amigo. Eu o conheci há algumas semanas e... nós
saímos ontem à noite. Não é grande coisa.
— Oh sim. Nós sabemos tudo sobre o negócio, — Alec riu, e os olhos de
Kayla se arregalaram para ele, fazendo outra careta.
— Que diabos está falando? — Suspirei, tentando manter a calma e
indiferente quando, na verdade, meu estômago estava se revirando e tive
que esconder minha culpa batendo o pé rapidamente contra a cadeira.
— Ryan... — Alec se virou para mim, apoiando-se nos cotovelos no
balcão de café da manhã. — É totalmente legal se trouxe um amigo para ficar
ocupado na noite passada. Você me conhece... não julgo.
Meu coração começou a martelar no meu peito e senti um suor frio brotar
por todo o meu corpo.
— Querido... deixe-o em paz, — sussurrou Kayla, lançando um olhar
rápido e preocupante para mim.
— O que quer dizer...? Não tenho ideia do que está falando... — Engoli
em seco. Agora minha perna inteira estava balançando sob a mesa.
— Cara, nós dividimos a parede do quarto, — Alec disse, seus olhos
brilharam com diversão. — Você não estava exatamente calado.
— Jesus fodido Cristo... — respirei, deixando cair minha cabeça em
minhas mãos para que eu pudesse esfregar minhas têmporas. Meu rosto e
pescoço estavam queimando e eu podia sentir uma enxaqueca rápida e
inabalável se aproximando. Eu não conseguia acreditar que isso estava
acontecendo. Eu me senti como se estivesse em algum tipo de pesadelo.
— Ryan, está tudo bem, — disse Kayla, parecendo solidária e doce, o que
me fez querer explodir ainda mais. — Você sabe que não nos importamos
com quem você vê... Nós simplesmente amamos você. Não importa o que
aconteça, certo bebê? — Ouvi Alec grunhir, o que significava que ela deve
ter lhe dado uma cotovelada novamente.
Puta merda... O que há de errado com a minha vida? Não posso apenas dar um
tempo por um dia?!
— Claro. Merda, ele sabe disso, — Alec murmurou. — Sinto muito,
mano. Estou apenas brincando com você. Está solteiro agora. Você. Você é
meu melhor amigo na Terra. Como eu disse, não julgo.
— Sim... E eu quero dizer... ele é realmente gostoso, — Kayla murmurou, e
desta vez Alec lhe deu uma cotovelada. — O quê?! Só estou dizendo... É
quase inacreditável o quão gostoso ele é...
— Ele é o pai de Hailey... — Murmurei baixinho, minhas mãos correndo
pelo meu cabelo em forte angústia.
É melhor contar a eles... Esse segredo está começando a me foder seriamente.
Além disso, eles são meus melhores amigos. Sei que não vão julgar ou contar a
ninguém.
— O quê? — Alec se engasgou, parecendo completamente chocado.
— Oh meu Deus... — Kayla gritou. — Ryan! Você está falando sério?
Balancei a cabeça lentamente, ainda com vergonha de olhar para eles.
Meu rosto estava tão vermelho que eu podia sentir. Eu poderia ter
começado a ter urticária.
— Mano... me diga que está fodendo com a gente, — Alec implorou.
Eu finalmente levantei meu rosto o suficiente para vê-los boquiabertos
para mim, totalmente atordoados.
— Pareço estar fodendo com você? — Suspirei de angústia. Minhas
têmporas estavam oficialmente latejando.
— Bem, isso explica por que ele parece estar na casa dos trinta... — Kayla
quebrou o silêncio primeiro.
— Kayla... Jesus. Chega de babar pelo cara, — Alec a repreendeu. — Ele é
o pai de Hailey.
— Ryan... como isso aconteceu? — Kayla me perguntou, ignorando seu
namorado, que claramente estava ficando com um pouco de ciúme.
— Eu ainda nem sei direito... — Bufei, engolindo em seco. — Eu estava lá
para o dia de Ação de Graças. Tudo parecia normal, a princípio. Ele era
apenas o seu pai típico, superprotetor e assustador. Quero dizer, ele é lindo,
mas ainda assim. Isso não significa nada. Eu estava lá apenas por Hailey e
estava tudo indo bem. Então, não sei, algo simplesmente mudou. Comecei a
olhar para ele de forma diferente e a próxima coisa que sei, estávamos nos
agarrando e eu simplesmente não conseguia suportar a porra de não estar
perto dele.
Parei e respirei, balançando minha cabeça lentamente. — Vocês me
conhecem... Eu sempre gostei estritamente de garotas. Eu as amo, pelo
amor de Deus. Talvez um pouco demais... Até conhecer Ben, eu estava tão
confortável com quem eu era. Nunca tive dúvidas em minha mente. E
então, ele vem... e o planeta inteiro apenas muda em seu eixo. Agora penso
nele constantemente... O que ele está fazendo? O que está pensando? Ele
está feliz? Ele está pensando em mim? — Coloquei minha cabeça na mesa.
— É uma sensação exaustiva assim.
A sala ficou em silêncio por alguns minutos enquanto descansei minha
testa no mármore frio do balcão, questionando a realidade e toda a minha
existência. Eu não entendia como isso tinha chegado a isso, mas eu estava
perdendo a cabeça e não havia como me desenterrar.
Acho que estou me apaixonando por ele...
— Uau, Ry... — Alec sussurrou. — Sinto muito que esteja passando por
isso. Eu gostaria que tivesse me contado antes.
— Eu não poderia, — grunhi. — Esta é minha bagunça e tenho que lidar
com isso sozinho.
De repente, senti braços me envolvendo. Kayla primeiro, e depois Alec.
Eles se abraçaram com força e ri baixinho porque, se não o fizesse, iria
explodir em lágrimas.
— Estamos aqui por você, — Kayla guinchou, beijando minha bochecha.
— Sempre. Não importa o que.
— Sim, mano, — Alec acrescentou. — Melhores amigos para a vida.
— Obrigado, rapazes, — suspirei, lutando contra as lágrimas que
queriam sair de trás dos meus olhos. — Eu amo vocês dois.
— Nós também te amamos, — disseram em uníssono, o que me fez rir de
novo.
Quando finalmente se separaram de mim, me senti melhor. Tirou um
peso enorme dos meus ombros, finalmente ter contado a alguém o que
estava acontecendo. Eu não tinha percebido o quanto isso estava pesando
em mim. Agora que Jessica sabia, e meus amigos, a realidade estava se
tornando um pouco mais fácil de suportar.
No entanto, agora também era cem por cento real, o que era uma ideia
impressionante.
— Deixe-me fazer um almoço para você, — Kayla cantarolou de uma
forma quase maternal. — Queijo grelhado é o favorito do meu urso Ry.
Sorri para ela, o primeiro sorriso genuíno que dei a alguém desde que
deixei Ben na noite passada.
— Então, o que vai fazer? — Alec perguntou, seu rosto ainda sério
quando ele se sentou ao meu lado.
— Não tenho certeza, — dei de ombros, mordendo meu lábio inferior. —
A esposa dele sabe. Ela descobriu ontem à noite.
— Mesmo?! — Kayla estremeceu, deixando cair a panela com força
contra o fogão.
— Sim... Ela veio um pouco antes de vocês voltarem, — eu disse a eles, a
memória de Jess estar aqui ainda fresca em minha mente.
— E você ainda está vivo... eu diria que é um bom sinal, — Alec quase
sorriu.
— Ela realmente não estava tão chateada quanto você pensaria, —
murmurei, me sentindo inquieto novamente. — Ela não me odeia... Ela não
gritou comigo, ou chorou, ou me xingou. Era quase como se ela tivesse
simpatia por mim. Tipo, ela sabe o quanto seu marido é uma força, e ela
entende o que estou passando... — Minha voz sumiu e balancei minha
cabeça. — Qualquer que seja. Não faz sentido.
— Então vão ficar juntos, então...? — Alec perguntou, parecendo um
pouco chateado por mim. — Você vai ficar bem com isso?
— Sim... tenho que ficar, — resmunguei, sentindo uma onda de fadiga
passar por mim. — Eu realmente não tenho escolha.
— Bem, nunca se sabe, — Kayla falou em um tom otimista. — Acho que
tudo vai dar certo.
— Obrigada, Kale, — murmurei, forçando um sorriso em suas costas
enquanto ela fritava alguns sanduíches de queijo grelhado.
Quando terminaram, nos sentamos para comer juntos. Eu estava com
fome, mas ao mesmo tempo o mero ato de comer parecia impossível. Foi
muito frustrante.
— Ei, você sabe o que vai bem com esses queijos grelhados? — Alec
disse, notando o olhar sombrio no meu rosto, pulando de sua cadeira. Eu
lentamente levantei meu queixo para ver o que ele estava fazendo. Ele
entrou em um dos armários e tirou uma garrafa. — Tequila.
Capítulo 11
Ben

Eu estava sentado na varanda da suíte do hotel, olhando para a superfície


da mesa que agora estava coberta por cinco garrafinhas vazias. Eu tinha
matado um gole de cada tipo de bebida alcoólica no frigobar, um para cada
hora que se passou desde que minha esposa me deixou.
Nós deveríamos sair do hotel e ir para casa hoje. Mas desde que acordei
com Jessica indo embora, com meu carro, ficou claro que não estávamos
esperando o horário de check-out prolongado do meio-dia. Então tive que
implorar para nos dar outra noite. Felizmente, a maioria das pessoas fazia o
check-out aos domingos, então o quarto estava disponível... Pelo preço de
última hora de oitocentos dólares por noite.
Estive me preocupando se estivesse doente nas últimas cinco horas, me
perguntando onde diabos minha esposa estava, se ela estava bem, rezando
para que ela finalmente voltasse para mim. O álcool era a única coisa que
me impedia de me jogar da maldita varanda.
Eu havia considerado brevemente sair para procurá-la. Mas sem um
carro e com conhecimento limitado da área, eu não sabia exatamente onde
ou como procurar. Pensei em ligar para Hailey, mas a última coisa que
queria era explicar a ela que sua mãe me abandonou sem o telefone. Então
pensei em ligar para Ryan, mas descartei essa ideia rapidamente. Eu não
poderia arrastá-lo para isso. Eu já tinha fodido com sua vida o suficiente. O
melhor para ele seria se esquecer de mim e seguir em frente.
Eu era como um tornado ou câncer. Fazia estragos em todo mundo e
tudo o que cruzasse o meu caminho. Sério, nunca me senti deprimido em
toda a minha vida. Eu só queria dormir e nunca mais acordar.
De repente, ouvi um barulho. O som da porta do quarto de hotel abrindo
e fechando.
Pulei rápido, tropeçando em meus pés, o álcool nadando em minha
corrente sanguínea me deixando tonto enquanto eu cambaleava,
tropeçando de volta para dentro. Corri pela sala e vi Jessica, tirando os
sapatos e indo até o frigobar. Ela não olhou para mim, ignorando
completamente a minha presença enquanto eu estava lá parecendo
perplexo.
Fiquei tão aliviado por ela estar de volta inteira. Mesmo que ela ainda
estivesse claramente chateada comigo, senti um peso sobre meus ombros
quando minhas preocupações sobre ela estar em perigo se dissiparam. Ela
parecia tão pequena, doce e delicada, eu só queria envolvê-la em meus
braços e implorar para ela nunca me deixar novamente.
Jessica pegou uma garrafa de água de dentro da geladeira, abrindo-a e
tomando um longo gole. O silêncio na sala era insuportável, o ar denso e
pesado de tensão. A maior parte vinha de mim, porque Jessica parecia bem.
Apenas com sede.
Ela terminou sua garrafa de água e finalmente se virou para mim, seus
olhos deslizando sobre mim rapidamente antes de pousar nos meus. Minha
testa se enrugou com tanta força que eu estava ficando com dor de cabeça.
Eu não aguentava mais. Eu precisava falar com ela. Precisávamos conversar
sobre isso... Para descobrir tudo. Juntos.
Lentamente me aproximei de minha esposa, temendo que ela fugisse de
mim. Felizmente, ela não o fez. Ela ficou parada lá, imóvel, enquanto eu me
movia mais perto, olhando para ela com olhos arregalados. Meu peito
estava ofegante e estendi a mão para tocá-la, quase esperando que ela
estremecesse. Claro que ela não fez. Então, corri meus dedos ao longo de
sua bochecha, saboreando a sensação suave e quente de sua carne.
Ela simplesmente olhou para mim, mordendo o lábio inferior, seus olhos
procurando algo em mim que eu simplesmente não conseguia
compreender. Minha paciência finalmente acabou, e a agarrei pela nuca
com uma mão, a outra segurando-a pela cintura enquanto a puxava para
mim. Ela desabou contra o meu corpo, envolvendo os braços em volta da
minha cintura, abraçando-me com força enquanto eu a segurava com a
mesma força. Enterrei seu rosto em meu peito, tentando tanto não a
sufocar, enquanto beijava seu cabelo sem parar, respirando seu perfume e
deixando-o me acalmar, como sempre fazia.
Jess choramingou em meus braços, e eu poderia dizer que ela estava
chorando porque ela estava tremendo e suas lágrimas estavam
encharcando minha camiseta. Meu coração estava sendo feito em pedaços
enquanto eu a segurava, balançando-a suavemente e sussurrando para
aliviar sua dor.
— Shhh... bebê, está tudo bem, — meus lábios se moveram em seu
cabelo, perto de sua orelha, meus olhos se fechando com força. — Estou
aqui. Eu tenho você, e eu nunca vou deixar você ir... prometo a você, Jessica,
vou suspirar meu último suspiro na Terra, te amar com cada parte de mim
mesmo.
— Ben... me desculpe por ter partido... — ela fungou, seu corpo todo
estremecendo contra o meu.
— Bebê, por favor, não se desculpe comigo, — resmunguei, puxando seu
rosto para trás e segurando-o em minhas mãos enquanto beijava suas
bochechas manchadas de lágrimas. — Você não tem nada para se desculpar.
Eu sou o idiota aqui, não você. Eu te amo muito, Jess... Deus, eu só... sinto
muito. Amo você...
Trilhei meus lábios por sua mandíbula, sussurrando minhas desculpas
em cada superfície dela enquanto ela agarrava minhas costas, apertando-se
em mim. Suas mãos deslizaram para a minha frente, então ela arrastou as
unhas em meu abdômen, o que fez meu pau se contorcer.
O ar entre nós agora estava sufocantemente quente e eu estava ofegante,
beijando sua mandíbula, pescoço e rosto. E então seus lábios. Suave, gentil,
mas urgente. Ela ronronou, separando os lábios o suficiente para eu chupá-
los.
— Foda-se... Jess... sinto muito, bebê... — grunhi, minha mão direita
deslizando para baixo em sua bunda enquanto a agarrava com força,
puxando-a para mim o mais perto possível. — Você é tão malditamente
perfeita. Eu te amo pra caralho...
— Ben... — ela choramingou, esfregando seu corpo contra o meu,
pressionando seus seios no meu peito. — Eu nem sei... estou tão confusa...
— Eu também... — respirei, deslizando minha língua entre seus lábios,
tocando a dela suavemente, o que a fez choramingar em minha boca. —
Tudo está tão fodido... Mas você é a única coisa que mantém tudo junto.
Preciso de você bebê.
— Preciso de você também, Ben, — ela me disse, sua mão deslizando até
minha virilha. — Preciso de você agora.
— Agora? — Perguntei hesitante, sem saber se ela realmente queria ser
física comigo depois de tudo o que tinha acontecido.
— Sim. Agora, porra, — ela murmurou e puxou meu lábio inferior entre
os dentes.
— Foda-se... — Murmurei, meu pau latejando contra minha coxa.
Eu a levantei rapidamente, segurando-a pela bunda enquanto a
carregava rapidamente para o quarto, o tempo todo com seus lábios
provocando meu pescoço e mandíbula. Uma vez lá, nós dois ficamos
frenéticos. Joguei-a na cama, rastejando em cima dela e puxando sua
camisa, depois a minha. Deslizei suas calças rapidamente, com sua
calcinha, em seguida, me livrei da minha, movendo-me entre suas coxas
separadas.
Continuamos nos beijando, com força, nossos lábios em carne viva
enquanto nossa carne aquecida se fundia e arrastei meu pau duro como
pedra por sua umidade. Nossos movimentos eram desesperados, mãos em
todos os lugares, tocando-se, sentindo-se mutuamente, nossos corpos
moendo juntos na mais pura paixão. Eu não tinha ideia do que estávamos
fazendo ou como isso resolveria alguma coisa, mas era tão necessário.
Queria fazer amor com minha esposa e provar que sempre precisaria dela.
Eu queria que ela sentisse o quanto eu a amava, queria fazê-la gozar mil
vezes para compensar por fazê-la pensar que eu não o fiz.
Alcancei minha mão entre nossos corpos se contorcendo, deslizando
meus dedos por sua excitação. Ela se moveu com o meu toque e meu pau
estava doendo. Amei o quanto a afetou, amei que ainda pudéssemos
queimar um ao outro, mesmo depois de todo esse tempo.
Passei meu polegar sobre seu clitóris algumas vezes, sentindo seu tremor
com a sensação. Então peguei meu pau em minha mão, pressionando-o
lentamente dentro dela, minha cabeça empurrando através do calor úmido
e apertado de seu interior.
— Oh, Deus... Ben... — ela se engasgou, seus dedos puxando meu cabelo
enquanto eu me obrigava a ir mais fundo. — Porra, esqueci como você se
sente bem nu...
— Bebê, sua boceta é mágica, — rosnei, puxando meus quadris um pouco
para trás, em seguida, empurrando dentro dela novamente, mais fundo,
passando da metade do caminho. — Jesus, eu amo como se sente perto de
mim...
— Seu pau é tão grande, — ela gritou, lambendo e chupando e mordendo
todo o meu pescoço e garganta. — Foda-me, Benjamin Lockwood... Foda-
me tão bem com seu pau grande e perfeito.
— Puta merda, eu te amo... — Cantarolei, meu pau respondendo aos
elogios da minha esposa, latejando dentro dela.
Ela envolveu as pernas em volta da minha cintura, engatando os
tornozelos no topo da minha bunda enquanto eu bombeava dentro dela,
mais e mais fundo até que minhas bolas estavam pressionando contra sua
entrada, encharcadas com seus sucos deliciosos. Eu só queria prová-la...
Mas isso teria que esperar.
Continuei empurrando, forte e profundamente, fodendo minha esposa
com tudo que eu tinha. Estávamos ambos brilhando de suor enquanto eu
corria minha mão até seus seios, massageando e acariciando, pegando seu
mamilo entre meus dedos e apertando-o até que ela gemeu, sua boceta
apertando em torno do meu pau. Trabalhei meu pau nela tão bem, tão
profundamente que senti meu orgasmo crescendo em minha virilha.
Minhas bolas estavam apertadas, quase prontas para explodir, e eu tive que
me concentrar em não gozar até que ela estivesse pronta.
Felizmente para mim, senti suas pernas enrijecerem ao meu redor, sua
respiração ofegante se tornando irregular, um sinal revelador de que ela
estava para gozar. Meus quadris resistiram contra ela, sentindo cada cume
de suas entranhas deslizando para cima e para baixo no meu pau duro
quando ela começou a tremer.
— Ben... foda-me, Ben... — ela gritou alto, arranhando meu peito com as
unhas. — Estou gozando... Oh meu Deus, estou gozando!
— Goza no meu pau, bebê, — rosnei, minha voz rouca enquanto a
soltava.
— Estou gozando no seu pau... — ela falou lentamente, e senti suas
paredes se contraindo mais e mais, tão fodidamente apertadas, me
apertando enquanto sua boceta jorrava por todo o meu pau.
Engasguei-me em voz alta, segurando seu pequeno corpo em meus
braços enquanto meu pau explodiu, pulsando e disparando meu orgasmo
dentro dela. Seu nome saiu dos meus lábios repetidamente enquanto meus
quadris desaceleravam, e desabei em cima dela, tentando fortemente não a
esmagar enquanto meu peito arfava e tentei recuperar o fôlego.
— Puta merda... — sua voz rangeu, os dedos subindo e descendo pelas
minhas costas.
— Eu sei... — cantarolei, me levantando o suficiente para beijar seus
lábios suaves e doces. — Isso foi incrível pra caralho.
— Foda-se, sim, — ela riu, sem fôlego. Eu ri de volta, olhando para ela,
maravilhado com suas bochechas coradas, lábios inchados e olhos azuis
brilhantes. Ela era uma revelação maldita, esta mulher.
Como diabos eu tive tanta sorte?
— Sou tão apaixonado por você, — sussurrei, olhando para ela com o
coração nos olhos.
— Você realmente é, não é? — Ela respirou, menos como uma pergunta e
mais como uma declaração. Ela tinha um certo espanto atordoado em sua
voz, como se ela tivesse questionado esse fato por um momento, mas
consegui reafirmar sua fé em nós.
— Eu sou, Jess... — Meu rosto ficou sério. — Não importa o que tenha
acontecido... Ou o que aconteça... Meu amor por você veio para ficar. E eu
também. Não vou a lugar nenhum. Sempre. Você está presa a mim, Sra.
Lockwood.
— Graças a Deus por isso, — ela sorriu, mordendo o lábio. E desta vez
ela tinha o coração em seus olhos.
Eu lentamente puxei para fora dela, beijando seu pescoço e peito,
lambendo e chupando seus seios lindos enquanto seus dedos se enterravam
em meu cabelo.
— Mmmm... Ben... O que está fazendo comigo? — Ela ofegou, soando
cansada e oh-tão-sexy.
— Vou fazer você gozar e foder até que não possa mais andar pelo resto
do dia, — disse asperamente com um sorriso malicioso, beliscando seu
estômago tonificado, aninhando meu rosto entre suas coxas.
Estendi minha língua, lentamente lambendo-a como um delicioso sorvete
de casquinha, saboreando nossos orgasmos coletivos misturados. Era tão
fodidamente excêntrico e quente, eu já podia sentir meu pau inflando
novamente.
Comi a buceta da minha linda esposa por apenas alguns momentos antes
de ela explodir em outro orgasmo. E então a deixei descansar por um
minuto antes de fazer novamente.

— Mmm... isso é tão bom...


— Será?
— Sim...
— Devo beijar? — Sorri.
— Hum, a menos que queira levar um chute no rosto — Jess riu,
balançando os dedos dos pés na minha mão.
Ri baixinho e continuei massageando seu pé, macio, mas firme,
pressionando meu polegar em seu arco e fazendo sua cabeça tombar, os
olhos rolando para trás. Eu estava radiante de orgulho por ser capaz de
fazê-la se sentir tão bem. Nunca mais queria desapontá-la e, sabendo que
me destacava nas coisas físicas, estava usando meus poderes a meu favor.
Era noite novamente. O sol havia se posto em outro dia louco, e era
seguro dizer que o havíamos mudado.
Jess e eu passamos horas na cama. Eu a fiz gozar tantas vezes que perdi a
conta depois de um tempo e, fiel à minha promessa, ela permaneceu na
horizontal pelo resto da noite, até que finalmente a carreguei para o
banheiro para o gigantesco banho de espuma com aroma de lavanda que
estávamos atualmente desfrutando. Antes do banho, pedimos serviço de
quarto - um de tudo do menu, uma vez que estávamos com uma fome
voraz por causa de todo o sexo - e comemos na cama enquanto assistíamos
TV, conversávamos e ríamos, e realmente curtíamos a companhia um do
outro, mais do que tivemos em algum tempo.
Jessica e eu sempre nos divertimos juntas. Por mais que eu costumava
reclamar, nós realmente não éramos um casal chato. Claro, às vezes a
monotonia nos dominava, mas isso fazia parte de qualquer casamento. Era
sobre estarmos confortáveis juntos, e Jess era minha melhor amiga. Então é
claro que eu estava confortável com ela. Eu não passava um dia sem falar
com ela desde os dezessete anos.
Dito isso, a coisa com Ryan realmente abalou as coisas. E por alguma
razão, parecia ter deixado Jess e eu ainda mais próximos. Não tínhamos
tido um festival de foda sem parar como aquele desde nossa lua de mel, e
eu não conseguia me lembrar da última vez que tomamos banho juntos.
Ambos concordamos que toda a diversão que estávamos tendo valia a pena
a noite extra na cidade e os oitocentos dólares adicionais.
O único problema era que ainda não tínhamos falado uma palavra sobre
Ryan, o caso, ou para onde ela desapareceu por cinco horas hoje. Estávamos
realmente tendo uma noite maravilhosa - uma das melhores que tivemos
em muito tempo - e eu não queria estragá-la. Era como se tivéssemos tido
uma grande briga antes, nos reconciliado, e agora estávamos nos deleitando
com a felicidade pós-luta.
Mas a coisa com Ryan não era apenas uma velha briga normal. Foi um sério
soluço conjugal.
Ryan tinha surgido na minha cabeça algumas vezes ao longo da noite.
Não era incomum. Isso vinha acontecendo desde que o conheci. A única
diferença agora era que eu não estava me sentindo culpado por isso ou me
repreendendo internamente toda vez que acontecia. Quase parecia que Jess
estar aqui agora, rindo comigo e brincando comigo como sempre fazíamos,
significava que ela tinha me perdoado totalmente pelo caso, e estava
aceitando isso. A impressão que eu estava tendo era que ela concordava
com isso, e isso fazia com que eu pensasse em Ryan enquanto eu estivesse
com minha esposa.
Infelizmente, isso foi apenas especulação da minha mente otimista. Não
havia como saber se Jess realmente estava bem com isso, a menos que eu
falasse com ela sobre tudo. E eu realmente não queria ser um estraga
prazer.
Você sabe que terá que se animar e mencionar isso mais cedo ou mais tarde.
Também pode escolher mais cedo. Afinal, por quanto tempo acha que será capaz de
ficar nesta bolha de felicidade eterna antes de começar a sentir falta dele...?
— Bebê? — A voz de Jess penetrou em meus pensamentos, e olhei para
seu lindo rosto corado.
— Sim, meu amor? — Respondi, ainda esfregando seu pé enquanto nos
reclinávamos na banheira jacuzzi, com tanto espaço que podíamos nos
sentar, um de frente para o outro, com amplo espaço para as pernas.
— Preciso te dizer onde eu fui hoje... — ela murmurou, seu rosto sério,
seus grandes olhos arregalados e brilhando para mim.
Meu coração começou a disparar instantaneamente enquanto eu olhava
para ela, balançando a cabeça hesitantemente, me preparando para algo
que poderia me chatear. Estava secretamente me deixando louco o dia todo,
me perguntando onde ela tinha estado antes. Eu queria saber, embora parte
de mim estivesse com medo de ouvir.
— Bem, primeiro eu só dirigi pela cidade, — ela respirou, olhando para
seus dedos enquanto se moviam através das bolhas. — Eu estava apenas
pensando e dirigindo... Passei pelo apartamento de Hailey e considerei
parar para vê-la. Mas então não queria mentir para ela sobre por que você
não estava comigo e não queria preocupá-la. Passei pela escola dela várias
vezes, pelo estádio... deixei o rádio desligado o tempo todo. Eu só precisava
de um tempo sozinha com meus pensamentos.
Soltei um suspiro de alívio, inclinando minha cabeça para o lado
enquanto a observava. Algo me disse que meu alívio era prematuro.
— E então... acabei no Ryan, — disse ela, calmamente, seus olhos
deslizando até os meus e ficando lá.
Minha mão parou de se mover e fiquei boquiaberto com ela em estado de
choque.
— Você foi... ao Ryan...? — Perguntei, levantando minha sobrancelha
para ela.
Ela assentiu lentamente e mordeu o lábio. — Sim. Eu nem sei direito
porque... eu só... queria vê-lo. Tive essa estranha necessidade de vê-lo e
falar com ele, e deixá-lo saber de tudo.
Meu rosto estava congelado enquanto eu olhava para minha esposa. Ela
estava tão calma falando sobre isso. Alguém de fora não teria ideia de que
estávamos falando sobre uma pessoa com quem a traí.
Tive uma reação instintiva bizarra a essa notícia. Fiquei
inexplicavelmente chateado com Ryan por não ter me contado que minha
esposa tinha ido vê-lo. Eu sabia que não fazia sentido, mas por alguma
razão eu via Ryan como um partido leal a mim. Se minha esposa tivesse ido
vê-lo, ele deveria ter me avisado imediatamente, em vez de manter seu
segredo.
Não seja estúpido. Ele pode fazer o que quiser. Você ainda é o idiota em tudo isso,
não se esqueça disso.
— Assim você fez? — Eu finalmente falei, minha voz calma e reservada.
— Você falou com ele?
Jessica balançou a cabeça lentamente, seu rosto não revelando nada. Eu
levantei minhas sobrancelhas novamente, esperando que ela elaborasse.
— Não foi nada sério, — ela murmurou, as palavras saindo ligeiramente
na defensiva. — Acabei dizendo a ele que me falou sobre vocês dois. Eu só
queria que ele soubesse que eu sei... você sabe?
Meus olhos se estreitaram ligeiramente. Isso não estava fazendo muito
sentido. Algo não estava fazendo sentido.
Ela foi até a casa dele só para dizer que sabe sobre nós? Ela não poderia
simplesmente ter ligado para ele ou algo assim? Talvez haja mais nisso do que ela
está demonstrando...
— O que ele disse? — Perguntei, minha voz profunda e questionadora.
— Ele ficou muito apologético, — respondeu ela, parecendo satisfeita
com o fato. — Ele parecia realmente preocupado com a coisa toda. Acho
que ele está lutando, Ben. Ele claramente tem sentimentos por você.
Ignorei a batida no meu peito ao ouvir isso e me concentrei no que ela
estava dizendo. Do jeito que ela estava falando sobre Ryan, quase parecia
que ela estava o defendendo. Ela não estava agindo como se essa fosse a
pessoa com quem dormi fora do nosso casamento. Ela estava tratando
como se eu o tivesse machucado de alguma forma, e ela se sentiu mal.
Como se fôssemos crianças, e eu tivesse empurrado Ryan no parquinho e
agora ela queria que eu pedisse desculpas e jogasse bem.
Foi tudo muito estranho. Não me entenda mal, eu estava feliz por ela não
estar chateada. Eu estava mais aliviado do que eu poderia compreender
que ela não tinha ido à casa de Ryan e o esfaqueado ou algo assim.
Definitivamente poderia ter sido pior...
Mesmo assim, toda a situação estava beirando o ridículo. Eu não sabia o
que pensar, muito menos como responder ao que ela estava dizendo. Eu
simplesmente a observei de perto, mordendo o interior da minha bochecha.
— Então é isso? — Perguntei baixinho. — Você acabou de passar e... o
quê? Consolou-o?
Ela encolheu os ombros. — Quer dizer, eu acho, um pouco. Olha, bebê,
sei que não faz sentido. Você me traiu com ele. Eu provavelmente deveria
estar com raiva... — Suspirei e franzi os lábios. Bem... sim.
— Eu não sei, talvez seja só porque ele é um homem, — ela balançou a
cabeça. — Acho que se fosse alguma garota gostosa com quem me traiu, eu
ficaria mais chateada...
— Você pensa? — Perguntei, pensando seriamente, embora parecesse
que deveria ser óbvio. Nada disso faz sentido, realmente.
— Talvez, — ela deu de ombros novamente. — Mas de forma alguma
estou tolerando você sair e transar com uma garota por causa da discussão!
Ri baixinho e a avisei com meus olhos. Ela sorriu de volta para mim e
bateu no lábio.
— Eu ainda gostaria que tivesse falado comigo antes de apenas fazer
isso... — ela suspirou, fazendo um pequeno beicinho.
— Quer dizer, falar com você antes de ficar com ele? — Perguntei, ainda
mais confuso com o destino dessa conversa. Ela acenou com a cabeça,
olhando para mim. — Bem, como eu disse, não planejei exatamente que
isso acontecesse... Não foi previsto, bebê.
— Eu sei... — ela murmurou. — Entendo.
Parei por um momento, a curiosidade ondulando dentro de mim.
— Se eu tivesse falado com você primeiro... — Comecei, e seus olhos se
arregalaram. — O que teria dito?
— Quer dizer, se viesse a mim e dissesse que queria tentar ficar com um
cara? — Ela perguntou baixinho.
— Não, não qualquer cara, — balancei minha cabeça. — Ryan.
Ela ficou boquiaberta para mim por um momento, puxando o lábio
inferior entre os dentes. Meus olhos escureceram e brilharam através dela
enquanto esperava sua resposta, embora eu já soubesse o que era.
Ela ficou quieta por um momento, e eu podia ver sua respiração
acelerando, seus seios subindo e descendo sob as bolhas. Ela tinha uma
aparência perversa de excitação travessa em seu rosto bonito, dando-lhe
um brilho juvenil, suas bochechas rosadas enquanto ela deslizava a língua
lentamente sobre o lábio inferior. Meus olhos correram para sua boca por
um segundo e engoli em seco.
— Eu teria gostado, — ela sussurrou, seus olhos fixos nos meus, o olhar
enviando sangue direto para o meu pau.
Um arrepio elétrico percorreu meu corpo, me emocionando por dentro e
me dando uma nova sensação de excitação. Isso é novo...
Bem quando pensei que tinha batido para o lado novo e aventureiro de
Ben Lockwood... A Sra. Lockwood se preparou para entrar em ação.
Capítulo 12
Ryan

Eu estou um pouco bêbado.


Meu corpo balançava enquanto eu cambaleava em direção ao meu
quarto.
— Ei, você vai conseguir, amigo? — A voz bêbada de Alec murmurou
para mim do outro lado da sala.
— Não caia e abra seu lindo rosto. — Kayla começou a rir.
— Hardy har har... você é tão engraçado, — revirei os olhos enquanto
tentava entrar no meu quarto sem bater na parede. — Só preciso pegar meu
telefone...
— Espere... por que ele está pegando o telefone? — Ouvi Kayla sussurrar
para Alec. — Ry-urso... por que precisa do seu telefone?
— Só quero fazer uma ligação... — Murmurei bêbado, tateando no escuro
em busca do meu telefone, que deveria estar descansando na minha
cômoda onde o deixei. Embora eu estivesse muito bêbado. Eu poderia ter
movido depois da minha décima dose de tequila, e certa vez não teria se
lembrado.
— Ligar para quem? — Alec gritou da sala de estar. — É melhor não
dizer Ben... Porque se fizer isso, terei que bater um pouco em você.
Soltei uma risada. — Aww... É doce que você acha que pode. — Minha
mão finalmente deslizou sobre meu telefone. Peguei você!
Virei-me para sair do meu quarto e pulei quando vi Kayla parada do lado
de fora da porta do meu quarto com as mãos nos quadris. Ela era muito
menor do que eu, era como se eu estivesse sendo repreendido por um
gnomo de jardim.
— Amigos não deixam amigos beberem e discarem, — ela disse
incisivamente, estendendo a mão.
— Você se parece com a Tinker Bell com cabelo escuro... — murmurei,
piscando lentamente enquanto balançava para frente e para trás em meu
estupor bêbado.
Kayla sorriu largamente e inclinou a cabeça. — Obrigado. Mas, falando
sério, Ry. Dê-me seu telefone. Não vou deixar se torturar ligando para ele.
— Mas ele merece saber como me sinto... — Bufei, fazendo beicinho para
o rosto dela.
— Sim, talvez. Mas pode dizer a ele quando estiver sóbrio, — ela disse
com firmeza.
— E provavelmente fará mais sentido e não se arrependerá.
— Certo. Eu tenho uma ideia melhor de qualquer maneira, —
resmunguei, encostando no batente da porta. — Você vai me levar até ele?
Vou contar a ele pessoalmente.
Kayla riu, me pegando pelo braço e lentamente me levando de volta para
a sala.
— Aww, Ry-urso, você é tão doce quando está apaixonado, — ela
zombou, e franzi meu rosto para ela.
— Não estou apaixonado, — fingi engasgar-me. — Eu só... não sei... — Dei
de ombros. — Ele me faz sentir coisas no estômago. Tipo, coisas tortuosas.
E ele é tão mandão e assustador, mas de uma forma fofa. E... ele é tão
bonito de se olhar. — Eu fiz beicinho novamente. Toda essa conversa de
Ben estava me fazendo querer vê-lo... E tocá-lo e beijá-lo.
E talvez colocar seu pau grande na minha boca... Ou na minha bunda.
Espere, do que estávamos falando de novo?
Kayla sorriu e suspirou, suas bochechas corando um pouco. — Sim... ele
é muito bonito de se ver...
— Você deveria vê-lo nu, — sussurrei e pisquei para ela. Seu rosto se
iluminou como o Natal.
— Tudo bem, seus idiotas bêbados! — Alec gritou conosco. — Estou
começando o próximo episódio agora, estejam suas bundas neste sofá ou
não!
— Vamos, — Kayla travou seu braço no meu, me levando de volta para o
sofá. — Não estou perdendo Orange is the New Black só porque quer ligar
para o seu namorado mais velho casado e gostoso.
Suspirei e me joguei no sofá ao lado de Alec, então ele me empurrou para
fora do caminho para dar espaço para Kayla. Nós três sentamos juntos,
assistindo à loucura a nova temporada do OITNB no Netflix, e dando um
tiro cada vez que Piper dizia “Alex”.
Estávamos todos completamente carrancudos.
Meus amigos decidiram cedo que a única maneira de me impedir de ficar
obcecado com o estado depreciativo da minha vida amorosa era continuar
me alimentando com bebida. Tinha funcionado por um tempo, mas mal
sabiam que Ben estava sempre em minha mente. Estar bêbado não o
impedia necessariamente. Isso apenas diminuiu meu tempo de reação.
Eu não conseguia parar de pensar na visita de Jessica antes. Ela foi tão
doce comigo, era quase inacreditável. Essa mulher foi uma revelação. Ben
não estava errado em sentir o que sentia por ela. Ela era perfeita.
Sem mencionar que é completamente lindo pra caralho. Ela realmente foi
um nocaute. E ela estava na casa dos trinta e era mãe, então tinha um nível
de maturidade que as garotas da minha idade certamente não tinham. Ela
era carinhosa e apoiava, mas também sentia uma vibração dela... Tipo, uma
sexualidade silenciosa e ardente. Ela era devassa e enigmática.
Aposto que ela é uma aberração dos lençóis. Eu nem preciso imaginar... Eu
assisti ela e Ben juntos duas vezes. E nas duas vezes quase gozei nas calças.
Fechei meus olhos e acertei minha cabeça, pegando outro tiro e puxando
de volta rápido.
— Ela não disse 'Alex', disse? — Kayla murmurou, seus olhos apertados
de toda a bebida.
— Ela estava chegando lá... fazendo aquela cara de desespero, — eu
resmunguei, permitindo que o álcool espalhasse seu calor em mim, com
sorte removendo esses pensamentos malucos sobre a esposa do meu
companheiro de foda do meu cérebro.
— Acho que você deveria... desacelerar, — Alec soluçou. — Não estou
com vontade de limpar seu vômito esta noite.
— Como se você estivesse limpando... — Kayla murmurou.
— Você acha que voltaram para casa? — Perguntei, minha confusão
forçando a pergunta para fora da minha boca antes mesmo de explicar o
que estava falando.
— Ninguém saiu ainda, — Alec murmurou, apontando para a tela. —
Mas eu acho que vão conseguir o lançamento antecipado...
— Não, eles não, — bufei. — Ben e Jessica. Acho que estavam saindo do
hotel hoje e voltando para casa... Mas Jess veio aqui depois da uma. O
check-out do hotel é ao meio-dia.
— Ryan, você precisa parar de ficar obcecado, — Kayla esfregou minhas
costas. — Ele vai ligar. Apenas dê um tempo.
— Ele nem mesmo tem a porra do meu número, — grunhi, correndo
meus dedos pelo meu cabelo em exasperação. — Temos que mandar
mensagem um ao outro no Instagram.
— Bem, então ele vai mandar mensagem para você, — respondeu Kayla.
— Apenas pare de se preocupar. Vai se resolver sozinho.
Fiz beicinho de novo, recostando-me na cadeira. Tentei assistir ao show,
mas não conseguia me concentrar. Meu telefone estava queimando um
buraco no meu bolso. Qual é o problema em uma pequena mensagem? Só para
ver como ele está...
Olhei para Kayla e Alec, que estavam aninhados no sofá, ficando
aconchegantes. Isso estava me deixando com ciúmes. Eu era uma terceira
roda. Eu odiava esse sentimento. Eu odiava ter ciúme de todos...
Meus melhores amigos, Ben e Jess... Todos tinham ótimos
relacionamentos.
Por que não consegui fazer funcionar com Hailey? Ou Dahlia... Ok, isso
está ficando ridículo. Você não pensa sobre ela.
— Tenho que mijar... — resmunguei, levantando-me e caminhando
casualmente em direção ao banheiro. A antecipação estava correndo por
mim. Kayla não sabia que eu estava com meu telefone no bolso...
Segurei-me no meu banheiro e tranquei a porta, sentando na beirada da
banheira. Respirei com dificuldade e peguei meu telefone, abrindo meu
Instagram com Ben. Eu estava prestes a digitar quando notei algo no topo
da tela. Era como um pequeno ícone de chat de vídeo. Eu nunca havia
prestado atenção nisso antes.
Deve ser para videochamada... Hm.
Meu estado de embriaguez me convenceu facilmente de que fazer
videochamadas com Ben seria uma ótima ideia. Apenas para dizer oi...
Sem pensar em nada, cliquei no ícone e, com certeza, iniciou uma
chamada de vídeo.
Engoli em seco, batendo meus dedos na minha coxa enquanto segurava
meu telefone perto do meu rosto, arrumando meu cabelo e minha barba um
pouco para cima na tela enquanto tocava. Tocou várias vezes e meu
estômago estava na minha garganta. Ele não vai responder... Ele está ocupado
com sua esposa. Ou pode ser que ele nem saiba o que é. Ben não trabalha muito em
mídia social. Esqueça. Esta foi uma ideia estúpida.
Eu estava prestes a encerrar a ligação, engasgando-me com minha
autodepreciação quando ela conectou, e o rosto de Ben apareceu bem na
minha frente.
Quase caí de costas na banheira.
— Ei ... — ele rosnou, seus olhos azuis brilhantes brilhando direto para
mim, todo brilhante e lindo. Sua testa estava um pouco franzida, como se
ele estivesse confuso sobre por que ou como eu estava ligando para ele pelo
Instagram.
— Oi, — resmunguei, limpando minha garganta. Eu estava
completamente hipnotizado pela forma como ele parecia bom. E o quanto
senti falta dele. Meu estômago estava dando todos os tipos de torção, e me
senti momentaneamente tonto. — Desculpe chamá-lo assim...
— Está tudo bem, — ele falou baixinho, inclinando a cabeça para a
direita. Seu cabelo parecia úmido, como se ele tivesse acabado de sair do
banho. E ele não estava usando uma camisa... Então, sim. Foda-me.
— Eu só queria ter certeza de que estava bem... — murmurei, então parei.
Observei o fundo de seu vídeo e vi um quarto. Não dele.
Definitivamente um quente.
Oh meu Deus, eles ainda estão no hotel. Eles ainda estão aqui.
— Estou bem, — respondeu ele, com o rosto ainda mais sério, meio
intimidante, e muito Ben Lockwood. — Na verdade, estou ótimo. Tive um...
dia louco. — Ele bufou uma risadinha suave e sua milha quase quebrou
meu telefone em pedaços. Jesus Cristo... Seu sorriso é... debilitante.
— Sim? — Perguntei, sorrindo para ele.
— Ryan, sei que Jess foi vê-lo... — ele disse, seu sorriso desaparecendo,
embora seu rosto ainda estivesse brilhante. Ele parecia revigorado...
iluminado até.
Dando às estrelas uma corrida pelo seu dinheiro.
Jesus, você é tão brega.
Meus olhos se desviaram por um segundo e balancei a cabeça. — Sim...
ela fez. Olha, eu ia te contar, mas não é da minha conta. Eu não deveria me
envolver no seu casamento.
— Hm... — sua mandíbula cerrou visivelmente. — Voltaremos a isso.
Mas parece que está tudo bem por enquanto. Foi uma noite fodida... e de
manhã... para dizer o mínimo, mas deu certo. Estou feliz que ela foi ver
você.
— Você está? — Perguntei, levantando minhas sobrancelhas em
surpresa.
— Sim. Jess é... — ele parou por um momento. — Ela só precisava
descobrir como ela se sentia sobre isso. Sobre mim e você.
— Oh... — murmurei, sem saber realmente o que dizer. Eu não tinha
certeza do que ele estava falando e ainda estava muito bêbado. Meu cérebro
parecia um ovo mexido.
— Como está seu dia? — Ben perguntou, mudando de assunto, embora
ele parecesse genuinamente interessado, dando-me toda a sua atenção, o
que fez meu coração bater forte.
— Bom... meus colegas de quarto sabem sobre nós, — eu disse a ele, as
palavras saindo antes que eu tivesse decidido se deveria contar a ele.
— Eles o quê? — Ele latiu, os olhos se arregalando em choque.
— Sim... acho que puderam nos ouvir ontem à noite, — respondi. —
Então Kayla viu você, então...
— Jesus... — ele grunhiu, passando a mão pelo cabelo. — Eles estão
pirando?
— Não, — dei de ombros. — Eles são realmente super apoiadores e
legais.
— Bem, isso é bom, eu acho, — ele respirou aliviado. — Então, vocês
estão apenas andando por aí?
— Sim. Assistindo TV e outras coisas, — rosnei, franzindo meus lábios.
Queria que você estivesse aqui...
— Bebendo pelo que parece... — Ben sorriu, seus lindos olhos azuis
brilhando através de mim.
— O que isso deveria significar? — Gaguejei.
— Ryan, você está um lixo, — ele riu, mostrando aquelas covinhas
sensuais que me davam uma sensação louca e confusa na minha barriga. —
Sei como você parece e soa quando está bêbado.
— Então você precisa... — Murmurei, tentando e falhando em esconder
meu sorriso.
— Por que está ficando bêbado, bebê? — Ele cantarolou, e minha
respiração ficou ofegante. — Tentando me esquecer de novo?
— Não... — Eu sorri e mordi meu lábio. — Desisti disso. Não funciona.
— Bem, então, o que há de errado? — Ele perguntou, um pouco mais
sério agora, sua testa enrugada enquanto ele me olhava pela tela. — Está
tudo bem? Fale comigo.
Bufei duro e fechei os olhos. Essa conversa estava me deixando fraco. Ele
era tão... tudo. Doce, e charmoso, e mandão e sexy além. Tudo o que era
exclusivo para Ben. Tudo o que o fez tão porra perfeito.
E quanto mais eu o queria, quanto mais eu sentia que ele era meu, mais
percebia que não era.
É por isso que preciso de bebida, Ben.
— É só... — Suspirei, balançando a cabeça. — Isso tudo é tão... fodido. —
Eu sinto sua falta.
Ben suspirou de volta para mim e acenou com a cabeça, seus olhos cheios
de preocupação e culpa. Eu não queria que ele se sentisse mal, como se isso
fosse culpa dele. Eu era um adulto. Era responsável por minhas próprias
ações e por meu próprio coração. Não era culpa dele eu estar perdidamente
apaixonado por ele.
— Não sei o que dizer... — ele sussurrou. — Não quero que se
machuque, Ryan. Eu só… não consigo contornar essa merda. É tão
complicado.
Balancei a cabeça lentamente, concordando totalmente com o que ele
estava dizendo. Certamente era complicado, para dizer o mínimo.
— Posso ver você? — Perguntei, instantaneamente lamentando o quão
carente soei.
— Você está me vendo, — ele sorriu, aquela merda arrogante que me fez
querer dar um tapa na bunda dele.
— Não brinque comigo, — sorri. — Você sabe o que quero dizer.
— Eu sei... — ele piscou lentamente. — Não acho que seja uma boa ideia
agora.
— Você ainda está no hotel... — eu disse, apontando o fato de que ele
ainda estava na cidade, e amanhã ele não estaria. Se houvesse uma chance
de eu vê-lo novamente, seria agora.
Ele balançou a cabeça lentamente. — Mas você sabe... Jess está aqui. Eu
não posso deixá-la novamente.
— Onde ela está? — Perguntei, me perguntando como ele estava tendo
toda essa conversa abertamente se sua esposa estava por perto.
Seus olhos se moveram para longe da tela do telefone. — Ela está na
outra sala.
— Ela sabe que está falando comigo? — Levantei minhas sobrancelhas.
— Eu acho que sim... — ele encolheu os ombros.
— E ela não se importa? — Isso tudo era muito enigmático.
— Acho que não... — ele murmurou, parecendo tão confuso quanto eu.
— Isso faz muito pouco sentido, Ben, — eu disse a ele.
— Eu sei, — ele acenou com a cabeça, parecendo um pouco perdido. —
Eu não entendo o que está acontecendo. Ela sabe que penso em você... acho
que ela sabe... como me sinto. É meio louco. Passamos o dia todo... juntos...
— Ele parou e observou meu rosto em busca de uma reação ao que estava
dizendo.
Meu pulso começou a aumentar e senti meu peito apertar.
— Vocês estavam... — sussurrei, minha voz sumindo.
— Fodendo, — disse ele, sua voz profunda e áspera. Ouvi-lo dizer essa
palavra fez meu pau pular. — O dia todo... Nós transamos por horas.
Um suspiro suave saiu da minha garganta. — Você fez? — Ele acenou
para mim. Isso explicaria a expressão satisfeita em seu rosto luminoso. —
Uau... — eu respirei, porque eu não sabia mais o que dizer. Eu estava
sentindo tantas coisas no momento, e nenhuma delas fazia o menor sentido.
— Isso te deixa com ciúmes? — Ben inclinou a cabeça para o lado
enquanto me encarava.
— Não, — grunhi, sacudindo a minha lentamente. Eu podia sentir meus
olhos irradiando sexualidade em sua direção, mesmo através do telefone.
— Isso te excita...? — Ele perguntou, sua voz suave e curiosa. — Pensar
em Jess e eu... fodendo.
Choraminguei e pisquei lentamente para o meu telefone. — Sim.
— Bom, — ele lambeu os lábios.
— Ben... — Engoli em seco, querendo muito mais. Eu queria estar lá. Eu
queria tocá-lo. Ele era malditamente irresistível, e acho que sabia disso.
— Sim, Ryan... — ele cantarolou.
— Hum... eu...— Eu estava gaguejando como um idiota. Mas eu não
sabia o que dizer.
Eu queria saber mais...
— Pergunte o que quiser, — ele falou, tão baixo e suave que era quase
inaudível.
— Como se sentiu...? — Perguntei, meu rosto aquecendo sob seu intenso
olhar azul. — Dentro dela... Como se sente?
Ele gemeu baixinho, e pude ver o início de seu peito movendo-se para
cima e para baixo.
— Você quer saber como é quando deslizo meu pau duro profundamente
dentro da buceta apertada e molhada da minha esposa? — Ele rosnou para
mim, o olhar em seu rosto tão perigosamente sexy.
Não pude evitar o leve gemido que saiu da minha garganta. Meu pau
estava enchendo rapidamente, lutando contra o material da minha calça.
— Eu quero ver... — Resmunguei, agarrando a lateral da banheira com os
nós dos dedos brancos enquanto segurava meu telefone na minha frente. —
Eu quero vê-lo transando com ela.
— Quer dizer como fez na noite de Ação de Graças? — Ele sorriu, seus
olhos escuros. Engoli em seco e balancei a cabeça. Puta merda, ele sabia que eu
não estava aqui?! Ele sabia...
Jesus, é claro que ele sabia. — Você gosta de me assistir, não é, Ryan?
— Eu fodidamente amo te assistir, — rosnei, dando a ele o mesmo tom
profundo e excitante.
— Mmm... Eu fico tão duro quando sei que está assistindo... — ele
respirou, seus olhos se fechando por um momento. Ele parecia tão sexy que
eu não aguentava não estar perto dele. Amei aquele olhar em seu rosto,
quando ele estava excitado e pronto para qualquer coisa.
— Deixe-me ir... — Minha voz estava rouca e suplicante. — Quero
brincar com você e sua esposa.
Ben deu uma risada rouca e excitante que enviou arrepios pelo meu
corpo e direto para o meu pau duro como pedra. Ele desviou o olhar do
telefone novamente e ergueu a sobrancelha para algo. Então seu olhar
voltou para mim.
— Vou trabalhar nisso, bebê... — ele cantarolou. — Deixe-me ver o que
posso fazer. Não posso garantir esta noite, mas talvez em breve...
— Mas você vai embora amanhã... — Choraminguei de frustração e Ben
riu baixinho.
— Não estou indo para Marte, bebê. Estou indo para casa, — ele sorriu
enquanto seus olhos brilhavam com um desejo tortuoso. — Fica a apenas
algumas horas de distância.
Fiz beicinho e ele riu de novo da minha cara, o que me fez sorrir.
— Não ria de mim...
— Não seja tão fofo, — ele murmurou.
— Não sou fofo, Ben. Eu sou um homem, não um cachorrinho, —
semicerrei os olhos para ele, e ele riu mais uma vez. Meu peito inchou com
carinho em fazê-lo rir daquele jeito. Era um som tão bom, e ele parecia
francamente letal, sorrindo e outras coisas.
— Mmm... desculpe. Eu quis dizer sexy e quente... — ele me acalmou,
sorrindo amplamente.
— E bem-dotado.
— Ouvindo...—Eu sorri.
Uma batida forte e repentina na porta do banheiro me tirou do meu balão
de vídeo chamada de flerte.
— Ryan! Não faça isso, cara! — Alec gritou pela porta. — Largue o
telefone!
— Sim, Ry! Você não precisa deixá-lo vencer! — Kayla gritou. Resista! —
Bufei e balancei minha cabeça.
— O que é isso? — Ben ergueu a sobrancelha.
— São meus colegas de quarto, — suspirei. — Eles querem que eu seja
difícil de conseguir.
Os lábios de Ben se transformaram em um sorriso gigante, de dentes
retos e totalmente americano lindo de morrer na casa ao lado, que quase me
fez cair de joelhos, e ele nem estava aqui.
— Pensei que disse que te apoiavam, — ele fez um beicinho falso.
— Eles apoiam, mas simplesmente não querem que eu me machuque, —
eu expliquei, ignorando os sons de Alec e Kayla batendo na porta, gritando
coisas para mim do outro lado.
O rosto de Ben caiu e ele ficou surpreso, como se eu tivesse lhe dado um
tapa na cara.
— Ryan... eu nunca te machucaria, — ele falou baixinho, seu tom muito
sério de repente. — Não quero machucá-lo... — Ele fez uma pausa e
respirou fundo. — Espero não ter...
— Não, bebê, — sussurrei, balançando minha cabeça. — Não está me
machucando. Sei que é uma situação complicada, mas estou bem. Eu dou
conta disso.
— Tem certeza? — Ele perguntou, piscando com os olhos arregalados.
— Sim... sim, — balancei a cabeça com firmeza. — Totalmente seguro.
Confie em mim, querido. Estou bem. Eu apenas quero ver você...
Ele assobiou forte. — Eu sei. Eu também quero vê-lo... Vou trabalhar
nisso. Deixe-me trabalhar nisso, ok?
— Ok, — cantarolei, sabendo que tínhamos que encerrar a ligação. Alec e
Kayla estavam realmente enlouquecidos.
Ouvi a voz de Jess ao fundo. Parecia que ela estava chamando Ben. Meu
coração saltou na minha garganta.
— Sim, bebê! Chegando! — Ben gritou com ela. — Tenho que ir, sexy.
Falamos logo?
Eu fiz beicinho, mas assenti com relutância.
— Não fique triste, — ele respirou, levantando-se enquanto a câmera
angulava seu torso exposto. — Você vai pensar em mim? Sei que vou
pensar em você...
Eu estava tão ocupado babando sobre todos os grupos duros de
músculos em todos os lugares, que quase perdi o que ele disse. Jesus, seu
corpo é louco. Como diabos ele se parece assim??
— Definitivamente vou pensar em você, — murmurei, e ele riu.
— Bom, — ele sorriu. Mas havia mais uma coisa que eu queria antes de
deixá-lo ir...
— Mostre-me sua bunda, por favor, — ordenei, suave e suplicante. Mas
eu parecia faminto, o que era correto.
Ben riu e apontou o telefone para sua bunda, coberta por uma calça de
moletom cinza escuro. Ele puxou-os para baixo apenas o suficiente para
que o topo de sua bunda cheia e sexy estivesse à mostra. Parecia muito
bom. Eu só queria dar uma grande mordida nisso.
— Como está o chupão? — Eu disse asperamente com um sorriso
perverso.
— Cuidado, garoto, — Ben rosnou com um sorriso ainda maior. —
Talvez eu te dê um chupão no seu pau.
— Isso não soa como uma punição para mim, Benjamin, — eu ri,
correndo meu polegar sobre meu lábio inferior.
— OK! Tenho que ir! — Ele disse para mim, rindo aquela risada suave e
adorável dele.
— Ok, adeus, Ben, — suspirei, não querendo desligar de jeito nenhum.
— Tchau, Ryan, — ele sorriu, mordendo o lábio antes de desligar a
chamada.
Respirei fundo, sacudindo todas as emoções daquela chamada de vídeo
incrivelmente tortuosa, e abri a porta do meu banheiro. Alec e Kayla
estavam parados lá, os braços cruzados sobre o peito, os pés batendo no
chão enquanto me davam olhares de repreensão. Eu não pude deixar de rir.
— Então, como está o Ben? — Kayla perguntou, seu rosto iluminando-se
com entusiasmo.
Alec deu uma cotovelada nela mais uma vez, e ela fez beicinho.
— Ele está bem, — murmurei, ainda montando o alto de Ben.
— Sobre o que conversaram? — Alec perguntou, soando como um pai
que estava prestes a me castigar.
— Acabamos de falar, — suspirei. — Gente, está tudo bem. Eu só queria
falar com ele por um minuto. E ele estava feliz em ouvir de mim. Quer
dizer, eu teria gostado de ir lá, porque ele ainda está na cidade. Mas sua
esposa está lá, então... você sabe.
— Sim, nós sabemos, — Alec balançou a cabeça. — Você está se
torturando. Ele nunca vai deixar sua esposa por você.
— Eu sei disso! Jesus, não quero que deixe sua esposa... — Resmunguei
para eles defensivamente. — Isso seria uma loucura. Eles são perfeitos
juntos.
— Então o que você quer, querido? — Kayla perguntou, sendo a mais
mimada dos dois.
Suspirei e balancei meu anúncio, tentando pensar na melhor maneira de
descrever o que eu queria. Não fazia nenhum sentido, então dizer isso em
voz alta me faria soar como um lunático.
— Eu não... sei... — Mordi o lábio, inclinando-se contra a porta e batendo
a cabeça suavemente. — Eu quero estar com ele... E quero que ele fique com
sua esposa. Eu quero que eles sejam felizes, e eu... bem. Eu quero ser feliz...
com eles. — Fechei meus olhos com força. — Jesus Cristo, o que diabos
estou falando?
— Eu não sei, mano, — Alec deu de ombros, me dando um tapinha forte
no ombro.
— Isso simplesmente não parece fazer muito sentido.
— Sim, não me diga... — Grunhi.
Meu telefone começou a tocar na minha mão. Não parecia um toque
normal.
Levantei-o diante do meu rosto e vi outra videochamada no Instagram
vinda de Ben. Apertei meu telefone em confusão, me perguntando por que
ele me ligaria de volta. Os rostos de Alec e Kayla estavam imóveis, ambos
aparentemente chocados.
Furtei para atender a chamada, esperando para ver o rosto lindo de Ben
novamente, mas fui jogado fora difícil quando Jessica apareceu na tela. Seu
cabelo loiro estava preso em um coque bagunçado no topo de sua cabeça,
seus olhos azuis escuros brilhando como a água do oceano. E seu rosto,
como o de Ben, estava brilhando - obviamente de todo o sexo.
Engoli minha garganta seca.
— Oi, Ryan, — Jessica sorriu para o telefone, seus lábios carnudos se
curvaram enquanto ela piscava para mim durante a ligação.
— Oi, Jess, — murmurei, olhando por trás do telefone para Alec e Kayla
que estavam boquiabertos para mim, balbuciando todos os tipos de coisas.
Eu os silenciei, me virando para ter um pouco de privacidade.
— Desculpe ligar para você do telefone de Ben... — ela sussurrou, e
parecia que ela estava andando também. — Eu não tenho seu número...
— Eu poderia dar a você, — rosnei, então parei, percebendo o quão
estúpido soei. — Quero dizer, em algum ponto. Só por precaução... —
respirei lentamente e Jessica sorriu, olhando para o chão.
— Escute, não tenho muito tempo para conversar... — ela falou baixinho.
— Ben não sabe que estou ligando para você.
Congelei. — Ele não...? Por que não?
— Não há tempo para explicar, — ela ignorou minhas hesitações. — Você
pode vir para o hotel?
Parecia que o mundo ao meu redor estava se movendo em câmera lenta.
Eu estava em choque completo, olhando para a tela do meu telefone, para a
bela loira que estava olhando para mim, esperando minha resposta.
— Você... quer que eu vá? Para o hotel? — Bufei, meu coração batendo
com animação. Eu estava agindo como se não tivesse certeza se deveria,
mas já sabia no meu coração que iria. Quer Ben soubesse disso ou não.
— Sim, você poderia? — Ela perguntou novamente, soando muito mais
casual do que eu.
— Ben não sabe...? — Levantei a questão.
— Tenho certeza de que ele não vai se importar, — ela sorriu, parecendo
positivamente perversa.
Mordi meu lábio para não sorrir. Eu não tinha certeza do porquê, mas
meu rosto queria espelhar o dela. Foi estranho. Eu não conseguia acreditar
que estava pensando nisso, mas também não conseguia lutar contra a
ansiedade que corria por mim.
Eu não tinha ideia de por que ela queria que eu fosse, mas só podia
esperar que fosse por algo sujo. Um cara pode sonhar, certo?

Saí do elevador no décimo oitavo andar do hotel, caminhando pelo


corredor. Minhas palmas estavam suadas e meu coração já estava
acelerado. Eu estava tão nervoso que quase não conseguia recuperar o
fôlego. Eu não tinha certeza do que estava fazendo ali, mas sabia que,
aconteça o que acontecer, seria uma noite interessante.
Parece que tenho tido muitas dessas desde que conheci o Sr. e a Sra. Lockwood...
Aproximei-me da porta da suíte do hotel - quarto dezoito e dezoito,
como Jessica havia instruído ao telefone há apenas cerca de vinte minutos -
e respirei longa e profundamente, prendendo-o nos pulmões. Eu estava me
sentindo muito mais sóbrio agora que estava surtando. Mesmo assim,
peguei um Uber até o hotel porque não estava em condições de dirigir. Eu
podia sentir o calor e a fumaça flutuando em minha corrente sanguínea por
causa de toda a bebida do dia. Estava trabalhando para me manter um
pouco calmo, embora por dentro eu estivesse entrando em pânico um
pouco.
Eu não sabia o que estava fazendo ou o que estava acontecendo na minha
vida maluca. Eu estava apenas vivendo o momento por enquanto, o que
tornava tudo muito mais emocionante.
Bati na porta e esperei, saltando no lugar, torcendo minhas mãos e
alisando minha camiseta repetidamente.
A porta se abriu lentamente, e vi Jessica parada lá em um roupão de
banho, sorrindo um sorriso tímido para mim. Engoli em seco e pisquei
algumas centenas de vezes, já sentindo uma miríade de emoções que não
havia tempo suficiente para identificar.
— Ei... entre, — ela sussurrou, rapidamente olhando para trás de mim.
Ela agarrou meu braço e me arrastou para dentro da sala, fechando a porta,
mas não sem antes deslizar a placa de Não perturbe na maçaneta.
Doce Jesus...
— Estou tão feliz que veio, — ela sussurrou ao meu lado, me puxando
junto com ela, até o frigobar que separava a sala de estar da cozinha.
— Obrigado por me convidar... — respondi, tentando soar casual.
A suíte do hotel era enorme e super agradável. Eu nunca tinha estado
dentro de um quarto de hotel tão grande antes. Era quase do tamanho do
meu apartamento, pelo que parecia. Enquanto eu olhava ao redor,
observando meus arredores, não pude deixar de procurar algum sinal de
Ben. Jessica me disse ao telefone que ele não sabia que eu estava chegando,
mas eu não tinha certeza se ela disse a ele depois que desligamos.
— Este lugar é... incrível, — respirei, enquanto Jessica me sentava em
uma cadeira ao lado dela. Ela fez questão de sentar-se perto, seus joelhos
tocando os meus.
Ela estava mal vestida. A túnica era muito curta, e eu estava disposto a
apostar que ela estava nua debaixo. Tentei ser sutil olhando para ela
enquanto ela se sentou ao meu lado, o manto descansando no alto de suas
coxas, mostrando toda as suas pernas tonificadas lisas, que estavam
penduradas para fora da cadeira, porque era tão curto. Seus pés estavam
descalços e balançando. Era uma espécie de bonito e sexy. Pensando em tais
coisas estava causando uma queima em meus lombos. Tentei controlá-la,
concentrando-me no que estava fazendo.
Jessica pegou duas taças e serviu champanhe a cada um de nós de uma
garrafa aberta. Já havia algumas garrafas vazias no balcão, e estava claro
que ela e Ben estavam bebendo hoje, o que acalmou um pouco minha
mente. Eu realmente não queria lidar com pessoas sóbrias enquanto eu
ainda estivesse meio chapado de elfo.
Ela me entregou um copo e pegou o dela, segurando-o perto do meu,
ainda com aquele sorrisinho doce, com as bochechas ligeiramente coradas.
Eu nunca tinha visto seu cabelo para cima e bagunçado assim antes. Ela
parecia... de tirar o fôlego.
Brindamos nossos copos e bebemos devagar, olhando um para o outro
por cima das bordas. Eu já estava sentindo um calor significativo no ar e
não tinha certeza se estava apenas quente na sala ou se estava queimando
de dentro para fora. Na verdade, a porta da varanda estava aberta e uma
brisa soprou nas cortinas.
Jessica seguiu meu olhar. — Ben está na varanda. Ele está fumando...
— Fumando? — Levantei minha sobrancelha em questão.
— Charuto, — ela sorriu, tomando outro gole de seu champanhe.
— Oh, certo... — Balancei a cabeça, traçando a haste do meu copo com
meu dedo. — Ele ainda não sabe que estou aqui...? — Meu olhar se ergueu
para o dela. Ela já estava me observando.
Ela balançou a cabeça lentamente. — Ele vai ficar surpreso. — Seus lábios
se curvaram e comecei a mastigar o interior da minha bochecha.
— Você não acha que ele vai ficar bravo? — Perguntei, cético em relação
a toda essa situação.
— Duvido disso, — ela murmurou, inclinando a cabeça para o lado. —
Escute, Ryan, sei que ele quer vê-lo. Mas ele não tinha certeza de como eu
reagiria... estava uma espécie de inseguro sobre mim. — Ela fez uma pausa
e olhou para nossos tocantes joelhos.
— Se é estranho eu estar aqui, posso ir embora... — Murmurei, meu
estômago embrulhando um pouco de decepção e insegurança.
— Não seja bobo. Eu lhe pedi para vir por uma razão, — ela sorriu para
mim, seus olhos azuis me segurando no lugar. Eles eram tão profundos e
escuros, não claros como Ben. Era hipnotizante. Toda a sua presença era.
Ela era como uma força misteriosa, e encontrei-me desesperadamente
intrigado com ela, embora eu não tivesse certeza do porquê.
— Qual é o motivo? — Perguntei, minha voz saindo baixa e curiosa.
— Eu queria ver você também, — ela sussurrou, em seguida, estendeu a
mão e pegou minha mão na dela, puxando-a para frente para descansar
nossas mãos unidas em sua coxa. Nossos dedos se travaram
instintivamente da mesma forma de antes... Do jeito que fizeram com Ben.
Jessica pulou de sua cadeira e se levantou, deslizando-se entre minhas
pernas. Engoli em seco, minha testa franzida em confusão ansiosa. Levantei
minha taça com a outra mão e engoli o resto do meu champanhe,
esperando que isso acalmasse meus nervos.
Ela olhou meu rosto por um momento e seus olhos caíram para nossas
mãos unidas, endireitando os dedos, palmas das mãos pressionadas juntas.
Foi desconcertante como meus movimentos sempre parecia espelhar a dela.
Quando ela se moveu, eu me movi. Quando ela sorriu, eu sorri. Quando ela
tocou... Eu toquei. Estávamos em sincronia, isso era louco, porque eu
realmente não a conhecia bem. Ou nós tinhamos algum tipo de conexão, ou
eu era como seu animal de estimação. Eu não poderia dizer... Ou não me
importava.
Nós dois observamos nossas mãos, admirando a sensação de nossos
dedos juntos, e como os dela eram menores do que os meus. Suas mãos
eram delicadas e carinhosas, unhas perfeitamente manicuradas de um
vermelho profundo, que ficava ótimo com seu tom de pele. E, claro, sua
aliança de casamento... Ela usava uma grande pedra cintilante gigante em
seu dedo - gritava Ben - com uma banda de platina simples, mas
deslumbrante. Eu tinha notado a aliança de casamento de Ben antes, mas
nunca realmente pensei sobre isso até agora.
Até eu segurar a mão de sua esposa. Seus sexys dedinhos macios...
Minha mente começou a vagar, imaginando como ficariam me tocando...
Talvez arranhando meu peito.
Deus... O que está acontecendo agora...?
Seus olhos deslizaram de volta para os meus, me dando um olhar
melancólico.
— Você fica bem com uma barba, — ela falou suavemente, seus lábios se
curvando em um sorriso inocente antes de olhar para baixo novamente,
mordendo o lábio. — Queria dizer a você isso antes.
— Obrigado... — Cantarolei enquanto meu peito se apertava e queimava.
Eu curvei meu pescoço para pegar seu olhar. — Você é linda... Sra.
Lockwood. — Ela sorriu, eu sorri. — Desculpe se isso é demais... eu não sei.
Ousado?
Ela deu uma risadinha ofegante. E então eu também. Isso está ficando fora
de controle.
— Isso não é ousado, Ryan, — ela puxou minha mão novamente, desta
vez movendo-a para baixo ao seu lado. — Mas eu gosto quando me chama
de Jess. Isso me faz sentir mais jovem... menos como uma mãe.
Ela me soltou, e eu percebi que ela queria que eu a tocasse. Como se ela
estava dizendo isso com seus olhos e suas ações sugestivas. Então eu fiz.
Descansei minha mão em sua cintura e ela não se afastou. Expirei
lentamente.
— Você é a mãe mais sexy que já vi, — eu disse a ela, minha voz
profunda e muito rouca. Fiquei com medo de cruzar alguns limites e ela me
dar um tapa na cara. Mas ela não fez isso. Em vez disso, ela sorriu mais
amplamente.
— Você acha? — Seu tom era tão doce quanto afetuoso. Ela parecia e
soava como uma mulher dez anos mais jovens do que sua idade. Ela
poderia ser uma atriz ou modelo. Sério, ela e Ben eram o casal mais quente
que já tive o prazer de encontrar.
Com a menção de Ben em minha mente, eu imediatamente fiquei tenso,
olhando para a porta da varanda. Eu não podia vê-lo, porque o balcão era
enorme, e estava escuro lá fora. Mas eu podia sentir o cheiro da fumaça do
charuto. Isso me lembrou da noite de Ação de Graças, a memória
aquecendo minha carne.
— Você acha que Ben ficaria bravo por eu estar... aqui com você...?
Assim? — Perguntei, olhando para minha mão descansando em sua
cintura. Eu poderia ter tirado, mas eu realmente não queria. O roupão era
tão macio e eu podia sentir seu corpo por baixo dele. Meus dedos se
moveram levemente.
— Eu não sei... — ela encolheu os ombros, e seus olhos ganharam vida
com travessura. — Talvez descubramos.
Oh garoto... Isso é parte do plano dela? Ela quer me usar para se vingar de Ben
por traição? Isso não seria bom. Não quero estar no meio de seus problemas
conjugais.
Embora... Eu acho que sou seu problema conjugal. Porra. Eu sou um destruidor
de lar. Isso é muito decepcionante.
— Ryan, relaxe, querido, — Jessica sussurrou, estendendo a mão para
correr os dedos ao longo do meu queixo. — De jeito nenhum Ben estaria
nada além de animado em ver você.
— Tem certeza? — Coloquei minha cabeça em seu toque. Eu nem sequer
percebi que eu estava fazendo isso até que explodiu minha mente. Esta
mulher completamente me cativou. — Eu odiaria... intrometer em seu
tempo a sós...
Suspirei e balancei minha cabeça. Eu não sabia o que estava dizendo ou
fazendo. Eu não poderia dizer se eu estava tão hipnotizado por Jessica
porque ela era uma mulher tão bonita, sexy e vibrante, que cheirava
deliciosamente, ou porque ela era a esposa de Ben. Eu só estava atraído por
ela porque sabia que ela era mulher de Ben e estava apaixonada por todos
os aspectos da vida dele?
— Querido, não está se intrometendo, — ela murmurou para mim, com
aquela voz calma e levemente sedutora. — Convidei você aqui. Eu queria
ver você. Ben quer te ver. Nós dois fazemos... — Suas unhas roçaram na
nuca do meu rosto e eu pisquei lentamente, saboreando a sensação. —
Gostei de ver você mais cedo. Eu não queria que se preocupasse com tudo.
E pensei que precisaria de mais tempo para pensar, mas descobri que não.
Era muito mais simples do que eu pensava que seria.
Eu mal conseguia entender do que ela estava falando, mas tive medo de
perguntar. Percebi que minha mão estava segurando sua cintura com muita
força, segurando-a para salvar sua vida. Ela riu e sorri de volta para ela,
ligeiramente envergonhado, liberando meu aperto enquanto minha mão
vagarosamente derivava...
Sim, não. Isso não tem nada a ver com Ben. Estou excitado pra caralho por essa
mulher... Ela é tão linda. E ela continua me olhando assim... Isso está me deixando
louco.
Ok, então saber que ela é do Ben torna tudo um pouco mais emocionante. Ben
gosta de ser controlado no quarto, e o que há de mais renúncia ao controle do que
deixar outra pessoa brincar com o que é seu?
— Gostei de vê-la hoje também, — sussurrei enquanto meus olhos se
fixaram nos dela. Puxei-a para mais perto até que seu corpo estivesse
confortável entre minhas pernas, minha mão descansando perigosamente
baixo em seu quadril. Sua mão deslizou da minha mandíbula até o meu
peito. — Estou feliz por termos conversado. E estou feliz que voltou para
Ben. Ele me disse que vocês tiveram uma... tarde divertida.
Seus olhos se arregalaram e brilharam para mim quando ela mordeu o
lábio. — Ele te disse isso?
Balancei a cabeça lentamente, mantendo minha posição, tentando não me
atrapalhar em questionar tudo. Ela sorriu muito e moveu a mão para a
minha coxa, desenhando círculos através da minha calça. Eu poderia dizer
que ela estava se sentindo curiosa, pensando, me perguntando o que tudo
isso significava. A química entre nós, com Ben do lado de fora, sem saber
de nada acontecendo aqui. Foi como um barato. Eu sabia que ela estava
sentindo isso, porque eu definitivamente estava.
— Foi alucinante, Ryan, — ela se engasgou, suas bochechas cobertas por
um rubor natural rosado que era fofo pra caralho e sexy. — Ele estava
imparável... como algum tipo de máquina de orgasmo enlouquecida por
sexo. Você sabe como ele fica quando está se sentindo sujo assim... — Ela
sorriu para mim, deslizando a língua sobre o lábio inferior.
Deveria ter sido estranho falar com a esposa de um cara sobre sexo e
como ele fica excitado depois que você fodeu com ele várias vezes. Eu
estava realmente procurando algum tipo de constrangimento, porque senti
que deveria ser.
Mas simplesmente não estava lá. Jessica era gostosa. Ela era uma loira
bombástica, parada com seu corpinho apertado pressionado contra minha
virilha, seus dedos subindo e descendo pela minha coxa, movendo-se
propositalmente e provocativamente perto do meu pau, que estava
inflando mais e mais a cada segundo. Eu estava tentando não me permitir
ficar totalmente duro, mas era difícil. Parecia que ela queria que eu falasse
com ela sobre o impulso sexual de seu marido, porque eu era a única
pessoa no mundo que sabia disso como ela.
A Sra. Lockwood gostava de compartilhar.
Balancei a cabeça lentamente, correndo minha mão até onde o material
de seu roupão terminava e sua pele nua começava. Ela fez um ronronar
baixinho, apertando minha coxa com os dedos.
— Ele tem resistência, admito, — eu disse asperamente, e ela deu uma
risadinha. — Deve ser por isso que você está brilhando... — Pisquei para
ela, dando-lhe um sorriso sedutor.
— Mmm... estava muito esgotada. E um pouco... dolorida... — ela
sussurrou, erguendo a sobrancelha apenas o suficiente. Eu ri
diabolicamente e balancei a cabeça novamente. Sim, o pau de Ben é muito
grande. Mhm... Essa conversa está me matando muito.
— Espero que ele tenha cuidado de você, — fiz um pequeno beicinho e
ela corou ainda mais.
— Tomamos um banho bom por um tempo, — ela respondeu, ofegante e
atraente. — Aquela banheira ali é enorme. Você deveria ver isso. — Ela me
deu outro daqueles olhares tentadores e inocentes.
— Talvez mais tarde, — resmunguei. Ela estava tocando a bainha da
minha camiseta, enquanto eu fazia o mesmo com seu robe.
Decidi empurrar um pouco mais, movendo minha outra mão para a
frente de seu robe, arrastando meu dedo indicador ao longo da abertura.
Não estava amarrado muito apertado. Na verdade, estava um pouco
aberto. Não muito. Apenas o suficiente para eu ver as curvas iniciais de
seus seios.
Brinquei um pouco com a frente dela, enquanto ela me observava,
fascinada, parecendo que queria que eu abrisse e chupasse seus peitos
lindos e grandes. O que eu também queria, por falar nisso. Tipo, muito
ruim.
— Mas sim, o banho ajuda, — ela continuou falando comigo enquanto
me inclinei mais perto dela, meus olhos nos dela enquanto meus dedos
brincavam com sua falta de roupas suficientes. — Foi reconfortante o
suficiente, embora eu ainda esteja um pouco inchada. Então... se eu fosse
fazer qualquer outra coisa esta noite... teria que ser gentil. Inicialmente...
Ela puxou o lábio entre os dentes e meu coração parou. Engoli em seco,
me perguntando se eu tinha apenas imaginado isso. Ela realmente acabou de
dizer isso...? Isso foi real? Ela está me propondo?
Claro, estávamos flertando muito, tocando e falando sobre sexo. Todos os
sinais apontavam para uma noite agitada, mas eu não tinha ideia do tipo de
coisa que aconteceria. Ben era com quem eu estava acostumado a transar,
não a esposa dele. E agora, aqui estava eu com ela, não ele, falando sobre
foder. Foi incrível.
E meu pau estava de repente tão duro que eu podia sentir latejando.
Ela quer que eu a foda. Jesus, eu quero transar com ela...
Mas espere, o que Ben diria? Não tenho certeza se ele se importaria... Afinal, ele
já disse isso antes. Ele quer me assistir com ela... Talvez seja isso que ela tem em
mente. Eu realmente poderia fazer isso? Como isso funcionaria?
Antes que eu pudesse dizer ou fazer qualquer outra coisa, Ben veio
passeando pela porta da varanda, vestindo nada além de sua calça de
moletom cinza escuro que ficava deliciosamente baixa em seus quadris.
Meu primeiro instinto foi recuar e agir como se nada tivesse acontecido.
Meu coração batia tão rápido que parecia que ia explodir no meu peito.
Jessica não parecia nem um pouco preocupada. Na verdade, ela ficou
exatamente onde estava, deslizando os dedos por baixo do tecido da minha
camiseta, roçando as unhas no meu rastro feliz. Isso fez meu pau já duro se
contorcer.
Ben fez uma pausa quando me viu, seus olhos se arregalando e seu
queixo caindo ligeiramente. Ele piscou algumas vezes, olhando para nós,
parecendo completamente chocado.
Permaneci congelado no tempo, observando-o nos observar,
provavelmente tentando decidir como reagir ao que estava vendo. Engoli
em seco, tentando permanecer indiferente, embora não tivesse ideia do que
estava fazendo. Essa deve ser uma das situações mais bizarras em que já me
envolvi.
— Oi, bebê, — Jessica falou para Ben, sorrindo docemente com as mãos
ainda em cima de mim. — Convidei Ryan. Espero que não se importe...
Ben ainda estava parado ali em um silêncio atordoado, seus olhos
saltando para frente e para trás entre mim e sua esposa. Então o vi registrar
onde minhas mãos estavam e onde estavam as dela. Parecia que sua
mandíbula cerrou um pouco, mas era difícil dizer com ele do outro lado da
sala. Eu não tinha certeza se ele estava com raiva ou ciúme e, se estava, a
quem era dirigido. E parecia que ele também não sabia.
Finalmente, ele se recuperou e continuou andando devagar, se
aproximando de nós com um olhar perigoso no rosto. Ele foi até o frigobar,
pegando a taça de champanhe de Jess e bebendo de volta, antes de se servir
de mais.
Ele se virou para nós, encostando-se no balcão, tomando outro gole da
taça, desta vez muito mais devagar.
— Claro que não me importo, — ele murmurou, seus olhos azuis fixos
nos meus. Ele estava olhando para mim com tanta força que senti que
poderia desmaiar. Ele ergueu a sobrancelha daquele jeito assustador de Ben
que me arrepiou na espinha. — Oi, Ryan. Não pensei que o veria esta
noite...
— Nem eu, — resmunguei, tentando encontrar minha voz novamente. —
Sua esposa é cheia de surpresas... — Olhei para Jess e ela piscou com os
olhos arregalados e safados.
— Então ela é... — seu olhar caiu do meu, vendo Jess e eu juntos. Seus
olhos estavam em chamas, um inferno azul brilhante. E eu não poderia
dizer com certeza, mas parecia que ele gostou do que viu.
Ele engoliu sua bebida novamente, matando a champagne, antes de ir
para algo mais forte.
— Não me deixe interromper, — ele grunhiu, pegando um copo e se
servindo de um uísque do que parecia ser outra garrafa aberta. — Quer
um?
— Claro, obrigado, — respondi tão calmamente quanto pude.
— Só estava dizendo a Ryan como ele fica bem com barba — Jess
ronronou, me agarrando pelo queixo de novo, com um pouco mais de força
dessa vez, puxando meu rosto para o dela.
Soltei um suspiro suave enquanto olhava para ela, meus olhos correndo
para seus lábios por um segundo. Longo o suficiente para eu admirar quão
macios, rosados e cheios eles eram. Seus olhos fizeram o mesmo, desejando
meus lábios como se fossem um doce que ela não tinha permissão para
comer antes do jantar.
— Ele não fica bem com barba, Ben? — Ela murmurou, as pupilas ainda
dançando entre meus olhos e lábios.
— Mmm... Ele fica, — Ben respondeu atrás dela, colocando meu copo de
uísque com força no balcão ao meu lado, fazendo-me estremecer. —Muito
bem...
Ele se aproximou de nós, deixando cair uma mão possessiva nas minhas
costas, esfregando-me suavemente enquanto beijava sua esposa na
bochecha.
— Vou dar a vocês dois um pouco de privacidade, — ele sussurrou, sua
voz rouca e rosnada, como algum tipo de animal, seu tom era uma mistura
de frustração de ciúme e excitação curiosa. — Deixar vocês se
familiarizarem mais...
Então ele se virou e saiu andando com o copo na mão, em direção ao
quarto.
Puta merda, isso foi intenso.
Respirei lentamente, observando a porta do quarto onde Ben tinha
acabado de desaparecer.
— Ele estava falando sério? — Perguntei baixinho a Jess, com medo de
falhar em algum teste por não ir atrás de Ben.
— Sim, — Jessica respondeu, puxando meu rosto de volta para o dela. —
Ryan, você acha que Ben deixaria outra pessoa se aproximar de mim se ele
não quisesse? — Balancei minha cabeça. Ela tinha razão.
— Então... — Inclinei minha cabeça para o lado enquanto me inclinei
ainda mais perto desta vez, até que nossos rostos estivessem a apenas
alguns centímetros de distância. — Onde nós estávamos?
Jess sorriu maliciosamente, seus olhos fixos na minha boca. — Eu acho...
que estávamos certos sobre... aqui.
Ela pressionou seus lábios macios nos meus, tão suavemente que eu mal
pude perceber que ela tinha feito isso. O calor de sua respiração o
denunciou, até que ela pegou meu lábio inferior entre os dela e o chupou,
ronronando enquanto o fazia.
Engasguei-me baixinho, completamente perplexo com o fato de que
estava beijando a esposa de Ben - a mãe da minha ex - com sua permissão.
Era tão ruim, tão travesso. Era tão alto, que eu nunca queria descer. Eu
queria mais... muito mais.
Separei meus lábios, deslizando minha língua para encontrar a de Jess, e
ela realmente choramingou. Era tão quente. Eu poderia dizer que ela estava
animada, da mesma forma que Ben estava animado na primeira vez que
ficamos. Ela não tinha matado ninguém além dele em dezenove anos, não
que eu soubesse, o que parecia ser confirmado pela forma como seus lábios
estavam tremendo e o quanto ela estava ofegante. Era apenas um beijo, mas
ela estava gostando em outro nível, porque era novo e ruim.
Começamos a nos beijar um pouco mais forte e mais profundo, nossas
línguas se misturando e nossos lábios sugando. Jessica beijava diferente de
Ben. Ela era muito mais suave e doce. Ela tratava o beijo como uma entrada,
enquanto com Ben geralmente era apenas o aperitivo.
Ela mordiscou meu lábio inferior com os dentes, as mãos correndo por
todo o lugar. Espalmei sua bunda com força, apertando-a até que ela
choramingasse entre meus lábios. Sua bunda era maravilhosa, tão
rechonchuda e suculenta. Ela claramente fazia ioga ou pilates, ou o que
quer que aquelas donas de casa fazem. Era maravilhoso tocá-lo e massageá-
lo enquanto a puxava para perto de mim. Entre Ben e sua esposa, eu
realmente tive sorte no departamento de bunda.
Jessica estava se esfregando em mim, esfregando seu corpo entre minhas
pernas, a fricção me fazendo doer. Era fogo, o que estava acontecendo entre
nós. Por mais que ela estivesse claramente empolgada com a nossa sessão
de beijos, ela ainda tinha aquela hesitação em suas ações, uma
reminiscência da minha primeira vez com Ben. Isso me estimulou a ser uma
coisa nova e excitante para esse casal. Esse fator sozinho foi minha
motivação para tudo isso.
— Você está bem? — Perguntei entre nós, atacando um ao outro. Eu
precisava ter certeza de que ela não estava tendo dúvidas, ou apenas me
deixando fazer isso porque ela pensava que era o que Ben queria.
— Você é tão doce, — ela riu, mordendo meu lábio novamente. — Eu
entendo totalmente por que meu marido gosta de você. — Suas mãos
correram pelo comprimento do meu torso, sentindo-me um pouco. — E
você tem um corpo de matar.
Eu ri, apertando sua bunda novamente. — Sim, você também. E o seu
marido também...
— Mhm... Todos nós parecemos muito bem, não é? — Ela murmurou,
então nós rimos juntos de como estávamos sendo arrogantes. Mas era
verdade, tanto faz.
Jessica tirou seus lábios dos meus por um segundo, nós dois respirando
pesadamente enquanto ela espiava para mim, os olhos encobertos de
desejo. Então ela desamarrou casualmente o robe, deixando-o aberto,
mordendo o lábio em uma das demonstrações mais sedutoras que já
testemunhei.
Amado menino Jesus…
Pude ver muito. Não tudo, mas apenas o suficiente para meu pau sentir
como se tivesse seu próprio pulso. Seus grandes seios redondos estavam
em exibição, mamilos mal cobertos. Meus olhos se fixaram neles por um
momento, antes de viajar para baixo sobre seu estômago tonificado,
pousando abaixo de sua cintura.
Sua boceta estava nua, exceto por uma minúscula faixa de cabelo loiro,
que era a mais fofa e sexy que eu já tinha visto. Parecia imaculadamente
arrumado. Eu só queria passar meu polegar sobre ele.
— Uau, Ryan... — Jess murmurou, o som de sua voz puxando meu olhar
para longe de seu bolinho de aparência saborosa.
— Hm...? — Eu grunhi, incapaz de falar palavras reais no momento.
— Olhe para você, — ela sorriu, sua mão cobrindo o contorno maciço da
minha ereção. Engasguei-me, assim como ela enquanto acariciava minhas
calças.
— Jess, — ofeguei, estendendo a mão lentamente, movendo minha mão
dentro de seu robe agora aberto e deslizando minha mão sobre seu seio nu.
— Porra, isso é bom. — Segurei, acariciando suavemente, então dei um
pequeno aperto.
— Ryan... — ela choramingou, me dando um olhar curioso. — Ben toca
em você assim? — Sua mão agarrou meu pau enquanto ela o puxava
lentamente, através do meu jeans.
Gemi baixinho, observando seu rosto se fechar. — Ele adora, — balancei
a cabeça e massageei seu peito novamente, escovando meu polegar sobre o
pico endurecido de seu mamilo.
Ela gemeu e mordeu o lábio, praticamente subindo em cima de mim. Ela
segurou minha nuca, a outra mão acariciando minha ereção latejante
enquanto ela se agarrava a mim e ordenava que meus lábios voltassem aos
dela. Seus movimentos tornaram-se desesperados. Ela estava com tanta
fome de mim, estava me deixando louco. Seus lábios tinham gosto de
champanhe e cerejas, e ela cheirava maravilhosamente bem. Eu não tinha
certeza de qual era o cheiro exatamente, algo como jasmim e baunilha, mas
cheirava tão bem que minha boca estava salivando.
Eu a segurei pela bunda, beijando-a com mais força e mais fundo até ficar
tonto. Mudei meus lábios ao longo de sua mandíbula, até o pescoço,
lambendo e sufocando toda a sua carne cremosa. Quando eu finalmente
cheguei aos seios dela, eu estava faminto por eles. Peguei seu mamilo
atrevido entre meus lábios e o chupei suavemente, passando minha língua
sobre ele, em seguida, beliscando-o com os dentes.
Oh meu Deus... Oh. Meu. Deus. Isso é incrível. Isso é maravilhoso pra caralho.
Jess gemeu meu nome, me puxando pelo cabelo enquanto sua outra mão
trabalhava no botão do meu jeans. Continuei chupando seus mamilos como
um demônio enquanto ela abria o zíper da minha calça e enfiava a mão
dentro, agarrando-me pelo meu eixo.
— Jess... Porra, tenha cuidado... — Engoli em seco, beijando seus lindos
peitos grandes em todos os lugares. — Não quero gozar tão cedo.
Ela deu uma risada insanamente erótica. — Por que…? Você gosta disso?
— Ela puxou meu pau para fora da calça, embora eu ainda estivesse
sentado, então começou a me puxar da base em um movimento longo e
lento. Gemi baixinho, meus olhos caindo fechados.
— Suas mãos são... tão... macias... — respirei.
— Você gosta disso quando Ben faz isso? — Ela perguntou, e meu pau
pulsou em sua mão. — Meu marido brinca com seu pau grande assim?
Balancei a cabeça, ofegante e tremendo. — Sim... amo como vocês dois
brincam com meu pau.
Nós gememos juntos, meu rosto enterrado em seus seios enquanto ela
puxava meu pau pra caralho. Então deslizei minha mão entre suas coxas,
deslizando meus dedos em sua fenda áspera. Ela estava tão escorregadia
que eu podia sentir minha própria excitação escorrendo da cabeça do meu
pau.
— Ryan — Jess choramingou, segurando meu pau para salvar sua vida.
— É ruim se eu quiser que me foda?
Gemi uma respiração irregular. Eu estava tão animado para foder essa
garota que estava prestes a enlouquecer.
— Sim... É ruim... — Grunhi. — Muito ruim... Tão ruim que é fodidamente
incrível, — sussurrei para ela, finalmente deixando seus seios para voltar
para sua boca doce e quente. — Você me deixaria...? Foder...?
Ela me beijou com força, balançando a cabeça enquanto choramingava
todos esses barulhos necessitados e sensuais.
— Temos que mostrar a Ben... — ela sussurrou em meus lábios. Senti-me
como se estivesse em um sonho. Tudo estava confuso e quente. Era
eufórico.
— Mostrar a Ben como fodemos? — Eu rodei meus dedos em sua
umidade.
— Mhm, — ela balançou a cabeça, em seguida, mordeu meus lábios
inchados.
A excitação vibrou dentro de mim como se eu tivesse enfiado os dedos
em uma tomada elétrica. Eu nunca tinha feito algo tão puramente
pervertido, sujo e tortuoso. Até mesmo transar com um cara era uma nova
exploração sexual, mas não era tão perverso assim. Eu iria transar com os
pais da minha ex-namorada, juntos. Eu estava indo transar com a esposa de
Ben enquanto ele assistia.
E seria fenomenal pra caralho.
Jessica relutantemente se afastou de mim, levantando-se e respirando
com dificuldade. Seu rosto estava tão vermelho que a fez parecer ainda
mais incrível. Eu mal podia esperar para ver como ela ficava durante o
sexo...
Deslizei meus dedos em minha boca, o tempo todo mantendo seu contato
visual, sugando seu sabor delicioso deles. Ela se engasgou e mordeu o
lábio, com os olhos fodendo a merda fora de mim, antes de pegar meu copo
de uísque e tomar um gole.
Ela me entregou e bebi lentamente, deleitando-me com a queimadura. Eu
tomei um gole novamente, em seguida, coloquei o copo na mesa.
— Você tem um gosto melhor, — resmunguei, e ela sorriu, agarrando
minha mão e me arrastando para o quarto. Estávamos basicamente
correndo, correndo para o quarto com pressa.
A cama era enorme. California King. Definitivamente grande o suficiente
para três pessoas.
No quarto, imediatamente senti uma presença forte e poderosa. E
quando me virei para a esquerda, vi Ben, sentado em uma cadeira,
recostado, bebericando seu copo de uísque. Seus olhos pousaram em nós e
estavam arregalados, escuros e cheios de uma fome excitada. A expressão
em seu rosto era perigosa. Isso fez os cabelos da minha nuca se arrepiarem.
Jessica foi até a cama, encarou Ben e deixou o robe cair de seus ombros, o
material amontoando-se a seus pés. Eu o testemunhei engolir em seco,
piscando lentamente, enquanto mantinha algum tipo de conversa telepática
com sua esposa enquanto segurava o copo com força entre os dedos. Ele
parecia tão assustador - e sexy - como se ele pudesse comer nós dois vivos e
estivesse usando cada gota de sua força para se manter sentado.
Jess se virou para mim e caiu de costas na cama, apoiando-se nos
cotovelos para que pudesse apontar seu olhar lascivo em minha direção.
Ela fez sinal para que eu me aproximasse com o dedo e fui até ela sem
hesitar, como se fosse seu escravo. Ela abriu as pernas para mim e me
ajoelhei entre elas, agarrando seu rosto e beijando-a suavemente. Ela
cantarolou entre meus lábios e continuei indo, mais fundo, sugando seus
lábios e fazendo-a derreter.
Eu estava imensamente ciente de que estava sendo observado. Eu podia
sentir os olhos ardentes de Ben em mim, o que me deixou nervoso e com
energia ao mesmo tempo. Eu estava eletrizado. Eu queria dar um show a
ele, como ele fez por mim nas duas vezes em sua casa. Ele merecia gozar
me observando foder sua esposa.
Puxei minha camisa pela cabeça e a joguei, segurando meu sorriso
orgulhoso pela apreciação óbvia de Jess pelo meu corpo. Ela claramente
tinha um tipo. Empurrei minhas calças e boxers para baixo, chutando-as
para fora das minhas pernas, então voltei para Jess, esfregando minha
ereção espessa e dolorida ao longo do ápice de suas coxas, sua umidade me
cobrindo.
Eu estava ficando louco. Era tão bom. Eu não conseguia acreditar que
estava fazendo isso.
Foda-se... Mal posso esperar para foder essa linda mulher e sua boceta molhada,
com o marido assistindo. Seu marido, que também é meu. Mmm... sim. Quero vê-
lo. Quero vê-lo me observando.
Beijei Jess mais algumas vezes, agarrando seus seios e apertando-os,
passando meus lábios em seu pescoço. Ela estava gemendo e ofegando em
respirações suaves, puxando-me para ela pela minha bunda para que ela
pudesse se esfregar no meu pau. Plantei beijos suaves em seu peito,
lambendo e chupando seus peitos grandes. Eu estava tentando muito
prestar atenção ao desempenho que estava fazendo, mas era difícil. Eu
queria tanto olhar para Ben.
Finalmente desisti da luta e olhei para a minha esquerda. Ben ainda
estava sentado na cadeira, seu peito largo e ombros inclinados para trás,
levantando e abaixando com o que parecia ser respirações rápidas. Sua
testa estava ligeiramente franzida e ele parecia quase doído por ter que
sentar-se lá e assistir tudo isso. Seus olhos encontraram os meus e por um
momento tive medo de que ele quisesse que eu parasse.
Mas então seus lábios se curvaram levemente em um sorriso malicioso e
fraco e seus olhos azuis brilharam para mim com entusiasmo. Ele estava
interessado. Realmente interessado.
Sentei-me rapidamente e puxei Jessica comigo pelos quadris, virando-a
de bruços e a encarando em direção a Ben. Então puxei seus quadris para
trás, forçando-a a ficar de quatro, sua bunda redonda e cheia bem na minha
frente. Eu me posicionei atrás dela e corri minha mão por suas costas,
acariciando-a suavemente enquanto arrastava minha ereção através da
umidade entre suas coxas.
Ela ergueu o rosto para mim, lambendo os lábios e me dando um olhar
faminto. Ela estendeu a mão para trás e agarrou meu pau, acariciando-o
para cima e para baixo em sua mão macia.
— Vai me foder agora, Ryan? — Ela perguntou, sua voz trêmula com
antecipação.
— É isso que quer? — Rosnei, correndo meus dedos por seus joelhos
cortados, sentindo seu tremor enquanto circulava seu clitóris.
— Sim! — Ela se engasgou, pressionando meu pau em sua entrada.
Olhei para Ben, observando sua reação a tudo isso. Ele acenou com a
cabeça sutilmente, sua mão rastejando lentamente em direção a sua própria
ereção, ajustando-a em suas calças.
Respirei lentamente, pronto demais para obrigar os dois, tirando meu
pau de Jess e empurrando a cabeça dentro dela.
Nós dois gememos juntos, absorvendo a sensação. Era tão novo... Tão
estranho, mas tão fodidamente estimulante. Empurrei um pouco mais, meu
corpo todo formigando. Ela era tão apertada, molhada e quente. Já parecia
incrível. Eu a agarrei com força na bunda, empurrando ainda mais,
deixando-a sentir o sentimento. Ela estava claramente adorando.
— Ryan! Puta merda... seu pau é incrível... — ela choramingou, e gemi
baixinho. Ouvi outro barulho e olhei para cima para ver as pálpebras de
Ben fechando enquanto ele enfiava os dedos no braço da cadeira.
Ele parecia tão excitado. Era quente pra caralho. Ele estava fazendo a
mesma cara que ele fez quando eu o fodi, e queimou minha carne como se
eu estivesse pegando fogo.
Forcei meu pau grosso ainda mais dentro da boceta de sua esposa,
sentindo cada cume dela, aquelas paredes de pelúcia me acariciando
centímetro a centímetro. Afastei-me e empurrei novamente, desenvolvendo
um ritmo, mantendo meus olhos em Ben o tempo todo.
Jessica estava fazendo os barulhos mais sexy de todos os tempos. Eu
estava acostumado com eles, tendo visto ela na cama com Ben algumas
vezes. Seus sons estavam me levando a pegar o ritmo um pouco,
bombeando nela continuamente. E o rosto de Ben estava me deixando
louco. Ele parecia que estava prestes a quebrar, sua cabeça pendendo para
trás, o pomo de adão balançando em sua garganta quando ele engolia, me
observando levar sua esposa para um passeio no meu pau.
Olhei para baixo por um momento, mordendo meu lábio ao ver meu pau
entrando e saindo da buceta apertada de Jess. Segurei sua bunda com força
em minhas mãos, espalhando suas nádegas para que eu pudesse realmente
ver. Foi maravilhoso pra caralho.
Quando meus olhos voltaram para Ben, ele estava com a mão em sua
calça de moletom e se acariciava lentamente, seus olhos movendo-se para
frente e para trás entre mim e sua esposa. Olhei para o rosto de Jess, seu
olhar preso em Ben também. Meus olhos se fecharam por um momento
enquanto eu grunhia enquanto acariciava meu pau dentro e fora dela. Amei
o fato de que ela e Ben estavam olhando um para o outro. E fodidamente
amava que eles estavam ainda tão conectados, mesmo comigo na imagem.
— Ben... — Jess gemeu, e ele choramingou, sua mão forte enrolada em
torno de sua ereção longa e grossa enquanto ele se sacudia, metade de seu
enorme pau saindo da calça. Lambi meus lábios, desejando sua
masculinidade perfeita enquanto eu bombeava em sua esposa, minhas
bolas batendo na parte inferior de sua bunda.
— Jessica... — ele rosnou, áspero e rouco, seus olhos sem piscar.
— Venha aqui, — ela exigiu, sua voz desigual com minhas estocadas. Ele
ergueu aquela sobrancelha arrogante para ela, e meu pau pulsou em sua
boceta.
— Venha aqui, Ben, — acrescentei, dando-lhe um dos meus próprios
olhares famintos.
Ele se levantou devagar, indo até a beira da cama e baixando as calças.
Ele estendeu a mão e segurou a mandíbula de sua esposa, acariciando-se
diretamente em seu rosto.
— Isso é bom, bebê? — Ele perguntou, sua voz suave e erótica.
— Sim... — ela disse a ele, enquanto tomava cada centímetro de mim.
— Como o pau dele se sente dentro de você? — Seus olhos
permaneceram nos dela, seu próprio pau grande em sua mão.
— Mmmm... tão bom pra caralho, — ela disse enquanto suas paredes
apertavam em mim.
— Abra bem, esposa, — ele comandou, seus olhos escuros e brilhantes.
Ela separou os lábios e observei, fascinado, quando ele empurrou seu
pau em sua boca, e ela começou a chupar.
— Porra... — Gemi, mantendo minhas estocadas alinhadas com sua boca,
movendo-se para cima e para baixo no pau gigante de Ben.
— Bom, bebê... — Ben a guiou, mantendo seus olhos com os dela
enquanto ela engolia seu pênis, levando-o profundamente em sua garganta
enquanto eu continuava a perfurar e puxar para trás, quase todo o caminho
para fora, então batendo de volta para dentro. — Chupe meu pau enquanto
é fodida. Você é tão gostosa, bebê... Eu te amo pra caralho.
— Jesus, Jess... — Grunhi, observando sua boca. — Sua boceta é tão boa...
Ela ainda estava gemendo, mesmo com a ereção de Ben deslizando para
dentro e para fora de seu rosto. Estava tão ruim, eu não conseguia nem
aguentar. Eu podia sentir meu orgasmo se aproximando e precisava me
concentrar.
— Ryan... — Eu ouvi a voz de Ben me chamando, e olhei para cima. Ele
estendeu a mão e agarrou meu rosto, puxando meus lábios nos dele.
Eu choraminguei em sua boca enquanto ele me beijava, seus lábios
capturando meus sons. Ele chupou meu lábio inferior repetidamente,
empurrando sua língua para dentro e batendo na minha. Corri meus dedos
por seu cabelo, puxando-o ainda mais perto, beijando-o de volta com força
enquanto batia em sua esposa, forçando sua boca em seu pau.
Era como uma sobrecarga de prazer. Eu mal conseguia processar o
quanto estava acontecendo. Meu pau estava enterrado dentro de uma
boceta apertada, quente e molhada, acariciando profundamente, e eu estava
beijando o cara mais quente do mundo enquanto ele ficava louco. O ar no
quarto estava pesado e cheio de luxúria. Tudo parecia tão incrível.
— Você gostou, bebê? — Ben rosnou na minha boca, traçando meu lábio
inferior com a língua.
— Sim... — Puxando e entrando.
— Diga-me, Ryan... Diga-me como é boa a sensação da boceta da minha
esposa.
— Ben... é tão bom pra caralho. Tão apertada e molhada...
— Deus, eu amo assistir você foder... — ele pressionou sua testa contra a
minha enquanto fodia a boca de sua esposa. — Faça minha esposa gozar,
Ryan... Porra, faça sua boceta gozar em seu pau.
Gemi alto e senti as entranhas de Jess tremendo. Suas pernas estavam
rígidas e eu poderia dizer que ela estava perto. Ela estava realmente indo
para a cidade em Ben, devorando seu pau como se fosse sua profissão
escolhida. Eu deslizei minha mão entre suas coxas e corri meus dedos sobre
seu clitóris, escovando-o suavemente até que ela gritou com o pênis de seu
marido deslizando em sua garganta, seu peito caindo para frente quando
ela o soltou.
Ben saiu de sua boca e a segurou enquanto ela gritava, suas paredes se
contraíram no meu pau. Ela estava de repente ainda mais apertada, sua
boceta me apertando como um punho enquanto gozava, forte, jorrando em
cima de mim. Mordi meu lábio e diminuí minhas estocadas, deixando-a
cavalgar. Ela estava murmurando gritos confusos, uma mistura de
palavrões e os nossos nomes. Foi a coisa mais quente que já experimentei
na minha vida.
Assim que ela terminou de gozar, seu corpo desabou na cama. Puxei para
fora dela e a deitei de costas, beijando seus lábios suavemente. Suas
pálpebras pareciam pesadas. Na verdade, ela parecia exausta e tão linda.
Não pensei que seu rosto pudesse corar mais do que antes, mas claramente,
eu estava errado.
— Oh meu Deus, Ryan... — ela choramingou, passando as unhas sobre
meu abdômen. — Jesus Cristo...
— Você se sente bem, linda? — Eu sorri, corrigindo minha respiração.
— Mmmm... — ela balançou a cabeça lentamente. — Agora quero que
goze.
Eu ri baixinho e balancei minha cabeça, observando seus seios se
moverem para cima e para baixo com sua respiração pesada, seus doces
mamilos rosados se animaram no ar. — Ben, venha — Jess murmurou,
batendo na coxa do marido.
Olhei para ele e ele ergueu a sobrancelha para mim. Puxei meu lábio
inferior entre os dentes. Oh, Ben...
Ben rastejou na cama, deitando-se de barriga na minha frente. Sentei-me
de joelhos e engoli em seco, observando cuidadosamente enquanto ele
deslizava sua língua sob minha cabeça, fazendo meu pau estremecer. Eu
estava tão duro que latejava. Ver a boca de Ben no meu pau estava
ameaçando me destruir.
— Mmm... — ele grunhiu, chupando meu pau suavemente por um
momento, então tirou a boca. — Posso provar sua deliciosa boceta em seu
pau, bebê.
— Você gosta disso? — Jessica falou lentamente, rolando para o lado
para assistir com uma curiosa excitação no rosto.
— Uh-huh... — Ben cantarolou, me sugando mais, mais profundamente,
mantendo os olhos nos meus o tempo todo. Amava quando ele fazia isso. O
contato visual do boquete era excelente.
— Ben... — Engasguei, minha cabeça pendendo para trás em prazer
enquanto eu estendia a mão para segurar seu rosto, deleitando-me com a
sensação suave de sua língua deslizando sob meu eixo enquanto ele
chupava meu pau profundamente em sua garganta. — Sua boca está... uh,
tão boa, bebê.
— Ben, quero seu pau, — Jess choramingou, implorando a seu marido.
Sem dúvida, ele puxou sua boca de mim, acariciando meu pau em sua
mão algumas vezes enquanto se posicionava entre as coxas de sua esposa,
aliviando seu pau dentro dela lentamente. Ele gemeu baixinho, beijando
seus lábios com suavidade, construindo um ritmo, empurrando
profundamente, segurando sua coxa em volta de sua cintura.
Eu me masturbava vendo Ben se mover. Parecia tão bom quanto me
lembrava.
— Bebê, você está ensopada, — ele ofegou, e ela gritou em voz alta. —
Você gozou bem e forte?
— Sim! — Ela gritou.
— Você quer voltar para o seu marido? — Ele rosnou, agarrando seus
seios.
— Sim, Ben... porra, eu amo o seu pau...
Os olhos semicerrados de Ben voltaram para os meus. — Ryan. Pau, aqui.
Agora.
Obedeci ao seu comando, movendo-me para o seu rosto. Ele
imediatamente abaixou seus lábios no meu pau e voltou a me chupar,
enquanto fodia sua esposa lenta e profundamente, seus quadris e bunda
perfeita parecendo magníficos empurrando nela.
— Deus, Ben... Chupe a porra do meu pau... — minha voz falhou. Era tão
bom, eu estava a segundos de explodir.
Ben gemeu comigo em sua boca, bombeando sem parar na buceta de Jess
enquanto ele me chupava. Fechei meus olhos e estremeci. Porra, eu vou
gozar... — Ben! — Jessica chorou.
— Ben! — Chorei.
Ele brincou com minhas bolas com os dedos, em seguida, apertou
suavemente, sua cabeça balançando para cima e para baixo no meu
comprimento até que o soltei e comecei a gozar. Meu pau explodiu com
tanta força que eu mal conseguia respirar. Ele pulsava e latejava entre seus
lábios, minha carga quente e escorregadia disparando em sua boca
enquanto ele cantarolava e engolia tudo.
Ele agarrou minha mão com força e a segurou com força. Ele estava
gozando também. Eu sabia que ele estava gozando dentro de sua esposa.
Tirei meu pau de sua boca e ele beijou os lábios de Jess, os olhos fechados
enquanto ele rugia: — Porra! Estou gozando... Oh Deus, estou gozando em
você, Jess... tão... forte...
— Sim, Ben! Goze comigo! — Ela gritou novamente, encontrando sua
própria liberação, suas unhas cavando nas costas musculosas de Ben,
deixando marcas vermelhas em seu rastro.
Não pude evitar de tocar Ben em todos os lugares, ainda maravilhado
com minha alta pós-orgasmo. Caí de costas na cama atrás dele, passando
minhas mãos para cima e para baixo em seus quadris, esfregando sua
bunda, com um sorriso preguiçoso para o chupão que ainda estava lá da
noite passada.
Ben e Jess estavam grunhindo e ofegando, arfando enquanto desciam de
seus orgasmos. Éramos todos apenas uma grande pilha de membros
suados, cabelos despenteados e sucos sexuais. Foi incrivelmente perfeito.
Eu não poderia ter pedido um trio melhor, mais gostoso e mais excêntrico.
Nunca.
— Oh... meu... Deus... — Jessica guinchou, seus dedos percorrendo as
costas de Ben, sobre os meus. Ela agarrou minha mão e nós entrelaçamos os
dedos.
— Isso foi... porra... perfeito... — Ben suspirou, passando a mão pelo
cabelo, que estava em todo o lugar, fazendo-o parecer adoravelmente sexy.
— Tão perfeito, — acrescentei em um ronronar saciado, indo até Ben e
beijando seu ombro.
Ele se virou para mim por um momento, pegando meu queixo em sua
mão e me beijando suavemente até que eu praticamente derretesse
completamente. Então ele tombou e agarrou sua esposa pela cintura,
puxando-a para mais perto dele, plantando beijos suaves ao longo de todo
o pescoço.
— Eu te amo, bebê... — ele sussurrou. Meus olhos se fecharam.
— Eu te amo... — Jess cantarolou, apertando minha mão. Amo você.
Capítulo 13
Ben

Abri meus olhos rapidamente. Pisquei algumas vezes, permitindo que se


ajustassem à falta de luz.
Estava muito escuro no quarto. Quase escuro demais para ver qualquer
coisa.
Levantei minha cabeça e olhei ao redor. Eu estava em uma cama, muito
maior que a minha.
Certo… O hotel. Que horas são?
Olhei para a minha direita, olhando para o corpo adormecido de minha
esposa em direção ao despertador na mesa de cabeceira. Eram quatro da
manhã.
Bocejei e afastei o cabelo bagunçado da minha Jess para longe de seu
rosto, olhando para sua beleza, admirando o quão pacífica ela parecia. Ela
estava completamente nua, não tanto como um lençol fino enrolado em sua
cintura. Ela parecia luminosa.
Beijei sua testa e rolei de volta para a minha esquerda, onde Ryan estava
dormindo de costas para mim. Ele também estava nu e não tinha nada para
cobri-lo, porque percebi que ele tinha um milhão de graus quando dormia,
e ele ficava chutando os cobertores para longe dele, aparentemente para
não colocar fogo na cama.
Sorri para mim mesmo e balancei minha cabeça, estendendo a mão
hesitantemente para correr meus dedos por suas costas. Era tão novo e
emocionante ter outra pessoa na cama. E com minha esposa do outro lado
de mim... Eu senti como se estivesse viajando com alguma droga exagerada
que dura horas e horas seguidas.
Eu não tinha ideia de como começar a compreender o que aconteceu esta
noite...
Foi uma loucura. Louco. Insano. Algo que nunca pensei que faria em um
milhão de anos. E me senti completamente à vontade fazendo isso.
Em nenhum momento durante as atividades desta noite me senti
desconfortável ou questionado o que estava acontecendo. Parecia certo o
tempo todo. Eu sabia que era por causa das pessoas. Jessica foi minha
esposa por dezenove anos. Fiz tudo com ela e, onde quer que ela estivesse,
estava confortável e feliz. E Ryan e eu tínhamos uma coisa acontecendo. Só
nos conhecíamos há duas semanas, mas já havíamos explorado nossos
sentimentos sexuais um pelo outro algumas vezes, e sempre foi incrível.
Então, naturalmente, reunir as duas partes era como a melhor fantasia ser
vivida.
Eu não tive a chance de falar com Jessica sobre se ela se sentia da mesma
maneira, mas eu já podia dizer que ela sentia. Perguntei se ela estava bem,
logo antes de todos nós desmaiarmos juntos na cama, exaustos, suados e
saciados. E ela me disse, com um sorriso, que nunca esteve melhor. Então tive
que acreditar em sua palavra por enquanto, e confiar que eu a conhecia
bem o suficiente para farejar quando ela estava secretamente se sentindo
mal por alguma coisa.
Mas o nível de conforto de Jess com a situação parecia um resultado
direto da parte de Ryan nisso também. Por alguma razão, sem que eu
soubesse, Jess e Ryan tinham uma espécie de vínculo. Eu não tinha certeza
do que era, ou de onde tinha vindo, já que não se conheciam muito bem.
Mas pareciam realmente vibrar um com o outro. Às vezes, quando eu os
observava interagindo, eu os pegava refletindo os movimentos ou
expressões faciais um do outro. E o estranho é que não parecia intencional.
Pareceu simplesmente acontecer e foi estranho, mas também maravilhoso
de testemunhar.
Eu já sabia que havia algo diferente em Ryan. Eu tinha percebido quando
nos conhecemos, e continuou a crescer depois que começamos a nos ligar.
Ele tinha muitas qualidades realmente maravilhosas, fora do físico, que me
atraíram para ele. Eu tinha que imaginar que Jess aprendeu essas coisas
também. Talvez ela estivesse se sentindo da mesma maneira que eu...
Eu era uma pessoa ciumenta por natureza. Quando caras batiam em
Jessica em bares ou festas, eu sempre sentia a raiva borbulhar dentro de
mim, como um homem das cavernas feroz. Então, o fato de que eu podia
assistir minha esposa sendo fodida por alguém que não era eu, e realmente
ficar excitado com isso, significava que havia algo mais acontecendo aqui.
Era inegável.
Ryan resmungou algo em seu sono e começou a se atirar de novo, caindo
para o outro lado e me agarrando pela cintura. Sorri para mim mesmo e
rolei, decidindo deixá-lo me acariciar por um minuto até que sua pele
quente e repreensiva fosse demais.
Assim que empurrei minhas costas contra sua frente, ficou claro que ele
estava sonhando, ou algo assim. Ele tinha um tesão furioso. Mordi meu
lábio para abafar minha risada, sua ereção gigante me cutucando nas costas
enquanto eu olhava para o rosto de Jess, observando-a dormir. Ela parecia
tão fofa e sexy. Minha esposa era única. A mulher mais incrível do mundo.
Só de lembrar o quão fodidamente gostosa ela parecia quando estava
olhando para mim, curvada de quatro enquanto Ryan levantava tudo em
suas entranhas me fez tremer, meu pau semi-duro inflando. Foi a coisa
mais incrível que já testemunhei. Foi como foder na frente de um espelho.
Ou seja, se você também quisesse chupar seu próprio pau e ser fodido por
seu reflexo.
Meus pensamentos estavam me excitando novamente, assim como a
sensação do pau superdimensionado de Ryan se encolhendo contra a
minha bunda. Mordi meu lábio quando a excitação levou o melhor de mim
e comecei a me contorcer lentamente um pouco em frustração.
Apertei minha bunda contra o pau de Ryan, excitação passando por mim
quando empurrou entre minhas nádegas me deixando quente e formigando
por toda parte. Era o meio da noite, escuro como breu, e eu estava na cama
com dois humanos peludos e nus. Se essa não era uma receita para
comportamento travesso, então eu não sabia o que era.
Continuei me movendo lentamente, deslizando minha bunda para cima e
para baixo de Ryan, pau cheio, ouvindo-o ofegar em sua boca. Eu não tinha
certeza se ele tinha acordado, mas eu realmente não me importava de
qualquer maneira. Parecia tão bom. Empurrei meus quadris para trás com
mais força, dobrando ligeiramente na cintura para que eu pudesse
realmente colocá-lo lá. Sua cabeça lisa e grossa deslizou sobre meu traseiro
e meu pau começou a latejar.
Oh merda, isso é muito bom. Devo acordá-lo para me machucar? Devo acordar
os dois? Talvez eu deva apenas continuar provocando e ver o que acontece...
Mais alguns minutos e eu estava ficando desesperado. O pau de Ryan
estava tão duro, e estava basicamente bem ali, pronto para empurrar dentro
de mim. Eu queria tanto. Eu estava queimando.
Bem quando eu estava prestes a agarrar meu pau e começar a me
masturbar, senti a mão de Ryan massageando minha bunda. Seus lábios
encontraram a parte de trás do meu pescoço, beijando em todos os lugares,
através dos meus ombros e nas minhas costas. Graças a Deus, ele está
acordado.
Nenhum de nós disse uma palavra. Nós não precisamos. A paixão e a
luxúria estavam lá, prontas para serem exploradas. Ele estendeu a mão ao
meu redor, acariciando minha frente com dedos curiosos, meu peito, meu
abdômen, minha pélvis, propositalmente evitando minha ereção, me
provocando de uma forma que me fez tremer. Ele se aproximou ainda mais,
movendo seus lábios na minha orelha, respirando suavemente enquanto
pegava o lóbulo da minha orelha entre os lábios e começava a chupar.
Eu queria gemer alto, mas estava tentando ficar quieto. Eu não queria
necessariamente acordar minha esposa... Era muito mais quente assim. O
aspecto proibido. Se ela acordasse enquanto Ryan e eu estávamos
brincando, quem sabia o que ela faria. E esse foi o pensamento mais
emocionante de todos.
A mão forte de Ryan deslizou de volta para minha bunda, agarrando-a
com força em sua palma. Ele deslizou os dedos entre as nádegas e eu
instintivamente apertei com seu toque. Ele ofegou meu nome no meu
ouvido, revelando o quão completamente excitado ele estava, enquanto seu
dedo me sondava. Choraminguei com a sensação dele me acariciando,
enrolando-o para provocar aquele ponto que causou arrepios em todo o
meu corpo. Ele fez isso mais algumas vezes, então tirou a mão por um
segundo, voltando molhada.
Porra. sim.
Ele começou a empurrar seus quadris para frente, girando sua cabeça ao
redor do meu buraco. Relaxei muito, mais do que o normal porque eu
queria tanto, e fiquei excitado como um louco. Fechei meus olhos e
empurrei meus quadris de volta para ele, implorando-lhe, sem palavras,
para me encher rápido antes que eu explodisse em chamas.
Ryan enfiou seu pau dentro da minha bunda lentamente, sua cabeça
deslizando primeiro, rompendo minha entrada. Engasguei-me, o mais
silenciosamente que pude, segurando os lençóis em meu punho. Ele
empurrou mais e mais, me penetrando lenta e firmemente, e eu poderia
dizer que isso o estava deixando louco. Eu estava tão carente dele. Tive que
estourar minha bunda ainda mais, permitindo que ele empurrasse mais
fundo. Ele agarrou minha bunda em suas mãos e segurou firme enquanto
se afastava e dirigia, seu pau monstro grosso me rasgando.
— Ryan... — sussurrei, incapaz de me segurar mais. — Porra, isso é
bom...
— Ben, você é tão apertado, bebê, — ele rosnou, levantando minha
bunda com as mãos, me fodendo cada vez mais fundo. — Amo foder seu
doce traseiro.
— Amo quando você fode minha bunda... — murmurei, tentando muito
ficar quieto.
— Você precisa de mim dentro de você, Ben? — Ele ofegou atrás de mim,
beijando e beliscando meu pescoço, puxando meu cabelo.
— Sempre, — gemi em um sussurro. Fui pegar meu pau, mas Ryan
afastou minha mão, levando-o em seu punho e acariciando lentamente para
cima e para baixo.
Ele enfrentou cada estocada com um golpe. Apenas o melhor em alcance.
Estávamos indo para lá, tentando ser sutis, mas era muito difícil quando
eu tinha um pau enorme na minha bunda. Ryan estava me bombeando por
trás repetidamente, me ferrando tão bem que eu mal conseguia respirar.
Meus olhos se fecharam fortemente enquanto eu mordia meu lábio,
pegando a batida que estava recebendo e amando isso pra caralho.
E então, de repente, ouvi outra voz.
— Oh meu Deus... — Jess choramingou, e meus olhos se abriram. Peguei
um olhar assustado em seu rosto, mas não durou muito antes de ele se
lançar sobre mim.
Ela agarrou meu rosto e me beijou com força, empurrando a língua na
minha boca, ofegando e gemendo todos os tipos de ruídos eróticos em
meus lábios. Ela lambeu e chupou minha mandíbula e meu pescoço, me
mordendo e arranhando com suas unhas.
Senti Ryan desacelerar um pouco, como se ele não soubesse o que estava
acontecendo, mas então a mão de Jess cobriu a sua no meu pau e gemi
baixinho.
— Ryan, continue... — ela ordenou em um sussurro, e Ryan não hesitou.
Ele aumentou o ritmo, empurrando em mim com força por trás, movendo
seus lábios para beijar meus ombros. Foi a combinação perfeita de áspero e
doce.
As mãos unidas de Jess e Ryan me empurraram, e foi tão fodidamente
maravilhoso que eu não conseguia nem compreender o que estava
acontecendo. Então senti Jess mover sua frente ainda mais perto e ela
colocou a perna em volta da minha cintura.
— Ben... coloque seu pau na minha boceta, por favor... — ela
choramingou, pegando meu pau e mirando em sua abertura úmida e
apertada. — Foda-me enquanto você é fodido, por favor. Preciso disso.
Meu pau latejava em sua mão. Ryan estava tão fundo na minha bunda,
batendo no meu lugar mais e mais, eu sabia que gozaria em breve. E pelo
som dele, ele também. A ideia de gozar dentro da minha esposa enquanto
Ryan gozava em mim era demais para minha ereção suportar. Estava
prestes a explodir só de pensar nisso.
Puxei Jess o mais perto de mim que pude, mergulhando-a um pouco
embaixo de mim. Ryan entendeu a dica e segurou meus quadris para cima
o suficiente para conseguir um bom ângulo. Então deslizei meu pau dentro
da minha esposa, centímetro a centímetro, nós três gemendo alto
simultaneamente.
— Ryan, você pode... foder... pode se mover... comigo? — Ofeguei, vendo
estrelas na escuridão do quarto.
— Basta seguir minha liderança, bebê, — ele murmurou no meu ouvido e
eu quase gozei apenas com isso.
Ele continuou a recuar, em seguida, empurrou dentro de mim, e cada vez
que o fazia, eu me movia para minha esposa. Era como se Ryan estivesse
controlando tudo, o que alterava totalmente a mente. Foi tão bom. Eu não
seria capaz de aguentar por muito tempo.
— Ben... — Jess gritou, sentindo meu peito, as pernas bem abertas,
enquanto eu batia nela com as estocadas de Ryan. — Isso é... incrível...
— Mmm... bebê... sim.
— Como é? — Ela ronronou, lambendo meus lábios. — Você gosta disso?
— Eu amo isso...
— O pau de Ryan se sente bem dentro de você...?
— Porra, sim... Bebê... não posso... — Meu cérebro estava confuso. Eu não
tinha ideia do que estava dizendo, e tudo estava desaparecendo de mim.
— Vai gozar do pau enorme dele? — Ela continuou, gemendo, me
empurrando enquanto eu empurrava dentro dela.
— Porra! Vou gozar... dentro de você... — Engasguei-me, sentindo
minhas bolas ficarem super apertadas. — Ryan... bebê, você está me
fazendo... gozar!
— Goze dentro de sua esposa, Ben, — ele rosnou em meu ouvido,
lambendo-o, beijando meu pescoço e mandíbula. — Goze com meu pau
dentro de você...
Engasguei-me alto e deixei o orgasmo cair sobre mim como uma onda.
Eu não conseguia nem reconhecer minha própria voz, grunhindo e
ofegando e resmungando todos os tipos de coisas enquanto meu pau
disparava como um vulcão e eu derramava tudo de mim dentro da buceta
apertada e quente da minha esposa.
Ela estava gritando junto comigo, e enquanto eu descia, senti Ryan
encontrando sua própria liberação dentro de mim, enquanto as paredes de
Jess tremiam no meu pau com seu próprio orgasmo de balanço.
Ambos me fizeram gozar e depois gozaram juntos. Foi a coisa mais
quente, mais louca e mais ridícula de que já participei.
Depois disso, apaguei por um tempo. Não tenho certeza se adormeci ou
estava apenas em algum tipo de transe orgástico bizarro, mas me senti
como se estivesse flutuando em uma nuvem feita de algodão doce.
Lembro-me vagamente de Ryan e Jess caindo na cama um de cada lado
meu, ambos me beijando em todos os tipos de lugares, sussurrando coisas
em anel. Mas eu mal estava consciente o suficiente para fazer qualquer
outra coisa além de envolver meus braços em torno deles, puxá-los para o
meu peito e dar o fora.
Quando reabri meus olhos, já estava apagado. Estiquei os braços e as
pernas na cama, sentindo uma forte tensão muscular por todo o corpo.
Virei minha cabeça para a esquerda e para a direita, processando
lentamente o fato de que estava sozinho. Foi então que percebi a música
vindo do outro cômodo. E o cheiro de comida.
Sim, graças a Deus pela comida. Estou morrendo de fome.
Rolei para fora da cama, cambaleando rapidamente para o banheiro para
escovar os dentes e me lavar. Eu precisava acordar um pouco. Fiquei
atordoado com tudo o que acontecera nas últimas 48 horas. Era uma
espécie de bebida e ressaca sexual, só que muito mais refrescante. Eu me
senti... vivo.
Assim que terminei no banheiro, me vesti apenas com minha calça de
moletom e fiz meu caminho pela suíte, seguindo o cheiro de bacon. Ouvi
vozes conversando e rindo sobre o som fraco da Besta do Burden dos Rolling
Stones. Eu caminhei em direção à cozinha, sem saber o que iria encontrar.
Parei por um momento, observando a cena diante de mim.
Jess e Ryan estavam sentados à mesa da sala. Os dois estavam vestindo
túnicas, bebendo xícaras de café, conversando animadamente e rindo para
frente e para trás. Havia de tudo na mesa, e tudo parecia delicioso. Mas eu
ainda estava atordoado demais para me mover.
Eu não tinha certeza do porquê, mas por algum motivo não esperava que
Ryan ainda estivesse lá. E eu definitivamente não esperava que ele ficasse
para o café da manhã. Isso foi desorientador, mas também um alívio
surpreendente.
Obriguei-me a continuar andando, vagando até eles para ver o que
diabos estava acontecendo. Meus olhos encontraram a comida, como ímãs,
minha boca começando a salivar enquanto meu estômago roncava. Todas
as atividades da última noite me deixaram faminto.
— Bom Dia, bebê! — Jess murmurou, olhando para mim com um sorriso
cobrindo seu rosto lindo e fresco. Ela parecia rejuvenescida, brilhando,
mesmo. Claramente, a noite passada foi boa para ela.
— Bom dia, — acrescentou Ryan, também sorrindo. Ele também parecia
incandescente. Caramba, eu me pergunto se pareço tão bem...
— Bom dia... — Murmurei, sentando-me na poltrona em frente a eles, me
servindo um pouco de café.
— Está com fome? — Jess perguntou, parecendo muito animada
considerando a falta de sono.
— Faminto, — grunhi, bebendo meu café, então imediatamente peguei
um prato e peguei um pouco de tudo. Panquecas, ovos, bacon, batatas fritas
caseiras, frutas. Meu prato estava cheio ao máximo, e olhei para cima para
ver Ryan e Jess olhando para mim, ambos com os mesmos sorrisos
conhecedores em seus rostos. — O que...? — Resmunguei, levantando
minhas sobrancelhas.
— Nada, — os dois murmuraram ao mesmo tempo, depois se
entreolharam e começaram a rir.
Ok, isso é muito estranho.
— Recuperando-se um pouco... — Ryan bufou, ainda com seu sorrisinho
atrevido.
— Entendo.
— Sim, já guardei três panquecas — Jess continuou rindo.
— Mais como uma e meio, — Ryan brincou com ela, cutucando-a na
lateral. — Então me fez comer o resto para você.
— De jeito nenhum! Cale a boca... — ela gritou, dando um tapa de
brincadeira no braço dele, antes de colocar uma mecha de cabelo solta atrás
da orelha. Suas bochechas estavam rosadas.
Olhei para eles. — Há quanto tempo vocês dois estão acordados?
—Não muito — murmurou Jess, tomando um gole de café.
Encolhi os ombros para mim mesmo, cavando minha comida. Ainda
estava quente, então não poderia estar ali por mais de quinze minutos.
Coloquei comida em minha boca rápido, basicamente inalando tudo
porque eu estava morrendo de fome. Eu não sentia tanta fome há algum
tempo.
— Temos que fazer o check-out em duas horas, — Jess fez beicinho. Olhei
para ela entre mordidas enormes. — Não quero sair desta grande e linda
suíte de hotel.
— Você tem que trabalhar amanhã? — Ryan me perguntou, parecendo
completamente interessado.
— Tenho um almoço com alguns empreiteiros, — murmurei. — Estamos
licitando um novo trabalho.
— Eles estão construindo um novo shopping em Los Cruces, —
acrescentou Jess. — Seria um trabalho enorme.
— Isso parece legal, — Ryan acenou com a cabeça, olhando para trás e
para frente entre Jess e eu.
Eu não sabia o que dizer, então apenas balancei a cabeça, continuando
com meu café da manhã. Foi meio estranho ficar sentado ali com minha
esposa e Ryan, depois de tudo o que aconteceu na noite anterior. Eu não
tinha certeza exatamente do que estava acontecendo, mas Jess parecia
totalmente satisfeita com Ryan estar lá, andando com a gente pela manhã.
Fiquei um pouco desconcertado com isso. Achei que ela iria querer que ele
fosse embora, embora eu realmente não soubesse por quê.
Empurrei os pensamentos confusos para fora do meu cérebro enquanto
terminava minha comida. Jess e Ryan estavam conversando sobre as aulas
de Ryan e o que ele esperava neste semestre. Aparentemente, ele estava um
pouco estressado porque não tinha tido a chance de trabalhar muito
ultimamente, com a empresa de seu amigo tendo poucos trabalhos. Ele
parecia inquieto com relação aos empréstimos para a escola, mas ignorou
quando Jess tentou perguntar sobre isso.
O telefone de Ryan começou a tocar na mesa, e ele olhou para ele por um
momento, deslizando a tela, aparentemente para dispensar a chamada.
— É apenas meu colega de quarto, — ele nos disse, recostando-se no sofá.
— Ele continua ligando para se certificar de que não estou morto.
— Você não deveria responder e deixá-lo saber que não está? — Jess
sorriu.
Ryan riu e balançou a cabeça, colocando o braço no encosto do sofá, seus
dedos brincando com o cabelo dela.
— Ele vai ficar bem, — ele piscou.
— Eles sabiam que estava vindo para cá? — Perguntei, estreitando meu
olhar para ele. Houve uma sensação de aperto no estômago e isso estava
me deixando desconfortável.
— Mhm, — ele grunhiu sua resposta, o que me irritou.
— Seus colegas de quarto estavam preocupados com seu relacionamento
comigo, — eu disse a Jess, colocando um morango na minha boca.
— Sim, mas assegurei a eles que está tudo bem, e tenho tudo sob
controle, — ele disse a ela, olhando para mim rapidamente, me dando uma
olhada, antes de retornar para minha esposa.
— Bem, posso entender por que se sentem assim — Jess guinchou, os
olhos saltando para frente e para trás entre Ryan e eu. — É uma espécie
de... situação estranha.
— É estranho, — Ryan assentiu.
— Muito estranho... — Rosnei, observando-o de perto. Ele estava tão
próximo da minha esposa... E eu não tinha certeza se estava realmente com
ciúmes ou se apenas sentia que deveria estar.
Mas como eu poderia justificar ter ciúmes de Ryan flertando com minha
esposa quando tínhamos fodido uns aos outros na noite passada?
Ou talvez eu estivesse com ciúmes de Jess...
Balancei minha cabeça e peguei o resto do bacon.
— Alguém quer mais bacon? — Perguntei, apenas para ser educado. Eu
definitivamente não estava desistindo. — Muito devagar. É tudo meu.
Ryan riu alto e Jess começou a rir como uma tempestade. Tive que sorrir.
Eu não poderia ter ciúme desses dois. Eu gostava muito deles...
— Bem, vou tomar um banho — Jess suspirou, levantando-se lentamente,
esticando os braços atrás das costas. — Ou talvez outro banho... — Ela
estendeu a mão para escovar o cabelo de Ryan para trás com os dedos. —
Vou sentir falta dessa porra da banheira.
Ele sorriu para ela, e ela olhou para mim, deslizando a língua sobre o
lábio inferior. Pisquei para ela e ela saiu correndo em direção ao banheiro.
Ryan olhou para mim do outro lado da mesa e respirei fundo. Ele estava
me dando um olhar que eu realmente não conseguia interpretar, e isso
estava me deixando inquieto.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele se levantou e caminhou
até a poltrona, sentando-se ao meu lado. Ele deslizou para o meu lado,
envolvendo o braço em volta das minhas costas e descansando a cabeça no
meu ombro. Eu não tinha certeza de onde vinha a demonstração de afeto,
mas era muito bom. Inclinei-me para trás, colocando minha mão em seu
peito, tocando a abertura do roupão.
— Você está bem comigo estando aqui? — Ele perguntou baixinho,
segurando minha mão na sua e entrelaçando nossos dedos.
— Claro... — murmurei, sentindo o calor que vinha de ser capaz de
apenas estar perto dele, segurá-lo sem se preocupar se alguém descobrirá.
Era tão estranho e opressor que me fez sentir bêbado.
— Porque parecia um pouco chateado por eu me aproximar de Jess... —
ele rosnou, levantando a cabeça para olhar para mim. Fiquei boquiaberto
com ele, sem saber o que dizer. Talvez eu tenha ficado com um pouco de
ciúme no começo, mas só porque era muito estranho ver Jess agindo assim
com alguém que não fosse eu. — Se alguma vez se sentir desconfortável
com algo, quero que me diga. Temos que ser abertos sobre essas coisas.
— É apenas diferente... — eu disse a ele, correndo meus dedos pela nuca
ao longo de sua mandíbula. — Vou me acostumar com isso.
— É isso... o que acha que vai acontecer? — Ryan perguntou, seus olhos
arregalados e incertos. — Nós vamos nos acostumar com isso? Nós três...?
— Jesus, Ryan, não sei... — Dei de ombros, balançando a cabeça
lentamente. — Não tenho absolutamente nenhuma ideia do que está
acontecendo. A noite passada foi... alucinante. Foi a coisa mais louca que já
fiz.
Ele sorriu para mim. — Foi incrível, hein?
— É tão bom estar com você... — sussurrei, inclinando-me para beijá-lo
suavemente. Ele cantarolou na minha boca e senti abaixo da minha cintura.
— E com Jess. Amo assistir vocês dois juntos. Amo a ideia de nós dois
estarmos com ela... E de vocês dois estarem comigo. As combinações são
infinitas. — Eu sorri e ele riu em meus lábios.
— Acha que ela está tão entusiasmada com isso quanto você? — Ele
perguntou, se afastando e erguendo a sobrancelha.
— Não sei, bebê. Você me diz, — sorri. — Vocês parecem ter um vínculo
interessante...
— Nós temos, — ele respirou, olhando nos meus olhos. — É estranho. Eu
me sinto muito conectado a ela.
— Mmm... sim. Testemunhei sua conexão, — resmunguei, arqueando
minha sobrancelha para ele neste momento.
— Você obviamente gostou... — ele me provocou, mostrando a língua.
Eu lambi e ele fingiu brigar comigo.
— Ben! Ryan! — A voz de Jess gritou do banheiro. — Venham me ajudar
a ficar limpa!
Ryan e eu pausamos nosso jogo de luta e nos encaramos com entusiasmo
brilhando em nossos olhos.
— Vou correr com você, — ele pulou do sofá e tropeçou em seus pés.
— Você está caindo, garoto! — Corri atrás dele, agarrando-o pela cintura.
— Isso é uma promessa? — Ele zombou, dando-me um sorriso lascivo
antes de morder o lábio enquanto nos empurrávamos, gaguejando em
direção ao banheiro.
No segundo em que entrei, congelei, meu queixo caiu no chão. E parecia
que Ryan teve a mesma reação.
Minha esposa estava completamente nua na frente da banheira gigante,
olhando para nós com um sorriso malicioso em seu lindo rosto.
— Mmm... oi, aí, — ela disse asperamente para nós, e nós dois ficamos
brancos. Ela se virou e se curvou na nossa frente, despejando um pouco de
sabonete líquido de lavanda na água corrente da banheira, que agora estava
quase cheia.
Meu pau estava enchendo rapidamente enquanto eu olhava boquiaberto
para sua bunda linda, toda redonda e deliciosa, em exibição e esperando
por mim para agarrá-la. Olhei para Ryan pelo canto ou pelo meu olho e
parecia que ele estava babando.
Jess nos encarou novamente, e agora eu estava olhando para suas partes
frontais, seios grandes e empinados e seu doce e pequeno cupcake de uma
buceta. Yum… Minha esposa é um lanche fodido.
Decidi dar o primeiro passo, dando um passo lento em sua direção. Mas
ela ergueu a mão, me parando no meio do caminho, o que me fez fazer
beicinho. Ela riu em resposta.
— Há algo que quero fazer com vocês dois — Jess ronronou, seus olhos
brilhantes dançando entre nós.
— O que tem em mente...? — Ryan murmurou, soando como se estivesse
prestes a entrar em combustão. Não pude evitar que meus olhos caíssem
abaixo de sua cintura, notando seu pau impecavelmente duro, cutucando o
material do manto que ele estava vestindo.
— Vou dizer a um de vocês para fazer alguma coisa, e tem que fazer, —
ela começou, explicando as regras de seu jogo sexy inventado, que na
verdade era apenas Jess Calls the Shots, algo que jogávamos com frequência
em casa.
Levantei minhas sobrancelhas para ela. — Então vai nos dizer o que
fazer?
— Sim, — ela semicerrou os olhos para mim. — Estou me sentindo um
pouco... curiosa. E acho que devemos jogar mais uma vez antes de irmos
para casa, não concordam?
Seus olhos fixaram-se nos meus, então dispararam para Ryan
rapidamente antes de voltarem para mim. Ah, entendo o que ela quer dizer. Ela
quer que aproveitemos nosso tempo restante com Ryan fazendo algo divertido e
excêntrico antes de termos que deixá-lo... Bem, estou desanimado.
Balancei a cabeça para ela lentamente e ela sorriu, me dando um olhar
ligeiramente melancólico. Eu definitivamente sabia de onde ela estava
vindo.
— Você está pronto? — Ela perguntou, olhando diretamente para Ryan,
que parecia meio nervoso. Ele engoliu em seco visivelmente e acenou com a
cabeça. — OK! — Ela bateu palmas.
— Ben, quero ver como você e Ryan se beijam.
Ri baixinho e balancei minha cabeça. — Você já viu...
— Sim, mas isso foi ontem à noite durante todas as Sexcapades, — ela
sorriu amplamente.
— Sexcapades. — Eu ri, cruzando os braços sobre o peito. — Mesmo?
— Não tire sarro da minha palavra legal, — ela me repreendeu com um
sorriso malicioso. — Acho que se encaixa.
— Eu teria que concordar com isso, — acrescentou Ryan.
— Ok, tudo bem, — bufei, concedendo a eles. Eu imagino que farei muito
isso de agora em diante. — Então quer que eu beije Ryan?
— Sim, por favor, — ela acenou com a cabeça, parecendo um gatinho tão
travesso, eu não pude suportar.
Aproximei-me de Ryan rapidamente e agarrei seu rosto, segurando sua
mandíbula com a minha mão. Ele pareceu um pouco surpreso, mas seus
olhos fixaram-se nos meus e caíram nos meus lábios. Eu poderia dizer que
ele queria. E eu também. Afinal, adorava beijá-lo. Era fantástico.
Aproximei meu rosto do dele até sentir sua respiração em meus lábios.
Meus olhos se fecharam e o beijei, tão suave que ele choramingou em
minha boca. Ele me agarrou pela cintura enquanto nós dois separamos
nossos lábios, as línguas se tocando no meio. Eu já estava ofegante, foi tão
bom. E saber que Jess estava assistindo estava me incitando ainda mais.
Continuamos beijando mais profundamente, sugando os lábios um do
outro com pressa, minhas mãos puxando-o pelo pescoço e pelos cabelos,
enquanto ele puxava meu corpo para mais perto do dele, nossas ereções
esfregando juntas através de nossas roupas.
Finalmente, nós nos separamos, ambos sem fôlego, olhos fechados e
lábios escovando suavemente. Tracei seu lábio inferior com minha língua e
ele rosnou, quase inaudível, mas eu podia sentir, como um tremor correndo
por mim.
— Jesus... vocês dois são tão quentes... — Jess murmurou, e abri meus
olhos para olhar para ela.
Ela desligou a água e entrou lentamente na banheira, sua carne cremosa
deslizando sob as bolhas quando ela se sentou.
— Podemos nos juntar a você? — Ryan perguntou, agora olhando para
ela também.
— Ainda não, — ela murmurou, lambendo os lábios. — Mas logo.
Primeiro, quero que se dispam.
Respirei, tentando estabilizar minha libido furiosa. Este jogo estava me
excitando como um louco. Eu não tinha ideia do que Jess estava brincando,
mas sabia que seria sujo, sexy e muito divertido.
Ryan foi primeiro, empurrando minha calça de moletom para baixo
lentamente, por cima do meu enorme pau duro, que balançou para fora,
pronto para a ação, em seguida, desceu pela minha bunda e coxas,
deixando-as cair aos meus pés. Saí e os chutei para longe, desamarrando
seu roupão e empurrando-o de seus ombros, sorrindo com o fato de que
seus olhos estavam presos no meu pau.
— Mmm... — Jess cantarolou, recostando-se na banheira, as pálpebras
caindo levemente daquele jeito que me deixou saber o quão excitada ela
estava. Sua mão direita já estava faltando debaixo d'água, e eu sabia que ela
estaria se tocando em breve.
— Qual o próximo? — Perguntei, olhando para Ryan, sacudindo meus
quadris para frente para esfregar meu pau contra o dele.
— Toquem-se... — Jess comandou, sua voz suave e rouca de desejo. —
Lentamente.
Aproximei-me de Ryan, fechando a lacuna entre nossos corpos para que
pudéssemos realmente esfregar um no outro. Ele se abaixou e agarrou
nossos pênis juntos em sua mão, acariciando tão devagar que meus olhos se
fecharam, e gemi baixinho. Coloquei minhas mãos em suas costas, correndo
meus dedos ao longo de seus músculos, traçando-os com meus dedos.
— Ryan, beije o pescoço de Ben, — Jess ofegou. — Ele ama isso...
— Mmm... — Ryan gemeu, movendo seus lábios pela minha mandíbula e
pelo meu pescoço, beijando e chupando tudo.
Corri minhas mãos em torno de sua frente, sentindo seu peito e
abdômen, agarrando seu pau e esfregando-o em movimentos suaves. Ele
respirou na minha pele e eu estava queimando. Suas mãos estavam no meu
peito, me valorizando enquanto eu o puxava lentamente, fazendo-o tremer.
— Ryan... — A voz de Jess gemeu da banheira e ele grunhiu uma
resposta, sua língua deslizando sobre minha garganta. — De joelhos, por
favor.
— Puta merda, bebê... — Respirei, sem ter certeza de com qual deles eu
estava falando. Provavelmente ambos. Foi uma viagem tão grande, ter dois
deles... Isso deixou meu pau tão duro que parecia que ia quebrar.
Ryan felizmente caiu de joelhos na minha frente e lambeu seus lábios,
olhando para mim com fome em seus olhos. Amei aquele olhar sobre ele.
Isso me lembrou da primeira vez, no porão...
— Você sabe o que fazer, — Jess se engasgou, e olhei para ela. Ela estava
recostada na banheira, seus olhos arregalados fixos no que estávamos
fazendo. Seu peito estava se movendo para cima e para baixo com
respirações rápidas, e ela olhou bem para ele.
Ryan não perdeu tempo deslizando sua língua sob a cabeça do meu pau,
lambendo-o lentamente antes de me chupar entre seus lábios entreabertos.
Eu gemi, mordendo meu lábio e passando meus dedos por seu cabelo
enquanto ele ia para a cidade no meu pau latejante.
Ele estava sugando por um tempo. Jessica estava gemendo alto,
esfregando sua boceta na banheira. Meus olhos não conseguiam decidir
onde prefeririam estar, na boca dela ou de Ryan, deslizando para cima e
para baixo em minha carne sólida. Ele estava ficando muito bom em
boquetes. Peguei-me me perguntando se eu tinha melhorado desde a
primeira vez...
Finalmente, Jess nos parou, implorando que entrássemos na enorme
banheira com ela, o que obviamente fizemos, sem hesitar ou discutir. A
água estava quente e cheirava a sabonete líquido, que era calmante. Ainda
assim, meu coração estava batendo forte no meu peito em antecipação ao
que iria acontecer... Eu não conseguia me lembrar se eu já tinha realmente
feito sexo em um banho antes, mas não acho que teria. Principalmente com
duas pessoas ao mesmo tempo...
Ryan e eu sentamos lado a lado, em frente a Jessica, cujas bochechas
estavam vermelhas, seus olhos escuros com a excitação óbvia que ela estava
sentindo. Ela estava olhando para nós como se quisesse nos devorar. Estava
incrivelmente quente.
Ela se sentou lentamente, se aproximando de nós, agarrando meu rosto
primeiro, me beijando suave e doce, ronronando em meus lábios, fazendo
meu pau formigar na água. Então ela puxou o rosto de Ryan para que todos
pudéssemos nos beijar ao mesmo tempo. Foi uma experiência incrível...
Quando todos os nossos lábios se tocaram, senti um arrepio elétrico através
de mim, da minha virilha até o meu peito. Mmm...
Antes que eu soubesse o que estava acontecendo, Ryan e Jess estavam
lambendo e sugando meu pescoço e peito, puxando meus quadris para
colocar meu pau acima da superfície da água para que pudessem me
chupar juntos.
Seus olhos se encontraram e suas bocas se juntaram bem sobre a cabeça
do meu pau. Gemi alto, porque puta merda... Nunca houve um boquete mais
intenso. Duas bocas no meu pau. Duas línguas, dois pares de lábios... Era
como se estivessem se beijando, com meu pau super duro no meio. Jesus
Cristo... Isso é incrível. Eu mal percebi o quão forte eu estava segurando as
laterais da banheira até que minhas mãos começaram a doer.
— Bebê? — Jess guinchou, sua voz tremendo.
— Sim? — Ryan e eu respondemos ao mesmo tempo, e todos nós rimos.
— Quero vê-lo sendo fodido pelo meu marido... — Jess disse a Ryan,
seus olhos se encontraram, os rostos apenas alguns centímetros de
distância. Ele balançou a cabeça lentamente, seus olhos caindo para os
lábios. — Enquanto você... me lambe...— ela sussurrou, então deslizou a
mão entre as coxas sob a água. — Aqui.
— Porra, bebê... — Ryan rosnou, roçando os lábios nos dela, enquanto
pegava meu pau em sua mão, acariciando-o lentamente. — Quero tanto
prová-la de novo.
— De novo? — Grunhi, e os dois olharam para mim com olhos brilhantes
e sorrisos falsos inocentes em seus lábios. Ryan rastejou sobre mim,
beijando meus lábios lentamente.
— Quero que me foda de novo... — ele cantarolou, e peguei seu lábio
inferior rechonchudo entre meus dentes, sentindo seu pau recuar contra o
meu.
— De novo? — Jes engasgou e nós nos separamos para dar a ela alguns
sorrisos maliciosos e sujos.
— Sim... Nosso garoto pode montar meu pau como um cowboy, — eu
murmurei, dando a Ryan um olhar lascivo antes de beijá-lo novamente,
passando minha mão sobre sua doce bunda sob as bolhas. Meu dedo
deslizou entre suas bochechas e o senti ficar tenso enquanto ele gemia
baixinho.
— Hmm... Então vocês dois se fodem? — Jess murmurou, empurrando-
se de volta para o outro lado da banheira. — Isso é... muito emocionante.
— Todo mundo é fodido neste trio, querida, — disse a ela. Então me
sentei, pegando Ryan pelos quadris e forçando-o a se virar para encarar
minha mulher. — Agora, levante seus quadris, esposa. Acho que Ryan
ainda está com fome...
Dei um tapa na bunda dele, e ele choramingou, pegando a bunda de Jess
em suas mãos e levantando-a o suficiente para colocar suas coxas em volta
de sua cabeça. Fiquei de joelhos na frente dele, massageando sua bunda e
observando com fascínio quando ele baixou a boca na boceta da minha
esposa e lentamente começou a lambê-la.
Meu pau já estava chorando. Peguei-o em meu punho e dei alguns golpes
longos, enquanto a língua de Ryan girava ao redor do clitóris da minha
esposa, deslizando dentro dela enquanto ele beijava e chupava. Jessica
estava ofegante, seus seios arfando para cima e para baixo, os mamilos
duros como pequenas pedrinhas. Ela cravou os dedos no cabelo de Ryan
enquanto ele se movia, lambendo-a repetidamente.
Meus dedos deslizaram entre a bunda de Ryan novamente, meu polegar
circulando sua rigidez algumas vezes até que o senti relaxar. Então
empurrei a cabeça do meu pau até seu buraco, abrindo-o para que eu
pudesse me ver entrar.
Ele já estava fazendo alguns ruídos muito eróticos, seu rosto enterrado na
deliciosa boceta da minha esposa. Jessica parecia estar perto. Cutuquei meu
pau na bunda de Ryan, a cabeça deslizando para dentro com a umidade do
banho. Ele gemeu alto e o senti estremecer. Corri minhas mãos sobre seus
quadris, acariciando sua pele lisa com meus dedos enquanto empurrava
mais.
— Jesus Cristo, Ben... — ele gemeu, sua voz abafada pela boceta de Jess.
— Você é tão grande...
— Mmmm... ele é, não é? — Jess se engasgou, abrindo os olhos para ver o
que estava acontecendo na frente dela. Mordi meu lábio e empurrei mais.
— Oh sim... foda bem a minha bunda... — Ryan grunhiu, estalando sua
bunda na minha frente. Eu ri, sem fôlego e já prestes a explodir, forçando
meu pau ainda mais em seu corpo, dando-lhe alguns centímetros até que
eu estava até minhas bolas em seu traseiro.
— Você gosta de profundidade, não é? — Cantarolei para ele, recuando e
dirigindo novamente.
— Tão profundo... — ele falou lentamente.
Continuei transando com ele, de forma constante e lenta, mas profunda,
fazendo-o gritar meu nome no úmido quente da minha esposa. Ele a estava
comendo tão bem, tão dedicado, eu poderia dizer que Jess estava adorando.
Seus olhos estavam indo e voltando entre os meus e de Ryan, assim como
os meus estavam indo e voltando entre os dela e meu pau se movendo para
dentro e para fora dele.
Estar com duas pessoas ao mesmo tempo ainda era tão alto... Eu não via
como poderia me cansar disso. Havia tanto para olhar, tanto para tocar,
para sentir. Foi como uma sobrecarga sensorial. Senti-me como uma criança
em uma loja de brinquedos ou algo assim. Provavelmente não é a analogia
mais apropriada, mas vamos encarar. Apropriada saiu pela janela há um tempo...
Meus quadris estavam empurrando mais e mais e mais em Ryan por trás,
enquanto ele comia a boceta da minha esposa com força, lambendo e
chupando entre gemer e grunhir de seu próprio prazer. Jess gozou
primeiro, explodindo em um orgasmo trêmulo que eu podia sentir, e eu
nem estava realmente a tocando.
Então ela segurou Ryan, beijando seus lábios, mandíbula e pescoço,
acariciando seu pau sob a água até que ele cedeu e começou a gozar. Segui
seu exemplo, sentindo-o convulsionar enquanto eu o enchia com meu
clímax, nós três desabando um sobre o outro, lutando para recuperar o
fôlego.
Uma hora depois, estávamos todos limpos, vestidos e embalados,
prontos para devolver a incrível suíte do hotel. Eu estava me sentindo um
pouco chateado, porque nos divertimos muito lá. Tínhamos feito algumas
memórias seriamente insanas naquele quarto de hotel...
Se essas paredes pudessem falar... Vamos ficar felizes por não poderem.
Jessica se ofereceu para esperar e fazer o check-out enquanto dei uma
carona para Ryan de volta ao seu apartamento. Concordamos que poderia
parecer estranho nós dois deixá-lo ali. Então se despediram e não pude
deixar de notar os olhares ligeiramente taciturnos em seus rostos quando
Ryan e eu deixamos Jess para trás na suíte.
Quando estávamos seguros dentro do carro, dirigindo em direção ao
apartamento de Ryan, parei por um momento para respirar novamente.
Tinha sido um turbilhão nos últimos dois dias. Eu mal conseguia processar
tudo o que tinha acontecido.
Ryan estava apertando minha mão sobre o console central, como fazia
desde o segundo em que nos acomodamos no carro. Ele estava olhando
pela janela, aparentemente perdido em pensamentos. Eu queria perguntar a
ele o que ele estava pensando, mas estava disposto a apostar que já sabia o
que era.
Para onde vamos daqui? Vou sentir falta dele de novo... Assim como todas as
outras vezes que nos separamos. Nada mudou agora que Jess está em cena. No
mínimo, torna tudo ainda mais complicado.
— Então... — Finalmente quebrei o silêncio, traçando seu polegar com o
meu.
— Então... — ele repetiu, descansando sua cabeça contra o assento.
— Você tem planos para esta semana? — Perguntei, tentando puxar
conversa e levantar um pouco o clima. — Além da escola, quero dizer...
— Não, — ele grunhiu, e não disse mais nada.
— Sem trabalho ou algo acontecendo? — Pressionei.
— Uh-uh, — ele balançou a cabeça.
— Talvez eu possa tentar encontrar algo para você, se precisar de
dinheiro, — ofereci.
— Conheço algumas empresas de paisagismo que podem precisar de
ajuda em meio período.
— Sim, mas não estão fora por você? — Ele perguntou, virando a cabeça
ligeiramente.
— Bem, mais ou menos... — murmurei, quebrando a cabeça em busca de
quaisquer empresas que eu conhecia que faziam trabalhos dessa maneira.
— Esqueça, — ele resmungou. — É só... longe demais.
— Não é tão longe, — bufei, embora eu realmente não acreditasse no
meu argumento. Cinco horas estava longe. Eu sabia que isso o estava
chateando.
— Sim, é, Ben, — ele mordeu fora. — Você vai ficar tão longe de mim.
Não é como se eu pudesse dirigir por apenas cinco horas... Ir e voltar é
como um dia inteiro de viagem.
— Bebê... — sussurrei, balançando minha cabeça. Ele não estava falando
sobre trabalho. Ele estava falando sobre não podermos nos ver. Eu já sabia
disso.
— Bebê o quê? — Ele se virou para me encarar totalmente em seu assento.
Concentrei-me mais na estrada. — O que quer que eu faça, Ben? Esqueça
isso e siga em frente?
— Não, —minha sobrancelha franziu. — Não quero que esqueça...
— Então o que devo fazer? — Seu tom me deixando doente. — Já senti
sua falta antes... Da última vez que te deixei, eu estava miserável. E agora é
ainda pior, porque sentirei saudades de você e de Jess. — Ele respirou
fundo, deixando cair o queixo. — Não sei por que continuo fazendo isso
comigo mesmo...
— Ryan, vou sentir sua falta também, sabe? — Respondi, tentando não
deixar minha frustração transparecer em minha voz. — Eu vou sentir sua
falta como um louco. Sempre faço...
— Sim, mas você ainda tem Jess. Não tenho ninguém.
— Você ainda nos tem... Precisamos nos separar um pouco. Não vai ser
tão ruim. Vou tentar descobrir um momento em que possamos nos ver
novamente.
— Excelente. Isso me faz sentir muito melhor... — ele murmurou
sarcasticamente.
— Por que está agindo como se fosse o único afetado por isso? — Eu
perguntei, olhando para ele com o canto do meu olho. — Também me dói.
Você não acha que quero vê-lo o tempo todo? Eu...
Obriguei-me a parar de falar rápido antes de dizer algo perigoso. Engoli
em seco, tentando reagrupar meus pensamentos.
— Importo-me muito com você, Ryan, — apertei sua mão. — Espero que
saiba disso agora.
Ele ficou quieto por um momento. Então o ouvi inspirar e expirar
lentamente.
— Eu faço, — ele respondeu suavemente.
Balancei a cabeça em aceitação por ele aceitar minhas palavras. — Talvez
possamos nos encontrar no meio do caminho na próxima semana ou algo
assim. Jantar, onde ninguém nos conhece.
— E quanto a Jess? — Ele perguntou com hesitação em sua voz profunda.
— Ela pode vir se quiser, — eu disse a ele, meu estômago se contorcendo
com muitas emoções confusas. Eu não conseguia mais entender como
estava me sentindo.
Quando estava me esgueirando com Ryan, pensei que adicionar Jess à
equação revelaria tudo. Mas agora que aconteceu, eu estava ainda mais
perdido. Por mais que eu adorasse brincar com eles juntos, eu ainda queria
meu tempo a sós com Ryan. E sempre adorei meus momentos a sós com
Jess, obviamente. Talvez Jess também quisesse um tempo a sós com Ryan...
Eu não tinha ideia de como diabos nós descobriríamos tudo isso. Em meu
esforço para suavizar as coisas, eu realmente estraguei tudo ainda mais. Isso é
ótimo. Bom trabalho, Lockwood.
Chegamos ao apartamento de Ryan e estacionei em sua garagem, ao lado
de seu BMW. Deixei o carro ligado, desafivelando meu cinto de segurança
para que pudesse tocá-lo e beijá-lo em todos os lugares. Eu estava sentindo
o adeus pairando sobre mim como uma nuvem escura, e estava fazendo
meu peito doer.
Ryan desafivelou o cinto de segurança e imediatamente alcançou o
console para me puxar para mais perto dele. Nós nos beijamos suavemente,
mas desesperados, suas mãos agarrando minha cintura enquanto as minhas
corriam por seu cabelo. Não houve mais hesitações quando fizemos isso.
Estávamos confessando totalmente nossos sentimentos um pelo outro
quando nos beijamos e nos tocamos... e nos despedimos. Ainda doía, só que
agora toda a dor estava abertamente.
Meu ambiente voltou para mim e abri meus olhos, recuando um pouco
enquanto olhava para fora do veículo. Não havia ninguém por perto, mas
eu ainda não tinha certeza se queria que as pessoas nos vissem assim. E se
alguém ali conhecesse Hailey? Não era irracional. Afinal, era a área da
escola.
— Desculpe... — Ryan respirou, me dando um olhar de desculpas ao
perceber o que de repente estava me fazendo tropeçar. Eu não queria que
ele se sentisse mal. Não que eu não quisesse que as pessoas nos vissem
juntos... Ainda havia muito no caminho.
— Não se desculpe, — cantarolei, puxando seu rosto para trás para que
eu pudesse beijá-lo novamente. — Vou sentir sua falta, bebê.
— Eu também, — ele sussurrou, sua voz áspera com incerteza.
— Falaremos em breve, ok? — Perguntei, empurrando seu cabelo para
trás com meus dedos enquanto olhava em seus olhos. — Você tem meu
número agora...
Ele sorriu uma coisinha relutante que era totalmente adorável e acenou
com a cabeça. — Sim. Eu tenho.
— OK. Bom, — pisquei para ele, e ele recuou ainda mais, respirando com
dificuldade. — Agora coloque essa bunda sexy para dentro e tente não ficar
bêbado hoje.
— Não posso fazer nenhuma promessa, — ele sorriu, abrindo a porta. —
Um cara mais velho gostoso me transformou em um alcoólatra.
Rosnei para ele e ele riu, então se inclinou para me beijar mais uma vez
antes de sair do carro e entrar em seu apartamento.
Expirei uma respiração lenta e instável, olhando para o nada. Meu sorriso
havia desaparecido totalmente e eu realmente não sabia o que pensar. Tudo
estava tão fodido, e eu sabia que só iria piorar.
Minha vida passou de completamente sem estresse e monótona, para
cheia de drama e beirando o excruciante. Meu eu não poderia determinar o
que fazer em seguida, então saí e dirigi de volta para o hotel para pegar
minha esposa. E então voltamos para casa.
— Quanto tempo precisa para começar? — Perguntei, inclinando-me
sobre a mesa, fazendo algumas anotações com um apontador preto.
— Devemos estar bem na próxima semana, — respondeu John, um dos
meus subcontratados, pendurando a fita métrica de volta no cinto de
ferramentas.
— Bom de se ouvir. Precisamos dar um salto sobre isso. O prazo deles é
agressivo, — murmurei, correndo meus dedos ao longo do meu queixo. —
Quem diabos começa um trabalho antes do Natal?
— Não tenho certeza, mas esses planos estão corretos, Lockwood. Isso
vai render a todos nós muito dinheiro.
Balancei a cabeça para John, meus olhos examinando os papéis mais uma
vez antes de enrolá-los de volta. Este foi meu segundo encontro com as
equipes sobre nosso novo projeto em Los Cruces. Eles haviam feito os
contratos na semana passada e todos estavam prontos para partir. Senti-me
bem com isso. Seria um trabalho difícil, mas meus rapazes eram os
melhores do estado. Eu tinha certeza de que todos ficariam felizes com o
resultado.
John e eu deixamos o local, removendo nossos capacetes e jogando-os na
parte de trás de sua caminhonete. O sol estava se pondo e eu precisava
voltar para casa. Jess já tinha me mandado uma mensagem dizendo que o
jantar estaria pronto em dez, e eu estava a uns bons vinte minutos de carro
de casa.
— Ei, você não saberia de nenhuma empresa de paisagismo da ABQ que
precisasse de ajuda, não é? — Perguntei, jogando minhas coisas no banco
do passageiro do meu SUV.
— Hum, não de improviso, mas eu poderia fazer algumas ligações, —
John respondeu. — Por quê? O que está acontecendo lá?
Olhei para ele rapidamente. — Nada realmente. É que, hum... uma das
amigas da escola de Hailey está procurando trabalho. — Tentei não parecer
tão estranho quanto estava me sentindo.
— Oh. Sim, deixe-me ver o que posso fazer, — ele acenou com a cabeça.
— Não é grande coisa, — balancei minha cabeça casualmente, então
estendi minha mão. John apertou com força. — Falo com você em alguns
dias.
— É isso aí, chefe, — ele retumbou, indo até sua caminhonete e pulando,
ligando-a e buzinando para mim enquanto se afastava.
Entrei no carro e respirei lentamente ao sair do estacionamento. Eu
mantive o rádio ligado enquanto dirigia para casa, mas não seria capaz de
dizer o que estava tocando. Eu estava tão imerso em meus pensamentos. Eu
estava basicamente em transe.
Fazia mais de uma semana desde que Jess e eu voltamos de
Albuquerque. Eu estava trabalhando muito, o que me deixou pouco tempo
para ficar obcecado com tudo o que havia acontecido. Mesmo assim, eu
ficava inquieto na maioria das vezes e não ia para a cama antes das duas da
manhã há mais tempo do que conseguia me lembrar.
Por fora, tudo parecia normal. Jess e eu estávamos de volta à nossa
rotina, vivendo nossas vidas normais. Trabalhar, jantar em casa e cuidar do
jardim. Nossos amigos vieram na sexta à noite. As meninas beberam vinho
e fofocaram no andar de cima enquanto os rapazes jogavam pôquer na
caverna masculina. Era um comportamento muito normal. Parecia que
nada havia mudado, quando na realidade o oposto era verdade.
Eu mal tinha falado com Ryan desde que o deixamos. Mandamos
mensagens aqui e ali, e liguei para ele outra noite quando não consegui
dormir, só para ver como ele estava. Ele parecia ter voltado à sua própria
rotina também, indo para a escola, estudando, malhando e passando o
tempo com seus amigos. Eu sabia que ele estava ocupado com sua própria
vida, e a última coisa que eu queria fazer era interromper seu fluxo. Mas eu
ainda sentia falta dele. E enquanto ele me assegurava que estava bem
repetidamente, eu poderia dizer pela distância em suas mensagens, e em
sua voz ao telefone, que ele não estava feliz.
A culpa era palpável. Não apenas por mentir e trair minha filha, mas
também por deixar Ryan sozinho. Eu sabia que ele não precisava de mim. Ele
era um homem adulto e extremamente independente. Mas senti como se
tivesse entrado em colisão com sua vida, sacudindo tudo como um maldito
terremoto, e então simplesmente decolei, deixando-o com nada além de
escombros. Eu nunca me senti mais como um idiota em minha vida.
Jessica se recusou a falar sobre ele. Descobri em nosso primeiro dia de
volta para casa, depois daquele fim de semana louco, que ela ficava nervosa
e tensa quando mencionava Ryan. Então, eu simplesmente parei de fazer
isso.
Ainda assim, de vez em quando eu a pegava olhando para o nada com
um estranho olhar de desejo ou nostalgia em seus olhos. Eu sabia que ela
estava pensando nele, mas não podia perguntar a ela sobre isso.
Principalmente porque tinha medo do que ela diria.
Parei na garagem, desliguei a ignição e apenas me sentei na escuridão
silenciosa do meu SUV por um minuto. Encarei minha casa, todas as luzes
do andar de baixo acesas lá dentro. Parecia tão tranquilo e típico... tão
suburbano. Era uma bela casa, melhor do que todas as casas de nossos
amigos. Eu havia trabalhado muito para isso e estava orgulhoso desse fato.
Mas olhando para ela agora, tudo o que senti foi asfixia.
Houve um pensamento sorrateiro que veio rastejando em meu cérebro,
um que não aparecia há muito tempo...
Eu deveria ter tido outro filho. Eu deveria ter engravidado Jess de novo... Eu
adorava ser pai. Eu teria adorado ter outro filho antes. Mas agora era tarde
demais. Estávamos muito velhos para começar tudo isso de novo. Eu só
queria que pudéssemos ter tentado mais alguns anos atrás. Talvez tivesse
mudado alguma coisa...
Tirei todos esses pensamentos desnecessários da minha cabeça e saí do
carro, fazendo meu caminho para dentro de casa. Quando entrei, todo o
andar de baixo tinha um cheiro incrível. Eu não tinha ideia do que Jess
preparou para o jantar, mas minha boca já estava salivando.
— Bebê? — Resmunguei, tirando minhas botas de trabalho e caminhando
pelo corredor em direção à cozinha para encontrar minha esposa.
Virei a esquina da sala de jantar e vi Jess na cozinha, encostada na ilha
com uma taça de vinho tinto na mão.
— Oi, linda, — sussurrei, avançando rapidamente, agarrando sua cintura
com minha mão e pressionando um beijo suave em sua bochecha. — Cheira
fantástico aqui.
— Obrigado. Você está atrasado, — ela me repreendeu com os olhos,
embora ela estivesse sorrindo.
— Eu sei, me desculpe, — apertei sua bunda, fazendo seu grito. — A
reunião demorou muito. Mandei uma mensagem em minha mente.
Ela riu, então mordeu o lábio para se conter, ainda fingindo estar brava.
— Sua mente deve ter um serviço ruim porque não entendi, — ela
zombou, e dei a ela um largo sorriso. — Como foi tudo?
— Ótimo, — respondi, pegando um tomate da saladeira enquanto ela
batia em minhas mãos. — Os rapazes de John provavelmente podem
começar a se preparar na próxima semana. Eu suponho que vão se preparar
para agora e então estará em alta velocidade no dia 2 de janeiro. —
Coloquei o tomate na boca. — Como foi seu dia?
— Certo. Falei com Hailey. Ela está obcecada por um papel maluco que
tem que fazer antes das férias de inverno — Jess me disse, derramando
molho na salada. — E Rachel já está me importunando sobre a festa de
véspera de Natal. Ela quer que a tenhamos aqui.
— Mesmo? — Bufei, olhando para ela. — Pensei que estavam fazendo
isso este ano?
— Sim, mas acho que a casa deles está uma bagunça por causa do bebê,
— ela franziu os lábios e olhou para mim, com uma expressão puramente
culpada.
— O qu...? — Estreitei meu olhar para ela. Seus olhos se voltaram para a
comida. — O que você fez, minha esposa?
— Eu disse a ela que faríamos... — ela murmurou baixinho, sabendo
muito bem que eu não ficaria satisfeito.
— Jess... — suspirei, balançando minha cabeça.
— Eu sei, eu sei. Mas não vai ser tão ruim, — ela guinchou, tentando me
convencer. — Na verdade, pode ser bom. Hailey estará em casa naquela
semana. Podemos decorar a casa, embrulhar presentes... Vai ser divertido!
— Sim, sei que vamos nos divertir com Hailey, — revirei os olhos. — Eu
simplesmente não vejo por que precisamos ter um monte de gente aqui.
Prefiro que seja só nós.
— Ben, não seja um eremita, — disse ela em tom de advertência,
trazendo a tigela de salada para a mesa.
Levantei minha sobrancelha, seguindo-a para a sala de jantar. Sentei-me
na minha cadeira e ela abriu uma caçarola, colocando uma criação deliciosa
no prato na minha frente. Parecia ziti assado ou algo assim. Eu já estava
salivando.
— Acho que você apenas gosta de idolatrar as pessoas, — resmunguei,
erguendo os olhos para observá-la enquanto ela preparava meu jantar para
mim. Minha mente começou a voltar aos jantares que ela costumava fazer
para nós quando Hailey era pequena.
Eu voltava do trabalho exausto e Jess sempre tinha uma refeição quente
pronta e esperando por mim. Ela colocava Hailey em sua cadeira alta e
cortava cachorros-quentes ou o que quer que fosse, depois me servia minha
comida, certificando-se de que tudo estava certo. Ela era tão carinhosa,
amorosa e atenciosa. Ela era a melhor esposa e mãe na face da terra, eu
tinha certeza disso.
Jess deu um sorriso tímido para mim, então se sentou ao meu lado,
preparando um prato. Todos os outros sempre vinham primeiro.
É tarde demais...? Talvez pudéssemos tentar novamente. Podemos ter outro
bebê?
Engoli em seco e cerrei minha mandíbula, meu estômago revirando na
direção em que meus pensamentos estavam indo. Eu só tenho que
perguntar a ela. Queria saber se estava perdendo meu tempo até pensando
nisso.
Peguei sua pequena mão na minha e levei-a aos lábios, beijando seus nós
dos dedos.
— Obrigado pelo jantar, bebê, — murmurei, meus olhos travando nos
dela. — Você é a mulher mais incrível do mundo.
Ela sorriu para mim com amor em seus olhos. — É só um pouco de
massa, Ben.
Eu ri baixinho e balancei minha cabeça, deixando sua mão ir para que ela
pudesse comer. — Não, é a melhor massa. Da melhor esposa.
Ela riu para si mesma e nós dois mergulhamos, comendo sua refeição
deliciosa na companhia confortável e fácil um do outro. Eu não poderia
trazer à tona as coisas do bebê agora... Tínhamos uma coisa tão boa
acontecendo. Eu realmente queria agitar tanto as coisas?
Já tínhamos alguns eventos recentes intensos sob o nosso cinto para
provar que não éramos o casal comum que eu temia que fôssemos. O que
um bebê traria para a mistura, além de mais estresse? Amamentação tarde
da noite, choro, assaduras... Pré-escola e encontros infantis. Mais tempo e
dinheiro quando finalmente tivermos nossas vidas para nós mesmos.
Jess e eu desistimos de nossa liberdade aos dezessete anos e tínhamos
acabado de recuperá-la. Se tivéssemos outro filho agora, não teríamos mais
tempo a sós até estarmos na casa dos cinquenta.
Por que diabos está tentando se convencer do contrário? Você já sabe que não vai
acontecer. Foi um bom pensamento voltar quando, mas agora é tarde demais.
Apenas aproveite seu tempo com sua esposa e siga em frente.
Empurrei todos os meus pensamentos agitados para fora da minha
mente e comi meu jantar. Jess e eu conversamos sobre bobagens, nossa
habitual conversa na hora do jantar, filmes e livros, e o que nossos amigos
têm feito. Quando terminamos, lavei a louça enquanto ela assistia à TV na
sala de estar.
Pouco depois subimos para ver Conan na cama. Era apenas uma noite
normal, e minhas pálpebras estavam começando a fechar quando senti os
dedos de Jess provocando minha trilha feliz. Meu pau acordou
imediatamente.
Rolei para o lado e comecei a beijá-la. Jess ronronou entre meus lábios
enquanto namorávamos, ofegando baixinho, tocando em todos os lugares.
Minha esposa adorava beijar. Eu me considerava um mestre. A maioria dos
nossos momentos sexy começou com beijos lentos e sensuais e
gradualmente aqueceu até nós nos beijando, prontos para devorar um ao
outro.
Depois que perdi minha calça de pijama e Jess se livrou de sua calcinha e
minha camiseta com que ela dormia, era hora de ir. Eu podia sentir que ela
estava prestes a alcançar a mesa de cabeceira, e a menos que ela estivesse
indo para o plugue anal que tínhamos lá para ocasiões especiais,
provavelmente significava que ela queria que eu colocasse um preservativo.
O que eu absolutamente não queria fazer.
Eu estava pronto para distraí-la quando ela mudou para mim.
— Bebê... — ela sussurrou enquanto eu roçava sua doce carne com a
minha língua. — Você sabe o que seria totalmente quente?
— Mmm... — Eu grunhi, moendo meu pau duro como pedra entre suas
coxas. Ela ainda estava alcançando, mas quando sua mão voltou, ela estava
segurando outra coisa.
— Se fizéssemos um vídeo... — ela murmurou, segurando seu telefone e
me dando um olhar malicioso.
Meu pau estremeceu. — Um vídeo...?
— Sim... — ela respirou, coçando as unhas nas minhas costas. — Seria
muito sujo se gravássemos a nós mesmos fodendo.
Puxei meu rosto para trás e levantei minhas sobrancelhas para ela.
Caramba, minha esposa é perfeita.
— Você quer fazer uma fita de sexo? — Bufei.
— Acho que ninguém mais diz isso, — ela riu, e eu sorri lentamente. —
Mas sim. Devíamos registrar isso. Você fica tão gostoso quando seu pau
está dentro de mim...
Rosnei e deslizei minha língua sobre meu lábio inferior. — Você fica
fodidamente quente quando estou com as bolas profundamente em sua
doce boceta... — Eu a beijei suavemente, e ela gemeu.
— Eu quero... — ela choramingou na minha boca. — Você?
— Quero fazer tudo com você... — Eu disse lentamente, minha cabeça
parecendo confusa.
— Bom, — ela sorriu e ligou o telefone. Ela começou a gravar, segurando
o telefone enquanto eu lambia e beijava seus seios, chupando seus mamilos
e fazendo seu ronronar.
Desci por seu estômago até o ápice de suas coxas e lambi sua boceta,
beijando seu clitóris e puxando-o entre meus lábios.
— Oh Deus, Ben... isso é tão bom, — ela gemeu, e meus olhos espiaram
rapidamente, notando o telefone em sua mão, capturando o que eu estava
fazendo. Ela estava certa. Era totalmente quente.
Eu a comi por alguns minutos, mas quando eu poderia dizer que ela
estava perto, parei, fazendo-a fazer beicinho para mim. Peguei o telefone
dela e apontei abaixo de sua cintura, pegando meu pau na minha mão e
pressionando a cabeça dentro dela.
— Abra bem as suas pernas para mim, bebê, — ordenei, e ela o fez.
Peguei sua coxa em minha mão e empurrei dentro dela lentamente,
gemendo com o calor úmido e apertado dela engolfando minha ereção
dolorida. — Jesus, Jessica. Você é tão apertada...
— Mmm... eu acho que seu pau é simplesmente enorme, — ela riu e
gemeu para mim, o que me fez sorrir. Empurrei mais e ela se engasgou.
Observei a tela do telefone de perto, totalmente angulada em meu pau
longo e grosso movendo-se para a boceta da minha esposa. Parecia tão bom
que quase não consegui me controlar. Puxei meus quadris para trás e dirigi
até o fim, minhas bolas encharcadas com seus sucos. E então eu realmente
comecei a me mover.
Aumentei o ritmo, mantendo um ritmo constante, dentro e fora,
repetidamente, fodendo-a profundamente e com força enquanto sua
câmera registrava cada movimento. Segurei-o mais alto para que eu
pudesse fazer seus peitos grandes e redondos saltarem enquanto eu batia
nela, grunhindo enquanto avançava.
Jess levantou as pernas e as envolveu em volta da minha cintura, e parei
para descansar a câmera na mesa de cabeceira, tendo uma visão completa
de nossos corpos nus e suados, moendo juntos de paixão. Lambi-a e beijei
em todos os lugares, sua boca, seu pescoço, seus seios. Todo o tempo
deslizando meu pau para dentro e para fora de suas paredes doces e
apertadas.
— Ben... mmm foda-me, bebê, — ela se engasgou, puxando meu cabelo,
em seguida, coçando minha bunda, forçando-me o mais fundo que pude.
— Você é bom pra caralho...
— Eu amo como sua boceta engole meu pau... — gemi, sentindo como se
uma represa estivesse prestes a estourar.
— Eu vou gozar, Ben, — ela choramingou, agarrando meu rosto e
puxando-o para o dela. — Faça-me gozar com o seu pau gigante.
— Goze para mim, bebê... — resmunguei, sem fôlego e rouco, pronto
para explodir.
— Estou gozando por você... — ela cantarolou, então beijou meus lábios
com força enquanto sua boceta apertava, me apertando como um punho. —
Oh, Deus, Ben! Sim!
— Porra, sim... — engasguei, sua boceta se tornando extremamente
escorregadia enquanto gozava em cima de mim. Ela estava gritando todos
os tipos de palavras, mas parecia eco, porque minha virilha estava sendo
dilacerada por um orgasmo assassino.
Gemi alto e me soltei, me derramando profundamente dentro dela, meus
golpes desacelerando. Minha garganta estava seca e minha voz rouca
enquanto eu cantava seus elogios, beijando seus lábios e mandíbula
enquanto meus quadris pararam gradualmente.
— Puta merda... — ela guinchou, seus dedos percorrendo todo o meu
corpo. — Você é o melhor pra caralho.
— Você é a melhor do caralho... — Murmurei, caindo suavemente em
cima dela enquanto recuperávamos o fôlego.
Eventualmente, rolei, saindo dela e me lembrando da câmera. Peguei o
telefone dela e parei o vídeo, jogando-o na cama.
— Isso foi... — bufei, em seguida, engoli minha garganta arranhando.
— Quente? — Ela terminou meu pensamento e sorri para ela,
envolvendo meus braços em volta de sua cintura e puxando-a para mais
perto de mim.
— Tão quente, — cantarolei. — Apenas certifique-se de que o vídeo
permaneça em seu telefone, Sra. Lockwood. A internet é uma entidade
ampla, e a última coisa de que precisamos é de amigos, colegas de trabalho
ou, ouso dizer... nossa filha vendo isso.
— Mesmo? Eu estava planejando enviá-lo como um cartão eletrônico de
Natal, — ela brincou, sorrindo para mim.
Eu ri e balancei minha cabeça, beijando-a um punhado de vezes antes de
nós dois desmaiarmos.

Eu tinha acabado de terminar um jantar com alguns dos proprietários de


negócios para o meu novo empreendimento. O projeto estava indo bem. A
equipe de John começou a trabalhar na segunda-feira e decidimos sair para
jantar para comemorar o final bem-sucedido de nossa primeira semana.
Esses caras eram meio loucos. Era para ser um jantar de negócios, mas
parecia que tudo o que queriam era beber. E uma vez que nós três tomamos
uma garrafa de uísque, eles não paravam de falar em ir a um clube de
stripe.
— Gente, por mais divertido que pareça, acho que vou ter que passar, —
resmunguei, tomando um longo gole do meu copo d'água. — Tenho uma
viagem de quarenta e cinco minutos para casa. Preciso ficar sóbrio.
— Vamos, Lockwood. Não seja um bebê, — Frank, um dos sócios que se
divertia em metade do projeto, me cutucou. — O clube dos sessenta em
Corona é realmente incrível. Você sabe que eles têm quartos privados nos
fundos...
— Por que não estou surpreso que saiba disso? — Grunhi, revirando os
olhos e acenando para a garçonete para um café.
— Ele está certo, cara, — Hector, um dos outros sócios, entrou na
conversa. — Você pode ir comigo até lá e ficar sóbrio. Vou levá-lo de volta
para o seu carro quando terminar.
— Feito com o quê, exatamente? — Levantei minha sobrancelha para eles
e riram.
— Você se lembra que sou casado, certo?
— Sim, e daí? — Frank bufou. — Já fui casado duas vezes.
— Não consigo imaginar por que não deu certo... — Revirei os olhos de
novo. Eles estavam apenas rolando para frente e para trás naquele ponto.
— Vamos, Ben. Você está trabalhando para nós, — acrescentou Hector.
— Uma bebida. Se quiser desistir, vou pagar pelo táxi de volta para o carro.
Suspirei e balancei minha cabeça. Minhas tentativas de encerrar a noite
foram inúteis. Eu conhecia esses caras há alguns anos, e toda vez que
tínhamos jantares semelhantes como este, eles sempre terminavam da
mesma forma. Eu admiti, embora eu fosse a imagem de um desanimado.
Pagamos nossa conta e saímos do restaurante, todos entrando no Mercedes
G-Wagon de Frank. Ele provavelmente não deveria estar dirigindo, mas
parecia mais sóbrio do que eu. Eu sabia que era irresponsável deixá-lo
dirigir, mas ele era um gracinho. E claramente, ele fazia isso o tempo todo.
Liguei para Jess do banco de trás para contar o que estava acontecendo, e
ela não ficou nem um pouco surpresa.
— Eu meio que sabia que isso aconteceria, — ela riu sobre a linha. —
Apenas prometa estar seguro. E se estiver bêbado demais para dirigir, não
há nada de errado em conseguir um hotel para passar a noite. Só se estiver
sozinho, no entanto!
— Oh meu Deus, não posso acreditar que disse isso para mim, —
murmurei, passando minha mão pelo meu cabelo. — Confie em mim,
cansei de beber esta noite. Só vou esperar uma hora e depois vou para casa.
— Eu sei, bebê, — ela suspirou. — Só quero que fique bem. Quero dizer,
você pode fazer uma lap dance se realmente quiser...
— O único colo em que quero dançar é o seu, — sorri, e ela riu no meu
ouvido.
— Benjamin Lockwood, fique sóbrio, por favor. E seja bom! — Ela me
repreendeu, embora eu pudesse ouvir seu sorriso. — Eu absolutamente não
estou dirigindo lá para tirar você da prisão.
— Estou desligando agora, — grunhi.
— Amo você, bebê, — ela riu novamente.
— Amo você mais. — Desliguei e suspirei.
— Como diabos conseguiu permanecer casado com a mesma garota com
quem namorou no colégio? — Frank imediatamente começou a me
repreender. — Você desperdiçou seus vinte anos com uma garota! Jesus
Cristo, em meus vinte anos eu vi mais bocetas do que o ginecologista da
minha esposa.
— Pensei que fosse divorciado... — murmurei e Hector riu. — Sim, bem.
Sei que não faz sentido para vocês, selvagens, mas amo minha esposa.
Sempre amei, sempre farei.
— Quero dizer... ela é incrivelmente gostosa, — Hector falou baixinho, e
eu lancei a ele um olhar.
— Você está me dizendo que nunca traiu? Nem uma vez? — Frank gritou
comigo da frente do carro.
Sem minha permissão, imagens de Ryan e eu juntos começaram a fluir
pela minha mente, torcendo meu estômago em um nó. Engoli em seco e
respirei fundo.
— Não, — cantarolei, olhando pela minha janela.
Eu não falava com Ryan há um tempo. Nossa última mensagem foi no
fim de semana e, embora fosse bom saber que ele estava bem, eu estava me
sentindo como se estivéssemos nos separando. O pensamento fez meu peito
doer de desejo de vê-lo e tocá-lo.
Eu ainda sentia falta dele como um louco, mas não havia nada que eu
pudesse fazer sobre isso. Ambos vivíamos vidas separadas. Fazia pouco
sentido pensar no que tinha acontecido quando não havia como nos
vermos...
Embora... eu esteja quase na metade do caminho para onde ele mora. Eu me
pergunto se ele... Balancei minha cabeça. Não. Má ideia.
Esta noite já estava ficando um pouco selvagem. Eu precisava me
concentrar em ficar sóbrio para que eu pudesse voltar para casa para Jess.
Minha curiosidade e pensamentos sobre Ryan se misturaram como um
coquetel forte, e olhei para o meu rosto em minha mão. Talvez eu pudesse
ligar para ele... Só para conversar.
Eu provavelmente estava apenas bêbado, e isso estava me fazendo sentir
falta dele. Mesmo que eu sempre tenha sentido falta dele. Mas estar bêbado
realmente acentuou meus sentimentos. Decidi ser assustador e verificar o
Instagram dele. Só por quê.
Peguei no meu telefone e congelei.
Ryan tinha acabado de postar uma nova foto alguns minutos atrás. Era
dele e de alguns amigos do cassino de Santa Rosa. Isso era apenas uma hora
de distância.
Minha boca ficou seca de repente e comecei a respirar pesadamente, uma
série de emoções diferentes passando por mim. Mas não tive tempo de ficar
obcecado com eles, pois havíamos chegado ao nosso destino.
Frank parou no estacionamento do clube de strip, Crownz, e desligou o
motor. Todos nós saltamos do veículo e coloquei meu telefone no bolso,
tentando não pensar no fato de que Ryan estava a apenas uma hora de
carro de onde eu estava neste exato momento enquanto caminhávamos
para dentro.
O segurança reconheceu Frank, mas mais especificamente seu amigo,
Ulysses S. Grant, e nos conduziu até uma mesa privada. Eu mal tive tempo
de sentar antes que garotas em sutiãs minúsculos e tangas pretas
trouxessem uma garrafa e três copos. Frank já estava dando em cima delas.
— Caramba, acalme-se. Acabamos de chegar aqui, — eu ri, saltando meu
joelho por baixo da mesa.
— Você não precisa bancar o difícil, Lockwood. Estamos pagando a elas,
— Frank gargalhou e o que você sabe... Meus olhos rolaram de novo.
Decidi que ficar sóbrio agora nunca funcionaria e me servi de uma
bebida, tomando um gole lentamente enquanto olhava ao redor. Havia um
longo palco que envolvia basicamente todo o lugar, com cinco mastros,
cada um equipado com uma garota de topless, balançando ao som da
música do Motley Crue.
Três garotas nos viram e se aproximaram com cifrões nos olhos. As duas
loiras foram para Frank e Hector, e por algum motivo a morena veio até
mim.
— Oi, — a garota baixinha de salto muito alto sussurrou, correndo os
dedos ao longo do meu pescoço. — Que tal uma dança?
— Não, obrigado, — resmunguei. — Sou o motorista designado.
Ela olhou para a bebida em minha mão e me olhou como se estivesse
ligeiramente desanimada.
— Vamos, bebê... — ela ronronou, aproximando-se do meu ouvido. —
Nós poderíamos ir a algum lugar mais privado... e conversar.
— Falar de quê? — Perguntei, apenas tentando foder um pouco com ela.
Eu não fiz todo o negócio do stripper. Nunca foi minha praia. A única vez
em que estive perto de uma foi na minha despedida de solteiro em Las
Vegas, onde fui basicamente amarrado a uma cadeira e forçado a deixá-la
queimar o tapete do meu jeans.
— O que quiser, — ela lambeu os lábios. — Você é mais quente do que
qualquer um dos caras que vêm aqui. Acho que podemos nos divertir um
pouco.
Oh Deus, ela quer que eu a pague por sexo? Isso é loucura. Por que deixei esses
idiotas me arrastarem até aqui?
— Vou te dizer uma coisa, — bufei, puxando uma nota de vinte do meu
bolso. — Eu te pago para ir dançar lá. — Balancei a cabeça em direção à
outra extremidade do bar, então enfiei a nota entre seus seios falsos.
— Idiota, — ela zombou, e saiu pisando duro com meus vinte dólares.
Hector riu alto e Frank balançou a cabeça.
Os minutos foram passando e eu estava entediado. Eu já tinha recusado
mais danças do que podia contar com as duas mãos, enquanto Frank e
Hector sopravam nas garotas como se estivessem experimentando roupas.
Por fim, os dois decidiram aceitar a oferta de alguns deles para um show
privado e recuaram para o fundo, deixando-me sozinho com meu uísque.
Decidi simplesmente sair e chamar um táxi. Mas quando cheguei lá e
estava com meu telefone, meus dedos estavam discando o número de Ryan
e, antes que percebesse, liguei para ele.
O telefone tocou algumas vezes enquanto eu andava, mordendo meu
lábio inferior. Eu não conseguia acreditar como tudo isso era louco...
Eu estava em um clube de strip, cheio de garotas gostosas que queriam
me foder - algumas delas até ofereceram de graça - e ainda assim eu estava
no estacionamento ligando para o ex-namorado da minha filha. Não fazia
nenhum sentido, mas eu não pude evitar o que meu coração gritava para eu
fazer.
— Alô? — A voz de Ryan finalmente ultrapassou a linha e meu pulso
disparou instantaneamente.
— Ei... oi, — gaguejei, me sentindo imensamente estúpido por algum
motivo.
— Oi. E aí? — Ele gritou acima de todo o barulho de fundo. Ele
claramente ainda estava inconsciente.
— Nada demais... eu só... estou em um clube de strip, — eu disse, e então
me chutei. Por que é isso que você diria agora?!
— Oh sim? — Ele perguntou, parecendo divertido.
— Sim... Hum, eu só estava entediado e queria dizer oi, — soltei, então
bufei. — Quer dizer, não liguei para você apenas porque estava entediado.
Liguei para você porque... queria ouvir sua voz.
Minhas mãos tremiam um pouco, o que era extremamente ridículo.
Ryan ficou quieto por um momento, embora eu ainda pudesse ouvir
todos os ruídos do cassino ao fundo, incluindo seus amigos gritando sobre
alguma coisa.
— Mesmo? — Ele sussurrou, quase inaudível. A suavidade de sua voz
fez meu estômago apertar. — Ugh, espere. Estou indo para algum lugar
menos barulhento então posso te ouvir.
Parecia que ele estava andando e a música de fundo sumiu.
— Então você está fora também? — Perguntei, optando por não revelar
que sabia onde ele estava.
— Sim. Alguns amigos e eu viemos ao cassino em Santa Rosa para uma
noite de rapazes, — ele respondeu, sua voz tão profunda e masculina
quanto eu me lembrava. Eu não falava com ele ao telefone há uma
eternidade e ouvi-lo agora estava me deixando fraco. — O que diabos está
fazendo em um clube de strip? — Ele riu.
— Eu tinha um jantar de negócios e me arrastaram até aqui, —
murmurei.
— Então, por que não está aí dando uma guinada? — Ele perguntou, e eu
não poderia dizer se ele estava brincando comigo.
— Sim, certo... — Zombei. — Não preciso de nada dessa merda. Tenho a
melhor stripper esperando por mim em casa.
Ryan riu suavemente. — Sim... História verdadeira. Como está Jess?
— Ela está ótima... — murmurei e então parei. Eu não queria falar sobre
minha esposa. Havia apenas uma coisa que eu queria, e estava me matando
por dentro não ter isso.
A linha ficou quieta novamente e eu podia sentir fisicamente a distância
entre nós. Nem mesmo a hora de carro, mas a distância emocional. Eu não
queria assim. Eu queria fechar a lacuna e estar com ele novamente. Eu
sentia tanto a falta dele, era insuportável.
— Ben... — ele sussurrou, e perdi meus olhos.
— Ryan... — Engoli em seco.
— Eu odeio isso, — ele cantarolou, quebrando meu coração em dois.
— Eu também, — choraminguei. — Bebê, o que estamos fazendo? — Ele
soltou um ruído de dor que me esmagou ainda mais.
— Sei que é o melhor... — ele começou, então parou. — Mas não parece.
Foda-se isso.
— Ryan... Espere um segundo, por favor, — ordenei. — Não desligue.
Afastei meu telefone do meu rosto e pesquisei hotéis na área, puxando
um entre a minha localização e o cassino.
— Ben? Você está aí? — Eu podia ouvir Ryan falando comigo. — Que
diabos está fazendo?
— Estou aqui, bebê, — respondi, sem fôlego com a mera ideia de que o
veria em breve. Isso, se ele dissesse sim. — Você vai me encontrar no Hyatt
na sessenta? Vou mandar uma mensagem com o endereço.
— O que...? — Ele perguntou, parecendo confuso. — Como... Onde você
está, Ben?
— Estou a uma hora de distância de você, em algum clube de strip em
Corona, — respondi, meu corpo inteiro correndo com adrenalina. — Vou
pegar um táxi para o Hyatt agora mesmo. Vou esperar por você no bar do
hotel.
Ryan ficou em silêncio e quase pude ver seu rosto atordoado, o que me
fez sorrir.
— Apresse-se e decida, bebê. Preciso chamar um táxi, — sorri.
— Uh... sim. Ok. Sim, vou te encontrar, — ele gaguejou, parecendo
animado, o que fez meu coração pular. — O Hyatt. Certo. Envie uma
mensagem com o endereço. Estou indo agora.
— Ok, incrível, — respirei, e mordi meu lábio.
— Sim... incrível. — Eu podia ouvir o sorriso em sua voz. Querido... —
Ryan? — Falei baixinho, transbordando de ansiedade nervosa.
— Sim?
— Não me deixe esperando.
Capítulo 14
Ryan

Eu estava atordoado. Meu coração estava batendo forte contra o peito


enquanto eu dirigia pela rodovia, tentando manter o limite de velocidade,
já que tinha bebido um pouco. Não muito. Eu não estava bêbado nem nada,
mas ainda precisava ser cauteloso. Não podia deixar que nada me
impedisse de chegar àquele hotel.
Eu estava tão animado para ver Ben, estava realmente tremendo. Eu
ainda não conseguia acreditar que ele ligou... Eu estava em choque.
Não conversamos muito desde que ele e Jess partiram, algumas semanas
atrás.
Honestamente, estava me deprimindo mais do que eu jamais pensei que
faria. Foi pior do que o pior rompimento que já experimentei.
Admito, me senti um pouco tolo por largar tudo e correr para ele no
segundo que me ligou. Eu sabia que deveria ter jogado difícil, pelo menos
um pouco. Mas eu não pude evitar. Sentia falta dele mais e mais a cada dia,
e antes que meu telefone tocasse com seu nome na tela, eu estava
considerando algumas coisas que nunca esperei que eu considerasse.
Mas nada disso importava agora. Eu estava indo ver Ben, em apenas
mais alguns quilômetros...
Eu estava enlouquecendo.
Compreensivelmente, meus amigos ficaram confusos como o inferno
quando eu disse a eles que estava indo embora. Como grupo, combinamos
que passaríamos a noite fora, bebendo, jogando e tendo uma noite louca.
Em seguida, íamos encontrar uma casa de waffles para ficar sóbrio o
suficiente para dirigir para casa. A noite tinha sido divertida até agora. Mas,
claro, o potencial de ver meu homem jogou tudo isso pela janela.
Inventei uma desculpa esfarrapada sobre Alec e Kayla precisarem da
minha ajuda com algo e saltei rápido, antes que pudessem responder a
muitas perguntas. Eu sabia que parecia incompleto, mas eu realmente não
me importava com isso. Eu não me importava com nada além de chegar
àquele maldito hotel. Droga, parece que estou com sede... Tanto faz. Desculpe,
não desculpe.
Dirigi por mais quinze minutos ou mais antes de ver o Hyatt. Parei no
estacionamento de visitantes e corri pelo estacionamento, fazendo meu
caminho em direção à entrada do restaurante. Eles tinham uma
churrascaria lá, anexa ao hotel, e presumi que fosse o bar a que Ben se
referia. Eu não tinha certeza de quão tarde ficavam abertos. Já era quase
uma hora. Mas quando entrei, ouvi música ao vivo e muita conversa.
Tentei ao máximo caminhar casualmente quando na verdade queria
correr. Avistei o bar e imediatamente meus olhos se fixaram em Ben.
Parei por um momento para vê-lo. Ele parecia tão devastadoramente
bom. Era totalmente injusto.
Ele estava sentado sozinho no bar, olhando para seu copo do que eu
presumi ser uísque, vestindo jeans escuro e uma camisa de botão azul
marinho que se ajustava a cada contorno intrincado de seu corpo grande e
musculoso. Seu cabelo loiro escuro estava um pouco mais longo e
despenteado, como se ele tivesse passado os dedos por ele, que era
exatamente o que eu queria fazer... Parecia tão macio e sedoso. A barba por
fazer que revestia sua mandíbula perfeita também era mais longa. Não
exatamente uma barba, mas apenas o suficiente para fazê-lo parecer
robusto e sexy. E era Ben, então seu joelho estava balançando para cima e
para baixo, provavelmente por causa dos nervos inquietos, porque ele
estava sempre se movendo. A visão me fez sorrir.
Quando estava prestes a voltar a andar, vi uma mulher atacá-lo. Ela era
alta e esguia, com longos cabelos negros. Ela se aproximou dele e disse
algo, mordendo o lábio e enrolando o cabelo no dedo. Ela estava
obviamente dando em cima dele, o que era adorável. Eu não poderia culpá-
la nem um pouco. Ele era de longe o cara mais quente de todo o maldito
lugar.
Ben sorriu educadamente para ela e balançou a cabeça, respondendo a
tudo o que ela estava dizendo, provavelmente deixando-a cair facilmente.
Ela fez beicinho, mas acenou com a cabeça, então se esgueirou de volta para
uma mesa onde se sentou com algumas outras mulheres, todas elas
tomando martinis. Eu ri para mim mesmo e balancei minha cabeça. O
irresistível Ben Lockwood... Ele não tem ideia do poder que tem sobre as pessoas.
Caminhei lentamente até o bar e Ben olhou para cima, imediatamente me
prendendo no lugar com aqueles olhos azuis brilhantes. Senti um tremor
percorrer meu corpo, prendendo a respiração na garganta.
O azul cintilante me hipnotizou quando ele se levantou, caminhando em
minha direção em passos largos. Eu o vi engolir em seco enquanto fechava
a lacuna entre nós. E então ele sorriu.
Foi um sorriso tão incapacitante, tirou o fôlego de mim. E antes que eu
pudesse dizer ou fazer qualquer outra coisa, ele me agarrou com força,
envolvendo seus braços fortes em volta de mim e me abraçando para salvar
sua vida.
Derreti contra seu corpo robusto e apertei sua cintura, puxando-o o mais
perto possível enquanto ele segurava minhas costas, correndo seus dedos
ao longo de minhas omoplatas. Inalei profundamente, sentindo aquele
cheiro de dar água na boca dele, como roupa limpa e sabão almiscarado e
Ben enlouquecendo Lockwood. O melhor cheiro do mundo. Seu rosto se
enterrou em meu pescoço e ele arrastou seus lábios ternamente ao longo da
minha pele.
— Ei, bebê... — ele sussurrou, aquela voz profunda e sexy vibrando
através de mim. — Sentiu minha falta?
— Cale a boca, — choraminguei, e ele riu baixinho, sua respiração
fazendo cócegas na minha carne e fazendo meu pau pular contra sua
cintura.
Nós finalmente nos separamos, embora ele mantivesse suas mãos em
meus bíceps, queimando minha alma com aquelas íris azuis.
— Estou tão feliz por você estar aqui, — ele murmurou, inclinando a
cabeça para o lado. — Quase não consigo acreditar.
— Eu sei, eu não acredito, — balancei minha cabeça sutilmente. — Ainda
estou meio chocado. Definitivamente, não pensei que veria você...
— Eu sei, — ele sorriu, mordendo o lábio. Suas bochechas estavam quase
corando, e isso fez meu coração bater forte. Ele está tão feliz em me ver... O que
é isso? Como isso pode estar acontecendo? Estou em um sonho?!
— Vamos. Vamos pegar uma bebida, — ele ordenou, pegando meu
queixo brevemente em seus dedos, antes de voltar para o bar, me forçando
a segui-lo como um maldito cachorrinho.
Nós dois nos sentamos no bar e Ben pediu um uísque para mim
enquanto eu examinava os arredores por um momento. Era um lugar
agradável. Luzes fracas, velas, tudo preto, vermelho escuro e móveis de
carvalho por toda parte. A banda estava tocando alguma música de Bob
Dylan e não soava nem um pouco ruim.
Ben se virou para mim, seus joelhos tocando os meus enquanto ele se
inclinava no bar, se aproximando de mim. O barman colocou uma bebida
na minha frente e tomei um gole rápido na tentativa de acalmar meus
nervos.
— Então... cassino? — Ele rugiu, mostrando uma covinha tragicamente
sexy.
— Então... clube de strip? — Respondi, e ele riu.
— Sim. Esses jantares de negócios sempre dão errado, — ele sorriu,
tomando um gole de sua bebida. — Mas estou feliz por ter ido com eles. —
Ele não disse mais nada, mas manteve os olhos nos meus. Ele não precisou
entrar em detalhes. Eu sabia o que ele queria dizer.
— Eu também, — cantarolei, lambendo meu lábio.
— Como você está, garoto? — Ele perguntou, seus olhos descendo por
um momento antes de levantar a sobrancelha. — Você parece bem.
— Ben Lockwood... você está vindo atrás de mim? — Eu disse
asperamente e ele riu de novo.
— Mm... Ainda não. Mas espero que em breve, — ele sorriu aquele
sorriso arrogante que me fez querer pular sobre ele.
Conversamos um pouco, terminando nossas bebidas e pedimos mais. Ele
me perguntou sobre a escola e meus amigos, então perguntei sobre o
trabalho. Ele ficou feliz em me contar tudo sobre esse novo projeto em que
estava trabalhando e ficou muito animado ao descrever todos os detalhes.
Foi tão bom apenas sentar e conversar com ele. Estar apenas em sua
presença era como uma alegria própria.
Em nossa terceira rodada, estávamos nos sentindo bem. Estávamos
sentados muito próximos para que pudéssemos nos ouvir por cima da
música. E sim, estávamos apenas conversando, mas mesmo isso estava me
deixando nervoso. Ele continuou observando meus lábios e lambendo os
dele. Eu poderia dizer que ele queria me beijar, e eu queria tanto que estava
quase desesperado.
Ainda assim, eu não conseguia superar o quanto me sentia à vontade
com ele. Era reconfortante em um nível totalmente diferente. Sempre soube
que sentia falta dele quando estávamos separados, mas acho que nunca
soube de toda a extensão disso até que estivéssemos juntos novamente; e
nunca mais quis ficar longe dele.
— Então... Como está a Jess? — Finalmente perguntei sobre ela, surpreso
por não a ter mencionado até aquele ponto.
— Ela está maravilhosa, — respondeu ele, traçando seu copo com o dedo
indicador. — Você conhece Jess. Ela é sempre perfeita, não importa o que
mais esteja acontecendo no mundo.
— Isso é verdade, — balancei a cabeça, sentindo um vazio estranho. —
Ela sabe que está comigo?
Ele balançou a cabeça lentamente. — Eu disse a ela que estava bêbado
demais para dirigir para casa, então eu ficaria em um hotel esta noite. — Ele
fez uma pausa, alguma emoção séria piscando brevemente em seu rosto. —
Direi a ela amanhã.
Engoli o resto da minha bebida, tentando encobrir a estranha sensação de
culpa que estava tentando lutar contra a minha felicidade. Eu não tinha
certeza do que deveria me sentir culpado. Jess sabia sobre Ben e eu. Ela não
ligava. Todos nós estávamos juntos naquele ponto. Mas ainda estava me
irritando que esse sentimento negativo estivesse tentando chover em meu
desfile.
Então, empurrei-o para baixo e me aproximei de Ben.
— Então... você tem um quarto aqui? — Levantei minha sobrancelha para
ele.
— Mhm, — ele cutucou meu joelho com o seu. — Bem lá em cima...
— Isso é... interessante, — murmurei, meus dedos se contraindo com o
desejo de tocá-lo em todos os lugares.
— Muito interessante... — ele cantarolou, então pegou seu lábio inferior
rechonchudo e de aparência saborosa entre os dentes. Ele se aproximou até
que estivéssemos mal separados. Sua mão se estendeu lentamente, talvez
até um pouco hesitante, enquanto seus dedos deslizavam pelo meu braço.
— Talvez pudéssemos... subir para outra bebida...?
— Isso parece divertido, — sussurrei, e seus olhos brilharam. Eu não
conseguia parar de olhar sua boca, imaginando todas as coisas deliciosas
que eu queria fazer com ela. Isso estava me queimando.
Estávamos tão perto um do outro, eu podia sentir o calor irradiando dele.
E ele estava me tocando tão suavemente, havia um movimento perceptível
abaixo da minha cintura. Engoli em seco, tomando uma decisão repentina
de colocar minha mão em seu quadril. Na verdade, eu o ouvi choramingar
com o meu toque e isso me deixou pronto para entrar em combustão.
— Você me deixa tonto... — ele respirou, inclinando-se como se fosse me
beijar, embora seus olhos ainda estivessem me observando de perto.
— Talvez devêssemos... ir para algum lugar privado, — gaguejei contra
os meus nervos, brevemente olhando ao nosso redor. Ainda havia algumas
pessoas por perto. Eu não tinha certeza se era a melhor ideia fazer isso em
público.
— Quem se importa com essas pessoas? — Ele bufou, movendo a mão
para baixo para a minha coxa e deslizando os dedos ao longo do meu jeans.
— Ninguém nos conhece aqui.
— Eu sei... — Engoli em seco, sem fôlego. — Mas... eu só...
— O que há de errado bebê? — Ele rugiu. — Isso te deixa nervoso?
— Você me deixa nervoso, — respondi, minha voz instável. — Sempre.
Ele deu uma risadinha profunda. — Você sabe o que me faz...
Mal percebi que estava segurando sua camisa em meu punho. Eu o soltei
e acenei para ele.
— Eu aceito, — cantarolei, movendo minha mão até o botão de cima de
sua camisa, correndo meu dedo ao longo de sua clavícula exposta, o topo
de seu peito largo e definido. — Você faz o mesmo comigo.
Ben rosnou, voltando a acariciar meu braço com seus longos dedos. O
olhar em seus olhos era de pura fome, e parecia estar tomando cada grama
de sua força para não rasgar nossas roupas ali mesmo.
Alguma conversa acontecendo nas proximidades fez com que nós dois
erguêssemos os olhos. As garotas de antes agora estavam bêbadas,
levantando e dançando - mais como tropeçando - com alguns caras. Isso
tirou Ben um pouco de seu transe e percebemos simultaneamente que,
embora não conhecêssemos realmente ninguém por aqui, provavelmente
não seria sensato começar a nos beijar no meio de um bar.
Ben pigarreou e se recostou, sinalizando para o barman pedindo a conta.
Ele pagou rapidamente e nós dois nos levantamos juntos.
— Quer ver meu quarto? — Ele murmurou, dando-me um sorriso
lascivo.
— Eu adoraria ver seu quarto, — respirei e mordi meu lábio.
Nós dois saímos rapidamente, saindo do restaurante e caminhando
casualmente pelo saguão do hotel. Nós entramos no elevador, e assim que a
porta fechou, Ben me empurrou contra a parede e me beijou, forte, mas de
alguma forma tão suave que eu já estava me desfazendo. Ele me prendeu
na parede com seus quadris, moendo em mim lentamente enquanto
segurava meu queixo, separando meus lábios com sua língua.
— Bebê... eu fodidamente te senti tão mal... — ele ronronou enquanto eu
enterrava meus dedos em seu cabelo, beijando-o mais e mais
profundamente.
— Deus, senti sua falta, — ofeguei entre beijos quentes e escorregadios de
luxúria reprimida e desejo.
O elevador apitou no nosso andar e nos separamos, saindo para o
corredor. Ben me arrastou pelo braço até seu quarto, abrindo a porta
rapidamente e me empurrando para dentro. Ele colocou o cartão Não
perturbe na porta e sorri, lembrando-me de quando Jess fez a mesma coisa
algumas semanas atrás.
Assim que estávamos seguros dentro do quarto do hotel, nos tornamos
como animais selvagens, atacando uns aos outros em puro desespero. Nem
mesmo acendemos as luzes. Estava tão escuro, mas a lua brilhava pela
porta de vidro da varanda, tornando tudo muito mais sensual.
Ben estava me beijando com tanta força, meus lábios estavam inchados e
meu pau latejava. Nós dois nos despimos rapidamente, rasgando nossas
roupas, tentando freneticamente deixar o outro nu. Acabei nu primeiro, e as
calças e boxers de Ben estavam em volta de sua bunda, sua camisa
pendurada em seus ombros quando ele caiu de joelhos e começou a me
chupar.
Não pude evitar o gemido que voou da minha boca enquanto ele
chupava meu pau lenta e profundamente. Seus lábios me acariciaram
longamente, para cima e para baixo, sua cabeça balançando na frente da
minha cintura. Segurei seu rosto, observando-o com fascinação enquanto
ele me dava a melhor chupada de minha vida inteira.
— Ben... bebê, você me chupa pra caralho, — murmurei, deslizando
meus dedos sob seu queixo. Seus olhos encontraram os meus, e mesmo na
escuridão da sala, eu podia ver o azul mais brilhante de todos os tempos,
brilhando para mim, quase brilhando.
Ele gemeu com meu pau em sua boca, as vibrações ondulando por todo o
meu corpo. Eu poderia dizer que ele estava com tesão pra caralho pelo jeito
que ele estava indo comigo. Ele estava amando cada segundo disso, e
obviamente eu também. Eu já podia sentir minhas bolas apertando.
Puxei meu pau para fora de sua boca e o levantei, livrando-o de sua
camisa e calças para sempre. Então o agarrei pela cintura, beijando-o
suavemente, sacudindo meus quadris para esfregar nossas ereções.
Nós nos beijamos até a cama e o empurrei de costas, lambendo,
beliscando e chupando seu pescoço e garganta, depois em seu peito. Peguei
seu mamilo entre meus lábios, brincando com ele, fazendo-o estremecer.
Então, desci pelo resto de seu torso, deslizando minha língua entre todos os
músculos ondulantes até chegar a seu grande e belo pau, em toda a sua
glória.
— Provoque meu pau, Ryan, — ele respirou, seu tom suplicante. — Com
seus lábios doces e sua língua quente.
— Porra, Ben... — Gemi baixinho, pegando-o em meu punho e
acariciando, de suas bolas até a coroa e nas costas. Suas pálpebras caíram e
sua cabeça caiu para trás. — Você tem o melhor pau de todos.
Rodei minha língua em torno da ponta, sentindo o gosto salgado de sua
excitação, fazendo meu próprio pau pulsar entre minhas pernas. Lambi-o
em golpes longos e ternos, para cima e para baixo em cada centímetro de
sua masculinidade, realmente saboreando o quão suave, dura e quente sua
carne sólida estava em minha boca. Chupei suavemente no início,
brincando com ele, sentindo-o tremer diante de mim. E então dei a ele tudo
que eu tinha.
Chupei o pau grande de Ben lenta e fortemente, extraindo todos os seus
sons sexys, deixando-o deslizar pela minha garganta até que eu não
pudesse caber mais um centímetro. Eu estava transando com ele com
minha boca, e pude vê-lo perdendo o controle, segurando o cobertor em
seus punhos. Seu glorioso corpo musculoso estava espalhado e pronto para
eu devorá-lo.
— Ryan... bebê... puta merda, — ele se engasgou, ofegante, empurrando-
se na minha garganta até que meus olhos começaram a lacrimejar. — Você
é tão bom em chupar meu pau. Ninguém nunca fez isso como você...
Gemi com suas palavras, aumentando um pouco o ritmo. Eu era como
uma máquina. O mundo ao meu redor estava borrando enquanto eu
perseguia seu orgasmo, desesperado para provar seu gozo quente e
escorregadio. Ben estava desmoronando na minha frente. Ele estava prestes
a se soltar a qualquer segundo.
— Uh... oh Deus... bebê... — ele grunhiu, se contorcendo, pronto para
explodir. — Vou gozar. Você vai... me fazer... gozar!
Ele gritou baixinho, meu nome voando de seus doces lábios enquanto ele
explodiu em um clímax surpreendente, atirando tudo na minha boca e
garganta abaixo enquanto eu lutava para engolir tudo dele. Era muito, mas
eu queria. Eu precisava disso. Eu adorava.
Estava com tanta sede que não conseguia o suficiente. Quando ele
terminou, chupei a cabeça do pau dele e ele me deu um pouco mais. Ele é
tão gostoso, oh meu Deus.
Rastejei sobre ele enquanto lutava para recuperar o fôlego e puxei seu
rosto para o meu.
— Beije-me, — exigi, mordendo e chupando seus lábios curvos. — Prove
como você é delicioso, bebê.
— Puta merda... — ele choramingou, agarrando minha bunda e me
puxando para mais perto. — Ryan... você é tão incrível. Como você é real?
— Ben... — Engoli em seco, um aperto estranho e pesado em meu peito.
Eu senti que estava prestes a dizer algo que não deveria. Então, em vez
disso, rolei-o de lado e me posicionei entre suas longas pernas. — Vou te
foder tão bem, bebê.
— Foda-me, Ryan... — ele implorou, alcançando meu pau. — Estive
esperando por você.
Rosnei e lambi minha mão, massageando um pouco de lubrificação no
meu pau antes de pressioná-lo em sua abertura. Eu não conseguia parar de
olhar para ele, apenas admirando o quão bom ele parecia. Seu cabelo estava
realmente uma bagunça agora, mas o fazia parecer jovem e lindo, como um
modelo ou algo assim. Suas bochechas estavam vermelhas, seus lábios
úmidos e inchados. Seus olhos mal estavam abertos e ele parecia que ia
desmaiar.
Segurei-o aberto e forcei meu pau em sua bunda, nós dois gemendo
juntos. Ele estava tão apertado. Senti-me como se estivesse em um sonho.
Empurrei-o ainda mais, alimentando meu pau dentro dele, lentamente, até
que ele relaxou o suficiente para me deixar mover.
— Como está a sensação? — Murmurei, e ele engasgou algo que eu mal
pude entender, suas mãos segurando minha cintura com força. — Você
gosta de como eu te fodo, hein, Ben?
— Eu amo isso, — ele gemeu, e meu pau pulsou dentro dele. — Foda-me
mais forte.
Obriguei-o, fodendo-o profundamente e com força, batendo em sua
bunda apertada repetidamente. Os sons de nós fodendo estavam tocando
pelo quarto, e nós definitivamente não estávamos quietos, mas não me
importava. Eu estava exatamente onde precisava estar. Estava com meu
homem, fazendo amor com ele.
Ele é meu homem. Todo meu. Sua bunda, seu pau, seus lábios doces e olhos azuis
e pele dourada. Ele é. Porra. Meu.
— Você é meu, não é, Ben? — Eu disse lentamente, perdendo-me no meu
ritmo, mal percebendo as palavras que estava dizendo.
— Uh, sim... — ele grunhiu, todo o seu corpo se movendo para cima e
para baixo na cama com minhas estocadas fortes.
— Diga-me, — ordenei, acariciando suas bolas, fazendo-o se contorcer.
— Diga... você... — ele murmurou incoerentemente, seus olhos revirando
em sua cabeça de euforia.
— Diga-me que é meu. — Bati nele, recuando, em seguida, mergulhando.
Sua bunda apertada estava me acariciando tão bem que eu estava perdendo
qualquer aparência de controle.
— Eu sou seu, — ele se engasgou, cavando seus dedos em minha carne.
— Sou seu, Ryan. Bebê... oh Deus...
— Porra, Ben, vou gozar em você, — ofeguei, agarrando sua bunda com
força.
— Goze dentro de mim, — ele rosnou. — Por favor...
Eu não tinha ideia do porquê, mas ouvi-lo dizer isso, daquela forma, me
disparou como fogos de artifício. Meu orgasmo balançou através de mim,
explodindo do meu pau com toda a sua força, esvaziando dentro da bunda
de Ben tão profundamente. Meu pau doía, minhas bolas se contraíram
quando gozei, com tanta força que mal conseguia respirar.
E então, de alguma forma, Ben começou a gozar de novo, seu pau
doendo ainda mais gozando em seu abdômen, o que eu nunca pensei que
fosse possível. Ele estava ofegante e choramingando meu nome e todos os
tipos de ruídos quando desabei em cima dele e ele me segurou.
Nós nos abraçamos, respirando e nos recuperando do sexo mais intenso
de todos os tempos.
Foi tudo o que sempre pensei que o sexo poderia ser. E tudo por causa de
Ben. Ele era tão perfeito.
Eu amo-o.
Eu tinha corações flutuando atrás dos meus olhos enquanto pressionava
minha cabeça em seu peito, sentindo seu batimento cardíaco contra minha
bochecha enquanto eu caía no sono.

— Você vai ter que parar com isso...


— Por quê?
— Você sabe que tenho cócegas lá.
Eu sorri. — Onde... aqui?
Ben riu, em seguida, limpou a garganta tentando me dar uma cara mais
viril, embora ele apenas parecesse adorável. — Sim ali. Agora pare antes
que eu dê um soco em você.
— Você não faria isso, — engasguei-me, arrastando meu dedo ao longo
de seu quadril nu.
— Quer apostar? — Ele ergueu a sobrancelha.
— Bom, ótimo. Que tal... se eu fizesse isso... com meus lábios... -
murmurei, descendo até sua pélvis, roçando meus lábios nas sensuais
formas em V de seus músculos.
— Mmmm... bebê, — ele gemeu, fechando os olhos e mordendo o lábio.
— Você não pode fazer isso. Estou exausto. Eu não acho que eu poderia
ficar duro de novo se tentasse.
— Hmm... acho que deveríamos testar essa teoria, — sorri perversamente
enquanto continuava a brincar com ele.
— Ryan, são seis da manhã, — ele bufou, passando os dedos pelo meu
cabelo. — Nós estivemos fodendo por horas. Ouça minha voz! É como se
tivesse ido. — Ele riu e tive que rir.
Ele tinha razão. Ele parecia exausto. E tão sexy, eu não aguento mais.
Olhei para a cortina parcialmente fechada, mal cobrindo a porta de vidro
da varanda. O sol estava nascendo.
Estiquei meus membros doloridos, em seguida, passei meus braços em
volta da cintura de Ben, puxando-o para mais perto para que pudéssemos
nos abraçar um pouco mais. Já fazíamos isso há um tempo. Sinceramente,
não saberia quanto tempo se passou se ele não dissesse algo.
A última noite foi a melhor noite de toda a minha existência.
Parecia que cada noite que eu tinha com Ben era melhor do que a
anterior. Eu nem tinha certeza de como era possível nos regenerarmos
rápido o suficiente para fazer sexo tanto quanto fizemos. Quer dizer, eu
tinha resistência, mas merda... Na verdade, só trouxe meu viciado em sexo
interior.
Segurei-o perto, arrastando meus lábios ao longo de sua garganta e em
seu peito, acariciando o pequeno pedaço de cabelo macio e claro sob seu
esterno. Ele cheirava tão malditamente bem que me deu água na boca.
Ele deslizou sua perna entre as minhas e brincou com meu cabelo, seus
grandes braços gigantes me segurando, protegendo-me do mundo exterior.
Era perigoso como eu me sentia bem quando estava com ele. Era como se
nada ou ninguém pudesse penetrar nessa bolha.
Ainda assim, no fundo da minha mente, eu sabia que havia um
cronômetro nesse estado de êxtase em que estava. Ben teria que ir para casa
logo. E eu teria que voltar para a escola e terminar minhas aulas antes das
férias de inverno. E então quem sabia o que aconteceria...
— Está com fome? — Murmurei, distraindo-me dos meus pensamentos
dolorosos.
— Ryan, vou ficar de queixo caído se chupar seu pau de novo... — Ben
bufou. — Você é muito grande. Preciso de um tempo.
Eu ri baixinho, balançando a cabeça enquanto meus dedos percorriam
sua parte inferior das costas.
— Não, Ben, eu quis dizer fome de comida, — ri, puxando meu rosto para
trás para olhar para ele. Ele estava mordendo a parte interna da bochecha,
claramente tentando não rir. Isso o fazia parecer tão adorável e sexy que eu
não conseguia lidar.
— Oh, — ele murmurou, deslizando os dedos ao longo do meu queixo.
— Então sim... estou com muita fome de comida. Estou morrendo de fome,
na verdade. Acho que posso morrer.
— Bem, nós não podemos ter isso, — sorri, beijando-o suavemente em
seu beicinho, embora com os lábios ligeiramente inchados. — Devemos
pedir serviço de quarto?
— Eu não acho que fazem isso aqui, — ele sorriu, inclinando a cabeça
enquanto nos encarávamos. — Não é como a suíte da ABQ. Este lugar não é
chique o suficiente para o café da manhã na cama. — Eu ri e pisquei
lentamente, ainda o tocando em todos os lugares. Eu simplesmente não
conseguia parar. Eu estava totalmente viciado em ter minhas mãos nele. —
Além disso, vou voltar logo. Não quero que Jess se preocupe. Ainda tenho
que voltar para o meu carro.
— Vou te levar até o seu carro, — eu disse a ele, meu tom deixando-o
saber que isso deveria ser óbvio.
— Tem certeza? — Ele perguntou, sua testa enrugada em questão. — É
como quarenta e cinco minutos na direção oposta de onde você precisa ir...
— Não me importo, — sussurrei. Eu faria qualquer coisa por você, Ben. Não
sabe disso agora?
— Mesmo? — Ele me deu um olhar apreciativo que fez meu estômago
torcer. Balancei a cabeça rapidamente. — Obrigado, bebê.
Tudo para passar mais tempo com você...
Sorri para ele para me impedir de deixar escapar todos esses
pensamentos malucos girando em minha mente superestimulada.
— Por que não tomamos banho e nos vestimos, então vamos para a casa
de waffles no caminho para o seu carro... — Eu sugiro, afastando seu cabelo
sedoso de onde ele queria cair sobre sua testa.
— Oh meu Deus, nem diga casa de waffle agora, — ele rugiu, seus olhos
brilhando. — Meu estômago está roncando. Estou surpreso que não pode
ouvir.
Eu ri e o beijei novamente. — Bem, então vamos indo. Preciso manter
meu homem alimentado.
Ben cantarolou contra meus lábios, mas abri meus olhos rapidamente
para ver se ele estava pirando com o fato de que o chamei de meu homem.
Ele parecia um pouco sério, mas não completamente assustado, o que achei
um bom sinal. Eu precisava ter cuidado. Não podia arriscar assustá-lo
dizendo algo maluco. Mesmo que fosse tudo o que eu estava sentindo no
momento.
Finalmente nos separamos e nos levantamos, ambos nos movendo
glacialmente devagar por causa de toda a tensão muscular. Senti-me da
mesma forma que geralmente me sentia depois de ir muito duro na
academia. Além da bunda dolorida...
Entramos no chuveiro e nos lavamos, tentando muito não nos distrair,
embora fosse difícil. Apenas estar perto de Ben deixava meu pau duro, e
claramente ele se sentia da mesma maneira. Ele me deixou lavá-lo um
pouco até que ele me acusou de ser brincalhão e me empurrou. Eu tive que
rir, no entanto. Ele era tão fofo e sexy. Ele era um homem tão controlador e
intimidante. Isso me fez inchar de orgulho com o fato de que eu poderia
fazê-lo baixar a guarda, apenas o suficiente para me deixar lavar seu cabelo.
Saímos do chuveiro e nos vestimos, juntando todas as nossas coisas e nos
preparando para sair.
— Eu realmente espero que lavem esses lençóis, — Ben grunhiu,
balançando a cabeça.
— Tenho certeza de que sim, — ri. — Definitivamente, não somos as
primeiras pessoas a fazer um festival de merda louco aqui.
— Ai credo! Ryan... isso é nojento, — Ben me repreendeu e ri de novo. —
Eu não quero pensar na porra de outras pessoas na cama.
— Então é diferente se for nossa porra? — Levantei minha sobrancelha,
incapaz de parar de rir de seu rosto.
— Pare de dizer porra, — ele sorriu, caminhando para a porta. Eu o segui.
— Você disse isso primeiro, — murmurei, e ele se virou para mim, me
dando um olhar de advertência.
— Não me empurre, criança, — ele rosnou, um sorriso malicioso
puxando seus lábios. Eu me aproximei dele e corri minhas mãos sobre seu
peito.
— Quando vai parar de me chamar assim? — Cantarolei, sentindo seus
músculos sob o material macio de sua camisa.
— Quando parar de agir como um punk, — ele sussurrou, agarrando
minha bunda e apertando enquanto puxava meu corpo contra o dele. Seus
olhos caíram para meus lábios, tremulando fechados antes que me beijasse
tão suavemente que não pude evitar o gemido involuntário que escapou de
meus lábios.
— Ben, — respirei, chupando seu lábio inferior com ternura antes de
traçar o topo com minha língua.
— Ryan, — ele ofegou, segurando minha cintura com força.
— O que está fazendo comigo? — Meus lábios se fundiram com os dele e
nós nos beijamos, lenta e profundamente, apaixonados.
— A mesma coisa que você tem feito comigo desde aquela primeira noite
no porão, — ele gemeu baixinho sobre meus lábios, me fazendo tremer.
Nós finalmente nos separamos e ele descansou sua testa na minha
enquanto recuperávamos o fôlego.
— Penso naquela noite o tempo todo, — sussurrei.
— Eu também, — ele falou suavemente. — Eu estava com tanto... medo
de você. De como você me fez sentir bem.
— Eu estava com medo do quanto eu queria... — eu disse a ele, e ele
choramingou, me beijando mais uma vez, rápido.
Então ele bufou e relutantemente me soltou, mas não sem antes acariciar
meu queixo com seus longos dedos.
— Vamos, bebê, — ele me deu um pequeno sorriso, e saímos do quarto
do hotel. Jesus... Isso foi intenso.
Caminhamos pelo corredor até o elevador, esperando pacientemente por
ele. Bem, eu estava sendo paciente. Ben não conseguia ficar parado, como
sempre, e estava todo batendo o pé e tocando tudo. Ele literalmente nunca
parava de se mover. Ele era como uma criança grande e isso me fez sorrir.
— Estamos totalmente fazendo a caminhada da vergonha agora, — ele
murmurou quando o elevador chegou ao nosso andar.
— Tenho algumas camisetas no meu carro. Pode pegar uma emprestada
se quiser trocar, — eu disse a ele, e ele sorriu para mim quando as portas se
abriram.
O elevador já tinha pessoas dentro, e quando entramos, percebi que
pareciam familiares.
Era a mulher da noite anterior, com longos cabelos escuros. Aquela que
deu em cima de Ben...
Ela estava com um dos caras com quem ela e suas amigas estavam
dançando antes de Ben e eu sairmos para pegar nossa aberração. E ela
estava claramente envergonhada.
Ben e eu ficamos lado a lado, em frente à mulher e à sua companhia. Ben
estava sorrindo, cruzando os braços sobre o peito, parecendo quente pra
caralho. E eu só estava tentando não rir, encostando-me um pouco nele.
— A pessoa que você estava esperando? — A mulher perguntou a Ben,
levantando a sobrancelha e exibindo um pequeno sorriso astuto.
Ele balançou a cabeça lentamente em resposta, seu rosto iluminado com o
mais charmoso sorriso de dentes brancos que eu já tinha visto em qualquer
humano antes. Ele olhou para mim e piscou.
— Você é um cara de sorte, — a mulher disse, piscando as cinzas de seus
olhos para nós dois. Seu caso de uma noite apenas parecia cansado e de
ressaca.
— Eu sei, certo? — Sorri e as portas do elevador se abriram, nós quatro
entrando no saguão.
Segui Ben, que estava rindo para si mesmo e balançando a cabeça, até a
mesa da recepção.
— O que disse a ela ontem à noite? — Perguntei a ele, e ele se virou para
me encarar, encostado no balcão.
— Nada realmente, — ele encolheu os ombros. — Ela perguntou se eu
estava sozinho e se ela poderia me pagar uma bebida. E eu disse a ela que
estava esperando por alguém.
— Hmm... Então eu sou alguém agora? — Provoquei, cruzando os braços
sobre o peito.
— Bebê, você é mais do que apenas alguém, — ele sussurrou, sua voz
profunda e rouca. — Você é meu alguém.
Meu estômago embrulhou e mordi meu lábio, quebrando nosso olhar
intenso, olhando para minhas mãos. Meu rosto estava tão quente, e eu sabia
que provavelmente estava ficando vermelho.
— Como você é tão doce? — Resmunguei, olhando de volta para ele.
— Posso ser bom quando quero, — ele sorriu. Respirei fundo, tentando
estabilizar meu pulso fora de controle enquanto Ben fazia o check-out do
hotel com a senhora na recepção.
Demorou dois minutos e a próxima coisa que eu sabia, ele estava me
agarrando pela mão, me puxando para fora. Eu o vi procurando meu carro
no estacionamento, então tirei as chaves do bolso com a mão livre e
destranquei as portas com o controle remoto. Caminhamos pelo
estacionamento em direção ao meu carro, de mãos dadas. Como se
fôssemos um casal ou algo assim.
Minha mente está explodindo agora.
Abri a porta traseira primeiro e peguei duas camisetas limpas da minha
bolsa de ginástica.
— Aqui, — chamei Ben, e ele olhou para cima, sorrindo para mim. —
Branco ou cinza?
— Cinza, por favor, — ele respondeu, e joguei a camiseta para ele. Ele
desabotoou sua camisa social e a tirou de seus ombros largos, enquanto eu
sutilmente cobiçava sua deliciosa sem camisa. Então fiz beicinho para mim
mesmo quando ele deslizou a camiseta pela cabeça. — Você não se importa
se eu pegar isso emprestado?
— Claro que não, — zombei, puxando minha velha camiseta pela cabeça
e substituindo-a pela nova camiseta branca. — Gosto que possamos
compartilhar roupas. Temos o mesmo tamanho.
— Sim, nós temos... — Ben cantarolou, e olhei para cima para vê-lo me
observando. Eu ri suavemente.
— Você vai dirigir? — Perguntei, jogando as chaves do meu BMW para
ele.
Ele ergueu as sobrancelhas para mim com surpresa. — Sim? —
Concordou.
— Por favor.
— É isso aí, bebê, — ele sorriu enquanto abria a porta do lado do
motorista. — Qualquer coisa pelo meu homem.
Revirei os olhos para ele, mas por dentro estava pulando para cima e
para baixo. Eu não poderia dizer se ele estava fodendo comigo, porque ele
tinha aquele olhar maldito de Ben arrogante em seu lindo rosto. Mas ainda
estava me fazendo sentir um formigamento. Ele realmente quer ser meu
homem??
Entramos no carro e colocamos o cinto de segurança antes de voltarmos a
dar as mãos imediatamente, como sempre fazíamos no carro por algum
motivo. Nossos dedos se entrelaçaram e relaxei contra o banco do
passageiro, observando Ben com o canto do olho enquanto ele saía do
estacionamento do hotel e nos levava para a comida.
Na verdade, eu não estava no banco do passageiro da minha BMW desde
que era do meu pai, antes de ele falecer. Ele nunca deixou ninguém além de
mim dirigir seu carro, e ele sempre soube que eu adorava. Foi por isso que
ele deixou comigo quando morreu. E provavelmente porque ele sabia que
eu estava na escola e não tinha dinheiro para comprar um carro meu. O fato
de que estava deixando Ben dirigir era muito mais importante para mim do
que jamais deixaria que ele soubesse.
O trajeto até a casa de waffles demorou apenas cerca de vinte minutos,
indo na direção do restaurante onde o carro de Ben estava estacionado,
segundo ele. Eu não estava muito familiarizado com esta área, então, assim
que o deixasse, eu definitivamente estaria usando um GPS para casa. O
simples pensamento de ter que dizer adeus a Ben novamente já estava me
deixando triste, mas eu não podia deixar a tristeza iminente estragar meu
tempo com ele.
Ben estava em uma forma rara. Ele estava sorrindo ativamente para o
nada, pulando em sua cadeira, cantando junto com as músicas no rádio. Se
eu estivesse interpretando mal a situação, poderia facilmente me convencer
de que seu humor estelar tinha algo a ver conosco ou comigo. Mas eu não
queria ter muitas esperanças, então ignorei esses pensamentos. Ele
provavelmente estava apenas animado para comer.
Ben estacionou na casa de waffles e estava andando rápido para entrar
rápido, embora ainda segurando minha mão na sua, puxando-me com ele
enquanto nos sentávamos em uma cabine disponível. A garçonete veio
entregar os cardápios e Ben pediu um café antes mesmo que ela terminasse
de dizer olá.
— O que vai comer? — Perguntei, folheando o menu. Olhei para Ben,
que não estava olhando para ele.
— Waffles, batatas fritas, ovos médios, bacon, salsicha e torradas, — ele
respondeu em um suspiro e sorriu, aparentemente satisfeito consigo
mesmo.
— Droga, bebê, — eu ri. — Guarde um pouco de comida para o resto de
nós. — Ele balançou a cabeça lentamente e eu ri. — Você está com bastante
apetite.
— Mhm, — ele grunhiu quando a garçonete trouxe seu café. Ela
perguntou o nosso pedido e ele repetiu a mesma coisa que tinha acabado
de me dizer, só que mais rápido dessa vez, o que até fez a garçonete da casa
de waffles rir.
— E para você, querido? — Ela se virou para mim.
— Só waffles, bacon e suco de laranja, por favor, — sorri, e ela saiu com
nosso pedido.
— Psh. Amador, — Ben zombou de mim. — Pensei que malhasse. Você
não precisaria comer muito mais do que isso para manter o seu tamanho?
— Em primeiro lugar, não malho como um louco, — resmunguei para ele e
ele revirou os olhos.
— Bebê, você me disse que estava na academia todos os dias na semana
passada, — ele ergueu a sobrancelha, me chamando.
— Ok, tudo bem, — admiti. — Mas isso era só porque eu estava tentando
me distrair.
O rosto de Ben ficou imóvel enquanto ele me olhava boquiaberto. —
Distrair-se do quê...?
Balancei minha cabeça e olhei para a mesa, brincando com os talheres.
— Nada. Esqueça, — murmurei.
— Ryan, — sua voz suave deslizou dentro de mim e engoli em seco. Ele
estendeu o braço sobre a mesa e pegou minha mão. Meus olhos dispararam
de volta para os dele. — Eu odeio a ideia de você estar triste...
— Não é sua culpa, — sussurrei, meu tom misturado com incerteza.
— Bebê, sinto tanto sua falta quando estamos separados, — ele
cantarolou. — Você sabe que também não é fácil para mim, certo? — Você
vai ter que parar de dizer coisas assim para mim, Ben...
— Eu sei, — respondi, olhando ao nosso redor para ver se alguém estava
olhando. Eu estava mais do que um pouco nervoso por estar segurando sua
mão ao ar livre assim, embora minhas entranhas estivessem se contorcendo
com o fato de que ele realmente parecia adorar me chamar de bebê.
Ben percebeu minhas reservas e balançou a cabeça. — Quem se importa
com essas pessoas, Ryan? Nós não os conhecemos. Nunca mais os veremos.
— Eu sei, mas... eu só... — gaguejei, sentindo o calor se espalhar pelo
meu pescoço.
Ben se levantou abruptamente e deu a volta na mesa, sentando-se bem ao
meu lado, ao meu lado. Ele sentiu uma dor e correu os dedos ao longo da
minha mandíbula, causando arrepios por todo o meu corpo.
— Beije-me, Ryan, — ele ordenou, embora seu tom fosse suave e
carinhoso.
Fiquei boquiaberto com ele como se ele fosse louco. — O quê? Por quê?
— Por quê. Quero que saiba que está tudo bem, — ele me disse,
parecendo confiante e sexy de parar o coração. — Não podemos fazer isso
em todos os lugares... Eu sei que é um problema. Ainda há muito no
caminho. Mas aqui, nesta maldita casa de waffles, estamos a quilômetros e
quilômetros de qualquer pessoa que nos conheça ou conheça nossa
situação. Só que quero que me beije... a céu aberto. Enquanto ainda
podemos...
Engoli em seco e respirei fundo, olhando para a minha esquerda, depois
para a direita.
Certamente não parecia que alguém estava prestando atenção em nós. E
mesmo se estivessem, por que devemos nos importar? Ben estava certo.
Não conhecíamos ninguém lá. Não estávamos perto da escola, ou da casa
de Ben, ou de qualquer pessoa que pudesse contar a Hailey. Por todas essas
pessoas sabiam, éramos apenas um casal gay aleatório.
Isso era o que eu queria, o que eu vinha tentando me convencer de que
não queria, embora meu coração estivesse constantemente me dizendo o
contrário. Eu queria Ben. Eu queria ser dele. Jessica era sua mulher. E eu era
seu homem.
Ele se inclinou para mais perto de mim, forçando meus olhos de volta aos
dele. Eles eram tão azuis quanto o céu. Ele quer que eu o beije... Ele me quer.
— Estou aqui, bebê, — ele sussurrou, passando a mão pelo meu pescoço.
— Não é isso que quer? — Seu rosto se aproximou e meus olhos se
fecharam.
— Sim... — respirei em seus lábios. Eu quero você, Ben. Tão ruim...
— Prove, — ele exigiu, gentilmente. — Mostre-me...
Cantarolei e beijou seus lábios doces, suaves e lentos, fazendo-o gemer
este pequeno suspiro de contentamento. Segurei seu queixo com a mão,
puxando seus lábios com os meus, bloqueando todas as hesitações e a
insegurança tentando roubar minha felicidade. E de repente era apenas nós,
em nossa própria ilha privada. Apenas eu e meu homem.
— Você está me destruindo, Benjamin Lockwood... — Eu solucei em sua
boca e ele sorriu, beijando-me de volta, respirando suave, acalmando
respirações enquanto nós sugávamos os lábios apenas da maneira perfeita.
Em nossa bolha, até...
Uma garganta limpou, alto. — Tudo bem, aqui estamos nós! — A
garçonete mal-humorada disse, tirando nós dois de nosso devaneio. Ela
colocou nossos pratos na mesa, então zombou, balançando a cabeça
enquanto se afastava.
Ben e eu olhamos um para o outro e caímos na gargalhada. Ele suspirou
e passou a mão pelo cabelo, antes de fugir para voltar para o seu lado da
cabine. Exceto que agarrei seu braço para detê-lo.
— Fique, — murmurei, implorando com os meus olhos. Ele sorriu um
largo, debilitante totalmente sorriso de volta, empurrando-me para o lado.
Eu sorri para mim mesmo, reconhecendo quão diferente o meu coração
batia quando ele estava perto de mim.
Ben trouxe seus oito milhões de pratos para mais perto e nós comemos
sentados lado a lado, compartilhando mordidas aqui e ali, conversando,
rindo e provocando um ao outro. Foi de longe uma das melhores viagens
para uma casa de waffles que já fiz.
Quando estávamos suficientemente cheios, era hora de partir. Paguei
enquanto Ben estava no banheiro, o que o fez reclamar e me repreender por
minutos a fio. Mas totalmente valeu a pena. Ele era tão fofo quando ficava
irritado e sendo forçado a abrir mão do controle.
Deixei-o dirigir novamente, de volta ao seu carro. E enquanto estávamos
na estrada, ele ligou para Jess com o telefone no viva-voz. Eu estava
nervoso ao ouvir sua voz, mas ainda mais nervoso por ela descobrir que
Ben e eu passamos a noite juntos sozinhos. Eu não tinha certeza se ela
ficaria brava. E eu realmente não tinha nenhum desejo de machucá-la ou
perturbá-la de forma alguma.
— Bebê? — Jess atendeu o telefone depois de dois toques, sua voz doce e
melodiosa flutuando pelo alto-falante como o canto de uma sereia.
— Ei, bebê! — Ben falou com ela e recuei. — Só queria ligar e avisar que
estou quase voltando para casa. Estamos voltando para o meu carro agora.
— OK. Você ainda está com os caras? — Ela perguntou, e vi os olhos de
Ben fixos em mim brevemente.
— Não, na verdade... estou com Ryan, — ele falou com firmeza, e me
encolhi por dentro. Por favor, não fique brava. Por favor, não fique brava.
— Ryan?! — Ela guinchou. — Quando??
— Bem, acontece que ele estava naquele casino em Santa Rosa com
alguns amigos, que era apenas como uma meia hora de carro ao clube de
strip eu estava. Eu não queria ficar lá, mas estava muito bêbado, então fui
para um hotel próximo e ele... me encontrou.
— Ele te encontrou no hotel? — Jess perguntou, e não pude avaliar
exatamente seu tom. Ela não parecia brava. Apenas surpresa.
— Sim... Ficamos lá na noite passada. — Eu podia ver as mãos de Ben
segurando o apertado volante. Ele estava obviamente nervoso, também. —
Ele não estava em condições para conduzir todo o caminho de casa
também.
— Oh... Jesus. Isso é loucura... — ela murmurou. Engoli em seco sobre
minha garganta repentinamente seca. — Vocês se divertiram...?
Do jeito que ela fez a pergunta, eu poderia dizer imediatamente que ela
não estava louca. Ela estava curiosa... Talvez um pouco ligada. Reconheci
em sua voz.
— Sim, — Ben grunhiu. — Muita diversão.
— Eu aposto, — ela sussurrou, e meu pau estremeceu nas minhas calças.
Jessica gosta. Ela fica excitada pensando em Ben e eu juntos. — Você está no
carro dele agora?
— Mhm, — Ben mal respondeu, então me cutucou.
— Oi, Jessica! — Sussurrei. — Estou com saudades, amor, amor.
— Oh meu Deus, também sinto sua falta! — Ela respondeu, e Ben me
lançou um olhar, estreitando o olhar. Sorri para ele. — Como está indo aí
sozinho? — Eu podia ouvir o beicinho em sua voz.
— Eu estou bem... entediado, — bufei. — Sinto falta de vocês. Fiquei tão
animado quando Ben ligou ontem à noite.
— Tenho certeza, — ela ronronou. — Bem, estou contente que passaram
algum tempo juntos. Espero que eu possa vê-lo muito em breve.
— Eu sei, eu sei, — suspirei. — Preciso ver você…
— Vai ver sua mãe no Natal? — Ela perguntou, sendo sempre atenciosa e
carinhosa.
— Acho que sim, — respondi, nem um pouco querendo entrar nessa
conversa. — Tenho algumas provas finais para esta semana e depois estou
de folga. Mal posso esperar.
— Oh, uau, você termina antes de Hailey, então.
— Sim. Quase na hora...
— Tudo bem assim agrada a unidade casa safe. Não quero me preocupar
com vocês dois, — ela disse com firmeza, e sorri. Quando olhei para Ben,
ele estava sorrindo, também.
— Vou servir, querida, — eu disse asperamente, e ela riu.
— Adeus querido. E Ben, vejo você em breve? — Ela gorjeou.
— Sim, bebê, — ele respondeu. — Devo estar em casa em cerca de uma
hora.
— OK. Amo você — Jess murmurou docemente para o marido, e mordi
meu lábio.
— Também te amo, — ele resmungou, em seguida, desligou. Respirei
fundo por algum motivo.
Ben e eu estávamos em silêncio por um minuto. Eu ainda estava
deleitando-me com a alta de ouvir a voz de Jess, tê-la me confortando com
sua doçura, como sempre fazia. E o fato de que ela completamente aceitou
Ben e eu termos tempo sozinhos. Foi muito maravilhoso.
— Eu estou tão... — Ben começou, então fez uma pausa. — Feliz.
Virei-me em meu banco para encará-lo. — Você está?
— Sim, — ele suspirou, então balançou a cabeça. — Eu amo o fato de que
Jess está bem com a gente ainda vendo um ao outro. Honestamente, eu não
tinha certeza do que ela diria...
Balancei a cabeça lentamente. — Ela parece bem com isso.
— Sim. É ótimo, — ele bufou. — Quero ter meu tempo com ela... e você.
É tudo que quero.
— Bom, bebê, — murmurei, apertando sua mão. — Estou feliz que esteja
feliz.
Ben acenou com a cabeça e ficou em silêncio novamente. Ele claramente
tinha muitos pensamentos pulando em sua linda cabeça.
— Você... queria um tempo sozinho com Jess? — Ele perguntou,
hesitante, seus olhos disparando para mim por apenas um segundo.
Eu não tinha certeza do que dizer. Eu gostava de ficar a sós com Jess, mas
principalmente porque ela era uma pessoa tão amorosa. Eu gostava de tê-la
como amiga.
E sim, eu também gostava de transar com ela e comer sua boceta, mas
nunca pensei em fazer isso sem Ben ali.
— Só não quero que seja injusto, sabe? — Ele continuou, batendo o
polegar no volante. — Tipo, não quero que seja como se vocês dois
estivessem fazendo o que eu quero.
— Eu não acho que seja assim, bebê, — eu disse a ele. — É apenas uma
coisa muito... nova e desconhecida para todos nós. Levaríamos algum
tempo para nos acostumarmos a descobrir um ritmo.
— Eu gostaria que tivéssemos mais tempo... — Ben fez beicinho. — Eu
gostaria que nós três pudéssemos ficar mais juntos.
— Eu também, — sussurrei. Minha cabeça estava girando.
Nós dirigimos os próximos minutos em silêncio antes de entramos no
estacionamento do restaurante. Ben soltou um suspiro aliviado quando viu
seu veículo ileso. Acompanhei-o até seu SUV, e ele virou-se, suspirando um
doce ruído, macio.
Ele descansou os braços em meus ombros e coloquei minhas mãos em
seu abdômen enquanto nos encarávamos. Eu odeio esta parte...
— Podemos conversar com mais frequência desta vez? — Perguntei a ele,
não querendo soar como um desesperado e pegajoso, mas realmente não
sendo capaz de evitar.
— Claro, bebê, — ele respondeu, calmo e assegurando. — Da última
vez... não sei, eu só não tinha certeza do que estávamos fazendo. Mas isso
foi errado da minha parte. Sempre sinto tanto sua falta. E se sentir falta, eu
deveria apenas chamá-lo. Sem mais jogos de merda.
Levantei minhas sobrancelhas. Uau...
— Ok... bom, — balancei a cabeça, estendendo a mão para segurar seu
rosto. — Chega de jogos.
Nós dois nos inclinamos, nos encontrando no meio e nos beijando
lentamente. Foi tão quente e doce que quase fez meus dentes doerem. Nós
nos beijamos por alguns minutos, tocando um ao outro em todos os
lugares, ofegando e cantarolando, esfregando nossos pênis endurecidos.
— Mal posso esperar para te ver de novo, — ele sussurrou.
— Estarei contando os minutos, — respirei em seus lábios e ele sorriu.
— Foda-se, Suculento, — ele brincou, e o acertei no estômago.
Finalmente nos separamos e nos obrigamos a dizer adeus. Entrei no meu
carro e observei Ben se afastar, acenando para mim ao sair do
estacionamento.
Fiquei sentado ali por vinte minutos em silêncio antes de finalmente ligar
o motor e ir para casa.
Foda-se, sim.
Suspirei de alívio enquanto arrumava o resto dos meus livros e
pendurava minha mochila no ombro.
Era isso. Terminei minha última aula antes das férias de inverno.
Eu tinha acabado de receber a nota da minha aula de Torts. Porra,
noventa e cinco. Eu estava empolgado.
Saí da sala de aula, acenando para algumas pessoas aqui e ali enquanto
saía do prédio, fazendo uma linha B para o estacionamento. Eu estava mais
do que emocionado por ter terminado a escola pelas próximas semanas, e
só queria dar o fora do campus por um tempo. Eu estava perdendo o
controle desde o início deste semestre e, definitivamente, estava prestes a
fazer uma pausa.
Caminhei até o meu carro, mas parei quando ouvi uma risadinha
familiar. Virei por cima do ombro e vi Hailey, de pé com alguns amigos,
conversando e rindo. Reconheci todos eles, exceto um. Um cara alto que
estava sorrindo para ela enquanto ela segurava seu braço.
Engoli em seco. Não parecia que estavam juntos nem nada. Pelo que eu
sabia, eram apenas amigos. Mas, por algum motivo, meu pulso estava
aumentando e meu peito estava apertado.
Eu não tinha visto Hailey desde que terminamos. Mas eu estaria
mentindo se dissesse que não tinha pensado nela algumas vezes... E
perseguido suas redes sociais um pouco.
Você tem que seguir em frente, cara. Não estão mais juntos. Hailey tem
permissão para ver outros caras...
Antes que eu pudesse processar o que eu estava fazendo, eu estava
andando até eles. Aproximei-me devagar e Hailey me viu, me dando um
doce, se não leve sorriso simpático.
— Com licença, — ela murmurou para suas amigas e se aproximou de
mim, inclinando a cabeça para o lado.
— Ei, — cantarolei, forçando um sorriso fraco. Os encontros pós-término
sempre eram estranhos, quer você quisesse ou não.
— Oi, Ryan, — Hailey disse meu nome no mesmo tom doce que ela
sempre fez. — Como está indo?
— Bom, — balancei a cabeça. — Acabei de terminar as aulas. Passei por
aquele absurdo de delito maluco...
— Uau, bom trabalho, — ela gritou, em seguida, balançou a cabeça. —
Estou com tanto medo disso.
— Sim, não foi fácil, — bufei. — Como tem estado?
— Ótima, na verdade, — ela sorriu e por algum motivo isso fez meu
estômago revirar. Não que eu quisesse que ela ficasse arrasada com nosso
rompimento ou algo assim... Mas ficamos juntos por quase cinco meses.
Doeu vê-la seguir em frente tão facilmente. — Eu ainda tenho trabalhos
para entregar e um exame em dois dias.
— Eles realmente trabalham até o fim, hein? — Eu ri sem jeito, enfiando
as mãos nos bolsos.
— Sim... — ela suspirou. Olhei para seus amigos atrás dela e o cara com
quem ela estava conversando fez um breve contato visual. Idiota.
— É bom ver você, Hales, — murmurei, meus lábios se curvando.
— Sim, você também, Ryan, — ela piscou aqueles lindos olhos azuis para
mim antes de olhar para seus sapatos. — Bem, é melhor eu ir para a aula...
— Sim, claro. Não me deixe mantê-la, — murmurei, inclinando-me para
beijar sua bochecha. Foi tão diferente agora. Eu quase não podia acreditar
que ela era minha namorada há um mês... — Seja boa. E ei, não suma, hein?
— Mhm, — ela cantarolou, sorrindo para mim antes de morder o lábio.
— Te vejo por aí... Harper Heartthrob.
— Cuidado, — gritei para ela e ela riu, correndo para se juntar a seus
amigos. Voltei para o meu carro, observando-os com o canto do olho. Vi
uma de suas amigas pegá-la pelo braço e sussurrar algo em seu ouvido,
provavelmente sobre mim, enquanto o cara alto continuava a me interrogar
com os olhos, claramente tentando ser sutil.
Mas eu não estava preocupado com isso. Hailey e eu terminamos. Não
havia volta para isso, que ainda se sentia tipo de merda, mas não havia
nada que eu pudesse fazer sobre isso agora.
E como ele veria, eu estava em uma espécie de novo relacionamento.
Pulei no meu carro e liguei, dirigindo de volta para o meu apartamento.
Eu estava exausto de ficar acordado até tarde nas últimas noites para
terminar meu trabalho, e tudo que eu queria fazer era relaxar pelo resto do
dia. Além disso, eu precisava ligar para minha mãe e descobrir o que
diabos estava acontecendo no Natal. Eu ainda não sabia se ela queria que
eu voltasse para casa nas férias... Ela ainda não tinha me ligado, o que
infelizmente não era incomum para minha mãe.
Meu telefone começou a tocar no sistema Bluetooth do meu carro e
verifiquei a tela, meu rosto imediatamente se abrindo em um sorriso
enorme.
— Alô, — respondi à chamada, meus dedos se contraindo no volante.
— Ei, bunda sexy, — a voz profunda de Ben ecoou pelas falas, me dando
calafrios. Eu podia imaginar o sorriso arrogante em seu rosto e isso já me
deixou ofegante.
— E aí? — Perguntei, aninhando-me em meu assento.
— Não muito. Acabei de chegar de uma reunião rápida no local, — ele
me disse, parecendo tranquilo, calmo e confiante. Aquele tom típico de Ben
com o qual eu estava tão acostumado naquele momento.
— Isso é legal, — mordi meu lábio para abafar minha tontura. Jesus, uma
conversa de dois segundos e você está desmaiando... Vá com calma.
— Nós vamos? Não me deixe em suspense! — Ben rosnou para mim ao
telefone. — Como foi?
Sorri e fiquei quieto por um momento, sabendo que isso o estava
deixando louco, enquanto me deliciava com a satisfação.
— Noventa e cinco, porra, — finalmente respondi, radiante de orgulho.
— Ei! Aqui está, garoto. É disso que estou falando, — ele resmungou com
um sorriso óbvio em sua voz. — Estou tão orgulhoso de você.
Eu ri, minhas bochechas aquecendo como uma fornalha. — Obrigado.
Quebrei minha bunda nesse trabalho. Meu professor ficou impressionado.
— Sim, eu também estou. Não tinha a menor ideia do que estava falando
quando leu aquele parágrafo para mim, — ele riu, o que era a coisa mais
fofa do mundo. Eu não conseguia nem acreditar o quão feliz eu estava no
momento. Senti-me alto.
— Sim. Tudo feito agora. Não há escola por três semanas, — suspirei.
— Você merece o intervalo, — continuou ele, e ouvi a voz de Jess em
segundo plano. Ben murmurou algo para ela que não podia ouvir. — Você
quer dizer a ela, ou posso?
Eu ri baixinho e balancei minha cabeça. — Você pode. — Ouvi Ben
dizendo Jessica sobre minhas notas e ela começou a torcer. Sinceramente
senti como minha cara ia quebrar ao meio.
Nós três conversamos muito mais desde a última vez que vi Ben. E
embora eu ainda sentisse falta dos dois todos os dias e quisesse
desesperadamente vê-los, certamente me fez sentir muito melhor que
pudéssemos pelo menos fazer essa coisa estranha de longa distância que
estávamos fazendo.
Mandávamos mensagens de texto o tempo todo e conversávamos ao
telefone pelo menos uma vez por dia. Normalmente Ben era quem me
ligava, mas Jess sempre acabava sequestrando o telefone dele em algum
momento da conversa. Outra noite conversei com ela por duas horas. Foi
louco.
Sinceramente, não tinha mais ideia do que estávamos fazendo. Tudo que
eu sabia era que adorava conversar com eles. Eles definitivamente
iluminavam meu dia.
— Comemorando hoje à noite, então? — Jess perguntou, parecendo tão
animada por mim que meu coração queria explodir no meu peito. Era
incrível ter pessoas que se importavam tanto com as coisas que eu
realizava. Meus amigos eram meio egocêntricos, não que eu os culpasse. E
minha própria mãe quase nunca me ligava sobre qualquer coisa, muito
menos para perguntar como estava indo a escola.
— Honestamente, estou ansioso para ir para casa e relaxar, — respirei. —
Não quero ler outro livro de direito nas próximas três semanas.
— Você mereceu, querido, — ela ronronou, sua voz me deixando quente
e tonto.
— O que vão fazer esta noite? — Perguntei, parando na minha rua. —
Qualquer coisa boa?
— Na verdade, não, — respondeu Ben. Eles devem estar me ouvindo no
viva-voz. — Estou cozinhando um delicioso frango assado para o jantar,
com batatas e... todo tipo de porcaria.
Eu ri alto e ouvi Jess rindo comigo.
— Vamos! Por que é tão difícil acreditar que eu poderia estar preparando
o jantar? — Ben resmungou.
— Desculpe, bebê, — eu ri. — Mas Jess me contou sobre a última vez que
tentou fazer o jantar para ela...
— Ele quase queimou a casa, — Jess riu.
— Não foi tão ruim assim... — ele resmungou defensivamente.
— Claro, querido — Jess acrescentou, e pude ouvi-lo brincando com ela.
Isso criou um desejo em meu peito. Eu gostaria de estar lá com eles...
Estacionei na minha garagem e suspirei. — Bem, tenho que ir, malucos.
Acabei de chegar em casa.
— Ok, bebê... pode me ligar mais tarde? — Ben bufou.
— Claro, — respondi, meu estômago se contorcendo em um nó.
— Falo com você em breve, muffin! — Jess tocou. — E parabéns! Você
quase um sexy advogado!
Eu ri suavemente. — Tchau pessoal.
— Tchau! — Ambos gritaram ao mesmo tempo, e desliguei antes que eu
pudesse sentir mais falta. Eu já estava em agonia.
Saí do carro com minha bolsa e fui em direção ao meu apartamento. Meu
telefone começou a tocar e eu sorri, puxando-o do bolso, esperando ver o
número de Ben novamente.
Mas desta vez, era um número diferente. Um que eu estava começando a
reconhecer...
Congelei e olhei para a tela do meu telefone por um momento,
observando a chamada recebida. Mordi meu lábio enquanto meu estômago
revirava. Acabei recusando a ligação e guardei meu telefone novamente.
Eu não posso lidar com isso. Agora não.
Eu fiz meu caminho para dentro e fui imediatamente atingido por uma
música de Natal estridente, ecoando nas paredes. Kayla estava dançando ao
redor, decorando todo o lugar com todos os tipos de enfeites e flocos de
neve cortados. Parecia que a Oficina do Papai Noel explodiu dentro do
nosso apartamento.
— Caramba... — murmurei para mim mesmo, jogando minhas coisas no
chão e gaguejando para a cozinha para tomar uma cerveja. Alec já estava lá
fazendo o mesmo.
— Ei, cara, — ele me agarrou uma cerveja fria, tirando a tampa antes de
entregá-la. — Como foi hoje?
— Passei, —sorri, tilintando minha garrafa na dele e tomando um longo
gole.
— Isso é incrível, mano! Estou tão feliz, — ele me deu um tapinha forte
nas costas. — Você realmente foi duro naquele trabalho.
— Fale-me sobre isso, — respondi, olhando em volta para todas as
decorações. — Kayla está meio que extrapolando este ano, não acha?
— Sobre isso... — Alec começou, me dando um olhar ligeiramente
culpado. Meu sorriso sumiu. — Os pais dela estão chegando para o Natal
neste ano...
— Ah, sim? — Perguntei, um mal-estar repentino deslizando por mim.
— Sim... E ela quer que fiquem aqui, — ele continuou, me olhando com
atenção. — Isso é legal? Você vai para Denver de qualquer maneira, certo?
Tomei outro gole da minha cerveja, ainda mais dessa vez. A verdade era
que eu não tinha certeza se veria minha mãe. O fato de que ela ainda não
tinha me ligado sobre isso, e a véspera de Natal era em alguns dias, não era
exatamente um bom presságio para meus planos de férias.
— Um sim. Sim, tudo bem, — grunhi, fingindo um sorriso para meu
melhor amigo. — Não se preocupe. Estarei fora de seu alcance.
— Você sabe que não é assim, cara, — Alec franziu a testa. — É o seu
apartamento também. Você obviamente é bem-vindo para ficar. Achei que
preferia mastigar cacos de vidro do que passar o Natal com a gente e os
pais de Kayla. Eles são meio... diferentes.
— Ouvi isso! — Kayla gritou da sala de estar, e Alec e eu nos olhamos
boquiabertos.
— Como diabos ela faz isso? — Engasguei-me e Alec encolheu os
ombros.
Decidi me retirar um pouco para o meu quarto. Eu precisava de uma
pausa. E eu meio que precisava descobrir o que diabos estava acontecendo
com minha mãe.
Disquei o número dela e andei pelo meu quarto enquanto o telefone
tocava, sem parar. Eu estava mordendo meu lábio inferior, me perguntando
se ela realmente iria ignorar minha ligação, quando finalmente...
— Oi bebê! — a voz nervosa e trêmula de minha mãe veio através do
telefone. — Estou tão feliz em ouvi-lo! — Expirei lentamente.
— Oi, mãe, — eu a cumprimentei suavemente, imediatamente me
sentindo como se tivesse oitenta anos novamente. Era uma coisa estranha
que acontecia sempre que falava com minha mãe. Que bom que eu não
falava com ela com tanta frequência...
— Como tem estado? — Ela perguntou, parecendo animada, se não um
pouco distraída, como de costume. — Como está indo na escola?
— Bom. Ótimo, na verdade, — eu disse a ela. — Terminei as aulas para
as férias de inverno...
— Isso é ótimo querido! Vai passar o Natal com Hailey? — Ela
perguntou, e meu estômago revirou.
— Uh, não... Na verdade, Hailey e eu terminamos, — respondi baixinho.
Eu me senti culpado por algum motivo. Embora, ela saberia mais sobre o
que estava acontecendo comigo se ela ligasse de vez em quando.
— Oh não. Ryan... O que aconteceu? — Ela perguntou, exalando
simpatia, mas assim que abri minha boca para responder, — Ela era uma
menina doce. Tem certeza de que não consegue fazer funcionar?
— Não mãe. Não podemos, — resmunguei. — Faz um mês. Acabou.
— Mesmo? Um mês? — Ela guinchou. — Você não conheceu os pais dela
no Dia de Ação de Graças?
— Sim... — Engoli em seco, mal percebendo que estava andando rápido
em toda a circunferência do meu quarto. — Está tudo bem... foi mútuo.
— Você não se deu bem com a família dela? — Ela continuou
pressionando, e agora parecia que ela estava falando com outra pessoa no
fundo. Eu me perguntei por que ela estava me fazendo todas essas
perguntas se eu nem mesmo tinha toda a sua atenção.
— Eu fiz. Esse não era o problema... — Bufei e esfreguei meus olhos. —
Olha, mãe, não estou mais com Hailey. Então... você quer que eu fosse para
casa no Natal?
A linha ficou silenciosa. Verifiquei a tela para ter certeza de que a
chamada ainda estava conectada. — Mãe?
— Sim, estou aqui, bebê, — ela finalmente falou novamente. — Você
pode vir para Natal, se quiser.
Minha sobrancelha franziu. Se você quiser...? Caramba, obrigado, mãe.
Também te amo.
— Bem, se não quer ver seu único filho, então acho que não vou me
incomodar... — Uma onda de rejeição passou por mim, queimando minhas
entranhas como ácido.
— Não, não é isso, Ryan, — ela se engasgou defensivamente. — Claro, eu
quero vê-lo. — Respirei fundo e balancei a cabeça, tentando me convencer
de que isso era verdade. — É que... os voos são tão caros perto das férias.
Eu não queria que se preocupasse...
Encolhi-me. Minha mãe ainda não tinha dinheiro. Ela nunca teve
dinheiro de verdade, mesmo quando eu era criança. Depois que ela e meu
pai se separaram, ele enviaria pensão alimentícia e outras coisas, mas meu
pai também não era exatamente rico. Não éramos pobres, mas
definitivamente não tínhamos dinheiro para gastar.
E eu ainda não sabia, com o trabalho sendo tão lento agora. Eu estava
gastando minhas economias mais rápido do que me permitia pensar.
Portanto, se eu fosse para casa no Natal, obviamente eu teria que pagar por
isso.
Mas antes que eu pudesse comentar sobre isso, ela continuou.
— E também, vou passar o Natal na casa de Fred, — ela murmurou,
parecendo completamente normal. Como se ela não estivesse me fodendo
totalmente agora.
— Quem diabos é Fred? — Assobiei, a confusão evidente em minha voz.
Já senti uma dor de cabeça chegando.
— Oh, não mencionei Fred...? — Ela perguntou, sua voz saindo
genuinamente surpreendida. Ela sempre soou como isso. Minha mãe era
uma cabeça de vento total. Ela era dos anos sessenta, criança de flor do
hippie que ainda fumava tanta maconha agora quanto ela provavelmente
tinha então. Eu não poderia dizer se era fumar erva daninha constante que
a fez tão cérebros-de vento, ou se ela apenas era assim. Minha mãe era uma
enorme cadete do espaço. Sempre foi.
— Mãe, quando mencionaria Fred? — Resmunguei para ela por telefone,
passando minha mão agressivamente pelo meu cabelo. — Não se
preocupou em me ligar há meses.
— Sinto muito, Ryan, — ela gemeu, soltando um suspiro suave. — Estive
ocupada. Você é um menino tão independente... Você é assim desde
pequeno. Às vezes eu só... sinto que você tem isso.
Você consegue isso?! Sério, mãe?? Talvez eu não precisasse ser uma criança tão
independente se você realmente prestasse atenção em mim...
— Fred é um homem com quem estou saindo... — ela continuou com a
informação, e eu estava sentindo uma onda de náusea tomar conta de mim.
— Estamos namorando há alguns meses. Ele e ótimo. Ele está em uma
banda!
Oh Jesus, porra de Cristo...
Sentei-me na minha cama e esfreguei minhas têmporas com os dedos. —
Você está namorando esse cara há meses e acabou de me contar sobre isso?
— Bem, eu queria ter certeza de que era sério antes de apresentá-lo, — ela
murmurou, soando culpada, como uma criança sendo repreendida por um
dos pais. A ironia estava me irritando pra caralho.
— Ok, nos apresentar, eu entendo... Mas você poderia pelo menos ter
mencionado isso, — murmurei e balancei minha cabeça para mim mesmo.
— Então... vai passar o Natal no Fred? Acho que é meio sério então...
— Um pouco, — respondeu ela, sua vagueza e recusa em me fornecer
uma resposta direta me irritando infinitamente. — Ele tem dois filhos.
Brandon e Layla. Eles têm oito e doze anos. Era importante para ele passar
o feriado com os três...
Todas as minhas inseguranças de infância estavam surgindo com força
total. Minha mãe estava realmente me dispensando - seu próprio filho -
para passar o Natal com seu novo namorado de apenas alguns meses e a
porra de seus filhos. Isso era uma besteira total.
— Tudo bem, mãe. Entendo, — suspirei. — Não se preocupe comigo. Eu
vou ficar bem.
— Ei! Que tal te ver depois do Ano Novo? — Ela falou, usando o mesmo
tom que ela costumava me dar quando eu era criança e ela estava tentando
compensar por ter perdido meus jogos de futebol. E então meus jogos de
futebol do colégio. E minhas finais do clube de debate. E a porra da minha
formatura. — Tenho pretendido ir lá de novo e ficar com você para outro
fim de semana! Eu me diverti muito com você e Hailey durante o verão...
Forcei um sorriso enjoado e fechei os olhos com força. — Claro, mãe. Soa
como um plano.
Ela começou a gritar para alguém. — Brandon! Pegue seus patins, por
favor! Papai vai estar em casa logo. — Porra está cuidando das crianças desse
cara já? Jesus, isso foi rápido... Bem, talvez não. Esta é a minha mãe que estamos
falando. — Ryan, bebê, tenho que deixá-lo ir. Mas prometo que vou chamá-
lo muito em breve.
— Ok, mãe, — cantarolei, confundindo as lágrimas tentando escapar por
trás dos meus olhos. — Te amo...
— Eu te amo muito, querido, — ela murmurou. — Estou tão orgulhosa
de você. Você é a melhor criança que uma mãe poderia pedir. — Porque
nunca espero nada.
— Tchau, mãe, — grunhi, minha voz rouca devido ao colapso emocional
iminente. Desliguei o telefone rápido e joguei na minha cama, caindo de
costas.
Cobri meu rosto com as mãos, fechando os olhos com mais força ainda
enquanto lutava para recuperar o fôlego. Meu peito arfava um pouco e as
lágrimas vinham, quer eu quisesse ou não.
Nunca considerei minha infância ruim. Não em comparação com o quão
horrível algumas outras pessoas o tinham.
Nunca fui abusado. Nunca passei fome ou frio. Sempre tive um teto
sobre minha cabeça e comida em minha vida. Meus pais me amavam. Eu
sabia que sim.
Mas era a negligência que eu nem tinha percebido que era uma coisa até
que cresci e vi como alguns dos pais de meus amigos os tratavam. Eles
compareceram a todas as suas atividades, jogos e eventos escolares. Eles os
pegavam e deixavam quando precisavam. Eles não os deixavam em casa
sozinhos até a adolescência.
Não entendi nada disso. Meu pai deixou minha mãe quando eu tinha
apenas seis anos e, claro, nenhum dos dois nunca me disse o porquê, a não
ser que eles não podiam mais se casar. Não me lembro de muito antes de meu
pai ir embora. Eu tinha algumas memórias aqui e ali dele brincando
comigo.
Minhas memórias do meu pai sempre foram boas. Mas isso era tudo que
eram. Recordações.
Depois que ele foi embora, não o vi de novo até os 12 anos, quando ele
veio me visitar. Foi um fim de semana pai-filho bastante medíocre. Eu tinha
12 anos e costumava passar o tempo todo sozinho ou com meus amigos.
Não tinha interesse em conhecer o pai que me abandonou seis anos antes.
As visitas depois disso foram raras. A primeira vez que fui a Santa Fé
para vê-lo foi quando eu tinha quinze anos. Ele comprou uma passagem
para mim e voei sozinho. Foi então que soube que gostaria de morar ali
algum dia. Gostei do tempo e das pessoas. Eu simplesmente não gostava
necessariamente do meu pai.
Claro que quando ele ficou doente, tive que ficar com ele. Foi uma época
de montanha-russa emocional para mim. Eu mal conhecia meu pai, e isso
me fez sentir insanamente culpado porque ele estava morrendo. E depois
que ele se fosse, eu nunca teria outra chance de conhecê-lo.
Esses nove meses, com o meu pai dentro e fora de quimioterapia, foram
sinceramente os melhores momentos que já tive. Na verdade, passamos
tempo juntos, tanto quanto podíamos, de qualquer maneira. Eu tinha que
entender sua nova esposa, Bernadette. Ela era doce, mas ela tinha seus
filhos também. Ela não tinha tempo para ser acolhedora para um
adolescente de dezessete anos de idade, com problemas de abandono.
Prometi ao meu pai em seu leito de morte que faria tudo o que me
deixasse feliz. E até agora, era o que pensei que estava fazendo. Era um
sonho meu ser advogado quando estava no colégio, e meu pai parecia
muito orgulhoso disso. Eu queria deixá-lo orgulhoso. Eu só queria que ele
me amasse... os dois.
Soltei um suspiro de dor e funguei em meio às lágrimas, enxugando os
olhos e tentando firmar minha respiração descontrolada. Minha mãe estava
certa. Eu era independente. Não precisava de ninguém nem de nada. Era eu
contra o mundo.
Minha mente voltou para o telefonema de mais cedo... O que eu tinha
ignorado. Minha garganta apertou, enquanto eu considerava o que estava
do outro lado da chamada... A mensagem que provavelmente estava
parada, sem resposta na minha caixa de correio de voz.
Qual é a coisa certa a fazer aqui...? O que realmente me faria feliz?
Sentei-me e pisquei por cima dos meus olhos ásperos. Talvez eu pudesse
ficar em casa no Natal. Não seria tão ruim, lidar com Alec e Kayla, e seus
pais estranhos... Afinal, quão estranhos poderiam ser se a amassem o
suficiente para vir nos visitar no feriado?
Mas a ideia de ser aquele amigo estranho que ficava andando pela casa
enquanto meu melhor amigo passava um tempo com a família da
namorada me deixava mal do estômago. Eu não poderia fazer isso. Eu
nunca me deixaria ficar tão desesperado.
Eu mal queria ver minha mãe, de qualquer maneira. Apenas senti que
deveria vê-la, porque era o feriado. Mas se ela não se importava, então por
que eu deveria?
Havia apenas duas pessoas com quem eu queria ativamente passar um
tempo... E elas também queriam passar um tempo comigo.
Eles se importavam comigo e com o que eu estava fazendo. Eles se
importaram o suficiente para me ouvir falar sobre meus trabalhos escolares
e meus interesses. Importavam-se o suficiente para me ligar no segundo em
que souberam que eu tinha terminado as aulas para descobrir como eu
estava.
Isso era amor. Era o que eu queria... O que eu preciso.
Antes que eu pudesse processar o que estava fazendo, comecei a andar
em volta do meu quarto novamente, desta vez colocando roupas em uma
mala. Eu tinha um plano e precisava acreditar que isso seria a coisa certa
para mim. Eu estava me sentindo tão sozinho, tão rejeitado. Eu precisava
estar com pessoas que me queriam. Tive a sorte de ter encontrado não um,
mas dois deles. Eles me dariam o que eu precisava.
Preciso de um pouco de amor.
Capítulo 15
Ben

Eu estava deitado de costas no sofá do porão, bebendo minha quarta


cerveja, assistindo a um programa da Netflix sobre assassinos em série.
Olhei para o relógio na minha mesa. Eram quase duas da manhã. Bufei e
coloquei minha cerveja na mesa, pegando meu telefone.
Ainda nada de Ryan.
Eu tinha mandado uma mensagem para ele algumas horas atrás, porque
estava com saudades dele e esperava que respondesse como sempre fazia.
Mas não fez isso. Então agora eu estava preocupado.
Claro, ele tinha permissão para ter sua própria vida. Eu não esperava que
ele largasse tudo para responder ao seu segredo de longa distância, casado
com o que quer que eu fosse com ele. Mas eu tinha me acostumado com ele
sempre respondendo às minhas mensagens imediatamente. Só esperava
que ele estivesse bem...
Abri sua conta do Instagram como uma porra de um perseguidor e
verifiquei se ele havia postado alguma coisa. Não.
Ele não estava lá muito de qualquer maneira. Mesmo assim, às vezes ele
postava quando estava com seus amigos.
Talvez ele esteja vendo alguém... Talvez ele esteja fazendo sexo.
Fechei meus olhos e balancei minha cabeça. Não sei por que este foi o
primeiro lugar que minha mente foi assim que ele não respondeu uma
mensagem. Não era da minha conta. Ele era ele mesmo... Um cara solteiro
quente. Ele certamente tinha permissão para namorar, embora só de pensar
nele vendo outra pessoa que não eu ou Jess me fizesse sentir extremamente
assassino.
E quanto a Hailey? Ele namorou com ela... sua filha.
Gemi e rolei de bruços, jogando meu telefone no chão. Fui um idiota. Eu
não conseguia acreditar que estava realmente alimentando a ideia de um
relacionamento com o ex-namorado da minha filha. E agora eu tinha
arrastado Jess para isso também. Que merda você é.
Meu telefone começou a tocar e pulei, sentando rápido e o agarrando.
Meu coração se alojou na garganta, o que era uma reação bizarra a um
telefonema. E quando meus olhos pousaram na tela, começou a bater ainda
mais forte na minha jugular.
— Alô? — Respondi rápido, sem fôlego do nada.
— Ben... — A voz de Ryan retumbou em meu ouvido e, por algum
motivo, eu estava nervoso. Ele parecia estranho.
— Bebê... você está bem? — Perguntei baixinho, todo o meu corpo
completamente imóvel. Por favor, Deus, que ele fique bem. — Você não
respondeu minha mensagem...
— Sinto muito sobre isso... Eu estava dirigindo, — ele murmurou, e
minha testa se franziu.
— Dirigindo...? Onde? — Perguntei, segurando meu telefone com força
na minha mão.
— O que está fazendo agora? — Ele ignorou minha pergunta, fazendo a
sua própria.
Apertei os olhos em confusão. — Nada demais... no porão, assistindo TV.
— Você sente minha falta? — Sua voz era tão profunda e sexy que minha
respiração ficou superficial imediatamente.
— Você sabe que sim, — recostei-me no sofá. — Queria que estivesse
aqui...
— Mmmm... Eu esperava que dissesse isso. — Ouvi um sorriso em sua
voz, e isso fez meu pau se contorcer contra minha coxa. Sorri e mordi meu
lábio.
— Você ligou só para foder comigo? — Rosnei e ele riu baixinho.
— Um pouco, — ele murmurou. O desejo de tocá-lo era avassalador. Eu
queria vê-lo e beijá-lo... Sentir seu calor e sua pele macia. Foi incrível o
quanto eu realmente disse a ele agora que não estava mais me escondendo
disso.
— Bebê, me faça um favor, — Ryan ordenou em um tom suave.
— Qualquer coisa, — meu pulso disparou dentro de mim.
— Suba e me deixe entrar, — ele implorou, e quase deixei cair meu
telefone.
Que porra é essa??
Levantei-me rápido. — O quê... Como...? — Minha voz voou da minha
garganta em um suspiro. Ryan deu uma risadinha.
— Não me deixe esperando aqui, Ben. Está frio, — ele murmurou e todo
o meu corpo começou a zumbir de excitação. Ele está realmente aqui? Ai meu
Deus... O quê?!
Corri escada acima, o telefone ainda ligado, colado ao lado do meu rosto
enquanto corria pela casa para a porta da frente. Cheguei lá e abri, a
antecipação correndo em minhas veias.
— Oi, — Ryan sorriu para mim, também segurando seu próprio telefone
contra o ouvido. Bufei suavemente, minha mão escorregando pela minha
cintura.
— Você está aqui, — murmurei, os olhos arregalados em choque. Eu não
conseguia acreditar no que estava vendo. Eu estava sentindo tanta falta
dele e puf! Ele apareceu do nada.
— Uh-huh, — ele acenou com a cabeça, sorrindo para mim, seus olhos
escuros fixos nos meus.
— Oh meu Deus, seu idiota louco de merda, — choraminguei e me lancei
contra ele.
Beijei-o forte e rápido enquanto ele ainda estava rindo, aqueles pequenos
ruídos deslizando entre meus lábios entreabertos. Segurei seu rosto em
minhas mãos, meus dedos saboreando a sensação de ruga que revestia sua
mandíbula perfeita enquanto eu beijava seus lábios macios repetidamente.
Deslizei minha língua em sua boca e ele gemeu, colocando as mãos no meu
peito para me sentir através da minha camiseta.
— Bebê, senti falta dos seus lábios, — ele ofegou, chupando meu lábio
inferior tão doce que eu já estava pegando fogo. — Sua língua... seu gosto
de merda.
— Ryan... — seu nome voou da minha boca para o dele enquanto ele me
empurrava contra a porta, me fazendo grunhir. Estávamos cheios de
amassos, duros, e levou alguns momentos para eu perceber que estávamos
ao ar livre.
Sim, era madrugada e ninguém na nossa vizinhança estaria olhando pela
janela agora. Mas ainda não era inteligente.
— Vamos, — forcei meus lábios para longe dos dele, respirando
pesadamente enquanto o arrastava para dentro e fechava a porta,
trancando-a atrás dele.
— Jess acordou? — Ele perguntou, ainda segurando meu corpo, seus
dedos curiosos me tocando em todos os lugares.
— Ela está dormindo, — puxei-o pela cintura, passando minhas mãos por
seu torso, através de seus ombros largos e fortes. Empurrei-o contra a
parede no foyer e apertei meus quadris nos dele.
Minha ereção já estava dura como uma rocha, e eu queria que ele sentisse
isso. A julgar pelo suspiro que escapou dele quando minha virilha roçou na
dele, ele poderia. E ele claramente gostou.
— Devemos acordá-la? — Ele perguntou, levantando a sobrancelha, os
olhos caindo nos meus lábios. Eu o beijei suavemente, deslizando minha
língua para encontrar a dele.
— Ainda não, — cantarolei, puxando-o com minhas mãos segurando sua
nuca. — Quero você só para mim agora.
Segurei sua camisa e o puxei comigo, em direção ao porão. Nossos olhos
estavam fixos um no outro, e eu podia ver um fogo queimando dentro dele.
Seu desejo por mim era visível, e era tão excitante.
Levei um momento para examiná-lo. Ele estava lindo pra caralho. De seu
cabelo escuro despenteado, barba perfeitamente aparada que revestia sua
mandíbula, braços e tórax definidos, mostrando-se através do tecido de sua
Henley de mangas compridas, cintura estreita, calça jeans justa na cintura e
pernas compridas. Ele era tão gostoso. Eu mal consegui controlar minha
respiração quando olhei para ele. Quando ele estava olhando para mim...
Nós descemos as escadas silenciosamente, e o peguei olhando ao redor
do porão, com um olhar melancólico em seu lindo rosto.
— Não venho aqui desde... aquela noite, — ele murmurou, seus olhos
voltando para os meus enquanto ele inclinava a cabeça, nostalgia brilhando
naquelas íris verdes escuras.
— Mmm... — cantarolei, indo até o sofá para me sentar. Memórias
daquela noite estavam passando pela minha mente agora, como uma
apresentação de slides. — Você foi tão corajoso, vindo aqui assim. — Ele se
sentou ao meu lado e me virei para encará-lo.
— Não pude evitar, — ele ergueu a sobrancelha. — Você é tão
irresistível.
Eu sorri. — Hmm... Encontrar um homem casado mais velho é uma
jogada ousada, garoto. E se eu disser não?
— Esse era um risco que eu estava disposto a correr, — ele respirou,
chegando mais perto até que estivéssemos a apenas alguns centímetros de
distância. Meu pau já estava duro, lutando contra o material da minha calça
de moletom.
— Quando você soube...? — Perguntei baixinho, meus olhos saltando
para frente e para trás entre os olhos dele e aqueles lábios carnudos e
curvos.
Ele deslizou a mão na minha perna. — Soube o quê?
— Que ia fazer um movimento, — continuei, ansioso por informações. —
Quando você decidiu que queria me experimentar?
Ele soltou um ruído suave, seus dedos subindo e descendo pela minha
coxa.
— Na noite de Ação de Graças... — ele disse, seu rosto totalmente sério.
— A primeira vez que te vi com Jess... vi você transando com ela e fiquei...
pasmo. Mordi meu lábio para abafar os ruídos de vontade de escapar. —
Não pude ver muito dela. Só você... Todos os músculos de suas costas e
braços, sua pele lisa e dourada. Seu doce traseiro.
Eu ri diabolicamente e ele sorriu, movendo-se lentamente para roçar seus
lábios nos meus. Comecei a tremer, meu pau estremecendo entre as minhas
pernas.
— Você sabe como sua bunda parece boa pra caralho? — Ele continuou
falando, sua voz profunda toda rouca e rosnada com sua excitação. — Eu
não conseguia parar de olhar para ele. Antes de você, nunca tinha olhado
para nenhum cara. Eu nunca teria... Mas então vi sua bunda cheia, redonda
e deliciosa, com seus quadris empurrando para dentro de sua esposa... E
tudo que eu conseguia pensar era em tocar em você. Foder você.
Gemi e lambi meus lábios. — Queria me foder, bebê?
— Oh Deus, sim, — ele balançou a cabeça lentamente. — Era tudo que eu
conseguia pensar. Mas não vim aqui na noite seguinte esperando nada. Só
queria estar perto de você. — Engoli em seco. — E então vi o quão nervoso
você estava... Quando cheguei perto, eu poderia dizer que você estava
curioso... Sobre como seria a sensação. E o que poderíamos fazer juntos...
Ele ergueu a mão e pegou a minha, colocando-a em seu abdômen, do
jeito que ele fez na primeira noite. Esfreguei nele suavemente, observando
seu rosto enquanto o tocava, lento e sensual. Então ele se inclinou,
pressionando beijos suaves ao longo da minha mandíbula e garganta.
Minha pele estava tão quente que era quase sufocante. Deitei-me no sofá
lentamente e ele se moveu para cima de mim, deslizando minha camiseta
pelo meu corpo e jogando-a no chão. Sua boca quente e úmida desceu pelo
meu peito, beijando meus peitorais, chupando meus mamilos, suave e
voraz. Ele mordiscou um pouco, e me engasguei, meu pau dolorosamente
rígido embaixo dele enquanto ele me fodia a seco.
— Ryan, puta merda... — grunhi, puxando sua camisa para tirá-la dele.
Ele a puxou de seus longos braços e a jogou, em seguida, pressionou sua
pele macia e aquecida na minha.
— Ben... — meu nome escorregou de sua boca como uma oração. Bom
Deus, no que eu me meti...
Nós nos beijamos profunda e lentamente, fodendo nossas roupas por um
tempo antes de finalmente perdermos nossas calças. Seu pau estava tão
cheio e grosso quando ele o esfregou no meu, sacudindo seus quadris em
movimentos longos e fluidos, me deixando tonto. Minha arte estava
balançando no meu peito, e parecia tão familiar.
Todas as vezes que estive com Ryan desde aquela primeira noite foi
exatamente assim. Éramos nós, juntos. Éramos insaciáveis um pelo outro e
eu adorava isso.
Eventualmente Ryan deslizou minha boxer lentamente, e moveu sua
cabeça entre minhas coxas separadas, levando meu pau dolorido em sua
boca e chupando meu pau tão bem que eu não conseguia respirar. Assim
como na primeira noite. Assistir sua cabeça balançar vigorosamente, seus
lábios deslizando para cima e para baixo, me deixou louco. Eu estava
pronto para explodir em questão de minutos.
Parei-o antes que ele pudesse me fazer gozar e ele parecia desesperado,
despertando dentro de mim um desejo voraz. Virei-o embaixo de mim e
tirei sua boxer, fazendo minha própria descida lenta por seu corpo grande e
duro, beijando e lambendo todos os lugares que eu pudesse alcançar.
Tomei-o em minha boca e chupei lentamente, engolindo seu longo pau
até que ele estava tremendo diante de mim. Deixei seu grande pau bem
molhado, em seguida, sentei-me escarranchado em seus quadris,
deslizando seu comprimento entre a minha bunda.
— Ben... — ele ronronou meu nome, passando as mãos pelos meus
quadris, segurando firme. — Foda-me. Preciso tanto de você, bebê.
Meu pau pulsou e agarrei seus peitorais com minhas mãos, firmando
meu corpo em cima do dele. Cheguei atrás de mim e relaxei, mantendo
meus olhos nos dele enquanto o guiava para dentro de mim. Seus olhos
tremeram e ele gemeu alto quando me empurrei para baixo em seu pau.
— Porra, Ryan... Você é tudo que preciso, — eu disse a ele, excitação
escorrendo da cabeça do meu pau enquanto ele me enchia.
Eu o montei devagar no início, trabalhando minha bunda em seus
centímetros enquanto grunhíamos e ofegávamos juntos, caindo aos pedaços
em puro êxtase. Era tão perfeito, carnal e lascivo, que antes que eu
percebesse, já estava transando com ele, montando seu pau com minha
bunda, observando seu rosto antes de inclinar-me para beijá-lo, gemendo
em sua boca enquanto seu pau mergulhava tão profundamente dentro de
mim, parecia que cada átomo do meu corpo estava em chamas.
Mais e mais forte, continuei, continuei me movendo, levando tudo dele
enquanto nos abraçávamos. Ele enrolou o punho em volta do meu pau e
acariciou quando ele começou a gozar em mim, e explodi no orgasmo com
ele.
Eu nunca tinha me sentido mais completo do que eu fiz com Ryan. Nosso
sexo era diferente de tudo que eu já tinha experimentado antes. Um
equilíbrio de imperfeição perfeita. Destino proibido.
Nós nos beijamos por tanto tempo que perdi a noção do tempo. Porque o
tempo estava parado, para nós.

Acordei na manhã seguinte em minha própria cama. Com minha esposa.


E meu namorado.
Abracei Jessica contra meu corpo, alinhando sua nuca com beijos porque
ela cheirava tão bem.
Ryan e eu subimos as escadas um pouco depois de nosso tempo a sós.
Eram cinco da manhã quando nos deitamos e estávamos exaustos. No
segundo em que batemos no colchão, estávamos ambos inconscientes. E
Jess estava mergulhada em seu sono habitual o tempo todo que tudo isso
estava acontecendo.
Então, basicamente, minha esposa estaria acordando com uma grande
surpresa.
Eu não tinha certeza de que horas eram agora, mas o sol entrava pelas
janelas, o que significava que provavelmente eram pelo menos oito horas.
Ryan claramente ainda estava dormindo, a julgar pelos adoráveis ruídos de
respiração vindos de trás de mim.
Jes começou a se sacudir, pressionando sua bunda contra minha virilha.
Eu sorri em sua doce carne, meus lábios descendo até seus ombros
enquanto minhas mãos esfregavam seus quadris.
— Bom dia, Sr. Lockwood, — ela ronronou, e eu ri.
— Bom dia, Sra. Lockwood, — grunhi. — Tenho uma surpresa para você.
— Não é uma surpresa, Ben, — ela murmurou, e levantei minha
sobrancelha. — Seu enorme e apertando nas minhas costas.
Eu ri baixinho e cantarolei, beijando sua pele mais algumas vezes. —
Não, não. Isso. Olhe atrás de mim.
Jess rolou rápido e ergueu a cabeça. Ela se engasgou alto, com a boca
aberta e os olhos arregalados de choque. Tive que rir novamente.
— Onde o conseguiu?! — Ela gritou, rastejando sobre mim, quase me
dando uma joelhada no estômago, para chegar até Ryan.
— Ele apareceu ontem à noite, — sorri, observando-a subir em cima de
Ryan e escarranchar em sua cintura.
Ele gemeu baixinho, franzindo a testa, os olhos ainda fechados. Jess e eu
rimos. O coitado estava tão cansado e agora estávamos fodendo com ele.
Bem, se ele não quisesse brincar com a gente, ele não teria vindo.
Jess se abaixou e abraçou o corpo de Ryan, dando um beijo adorável em
seu queixo, enquanto eu apenas observava, correndo meus dedos ao longo
de sua parte inferior das costas.
Ryan finalmente abriu os olhos por um momento, então sorriu essa coisa
grande e galã, fechando-os novamente.
— Bom dia — murmurou ele, agarrando Jess com força na bunda,
fazendo-a gritar.
— Bom dia! — Ela falou, se afastando para olhar para ele. Ele abriu os
olhos novamente. — Não posso acreditar que está aqui.
— Nem eu, — ele cantarolou, lambendo os lábios lentamente, a visão fez
meu pau se mover.
— Vou preparar o café da manhã para vocês — disse Jess, a empolgação
óbvia em seu tom e o olhar radiante em seu rosto. — Desça quando estiver
pronto. — Ela beijou os lábios de Ryan rapidamente, em seguida, rolou
para fora da cama e foi para o banheiro, fechando a porta atrás dela.
Ryan se apoiou nos cotovelos e olhou para mim. — Ela é a melhor.
— Mhm, — grunhi, envolvendo meus braços em volta de sua cintura e
puxando-o para perto de mim.
— Você é o melhor também, — ele sorriu para mim enquanto eu
acariciava seu pescoço e garganta, correndo meus lábios por toda a sua
carne aquecida.
— Eu sou? — Rastreei seu peito, estômago, pélvis... Ryan se engasgou.
— Porra, Ben... — seus olhos se fecharam e ele caiu de volta no
travesseiro enquanto eu continuava a trabalhar em minhas habilidades no
boquete. A prática leva à perfeição.
Jess saiu do banheiro alguns minutos depois, passando por nós
rapidamente, sorrindo para si mesma. Eu meio que esperava que ela se
juntasse a nós... Eu sabia que ela queria. Talvez ela soubesse que ficaríamos
com fome depois de mais sexo e percebeu que o café da manhã era
necessário.
Fiz Ryan gozar com minha boca e depois tomamos um banho rápido,
durante o qual ele retribuiu o favor. Depois disso, descemos as escadas,
pulando felizes como se estivéssemos caminhando sobre um maldito arco-
íris.
Sentamo-nos à mesa e Jess imediatamente trouxe pratos de panquecas de
mirtilo e bacon, e muito café. Eu dei a minha esposa os olhos mais
apreciativos de todos os tempos, porque ela era incrível pra caralho, e ela
retornou meu elogio telepático, puxando o lábio inferior entre os dentes. Eu
sabia que ela estava excitada como uma louca, especialmente porque Ryan
estava lá, e me peguei me perguntando se deveria deixar os dois ficarem
sozinhos. Eles nunca tinham realmente brincado sozinhos antes...
— Jessica... isso está tão delicioso, — a voz de Ryan retumbou em meus
pensamentos, enquanto ele dava um olhar doce para minha esposa. —
Muito obrigado, bebê.
— De nada, sexy, — ela sorriu para ele. — Estou muito feliz por estar
aqui. O que te fez decidir vir?
Ryan parou por um momento e algo estranho passou por seu rosto. Ele
parecia sério, como se estivesse pensando em algo difícil. Mas ele ignorou
isso, em seguida, olhou para Jess e sorriu.
— Eu não aguentava mais ficar longe de vocês dois, — ele falou baixinho,
olhando para mim rapidamente e piscando.
— Que coisa tão doce você é, — rosnei, e Jessica deu uma risadinha.
Ela se juntou a nós no café da manhã, nós três conversando casualmente,
principalmente sobre as aulas de Ryan e como estávamos orgulhosos dele
por suas notas incríveis. Eu não conseguia entender o quão impressionado
eu estava por ele ser aluno de direito. Era algo que eu não sabia quase nada,
além do que ouvi de Hailey, embora Ryan estivesse obviamente mais
adiantado.
Ele parecia muito dedicado ao seu trabalho escolar, embora eu não
pudesse deixar de notar como ele nunca mencionou que isso realmente o
deixava feliz. Acho que ele estava orgulhoso de si mesmo por se concentrar
e empenhar-se em seus estudos, mas eu poderia dizer que ele via isso mais
como um trabalho do que uma paixão real.
Lembrei-me do que ele me contou no fim de semana de Ação de Graças,
sobre como ele não tinha muitos hobbies, a não ser que gostava de
trabalhar ao ar livre e tinha interesse em reconstruir carros antigos.
Perguntei-me se talvez algo assim o faria feliz...
Eu quero que ele seja feliz. Quero fazê-lo feliz.
Talvez eu pudesse encontrar um carro velho para restaurar. Isso seria diversão.
Balancei minha cabeça para onde meus pensamentos estavam indo.
Definitivamente não ficaria ótimo... Eu comprando um carro para o cara
mais novo com quem eu estava transando. Isso não faria de mim um pai de
açúcar?
Encolhi-me internamente. Isso é meio assustador. Não tenho idade para ser
papai... tenho?
Voltei à conversa bem a tempo de ouvir Jess contar a Ryan sobre a festa
de véspera de Natal.
— Normalmente Bill e Rachel fazem isso na casa deles, mas com o bebê e
tudo, perguntaram se poderíamos tê-la aqui, — Jess explicou, parecendo
muito mais animada com a ideia dessa festa do que eu. — Então agora
tenho toneladas de decoração para fazer.
— Vou te ajudar a decorar, — Ryan ofereceu, tomando seu café. — Quero
dizer, se precisar de ajuda. Eu não quero me intrometer...
— Não, oh meu Deus, isso seria incrível! — Jess respondeu com gratidão.
— Muito obrigado! Sei que Ben estava com medo de desligar todas as luzes
sozinho.
— Sim, porque são um pé no saco, — resmunguei, e peguei Ryan
sorrindo.
— Uau. Se você fosse verde, eu poderia jurar que estava sentado ao lado
do Grinch agora, — ele brincou, e Jess riu.
— Oh, apenas espere, — ela interrompeu com um sorriso. — Ele fica com
o pão-duro completo até a manhã de Natal, e então ele finalmente se
ilumina quando vê Hailey abrindo seus presentes.
Com a menção de Hailey, os sorrisos caíram de todos os nossos rostos
simultaneamente. Era como se estivéssemos tão envolvidos no que quer
que estivéssemos fazendo que tínhamos esquecido completamente o quão
fodido era isso.
Respirei fundo e olhei para o meu prato vazio. Engoli em seco, embora
não pudesse engolir a culpa que estava tentando subir como bile. Era tudo
culpa minha. Fui eu que fiquei com o namorado de Hailey enquanto ela
estava aqui na casa. E então confundi Jess com tudo isso também. Eu não
me sentia como o Grinch. Sentia-me como o diabo.
Jess se levantou e limpou nossos pratos, levando tudo para a cozinha,
provavelmente para escapar da tensão e do remorso que agora pairava
sobre todas as nossas cabeças como uma nuvem negra. Ryan e eu
permanecemos em silêncio, ambos perdidos em nossos pensamentos.
Amei o fato de que Ryan estava lá conosco, e era um problema porque eu
não queria que ele fosse embora. Mas ele precisava.
Hailey terminaria suas aulas em alguns dias e então voltaria para casa no
Natal. E Ryan certamente não poderia estar lá quando ela o fizesse.
Exalei um suspiro rápido, engolindo tudo, para ser tratado em outro
momento.
— Vamos, garoto, — grunhi, levantando-me da cadeira com um
propósito. — Vamos desligar algumas luzes.

Estacionei meu SUV no estacionamento e nós três pulamos para fora,


caminhando até as árvores. O lugar estava todo decorado ao máximo, com
neve falsa, enfeites, renas de plástico por toda parte, os trabalhos. Era uma
das maravilhas do inverno normal, lá no Sudoeste.
Nem sempre foi fácil encontrar uma árvore de Natal, sendo que os
pinheiros não crescem exatamente ali na maioria das áreas. Normalmente,
leva algum tempo, esforço e dinheiro para localizar uma árvore de Natal
adequada. Mas eu consegui rastrear alguns bons lugares ao longo dos anos,
já que Jess e Hailey não se contentariam com nada de plástico em nossa
casa. Precisávamos ter uma árvore autêntica. Elas exigiram isso.
Este ano, tínhamos saído mais longe do que o normal, principalmente
porque Ryan estava conosco e não queríamos correr o risco de encontrar
alguém que conhecíamos. Era um pouco como um encontro ou algo assim,
e precisávamos ter muito cuidado. No começo eu estava hesitante, ficar ao
ar livre assim. Mas ver os rostos de Jess e Ryan iluminarem-se com a visão
de todas as belas sempre-vivas me disse que fiz a escolha certa. Eu só
queria fazer os dois felizes e até agora parecia estar funcionando.
— Oh meu Deus, está sentindo esse cheiro? — Jess gritou, pegando Ryan
pela mão e puxando-o para as fileiras e mais fileiras de grandes árvores
verdes. — Cheira a Natal!
— Adoro o cheiro de pinheiros de verdade, — respondeu ele, passando
os dedos pelas agulhas nos galhos. — Isso me lembra de casa.
— Denver? — Perguntei, dando uma grande cheirada no cheiro
enquanto olhava de soslaio para ele. Nunca ouvi Ryan falar sobre onde ele
cresceu. Era uma espécie de mistério.
— Sim, — ele acenou com a cabeça. — Colorado tem muitas árvores
assim. E neve, obviamente.
— Nunca fui, mas adoraria ver algum dia, — acrescentou Jess, nós três
estudando a vasta seleção. — Os invernos com neve são tão frios. Ben e eu
levamos Hailey para Boston no inverno, uma vez que ela tinha treze anos.
Nós nos divertimos muito. Patinação no gelo nas áreas comuns. Foi ótimo.
— Eu sempre quis ver a Nova Inglaterra... — Ryan murmurou baixinho,
sua voz cheia de uma leve hesitação que eu não consegui entender. —
Minha tia vive no...
— Você vai para casa no Natal? — Perguntei a ele, observando Jess correr
pelo canto do meu olho.
— Um... sim, — ele respondeu, seu tom ligeiramente cortado. Mas antes
que eu pudesse fazer mais perguntas, ele mudou rapidamente de assunto.
— Vamos pegar uma alta. Assim.
Ele acenou com a cabeça para um abeto balsâmico de três metros de
altura, que tinha uma tonalidade ligeiramente azulado. Era grande e
espesso, provavelmente cultivado dentro de casa em algum lugar. Mas
ainda parecia bom. Eu já podia imaginá-lo decorado com luzes e todos os
pequenos enfeites que Jess e Hailey haviam acumulado ao longo dos anos.
Jess veio pulando de volta, segurando dois copos de isopor, um em cada
mão.
— Chocolate quente para meus queridos homens? — Ela sorriu,
entregando os copos para nós.
Sorri e peguei um, olhando para Ryan, que fez o mesmo comigo,
tomando um gole lentamente.
— Mmm. Obrigado, bebê, — ele murmurou e se inclinou para beijá-la na
bochecha.
— Você quer compartilhar este? — Perguntei a ela, tomando um gole da
bebida quente com chocolate.
— Não, obrigada, — ela cantarolou. — Acho que vou provar assim... —
Ela agarrou minha jaqueta em seus punhos e puxou-me para os lábios,
beijando-me suavemente. Gemi e deslizei minha língua entre seus lábios,
dando a ela um gosto do açúcar enquanto ela ronronava em minha boca.
Quando nos separamos, eu estava sem fôlego. Jess envolveu os braços em
volta da cintura de Ryan e o segurou com força, verificando a árvore
gigante à nossa frente.
— Você gosta desta? — Ele perguntou, segurando-a perto, acariciando
seu nariz e boca em seu cabelo enquanto beijava sua cabeça. Foi muito doce
testemunhar. Quase tão doce quanto o chocolate quente.
Assisti-los juntos me deu uma sensação interessante. Isso fez meu
estômago torcer e meu peito apertar. Se eu não soubesse melhor, diria que
foi ciúme e excitação misturados, como uma guloseima estranha cujos
ingredientes não faziam sentido, mas estranhamente ainda tinha um gosto
bom. Como sorvete de bacon.
— Sim, na verdade — Jess respondeu, estendendo a mão esquerda e
enfiando-a no bolso de trás da minha calça jeans. — É muito bom.
Nós três ficamos juntos, olhando para a árvore enquanto o pouco sol que
restava quando chegamos lá desapareceu e tornou-se noite. De repente,
ficou muito mais escuro e acenderam todas as luzes. Todo o lugar estava
iluminado com luzes de Natal de todas as cores, formas e tamanhos.
Alguns eram imóveis, alguns cintilando e piscando. Parecia muito legal.
Árvores verdes grandes e altas, luzes e neve falsa nos cercaram totalmente.
Nosso próprio refúgio de Natal.
— Isso é tão romântico, — Jess guinchou, olhando para mim. Sorri para
ela. Ela era tão linda, seu rosto perfeito iluminado pelas luzes.
Então olhei para Ryan. Quando ele olhou para mim, seus olhos escuros
brilhando, senti-me tonto. Estar lá com os dois, ao ar livre... Foi
emocionante. Olhei em volta para ver se alguém estava nos observando,
olhos curiosos tentando descobrir nossa situação, os dois caras e a garota
que estavam todos amontoados para escapar do leve frio no ar. Realmente
não parecia que alguém se importasse, mas talvez fosse só porque eu não
me importava.
Eu estava me divertindo muito para me importar com o que os outros
pensavam. As únicas duas pessoas de quem me importava naquele
momento eram Jess e Ryan. Minha mulher e meu homem.
Isso é tão bizarro. É ótimo... maravilhoso, até. Mas por quanto tempo podemos
continuar assim? Podemos realmente ficar juntos, nós três? Provavelmente não,
por causa do aspecto Hailey... Mas mesmo deixando isso de lado, o que nunca
poderíamos. Eles iriam querer isso? Como isso funcionaria?
Eu sabia em meu coração que provavelmente não iria. Mas eu não queria
deixar minhas dúvidas e inseguranças arruinarem nossa adorável noite
para ficar com ela. Então, mais uma vez, empurrei tudo para baixo e
aninhei meu lado contra o de Jess.
— Vamos levá-la.
Afastei-me para encontrar alguém que trabalhasse lá, para que eu
pudesse pagar pela árvore gigante e mandar amarrá-la no topo do meu
veículo. A coisa era cara, para dizer o mínimo, mas valeu a pena. Só de ver
como Jess e Ryan estavam animados e felizes me fez querer comprar mais
cinco iguais.
Quinze minutos depois, a árvore havia sido amarrada ao bagageiro do
teto do meu SUV e estávamos prontos para voltar para casa. Eu pulei no
banco do motorista, ligando o motor e aumentando o calor para aquecer
minhas mãos frias. Depois de cerca de um minuto, percebi que ainda estava
sozinho no carro e me virei para olhar pela janela e ver o que estava
acontecendo com meus passageiros.
Minha dor estourou quando vi Jess e Ryan se beijando pela janela
traseira. Há aquela sensação estranha de novo...
Observei-os de perto, registrando a sensação de queimação em minhas
virilhas. Senti ciúme, embora meu pau também estivesse enrijecendo nas
calças, o que era tão confuso. Eu nunca soube que podia sentir essas duas
coisas ao mesmo tempo até a noite na suíte do hotel, observando-os juntas.
Foi uma pressa. Meu estômago sempre afundava no início, como se eu
estivesse caindo de um penhasco. Era emocionante e assustador.
Finalmente, Jess abriu a porta do passageiro, rindo, com as bochechas
vermelhas e os lábios úmidos. Era uma ótima aparência para ela, devo
dizer.
Ryan pulou na parte de trás e nossos olhos se encontraram no espelho
retrovisor. Olhei para ele e ele mordeu o lábio. Meu pau estava
insuportavelmente duro.
— Preparados? — Perguntei, minha voz profunda e rouca. Os dois não
disseram nada e acenaram com a cabeça ao mesmo tempo. Respirei
lentamente e fui embora.
Jess ligou a música de Natal no rádio e passou todo o caminho de volta
para casa cantando para cada filho que tocava, forçando Ryan e eu a
participar. Eu não gostava muito de canções de Natal, mas cantei a
contragosto para apaziguar eles. Ryan passou a maior parte da viagem
rindo de nós dois, e foi muito fofo.
Seu telefone tocou uma vez enquanto estávamos dirigindo e, embora ele
não tenha atendido a chamada, seu rosto ficou terrivelmente sério enquanto
ele olhava para a tela. Eu realmente queria perguntar a ele quem estava
ligando e se ele estava bem, mas não queria me intrometer. Ele viria até
mim se precisasse falar sobre qualquer coisa. Pelo menos, eu esperava que
fizesse.
Quando chegamos em casa, Ryan e eu levamos a árvore para dentro e a
colocamos na sala de estar. A coisa era gigantesca. Felizmente, tínhamos
tetos altos, caso contrário, teríamos que mutilar o topo.
— Vamos decorá-la? — Ryan perguntou, aninhando-se contra mim no
sofá enquanto Jess regava a árvore com muito foco e dedicação.
— Podemos acender as luzes amanhã, depois que os galhos se
assentarem um pouco, — ela respondeu, parecendo tão pequena ao lado da
coisa enorme. — Mas temos que esperar por Hailey para decorá-la na
véspera de Natal. É uma tradição.
Senti Ryan ainda ao meu lado e espiei seu rosto, tentando ser sutil. Eu
peguei um breve olhar de decepção, mas ele disfarçou com um sorriso que
rapidamente se transformou em um bocejo.
— Você está cansado? — Perguntei, arrastando meus dedos ao longo de
sua mandíbula. Ele me deu um encolher de ombros impassível, e eu não
tinha certeza do que isso significava.
Nem havíamos perguntado a ele quando ele voltaria para casa, nem ele
mencionou. Tínhamos acabado de presumir que ele ficaria, embora eu não
tenha entendido e por quê. Ainda não tinha havido nenhuma conversa
sobre quando ele estava saindo. Era bom tê-lo ali. Eu acho que nenhum de
nós queria estragar o dia maravilhoso que estávamos tendo, falando sobre
algo sério.
— Hora de dormir? — Jess perguntou, parada diante de nós com um
brilho perverso em seus olhos azuis escuros. O canto de sua boca se curvou
em um sorriso sexy e meu pulso instintivamente acelerou.
Sem mais discussão, Ryan se levantou e pegou minha mão, puxando-me
para ficar de pé. Jess caminhou em direção às escadas, propositalmente
balançando os quadris na nossa frente enquanto seguíamos seu exemplo,
subindo os degraus em direção ao quarto.
Todas as luzes estavam apagadas no andar de cima. Aquele luar exótico
que entrava pelas janelas de nosso quarto era a única coisa iluminando o
quarto, o que amei. Foi muito sedutor.
Escolhi fazer as coisas rolarem primeiro e puxei minha camisa pela
cabeça, tirando minhas calças até que eu estivesse apenas com minha cueca
boxer. Sentei-me na beira da cama, olhando para os dois, esperando para
ver o que fariam a seguir.
Ryan seguiu meu exemplo e tirou sua camisa e calça, então se sentou ao
meu lado, certificando-se de que nossos braços e pernas estavam se
tocando. Nós dois olhamos para Jess, e ela começou a se despir, muito mais
devagar do que antes, dando-nos um pequeno strip-tease.
Ela escorregou para fora das calças, em seguida, levantou a camisa sobre
a cabeça, jogando-a para mim, o que me fez rir. Então ela tirou o sutiã,
jogando-o em Ryan. Meu pau já estava ficando mais duro a cada segundo
só de olhar para seus seios grandes, seus pequenos mamilos rosados
arrepiaram com o frio leve e a excitação.
Ela deslizou a calcinha pelas pernas de forma tentadoramente lenta. Ryan
alcançou e colocou a mão na minha coxa, acariciando suavemente enquanto
observávamos a exibição sensual de minha esposa, seus dedos curiosos
avançando perigosamente perto da minha ereção.
Jessica estava diante de nós, completamente nua e sem vergonha - por
que ela não estaria? Seu corpo era incrível. Seus olhos estavam brilhando
quando ela mordeu o lábio e se aproximou, lentamente, até que ela estava
bem na nossa frente, olhando para baixo com luxúria em seus olhos e um
doce rubor em suas bochechas.
— Toque-me, — ela sussurrou, seu tom suplicante enquanto suas pupilas
dançavam para frente e para trás entre Ryan e eu.
Nós dois estendemos a mão, minha mão deslizando pela parte de trás de
sua coxa para segurar sua bunda, apertando com meus dedos, enquanto
Ryan acariciava seus seios. Ela fechou os olhos e gemeu baixinho, nós dois
a puxando para mais perto, nossas mãos explorando cada centímetro de
sua carne nua.
Jess subiu no colo de Ryan, montando em seus quadris e segurando sua
nuca. Ela beijou seus lábios, suavemente no início, mas depois começaram a
esquentar, e estavam se beijando quando ela se esfregou nele. Assisti de
perto, engolindo em seco, olhando para suas bocas enquanto suas línguas
pressionavam juntas, o sangue rapidamente enchendo meu pau.
Ryan moveu seus lábios em seu pescoço e em seus seios, beijando e
chupando todos eles enquanto Jess ofegava. Eu podia vê-la tremendo e isso
estava me queimando de desejo. Ela estendeu a mão e agarrou meu queixo
em sua mão, puxando meu rosto em seu peito. Inclinei-me, beijando sua
mama esquerda enquanto Ryan trabalhava na direita. Eu a empurrei com
mais força sobre ele pela bunda, sugando seu mamilo entre meus lábios.
— Oh, meu Deus do caralho... — ela se engasgou, e gemi, girando minha
língua em torno de sua carne pontiaguda, beliscando-a com meus dentes.
Senti a mão de Ryan deslizar entre minhas pernas e ele começou a espalhar
meu pau sobre minha boxer.
— Foda-se... — gemi baixinho com o mamilo da minha esposa entre
meus lábios.
Ryan pausou por um momento e me beijou, nós dois respirando
pesadamente enquanto nossas línguas se tocavam, os lábios se movendo
para alcançá-la naqueles beijos famintos que me deixavam fraco.
— Ben... — ele choramingou meu nome e meu pau latejou em sua mão.
— Eu amo seus lábios.
Cantarolei, deslizando meu dedo entre as nádegas de Jess. Ela estava tão
molhada, basicamente pingando. Isso me deixou louco de fome, por ambos.
— Quero que vocês me fodam... — Jess choramingou, e Ryan e eu nos
separamos, respirando pesadamente. — Vocês dois.
— Jess... preciso senti-la por dentro, — Ryan gemeu, e ela balançou a
cabeça rapidamente.
Ele a agarrou pelos quadris e deitou-se de costas, subindo ainda mais na
cama, posicionando-a em cima dele. Fiquei de joelhos e observei enquanto
se beijavam com força, a boceta molhada de Jess deslizando para cima e
para baixo no comprimento endurecido de Ryan através de sua boxer.
Eu a puxei para ele, e então tirei a minha, acariciando meu pau em meu
punho, as veias em meu pau pulsando. Ryan massageava os seios de Jess
em suas mãos enquanto ela pegava seu pau na dela, pressionando a cabeça
em sua entrada. Ele gemeu baixinho e eu mordi meu lábio, totalmente
ciente de como era incrível deslizar a cabeça do meu próprio pau naquele
calor úmido e apertado.
Minha esposa empurrou suas paredes molhadas para baixo na ereção de
Ryan, permitindo que ele a enchesse, centímetro a centímetro. Meus olhos
se fixaram nela, observando-o se mover dentro dela lentamente. Foi
fascinante.
— Puta merda... — cantarolei, olhando para a cena diante de mim, minha
esposa montando o pau de outro homem, bem na frente do meu rosto.
Jess se moveu para cima e para baixo sobre ele, girando os quadris,
parecendo tão graciosa enquanto pegava seu pau, as mãos segurando seu
peito duro, firmando-se em cima dele.
— Senti falta disso, bebê, — Ryan sussurrou, e meu estômago apertou,
um fogo me queimando de dentro para fora, todo o caminho até meu peito.
Olhei para o rosto dele, seus olhos fixos um no outro. — Você é tão boa...
Foda-me, Jess... Foda meu pau.
— Seu pau é incrível, — ela murmurou, jogando a cabeça para trás
lentamente, seus seios saltando enquanto ela o montava. Um calafrio tomou
conta de mim. — Ben...?
— Hmm? — Resmunguei.
— Você vai... por favor... — ela se engasgou, sua voz sumindo em um
gemido.
— Vou o quê, bebê? — Perguntei, perdendo-me no ritmo deles,
hipnotizado pelo que estava assistindo.
— Quero que você... — ela choramingou, sua voz baixa e hesitante, mas
gotejando com luxúria e fome travessa. — Por favor... me foda...
Levantei minha sobrancelha para ela. — Quer que eu...?
— Foda-me... por favor, — sua voz falhou. — Foda-me com Ryan. Preciso
de você, Ben.
Meu pau começou a doer. Tive que tirar a mão porque estava com medo
de já gozar. Ela quer nós dois... ao mesmo tempo?? Jesus Cristo, isso é quente pra
caralho. Oh meu Deus. Eu vou entrar em combustão.
— Tem certeza? — Tive que perguntar. O máximo que fizemos foi usar o
plug anal enquanto eu estava transando com ela. Mas essa coisa era quase
inexistente em comparação com o tamanho do meu pau. Não era
petulância, era apenas um fato. E o pau de Ryan era basicamente do mesmo
tamanho que o meu. Isso a preencheria como nada que ela já experimentou.
Mas eu tinha certeza de que seria bom... Provavelmente eufórico pra caralho.
— Sim, bebê, — ela implorou. — Ben... preciso de você em mim. Agora
por favor.
Ouvi Ryan gemer baixinho e mesmo isso me fez desmoronar. Se eu
fizesse isso, poderia senti-lo também. Eu queria tanto isso. Senti que ia
desmaiar.
Movi-me até a bunda de Jess, colocando minhas mãos em concha e
levantando-a para cima e para baixo no pau de Ryan, fazendo-o gemer
alguns dos ruídos mais quentes que já tinha ouvido. Deslizei meus dedos
entre suas coxas, tocando o pau chocantemente duro de Ryan enquanto ele
se movia para dentro e para fora de sua boceta molhada e escorregadia.
Engasguei-me, assim como Ryan. Foi incrível pra caralho. Isso é demais para
o meu pau aguentar.
Deslizei meu pau entre suas nádegas, usando sua lubrificação natural
para deixá-lo bem molhado. Ryan abriu mais as pernas e me posicionei
entre elas, correndo os dedos sobre suas bolas. Senti-o tremer ao meu toque.
— Foda-se... Ben... — ele gemeu, e segurei sua coxa, pegando meu pau na
minha mão e pressionando a cabeça contra a outra entrada da minha
esposa.
— Diga-me se for demais, bebê, ok? — Eu disse a ela com uma voz
calma. Ela ofegou e se encostou em mim. — Relaxe todos os seus músculos,
linda.
Eu podia senti-la relaxar um pouco e empurrei suavemente, tentando ser
o mais fácil possível. Não fazíamos sexo anal há provavelmente quase um
ano e, mesmo antes disso, definitivamente não acontecia com frequência.
Naquele ponto, eu provavelmente tinha fodido Ryan na bunda mais vezes
do que com minha esposa nos últimos anos.
Forcei minha cabeça um pouco mais, seu corpo lutando contra o meu
tamanho, especialmente por causa de quão cheia de outro pau enorme ela
já estava. Seus movimentos no pau de Ryan tinham diminuído, mas ela
ainda estava se esfregando nele, o que estava me permitindo trabalhar por
dentro. Mas ela ainda precisava relaxar mais.
Movi meu rosto até o pescoço e beijei toda a nuca, sobre os ombros, gentil
e doce, cantarolando alguns ruídos suaves para ela.
— Bebê, você é tão linda... — Sussurrei em sua pele, escovando meus
lábios em todos os lugares que eu pudesse alcançar. — Eu te amo pra
caralho...
Ela relaxou mais, e corri minha mão esquerda para cima, massageando e
acariciando seus seios por trás. Ela soltou um gemido baixo, e eu poderia
dizer que ela estava pronta. Então dei um empurrão nela, a cabeça do meu
pau quebrando sua bunda.
— Ah! Ben! — Ela se engasgou, sua voz trêmula e tão erótica.
— Tudo bem, bebê? — Perguntei, me movendo um pouco mais. Ela
assentiu rapidamente e eu a alimentei mais um centímetro. Estava tão
apertado que eu mal conseguia respirar. — Jesus, Jess... Meu pau está em
sua doce bunda... Isso é bom?
— Sim... — ela gemeu. De repente, eu estava ciente de que não só podia
sentir o pau de Ryan dentro dela, mas também minhas bolas estavam
esfregando contra as dele, e me senti divino pra caralho. — Oh Deus, Ben...
me fode mais.
Segurei sua cintura e empurrei mais, permitindo que ela fodesse o pau de
Ryan enquanto eu enchia sua bunda. Mais algumas estocadas e eu estava
completamente dentro dela, cada centímetro da minha ereção sendo
engolido pela coisa mais apertada que já coloquei meu pau dentro em toda
a minha vida.
Encontramos um ritmo juntos, e Ryan assumiu seu lado, segurando sua
bunda em suas mãos e empurrando dentro dela uma e outra vez, enquanto
eu a fodia por trás lenta e profundamente. Jess se inclinou para beijar os
lábios de Ryan em carne viva, gemendo em sua boca enquanto eu segurava
seus quadris e perfurava dentro dela.
Meus dedos começaram a explorar um pouco, e agarrei seus seios,
espalmando e apertando-os, antes de passar para Ryan, segurando seu
quadril e tocando seu peito, traçando seus músculos com mãos
gananciosas.
— Ben... oh Deus, bebê... Porra, posso sentir seu pau no meu, — Ryan
grunhiu, bombeando com força na boceta da minha esposa.
— Mmm... sim, é uma sensação incrível, — disse lentamente, chupando e
beliscando o pescoço e os ombros da minha esposa. — Como você gosta,
esposa?
— Oh... meu... Deus... — ela gritou, sua voz rouca enquanto seu corpo
inteiro tremia.
— Você gosta de ser fodida por dois caras ao mesmo tempo? — Rosnei,
espalhando sua bunda aberta para que eu pudesse assistir meu pau se
movendo para dentro e para fora.
— Sim! Puta merda... — Ela parecia que estava no limite.
— Você está tão cheia de nós, bebê... — Ryan e meus quadris estavam em
sincronia, nós dois empurrando e puxando ao mesmo tempo.
A sensação do pau de Ryan esfregando no meu através da parede da
boceta da minha esposa era demais para eu suportar. Definitivamente
gozaria em breve.
— Estamos acertando o seu lugar, Jess? — Ryan cantarolou, sua voz
também saindo tensa. Oh, por favor... Vamos todos ficar juntos. Isso seria bom
pra caralho.
— Sim... sim... oh meu Deus, sim! — Ela lamentou, seus músculos se
contraindo. — Vocês dois fodem tão bem... Puta merda, vou gozar...
— Goza para nós, bebê, — Ryan implorou, suas pernas enrijecendo
embaixo de mim. Eu poderia sentir meu orgasmo chegando. Estava quase
lá...
— Porra, estão me destruindo com seus grandes paus... Estou gozando!
Estou gozando tão... porra... forte... — Jessica se engasgou em voz alta e
começou a convulsionar, seu corpo inteiro tremendo com seu clímax
surpreendente.
— Porra, Jess, vou gozar... — Ryan ofegou, e eu poderia dizer que ele
estava se deixando ir, o que me empurrou até o limite.
— Estou gozando, — grunhi, então gemi alto, liberando no fundo da
bunda da minha esposa.
— Eu também, — Ryan choramingou, e eu poderia jurar que senti seu
pau pulsar quando ele gozou dentro dela. — Estamos entrando em você,
bebê...
— Foda-se, sim! — Jess gritou, ainda tremendo enquanto Ryan e eu
tremíamos, nós três nos abraçando, deixando a onda de sensação nos lavar
ao mesmo tempo. Eu não tinha experimentado nada parecido antes.
Estávamos em algum tipo de dimensão paralela onde tudo parecia
incrível o tempo todo. Uma utopia sexual. Meu corpo inteiro estava
tremendo e eu podia sentir o deles também. Naquele momento, éramos
apenas nós. Nós três... Éramos todos um.
Na manhã seguinte, tinha uma reunião no café da manhã com os
desenvolvedores, então acordei antes de qualquer um. Meu corpo estava
dolorido e o banho quente parecia incrível em meus músculos doloridos.
Era como se eu tivesse corrido uma maratona nas últimas duas noites
consecutivas.
Todo o sexo certamente estava exigindo muito de mim, mas adorei. Eu
valorizava cada linha sutil. Nunca me senti tão revigorado. Tão vivo.
Me vesti discretamente, para não acordar as belas adormecidas. Quando
eu estava me preparando para sair, eu os peguei se contorcendo na cama.
Eu me aproximei e beijei Jess na testa, então afastei o cabelo de Ryan com
meus dedos, observando-os por um momento.
Ryan passou o braço pela cintura de Jess e a puxou contra ele. Ela
aninhou o rosto em seu peito, descansando a cabeça sobre seu coração. Um
desejo se estabeleceu, e de repente eu queria interromper meu encontro e
simplesmente rastejar de volta para a cama com eles. Parecia tão quente e
aconchegante. E pareciam tão confortáveis. OK. Eu preciso sair agora, ou não
irei embora. — Tchau, bebê... — Eu disse para os dois. — Volto logo.
— Amo você, Ben, — Jessica murmurou com sua voz sonolenta.
— Tchau, bebê, — Ryan murmurou.
Respirei lentamente e saí do quarto, descendo as escadas para seguir meu
caminho. Deixei meu coração de volta naquela cama, e apenas meu corpo
estava fora da porta, no meu carro, em seguida, indo embora.
Fiquei distraído durante todo o trajeto de vinte minutos até a reunião.
Peguei-me constantemente me perguntando o que Jess e Ryan estavam
fazendo. Eles acordariam e fariam o café da manhã juntos? Gostariam de
fazer suas próprias coisas matinais separadas? Escovariam os dentes lado a
lado? Tomariam banhos separados ou tomariam banho juntos? Ficariam na
cama e fariam sexo?
Minhas mãos ficaram suadas e meu coração disparou. Talvez fosse
exatamente o que estavam fazendo... Eles poderiam muito bem estar
fodendo naquele momento. Teria havido algo de errado com isso?
Na verdade, não... Ryan e eu transamos sozinhos o tempo todo. E
obviamente Jess e eu fizemos. Não era irracional que Jess e Ryan usassem o
tempo sozinhos a seu favor.
Por alguma razão, a ideia de Ryan na minha cama com Jess, entre suas
pernas, acariciando seu grande pau dentro e fora de sua buceta, trouxe a
versão mais estranha de náusea que já senti em toda a minha vida. Senti
que ia vomitar, mas tive uma ereção ao mesmo tempo. Era tão confuso,
fiquei tonto, com medo de ter que encostar.
Mas superei isso, concentrando-me nos fatos. Ryan já tinha fodido minha
esposa duas vezes. Eu o testemunhei transando com ela. Não foi grande
coisa. Eu queria isso. Inferno, eu adorava. Isso me excitava como um louco.
Ainda assim, meu corpo parecia ter uma reação um pouco diferente
quando pensei sobre eles fazendo isso sem mim presente. Parecia que
estava sendo traído. Como se estivessem tentando esconder algo de mim.
Isso era ridículo. Não era nada disso.
Era isso?
Não. Quando Ryan e eu estávamos juntos sozinhos, sem Jess, não
estávamos escondendo dela.
Estávamos?
Não. Pelo menos eu acho que não.
Ok, então estávamos escondendo nas primeiras vezes. E então, quando
encontrei Ryan no Hyatt naquela noite, não contei a Jess até o dia seguinte...
Merda, mesmo quando ele apareceu na casa, eu o guardei no porão para
nosso próprio tempo secreto privado antes de subirmos para Jess. Isso era
esconder? Estávamos sendo sorrateiros?
Talvez isso fosse parte da empolgação... E se fosse, eu não tinha
absolutamente nenhum direito de dizer a Jess que ela não poderia fazer a
mesma coisa com Ryan. Precisava ser igual.
Puta merda, isso é confuso.
Minha cabeça estava girando. Este foi de longe o relacionamento mais
complicado e fodido que eu já tive.
Minha respiração estava fora de controle no momento em que estacionei
no escritório do desenvolvedor e desliguei o motor. Sentei-me no carro por
alguns minutos com os olhos fechados, apenas respirando fundo,
segurando-os por alguns segundos, depois soltando-os lentamente.
Lembrei-me daquela merda de ioga que Jess sempre me obrigava a fazer
com ela. Na verdade, funcionou muito para me acalmar.
Eu não conseguia controlar o que estava acontecendo em casa. E não
poderia me preocupar com isso agora. Eu tinha negócios a tratar e era aí
que meu foco precisava estar.
Acabei saindo do carro, me sentindo muito mais calmo e pronto para
trabalhar. Encontrei-me com os desenvolvedores e fizemos muito. Comi um
bagel também, o que ajudou. Eu nem tinha percebido como estava com
fome. Isso provavelmente teve algo a ver com minha inquietação em
pânico. Eu sempre me sentia mal quando pulava o café da manhã.
A reunião durou algumas horas e, na hora do almoço, finalmente estava
voltando para casa. Consegui me manter focado no trabalho o tempo todo
em que estive lá, mas com certeza, assim que entrei no carro e dirigi de
volta para casa, comecei a ficar impaciente de novo. Peguei-me acelerando
pela rodovia algumas vezes. Felizmente, não fui parado.
Quando estacionei na garagem, a ansiedade e o mal-estar estavam
borbulhando. Eu estava pronto para pular do carro e invadir a casa, como
se esperasse pegar minha esposa em flagrante. Era completamente ridículo.
Minha mente estava fugindo comigo.
Sentei-me no carro por um momento, respirando com dificuldade
enquanto olhava para a casa.
Tudo parecia normal. Não vi o carro de Ryan, mas era porque o tínhamos
estacionado dentro da garagem, para não levantar suspeitas se alguém que
conhecíamos passasse.
Em meu estado de paranoia, decidi entrar furtivamente em casa
silenciosamente, para ver se pegaria os dois transando. Não que houvesse
algo de errado com eles... Mas por algum motivo, eu só queria pegá-los.
Como se isso de alguma forma mudasse a maneira como eu me sentia...
Saí do carro e fui na ponta dos pés até a porta como um idiota do caralho.
Eu a abri lentamente, entrando e fechando-o suavemente atrás de mim.
Fiquei parado no saguão, prendendo a respiração irregular enquanto ouvia
os ruídos. Meu sangue estava correndo em meus ouvidos e estava
dificultando a percepção de qualquer outra coisa. Mas não ouvi gritos ou
gemidos vindos do andar de cima. Aquilo era um bom sinal. Ou apenas...
um sinal. Qualquer que seja.
Arrastei-me pelo corredor, passei pela sala de estar, olhando para o
canto. Ninguém lá.
Então ouvi uma risadinha na cozinha e parei, meu corpo todo paralisado.
Vozes. Obviamente eram Ryan e Jess, mas estavam apenas conversando. Eu
ouvi a pia ligar e desligar, e soltei um suspiro áspero.
Eles estavam apenas na cozinha, conversando e rindo, provavelmente
fazendo o almoço. Nada estava acontecendo e eu me sentia o maior idiota
da face da Terra, por que eu me importaria mesmo se algo estivesse
acontecendo? Essa era a natureza de nosso estranho relacionamento
tríplice. Eu não conseguia ficar bravo com isso...
Bem, eu poderia. Mas eu não deveria. Isso seria egoísta e hipócrita. Eu não
poderia esperar que Jess ficasse bem comigo e Ryan fodendo pelas costas se
eu não pudesse estar bem com ela fazendo isso. Eu precisava
desesperadamente descobrir isso, caso contrário, teríamos que terminar
com Ryan, e eu definitivamente não queria isso.
Balancei minha cabeça, mentalmente me refrescando enquanto
caminhava em direção à cozinha. Quando virei a esquina, meu coração se
alojou inesperadamente na minha garganta.
Ryan pressionou Jess contra o balcão e estavam se beijando. Não era
grande coisa. Eu já os tinha visto fazer isso antes. Mas em vez de continuar
a entrar na sala como eu queria, deslizei de volta ao virar da esquina, fora
de vista.
Meu coração martelava dentro de mim enquanto me perguntava o que
diabos eu estava fazendo. Eu estava sendo tão superficial sem motivo. Era
estúpido. Senti-me estúpido.
Espiei pelo canto novamente para ver o que estavam fazendo. As mãos
de Ryan deslizaram pela cintura de Jess e ele agarrou seus seios, apertando-
os suavemente enquanto ela raspava seu corpo contra o dele. Minha boca
estava seca como um osso.
A mão de Jess cobriu o pau duro de Ryan, acariciando-o sobre sua boxer.
Hum e sussurrou algo para ela que eu não podia ouvir, e ela riu
suavemente. Eles pareciam estar se divertindo... Eles ficavam bem juntos.
Eu deveria apenas deixá-los em paz... Afinal, foi o que Jess fez ontem de manhã
quando eu estava chupando o pau de Ryan na cama. Ela nos deu privacidade.
Talvez seja isso que eu deva fazer...
Mas meu corpo tinha outros planos. Não me deixou sair.
Minha esposa empurrou a boxer de Ryan para baixo de sua bunda e caiu
de joelhos. Engoli em seco passando a onda de náusea que tomou conta de
mim enquanto a observava tomar seu pau em sua boca e começar a chupar.
Ryan segurou sua cabeça, seus dedos penteando seu cabelo loiro
enquanto ela movia os lábios para cima e para baixo em sua carne sólida.
Eu estava tendo uma experiência extracorpórea maluca, como se eu
estivesse me vendo fazer um boquete para Ryan.
Já tinha feito isso inúmeras vezes. Eu estava tão familiarizado com seu
pau que quase podia senti-lo em minha boca. Eu podia ouvir Ryan
sussurrando para ela do jeito que ele fazia comigo... Bebê, isso é incrível pra
caralho. Você me chupa tão bem.
Você gosta desse pau na sua boca, não é? Chupe o gozo do meu pau, Ben…
Exceto naquela vez que ele disse o nome de Jess, não o meu. E então ele
começou a gozar, tendo um orgasmo entre seus lábios, explodindo sua
carga quente e escorregadia por sua garganta enquanto ela engolia tudo
dele. Como ela fez comigo.
Como eu fiz com ele. Como ele fez comigo.
Eu estava tão confuso que senti vontade de vomitar. Meu pau estava
duro como uma rocha, mas meu estômago estava girando violentamente.
Entrei no banheiro do térreo o mais silenciosamente que pude, fechando a
porta atrás de mim enquanto lutava para recuperar o fôlego. Eu não tinha
absolutamente nenhuma ideia do que estava acontecendo dentro de mim,
mas fisicamente senti meu corpo vibrar.
É isso. O drama. Isso é o que você queria. Queria se sentir vivo, lembra? Deixar
para trás aquele chato e comum cara casado e tente algo diferente... Bem, aqui está
você. Feliz agora?
Bufei mais algumas vezes, fazendo a respiração da ioga novamente,
quando ouvi a voz de Jess do lado de fora da porta do banheiro.
— Ben? É você? — Ela me chamou, parecendo nervosa. Nervosa como se
ela acabou de ser pega?
— Sim! Aqui! — Grunhi, passando minha mão pelo meu cabelo. —
Desculpe... já vou sair.
— OK. Merda, você nos assustou, — Jess deu uma risadinha. — Achamos
que alguém invadiu e ia nos matar com uma machadinha.
— Não pensei nada sobre uma machadinha, — Ryan acrescentou, e eu ri.
Ok, isso foi fofo.
Abri a porta do banheiro lentamente, e os dois estavam parados ali,
olhando para mim. Eles estavam sorrindo.
— Oi, — murmurei, me remexendo no lugar.
— Ei, — os dois disseram ao mesmo tempo.
— Você acabou de perder a festa... — Ryan sorriu, e Jess deu um tapa no
estômago dele. Levantei minha sobrancelha para eles.
— Como foi sua reunião? — Jess perguntou, suas bochechas levemente
coradas, e seus olhos fixos nos meus daquela forma que ela sempre olhava
para mim quando ela estava me perguntando sobre o meu dia. Ela fazia
isso desde que tínhamos dezoito anos e conseguimos nossa primeira casa
juntos. Isso me fez sentir aquecido e relaxado. E amado.
— Foi ótima, — sorri, finalmente saindo do banheiro, caminhando com
eles de volta para a cozinha.
— Estávamos fazendo o almoço e saímos do caminho — Jess mordeu o
lábio. — Mas isso será feito em alguns minutos.
Bufei e balancei a cabeça, dando boas-vindas ao alívio. Eles não estavam
escondendo nada. Eles queriam que eu soubesse o que estavam fazendo.
Porque estávamos juntos, nós três.
Ryan envolveu sua mão em volta da minha cintura e me deu um beijo
doce e suave. — Estou feliz que esteja em casa, — ele murmurou sobre
meus lábios. — Nós sentimos saudades de você.
— Eu também senti sua falta, — as palavras voaram de mim antes
mesmo que eu soubesse que as estava dizendo.
Fazia três dias que Ryan apareceu e basicamente se mudou para nossa
casa.
Não me entenda mal. Eu adorei tê-lo lá. Sentia muita falta dele quando
estávamos separados e sempre ficava mais feliz onde quer que
estivéssemos juntos.
Mas, infelizmente, neste caso, estávamos juntos na casa de Jess e na
minha. A casa que também pertencia à nossa filha Hailey. Ex-namorada de
Ryan. Quem voltaria amanhã.
Ainda não tínhamos conversado sobre isso. Nós três tínhamos acabado
de relaxar em volta da casa, assistindo filmes, cozinhando refeições, rindo,
brincando e fodendo sem parar. Ontem passamos horas depois do almoço
decorando toda a casa para a festa de Natal. Foi divertido e nós três nos
divertimos muito. Então... não houve tempo para coisas sérias,
aparentemente.
Honestamente, estava começando a me deixar um pouco louco. Eu
odiava deixar as coisas no ar. Eu não era esse tipo de pessoa. Jess era mais
para pegar leve, a vida é uma autoestrada, o tipo de pessoa otimista que vai-
com-o-fluxo. Mas eu não. Eu não era um espírito livre desde os dezessete
anos e pela primeira vez segurei minha filha nos braços. Agora eu precisava
de um plano. Precisava de ordem e controle.
Mas não. Não com esses dois. Ryan e Jess eram duas ervilhas em uma
vagem. Eles concordavam em tudo, apoiavam tudo o que o outro dizia,
riam das mesmas piadas e enceravam as mesmas filosofias hippie-e-
amorosas pseudo-espirituais.
Eu sabia de onde Jess tirou isso. Seus avós eram assim. Seus pais, nem
tanto. Na verdade, isso os irritava infinitamente. Eles eram como eu. Eles
precisavam de informações e respostas, soluções.
Descobri que Ryan herdou esse mesmo traço de personalidade
descontraído de sua mãe. Descobrir detalhes da vida de Ryan foi como
montar um quebra-cabeça muito complicado. Ele nunca deu nada de graça.
Mesmo quando eu fazia perguntas a ele sobre seus pais, seu divórcio ou
sua vida em Denver, ele respondia de forma tão vaga que me deixava
louco.
Infelizmente para ele, eu não era uma parte interessada comum. Prestei
atenção em tudo e estava aprendendo Ryan bem o suficiente para saber ler
nas entrelinhas e decodificar seus hieróglifos que respondiam a perguntas
sobre seu passado.
Percebi que ele tinha um relacionamento complicado com a mãe e que,
quando o pai estava vivo, também não havia muito mais orientação e apoio
vindo desse lado. Ryan era insanamente independente para alguém de sua
idade, e deduzi que ele era assim há algum tempo. Reconheci, porque cresci
da mesma forma. Eu não tive os mesmos problemas em sentir falta de
atenção de meus pais, enquanto estavam vivos, de qualquer maneira. Mas
meus pais morreram antes de eu completar quinze anos. Depois disso, meu
irmão mais novo e eu fomos criados principalmente por minha tia, que
estava ocupada com a própria vida. Jacob e eu estávamos sozinhos.
Eu queria que Ryan sentisse que poderia falar comigo sobre as coisas, sua
vida, suas preocupações, suas dúvidas, suas inseguranças. Eu queria que
ele confiasse em mim para que eu pudesse ajudá-lo. Mas ele era tão
fechado. Não de uma forma egoísta. Mais ainda em um sentido quase nada
surpreendente magnânimo. Era como se ele não quisesse sobrecarregar as
pessoas com seus problemas. Eu poderia dizer que ele estava acostumado a
enfrentar o mundo sozinho, o que era um pensamento um pouco
deprimente.
Os misteriosos telefonemas foram apenas um exemplo que encontrei
desde que ele veio para ficar conosco. Seu telefone tocava com frequência
ao longo do dia e ele nunca atendia. Mas ele também não recusava as
ligações. Em vez disso, ele olhou para a tela do telefone, observando-o tocar
até terminar.
Já o tinha visto fazer isso algumas vezes. Cada vez que lhe perguntei
quem era, ele diria algo ao longo das linhas de ninguém importante, em
seguida, tentava me distrair com beijos, ou mudar de assunto. Isso me
forçou a deixar para lá, porque eu não queria pressioná-lo, mas estava
começando a me preocupar um pouco. Eu só esperava que ele estivesse
bem.
Enquanto todas essas outras coisas bizarras aconteciam, eu também tinha
minha filha para pensar. Ela voltaria para casa amanhã para o feriado, e seu
ex-namorado estava aqui, ficando em nossa casa, se envolvendo em muitas
coisas muito ruins comigo e com sua mãe. Acho que teria que falar com
Ryan. Jess não ajudou, de qualquer maneira.
Eu tinha perguntado a ela mais cedo se ela sabia quando Ryan estava
indo embora, e ela me dispensou. Ela não parecia preocupada com isso, o
que era desconcertante. Hailey era sua filhinha. Achei difícil acreditar que
ela pensava que tudo daria certo.
Ryan e eu estávamos sozinhos em casa. Jessica tinha saído para terminar
algumas compras de última hora com Rachel para a festa. Ela deveria voltar
em breve, e eu estava esperando que ela me enviasse uma mensagem de
aviso para que eu pudesse levar Ryan para se esconder no galpão por um
tempo, caso Rachel quisesse entrar, o que era uma possibilidade provável.
Jess não tinha boas desculpas para impedir a amiga de entrar. Ela não
poderia dizer a ela que estávamos secretamente abrigando o ex-namorado
de nossa filha para sexo e carinho.
Respirei baixo e fui para a sala de jantar para me servir de um uísque.
Bebi lentamente, rezando por algum consolo que talvez o álcool pudesse
me dar. Toda essa situação era tão fodida.
Não me arrependo. Ryan era uma grande parte da minha vida naquele
momento, para Jess também. Se eu pudesse voltar no tempo, acho que não
teria mudado nada, o que foi muito mais preocupante do que deveria. Eu
não conseguia entender por que fui tão rápido em potencialmente sacrificar
meu relacionamento com minha filha por este homem. Claramente, não se
tratava apenas de sexo. Eu estava com medo de admitir em voz alta, mas
sabia que era muito mais do que isso.
Terminei meu copo rápido e derramei outro, meus pensamentos
cambaleantes parando bruscamente quando meu telefone vibrou no meu
bolso. Puxei-o rapidamente, observando a mensagem de Jess. Aviso de
quinze minutos.
Caminhei pela casa, até as escadas.
— Ryan! — Chamei-o, sentindo-me subitamente mais nervoso do que o
normal. — Vamos, temos que ir.
— Chegando! — Sua voz gritou do andar de cima em algum lugar. Eu
não tinha certeza do que ele estava fazendo, mas precisávamos agir rápido.
Eu absolutamente não podia arriscar Rachel, ou qualquer outra pessoa,
descobrir que Ryan estava lá.
Felizmente, ele parecia ter percebido o senso de urgência e desceu as
escadas rapidamente, recém barbeado e cortado. Hesitei por um momento
olhando para ele. Ele era tão bonito. Foi avassalador. A atração que eu
sentia por ele era tão forte, como um chamado em algum nível profundo
que eu não conseguia nem entender.
Ele me deu um sorriso nervoso, passando por mim, mas não sem arrastar
os dedos ao longo das minhas costas.
— Vamos, — ele bufou, e balancei a cabeça, nós dois fazendo o nosso
caminho de volta, em direção à caverna. Seria nosso esconderijo pelo tempo
que levasse para Jess se livrar da amiga.
Instalamo-nos no galpão, com a porta trancada e as persianas bem
fechadas. Coloquei um filme da Netflix e nós nos aninhamos no sofá.
Ficamos sentados em silêncio, fingindo assistir por pelo menos dez minutos
antes de percebermos que realmente não estávamos prestando atenção.
Bem, eu não estava. Eu ainda estava perdido em meus pensamentos. E
Ryan parecia estar em sua cabeça também. Eu poderia dizer pela maneira
como ele estava acariciando metodicamente a minha nuca com os dedos.
— Bebê? — Eu finalmente falei, suavemente, as perguntas incômodas se
tornando demais para ignorar.
— Sim, — ele disse, ainda com os dedos remexendo nos cabelos.
— Eu estava pensando... Sabe, acabei de receber o primeiro depósito por
este novo trabalho. Então, tenho muito dinheiro para flutuar... — minha
voz falhou, e tentei descobrir como continuar sem ofendê-lo.
— Você está apenas se gabando? — Ele enrolou o pescoço e olhou para
mim, sorrindo. — Ou há uma razão para trazer isso à tona?
— Não, só estou dizendo... sei que não tem trabalhado muito, —
gaguejei, tentando não vacilar sob seu olhar profundo. — Então, eu queria
que soubesse que posso emprestar algum dinheiro, se precisar.
Ryan olhou para mim por um momento, franzindo a testa em confusão.
Engoli em seco.
— Não vou pegar o seu dinheiro, Ben, — ele finalmente sussurrou,
parecendo menos zangado do que eu pensava, mas definitivamente mais
magoado.
— Não pegar, — corrigi-o, estendendo a mão para segurar sua mandíbula
com meus dedos. — Pedir emprestado. Pode me pagar quando estiver
pronto.
— Ben, — ele suspirou, fechando os olhos brevemente.
— Ryan, não seja difícil, — murmurei. — É só dinheiro. Tenho mais do
que o suficiente para lhe emprestar. Só até começar a trabalhar novamente.
O que você acha? Tipo cinco mil?
— Ben... — ele grunhiu meu nome novamente, visivelmente cerrando a
mandíbula.
— Dez? — Continuei erguendo as sobrancelhas, esperando que ele me
respondesse. Eu estava totalmente preparado para continuar dizendo
números até que ele parasse de resistir e aceitasse minha oferta.
— Jesus. Quanto dinheiro você tem? — Ele me olhou boquiaberto como
se eu fosse louco.
— Chega, — dei de ombros. — Aqui. — Tirei meu telefone do bolso e
abri meu aplicativo de banco móvel. — Apenas me dê o número da sua
conta e transferirei cinco para começar. Posso ter que ligar para meu
contador para saber mais... Não tenho certeza se há um limite para as
transferências móveis...
— Ben! — Ryan latiu para mim e parei de falar, olhando para ele. Ele era
tão fofo quando ficava irritado. — Não vou tirar dinheiro de você! Deus, o
que pensa que eu sou? Algum tipo de prostituta ou algo assim?
Eu queria rir, mas me contive porque sabia que ele estava falando sério e
claramente não estava com humor para provocações.
— Não bebê. Sinto muito... eu não quis dizer isso, — cantarolei,
escovando seu cabelo para trás com meus dedos. — Só estou tentando
ajudar. Não quero que se preocupe com nada.
— Estou bem, Ben. Não preciso de ajuda. Posso lidar com minhas coisas
sozinho, — ele resmungou. — Obrigado pela oferta, mas vou encontrar
trabalho.
— Ryan, confie em mim, sei que pode cuidar de si mesmo, — eu disse a
ele, meu tom firme. — Você é quase chocantemente independente. Quero
dizer, se inscrever na faculdade de direito é... incrível. — Deslizei minha
mão para baixo em seu peito, sentindo os músculos sob sua camisa. — Eu
só quero que saiba que estou aqui para você. Não quero que se estresse.
Tipo, talvez eu possa encontrar algum trabalho para você... algo perto da
escola.
Os olhos de Ryan estavam arregalados enquanto ele olhava para mim,
sua testa marcada com alguma emoção que eu não conseguia decifrar.
— Na verdade, estava pensando... Conheço um cara com oficina nos
arredores de Albuquerque, — continuei falando, tentando acalmá-lo com
minhas palavras e ideias. — Lembro-me de como você disse que queria
consertar um carro velho... E acho que ele tem um de que pode gostar.
Talvez eu pudesse comprá-lo e você pudesse...
Ele me parou no meio da frase, agarrando meu rosto e puxando meus
lábios nos dele. Ele me beijou com força e me engasguei em sua boca, seus
lábios macios selando os meus. Sua língua empurrou suavemente entre eles
para acariciar minha língua, lenta e sensual, me derretendo. Cantarolei e o
puxei para mais perto, beijando-o de volta, profundamente e ansioso por
mais. Foi tão bom que todos os meus pensamentos foram silenciados
imediatamente. E tudo o que restou éramos nós. Beijar e tocar, respirar e
tremer em devoção.
— Bebê... — Choraminguei, inclinando-me para trás, trazendo-o comigo.
Ele se acomodou entre minhas pernas, esfregando-se em mim e me
beijando tão bem que meus lábios estavam em carne viva e meu pau estava
doendo. Esse controle que ele tinha sobre mim era intenso, a necessidade de
consumir.
— O que fez comigo, Ben Lockwood? — Ele sussurrou sobre meu lábio
inferior, mãos gananciosas correndo por toda parte. — Você está me
arruinando...
— Você fez o mesmo comigo, Ryan, — respirei, agarrando sua bunda e
puxando-o para baixo para esfregar sua virilha na minha. Meu cérebro
estava confuso e o mundo ao nosso redor era um borrão. Provavelmente
não foi inteligente para nós fazer isso com Rachel dentro de casa, a apenas
alguns metros de distância. Mas não pude evitar. Eu só queria tanto ele, o
tempo todo.
— Não sei mais o que estou sentindo... — ele falou lentamente,
levantando minha camisa um pouco, em seguida, desabotoando minha
calça, puxando-a para baixo o suficiente para que meu pau estivesse
espiando para fora. Ele correu o polegar sob a coroa e vacilei com a
sensação. — Quero você o tempo todo, bebê. Não suporto a ideia de ficar
longe de você...
Gemi baixinho e abri o zíper de sua calça jeans, puxando seu pau para
que pudéssemos esfregá-los um pouco. Minha pele estava tão quente que
estava prestes a pegar fogo em nossas roupas.
— Nem eu, querido... — murmurei, segurando-o o mais perto possível de
mim. Ele arrastou seus lábios pelo meu queixo e pelo meu pescoço
enquanto eu saboreava a sensação de seu novo rosto barbeado, beijando e
chupando.
Meus olhos estavam fechados e meus lábios tremendo enquanto ele
brincava com minha carne, fazendo-me ansiar por ele para me dominar de
todas as maneiras possíveis. Eu estava tão pronto.
— Ben... — ele sussurrou meu nome como se estivesse caindo. Seu tom
torceu meu estômago e meu peito começou a queimar.
Balancei minha cabeça um pouco... Algo estava acontecendo. Havia
emoções em seus movimentos, em sua voz... tentei ignorar, agarrando seu
rosto em minhas mãos, segurando-o no lugar e beijando-o profundamente.
Ele está apenas ligado, é isso. Está tudo bem. Ele se libertou dos meus lábios. —
Ben, eu acho... — Não faça isso, garoto.
Ele brincou com meu queixo. — Eu acho que estou... — sua voz sumiu, e
ele choramingou.
Engoli em seco.
Por favor... Não faça isso. Não diga isso...
Ele se engasgou, os lábios tremendo perto da minha orelha. — Estou me
apaixonando por você...
Meu coração afundou em meu peito e fechei os olhos com força. Eu
estava ofegante com respirações irregulares enquanto um calafrio tomou
conta de mim. Engoli em seco uma e outra vez, minha boca se enchendo de
saliva. Ai, Deus, por favor... O medo estava agarrando meu cano,
dificultando a respiração.
Meu corpo reagiu aos meus nervos e me afastei.
— Não... — Grunhi, tirando minhas mãos dele enquanto meus olhos se
abriam lentamente. — Você não pode.
Ele se recostou, boquiaberto. — Eu não posso?
Balancei minha cabeça repetidamente. — Não, não, não, não. — Eu me
contorci debaixo dele, forçando-o a recuar. Eu precisava de espaço. Isso era
demais.
— Você está brincando comigo agora? — Ele bufou, seu rosto parecendo
confuso e ferido.
— Ryan... você não pode dizer isso. Você não pode sentir isso. Agora
não... Não... ainda. — Fechei meus olhos, esfregando-os com os dedos. —
Isso não pode acontecer.
— Por que diabos não? — Ele perguntou. Eu não disse nada, tentando
firmar minha respiração. Senti um ataque de pânico chegando.
Que porra estou fazendo?? Eu não posso fazer isso... preciso sair.
— Ben... eu só... — ele começou, então fez uma pausa, agarrando minhas
mãos e puxando-as para longe do meu rosto. — Achei que gostaria de
saber...
— Não. — Balancei minha cabeça um pouco mais. — Você não pode me
dizer isso. Isso não deveria estar acontecendo. Você é o ex-namorado da
minha filha. Não deveríamos estar fazendo isso...
— Não pode estar falando sério, — ele se engasgou. — Então, depois de
tudo, isso é tudo que eu sou? Ainda sou apenas o ex-namorado de
Hailey...?
Encarei-o com olhos arregalados. Eu não sabia o que dizer. Não queria
machucá-lo. Doeu por dentro... Mas eu não podia deixar ele me dizer isso.
Não poderia deixá-lo se apaixonar por mim...
Muito tarde. Encolhi-me com meus pensamentos.
— Pensei que tínhamos algo... — ele choramingou, seu tom forjado com
devastação. — Você, eu e Jess. Pensei que isso era real...
Zombei e recuei mais, puxando minhas calças para cima.
— Real?! Você quer falar sobre real? Por que não me diz quem está
ligando para você cinco vezes por dia... Diga-me quem está ignorando.
Conte-me sobre sua vida... sobre porque não vai para casa no Natal. — Seu
rosto caiu e ele parecia arrasado. Confuso, culpado e perdido. Eu me odiava
por fazê-lo parecer assim. Mas não conseguia parar... — Isso não é real,
garoto. Isso é faz de conta. Estamos todos apenas nos escondendo de nossas
vidas reais.
Tropecei em meus pés e comecei a andar na frente do sofá, puxando meu
cabelo pela raiz.
— Então, você nunca realmente se importou comigo...? — Sua voz
trêmula ondulou dentro de mim, direto no meu peito. — Eu era apenas
uma maneira interessante de passar o tempo? Uma nova foda para sacudir
sua vida chata...
Suas palavras doeram, como sal em uma ferida. Não sabia se realmente
acreditava no que minha cabeça estava me dizendo... Ou se apenas sentia
que deveria.
— Não... Talvez... não sei... — Murmurei, balançando minha cabeça. —
Eu não sei o que está acontecendo. Tudo que sei é que você não pode... —
Eu rapidamente me impedi de dizer as palavras. Como se falasse em voz
alta, respirá-los no ar os tornaria reais.
— Não me diga o que posso e não posso sentir, idiota, — ele sibilou,
levantando-se enquanto fechava o zíper de sua calça jeans. — Novidades,
Ben! Você não pode controlar tudo ao seu redor! Não conhece meus
sentimentos.
— Por que está fazendo isso? — Estreitei meu olhar para ele, tentando
como o inferno parar de tremer.
— Porque eu sinto isso, Ben! Porque eu me permito sentir isso! Ao
contrário de você, seu hipócrita de merda! Jesus Cristo, já lhe ocorreu que
isso aconteceria? Não. Deixe-me adivinhar, você nunca se permite pensar
nisso.
— Porque não posso! — Rugi para ele, aproximando-me de seu rosto,
raiva e frustração queimando dos meus olhos nos dele. — Eu tenho que
estar no controle, Ryan! Não tenho escolha, porra! Para minha esposa e
minha filha... Tenho que protegê-las. Isso não pode acontecer...
— Sim, bem, adivinhe? Já aconteceu, — ele fervia, apertando sua
mandíbula enquanto olhava para mim. — Sua esposa me ama. Sei que ela
gosta.
— Como saberia disso? — Minha voz estava tão baixa que era quase
inaudível.
Ryan inclinou a cabeça para o lado, aproximando-se ainda mais de mim,
até que pude sentir sua respiração em meus lábios.
— Eu simplesmente sei, — ele rosnou, seus olhos escuros de raiva. Seu
tom era quase condescendente, como se ele soubesse algo sobre minha
esposa que eu não sabia, e ele estava feliz por usar isso contra mim.
— Você mal a conhece, garoto, — semicerrei os olhos para ele, mantendo
minha posição, não pronto para recuar, nunca. — Ela é minha desde que
você usava fraldas. Você é um brinquedo novinho em folha. Muito
emocionante... Não é amor.
Eu o vi vacilar, dor visível piscando em seus olhos, antes que ele
rapidamente cobrisse com mais raiva.
— Você sabe que ela me enviou aquele vídeo de vocês, certo? — Ele
segurou meu olhar com força, a fúria queimando por trás de suas íris
verdes profundas. — Ela estava pensando em mim mesmo então... Ela me
queria com vocês dois.
Meu coração estava martelando no meu peito, minha mente correndo a
mil por hora. Eu não queria acreditar nele, mas sabia que ele não mentiria.
Jess enviou a ele o vídeo de nós transando...? Por que ela faria isso?
— Ela fez aquele vídeo para mim, — ele continuou, pressionando-me
com suas palavras. — Ela sentiu minha falta. Você mesmo disse... Temos
uma conexão.
— Não importa... — Grunhi, engolindo em seco. Ela não fez o vídeo porque
achou que seria quente. Ela fez isso para poder enviar para Ryan.
Não pude deixar de me perguntar por que ela não teria simplesmente me
dito que era isso que estava fazendo. Por que ser tão reservado sobre isso?
Tirei meu telefone do bolso e mandei uma mensagem para Jess, dizendo-
lhe para se livrar de Rachel. Precisávamos conversar. Tudo isso precisava
ser resolvido, agora, porra. Chega de evitar assuntos e esperar que as coisas
se resolvam. Eu iria resolver isso sozinho. Agora.
— Isso importa, Ben, — Ryan bufou. — Ela queria isso... Ela me queria.
Ela pensou que era o que você queria também...
— Não fale sobre a minha esposa como se soubesse mais sobre o que ela
quer do que eu, — sibilei, meus punhos cerrados ao meu lado. — Você não
tem ideia de como é estar com alguém por dezenove anos. Passei mais da
metade da minha vida com aquela mulher. Temos uma filha. Você não
entende esse tipo de conexão.
— OK. Aqui vamos nós. Eu sabia, — ele acenou com a cabeça, franzindo
a testa com óbvia mágoa. — Você nunca deu a mínima para mim. Eu não
era nada mais para você do que uma nova e estranha foda.
— Isso não é verdade... — Fechei os olhos.
— Sim, é, — ele murmurou. — Tudo o que me disse era besteira. Você
não queria que fosse nós três. Você é um pedaço de merda egoísta.
— Foda-se, garoto, — resmunguei. — Não sabe do que está falando.
— Não, foda-se, Ben, — ele latiu. — Foda-se você! Você só está com
medo. Está com medo de admitir que está sentindo algo mais do que
apenas uma obsessão com meu pau em sua bunda. Você está pronto para
me afastar porque não quer enfrentar a verdade. Você também me ama.
— Pare de dizer essa merda! — Rosnei, empurrando-o para longe de
mim com minhas mãos em seu peito. Passei por ele em direção à porta, mas
ele me agarrou pelo braço. Eu o arranquei de seu aperto e me virei,
levantando-me em seu rosto. — Experimente, garoto. Eu te desafio, porra.
Ele endireitou os ombros, mantendo-se firme, seu rosto a centímetros do
meu. — Não tenho medo de você, porra.
— Você deveria ter, — rosnei, apertando minha mandíbula. A raiva
estava correndo em minhas veias, nublando minha mente.
— Vá em frente então, — ele rugiu baixo. — Bata em mim. — Meu peito
estava ofegante. Pensei que seriamente ia bater nele por um segundo.
Ouvi um barulho atrás de nós. A maçaneta da porta estava balançando.
— Ben? Ryan? — A voz de Jess veio de fora enquanto ela batia na porta
repetidamente. — Abra a porta! Ela se foi.
Respirei fundo e me forcei a dar um passo para trás, girando para abrir a
porta para minha esposa. Jess entrou, seus olhos saltando entre Ryan e eu.
Seu rosto ficou sério.
— O que está acontecendo? — Ela perguntou, erguendo as sobrancelhas,
sua voz baixa e gotejando com inquietação.
— Você mandou aquele vídeo nosso para ele? — Perguntei a ela, meu
olhar ardente agora direcionado diretamente para minha esposa.
Ela ficou parada, congelada e em silêncio por um momento. Ela olhou
para Ryan rapidamente antes de seus olhos voltarem para os meus.
— Sim... — ela murmurou. — Então? Qual é o problema?
Minha mandíbula cerrou novamente e cruzei os braços sobre o peito. —
Nada, só pensei que era para nós. Não entendo por que não me disse que
queria fazer um vídeo para ele...
— Está ficando muito sério para Ben, — Ryan murmurou. — Ele só me
quer de plantão. Para vir e foder sempre que estiver com vontade. Talvez
eu devesse aceitar o dinheiro... Se eu não sou nada mais do que uma
diversão deitada quando você está entediado.
— O quê? — Jess se engasgou em angústia atordoada. — Do que ele está
falando, Ben? Que dinheiro?
— Esqueça isso... — Grunhi, lançando um olhar na direção de Ryan. —
Eu estava apenas tentando ajudar. Importo-me com você, Ryan. Não aja
como uma vadia.
— Sim, claro. Você se importa apenas o suficiente para não sentir que
está se aproveitando de mim, — ele sibilou. — Não o suficiente para me
amar, no entanto. Deus, por você ter me deixado chegar perto o suficiente...
— Você não pode, porra, Ryan! Não entende isso, porra? — Lati para ele,
meu corpo inteiro tremendo de raiva. — Minha filha está voltando para
casa amanhã! Você não pode estar aqui. Não podemos fazer isso... Nada
disso!
— Ben, de onde vem tudo isso? — Jess guinchou para mim e pisquei
lentamente, tentando me acalmar. Não estava funcionando.
— Você transou com ela...? — Perguntei a Ryan, ignorando minha
esposa. Minha voz estava baixa e rouca de raiva. Sua sobrancelha se
ergueu. — Ontem. Depois que saí... Você fodeu minha esposa? — Virei-me
para encarar Jess novamente. — Você fez?
O olhar no rosto de Jess respondeu à minha pergunta antes que qualquer
um deles dissesse qualquer coisa. Parecia que o chão havia sido arrancado
debaixo de mim.
— É claro que a fodi, — a voz de Ryan rastejou dentro de mim, me
provocando com imagens deles, na minha cama, juntos. Sem mim. Pelas
minhas costas. Porra... e escondendo de mim.
— Dê o fora daqui, — sussurrei, me sentindo violentamente doente. A
bile estava subindo.
— Ben, quão hipócrita você poderia ser?! — Jess gritou comigo. — Então
está tudo bem para você foder com ele... me trair com ele. E só porque eu
disse que estava bem com isso, agora você acha que pode ditar quando,
onde e como podemos ficar juntos?! Isso é tão fodido! Isso não é seu! Você
não pode dar as cartas quando há duas outras pessoas envolvidas!
— Não é sobre isso... — Fechei os olhos com força. — Isso é demais. É
tudo... demais pra caralho!
— Bem, adivinhe? Você nos meteu nisso — Jess choramingou, como se
ela estivesse prestes a explodir em lágrimas. Olhei para ela e seu lábio
estava tremendo. — Nenhum de nós sabe como navegar nessa merda, mas
devemos tentar juntos.
Encarei-a por um momento, observando minha esposa, a mulher que
amava. Ela parecia tão perdida. E ela estava certa. Era tudo minha culpa.
Eu não poderia voltar atrás no que eu fiz... O que comecei. Mas eu ainda
poderia tentar nos salvar de mais dor. Ainda poderia salvar Hailey. Se eu
parasse com isso agora, poderia protegê-la da verdade.
— Eu não posso, — respirei, balançando minha cabeça lentamente, então
me virei para encarar Ryan. — Sinto muito... Mas você tem que ir.
— Isso foi o que pensei... — ele murmurou, imediatamente passando por
mim, em direção à porta. Eu poderia jurar que parecia que ele tinha
lágrimas nos olhos. Eu não tinha certeza se eram de raiva ou tristeza.
Provavelmente ambos.
Ele deu um beijo casto no topo da cabeça de Jess. — Sinto muito... — ele
sussurrou para ela, o som de sua voz instável quebrando meu peito como
uma marreta em uma folha de vidro.
Ele saiu do galpão e não olhou para trás.
Fiquei em silêncio atordoado, incapaz de compreender o que diabos
acabou de acontecer. Eu estava entorpecido.
Isso realmente aconteceu? Eu terminei? Eu realmente vou deixá-lo ir embora??
— Ben! — Jess guinchou, as lágrimas rolando pelo seu rosto. — Faça
alguma coisa! Pare ele!
Balancei minha cabeça lentamente, a pressão ameaçando estourar por
trás das minhas órbitas.
— É tarde demais, Jess... — resmunguei. — Ele tem que ir. Não podemos
fazer isso... Não com Hailey.
Jess correu até mim e colocou os braços em volta da minha cintura,
desabando contra o meu corpo, tremendo enquanto chorava muito.
Embalei-a lentamente, segurando-a com força enquanto lutava para me
segurar. Eu não podia me permitir sentir isso. Precisava bloquear tudo.
Toda a dor, frustração, tristeza e culpa. Eu tive que forçar para baixo e
nunca deixar livre. Era a única maneira de sobreviver a isso.
— O que nós fizemos? — Jess chorou, suas lágrimas encharcando minha
camisa.
— Não sei... — Choraminguei, engolindo em seco. — Me desculpe,
querida. Eu nos fodi tanto. É tudo culpa minha. — Meus olhos
permaneceram na porta, desejando que ele voltasse, embora eu soubesse
que era tarde demais. Tinha acabado.
Capítulo 16
Ryan

Saí de um sono inquieto, olhando ao meu redor em pânico, meu coração


batendo forte no peito.
Fechei meus olhos com força e respirei fundo, me jogando contra o
assento. Eu estava suando, mas com frio ao mesmo tempo. Minhas costas
estavam rígidas e minha boca seca. Meus olhos ardiam e minhas têmporas
latejavam.
O sol estava alto, mas eu não tinha ideia de que horas eram. Tirei meu
telefone do porta-copos. Ele estava morto. Excelente.
Estiquei os braços e as pernas o máximo que pude no banco do motorista
do meu BMW. O som de garrafas e latas tilintando no chão ecoou em meus
ouvidos, fazendo-me estremecer. A condensação cobriu minhas janelas e eu
quase não conseguia ver nada no estacionamento.
Abri a porta e saí lentamente, o ar frio da manhã picando minha pele
exposta. Alcancei dentro do carro e agarrei meu moletom, puxando-o e
fechando o zíper rapidamente. Pisquei por causa da minha ressaca e torpor,
procurando em volta um lugar onde eu pudesse usar um banheiro e pegar
um pouco de água.
Havia um McDonald's do outro lado do estacionamento onde dormi no
meu carro na noite passada, depois de matar um litro de tequila e um
pacote de seis. Eu estava tentando afogar minhas mágoas e acho que
funcionou na época. Mas agora que estava acordado de novo, lembrei-me
de tudo. Toda a dor veio à tona e me senti mal.
Antes que pudesse processar o que estava acontecendo, inclinei-me e me
joguei para todo lado, vomitando a bebida excessiva da noite anterior.
Equilibrei-me na lateral do meu carro, sentindo-me exausto,
emocionalmente e fisicamente. Eu não conseguia me mover. Só queria
deitar-me neste estacionamento aleatório e morrer.
Depois que fugi da residência Lockwood, dirigi em círculos por um
tempo. Eu não queria dirigir todo o caminho para casa, porque Alec e Kayla
ainda estavam entretendo seus pais. Além disso, pensavam que eu estava
em Denver e não tive vontade de explicar a eles por que estava de volta tão
cedo, e um desastre de trem emocional completo.
Não havia realmente nenhum outro lugar para onde eu pudesse ir.
Então, finalmente, cheguei a uma loja de bebidas, estacionei em um
estacionamento aleatório e bebi minha dor, até que desmaiei.
Depois que eu estava todo vomitado, peguei minha bolsa e fui até o
McDonald's. Pedi um ovo McMuffin porque precisava de algo para
absorver o álcool restante, uma água e um café grande. Enquanto esperava
meu pedido, usei o banheiro, escovando os dentes, lavando o rosto e
trocando de roupa. Fiquei mais do que aliviado por ter todas as minhas
coisas comigo. Eu definitivamente me sentia um pouco melhor com roupas
limpas e um pouco arrumadas. Acho que deixei uma camiseta e uma calça
de pijama na casa. Ah bem. Eles se foram agora.
Meu estômago revirou novamente e corri para o banheiro, inclinando-
me. Mas foi uma saída falsa. Essa náusea era menos com a bebida e mais
com o fato de que eu estava sozinho de novo... Desta vez para sempre.
Eu ainda não conseguia entender o fato de que tínhamos terminado. Isto
tinha acabado de surgir do nada. Em um minuto eu estava extremamente
feliz com minhas duas pessoas favoritas no mundo, e a próxima coisa que
eu sabia, Ben estava me dizendo que nunca se importou comigo, e ele
nunca se importaria.
Ok, não com tantas palavras. Mas eu poderia dizer que ele estava apenas
tentando poupar meus sentimentos. O olhar em seu rosto disse tudo.
Eu disse a ele que o amava e ele me disse para ir embora.
Foi tudo culpa minha, na verdade. Sempre soube que não acabaria bem.
Mas continuei voltando de qualquer maneira, como o masoquista que
claramente era.
Ben não me amava e provavelmente estava certo sobre Jess também não
me amar. Ela era muito doce para dizer isso para mim, mas ele era seu
marido. Ele a conhecia melhor do que ninguém. Eu era apenas uma
aventura, e a aventura sempre desaparece.
Só pensei que tinha um pouco mais de tempo. Acho que foi estúpido da
minha parte...
Achei que se pudesse ficar com eles o suficiente e mostrar como isso
poderia ser bom, talvez pudesse fazer com que me amassem. Isso foi ainda
mais estúpido. Você não pode forçar alguém a te amar. Eu tinha aprendido
isso com Dahlia. Eu deveria estar preparado. Mas, em vez disso, mergulhei
de cabeça na parte rasa e deixei meu coração aberto para a surra. E foi
exatamente isso o que aconteceu.
Arrastei minha bunda cansada e deprimida até o balcão do McDonald's,
peguei minha comida e me sentei à mesa. Obriguei-me a comer metade do
McMuffin, embora o mero ato de mastigar fosse tão extenuante que eu mal
conseguia. Cada mordida tinha gosto de nada. O mundo ao meu redor
estava cinza.
Bebi minha água em três grandes goles, depois sentei e tomei um gole de
café, olhando para o nada. O relógio na parede marcava pouco mais de seis
da manhã. As pessoas estavam indo e vindo ao meu redor, vivendo suas
vidas, completamente inconscientes de como tudo isso era inútil. Nada
importava. Estávamos todos esperando para morrer.
Jesus, controle-se. É uma separação. Basta encontrar alguém novo para foder e
ficará bem.
Lembrei-me do meu telefone, puxando o carregador da minha bolsa e
ligando-o na parede, esperando que ele tivesse energia suficiente para ligar.
Bebi metade do meu café enquanto meu telefone carregava e comprei mais
duas garrafas de água. Finalmente liguei meu telefone, prendendo a
respiração, orando secretamente por uma mensagem de Ben.
Meu telefone começou a zumbir com algumas mensagens de texto e meu
coração se alojou na garganta enquanto eu as verificava.
Eram de Jess.
Jess: Ei ...
Jess: Querido, sinto muito. Nunca quisemos que isso acontecesse.
Jess: Ben está... ele está tendo problemas com isso. Ele se sente culpado
por causa de Hailey
Jess: Eu sei que não é uma desculpa, mas eu só queria que você
soubesse
Jess: Só me diga que você está bem... por favor?
Jess: Você é muito importante para nós. Tem que saber disso
Gemi e coloquei minha cabeça em minhas mãos. Meu cérebro estava
latejando e meu peito estava vazio.
Eu não tinha ideia de quando as mensagens chegaram, porque meu
telefone estava desligado, então todos apareceram agora. Eu queria tanto
responder a ela, mas não pude. Não poderia me torturar assim. Eu
precisava desistir.
Tinha acabado.
Duas garotas da minha idade entraram, rindo até o balcão, pedindo o
café da manhã. Isso sacudiu minha memória para onde eu estava. Eu ainda
estava na cidade de Ben e Jess. E Hailey estava voltando da escola hoje.
Claro, Jess disse que ela não viria até mais tarde, mas ainda assim. Não
podia arriscar que alguém que eles conhecessem me visse. Tinha que sair
de lá.
Mas para onde posso ir? Eu realmente iria passar a véspera de Natal no
meu carro?
Esse foi o pensamento mais deprimente de todos os tempos.
Juntei minhas coisas e voltei para o meu carro. Mas assim que entrei,
percebi que ainda não tinha decidido para onde ir, então acabei sentado ali,
olhando para o nada por cerca de uma hora.
Eu precisava apenas morder a bala e ir para casa. Tudo o que eu disse a
Alec e Kayla era o menor dos meus problemas naquele ponto.
Eu simplesmente não conseguia suportar a ideia de voltar para o meu
apartamento e ficar sentado sozinho na véspera de Natal. Embora eu não
tivesse certeza do que teria feito se as coisas não tivessem terminado com
Ben e Jess. Eu ainda teria que deixar sua casa de qualquer maneira, porque
Hailey estava voltando para casa. Eu acho que alguma parte delirante de
mim estava rezando para que tentassem me manter por perto. Ou pelo
menos não arrancar meu coração e jogá-lo no lixo.
Eu gostaria de conhecer alguém na área com quem eu pudesse sair.
Alguém por perto que toleraria meu grupo pensativo e meu desejo de ser
fodido. Alguém que não dava a mínima para o que estava acontecendo na
minha vida e não me assediava para obter informações, que sairia comigo
casualmente para passar o tempo.
Hm. Espere um minuto. Eu conheço alguém assim... E ele pode simplesmente
estar por perto.
Peguei meu telefone e procurei o contato, me perguntando se eu poderia
realmente ligar para ele. Não eram nem oito da manhã. Era um momento
muito estranho para ligar para pessoas que eu mal conhecia...
Mas ele era um banqueiro, então provavelmente era obrigado a acordar
cedo. Qual era o mal em tentar? Apertei o botão de chamada e mordi
ansiosamente meu lábio inferior enquanto o telefone tocava no meu
ouvido.
— Bem, merda. Definitivamente, não esperava ouvir de você... — A voz
de Tate sussurrou para mim, e eu já podia ouvir aquele sorriso malicioso
em sua voz.
— Ei... — murmurei, me sentindo repentinamente tímido. Eu estava tão
bêbado da última vez que vi Tate. Você sabe... depois de transarmos no
banheiro de um bar vulgar fora de Santa Fé. — Desculpe te ligar tão cedo...
— Cedo para mim são quatro da manhã, — cantarolou ele. Eu sabia. —
Como vai, Harper? Feliz Natal.
— Sim... Feliz Natal, — suspirei, tentando não soar tão desanimado. — O
que está fazendo?
— Não muito... Só andando por aí em casa. Tem uma coisa depois, — ele
me disse, seu tom casual. — O que há com você?
— Nada realmente... — murmurei. — Na verdade, absolutamente nada.
— Bem, isso é uma merda, — ele murmurou, e por algum motivo isso me
fez rir. Ele era tão blasé e indiferente a tudo. Eu tipo, gostei disso.
— Estou na cidade... — deixei escapar, deslizando meu dedo indicador
ao longo da janela do carro, desenhando um rosto carrancudo na
condensação. — Um... em Tularosa. Eu estava me perguntando se você
estava por perto...?
Tate fez um pequeno ruído, que não consegui interpretar. — Veio com
Hailey?
— Não... Hailey e eu terminamos há um mês, — falei baixinho, rezando
para que ele não exigisse detalhes sobre por que eu estava lá sem Hailey.
Felizmente para mim, Tate não era realmente o tipo que se importava com
o que estava acontecendo na vida de outras pessoas quando isso não o
afetava.
— Oh, desculpe? — Eu podia ouvir o sorriso em sua voz, e isso me fez
rir.
— Tanto faz, foda-se, — bufei. — Então, quer sair ou não?
— Mmm... definitivamente, — ele rugiu. Meu pulso disparou. — Vou
mandar uma mensagem com meu endereço. Venha quando quiser.
Balancei a cabeça lentamente, embora ele não pudesse me ver. — OK.
— Vejo-o em breve, Harper — disse ele, depois desligou rapidamente.
Fiquei sentado no banco do motorista do meu carro, olhando para o meu
telefone na minha mão com minha cabeça girando.
Eu não tinha certeza se era uma boa ideia ver Tate... Afinal, eu realmente
não o conhecia. Mais, Ben havia me proibido estritamente de vê-lo
novamente.
Zombei de mim mesmo. Bem então. Acho que é um motivo perfeito para ver
Tate.
Meu telefone vibrou na minha mão. Era o texto com o endereço de Tate.
Ele morava apenas a cerca de quinze minutos de onde eu estava. Essa coisa
toda deveria estar me fazendo muito mais nervoso, mas se fosse, eu estava
muito fora dele para aviso prévio.
Eu não queria mais pensar em Ben ou Jessica. Eu só queria esquecer que
existiam. Tate era um cara bonito, com olhos e lábios bonitos, um corpo
quente e um pau grande. Ele era divertido o suficiente, mas mais do que
tudo, ele estava aqui.
Eu só não queria ficar sozinho na véspera de Natal. Não dessa vez. Não
depois de ontem...
Liguei o motor e arrumei meu assento para que ficasse de pé novamente.
Liguei o GPS, que me guiaria até a casa de Tate. Mas antes que eu pudesse
sair do estacionamento, havia mais uma ligação que eu precisava fazer...
Estava na hora. Eu não conseguia mais adiar. Finalmente tive minha
resposta.

Segui Tate para dentro de seu apartamento e ele fechou a porta atrás de
nós. Seu lugar era bom, aberto com grandes janelas, tetos altos e muita luz
natural. Estava impecável e organizado, mas segundo ele era porque ele
quase nunca estava lá.
Ele me disse na última vez em que saímos, em Santa Fé, que viajava
muito a trabalho e passava pelo menos metade do ano morando em hotéis.
No início, achei que parecia meio deprimente, mas então ele me explicou
que os hotéis geralmente eram sempre melhores do que o apartamento
dele. Além disso, ele nunca tinha que se preocupar em cozinhar ou limpar
depois de si mesmo. Ele parecia gostar, então quem era eu para julgar? Eu
só tinha ficado em hotéis agradáveis duas vezes em toda a minha vida.
Forcei meu cérebro a parar onde estava indo, antes que pudesse ficar
obcecado. Não estamos pensando neles, lembra? Nem vamos dizer seus nomes em
nossa mente.
Tate e eu tínhamos acabado de voltar do brunch. Assim que cheguei em
sua casa, quase três horas atrás, ele me disse que estava morrendo de fome
e insistiu que fôssemos buscar comida e a maldita Mary. Aparentemente, os
ricos chamavam aquele brunch.
Ele me levou a algum lugar chique e caro demais, onde ele comeu e eu
apenas bebi. Assegurei-lhe que uma maldita Mary era basicamente uma
refeição, com o aipo, suco de tomate e raiz-forte. Este lugar até colocou
bacon e coquetel de camarão nele, não que eu tivesse comido muito
daquela parte. Eu só estava interessado em beber naquele momento.
Mas Tate estava mais do que bem com isso. Ele não me importunou,
estudou cada movimento meu ou tentou me controlar como alguém que eu
conhecia. Ele apenas se recostou e me observou, sorrindo e ocasionalmente
mordendo o lábio. Ele era muito enigmático, ao mesmo tempo que deixava
todas as suas cartas na mesa. Ele era franco com quem ele era, e eu gostava
disso nele. Não houve esconder ou comportamento confuso de Tate. Ele era
apenas... Tate.
Ainda assim, sendo que estávamos na cidade natal de Hailey, e eu sabia
que ela estaria por perto, provavelmente agora, eu estava me sentindo um
pouco nervoso. Fiquei temendo que ela entrasse pela porta do restaurante
enquanto estávamos lá, e Tate começou a estourar minhas bolas durante
todo o curso de nossa pequena refeição.
Quando terminamos, e eu estava me sentindo bem e confuso por causa
da bebida, voltamos para sua casa para sair. Eu realmente não sabia o que
íamos fazer... Ele mencionou que tinha planos mais tarde, mas ainda não
tinha me dito quais eram. A ideia de dormir no meu carro novamente esta
noite - na véspera de Natal - estava atrapalhando minha tentativa de provar
o quão bem eu estava.
Tate tirou os sapatos e vagou pelo apartamento, sem dizer nada. Era
quase como se eu não estivesse ali, e não sabia se gostava porque ele se
sentia confortável com a minha presença ou se simplesmente me sentia
invisível.
Fui até uma estante que tinha algumas fotos emolduradas e decidi
bisbilhotar um pouco. Tate tinha uma ótima coleção de livros. Todos os
clássicos,
O Grande Gatsby, Enquanto Estou Morrendo, Senhor das Moscas, Dos Ratos e
dos Homens. Eu me senti como se estivesse de volta à aula de inglês da nona
série novamente.
Verifiquei as fotos e vi um homem mais velho e uma mulher, abraçados e
sorrindo, provavelmente pais ou algo assim. Em seguida, uma foto de um
Tate um pouco mais jovem e uma garota que provavelmente tinha dez ou
onze anos. Meus olhos caíram no terceiro quadro e meu coração despencou
em minhas entranhas.
Era de um Tate ainda mais novo e de alguns outros meninos mais ou
menos da mesma idade, alguns um pouco mais novos, outros mais velhos.
Eles estavam lá fora no que parecia ser um churrasco e alguns meninos -
incluindo Tate - estavam vestindo camisetas de futebol. Reconheci Bill, do
Dia de Ação de Graças, e o irmão de Ben, Jacob. E então, com certeza, havia
o próprio Ben. Vestindo sua camisa de futebol americano do colégio e um
sorriso largo, todo americano, do vizinho, seu cabelo loiro sujo um pouco
mais longo e emaranhado de um lado, provavelmente por causa de um
capacete.
Fiquei olhando fixamente para o garoto na foto, espantado com o quanto
ele ainda se parecia com aquele agora, mesmo em seus trinta e poucos anos.
Ele não devia ter mais de quatorze anos nesta foto. Mas era definitivamente
Ben, apenas com bochechas redondas e olhos mais jovens, e sem a carranca
descontente.
Meu peito se contraiu e ardeu, a dor que estava sentindo por dentro era
tão forte e agressiva que tive que me afastar. Quase não conseguia mais
ficar de pé. Senti-me fraco, como se meus joelhos quisessem dobrar.
Ouvi Tate arrastando os pés atrás de mim e me forcei a superar a agonia
que rasgava minhas entranhas do meu coração partido, então me virei para
ir procurá-lo.
— Você tem alguma bebida? — Perguntei, observando enquanto ele
brincava com algum pequeno dispositivo estranho em sua mão.
— Uau, — ele riu, seus olhos saltando até os meus. — Tentando festejar,
não é? — Dei de ombros, porque não tinha outras palavras para dizer. Ele
ergueu o dispositivo em seu punho e percebi o que era. — Quer fumar?
— Hum... claro, — murmurei, uma onda gigante de foda-se passando por
mim. Eu realmente só queria não sentir mais nada. A dor no meu peito era
demais. Eu não aguentava nem mais um segundo.
Tate abriu a porta deslizante de seu terraço - sim, ele tinha seu próprio
terraço, completo com cadeiras, uma mesa, plantas, as obras - e saiu
enquanto eu o seguia. Sentamo-nos em cadeiras, lado a lado, e ele deu uma
longa tragada na caneta, segurando-a um pouco antes de exalar uma
espessa nuvem de fumaça pungente.
Ele o entregou para mim e fiz o mesmo, dando um trago muito menor,
deixando as drogas se acomodarem dentro de mim e aliviarem minha
mente.
Repetimos isso mais algumas vezes, passando a coisa para frente e para
trás até que Tate começasse a mexer com ela novamente. Já me senti muito
mais calmo. Eu estava ciente do que estava ao meu redor, mas
aparentemente alheio a tudo que acontecia fora do apartamento de Tate.
Recostei-me na cadeira e encarei o parapeito do terraço, observando a
vista dos outros edifícios próximos e de um pequeno parque. A maioria das
janelas visíveis era decorada com luzes e enfeites de Natal. Havia verde,
vermelho, prata e ouro em todos os lugares, o que me lembrou que era
véspera de Natal. Sinceramente, não estava pensando muito nisso.
Perguntei-me como Alec e Kayla estavam se saindo, com seus pais no
apartamento. Eu já sentia falta deles, e só estive fora por alguns dias. Vou
sentir falta deles...
Perguntei-me o que minha mãe estava fazendo. Provavelmente
atendendo aos filhos de seu novo namorado, talvez assando biscoitos ou
embrulhando presentes. Eu não pude deixar de notar que o ciúme, a
insegurança e a rejeição que eu sentia por minha mãe e sua nova vida na
casa da minha infância haviam fracassado. Foram as drogas com certeza.
Senti-me como se estivesse sentado dentro de uma nuvem, flutuando no
céu, o ar frio queimando minhas bochechas. Eu estava tão alto... acima de
tudo e de todos no chão.
— Então, já que você e Hailey terminaram, presumo que não vai à festa
de Natal no Ben esta noite... — A voz de Tate quebrou através da minha
bolha, e eu virei meu rosto lentamente em direção ao dele. Seus olhos
estavam ligeiramente semicerrados e parecia que ele poderia desmaiar.
Balancei minha cabeça, levantando minha sobrancelha para ele. Ele
parecia muito sexy por algum motivo. Ele tinha mais barba por fazer do
que da última vez que o vi. Isso o fez parecer robusto e masculino.
— Bem, tenho que ir, — ele bufou, puxando um maço de cigarros do
bolso, retirando um e enfiando-o entre os lábios. — É uma espécie de
tradição. Como a coisa do Dia de Ação de Graças. Jacob e sua esposa são
como uma família. Eu sou o padrinho dos gêmeos, o que é assustador pra
caralho. —Ele riu e acendeu o isqueiro. Seus olhos dispararam para os
meus. — Você quer um?
— Estou bem, — recusei educadamente. Eu não era fumante. Além disso,
minha boca estava muito seca. Eu poderia ir para esta bebida...
Ele resmungou um pouco, acendendo o isqueiro novamente, desta vez
acendendo o cigarro e fumando.
— Só fumo cigarros quando estou chapado, — resmungou. — Não sei
por quê. É como relaxar ou algo assim...
— Então, você vai lá esta noite? — Interrompi-o, minha mente querendo
respostas para tantas perguntas, não houve tempo suficiente para minha
boca lenta perguntar todas elas.
— Uh-huh, — ele balançou a cabeça, batendo a cinza da ponta do cigarro
em um cinzeiro no meio da mesa. Então ele deu outra longa tragada. Eu
estava olhando para ele, esperando que ele me contasse mais, mas ficou
claro que ele não iria. Então eu perguntei…
— Que horas? — Que bom que eu estava chapado, caso contrário, teria
soado muito mais desesperado.
— Oito, — respondeu ele, depois apagou o cigarro. — Vamos ficar
bêbados. — Ele não esperou minha resposta antes de se levantar e vagar
dentro de seu apartamento. Claro que o segui.
Ele foi até um bar perto da cozinha e pegou uma garrafa de uísque pela
metade. Ele a ergueu e ergueu as sobrancelhas para mim, perguntando
silenciosamente se era isso que eu queria. Balancei a cabeça para sim.
Foi interessante que não precisávamos realmente falar. Mal nos
conhecíamos, mas tínhamos uma espécie de parentesco. Deve ter sido por
fazerem um ao outro gozar. Acho que orgasmos unem as pessoas.
Tate serviu um copo para cada um de nós e nós brindamos, bebendo
lentamente. Ele me observou atentamente por um momento, seus olhos
escuros. Eu não tinha absolutamente nenhuma ideia do que ele estava
pensando e não tinha certeza se realmente me importava.
— Você pode ficar aqui se quiser, — ele rugiu, inclinando a cabeça. —
Enquanto vou à festa.
Fiquei boquiaberto com ele. — Tem certeza? — Ele encolheu os ombros e
acenou com a cabeça sutilmente. — Você mal me conhece... E se eu fosse
um psicopata?
Ele riu e mordeu o lábio. — Se você fosse me matar, acho que já teria feito
isso. — Eu ri baixinho, balançando a cabeça e bebendo minha bebida, um
pouco mais rápido dessa vez. — Você pode roubar o lugar se realmente
quiser. Como eu disse, nunca estou aqui. Não preciso da metade disso.
Sorri amplamente, o que o fez sorrir, um sorriso tortuoso de dentes
brancos.
Ele piscou para mim.
— Obrigado, — murmurei, engolindo em seco, quebrando nosso contato
visual.
— Você está bem? — Ele perguntou, baixinho. — Você parece um pouco
fodido com esse rompimento. Ou talvez outra coisa...
Meus olhos voltaram para os dele e congelei. Eu queria tanto contar a ele
sobre Ben e Jess. Eu precisava falar com alguém. Estava me matando
mantê-lo engarrafado por dentro.
— Vou ficar bem, — murmurei, não me permitindo dizer mais nada.
Essa foi a minha maldição. Eu estava condenado a caminhar para sempre
na Terra, lidando com todos os problemas da minha vida sozinho.
Ninguém para compartilhar o fardo. Ninguém em quem confiar ou me
consolar com palavras e ações de conforto. Se não acontecesse com Hailey...
Se não acontecesse com Ben e Jess, não aconteceria nunca. Eu simplesmente
teria que aprender a aceitar isso.
Tate bufou um ruído suave e fez beicinho para mim. Então ele se
aproximou e agarrou meu queixo suavemente com os dedos. Seu rosto se
aproximou do meu e o senti exalar lentamente enquanto seus olhos caíram
para os meus lábios. Estendi a mão para segurar o seu desejo, puxando-o
contra mim quando seus lábios encontraram os meus.
Ele me beijou de forma suave, sensual, separando seus lábios e me
deixando encontrar sua língua com a minha. Chupei seu lábio inferior,
lembrando-me do quanto gostei de fazer isso. Era uma curva de beicinho,
roçando a minha, apenas sucção suficiente para me fazer formigar. Parecia
tão diferente do que era com Ben... E obviamente diferente de Jess.
Rosnei e o beijei mais forte, mais profundo, determinado a afastar todos
os pensamentos e memórias dos últimos dias. Ignorei os vazios em meu
peito por beijar alguém que não era eles.
Eles não me queriam. Tate queria. Ele estava aqui. Eles não estavam.
— Deixe-me ajudá-lo, — ele ronronou, passando as mãos pelo meu peito,
me acariciando, até chegar à cintura da minha calça jeans. Ele desabotoou e
abriu o zíper, empurrando-os pelas minhas coxas.
Puxei seu rosto o mais próximo possível do meu sem engoli-lo, beijando-
o com fervor até que ele o quebrasse, me deixando sem fôlego e querendo
mais. Ele arrastou seus lábios sobre minha garganta, cantarolando
enquanto ia, caindo de joelhos e não perdendo tempo levando meu pau em
sua boca.
Gemi baixinho, continuando a beber meu uísque enquanto eu o
observava, cuidando do meu pau. Ele era tão bom em chupar pau. Ele
estava tirando gemidos suaves de mim, balançando na frente dos meus
quadris, deslizando-me para dentro e para fora de sua boca quente e
úmida. Seus olhos se fixaram nos meus enquanto ele me levava até sua
garganta, basicamente se engasgando com meu pau enquanto apalpava
minhas bolas.
Inclinei-me para trás, meus olhos fechando enquanto agarrei a lateral do
bar. Ele estava sugando minha vida e eu estava tão chapado e bêbado que
mal sabia onde estava. Então, por algum motivo, o rosto de Ben apareceu
atrás dos meus olhos. O olhar ligeiramente arrasado que ele me deu
quando eu disse a ele que fodi com Tate. A vulnerabilidade em seus olhos...
O mesmo que eu tinha visto no galpão, bem antes de sair.
Engoli em seco e empurrei as imagens para longe, segurando a
mandíbula de Tate e empurrando, fodendo seu rosto com força, fazendo-o
grunhir. Ele sugou para cima e para baixo cada centímetro de mim até que
o soltei e comecei a gozar, o orgasmo pulsando do meu pau em sua boca.
Ele estava gemendo enquanto eu descia por sua garganta e ele engoliu até a
última gota, parecendo que estava prestes a gozar.
Ele tirou sua boca de mim e se levantou, me beijando com força, forçando
sua língua entre meus lábios para que eu pudesse me provar. Gemi e
agarrei seu pau através de suas calças, puxando-o lentamente.
— Você é tão bom... — ele falou lentamente, sem fôlego. — Foda-me...
Meu coração balançou no meu peito, a culpa tentando empurrar seu
caminho para fora da minha mente. Meu primeiro instinto foi parar, porque
eu não queria machucar Ben. Mas essa foi uma reação estúpida.
Ben me machucou. Ele não se importava... Ele não me amava.
— Pegue uma camisinha, — exigi, respirando com dificuldade. Ele
balançou a cabeça e se afastou de mim, passando os dedos pelos cabelos.
— Venha para o quarto comigo, — disse ele, seu tom suplicante e
gotejando com luxúria. Então ele se virou e cambaleou pelo corredor.
Respirei com força e matei o resto do meu uísque, ignorando a
queimadura. Derramei outro copo, minha mão tremendo um pouco. Eu não
sabia por que estava tão inquieto, mas o fato é que toda vez que estava com
Tate, acabava pensando em Ben. Eu simplesmente não pude evitar. Era
horrível.
Bebi a maior parte do meu segundo copo e então entrei no quarto de
Tate, sentindo o zumbido. Ele estava sentado na beira da cama, olhando
para mim. Seu rosto estava ligeiramente corado enquanto ele me olhava,
piscando lentamente.
Aproximei-me dele, puxando minha camisa pela cabeça. Então a tirei e o
empurrei para trás com uma mão em seu peito. Ele caiu de costas e
deslizou ainda mais para cima na cama enquanto eu rastejava em cima
dele, beijando seu peito enquanto eu desabotoava suas calças, puxando-as
com sua boxer.
Corri minhas mãos até seus quadris, tocando-o lentamente enquanto
lambia toda sua ereção, chupando a cabeça, passando minha língua por
baixo.
— Porra... Ryan... — ele se engasgou, enterrando os dedos no meu
cabelo. Ele estendeu a mão para trás e pegou um preservativo e uma
pequena garrafa de lubrificante, jogando-os ao meu lado na cama.
Acariciei meu pau que endurecia rapidamente algumas vezes, rasguei o
invólucro do preservativo com os dentes e o rolei. Apertei um pouco de
lubrificação em meu pau, cobrindo-me sobre o preservativo, em seguida,
deslizei meus dedos molhados entre suas bochechas. Ele gemeu e suas
pálpebras tremeram.
Empurrei suas pernas mais abertas, me prendendo entre suas coxas,
pegando meu pau em minha mão e sondando sua bunda com a cabeça. Ele
estava observando cada movimento meu com cuidado, seu peito definido
movendo-se para cima e para baixo com sua respiração pesada.
Forcei-me dentro dele e ele me pegou de boa vontade, nós dois
grunhindo enquanto eu o enchia lentamente. Ele envolveu suas pernas em
volta de mim e me movi sobre ele, beijando seus lábios com força enquanto
me afastava e dirigia mais fundo.
— Jesus... — rosnei em sua boca, bombeando nele repetidamente. —
Você se sente tão bem.
— Foda-me, Ryan... — sua voz falhou, irregular com minhas estocadas
rápidas. — Foda-me mais forte com esse pau grande.
Continuei dando-lhe tudo o que tinha, perdendo-me no ritmo. Suas mãos
agarraram minha bunda, me puxando mais fundo enquanto continuei a
empurrar, bolas bem dentro dele. Nós dois estávamos grunhindo e
gemendo, os sons de nós fodendo ecoando nas paredes. Enrolei meu punho
em torno de seu pau e empurrei enquanto batia nele, levando-o para um
passeio até que ele gritasse alto.
— Eu estou gozando... — ele se engasgou, seu pau disparando seu
orgasmo por todo seu abdômen. — Porra, sim...
— Mmmm... — Cantarolei, me empurrando ainda mais até que desisti e
explodi em outro clímax, despejando-o bem no fundo de sua bunda dentro
do preservativo.
Eu estava vendo manchas atrás dos meus olhos quando desabei em cima
dele, puxando enquanto recuperávamos o fôlego. Ele arrastou seus lábios
por todo o meu pescoço, seus dedos penteando meu cabelo. Mantive meus
olhos fechados, com medo de que se eu os abrisse, eu teria um grande
surto.
Não pude acreditar que ontem acordei na cama com Ben e Jess,
abraçando, beijando e tocando, totalmente contente e feliz. Bem-
aventurado, até.
E agora eu estava com o coração partido, envolvendo-me em sexo de
recuperação para me esconder do fato de que estava sofrendo, até o meu
núcleo. Não havia nada de errado com Tate. Ele era realmente um cara
maravilhoso e eu gostava muito dele. Ele era inteligente e charmoso, bonito
e divertido. Ele dava uma grande chupada.
Mas não era Ben.
Ficamos deitados na cama por um tempo, nos beijando e nos tocando,
provocando um ao outro e rindo. Eu estava tentando muito me distrair da
dor, que estava logo abaixo da superfície. Eu sabia que Tate poderia dizer
que eu não estava totalmente com ele. Mas, honestamente, não acho que ele
se importava tanto. Ele não estava procurando nada sério, de qualquer
maneira. Ele era casual e modesto, o que apreciei infinitamente.
Nós nos levantamos e vagamos pelo apartamento nus, servindo mais
bebidas, sendo enfrentados. Acho que estava definitivamente mais bêbado
do que ele, mas não me importei muito. Afinal, eu estava tentando
esquecer.
Entramos no chuveiro juntos e brincamos mais um pouco. Minha cabeça
estava confusa, e eu me sentia tão desorientado. Eu precisava continuar
fechando os olhos e me esforçando para não pensar em Ben e nas vezes que
tomamos banho juntos. Eram memórias tão agonizantes. Seu rosto
adorável, seu corpo enorme e delicioso, mandão, sua natureza controladora
e como ele começou a baixar a guarda por mim.
Eu quase podia sentir meu coração partido no peito, lutando para
continuar batendo, embora estivesse perdendo uma grande parte de mim. E
só de saber que eu estava na mesma cidade que ele... E que Tate iria para lá
em algumas horas. Isso estava me deixando louco.
Um pouco mais tarde, tínhamos tomado banho e eu estava deitado na
cama de Tate com meu copo de uísque, bebendo lentamente enquanto o
observava se vestir para a festa. Ele estava de boxer, escolhendo jeans e
camisas de seu armário, segurando-as na frente de si mesmo, pedindo
minha opinião. Eu me sentia muito confortável com ele, o que era bom e
ruim. Eu sentia que queria falar com ele sobre Ben. Além disso, eu estava
muito bêbado naquele momento e meu filtro era quase inexistente.
— Cinza ou azul, — Tate perguntou, segurando duas camisas de botão e
levantando a sobrancelha.
— Azul, — grunhi, bebendo minha bebida, minhas pálpebras pesadas
enquanto o álcool nadava em minha corrente sanguínea. — Isso realça seus
olhos.
Ele sorriu e jogou a camisa ao meu lado na cama, colocando seu jeans.
— Você já conversou com ela? — Ele perguntou, fechando o zíper.
— Quem? — Pisquei lentamente, minha visão turva.
— Hailey, — ele falou baixinho, deslizando os braços longos em sua
camisa.
— Eu a vi algumas vezes na escola, — gaguejei. — Estamos bem. A coisa
toda foi... amigável. Amável...? — Pisquei algumas vezes. — Amigável. —
Eu ri e Tate riu alto.
— Jesus, você está bêbado, — ele riu, dando-me um sorriso maligno. — É
muito adorável.
— Foda-se, — murmurei com um sorriso e ele riu novamente.
— Se é tão amigável, então por que está se ferrando? — Ele perguntou,
levantando a sobrancelha para mim novamente enquanto abotoava a
camisa. Ele fazia muito isso, mas não me fazia sentir o mesmo de quando
Ben...
Fiquei boquiaberto com ele, minha boca um pouco aberta.
— Olha, não vou perguntar por que está aqui. Na cidade... — ele bufou.
— Não é da minha conta. Eu só acho que tudo o que está passando deve ser
muito difícil, e se quiser me contar sobre isso, você pode.
Pisquei para ele algumas vezes mais, observando-o se transformar em
dois Tates. Engoli em seco. Posso contar a ele sobre Ben? Ele já sabia que eu
tinha uma queda por ele... Ele me questionou sobre isso da última vez que
estivemos juntos...
Mas ainda assim, não podia arriscar que ele contasse a alguém e Hailey
descobrisse. Isso iria estragar tudo. E não importa o quanto Ben tenha me
machucado, eu nunca quis que ele e Jess perdessem o respeito e o amor de
sua única filha.
Observei Tate enquanto ele terminava de se vestir, borrifando um pouco
de colônia que cheirava bem. Ele parecia ótimo. Eu estava com um pouco
de ciúme por ele ir a essa festa e eu não. Eu queria ver Ben e Jess... e Hailey.
Eu sabia que estava simplesmente fodido e nada estava fazendo muito
sentido agora. Mas eu realmente queria que todos me vissem com Tate. Eu
queria deixá-los com ciúmes. Eles precisavam ver o que estavam perdendo.
Estou pegando. Eles não me merecem. É a perda deles.
Tate é gostoso. Ele parece bom pra caralho. Imagine como seria satisfatório... A
expressão no rosto de Ben, me vendo com Tate. Ele ficaria com ciúmes pra caralho.
Eu quase ri com o pensamento.
— É só a merda do Ben, sabe? — Comecei a divagar, nem mesmo ciente
do que estava dizendo. — Ele pensa que está no controle de tudo o tempo
todo... Você não pode simplesmente fazer isso. Não pode simplesmente
mandar nas pessoas e amarrá-las... Não pode controlar tudo, sabe? Você
tem que baixar a guarda às vezes. Mas não, Ben não. Ele tem que estar no
comando... É uma merda.
Tate me deu um olhar, um muito mais sério do que eu já tinha visto nele
antes, e temi que talvez eu tivesse dito algo ruim. Eu mal conseguia me
lembrar do que acabara de dizer. A erva e a bebida, o sexo... e a dor no
coração. Foi uma combinação letal.
— Você sabe, os pais de Ben e Jake morreram quando eram
adolescentes... — Tate me disse, em pé na frente de seu espelho, mexendo
em seu cabelo. — Foi muito difícil para eles.
Eu estremeci. Hailey me contou sobre os pais de seu pai falecendo
quando ele era mais jovem. Aparentemente, morreram em um acidente de
carro. Hailey não gostava de falar sobre isso e, aparentemente, Ben também
não. Eu me lembrei especificamente dela me alertando para não mencionar
nada sobre seus pais antes de ir para casa com ela no Dia de Ação de
Graças. Eu tinha levado isso muito a sério. Mesmo depois que Ben e eu nos
tornamos uma coisa, fiz questão de nunca perguntar a ele sobre isso.
Sempre imaginei que ele falaria comigo sobre seus pais quando estivesse
pronto. E ainda assim ele estava com raiva de mim por não falar sobre meu
passado. Como ele poderia me dizer que eu estava sendo secreto quando
ele fez exatamente a mesma coisa? Hipócrita.
— De qualquer forma, acho que isso o afetou. Isso e ter Hailey tão jovem,
— Tate continuou. — Provavelmente é daí que vem a necessidade de
controle.
— Sim, entendo... — Bufei, fechando meus olhos e balançando minha
cabeça. — Mas às vezes você tem que deixar as pessoas entrarem.
— Você está certo, — ele acenou com a cabeça.
— É como se todos nós tivéssemos coisas acontecendo. E sim, perder seus
pais é definitivamente uma grande tragédia. Quer dizer, perdi meu pai.
Então... foi uma merda. Entendo, — murmurei, derramando minha bebida
ao redor, derramando um pouco na cama. — Mas isso não te dá o direito de
cagar nas pessoas. Pegar seus corações e simplesmente arrancá-los e pisar
neles como a porra de lixo.
— O que ele fez pra você? — Tate me olhou de soslaio, sorrindo um
pouco para mim. — Você e Hailey terminaram porque você está tão
claramente a fim dele?
— O quê? Não, — zombei, matando minha bebida rapidamente. — Eu te
disse, Hailey e eu decidimos mutuamente que não queríamos ser
amarrados...
— Porque prefere ser amarrado pelo pai dela... — ele sorriu, balançando
as sobrancelhas para mim.
— Por favor, pare, — murmurei, e ele riu alto.
— Ryan, não dou a mínima, você sabe disso, — ele suspirou suas risadas.
— Eu já disse, já pensei nele assim antes... Mais de uma vez. — Ele sorriu e
eu revirei os olhos. — Só estou dizendo que ele é um cara difícil de ler. Eu o
conheço desde que éramos crianças e ainda mal sei o que ele está fazendo.
Ele não me pediu para segui-lo, o que eu fiz, e voltamos para a cozinha
para pegar mais bebidas.
— Você já namorou garotas? — Perguntei, me sentindo curiosa enquanto
bebia minha oitava milionésima bebida do dia.
— Normalmente não, — ele grunhiu, encostando-se no bar. — Já fiz isso
antes. Mas eu realmente gosto de pau. — Ele piscou para mim.
— Então você é tipo um solteiro crônico? — Sorri.
Ele encolheu os ombros, muito evasivamente. — Não tenho tempo para
relacionamentos.
— O único cara solteiro em todas as festas de fim de ano... — Eu ri,
bebendo de novo, chupando meu lábio inferior.
— Gosto de ser diferente, — ele riu. — Agita as coisas.
— Sim, bem, divirta-se com isso... — Resmunguei, franzindo os lábios
enquanto meus olhos pousaram no copo em minha mão. — Vou ficar aqui e
esperá-lo voltar. Feliz Natal para mim.
— Quer vir comigo? — Ele perguntou, e meus olhos saltaram para os
dele.
— O quê...? — Eu me engasguei, olhando para ele como se tivesse
sugerido que eu matasse alguém.
— Sim. Foda-se, — ele sorriu, levando o copo aos lábios. — Vamos
festejar um pouco. Vai ser divertido.
Fiquei pasmo, sem palavras. Eu não sabia como responder. Ele está
falando sério? Ou ele está fodendo comigo...?
Eu realmente poderia fazer isso? Vá para a casa de Ben… Com Hailey lá. O que
ele pensaria? Ele iria pirar?
Balancei minha cabeça. Eu não poderia fazer isso. Era estúpido e
irresponsável. Eu não poderia ir para a casa de Ben e Jess, com toda a
família e amigos, como ex-namorado de Hailey. Seria suicídio.
Mas então... A ideia de chegar à festa com Tate e ver a expressão no rosto
de Ben era imensamente satisfatória.
Ele me destruiu. Eu disse a ele que o amava e ele me disse que não podia.
Ele basicamente rejeitou meus sentimentos, como se não fossem nada. Parte
de mim queria vê-lo se contorcer um pouco...
Mas Jess e Hailey eram inocentes em tudo isso. Eu não queria machucá-
las. Embora eu não estivesse exatamente as machucando...
Tate era seu convidado. Ele nunca conseguiu trazer um mais, já que era o
solteiro do grupo. Quem sou eu para recusar seu convite?
Além disso, eu realmente não me importava se parecia louco. Logo isso
não importaria de qualquer maneira...
Seria a última chance de ver Jess e Hailey. E Ben...
— Você não acha que ficariam bravos? — Perguntei a Tate, hesitação
fazendo minha voz tremer um pouco.
— Por que fariam isso? — Ele respondeu, encolhendo os ombros. — Você
disse que você e Hailey se separaram em bons termos. Ela deve ficar bem
com isso. A não ser que... — Sua voz sumiu, e ele sorriu para mim
novamente.
— A menos que o quê? — Levantei minha sobrancelha.
— Você tenha vergonha de ser visto comigo, — ele semicerrou os olhos.
— Você tem medo de que saibam que estamos saindo? Nem mesmo
Hailey... mas Ben. Você não quer que ele saiba sobre nós, quer?
Fiz uma pausa, olhando para ele. Era como se ele estivesse me tentando,
me chamando um pouco. Ele parecia totalmente de acordo com a ideia de
me trazer para esta festa. Uma festa para a qual não fui convidado, nem
mesmo um pouco. E se ele não se importava, então por que eu deveria? Eu
não tinha nada a esconder.
Eu não estava com vergonha. Na verdade, eu estava meio animado.
— Não dou a mínima, — encolhi os ombros, tentando parecer casual,
embora minhas entranhas estivessem de repente tremendo de nervosismo.
Eu bebi minha bebida. — Vamos invadir essa festa.
O rosto de Tate irrompeu em um sorriso largo e puramente maligno.
— Bem, tudo bem então, — ele terminou sua bebida rapidamente. —
Vamos, porra.

A viagem até a casa de Ben foi um borrão. Não percebi que Tate tinha
nos levado até lá até que estacionamos na rua em frente à casa e eu estava
cambaleando para fora de seu carro.
Era realmente irresponsável. Muito, muito irresponsável. Ele estava
bebendo há horas.
Mas eu não estava em condições de discutir com ninguém. Eu estava no
meio do meu próprio colapso.
O exterior da casa estava iluminado com as luzes que Ben e eu
colocamos. Havia decorações em todas as janelas, iluminadas por dentro.
Parecia ótimo. Carros enchiam a entrada de automóveis e alinhavam-se na
rua. Claramente havia uma festa acontecendo lá.
Meu coração estava realmente ficando louco. Sem mencionar que eu mal
conseguia ver direito ou formar uma frase completa. Era uma ideia
terrível... Mas eu estava concordando porque sabia que, depois desta noite,
nada disso importaria.
Um último hoorah.
— Tudo bem, vamos lá, coisa quente, — Tate me agarrou pelo braço e me
arrastou pela passarela. — É hora do show.
— Vou contar a Ben sobre você e eu, — murmurei enquanto subíamos os
degraus da frente, e Tate tocou a campainha.
— Isso está certo? — Ele riu, me colocando em pé e puxando as lapelas
da minha jaqueta.
— Sim. Ele vai ficar bravo... — Eu ri, balançando para frente e para trás.
Ouviu-se um barulho alto vindo de trás da porta. Música de Natal
tocando e pessoas conversando e rindo. Parecia que havia muitas pessoas lá
e eu estava me sentindo nervoso de novo. Eu precisava me concentrar em
não vomitar.
Eu preciso de outra bebida...
A porta se abriu e meu coração parou. Jessica estava lá, toda sorrisos e
cabelos dourados enrolados e caindo pelos ombros. Ela estava usando um
vestido vermelho e um chapéu de Papai Noel.
Ela sorriu para Tate, mas quando seus olhos deslizaram para mim,
imediatamente caíram de seu rosto. Seus olhos se arregalaram e ela parecia
horrorizada. Sua boca estava aberta enquanto ela estava lá, muda.
— Feliz Natal, — Tate sussurrou, inclinando-se para beijar sua bochecha.
— Trouxe um amigo. Espero que esteja tudo bem.
— Uh... — um suspiro voou de dentro de sua garganta, e ela apenas ficou
boquiaberta para mim, piscando algumas vezes. — Merda.
Engoli em seco, sentindo de repente como se tivesse cometido um erro
terrível. Eu não deveria ter ido lá. O que diabos estou fazendo?!
Mas em vez de me virar e correr de volta para o carro, como
provavelmente deveria, endireitei os ombros e inclinei a cabeça para o lado.
— Oi, Jess, — murmurei, forçando um pequeno sorriso. — Feliz Natal.
— Um... Feliz Natal, Ryan, — ela guinchou, parecendo sem fôlego e
parecendo tão sobrecarregada. — Que surpresa...
Todos nós ficamos ali olhando um para o outro pelo que pareceu uma
eternidade. Eu queria tanto abraçar Jessica. Estava me matando ativamente
não o fazer. Eu podia sentir o cheiro dela de onde eu estava, e isso me deu
água na boca. Suas lindas bochechas rosadas, lábios carnudos, parecendo
brilhantes e deliciosos, grandes olhos azuis olhando para mim.
Deus, eu fodidamente sinto tanto a falta dela. Sua presença era tão
calmante. Eu só queria envolvê-la em meus braços e esquecer tudo o que
tinha acontecido. Eu precisava desse conforto, e simplesmente não poderia
tê-lo. Isso fez meu peito doer.
— Sinto muito... onde estão minhas maneiras? — Jess bufou uma
risadinha estranha, saindo do caminho. — Pode entrar. Posso pegar seus
casacos?
— Está tudo bem, entendi, — Tate respondeu, entrando primeiro
enquanto eu seguia seu exemplo, tentando como o inferno andar
normalmente.
Ele tirou o casaco e tirei o meu, entregando-o para pendurar. Meus olhos
dispararam de volta para Jessica, como ímãs, e eu rapidamente deslizei
meus dedos ao longo de suas costas, dando-lhe uma olhada. Eu não tinha
certeza se ela percebeu tudo o que o olhar estava dizendo... Era muito.
Sinto muito... Eu sei que isso é uma merda... Eu sinto tanto a sua falta... É tão
bom ver você... Você está linda... Por favor, não me odeie...
Seus olhos se conectaram aos meus e suas sobrancelhas se juntaram. Abri
a boca para dizer algo, mas as palavras não saíram. Ela parecia estar tendo
o mesmo problema.
— Ei, Tate! — Uma voz gritou da sala de estar. — É bom ver você, cara!
— Ei, irmão, — reconheci a voz do irmão de Ben, erguendo os olhos para
vê-lo abraçando Tate e dando tapinhas em suas costas. Quando voltei para
perto de Jess, ela estava correndo com a cabeça baixa, em direção à cozinha.
— Ryan? — Outra voz masculina disse meu nome, e vaguei lentamente
para dentro da sala, me preparando para qualquer reação desastrosa que eu
estava prestes a receber.
Acontece que era apenas Greg, o cunhado de Jess. Ele estava parado com
Bill e Jacob, e agora Tate, todos olhando para mim, parecendo
completamente chocado com a minha presença. Bem, exceto Tate. Ele
estava sorrindo como o diabo que era.
— Ele veio com você? — Jacob perguntou a Tate, levantando a
sobrancelha para o amigo.
— Ok, isso é estranho... — Greg murmurou.
— Pensei que Ben disse que você e Hailey terminaram, — Bill
murmurou, aparentemente tentando juntar as peças. Boa sorte com isso,
amigo.
— Sim, eu o trouxe, — Tate saltou, parecendo satisfeito consigo mesmo.
Jacob estava dando a Tate algum tipo de olhar, seus olhos queimando
direto para ele. Tate não parecia afetado por isso.
Um dos gêmeos entrou correndo na sala, puxando repetidamente a
camisa de Jacob.
— Papai, o tio Ben precisa da sua ajuda, — ela murmurou, então olhou
para mim. — Oi, Ryan!
Ela acenou para mim e sorri, acenando de volta antes que ela risse e
disparasse de volta para o corredor. Engoli minha garganta seca.
Os olhos de Jacob piscaram entre mim e Tate mais uma vez, e ele bufou,
balançando a cabeça enquanto saía da sala em direção à cozinha.
— Isso vai ser um show de merda, — Greg riu, bebendo sua cerveja.
— Acho que sempre podemos contar com sua bunda louca para trazer o
drama, hein Trouble? — Bill zombou de Tate, dando um tapinha nas costas
dele.
Algo quebrou na cozinha e eu realmente pulei. Meu coração batia tão
forte contra meu peito que podia senti-lo balançar todo o meu corpo. Tate
deve ter percebido minha inquietação e se aproximou, me pegando pelo
braço novamente.
— Vamos, — ele disse. — Vamos tomar uma bebida. — Olhei em seus
olhos enquanto ele me observava atentamente para ver uma reação.
Balancei a cabeça lentamente.
Eu podia sentir os olhos de Greg e Bill em nós enquanto caminhávamos
pelo corredor para a sala de jantar. Meu rosto e pescoço estavam tão
quentes que me senti como se estivesse em chamas.
Havia algumas pessoas que eu já não reconhecia na sala de jantar,
conversando e comendo aperitivos. Tate os ignorou e foi direto para as
garrafas de bebida, pegando uísque e servindo um copo para cada um de
nós. Eu já estava tão bêbado que mal conseguia andar sozinho...
Definitivamente, não precisava de mais bebida. Mas, novamente, eu estava
na casa de Ben. E ele estava na sala ao lado.
Com a Jess. E provavelmente Hailey.
Então bebi.
— Você está bem? — Tate perguntou, correndo os dedos ao longo do
meu braço. Balancei a cabeça rapidamente, embora eu estivesse tudo menos
bem no momento.
Eu podia ouvir a voz de Hailey na cozinha. Sua prima deve ter dito a ela
que eu estava lá, porque de repente ela virou a esquina, com os olhos
arregalados e o rosto imóvel. Senti-me como se tivesse levado um chute no
peito.
— Ryan... — ela se engasgou, caminhando lentamente, parecendo que
sua cabeça estava prestes a explodir. — O que está fazendo aqui?
— Eu estou uh... — murmurei e minha caixa de voz falhou.
— Eu o convidei, — Tate respondeu, e não disse mais nada. A sala estava
girando.
— Você... — A testa de Hailey franziu enquanto ela olhava para nós. —
Quando...?
— Hales, eu só... — Eu finalmente comecei a falar de novo, me
aproximando dela, devagar e com cuidado. Tive medo de que ela me desse
um tapa. Parei bem na frente dela, apontando minha visão turva para seu
rosto lindo. Soltei um suspiro e balancei minha cabeça. — Feliz Natal.
Ela piscou para mim, em seguida, colocou o cabelo atrás da orelha. Ela
estava usando brincos de arco brilhantes e um suéter com bastões de doces
por toda parte. Ela parecia tão fofa.
— Feliz Natal, — ela respondeu calmamente. — Eu não esperava ver
você... Está tudo bem? — Seus olhos dispararam para Tate por um segundo
antes de voltarem para os meus.
— Tudo está ótimo, — murmurei, cambaleando um pouco. — Apenas
saindo, você sabe... O de sempre. — Dei de ombros.
— Pensei que você iria ver sua mãe no Natal, — ela disse com confusão
clara em sua voz e em seu rosto.
— Ela não se importa se vou vê-la ou não, — zombei. — Ela tem um
novo namorado... Uma nova pequena família para se concentrar. Eu sou
apenas um pensamento passageiro...
— Não diga isso, — ela disse, estendendo a mão para acariciar meu
ombro. Foi bom, o que me fez querer chorar por algum motivo.
— É verdade, — grunhi, inclinando minha cabeça. — Não que eu me
importe, de qualquer maneira. Prefiro estar aqui com meus amigos. — Meu
tom era sarcástico, mas eu projetei meu polegar na direção de Tate.
— Como vocês são amigos? — Ela perguntou em um sussurro,
provavelmente não querendo ofender Tate. Mal sabia ela, Tate não dava a
mínima para nada.
— Você quer os detalhes? — Levantei minha sobrancelha para ela e ouvi
Tate tossir em sua bebida. Eu olhei para ele por cima do ombro e ele estava
rindo de si mesmo.
O rosto de Hailey congelou e ela bufou um barulho, balançando a cabeça
lentamente. Mas antes que qualquer um de nós pudesse dizer mais alguma
coisa, ouvi uma comoção. Ben entrou na sala rapidamente, com seu irmão
claramente tentando impedi-lo. Seus movimentos agressivos pararam
quando ele me viu, seus olhos pousando diretamente nos meus. Eu quase
me caguei.
Os olhos de Ben estavam escaldantes. Suas narinas dilataram quando ele
disparou raios laser de suas íris azuis brilhantes, diretamente na minha
direção. Então ele olhou para trás, para Tate, e parecia que ele poderia
explodir fora de suas roupas a qualquer minuto como o Incrível Hulk.
Independentemente do quanto eu queria colocá-lo em seu lugar antes, eu
definitivamente não estava fazendo isso agora. Eu só estava lá, morrendo
de medo, tentando não desmaiar.
Finalmente, Ben piscou, embora não fosse uma grande mudança em seu
rosto. Ele parecia tão zangado, mas também confuso e ligeiramente
perturbado. Eu só queria que ele me aceitasse, mas estava claro que ele não
me queria lá. A realização me esmagou.
Bem, adivinha, Ben? Você não consegue controlar tudo. Tate me convidou. Estou
aqui com ele. Então você apenas terá que lidar com isso.
— O que ele está fazendo aqui? — Ele perguntou a Hailey e a Tate,
basicamente qualquer pessoa na sala que não fosse eu. — O que está
fazendo aqui? — Esse tempo era para mim.
— Pai, está tudo bem, — Hailey falou primeiro. — Ele pode estar aqui.
Ainda somos amigos, certo Ry? — Ela me lançou um olhar de expectativa e
eu balancei a cabeça lentamente.
— Sim, é claro, — eu disse asperamente. — Nós somos amigos. — Meus
olhos se voltaram para Ben enquanto eu silenciosamente o avisei para
recuar.
Eu poderia dizer que estava levando cada grama de força dele para não
dizer nada. Ele ainda estava olhando diretamente para mim, e me
preocupei que Hailey captasse a tensão entre nós.
Sem dizer outra palavra, ele se virou e voltou para a cozinha, Jacob
seguindo atrás dele, deixando Hailey, Tate e eu parados em um silêncio
constrangedor.
— Ele parecia feliz em ver você, — Tate murmurou, e lhe lancei outro
olhar.
— Eu disse a ele que nosso rompimento foi mútuo, mas acho que ele não
acreditou em mim, — Hailey suspirou.
— Acho que não... — respirei. Toda essa situação estava tão fodida. Eu
não tinha ideia do que estava fazendo, mas meu coração estava disparado e
minhas palmas estavam cada vez mais suadas. Tomei um gole de minha
bebida novamente, tentando não derramar tudo em mim.
— Posso pegar algo para você comer? — Hailey perguntou
educadamente, parecendo preocupada, provavelmente por causa do quão
obviamente eu estava bêbado.
— Não, obrigado, — grunhi. — Está tudo bem, Hales. Não tem que
idolatrar-me. Volte para sua festa. Vai ser como se eu nem estivesse aqui.
— Eu duvido disso... — ela falou suavemente, então se virou e saiu da
sala. Ouvi sussurros abafados do outro lado da mesa e olhei para cima para
ver as outras pessoas nos olhos da sala se afastarem de mim rapidamente.
— Preciso pegar um pouco de ar, — resmunguei, agarrando o braço de
Tate. — Você tem mais daqueles cigarros?
— Sim, claro, — ele acenou com a cabeça e me pegou pela mão, levando-
me para a cozinha. Eu realmente não queria entrar lá, mas era a única
maneira de chegar ao deque por dentro.
Assim que entramos na cozinha, a conversa parou bruscamente, como
um daqueles arranhões de disco. Eu podia sentir cada olho em mim, e isso
estava me deixando tão enjoado que eu tinha quase certeza de que iria
vomitar.
Jess estava bebendo sua taça de vinho tinto. Sua irmã Marie, sua amiga
Rachel e a esposa de Jacob, Laura, estavam todas me olhando fixamente. Eu
não vi Hailey, Ben ou Jacob em lugar nenhum, mas não tive muito tempo
para procurar por eles porque Tate estava me arrastando para a porta.
— Olá, senhoras, — Tate sussurrou, dando a todas um sorriso irmão. Ele
parecia e soava tão charmoso, mas eu sabia por experiência que ele estava
realmente sendo um idiota.
— Oi, Tate! — Cada uma delas estremeceu, sorrindo com entusiasmo
para ele. — Feliz Natal, querido.
— Feliz Natal, — respondeu ele, abrindo a porta do convés. — Vocês
todas estão lindas.
— Obrigado, — responderam juntas novamente, suas bochechas corando
como uma tempestade. Jess ainda estava completamente em silêncio,
embora eu pudesse ver a vermelhidão em todo o seu rosto, espalhando-se
pelo pescoço e peito. — Oi, Ryan... — Elas disseram meu nome e estremeci.
— Oi... — sussurrei, minha voz saindo áspera.
— É bom ver você, — Rachel sorriu, mordendo o lábio lentamente
enquanto Tate me puxava pela porta e fechava a porta atrás de nós,
efetivamente cortando as risadas e conversas de garotas, que eu podia ver
acontecendo através do vidro. As três cercaram Jess, como um bando de
hienas. Elas ainda estavam olhando para mim através da porta, entre as
fofocas óbvias, o que me deixou nervoso.
Respirei fundo, inalando o ar frio, o mundo girando ao meu redor. Tentei
relaxar o máximo que pude. Até que senti Tate apertar minha mão.
— Ei... — sua voz rouca ao meu lado. Presumi que ele estava falando
comigo e descansei minha mão em sua cintura. Mas então avaliei meus
arredores, o que demorou mais do que o normal em meu estado de
embriaguez, e percebi que ele estava falando com outra pessoa.
Meus olhos pousaram em Ben e um calafrio tomou conta de mim.
Arrepios cobriram minha pele enquanto ele me olhava do outro lado do
convés, segurando um charuto que poderia muito bem ser uma arma.
Porque parecia que ele queria me matar. Ou melhor, Tate...
Seus olhos caíram brevemente para Tate e nossas mãos unidas, e minha
mão descansando na cintura de Tate, que eu instintivamente puxei para
trás. Ele ergueu a sobrancelha, mas não disse nada. Apenas continuou a nos
encarar, dando uma tragada em seu charuto, soprando a fumaça
vagarosamente no ar. O cheiro de fumaça de charuto era tão familiar para
mim agora. Associei isso com Ben, fisicamente. Isso fez com que todos os
músculos do meu corpo se contraíssem.
Tate tirou um maço de cigarros do bolso, retirou dois e enfiou-os entre os
lábios, acendendo os dois ao mesmo tempo. Então ele entregou um deles
para mim e eu o peguei, levando-o à boca e dando uma pequena tragada,
lutando para não revelar o quanto minha mão estava tremendo. Tentei
puxar minha outra mão para fora do aperto de Tate, mas ele apertou com
mais força.
— Desde quando você fuma? — Ben perguntou, me assustando. Sua voz
era baixa e áspera, como um jaguar decidindo se iria comer.
— Desde agora, — forcei minha voz de dentro da minha garganta,
travando meus olhos nos dele enquanto dava outra tragada, me obrigando
a não tossir. — Só quando estou bêbado.
— Pensei que você disse que nunca fica bêbado... — ele inclinou a cabeça
para o lado, os olhos semicerrados. — Parece besteira, garoto.
— Parece que não é da sua maldita conta, — grunhi, soprando mais
fumaça para fora, direto para ele. Na verdade, senti seus músculos se
contraírem e nem sequer o estava tocando.
Tate, por outro lado, eu estava tocando. E pude senti-lo estremecer ao
meu lado. Até ele estava ficando nervoso agora, o que era preocupante.
Ouvi alguns ruídos vindos do quintal, e olhei para trás de Ben para ver
Jacob, suas meninas gêmeas e Hailey, preparando o que parecia ser fogos
de artifício na grama.
— Tate, dê-nos um minuto, — Ben rugiu, seus olhos nunca deixando os
meus. Oh, ótimo... Agora ele quer que Tate vá embora para que ele possa gritar
comigo e me fazer sentir como uma merda um pouco mais. Isso é tão fodido. Foda-se
isso e foda-se, Ben.
— Por favor, — rosnei para Ben, provocando-o com meu comentário
espertinho em meu estupor bêbado, o que realmente não era uma boa ideia.
Ele estreitou o olhar para mim, parecendo querer me estrangular com as
próprias mãos.
— Sim... claro, — Tate respondeu, cedendo ao comando idiota de Ben,
mas não sem primeiro passar a mão visivelmente ao longo das minhas
costas.
Ele deu uma olhada para Ben e desceu as escadas, juntando-se a Jacob e
as meninas no quintal. Eu apenas fiquei lá, fumando meu cigarro
casualmente, observando Ben e esperando a bronca inevitável que eu
estava prestes a receber. Quase revirei os olhos antes mesmo de ele
começar.
— Sério? — Ele finalmente falou, seu peito largo e firme e ombros se
movendo para cima e para baixo com respirações visivelmente fortes.
— Sério o quê, Ben? — Perguntei, meus olhos lutando para ficar abertos.
Eu estava tão fodido que mal conseguia imaginar o que estava acontecendo.
— Sério, você está aqui com ele...? — Ele murmurou, colocando o charuto
na bandeja ao lado dele. — Sério, você está com a cara de merda? Sério...
você apenas... apareceu com Hailey aqui? — Ele latiu para mim em voz
baixa para que ninguém o ouvisse. — Que porra é essa, Ryan?!
— Sim, estou aqui com o Tate, — sussurrei, meus olhos endurecidos de
frustração. — Ele realmente gosta de passar tempo comigo...
— Não seja um pirralho, — ele grunhiu. — Gosto de ficar com você, você
sabe disso.
Meu estômago embrulhou, mas me forcei a não reconhecer.
— Sim, bem, ele não me machuca... — Murmurei petulantemente,
jogando meu cigarro no chão, apagando-o. — Você faz. Daí o fato de que
estou com a cara de merda.
Ben pareceu momentaneamente ferido. — Eu não estava tentando...
— Não importa, — interrompi-o, cruzando os braços sobre o peito. —
Tate me convidou, então eu vim. Na verdade, gozei mais de uma vez... —
Levantei uma sobrancelha arrogante para Ben e o vi engolir em seco.
O olhar em seu rosto deveria ser satisfatório. A devastação óbvia,
confusão, raiva e tristeza. Era o que eu queria quando pensei pela primeira
vez em ir à festa.
Mas agora que estava acontecendo, eu me sentia mal do estômago. Eu
não queria isso. Não queria nada disso...
Eu só queria voltar no tempo, voltar ao Dia de Ação de Graças para que
eu pudesse me impedir de chegar perto de Ben. Eu estaria muito melhor.
Eu o amava. Ainda amava. Mas eu nunca poderia tê-lo, e isso estava
rasgando meu coração ao meio.
O olhar de angústia de Ben mudou para um muito mais irado, e ele
apertou a mandíbula.
— Você teve que pensar em mim de novo para sair com ele? — Ele
resmungou, encostando-se na beirada do convés.
— Foda-se, Ben, — zombei. — Se é assim que trata as pessoas de quem
gosta, então me sinto mal por Jess.
Seus olhos estavam brilhando para mim, como o centro azul brilhante de
uma chama. — Veja o que você fodidamente me diz, garoto. Não hesitarei
em te dar uma surra.
— Vá em frente, — empurrei, dando um passo à frente. — Faz o meu dia.
Faça toda a minha merda de vida. Você quer arruinar o Natal de sua esposa
e filha me fodendo na frente de todos os seus amigos e familiares? Seja meu
convidado. Eu não sinto mais merda... estou fodidamente entorpecido para
o mundo.
— Jesus Cristo, Ryan... — ele respirou, fechando os olhos e balançando a
cabeça. — Eu não queria fazer isso com você. Nunca quis que nada disso
acontecesse...
— Sim, você já deixou bem claro que interpretei mal tudo entre nós, — eu
bufei, passando a mão pelo meu cabelo. — Sério. Esqueça. Finja que nada
disso aconteceu.
— Eu não quero... — ele respirou.
— Então que porra você quer, Ben? — Gaguejei, agarrando-me à mesa
para me equilibrar. — Honestamente... É só sexo? Porque se for assim,
tenho certeza Tate iria...
— Cale a boca, — ele sibilou, tentando manter o volume sob controle.
— Quer dizer, geralmente ele gosta de ser fundo, mas tenho certeza de
que ele abriria uma exceção... — Continuei, divagando em minha mente
confusa, rindo para mim mesmo.
— Não diga isso, porra! — Ele rosnou, aproximando-se do meu rosto
rapidamente. — Fecha. Sua. Porra. Boca.
— Ou o quê, Ben? — Murmurei, não recuando. — Ou. Porra. O quê?
Havia uma guerra travando dentro dele, e era visível. Ele estava sendo
dividido entre um ódio cegante, uma dor dilacerante e uma luxúria
inabalável. Eu realmente pude ver em seus olhos, especialmente quando
caíram em meus lábios por um milissegundo. Parecia que ele queria me
beijar, depois me dar um soco, depois me beijar de novo e talvez me jogar
para fora do convés. Foi uma coisa muito impressionante de se ver no rosto
de alguém enquanto olhava para você.
Observei de perto enquanto seus olhos azuis perfuravam-me, pegando a
visão dele engolindo em seco, sua garganta balançando lentamente e sua
testa franzindo por um momento em incerteza.
De repente, houve um estalo alto atrás de nós que nos fez pular. Viramos
para ver Jacob, os gêmeos, Hailey e Tate aplaudindo enquanto acendiam
alguns pequenos fogos de artifício no quintal. Eles dispararam explosões
coloridas e brilhantes para o céu logo acima de nossas cabeças, uma após a
outra. Ben e eu apenas observamos, nossos olhos grudados nos brilhos.
O resto da festa se amontoou no convés para observar a diversão. Ben fez
contato visual novamente, e parecia que ele queria dizer algo, mas não
podia na frente de todas essas pessoas. Esse era o nosso problema, e sempre
seria. Devia ser um segredo. Ninguém poderia saber... E eu simplesmente
não conseguia mais fazer isso.
Eu não conseguia mais me esconder.
Tate voltou subindo as escadas, enquanto Jacob e as meninas ainda
estavam acendendo fogos de artifício vermelhos e verdes. Ele deu um
suspiro suave e me pegou pelo braço.
— Você quer ir buscar outra bebida? — Ele perguntou, seu rosto bonito
servindo como uma boa distração da agonia que eu estava sentindo por
dentro.
— Claro, — dei a ele um pequeno sorriso, e voltamos para a casa. Parei
por um momento e olhei de volta para Ben. — Feliz Natal, Sr. Lockwood.
O rosto de Ben permaneceu gravado em todos os tipos de emoções, mas
me forcei a ignorar e abandoná-lo, voltando para a casa com Tate. Fingir era
a única maneira de sobreviver pelo resto desta noite. Era tudo que eu podia
fazer para não desmoronar completamente.
Tive que me segurar. Eu tinha que manter a calma, embora quanto mais
eu bebesse, menos trepada eu começava a dar. Eu não me importava com
essa porra de paridade. Eu não me importava em me fazer parecer um
idiota. Eu realmente não me importava muito com nada, porque eu tinha
superado isso. Eu estava cansado de ser o caso secreto, a reflexão tardia.
Pela primeira vez eu queria ser a estrela do show, ou pelo menos, um
coadjuvante.
Pensei que eu poderia ser isso, com Ben e Jess. Pensei que nós três
poderíamos ficar juntos... Mas acabou que eu era apenas um experimento
para eles verem o quão excêntricos podiam ser. Eles me usaram. Foi uma
das piores sensações que já experimentei.
Tate e eu ficamos lá dentro bebendo enquanto todo mundo assistia aos
fogos de artifício. Por fim, todos voltaram para dentro, amontoados em
volta da cozinha e da sala de jantar, onde ficavam a comida e a bebida.
Não fazia muito tempo que chegamos lá e eu ainda não estava me
sentindo mais confortável. Eu poderia dizer que todos estavam me
observando e falando sobre mim pelas minhas costas. Cada vez que eu
fazia contato visual com alguém que não conhecia, eles desviaram o olhar.
Jess estava me evitando, assim como Hailey. E Ben estava longe de ser
encontrado. Eu estava apenas vagando pela casa, derramando minha
bebida no meu copo, ficando cada vez mais bêbado a cada gole. Estava
trabalhando para me impedir de sentir a dor insuportável no fundo do meu
estômago, embora a estranheza geral de estar lá ainda fosse palpável.
Eventualmente, tropecei na sala de estar, que estava vazia, tornando-se o
lugar perfeito para eu estar. Fiquei na frente da árvore de Natal, olhando
para ela, me lembrando da noite em que tínhamos ido buscá-la. Foi uma
noite tão maravilhosa, nós três juntos, segurando as mãos um do outro e
curtindo a companhia um do outro, imperturbável pelas opiniões do
mundo exterior. Éramos apenas nós. Eu, Ben e Jess. Pareceu tão certo que
pensar nisso agora me deu vontade de vomitar.
Essa é minha árvore. Esta deveria ser minha vida... Com eles. Eu também mereço
ser feliz.
— Acabamos de decorá-la hoje, — ouvi uma voz suave e familiar atrás de
mim e fechei os olhos com força, forçando-me a conter as lágrimas.
Jessica se aproximou e ficou ao meu lado, e eu já podia sentir seu calor e
tranquilidade.
— Parece ótima, — murmurei, tomando outro grande gole da minha
bebida.
Jess estendeu a mão e pegou o copo da minha mão, colocando-o na mesa
atrás dela.
— Ryan pare, — ela ordenou, suavemente. Ela era exigente de uma
forma tão diferente da de Ben. Quando ela me dizia para fazer algo, não era
como se ela estivesse me dando ordens. Eu realmente queria fazer isso.
— Olhe para mim, — ela insistiu, e eu relutantemente deslizei meus
olhos para os dela, minhas sobrancelhas franzidas juntas. — Você não tem
que fazer isso, — ela sussurrou. — Este não é você.
— Como você saberia? — Murmurei, instantaneamente me sentindo
estúpido por dizer isso. Claro que ela me conhecia. Ela provavelmente me
conhecia ainda melhor do que Ben.
— Eu simplesmente sei, — ela respondeu, seus olhos azuis escuros fixos
nos meus. — Você é muito melhor do que isso. Você é forte e corajoso...
Pode lidar com qualquer coisa.
— Não posso... — Balancei minha cabeça, respirando com dificuldade. —
Eu não posso lidar com isso.
— Você pode, — ela correu seus dedos suavemente ao longo das minhas
costas. Foi tão calmante, como um contraste direto com o que eu estava
sentindo por dentro. — Ryan, sinto muito... Eu nunca quis que isso
acontecesse.
— Eu sei, eu sei... — Deixei cair meu queixo. — Não é você.
— Você ama meu marido... — ela respirou, e choraminguei, mordendo
meu lábio inferior trêmulo. — Você me ama…
Fechei meus olhos e balancei a cabeça lentamente. Ela estendeu a mão
para agarrar minha nuca e me puxou para baixo no abraço mais suave e
reconfortante que já senti. Eu estava me desfazendo. Eu estava literalmente
prestes a chorar.
— Eu também te amo, Ryan, — Jess sussurrou em meu ouvido e todo o
meu corpo começou a tremer.
Eu agarrei sua cintura e a puxei para perto, tão perto que era como se eu
estivesse tentando fazer dela uma parte de mim.
— Eu te amo, — murmurei, e ela acenou com a cabeça com o rosto
enfiado na curva do meu pescoço.
— Eu sei, bebê... — ela se engasgou.
— Eu também o amo... — resmunguei.
— Eu sei…
— Por que ele não me ama de volta? — As lágrimas estavam vindo. Eu
tinha que impedi-las. Tínhamos que parar com isso. Alguém poderia ver...
Foda-se. Não me importo. Não me importo com quem vê. Estou com dor. Eu
preciso disso...
— Ele... — Jess começou e então ouvimos barulhos vindo do corredor.
Nós nos separamos rapidamente quando um grupo de pessoas entrou na
sala, falando alto.
— Oh, ei, — Tate cantarolou, caminhando até mim e envolvendo seu
braço em volta da minha cintura. — Aí está você.
Exalei forte, ainda tentando me recuperar do que quer que tivesse
acontecido comigo e com Jess. Eu queria tanto ouvir o que ela estava
prestes a dizer sobre Ben... Eu queria tocá-la mais e beijá-la. Deus, estou tão
bêbado. Que diabos estou fazendo aqui...?
Tate deslizou os dedos sob o tecido da minha camisa, sentindo um pouco
o meu tamanho. Bill e Greg e suas esposas estavam olhando para nós
confusos e fascinados. Jacob estava revirando os olhos e Ben parecia que
estava prestes a explodir e começar a vomitar ódio por toda a sala.
E então havia Hailey. Eu poderia dizer que ela nunca tinha ficado tão
nervosa em toda a sua vida.
Eu não poderia dizer se Tate estava realmente começando a gostar de
mim, ou se ele estava me dominando para o meu benefício, para deixar as
pessoas com ciúmes e provocar drama. Foi definitivamente o que eu disse
que queria fazer quando aceitei invadir esta festa. Mas agora tudo que eu
queria era ficar sozinho com Jess e Ben, para que pudéssemos conversar.
Senti-me como um perdedor desesperado. Por que fui tão rápido em
sacrificar meu orgulho por esses dois? Era como se eu não pudesse me
conter. Eu estava sempre os perseguindo...
Pela primeira vez, eu queria ser perseguido.
— Apenas me diga quando quiser sair daqui... — Tate sussurrou em meu
ouvido e senti um arrepio percorrer meu corpo.
— Ei! Por que não abrimos alguns presentes! — Jess gritou, obviamente
tentando distrair todos de qualquer pequeno show que Tate e eu estávamos
fazendo.
Todos se reuniram na sala de estar, enquanto os presentes eram
entregues. Não estava prestando muita atenção, já que não fui convidado
para essa festa, então nenhum desses presentes seria para mim.
Jess deu aos gêmeos e à filha de Greg e de Marie, Maxine, coisas para
abrir e mantê-los ocupados por um tempo. Em seguida, ela virou-se para o
resto deles, jogando ajudante de Santa, todo o grupo ooh-ing e ah-ing sobre
os seus presentes.
Todos estavam completamente distraídos pelas festividades, e me senti
tão excluído que estava fisicamente me matando por dentro. Se eu quisesse
sentir que não existia, teria ido para casa no Natal.
— Com licença... — murmurei, me levantando de onde Tate estava
sentado com seu lado pressionado contra o meu. Ele olhou para mim por
um momento, acenando com a cabeça e me dando um olhar que parecia
dizer Ok, estarei bem aqui.
Somos como um casal agora?? O que diabos está acontecendo??
Saí da sala, sentindo os olhares de todos queimando minhas costas
enquanto me esgueirava pelo corredor e subia as escadas. Abri a porta do
quarto de Hailey e entrei sorrateiramente, fechando-a atrás de mim,
respirando com dificuldade.
Fui até a cama dela e me sentei, colocando meu rosto em minhas mãos.
Fiquei sentado um pouco, em silêncio, tentando como o diabo me acalmar.
A sala estava girando ao meu redor, e eu realmente senti que poderia estar
doente.
De repente, houve uma batida na porta e gemi para mim mesmo. A porta
se abriu e eu olhei para cima para ver Jess se aproximando de mim
lentamente em seu lindo vestido vermelho justo, mostrando suas curvas em
todos os lugares certos. Observei-a se aproximar de mim com as mãos atrás
das costas por algum motivo.
— Ei, querido, — ela murmurou. — Você está bem?
— Nem um pouco, — resmunguei, meus ombros caídos, o peso de toda
essa merda me esmagando.
— Sinto incomodá-lo quando quer ficar sozinho... — ela franziu a testa,
seus olhos arregalados e brilhantes enquanto ela olhava para mim. — Eu só
queria te dar isso.
Ela puxou as mãos de trás das costas e estava segurando uma pequena
caixa, embrulhada em papel de embrulho vermelho com um laço verde no
topo. Ela o estendeu para mim e fiquei boquiaberto em confusão.
— O que é isso? — Perguntei, minha voz um ruído suave e hesitante mal
saindo da minha boca.
— É para você — Jess respondeu, piscando para mim, o rosto ainda sério.
— Abra.
Minha boca abriu em puro choque. Sinceramente, não tinha certeza se
nada disso estava realmente acontecendo até que peguei a caixa dela e a
examinei de perto.
Havia uma etiqueta com uma rena que dizia Para: Ryan, De: Papai Noel
Lutei para respirar enquanto meus olhos se deslizaram para cima e para
baixo entre Jess e o presente em minhas mãos. Eu finalmente me forcei a
reagir e comecei a rasgar o papel lentamente, revelando uma bela caixa
preta fosca. Tirei a tampa e vasculhei um pedaço de papel verde até sentir
algo duro. Eu descansei a caixa no meu colo enquanto removia o que estava
dentro, meus olhos se arregalando em descrença.
Era um diário super chique, com capa de couro, como os que todos os
meus professores de direito sempre carregam por aí. Exceto que a capa era
muito diferente.
Tinha o que parecia ser uma flor dentro, uma rosa seca com três pétalas
caindo. A coisa toda havia sido preservada atrás de um plástico protetor
transparente, que formava a capa do diário. E dizia meu nome em uma
letra bem em negrito: Ryan Harper.
Eu ainda estava quase sem respirar enquanto corria meus dedos sobre a
superfície lisa, admirando o quão intrincados os detalhes eram por dentro.
Era uma rosa real, vermelho intenso, com folhas e espinhos ligeiramente
dourados, mas ainda muito elegantes. E as três pétalas caindo... Era de tirar
o fôlego. Na verdade, fiquei sem fôlego.
Olhei para Jess, minha testa enrugada em questão. Onde ela conseguiu
isso?
— Ben e eu fizemos para você... — ela sussurrou, respondendo à minha
pergunta não dita enquanto se sentava ao meu lado na cama. — É uma rosa
do jardim. Aprendi como preservá-las adequadamente há alguns anos, e
agora meio que adoro fazer isso. — Ela estendeu a mão e passou os dedos
pelo meu presente. — As três pétalas são... para nós. A ligação é real. Isso
foi ideia de Ben. Ele disse que um advogado renomado precisaria de um
diário adequado. Por exemplo, clientes e casos e outros enfeites.
— Jessica... — bufei, balançando minha cabeça lentamente enquanto
abria o diário e folheava o papel liso de cor creme. — Não sei o que dizer...
— Você não tem que dizer nada, — ela murmurou, seus olhos fixos nos
meus. — Feliz Natal.
— Este é o presente mais incrível e atencioso que alguém já me deu... —
Eu murmurei, meu coração batendo forte contra o meu peito.
— Nós sabíamos que você gostaria de algo assim, — Jess me deu um
pequeno sorriso hesitante. — Mais do que comprar algo caro.
— Você está completamente certa, — eu disse. — Mas agora me sinto
uma merda. Não comprei nada para você...
Jess deu uma risadinha ofegante e quase sorri. Quase. Isso era difícil... Eu
ainda estava doendo tão ruim.
— Você não precisa nos dar nada, — ela me disse, pegando minha mão
na dela. — Você já nos deu o melhor presente... — Meu lábio começou a
tremer. — Seu coração.
Fechei meus olhos rapidamente e balancei minha cabeça. — Mas acabou.
Ben disse que não poderíamos...
— Ben está apenas confuso, — ela sussurrou, virando seu corpo para
encarar o meu. — Ele te ama, Ryan. Sei que ele quer. Ele pode estar com
medo, mas conheço meu marido. Ele está com medo por um motivo.
Ela estendeu a mão e correu os dedos suavemente ao longo da minha
mandíbula, puxando meu rosto para mais perto do dela.
— Nós não podemos... — grunhi, meu corpo inteiro tremendo de medo e
antecipação.
— Eu sei... — ela sussurrou em meus lábios. — Sinto tanto a sua falta...
— Deus, sinto sua falta, — murmurei, segurando em sua cintura. — Sinto
falta de vocês dois.
— Ryan... — ela choramingou, roçando seus lábios suavemente nos
meus. Eu estava tremendo. — Não desista dele...
Choraminguei baixinho, confusão e arrependimento me enchendo como
areia em uma ampulheta.
Mas é muito tarde. Eu já fiz...
Meu cérebro estava correndo sobre tudo o que tinha acontecido nas
últimas vinte e quatro horas. Comecei a temer que tivesse cometido um
erro horrível...
Alguém bateu na porta e Jess e eu pulamos, nos separando rápido
novamente. Isso continuou acontecendo. Estávamos sendo muito
irresponsáveis.
A porta se abriu lentamente e era Hailey. Meu coração estava martelando
nas minhas costelas e tudo começou a girar novamente.
— Ei... — Hailey cantarolou, inclinando a cabeça para o lado. — Posso
falar com você por um minuto?
— Comigo? — Perguntei, apontando para mim mesmo. Jess já estava se
levantando e caminhando para a porta.
— Sim... se estiver tudo bem, — ela ergueu a sobrancelha para mim,
então olhou para Jessica.
— Deixe-me voltar lá pra baixo... — Jess respirou fundo e saiu
furtivamente do quarto, fechando a porta atrás dela.
Hailey veio se sentar ao meu lado na cama, e me senti como se estivesse
na zona de crepúsculo ou algo assim. Era uma loucura o que eu estava
fazendo. Eu precisava reconsiderar seriamente como eu tomava decisões na
vida.
— Ryan, — Hailey se virou para mim, olhando profundamente em meus
olhos. Engoli em seco. — Você está bem? Sério... está tudo bem com você?
— Hum sim... estou bem, — resmunguei, tentando soar casual. — O que
quer dizer? — Coloquei meu presente de volta na caixa e o coloquei na
cama.
— Você só... parece que está passando por algo, — ela disse, falando
calmamente. — Isso é por causa do rompimento?
Quando ela disse rompimento, Ben e Jess foram as primeiras pessoas que
surgiram na minha cabeça. Mas então eu rapidamente percebi que ela
estava falando sobre nós. E me senti ridículo, porque foi ela quem namorei
por cinco meses. Não seus pais.
— O que é por causa do rompimento? — Perguntei, me mexendo na
minha cadeira.
— Tate... — ela ergueu as sobrancelhas. — O que está acontecendo com
vocês dois?
Expirei lentamente. — Bem... ele me convidou aqui...
— Sim, mas... por quê? — Ela perguntou.
— Estamos meio que... nos vendo, — respondi, e ela parecia
completamente confusa.
— Desde quando? — Sua testa se enrugou.
— Apenas... recentemente, — cantarolei, realmente não querendo dizer
muito mais. Mas claramente ela não estava me deixando escapar por ser
vago.
— Ryan, isso é loucura... — ela bufou. — Você não é gay.
Apertei os olhos para ela. — Bem, fiz sexo com ele, então...
Ela se engasgou e, por algum motivo, pareceu ofendida. Eu não tinha
ideia do por que... Seu rosto parecia desanimado por eu não ter contado a
ela algo assim. Ou ela não teria sido capaz de dizer...
— Então você gosta de caras agora? — Ela inclinou a cabeça para o lado,
como sempre fazia quando ficava irritada por alguém ter provado que ela
estava errada. Era engraçado.
— Eu acho que sim, — eu grunhi, dando a ela o mesmo olhar penetrante.
— Você não é gay, — ela murmurou, estreitando seu olhar para mim. Oh
sim, ela quer totalmente estar certa. Típica teimosa Hailey. Ela é como Ben...
— Como você saberia? — Zombei, sabendo que ela odiaria totalmente
essa resposta.
— Porque, eu sei, — ela murmurou, sorrindo como se ela estivesse
pronta para pegar as armas grandes. — Você me fodeu Ryan... muito. —
Minha boca estava ficando seca. — Você fodeu meus peitos...
Meu pau estremeceu nas minhas calças. — Então...?
— Você costumava comer minha boceta quase todos os dias, — ela
sussurrou, se aproximando de mim. — Às vezes, duas vezes por dia... —
Engoli em seco, minha respiração ficando superficial. — Às vezes, três
vezes ao dia...
— Sim, bem... mudei de ideia, — resmunguei, minha virilha começando a
queimar.
— Gosto de pau agora.
— Você faz? — Ela correu os dedos pelo meu pescoço, no meu peito.
— Uh-huh, — balancei a cabeça rapidamente, lutando para não revelar o
quanto ela estava me afetando. Eu estava tentando provar um ponto, mas
não tinha certeza do que era.
— Então... você é gay? — Ela perguntou, me empurrando para trás
lentamente enquanto subia em cima de mim, montando minha cintura.
— Eu sou muito gay, — respirei, olhando para ela enquanto ela se
aproximava de mim lentamente.
— Prove, — ela ronronou.
— Como? — Engasguei-me, meus dedos coçando com o desejo de
agarrá-la pelos quadris. Ela está ganhando. Droga.
— Deixe-me beijar você... e não fique duro, — ela sorriu, pressionando o
ápice de suas coxas com força na minha virilha. Eu podia sentir o calor no
meu pau, que já estava ficando duro.
Eu ia perder esse argumento.
— Hailey, terminamos... — Cantarolei, meus olhos presos em sua boca
enquanto ela lambia os lábios lentamente.
— Ryan, não vamos foder, — ela moveu seus lábios sobre os meus. —
Você é gay, lembra?
Respirei suavemente, e antes que eu pudesse protestar mais, ela beijou
meus lábios, rápido, mas gentilmente, me fazendo gemer em sua boca. Ela
pegou minhas mãos e as empurrou para baixo na cama enquanto chupava
meus lábios, deslizando sua língua quente entre elas.
— Porra, Hales... — Contorci-me embaixo dela, o sangue rapidamente
enchendo meu pau. Ela seria capaz de sentir a qualquer segundo agora...
— Isso é bom, bebê? — Ela sussurrou, esmagando seus seios no meu
peito. Puta merda, caramba.
— Ok... tudo bem, — empurrei meus quadris até os dela para um rápido
alívio de fricção. — Você ganhou. Não sou gay.
— Sim, eu sei, — ela se afastou, sorrindo para mim. Então ela balançou
em cima da minha ereção por um segundo, rindo de sua vitória.
— Tanto faz, — resmunguei, fazendo beicinho para ela. Perdedor dolorido,
bem aqui.
Ela suspirou e rolou para fora de mim, deitando-se ao meu lado. — Por
que você está fingindo ser gay?
— Não estou fingindo de verdade, — bufei, virando-me de lado para
encará-la. — Eu fiz sexo com Tate.
— Você acha que é bi? — Ela perguntou, aparentemente interessada. —
Ou apenas experimentando…
— Não tenho a menor ideia, Hailey, — balancei minha cabeça. — Mal sei
quem eu sou mais.
— O que mudou? — Ela perguntou, escovando meu cabelo para trás com
os dedos. — Você parecia estar bem até voltarmos do Dia de Ação de
Graças.
Engoli em seco com as palavras que ameaçavam sair da minha garganta.
Eu ainda estava tão bêbado. Precisava ter cuidado para não dizer nada
sobre mim e seus pais, mas era difícil. Eu era tão confortável com Hailey.
Ela ainda era uma das minhas melhores amigas, apesar de tudo o que tinha
acontecido.
Apoiei-me no cotovelo. — Você realmente quer saber?
— Sim, é claro, — respondeu ela, olhando para mim com aqueles olhos
grandes e bonitos.
— Foi o seu pai, — falei baixinho, tentando manter o tom sob controle.
— Meu pai? — Ela perguntou, franzindo as sobrancelhas.
Concordei. — Conhecê-lo meio que... me enforcou. Era quase como se eu
quisesse ajudá-lo, ou algo assim. Ele me lembrava de mim mesmo... Feliz e
com os pés no chão. Mas talvez um pouco... não sei, preso? — Fiz uma
pausa e balancei minha cabeça. — Não quero soar como se estivesse
falando merda sobre seus pais, porque eles são tão perfeitos juntos... Mas
por alguma razão, eles me fizeram perceber que eu não tinha ideia do que
estava fazendo da minha vida.
Hailey olhou para mim, dando-me toda a sua atenção, aparentemente
cativada pelo que eu estava dizendo a ela. Porque pela primeira vez desde
que nos conhecemos, eu estava realmente me abrindo.
— Hales, nem sei se quero mais ser advogado... — Grunhi, fechando os
olhos e me jogando na cama. Ela colocou o braço em volta da minha cintura
e descansou a cabeça no meu peito. — Eu nunca soube o quão fechado
estava até você terminar.
O quarto ficou em silêncio por alguns minutos. Estávamos apenas
deitados, ouvindo um ao outro respirar.
— Você quer voltar? — Ela perguntou, parecendo nervosa.
Com seus pais, talvez... Balancei minha cabeça lentamente. — Não... Sinto
muito, querida, mas...
— Não, Ryan, eu também não quero, — ela me cortou, e soltei um
suspiro forte.
— Oh, ok... bom, — eu ri, e ela riu, me batendo no peito.
— Só quero que seja feliz, Ryan, — disse ela, seu tom de voz me fazendo
sentir muito melhor sobre tudo. Ela foi verdadeiramente solidária e
incrível. — E acho que você precisa fazer o que quer que isso aconteça. Faça
o que fizer, não continue seguindo um caminho porque tem medo de parar
e dar meia-volta. Não fique preso, como meus pais fizeram.
Meu coração estava doendo por Ben e Jess, e eu não tinha certeza do
porquê.
— Não que eu ache que fizeram algo errado, — ela continuou. — Como
você disse, eles são perfeitos juntos. Eu só acho que eles têm alguns
arrependimentos. Sei que meu pai queria outro bebê...
Meu estômago se apertou. Lembrei-me da minha primeira noite lá, no
porão com Ben, quando perguntei se ele já havia pensado em ter outro
filho. Ele ficou tão estranho e ansioso com isso. Ele havia mencionado para
mim antes que ser pai era sua coisa favorita no mundo inteiro. Eu não tinha
certeza de por que ele e Jess não tentaram de novo, ou pelo menos falaram
sobre isso. Mas certamente entendi a sensação de ficar preso em um
caminho.
Hailey estava certa. Agora era a hora de descobrir exatamente o que eu
queria. E eu não poderia deixar um relacionamento definir isso.
Ben me ensinou tanto sobre mim que eu nunca teria sabido se não fosse
por ele. E Jessica trouxe algumas das melhores partes de mim que eram
especiais. Entre os dois, eles me empurraram exatamente na direção certa.
Agora cabia a mim encontrar meu caminho.
Eu estava assustado, apavorado, até. Mas também determinado. Eu sabia
o que precisava fazer. Eu não podia deixar meu medo de ficar sozinho me
impedir de me encontrar.
Ouvi gritos e Hailey e eu nos sentamos. Olhamos um para o outro
nervosamente, antes que um grande estrondo nos fizesse pular.
Em um instante, estávamos de pé, correndo para as escadas.
Capítulo 17
Ben

Eu estava sentado no sofá da sala de estar, vendo todos os meus amigos e


familiares recolherem seus presentes desembrulhados. Todos estavam
conversando, rindo e se divertindo. Mas eu não.
Eu era a imagem da miséria pura. Acho que todos estavam atribuindo
meu mau humor ao fato de que geralmente eu era o Grinch do grupo. Mal
sabiam eles que não tinha nada a ver com o Natal, e tudo a ver com o idiota
de botão azul e mocassins Prada.
Eu estava observando Tate com cuidado, tentando não ser óbvio. Mas
sua presença estava realmente me incomodando no momento. A maneira
como ele estava sentado lá, em seu telefone, sem prestar atenção a ninguém
ou nada ao seu redor. A única pessoa com quem ele esteve pendurado a
noite toda desapareceu no andar de cima. Pelo visto o resto de nós
simplesmente não era divertido o suficiente para ele... Maldito idiota.
Eu queria desesperadamente subir para ver o que Jess e Ryan estavam
fazendo. Eu sabia que ela estava dando a ele nosso presente de Natal,
porque a vi arrancá-lo de debaixo da árvore depois que ele subiu as escadas
para ficar sozinho, e então ela o seguiu. Estava usando todas as minhas
forças para não subir lá. Eu não podia...
Ryan estar lá estava fodendo comigo em muitos níveis. Não só fiquei tão
atormentado pela culpa e pela depressão depois que ele saiu ontem que
estava à beira das lágrimas, mas agora sabendo que ele correu direto para a
porra do Tate Eckhart... Senti como se tivesse levado uma pontada no
estômago e estavam torcendo a faca.
Eu absolutamente odiava a ideia de Ryan e Tate juntos. Isso fez cada fibra
do meu interior queimar com uma raiva incandescente de ciúme. E
realmente tiveram a coragem de aparecer juntos, exibindo sua relação
ridícula na frente de todos, incluindo minha filha.
Ryan estava muito bêbado. Isso estava me preocupando. Odiava vê-lo
sofrendo e sabia que era tudo minha culpa. Eu só queria me enrolar na
cama e dormir até depois do Ano Novo.
Espero que ele goste do presente... Talvez isso leve embora um pouco de sua raiva
e ódio por mim.
E espero que ele encontre a página secreta...
Algo chamou minha atenção, e olhei para cima para ver Hailey subindo
as escadas. Minha pulsação acelerou enquanto rezava para que Jess e Ryan
não estivessem fazendo algo parecido com brincar lá em cima... Se Hailey
entrasse nisso, tudo estaria acabado.
Ainda mais do que já estava, quero dizer.
— Então, uh, Trouble, essa é sua coisa nova? Indo para os ex desleixados
de Hailey? — Greg zombou da direção de Tate.
Meu pulso disparou mais alguns pontos, por vários motivos. Eu odiava
pensar em Tate e Ryan juntos, isso nós sabíamos. Além disso, mencionar
Hailey na mesma respiração me fez sentir como se eu pudesse socar
alguém. E, por último, Greg se referindo a Ryan como ex desleixados me fez
querer vomitá-lo especificamente. Porque... ninguém falava sobre meu
homem assim.
— Você está com ciúmes, Greg? — Tate murmurou, seu rosto ainda preso
em seu iPhone. Ele ergueu o olhar brevemente, imitando um beijo na
direção de Greg.
— Lockwood, você vai opinar sobre isso? — Bill saltou e parei de olhar
para Tate por tempo suficiente para olhar para eles. Dei de ombros,
tentando fingir que não dava a mínima para o que estavam falando.
— Sim, quero dizer, vamos lá, — acrescentou Greg. — O cara está
desossando o ex da sua filha. Eles não acabaram de terminar?
— Eles estão separados há um tempo, — resmunguei, batendo meu pé
contra o chão.
— Por favor, não fale sobre desossar, — Jacob suspirou. — Meus filhos
estão na sala ao lado.
— Você não conta. Sempre o defende, — Bill bufou para Jacob.
— Talvez os três se juntem, — Greg riu, e Bill se juntou a ele, os dois
rindo como dois filhos da puta.
— Ele deseja, — Tate sorriu, e meu sangue estava realmente começando a
ferver.
— Que jeito de roubar o namorado de Hailey, Tate, — Bill balançou a
cabeça. — O pobre garoto provavelmente está tão confuso.
— Ele não parecia muito confuso para mim... — ele murmurou, aquele
maldito sorriso cobrindo seu rosto estúpido.
Algo em mim estalou.
— Você nunca se cansa de brincar com as pessoas? — Grunhi, apontando
meu olhar ardente para Tate.
Ele finalmente desligou seu telefone, os olhos encontrando os meus
enquanto ele erguia a sobrancelha.
— Olha quem está com ciúmes agora... — ele murmurou, sua voz baixa e
provocadora. Apertei meu punho. — O garoto pode tomar suas próprias
decisões, Ben. Ninguém está brincando com ninguém. Na verdade, ele me
ligou.
Meu peito estava pesado, quando eu rapidamente registrei a visão de Jess
correndo pelo corredor, parecendo nervosa. Meus olhos voltaram para
Tate, e tudo que eu podia ver eram imagens dele e Ryan juntos. Isso estava
me deixando mal do estômago.
Ryan e Tate se beijando, tocando... a boca de Ryan nas coisas... Seu pau
em... lugares.
Minha mandíbula apertou enquanto engolia a bile do ciúme, piscando
para afastar esses pensamentos.
— Ele está passando por algo, e você se aproveitou disso, — sentei-me na
ponta do meu assento. — Precisa deixá-lo sozinho. Você se divertiu. Agora
é o suficiente.
Tate inclinou a cabeça para o lado, semicerrando os olhos para mim. — O
que é que ele está passando, Ben? Hm?
Ele estava me chamando. Eu não tinha certeza do quanto ele realmente
sabia, mas não me importei naquele momento. Eu estava com muita raiva.
— Fique longe dele, — grunhi.
— Quem diabos você pensa que é? — Ele bufou uma risada
condescendente e meus músculos enrijeceram. — Ryan estava certo. Você
acha que pode controlar todo mundo, não é? Bem, adivinhe, Lockwood...
Você não o possui.
Sua voz estava terrivelmente baixa quando ele disse a última parte, mas
eu ainda sabia que o resto dos caras estavam nos observando do outro lado
da sala, tentando não ser obviamente intrometidos.
Levantei-me lentamente e fui até onde Tate estava sentado. Ele
imediatamente se levantou também.
— Eu não tenho que possuí-lo para saber que você não é bom o suficiente
para ele, — sussurrei, a centímetros de seu rosto.
— Afaste-se, Ben, — ele avisou, seus olhos escuros. Meu corpo inteiro
estava vibrando de raiva.
— Sem chance, — balancei minha cabeça lentamente. — Vou lutar por ele
se for preciso.
Ele se inclinou mais perto. — Você não. Ele te superou.
Engoli em seco, tentando desesperadamente não deixar suas palavras me
atingirem. Tate era hábil na arte de foder com as pessoas. Eu o conhecia
desde que éramos crianças, mas ele sempre foi amigo de Jake, não meu.
Honestamente, ele me irritava sem parar, o tempo todo. Eu odiava o quão
arrogante ele era, e o quanto ele usava as pessoas para conseguir o que
queria.
Ryan era muito doce, gentil e atencioso para alguém como Tate. Tate iria
mastigá-lo e cuspi-lo, e eu preferia morrer a deixar alguém fazer isso com
ele.
Afinal, eu o amava.
E eu sabia que ele ainda me amava. Não Tate. Eu. Eu não dou a mínima
para o que esse idiota disse.
— Eu acho que você precisa ir, — grunhi para o rosto presunçoso de
Tate, apertando meu braço para evitar que balançasse.
— Com prazer, — ele bufou. — Vou pegar meu homem e seguiremos
nosso caminho.
— Inferno, porra, você não vai, — sibilei, meus olhos tremendo de fúria
que estava prestes a explodir para fora de mim. — Ele fica. Você vai.
Tate riu de novo, e eu estava rangendo os dentes com tanta força que
meu maxilar doeu.
— Por que não o deixamos decidir o que quer fazer? — Ele suspirou. —
Ele é um maldito adulto. Ele não precisa de você mandando nele.
— O que você sabe sobre o que ele precisa? — Rugi, tentando como o
inferno manter minha voz calma.
— Bem, ele me ligou quando ele estava indo por algo... tão...
— Ele nunca escolheria você em vez de mim, — falei tão baixo, bem perto
de seu rosto, garantindo que ninguém pudesse ouvir o que eu estava
dizendo. Embora eu mal me importasse mais.
— Ele já fez. Mais de uma vez, — Tate murmurou, e piscou.
Isso é foda-se. Eu vi vermelho.
Avancei e agarrei Tate pela camisa, levantando-o e jogando-o contra a
parede.
Ele tossiu quando suas costas conectaram, sacudindo as fotos
emolduradas penduradas na parede.
— Jesus... — ele grunhiu, dando um passo à frente novamente. — Quer
mais, Ben?! Quer saber o que fizemos?
— Foda-se, — rosnei, empurrando seu peito com força com minhas mãos
até que ele tropeçou para trás novamente.
— Engraçado você dizer isso, porque... bem... — ele zombou, e balancei
meu punho em seu rosto, acertando sua mandíbula.
— Cale a boca ou te calarei, seu idiota de merda! — Rugi para ele,
socando seu rosto novamente, dessa vez conseguindo sua boca. E
novamente, no olho.
Eu tinha desmaiado totalmente naquele ponto. Tudo ao meu redor era
um borrão.
A próxima coisa que eu sabia, um Tate com o rosto ensanguentado e eu
estávamos brigando um com o outro, dando socos e agarrando as camisas
um do outro.
Eu vagamente registrei Jess gritando comigo. Na verdade, todo mundo
estava gritando. Havia tanta comoção acontecendo ao meu redor, eu mal
conseguia ver Tate mais.
Senti braços fortes envolverem minha cintura por trás, me puxando para
trás, segurando meus braços. Reconheci a sensação e aquele cheiro
instantaneamente...
Ryan...
Jacob estava segurando Tate, e Hailey estava gritando com nós dois.
Ouvi um zumbido em meus ouvidos que não parava, adrenalina correndo
em minhas veias.
— Ben, pare! Jesus Cristo, chega! — Ryan gritou enquanto eu tentava
lutar contra ele. Ele era o único na vizinhança forte o suficiente para me
segurar agora. Porque eu realmente queria matar aquele filho da puta. Eu
queria calá-lo permanentemente.
Eu só queria ter certeza de que ele nunca mais tocaria no meu homem...
Ele não é mais seu.
Finalmente desisti da luta e me puxei para fora das garras de Ryan. Eu
estava respirando tão forte, meu peito arfando enquanto andava para frente
e para trás como um animal enjaulado.
O rosto de Tate estava sangrando um pouco. Ele estava limpando um
corte no lábio e eu já podia ver embaixo de seu olho direito começando a
ficar com hematomas. Bom. Seu pedaço de lixo de merda.
Eu esperava que Ryan fosse examiná-lo demais, mas para minha
surpresa, ele ainda estava comigo. Ele se moveu na minha frente e me
forçou a olhar para ele.
— Que porra está fazendo? — Ele resmungou baixinho, para não
levantar suspeitas. Embora eu tivesse certeza de que tinha praticamente
saído pela janela.
Eu tinha acabado de me fazer parecer completamente louco. Mas não
pude evitar. Eu estava louco.
Esse amor estava me deixando louco.
Jess me agarrou pelo braço e me puxou para longe da multidão de nossos
amigos e familiares, que estavam parados parecendo chocados e
petrificados. Ela me empurrou para a sala de jantar e me sentou em uma
cadeira.
— Benjamin Michael Lockwood. O que diabos há de errado com você?! —
Ela bufou, olhando para o meu rosto brevemente para verificar se havia
cortes ou arranhões.
— Por favor... ele não conseguiria acertar nenhum se eu amarrasse meus
braços nas costas, — resmunguei, passando a mão pelo queixo. Havia um
ponto dolorido onde ele mal se conectou, mas eu nunca iria admitir isso em
voz alta.
— Não me importo, porra, Ben! O que está fazendo? Você perdeu a porra
da cabeça? — Jess gritou, mantendo a voz baixa. — É véspera de Natal,
pelo amor de Deus!
— Eu sei, Bebê. Sinto muito, — fechei meus olhos com força, passando
minhas mãos sobre meu rosto. — Ele estava falando merda sobre Ryan, e
eu simplesmente... não aguentei.
— Ok, bem, você precisa trancá-lo, — ela assobiou. — Não podemos
fazer isso. Fim da porra da história.
Balancei a cabeça repetidamente. — Eu sei. Entendo.
Hailey entrou na sala com as bochechas coradas e os olhos arregalados.
— Pai! O que diabos você fez?! — Ela se engasgou. — Por que daria um
soco no Tate?
— Porque ele é um idiota de merda, — rosnei. — Alguém precisava calá-
lo. Faz muito tempo.
— Ugh... — Jess beliscou a ponta do nariz. — Acho que esta festa está
quase acabando...
Ela saiu da sala para ir ver como estavam todos os outros, e olhei sem
jeito para minha filha.
— Sinto muito que teve que ver isso, bebê, — murmurei. — Espero não
ter te assustado...
— Quero dizer, você estava um pouco assustador, papai, — ela bufou, se
inclinando contra a cadeira em que eu estava sentado, passando a mão
pequena ao longo do meu queixo. — Mas também muito maldito durão.
Ela riu baixinho, enquanto eu zombava e revirei os olhos.
— Você estava defendendo Ryan, — ela falou baixinho, e congelei. Meu
coração estava disparado de novo, agora por um motivo diferente. Olhei
para ela. — Eu acho que isso é fofo, pai. Ryan está passando por um
momento difícil agora... E não acho que Tate tenha as melhores intenções.
Só o fato de que você iria defendê-lo é incrível.
Senti-me tão culpado que não conseguia me mover ou falar. Hailey não
tinha ideia de minhas intenções em defender Ryan. Eu não o estava
defendendo como amigo ou pai de seu ex.
Eu estava apaixonado por ele e não conseguia suportar a ideia de outra
pessoa estar com ele e se gabar disso na minha cara.
Abaixei minha cabeça em minhas mãos e me encolhi enquanto Hailey
esfregava minhas costas.
Eu o senti antes mesmo de saber que ele estava lá. Afastei minhas mãos
do meu rosto e Ryan estava parado na minha frente, parecendo preocupado
e doce e adorável pra caralho que fez minha alma doer.
Por algum motivo, Hailey se levantou e saiu da sala, dando um tapinha
no ombro de Ryan ao sair. Apertei os olhos em confusão.
— Você está bem? — Ele perguntou, olhando fixamente para mim com a
testa franzida.
— Vou ficar bem, — grunhi, mordendo o interior da minha bochecha. —
Como está seu namorado?
— Não... — ele rosnou e me lançou um olhar. — Tate está bem. Ele vai
viver. Mas não estou falando com ele agora... Estou falando com você. Por
que bateu nele, Ben?
— Porque... — murmurei e olhei para o chão, levantando minha
sobrancelha. — Não gostei do jeito que ele estava falando sobre você. — Eu
engoli, me sentindo teimoso, imaturo e tolo.
— Ben... — ele cantarolou, balançando a cabeça lentamente.
— Você sabia que isso iria acontecer, — eu disse, me levantando, então
ficamos cara a cara. — Você sabia que vir aqui com ele, todo pendurado um
no outro, faria comigo.
Ele ficou quieto por um momento enquanto me olhava boquiaberto,
mordendo o lábio inferior.
— Sim... então? Talvez eu tenha... — ele respondeu em um tom frustrado.
— Talvez eu quisesse que se sentisse tão fora de controle quanto me senti
quando me disse que eu não podia... — Ele se conteve, seus olhos
disparando para a porta.
— Eu... sinto muito, — sussurrei, e estava fisicamente me matando por
dentro não o tocar. Eu realmente senti isso. Como se eu estivesse sendo
dilacerado, um pedaço de cada vez.
— Sei que você sente, — ele acenou com a cabeça, visivelmente
desligando. — Tenho que ir...
— Não saia com ele, — implorei, minha voz tão suave que era quase
inexistente. — Por favor, bebê...
— Não me chame assim, — ele choramingou e respirou fundo. — Tenho
que sair com ele. Meu carro está na casa dele.
— Apenas... fique, — implorei de novo, nem mesmo me importando com
o quão desesperado eu soava. — Vou te dar uma carona para pegar seu
carro amanhã, ou...
— Ben, pare! — Ele disse e vacilei. — Isso não faz sentido. Hailey está
aqui. Você mesmo disse... Isso não pode acontecer. Tem que acabar.
Eu estava tremendo como uma folha. De repente, todo o meu corpo
estava congelando.
— Não faça isso, — estendi a mão para tocar sua mão e, para minha
surpresa, ele me deixou. — Eu disse que sentia muito. Você sabe que eu
quis dizer que...
— Não importa, no entanto, — ele suspirou, puxando sua mão de volta.
— Você estava certo. Nunca teria funcionado.
Senti-me tão impotente. Eu não conseguia suportar a ideia de deixá-lo
sair com aquele maldito idiota. Os dois estavam bêbados... Era perigoso
para ele entrar no carro com Tate. Além disso, não havia como Ryan dirigir
para qualquer lugar depois de pegar o carro. Ele morava a cinco horas de
distância... Claramente, seu plano era ficar na casa de Tate... E dormiriam
juntos... De novo.
— Jacob vai levar vocês dois de volta para a casa do Tate, — murmurei,
olhando para o chão rápido porque se eu olhasse para ele por mais um
segundo, eu o beijaria e não daria a mínima para quem entrava na sala.
Ruim, ruim, muito ruim.
Eu esperava que Ryan discutisse comigo sobre minhas demandas, me
chamando de controlador ou mandão. Mas ele não disse nada. Meus olhos
deslizaram por seu corpo alto, pousando mais uma vez em seu belo rosto.
Bebê...
Ele acenou com a cabeça e me deu um pequeno sorriso que confundiu a
merda fora de mim e apertou minha garganta.
— Obrigado pelo presente, Ben, — ele cantarolou. — E por... tudo.
Ele saiu da sala antes que eu pudesse dizer ou fazer qualquer outra coisa,
e apenas fiquei lá com um olhar depreciativo em meu rosto enquanto meus
dedos latejavam.

Eu estava acordado na cama, olhando para o teto.


Virei minha cabeça lentamente para verificar o relógio da noite. Quatro da
manhã. Ótimo.
Bufei uma respiração irritada, me virando e rolando, tentando ficar
confortável, embora fosse inútil. Eu tinha muito em que pensar...
Depois da briga, todos saíram de nossa casa. Ninguém ficou
particularmente perturbado ao me ver esmagar o rosto de Tate com o punho,
mas certamente estragou o resto da noite.
Mas naquele ponto não dei a mínima foda. Já passava da meia-noite na
véspera de Natal. Era hora de todos saltarem.
Então todos foram embora, Greg e Bill me glorificando por chutar a
bunda de Tate. Aparentemente, não tinham ouvido sobre o que estávamos
brigando, o que foi um alívio. Eles apenas pensaram que era hilário me ver
mexendo com ele um pouco.
Quando crianças, todos nós costumávamos brigar. Éramos um grupo de
meninos sempre juntos... Claro que haveria briga, toda aquela testosterona
em desenvolvimento. Voltei para casa sangrando e machucado mais vezes
do que eu poderia contar. Se brigávamos um com o outro, sempre nos
reconciliamos depois de alguns dias. Tate e eu provavelmente ficaríamos
bem. Só precisávamos nos acalmar.
Isso foi o que eu tinha garantido a Jacob, de qualquer maneira. Mal sabia
ele que se eu poderia estar na mesma sala que Tate novamente dependeria
se ele ficou mais esperto e deixou Ryan sozinho.
Tate não era um cara de relacionamento. De jeito nenhum ele e Ryan
seriam outra coisa senão uma aventura casual para me deixar com ciúmes.
Então, novamente, Ryan é perfeito pra caralho. Tate seria um idiota por não o
querer por perto o tempo todo. Eu quero...
Grunhi e caí de barriga, esmagando meu rosto no travesseiro. Meus
pensamentos estavam me irritando. Eu estava tão inquieto que não
conseguia suportar.
E eu não podia nem mesmo descer para o porão porque me lembrava de
Ryan, e eu não queria passar o resto da noite chafurdando em minha
própria miséria como fiz na noite anterior. Mesmo que isso fosse
exatamente o que eu estava fazendo.
Lembrar da expressão no rosto de Ryan quando ele saiu de casa me
deixou fraco. Eu tinha convencido meu irmão a levar ele e Tate para a casa
de Tate, já que estavam destruídos, e eu preferia pular no tráfego em
sentido contrário a colocar o cara que eu amava em uma situação mortal
como aquela. Eu não seria capaz de viver comigo mesmo se algo
acontecesse com ele...
Quando ele estava indo embora, ele não parecia nem de longe tão
arrasado quanto no dia anterior, quando nós... terminamos, por falta de um
termo que doesse mais sentido. Ele realmente parecia ligeiramente
renovado, determinado, mesmo. Eu não tinha certeza do que havia
mudado, mas ele parecia feliz. Sério, mas contente.
Eu estava morrendo de vontade de saber o que tinha acontecido lá em
cima com ele, Jess e Hailey, antes que a briga começasse. Jess me disse que
tinha ido lá para dar o presente a Ryan e se certificar de que ele estava bem.
Ela disse que ele ficou tão feliz com o presente que quase desabou. Esse
pensamento me fez inchar de orgulho e vomitar de dor ao mesmo tempo.
Nada mudou. Nós ainda não podíamos estar juntos, e todos nós
sabíamos disso. Mas ver Ryan sair do galpão naquele dia, depois vê-lo
completamente ferrado com Tate, trouxe os sentimentos que eu estava
tentando enfiar em perspectiva.
Eu o amo. E eu queria que ele me amasse.
Não havia nada que eu pudesse fazer para mudar nossa situação, e isso
me fez sentir mais impotente do que nunca. As únicas outras vezes em que
me lembrei de ter me sentido assim foi quando meus pais morreram e
quando descobri que Jess estava grávida aos dezessete anos.
Este último acabou sendo a maior coisa que já me aconteceu. Eu não
pude deixar de me perguntar se talvez me apaixonar por Ryan seria uma
coisa boa também.
Mas eu o rejeitei. Recusei e o fiz sentir que me amar era errado. Quer
dizer, foi, por causa de Hailey. Mas eu não deveria tê-lo dispensado assim.
Eu sabia sobre algumas das inseguranças de Ryan, e acho que negar seus
sentimentos atingiu algum tipo de nervo. Foi uma coisa realmente fodida
de se fazer, e eu estava doente com isso.
Evidentemente, a conversa de Jess e Ryan foi interrompida quando
Hailey subiu para falar com ele também. Surpreendeu-me que Hailey
fornecesse informações voluntárias sobre sua conversa com Ryan. Ela
parecia muito animada para contar a mim e a Jess sobre o que conversaram,
como se fôssemos todos amigos, em vez de seus pais, que teoricamente não
deveriam se preocupar com o que estava acontecendo com Ryan.
Hailey me disse que queria perguntar a Ryan sobre a coisa com Tate. Ela
estava confusa sobre a natureza e a origem do relacionamento deles e
pretendia confraternizar com Ryan sobre isso. E de acordo com ela, ele
nunca pareceu mais confuso e perdido desde que ela o conheceu.
Saber que Ryan estava sofrendo tanto partiu meu coração em dois. Eu
não conseguia suportar a ideia de ele se sentir sozinho e indesejado, porque
simplesmente não era verdade. Eu o queria. Eu o queria tanto... E eu sabia
que Jess também queria.
A conversa com Hailey deve ter dado alguma esperança a Ryan. Isso
explicaria a expressão de propósito e confiança em seu rosto quando ele se
despediu na porta. Foi há quatro horas e eu ainda estava pensando nisso.
Eu só podia esperar que ele descobrisse algumas coisas, e talvez
pudéssemos nos ver novamente em breve.
— Jesus, Ben... pode parar de se mover, por favor? — Jess resmungou,
caindo de lado em frustração, sua voz sonolenta soando menos sonolenta e
mais irritada. — Você está se mexendo muito. Está me deixando louca.
— Sinto muito... — Suspirei, rolando para o lado para encará-la.
— Odeio que você não consiga dormir à noite... E eu odeio cair no sono
sem você, mas está me fazendo perceber por que passa tanto tempo naquele
maldito porão à noite, — ela bufou, mexendo nas cobertas.
— Não posso ir lá... — Choraminguei, minha voz profunda e
ligeiramente vulnerável.
— Por que não? — Ela perguntou suavemente. Engoli em seco, fechando
meus olhos e expirando lentamente. — Oh, bebê... — ela murmurou com
uma clara simpatia em seu tom e estendeu a mão para escovar meu cabelo
para trás com os dedos. Aparentemente, não precisei dizer nada. Ela já
sabia a resposta.
— Estraguei tudo, Jess, — cantarolei, sutilmente balançando minha
cabeça. — Empurrei-o porque estava com medo...
— Bebê, você cometeu um erro. Acontece, — ela sussurrou, tentando me
consolar com suas palavras e tom fácil. — Nós somos apenas humanos.
Temos permissão para foder a merda às vezes.
— Sim, mas não quando machuca as pessoas de quem gostamos... —
Rugi, olhando para ela com olhos arregalados. — E se... — Fiz uma pausa e
engoli em seco. — E se ele nunca puder me perdoar?
— Então ele não seria Ryan, — disse ela.
Ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas olhando um para o
outro, olhos azuis se fundindo na escuridão de nossa cama na manhã de
Natal. Estendi a mão e a agarrei, puxando seu pequeno corpo contra o meu,
segurando-a com toda a minha força. Respirei seu perfume maravilhoso e
calmante, deixando-o me encher e me dar consolo.
— Eu... o amo, — sussurrei em seu cabelo, evitando as palavras,
deixando-as encher o ar ao redor.
— Eu sei que ama, — ela respirou, correndo os dedos pelas minhas
costas. — Eu também o amo.
Choraminguei e apertei meus olhos com força, desejando afastar as
lágrimas que estavam tentando forçar seu caminho para fora.
— E se não conseguirmos trazê-lo de volta...? — Perguntei, minha voz
tremendo. — E se não conseguirmos encontrar uma maneira?
Jess deu um suspiro instável e balançou a cabeça contra meu peito.
— Não sei, bebê... — ela respondeu, inquietação revestindo sua voz
tranquila. — Mas sempre teremos um ao outro.
Balancei a cabeça e agarrei-a com mais força, deixando seu calor me
embalar para dormir.
— Feliz Natal, Jessica, — eu disse lentamente, minhas pálpebras
finalmente fechando.
— Feliz Natal, meu amor.

O dia de Natal chegou e passou como sempre: rápido.


Acordei cedo depois de dormir apenas algumas horas e decidi que uma
abundância de café seria meu presente para mim durante o dia. Jess fez um
café da manhã maravilhoso e generoso e, apesar de como eu estava
internamente deprimido, comi com minha família, me forçando a sorrir e
criar a ilusão de que estava feliz. E não passando por uma separação de partir
o coração.
Os pais de Jess vieram de carro do Arizona, e seus avós apenas cerca de
dez minutos abaixo na estrada, e todos nós nos sentamos, conversando,
comendo e abrindo presentes com Hailey. Greg e Marie pararam um pouco
com Maxine para deixar mais presentes, depois foram fazer suas próprias
coisas. Então Jacob veio com Laura e os gêmeos, embora só pudessem ficar
por algumas horas porque também tinham que passar metade do dia com
os pais de Laura.
A casa estava cheia de conversas animadas e alegria do feriado, e embora
não muito vindo de mim, eu estava gostando de assistir Hailey e Jess
abrindo todos os seus presentes, e adorei ver como ficaram felizes quando
eu relutantemente abri o meu. Jess me deu um novo relógio suíço, e Hailey
me deu umas calças de pijama fofas que tinham emojis beijinhos por toda
parte.
Ter Hailey em casa fez tudo ficar bem novamente. Eu poderia realmente
empurrar todo o drama do mês passado para fora do meu cérebro e passar
o tempo com minha linda e incrível esposa e filha. Era a melhor parte das
férias, com certeza.
Infelizmente, havia uma coisa que me incomodava e, à medida que o dia
passava, tornava-se cada vez mais uma distração.
O carro de Tate ainda estava estacionado na rua onde ele o havia deixado
na noite anterior porque estava bêbado demais para dirigir para casa. Eu
sabia que Ryan tinha ficado em sua casa na noite passada. Não havia
nenhum outro lugar para ele ir. Portanto, o pensamento óbvio seria que
Ryan, em algum momento, levaria Tate até ali para pegar seu carro.
Passei o dia todo olhando ansiosamente aquele maldito Maserati na rua,
esperando para ver se o BMW verde de Ryan pararia. Por fim, cansei de
esperar e perguntei a meu irmão se ele sabia quando Tate viria buscar seu
carro.
— Ele disse que chegará em alguns minutos, — Jacob me disse depois de
enviar uma mensagem de texto para Tate. — Ele vai ver os pais, então acho
que precisa do carro.
Meu estômago revirou violentamente. Ele não levaria Ryan para conhecer
seus pais, não é? Isso seria totalmente ridículo. Eles não são um casal. Tate não faz
essa... coisa toda.
Certo...?
Eu estava morrendo de vontade de perguntar a Jacob se Tate tinha dito
algo sobre Ryan, mas não queria que ele suspeitasse de por que eu estava
interessado. Felizmente para mim, minha filha interveio.
— Tate disse se Ryan ainda está com ele? — Hailey perguntou a seu tio,
seu
rosto coberto com o mesmo tipo de irritabilidade desaprovadora que eu
estava sentindo, o que me deixou desconfortável.
— Não, não perguntei, — Jacob resmungou.
— Eu ainda não posso acreditar que deixou Ryan sair com ele na noite
passada, — Hailey apontou seus olhos escuros e tom para mim. — Você
deveria ter deixado ele ficar aqui.
Jess me lançou um olhar rápido e nervoso enquanto continuava a limpar
as coisas, mantendo-se ocupada para não se distrair com o mal-estar que
ambos estávamos claramente sentindo.
— Não é da minha conta me envolver no... seja lá o que for, — bufei
baixinho, tentando não ser afetado pelo assunto sobre Ryan, embora
achasse que ninguém estava acreditando nisso.
— Sim, ok, — ela zombou sarcasticamente e revirou os olhos. — É por
isso que você socou Tate na cara várias vezes na noite... Porque não quer se
envolver.
Jess tossiu e congelei, minha boca aberta em choque. Eu não tinha certeza
do que Hailey quis dizer com isso, mas parecia que ela estava me
chamando, o que fez meu coração de repente batendo forte contra meu
peito.
— Benjamin, realmente? — A mãe de Jess, Rebecca, engasgou-se. —
Socos? Você está muito velho para ainda agir como um adolescente.
— Papai estava certo em bater em Tate ontem à noite, — Hailey
interrompeu, cruzando os braços sobre o peito enquanto se recostava na
cadeira. — Se ele não fizesse, eu mesma teria feito.
Sorri sutilmente e mordi meu lábio, tentando abafar meu sorriso quando
peguei a careta de desaprovação de Rebecca.
— Ela está certa, — corri meus dedos ao longo do meu queixo. — A
violência não é a resposta.
— Sim, bem, eu não gosto de Tate mexer com a cabeça de Ryan, —
Hailey continuou. — Ele é muito doce e gentil para esse absurdo. Tate
obviamente está apenas usando-o para se divertir.
Sim, vê?! Eu não sou o único que percebeu isso!
Encolhi-me por dentro com o fato de que eu estava concordando com
minha filha de dezenove anos de idade sobre o cara que nós dois
conhecíamos romanticamente. Deus me ajude...
— Eu não me preocuparia com isso, — Jacob acrescentou, procurando
acalmar nossas mentes. — Tate não faz nada a sério. Eu estaria disposto a
apostar que ele não verá Ryan novamente depois de hoje.
Expirei lentamente, rezando por mim para que isso fosse verdade.
— Sim e essa é a parte confusa! — Hailey bufou. — Ryan merece mais do
que isso. Ele merece estar com alguém que o tratará bem.
— Você não terminou com ele? — Jacob sorriu.
— Sim, mas isso não significa que não me importo com ele, — ela
resmungou defensivamente. — Terminei com ele porque sabia que não ia
funcionar e não queria atrapalhá-lo. Mas ele ainda é um grande amigo meu
e quero que seja feliz. Tate não estará lá para ele, você mesmo disse.
— Hailey, querida, por que você decidiu namorar um cara gay? — O pai
de Jess, Robert, perguntou, e quase cuspi o gole de café que tinha na boca.
— Há muitos homens heterossexuais por aí para se estabelecer, mas em vez
disso você escolhe aquele que prefere a companhia de outros homens. —
Ele balançou a cabeça e Jess ficou boquiaberta com os olhos esbugalhados.
— Ele não é gay, vovô, — Hailey zombou, revirando os olhos novamente.
— Ele é muito real para esses rótulos. Ele é uma pessoa única.
Os pais de Jess compartilharam um olhar como se não tivessem ideia do
que diabos sua neta estava falando. Mas não pude deixar de sorrir para
minha filha. Ela era tão inteligente, madura e de mente aberta. Claro, ela
não sabia o quanto esse tópico me afetou como pessoa, e ela nunca faria,
mas ainda assim. Foi bom ouvi-la entender as coisas em um nível mais
profundo.
— Quando eu tinha a sua idade, todos experimentavam o mesmo sexo,
— a avó de Jess, Millie, interrompeu do outro lado da sala, e todos nós
olhamos para ela. — Acreditávamos no amor livre. Nada dessa bobagem
gay hetero bissexual. Simplesmente amamos quem amamos. Era bonito.
Hailey encontrou meus olhos e nós sorrimos. Para uma velha maluca, a
mulher estava bem acordada.
— Sim, mãe. E é por isso que até hoje você não tem certeza se papai é
meu pai verdadeiro, ou se eu sou realmente o produto de uma de suas
orgias loucas de uma semana, — Rebecca deu a sua própria mãe um olhar
de frustração, fazendo beicinho para si mesma.
— Não foi uma orgia, querida, — o marido de Millie interveio para
defender sua esposa das acusações de sua filha. — Passamos muito tempo
com um amigo da sua mãe, Glenn, que era realmente exibicionista... — Oh,
meu Deus...
Hailey começou a rir e Jess voltou para a sala.
— Ok, vovó, vovô, talvez isso seja o suficiente dessa conversa, por favor?
— Jess choramingou, me lançando um olhar e murmurando ajuda. Eu dei
de ombros e dei a ela um sorriso simpático. Não havia nada que eu pudesse
fazer para impedi-los. Era uma ocorrência normal sempre que a família se
reunia e o vinho estava envolvido.
Depois do soluço, a conversa estranha foi mudada para tópicos mais
apropriados e comecei a zonear. Não pude deixar de pensar no que os
velhos avós malucos de Jess estavam dizendo. Eles claramente se
envolveram em seu quinhão de experimentos em seus dias. E eram abertos
sobre isso.
Então, novamente, isso foi nos anos sessenta. Uma época em que
aparentemente todos se davam bem e nunca pararam para pensar em
rotular isso. Eu meio que gostaria que o mesmo pudesse ser feito agora. As
pessoas hoje amam seus rótulos. Eles afirmavam aceitar a todos e suas
preferências individuais, mas secretamente adoravam colocar as pessoas
em uma caixa. Foi como preencher um questionário. Orientação sexual:
Reto, homossexuais, bissexuais, etc. Todas aquelas palavras novas e
extravagantes que sempre inventavam para descrever a si mesmos e uns
aos outros.
Mas e se você não quisesse se associar ou se identificar como uma dessas
palavras? E se apenas quisesse amar quem você ama? De um humano
adulto para outro?
Eu tinha me apaixonado por uma mulher. E então me apaixonei por um
homem. Mas não me identifiquei como outra coisa senão eu. Benjamin
Michael Lockwood. Não era o suficiente?
Meu cérebro doía de tanto pensar demais.
A campainha tocou e Jess já estava correndo para atender. Ouvi vozes e
imediatamente soube que eram Bill e Rachel, com o bebê. Levantei-me
rápido, cumprimentando-os e pegando seus casacos.
Todos se acomodaram na sala de estar e eu tirei o bebê, William Jr., de
suas mãos para que os novos pais pudessem comer e relaxar um pouco.
Sentei-me na cadeira grande, segurando William em meus braços, envolto
em seu cobertor azul macio e fofinho com coelhos brancos por toda parte.
Balancei-o suavemente, fazendo caretas engraçadas para ele, sentindo o
cheiro ocasional de sua cabecinha. Cheirava a céu.
Eu encarei o pequeno ser em meus braços, observando seus olhos
minúsculos piscarem para mim. Ele era adorável, como a maioria dos
bebês, uma pequena e macia mecha de cabelo escuro no topo de sua cabeça,
que cabia na palma da minha mão. Eu não pude resistir a fingir que mordia
seus dedos do pé e dedos pequenos e pequeninos enquanto ele balançava e
arrulhava.
Olhei para cima quando senti alguém me observando e percebi que
Hailey e Jess estavam boquiabertas. Hailey riu e se juntou a mim,
cutucando a ponta do dedo no nariz de botão de William, fazendo-o gritar.
— Você é natural, — ela sussurrou para mim, cutucando meu ombro.
— Aprendi cedo, — murmurei, espiando-a pelo canto do olho e
erguendo a sobrancelha. — Não tenha ideias, por favor.
— Hum, estou pronta! — Hailey apertou e eu ri baixinho, puxando a
meia de William de volta para seu pé minúsculo.
— Bom, — suspirei, maravilhado com o conforto que senti segurando um
bebê em meus braços. Parecia tão certo. Um desejo se formou em meu
peito, o que me fez sentir como uma garota.
Controle seus ovários, Lockwood. É apenas um maldito bebê.
— Talvez você devesse começar a plantar algumas ideias... — Hailey
cantou, e olhei para ela. Ela acenou com a cabeça em direção a Jess, que
ainda estava me observando, desta vez tirando fotos com seu iPhone.
— Cuide de seus negócios, pirralha, — resmunguei. — Você adora ser
filha única.
— Sim, mas eu amo você ser mais feliz, — ela sussurrou, e meu estômago
se revirou. — Mãe, quer fazer um bebê com o papai, certo? — Hailey
zombou de sua mãe, em seguida, começou a rir histericamente ao ver os
olhares de pânico em nossos rostos.
— Ela é um incômodo, — murmurei, tentando arduamente conter meu
sorriso ansioso.
— Honestamente... — Jess zombou. — É tarde demais para deixá-la na
Estação de Bombeiros?
Hailey se engasgou de indignação e Jess e eu rimos, compartilhando um
olhar prolongado que fez todo o meu corpo tremer.
Por fim, tive que devolver o bebê aos pais dele. Para minha decepção,
não pude mantê-lo. Eu estava vagando pela casa, ajudando Jess
relutantemente a arrumar tudo, quando vi um carro estacionar na frente da
garagem.
Meu coração instantaneamente se alojou na minha garganta enquanto eu
ia para a porta, abrindo-a rapidamente. Eu não tinha certeza de qual seria
exatamente o meu plano se Ryan estivesse lá. Eu sabia que não seria capaz
de encurralá-lo e forçá-lo a falar comigo, mas só precisava vê-lo. Estava me
deixando louco, toda essa espera.
Mas quando olhei para fora, vi Tate saindo da traseira de um Toyota
Camry preto, não o BMW de Ryan. Ele havia chamado um Uber.
Minha testa se enrugou enquanto o carro se afastava, e desci os degraus
da frente, indo direto para Tate. Eu queria respostas e ele as daria para
mim.
Quando ele me viu se aproximando, ele revirou os olhos, mas não pude
deixar de notar que ele parecia preocupado. Sob seu olho estava mais
machucado hoje, e o corte em seu lábio estava inchado.
Eu fui até o lado do motorista de seu carro, onde ele estava parado com a
porta aberta. Ele obviamente não tinha vontade de ficar e falar comigo.
— O que você quer, Lockwood? — Ele suspirou. Ele parecia cansado e de
ressaca. — Não fez o suficiente?
— Isso parece... muito ruim, — resmunguei com minha testa enrugada
com o menor remorso.
— Sim, obrigado, — ele zombou. — Vou ficar preso fazendo reuniões por
telefone até que essa merda cure.
— Olha, eu... sinto muito... — Grunhi passando minhas mãos pelo cabelo.
Esse pedido de desculpas exigiu muito de mim.
Ele me olhou boquiaberto por um momento, parecendo chocado por eu
estar realmente me desculpando e não tentando bater nele novamente.
— Está tudo bem, — ele encolheu os ombros. — Eu não deveria sair por
aí com o homem de outra pessoa...
Olhei para ele. — Ryan não é meu... — Minha voz sumiu quando ele me
deu um olhar astuto. — Certo, tudo bem. Tenho sentimentos por ele. Se
contar a alguém, um olho roxo será o mínimo dos seus problemas.
Tate riu e balançou a cabeça. — Seu segredo está seguro comigo, cara.
Mas se me perguntar, vocês dois têm algumas coisas sérias para resolver.
Eu queria saber do que ele estava falando, mas ao mesmo tempo não
tinha vontade de conversar sobre meu relacionamento com o cara de merda
que estava dormindo com meu namorado na noite passada. Só de pensar
nisso agora estava queimando uma bola de raiva em meu estômago.
— Pensei que ele iria te trazer de carro... — murmurei, não fazendo um
bom trabalho em esconder minha decepção.
— Ele partiu esta manhã, — Tate me disse. — Voltou para casa, eu acho.
Balancei a cabeça e respirei fundo. Eu não sabia se estava chateado
porque Ryan havia partido ou aliviado por ele estar longe de Tate.
— Obrigado pela compreensão, — me virei para sair. Tate deslizou para
o banco do motorista de seu carro, mas antes que ele pudesse fechar a
porta, eu a agarrei. — Se chegar perto dele de novo, vou acabar com você.
Tate riu suavemente e acenou com a cabeça. — Claro, Lockwood. Mas
lembre-se... se estiver entediado e querendo brincar um pouco, você sabe
onde me encontrar. — Ele piscou e rolei meus olhos, batendo a porta para
ele.
Eu me virei e caminhei de volta pela passarela, mostrando o dedo do
meio para ele. Ele buzinou algumas vezes enquanto se afastava.
Quando voltei para dentro, imediatamente tirei meu telefone do bolso e
mandei uma mensagem para Ryan. Digitei uma mensagem, sentindo um
novo nível de desespero ao clicar em enviar.
Eu: Ei, bebê... Feliz Natal. Sinto tanto sua falta...
Fiquei olhando para a tela por um tempo, mas depois de dez minutos ele
ainda não tinha lido a mensagem. Repreendi-me mentalmente enquanto
colocava meu telefone longe e fui encontrar minha família para uma
distração necessária.
Horas depois, todos haviam partido, exceto os pais de Jess, que iam
passar a noite. Eles já haviam se retirado para o quarto de hóspedes
enquanto Jess, Hailey e eu nos aninhamos no sofá assistindo A Christmas
Story.
Eu ainda não tinha ouvido nada de Ryan. Na verdade, ele ainda não
tinha lido minha mensagem, e isso estava me deixando nervoso. Eu queria
mandar uma mensagem para ele de novo, mas não queria parecer um
perdedor, criticando-o quando ele claramente não queria nada comigo.
A cabeça de Jess estava apoiada no meu ombro e podia senti-la
adormecer, o que era fofo. Hailey estava do outro lado de sua mãe com os
pés apoiados no braço do sofá, o rosto enterrado em seu telefone.
De repente, ela se engasgou alto, e senti Jess acordar de seu cochilo.
— Oh, cara... Isso é estranho, — Hailey murmurou.
— O quê? — Perguntei, tentando não soar tão preocupado quanto me
sentia.
— Ryan deletou sua conta do Instagram, — ela respondeu, hesitante.
Engoli em seco. — O que isso significa...?
— Não sei, talvez nada, — disse ela. A curiosidade passou por mim.
— Você falou com ele hoje? — Perguntei baixinho. Senti o corpo de Jess
enrijecer contra o meu.
— Ele me mandou uma mensagem mais cedo para me avisar que chegou
bem em casa, — Hailey respondeu. A rejeição doeu. Então sou só eu que ele
está ignorando...
Fiquei feliz em saber que ele estava bem, mas não entendi por que ele
não podia ao menos ler minha mensagem. Eu não queria machucá-lo mais...
Eu só queria...
Oh, quem estamos enganando? Você não tem a mínima ideia do que quer.
Suspirei e me levantei lentamente, fazendo com que Jess fizesse beicinho
para mim com olhos sonolentos. Eu sorri.
— Quer que eu a carregue para a cama, minha rainha? — Perguntei,
levantando minha sobrancelha para ela. Ela bocejou enquanto balançava a
cabeça.
— Indo para a cama. Boa noite, Hailey, — sussurrei, levantando Jess pela
bunda enquanto ela enrolava as pernas em volta da minha cintura.
— Ok, não que eu queira pensar sobre isso, mas vão fazer um bebê! —
Hailey gritou conosco enquanto eu subia as escadas. Resmunguei para mim
mesmo, embora meu sorriso fosse irresistível.
Em nosso quarto, coloquei Jess na cama, e ela imediatamente se enrolou
sob as cobertas. Puxei minha camisa pela cabeça e coloquei minha nova
calça de pijama que Hailey tinha me dado, subindo na cama ao lado de
minha esposa, que já estava roncando. Sem fazer bebês esta noite.
Liguei meu telefone para carregar na mesa de cabeceira e não pude
resistir. Digitei uma última mensagem para Ryan. Então vou deixá-lo em paz.
Eu: Apenas me diga que está bem. Eu me importo com você Ryan, sabe
que me preocupo… Boa noite.
Sussurrei sob as cobertas, me acariciando com Jess, esperando ouvir o
som do meu telefone, quando eu sabia muito bem que não iria acontecer.
Fiquei acordado no escuro por horas.

Era a véspera de ano novo. Hailey estava de volta ao seu apartamento.


Eu tinha implorado para ela ficar em casa durante todas as férias de
inverno e consegui mantê-la por cinco dias depois do Natal. Mas ela foi
embora ontem porque, aparentemente, havia uma grande festa de Ano
Novo que sua amiga estava dando, e ela não podia perder.
É o evento social do ano, papai! Ela teve que me identificar enquanto
empacotava suas coisas. Eu estava pensando nisso, mas não havia nada a
ser feito. Ela era adulta na faculdade. Ela queria estar com seus amigos.
Entendi isso. Mas isso não significa que eu estava feliz com isso.
Desde que Hailey se foi, eu não tinha mais nada para me distrair de como
eu estava deprimido. Claro, eu tinha Jess, mas ela também estava agindo de
forma meio sombria. Era como se nenhum de nós pudesse imaginar como a
felicidade que sentimos na semana passada poderia simplesmente
desaparecer em um piscar de olhos.
E eu ainda sabia que era tudo culpa minha, o que tornava a culpa mais
difícil de engolir do que qualquer outra coisa.
Eu não tinha ouvido falar de Ryan desde que ele saiu na véspera de
Natal. Eu estava mandando mensagens de texto e ligando para ele sem
parar, mas não recebi uma resposta. Eu estava obcecado com isso.
As minhas mensagens estavam sem resposta e não lida. E todas as
minhas chamadas foi direto para a caixa postal. Eu estava começando a
pensar que ele tinha bloqueado o meu número... Ele não faria isso... Será que
faria?
Só havia uma maneira de descobrir. Fui à procura de minha esposa, que
estava lá em cima no nosso closet, com um vestido para esta noite. Estava
acontecendo uma festa em um bar e todos os nossos amigos iam. Eu queria
apenas ficar em casa e me revolver na minha miséria, mas Jessica não
queria. Ela insistiu em irmos para este encontro e mostrar o rosto como um
casal normal que não estava deprimido sobre a perda de seu namorado
secreto.
— Bebê? — Chamei Jess, entrando no armário.
— Qual é o melhor? — Ela perguntou, segurando dois vestidos na frente
de seu corpo. — O verde ou o prata?
O prata era definitivamente mais curto e iria mostrar mais de suas pernas
se ela usasse saltos. Mas o verde escuro era baixo na frente e nas costas. E a
cor... Isso me lembrava de olhos de Ryan.
— Verde, — resmunguei, então limpei minha garganta. — Jess... pode
ligar para ele, por favor?
Ela parou o que estava fazendo e fechou os olhos no que parecia ser
simpatia e exasperação.
— Ben... Se ele não quiser falar conosco, não podemos forçá-lo, — ela
suspirou.
— Ele está me ignorando, não você... — apontei. — Talvez ele responda
você... Eu só quero saber se ele está bem. Acho que ele me bloqueou.
— Bebê, sei que isso é difícil para você, — ela murmurou, me dando um
olhar atencioso. — É difícil para mim também. Claro que quero falar com
ele, mas sinto que já o fizemos passar por bastante...
— Você quer dizer que eu o fiz passar o suficiente... — murmurei,
inclinando minha cabeça contra a parede.
Ela girou a cabeça em minha direção. — Eu não disse isso.
— Você não precisa. Sei que está pensando nisso, — fechei meus olhos
com força. — Eu o fiz nos deixar... Eu disse a ele que não era real.
— Ben, você tem que parar de se criticar — Jess falou com firmeza. —
Culpar a si mesmo uma e outra vez não o trará de volta.
— Ok, tudo bem, — bufei. — Por favor, ligue para ele uma vez e veja se
tudo está bem. Por favor, Jess? Estou te implorando. Preciso saber...
Ela me encarou por um momento, mordendo o lábio inferior antes de
finalmente pegar o telefone da cômoda. Meu estômago apertou em
antecipação enquanto a observava puxar as informações de contato de
Ryan e fazer a ligação.
Ela levou o telefone ao ouvido e eu estava literalmente zanzando. Eu já
podia ouvir o telefone tocando, o que significava que ele quase certamente
me bloqueou. Não recebi um único toque nas vinte vezes que liguei para o
telefone dele esta semana.
O rosto de Jess caiu, e ela parecia um pouco desanimada quando a voz de
Ryan atendeu. Eu podia ouvir sua voz em sua mensagem, e isso fez meu
coração doer.
— Ei, aqui é Ryan Harper. Não estou disponível no momento, mas deixe uma
mensagem e ligo de volta para você. Ou talvez me mande uma mensagem, porque
quem mais fala ao telefone, diabos?? Obrigado, e tenha um dia maravilhoso!
O som daquele pequeno sorriso em sua voz no final me deixou louco. Eu
tinha ouvido muito essa mensagem na semana passada...
E eu também tinha deixado meu quinhão de mensagens de voz. Não que
ele provavelmente as estivesse ouvindo... Ou entendendo.
Jess encerrou a ligação e jogou o telefone no balcão. Ela fez beicinho
quando ela veio até mim e me abraçou apertado. Eu a apertei e enterrei
meu nariz e boca em seu cabelo.
Ela também estava sofrendo. Eu sabia que estava. Como poderia não
estar?
Tudo estava tão fodido. Eu não conseguia nem respirar e mal conseguia
manter minha sanidade. Eu precisava saber por que Ryan estava nos
ignorando. Precisava falar com ele e esclarecer isso.
Eu precisava vê-lo.
Soltei Jess e devo ter olhado um pouco, porque ela ficou boquiaberta e
balançou a cabeça.
— Não. Ben ... — seus olhos se arregalaram. — Não ... O que quer que
esteja pensando em fazer agora, não faça. Estou te implorando.
— Bebê... sinto muito... — sussurrei, saindo do armário. — Mas eu só
tenho que fazer isso. Eu tenho que fazer.
— Ben! Espere... — ela engasgou e então ela estava me perseguindo.
Corri para fora do quarto e desci as escadas, pegando as chaves do meu
carro da mesa perto da porta.
— Eu volto, — grunhi e abri a porta da frente.
— Ben! O que quer dizer com estará de volta?! — Ela gritou, pulando
fora das etapas. — Onde você está indo??
— Vou vê-lo bem rápido. Tenho que fazer, — rosnei enquanto entrava
pela porta, voltando-me para pegar a preocupação em seu rosto.
— Ben, faltam cinco horas! — Sua voz rangeu. — Não faça isso...
— Eu tenho que fazer, bebê, — dei a ela um olhar seguro. O melhor que
pude. — Eu prometo, estarei de volta a tempo da contagem regressiva para
a meia-noite.
— Mas Ben... — ela se engasgou, seus olhos redondos e implorando para
mim. Olhamos um para o outro por um momento antes que ela finalmente
assentisse e mordesse o lábio. — Promete que vai voltar?
— Prometo, — cantarolei, desenhando um X sobre meu coração. — Eu
não deixei de te beijar à meia-noite em dezenove anos, e não pretendo
começar hoje à noite.
Jess relutantemente acenou com a cabeça novamente, sua testa enrugada
com preocupação óbvia.
— Eu te amo... — ela choramingou. — Por favor se cuide.
— Eu vou.
— E Ben? — Virei por cima do ombro uma última vez. — Diga a ele...
que eu o amo.
Balancei a cabeça e continuei andando, Jess fechando a porta da frente
atrás de mim enquanto eu entrava no meu carro rápido e dirigia.

Cheguei ao apartamento de Ryan e imediatamente soube que algo estava


errado.
Seu carro não estava na garagem. Eu estava me chutando porque era
véspera de Ano Novo e talvez ele estivesse fora, e que tipo de idiota dirige
por cinco horas para ver alguém sem nem mesmo confirmar se está
realmente em casa?
Balancei minha cabeça e saí do carro. Eu não teria sido capaz de
confirmar sua presença em casa, de qualquer maneira. Ele estava ignorando
minhas ligações. Ou me bloqueou. Ou ambos.
Seja como for, não importava. Ele não tinha Instagram, nem outra mídia
social, e eu não tinha como entrar em contato com os amigos dele, o que eu
não teria feito de qualquer maneira, porque isso me faria parecer louco. O
que eu definitivamente estava. Mas eu não precisava que crianças no
círculo de Hailey descobrissem que eu estava perseguindo seu ex.
Andei até a calçada em direção a porta da frente de Ryan, minha mente
piscando de volta para a primeira vez que fui lá. Na noite em que deixei o
hotel e esgueirei-me para brincar com ele. Parecia muito tempo atrás,
quando na realidade tinha sido apenas algumas semanas. Tanta coisa
aconteceu desde então, era quase incompreensível.
Respirei fundo e segurei enquanto tocava a campainha. Fiquei lá,
mudando meu peso para frente e para trás enquanto orava para que ele
estivesse em casa, e talvez apenas seu carro estivesse faltando por algum
motivo.
A porta se abriu e reconheci a pequena garota de cabelos escuros parada
do outro lado como a namorada do colega de quarto de Ryan. Qual é mesmo
o nome dela...? Kayla. Isso mesmo. Aquela com a bela bunda.
— Oh, merda... — ela murmurou, boquiaberta para mim, seus olhos
arregalados e saltando para fora de sua cabeça.
— Oi, Kayla, — falei, me forçando a soar normal. — Sinto muito por
apenas aparecer assim. Eu só estava me perguntando se Ryan estava em
casa...? — Ela olhou para mim, completamente silenciosa, sua mandíbula
aberta em óbvia mudez. — Preciso vê-lo... — Implorei com meus olhos.
— Kayla! Quem está na porta? — Ouvi um grito voz masculina profunda
de dentro, e assumi que era, provavelmente, o colega de quarto de Ryan e
melhor amigo, Alec.
— Hum... ninguém... — ela gaguejou sua resposta e então sussurrou para
mim, — Ele não está aqui. Você tem que ir.
— O quê? Por quê? — Bufei, balançando minha cabeça. — Olha, sei que
ele provavelmente não quer me ver, e vocês estão protegendo-o, e entendo
isso. Mas só preciso falar com ele. Ele não atende minhas ligações...
— Não, sério, Ben. Você tem que ir, — Kayla avisou novamente,
parecendo e soando apavorada, o que estava me confundindo pra caralho.
— Depressa...!
— Kayla, que... — um cara grande com cabelo preto e toneladas de
tatuagens entrou na porta, ao lado de Kayla, sua pergunta desaparecendo
instantaneamente quando ele me viu. — Você está me fodendo, garoto?
Ele olhou para mim, seus olhos endurecendo.
— Você deve ser Alec... — Observei calmamente, permanecendo firme,
tentando não me queimar pelas chamas que ele estava atirando em mim
através de seus olhos. — Eu sou...
— Sim, sei quem você é, — ele grunhiu, passando pela porta, mais perto
de mim. Eu instintivamente dei um passo para trás. — Que porra pensa que
está fazendo aqui? — Seu tom era absolutamente arrepiante. Eu saberia,
porque me deu arrepios.
— Hum... Eu só vim ver Ryan, — rosnei, estreitando meu olhar para ele,
me perguntando por que ele olhou como se quisesse me matar. — Ele não
tem respondido minhas ligações ou mensagens de texto e só preciso falar
com ele.
— Puta merda, idiota! — Alec latiu para mim, aproximando-se
novamente. — Ele está te ignorando porque você partiu o maldito coração
dele!
Ele estava realmente vindo para cima de mim agora e eu não tinha
escolha a não ser continuar recuando. Eu não estava prestes a lutar contra o
melhor amigo de Ryan, mas ele estava olhando para mim como uma
cascavel, enrolada e pronta para atacar.
— Eu disse a ele que sentia muito... — Murmurei como um idiota, sem
saber mais o que dizer. — Ele sabe que eu não tive a intenção de machucá-
lo...
— Oh, você não queria?! — Ele rosnou. — Bem, isso é um alívio do
caralho! Contanto que você não quer dizer que...
— Alec, por favor, pare, — a vozinha de Kayla guinchou da porta.
— Você fode com meu melhor amigo, basicamente arranca seu coração e
pisa nele na frente dele, então tem a coragem de aparecer aqui?! Eu deveria
bater em você no chão! — Seu peito estava pesado e ele estava
cambaleando para frente, me seguindo enquanto eu recuava.
A adrenalina percorreu meu corpo, fazendo-me tremer. O garoto era bem
grande. Não tão grande quanto eu ou Ryan, mas ele estava perto o
suficiente, e eu realmente não estava com vontade de lutar. Ele tinha uma
razão para estar chateado comigo... Obviamente Ryan tinha-lhe contado o
que aconteceu. Eu só precisava afastá-lo o tempo suficiente para descobrir
onde Ryan estava.
— Vamos lá, cara. Sei que ele é seu melhor amigo, mas o que aconteceu é
entre mim e ele, — levantei minhas mãos em concessão. — Você pode
apenas me dizer onde posso encontrá-lo para que possamos conversar, por
favor? Nós precisamos conversar...
Alec parou no meio do caminho e me deu um olhar que não consegui
entender, balançando a cabeça lentamente.
— Você simplesmente não entende, não é? — Ele me olhou fixamente,
como se eu fosse o maior pedaço de merda do planeta. — Acabou, Ben.
Você fodeu com ele pela última vez.
Minha mandíbula cerrou-se e senti que lágrimas indesejadas ameaçavam
jorrar das órbitas dos meus olhos.
— Você não sabe o que eu tenho atravessado desde que ele me deixou, —
sussurrei. — Estou em uma maldita agonia todos os dias sem ele. Eu o amo
pra caralho, ok?! Estraguei tudo. Preciso saber onde ele está, para que eu
possa falar que cometi o maior erro da minha vida!
— Você nunca mais vai vê-lo! — Ele rugiu para mim, avançando, me
empurrando com força no peito. Tropecei para trás, mas recuperei o
equilíbrio, dando um passo à frente.
— Alec, pare com isso agora! — Kayla gritou com ele.
— Ele é a razão pela qual Ryan foi embora, Kayla! Esse idiota, bem aqui!
— Ele gritou e se levantou na minha cara. — Você pegou meu melhor
amigo, seu pedaço de merda egoísta. Eu deveria te matar por machucá-lo!
Ele parecia que poderia me bater a qualquer momento, mas suas palavras
me chocaram demais para me importar. Meu pulso estava zumbindo em
meus ouvidos e eu não estava respirando.
— O que quer dizer com ele foi embora? — Perguntei, minha voz tão
baixa e rouca que eu nem tinha certeza de ter dito alguma coisa.
— Ele se foi, cara, — Alec balançou a cabeça, finalmente dando um passo
para trás. — Ele se inscreveu em algum programa de transferência e foi
aceito. Eles o levaram mais cedo...
Tudo começou a girar ao meu redor e senti como se o chão tivesse
desaparecido sob meus pés. Meus joelhos realmente cederam e caí para
trás. Felizmente, meu carro estava bem atrás de mim e estendi a mão para
segurá-lo.
— Quando...? — A palavra escapou silenciosamente.
— Quatro dias atrás, — Alec suspirou.
Senti-me tão mal, tinha certeza de que iria vomitar. Minha visão ficou
escura e turva. Pisquei algumas vezes, completamente atordoado. Eu
simplesmente não podia acreditar no que estava ouvindo.
Ele saiu...? Ryan... se foi?
— Não... — minha voz saiu da minha garganta e minha cabeça começou
a balançar para frente e para trás. — Não, não, não... Não... Ele não iria. Ele
não pode...
— Sim, foi o que pensei também, — a voz de Alec grunhiu de algum
lugar na minha frente, mas eu não conseguia ver nada. Meus olhos estavam
abertos, mas tudo estava preto.
— Não... porra. Por quê...? — Eu solucei e cobri o rosto com as mãos,
descansando todo o meu peso corporal contra a minha SUV. Apertei meus
olhos fechados e corri os dedos pelo meu cabelo. Não... Ele não pode ter ido.
Não é verdade. Ele não me deixaria sem uma maldita explicação, não é?!
Jesus Cristo, eu o amo pra caralho! Estou apaixonado por ele... Ele não pode ir
embora.
— Pra onde ele foi? — Perguntei, murmurando em minhas mãos.
— Eu não... sei, — Alec resmungou, e eu poderia dizer que ele estava
mentindo. Ele sabia onde Ryan estava, mas não ia me dizer.
De repente, senti uma pequena mão esfregando minhas costas em
círculos calmantes.
— Entre, Ben, — era a voz de Kayla. — Está frio aqui. — Ela me agarrou
pelo braço e me obrigou a ficar de pé. — Vamos. Vamos lá...
Ela me acompanhou até a calçada, dentro de seu apartamento e me
acomodou no sofá. Alec ainda parecia zangado comigo, mas
principalmente apenas deprimido. Não que eu me importasse.
Eu estava sentado dentro do apartamento de Ryan, só que não era mais o
apartamento dele. Ele tinha se mudado. Ele saiu e se afastou sem nem
mesmo dizer nada.
Eu estava tão inconsolável que mal conseguia funcionar.
Todo o apartamento ficou em silêncio por um tempo. A única coisa que
eu podia ouvir era minha respiração ofegante rápida. Eu estava mastigando
meu lábio inferior com tanta força que estava prestes a sangrar.
— Por que ele seria transferido? — Eu finalmente perguntei, me sentindo
tão tonto e com vertigens. — Ele adora o Novo México.
— Ele estava realmente ferido, Ben, — Kayla sussurrou. — Acho que ele
só queria um novo começo.
— Cometi um erro de merda, — deixei cair minha cabeça em minhas
mãos novamente. — Eu estava assustado. Eu disse a ele que sentia muito...
Jesus Cristo, se ele tivesse apenas atendido o maldito telefone, eu teria dito
a ele... — Parei e engoli em seco. — Ele deveria pelo menos ter dito adeus.
Eu merecia ouvir isso dele...
— Seu coração estava partido, — Alec apontou novamente, e abri meus
olhos para encará-lo.
— Meu coração também está partido, ok? — Eu disse. — Você não
entende a posição em que estou. Esta é a merda mais fodida que já
experimentei na minha vida. Eu não estava tentando machucar ninguém,
mas precisava pensar na minha filha! Sei que fiz isso comigo mesmo. Eu me
apaixonei por ele... e eu só precisava de um minuto para pensar... — Exalei e
esfreguei meus olhos. — Mas agora é tarde demais.
Silêncio, novamente. Ninguém estava dizendo nada, e percebi que não
iam.
Eles não iriam me confortar. Aos olhos deles, eu era o cara mau. Acho
que aos meus olhos também era.
Você fodeu tanto. Você o afastou.
— Vocês podem... por favor... apenas me dizer aonde ele foi? — Abri
meus olhos para implorar a eles. Eu sabia que parecia desesperado, sem
esperança e patético. Eu podia ver em seus rostos.
O queixo de Kayla caiu, mas ela não disse nada. Ela apenas balançou a
cabeça repetidamente, então olhou para Alec. Então eu também.
— Por favor... — implorei novamente, minha testa franzida com tanta
força que tive uma dor de cabeça terrível.
Alec se inclinou para frente, seus olhos fixos nos meus. — Eu não diria a
você para onde ele foi se me pagasse a porra de um milhão de dólares. —
Engoli em seco enquanto a bile subia em minha garganta. — Acabou, Ben.
Vá em frente e deixe-o fazer o mesmo.
Meu peito subia e descia com respirações pesadas. Estava levando tudo
que eu tinha para não quebrar. Eu não poderia fazer isso na frente dessas
crianças aleatórias, embora eu mal me importasse com o que parecia para
ninguém mais.
Isso foi o que se apaixonar por Ryan fez comigo. Eu estava tão envolvido,
transbordando de arrependimento, que não conseguia nem me reconhecer.
Eu precisava ir. Era mais cinco horas de viagem de volta para casa, e já
eram seis da tarde. Eu precisava chegar até Jessica antes da meia-noite.
Apesar de ter fodido muito com Ryan, ainda tinha uma esposa que me
amava, que nunca desistiria de mim, não importa o quão egoísta e estúpido
eu fosse de vez em quando.
Eu preciso de minha esposa.
Bufei uma respiração difícil e instável e me levantei lentamente. Meu
corpo inteiro estava fraco e pesado de tristeza.
— Bem... obrigado, eu acho... — murmurei e funguei. Afastei-me deles,
indo em direção à porta.
— Ben, espere! — Eu ouvi a voz de Kayla chiar e me virei rapidamente.
Ela pulou da cadeira e gaguejou na minha direção.
— Kayla, não se atreva, porra... — Alec rosnou para ela do outro lado da
sala. Ela revirou os olhos, em seguida, ficou boquiaberta com a
preocupação cobrindo seu rosto.
— E se eu puder mandar uma mensagem para ele... — ela sussurrou,
piscando rapidamente. — O que gostaria que eu dissesse?
— Kayla! — Alec gritou, e ela se encolheu, mas o ignorou, seus olhos
ainda presos nos meus.
— Diga a ele que o amo, — balancei minha cabeça lentamente. — E sinto
muito... E que eu nunca vou desistir dele.
Ela engoliu visivelmente e acenou com a cabeça.
Soltei um suspiro áspero e voltei para a porta, saindo rápido.
Entrei no meu carro e fui embora, olhando a estrada sem expressão. Eu
estava em transe, mal ciente do que estava fazendo. Eu estava dirigindo, em
direção a casa, minha mente correndo sobre tudo o que tinha acontecido na
semana passada.
O rádio ficou quieto. Tudo ficou em silêncio. E apenas dirigi.
Um som de bipe do meu carro finalmente me tirou dele, e percebi que
minha luz de combustível estava acesa. Parei em um posto de gasolina
perto da rodovia e enchi meu tanque. Corri para dentro para usar o
banheiro e, uma vez lá dentro, comecei a me sentir estranho.
Minha pulsação estava acelerada e um suor frio brotou em meu corpo.
Fiquei na frente da pia e joguei um pouco de água no rosto. Olhei-me no
espelho e uma onda de raiva me varreu. Eu não conseguia respirar, a
devastação arranhando minha garganta.
Cobri meu rosto com as mãos e rosnei alto em frustração e fúria.
Esfreguei meus olhos com tanta força que doeu. Eu nunca quis tanto me
machucar em toda a minha vida.
Eu precisava da dor física, para bloquear as emoções. Eu precisava me
machucar por machucá-lo...
Rugi um som gutural de dentro da minha garganta, soquei o dispensador
de toalhas de papel. Era feito de plástico, então imediatamente quebrou no
meio. Eu soquei novamente, e ele fez um barulho de trituração satisfatório.
Coloquei respirações duras em meus pulmões enquanto grunhia,
socando a coisa estúpida uma e outra vez, quebrando-a em pedaços com
meu punho dolorido até que meus dedos estivessem ensanguentados e em
carne viva. Eu arranquei o pedaço restante da parede e joguei contra a
parede oposta, pisoteando e chutando até que não houvesse mais nada.
Ofeguei por ar, agachando-me no chão e segurando minha cabeça
enquanto as lágrimas finalmente se soltavam, e eu não conseguia nem
tentar impedi-las. Meu corpo inteiro tremia enquanto eu chorava baixinho
comigo mesmo, sentindo a rachadura em meu coração, como o plástico que
acabei de demolir. Meus dedos estavam latejando, o que me distraiu da dor
em meu peito, mas apenas por um momento.
Eu simplesmente não conseguia acreditar que ele foi embora.
Ele realmente se foi.
— Sinto muito, bebê... — Eu choraminguei, minha testa descansando em
meus joelhos enquanto eu me enrolava em uma bola no chão do banheiro.
— Você estava certo... eu estava com medo de sentir isso.
Minutos se passaram e, eventualmente, me forcei a me levantar e sair do
banheiro do posto de gasolina, vagando lentamente de volta para o meu
carro.
Eu dirigi longe do meu colapso, para longe da ABQ. Tinha acabado.
Era hora de ir para casa.
À medida que me aproximava de minha cidade, a cidade onde cresci,
onde vivi toda a minha vida, percebi que tudo se fechava. Meu
relacionamento com Ryan era excitante, novo e diferente. Era tão diferente
de tudo que eu já tinha feito antes... E era isso que eu queria.
Mas aparentemente havia seguido seu curso e agora estava de volta ao
normal. De volta à vida normal, comum e entediante de Ben Lockwood.
Eu só esperava que onde quer que Ryan estivesse, ele estivesse seguro e
feliz. Não importa o quão triste eu estivesse, ainda era grato a Ryan por
trazer emoção ao meu mundo. Ele abriu caminho em minha vida e
balançou as coisas, assim como eu queria.
Mas não havia como ser mais do que isso. Eu apenas tinha que aceitar
isso.
Tudo que eu podia fazer era orar para que ele tivesse uma vida longa,
feliz e saudável, fazendo o que amava. Que ele conheceria uma garota ou
um cara legal. Apaixonar-se. Casar-se, ter filhos. Eu queria tudo isso para
ele.
Claro, pensei por um minuto que queria isso com ele... E sim, acalentei a
ideia de nós termos um relacionamento de verdade, aberto. Encontrar uma
maneira de Jess, Ryan e eu fazermos funcionar.
Mas eu não poderia segurá-lo assim. Ele ainda era tão jovem, quinze anos
mais jovem do que nós. Ele tinha toda a sua vida pela frente. Ele merecia ter
um casamento e fazer bebês com alguém. Para fazer todas as coisas que Jess
e eu já fizemos juntos.
Não era justo esperar que ele simplesmente caísse em nossas vidas já
feitas. Ele precisava fazer a sua própria.
Agora eu entendo porque ele saiu... É melhor assim.
Verifiquei o relógio quando estava saindo da rodovia para ver que eram
onze e meia. Apenas meia hora até a meia-noite, e eu estava a cerca de
quinze minutos de distância.
Respirei fundo e pisei no acelerador, dirigindo rápido em direção ao bar
onde minha esposa estava com nossos amigos. Ela já estava mandando
mensagens de texto e me ligando sem parar, explodindo meu telefone. Eu
sabia que ela provavelmente pensava que eu perderia a contagem
regressiva, mas eu não tinha absolutamente nenhuma intenção de fazer
isso.
Eu tinha fodido o suficiente para uma vida. Eu não decepcionaria
ninguém.
Corri pelas ruas, correndo contra o tempo, observando o relógio no
intervalo navegando na rota que levava ao bar onde a festa estava
acontecendo. Mas então diminuí, mentalmente me controlando enquanto
pensava sobre como meus pais morreram.
E como fiquei com medo de aprender a dirigir depois disso.
Foi apenas um acidente. Não é culpa de ninguém, realmente. Ninguém
ficou bêbado, nem nada maluco. Acho que meus pais simplesmente não
estavam prestando atenção. Em um segundo estavam vivos, e no segundo
seguinte, se foram.
Balancei minha cabeça para mim mesmo. Não valia a pena me matar por
causa disso. Eu iria chegar até minha esposa, eventualmente. E eu tinha
certeza de que ela preferia me receber tarde e vivo, do que correr para uma
sepultura precoce.
Senti uma corrida fria na espinha.
A vida era muito curta... Muito curta para gastá-la em arrependimentos e
imaginando e se.
Um acidente pode tirar qualquer um de nós deste mundo a qualquer
minuto. E por mais que eu não pudesse suportar a ideia de isso acontecer,
ainda pior era a ideia de que eu morreria antes de fazer tudo o que queria.
Antes que eu pudesse dar a minha esposa tudo que ela queria também.
Cheguei à festa faltando dez minutos para a meia-noite. Estacionei e corri
para dentro, procurando freneticamente por minha esposa. Eu finalmente a
localizei, parada com sua irmã e nossos amigos, perto do bar que tinha a
grande tela da bola na Times Square.
Corri até ela e a expressão em seu rosto quando ela percebeu que eu
consegui - eu mantive minha promessa - foi o suficiente para remendar
meu coração machucado e ferido.
Peguei Jessica em meus braços, abraçando-a com força enquanto nossos
amigos aplaudiam minha chegada. Na verdade, sorri, porque era bom estar
de volta.
Jess olhou para mim, seu sorriso desaparecendo quando ela ergueu as
sobrancelhas, perguntando silenciosamente o que aconteceu. Engoli em
seco e balancei minha cabeça.
Ela fez beicinho e a abracei novamente, me posicionando atrás dela,
segurando sua cintura enquanto assistíamos à TV. Deixei meus lábios
permanecerem em seu cabelo, beijando sua cabeça repetidamente enquanto
ela agarrava meus braços.
Já havíamos passado por muita combinação, e claramente isso era apenas
o começo. Eu podia sentir isso em meu coração. Minha vida estava longe de
terminar. Teríamos mais um milhão de aventuras, e enquanto eu tivesse
essa mulher ao meu lado, me segurando e me amando, e me apoiando... Eu
sempre estaria bem.
A multidão em Nova York aplaudiu, e todos nós também. A bola
começou a descer, pronta para nos conduzir a um novo ano.
As pessoas estavam gritando, soprando buzinas e assobios enquanto
contávamos...
— Dez, nove...
Jess pegou minha mão e apertou.
— Oito, sete...
Esfreguei meu rosto em seu pescoço, olhando a tela.
— Seis, cinco...
A bola se moveu mais para baixo e eu fiz um pedido.
— Quatro, três...
Mantenha-a feliz... Não importa o que aconteça. Jess e eu expiramos juntos, —
Dois... — Um.
Capítulo 18
Ryan
Seis meses depois…

— Não consigo acreditar que ainda estou vivo.


— Eu sei, nem eu...
— Jesus Cristo, acho que foi a coisa mais difícil que já fiz em toda a
minha vida, — resmunguei, balançando a cabeça enquanto caminhava pelo
pátio, meus olhos secos e ardentes.
— Nós somos sádicos do caralho ou algo assim? — Meu amigo Henry
perguntou, passando a mão livre pelo cabelo rebelde. Nós dois parecíamos
estar acordados por dias a fio, o que era exato. Não conseguia me lembrar
de uma noite no mês passado em que dormi mais de três horas.
— Sim. Sem dúvida, — zombei, balançando minha cabeça.
Tínhamos acabado de terminar nossos exames finais do semestre. Quatro
provas finais, completas com dois artigos e uma dissertação. Eu não tinha
nenhuma lembrança de como era uma vida normal. Era tudo sobre a porra
da Faculdade de Direito.
Graças a Deus por Henry. Ele era meu primeiro amigo em Boston e por
acaso também estava em quase todas as mesmas turmas que eu, o que foi
útil. Assim, eu tinha um amigo para me convencer a sair do riacho às duas
da manhã, quando estava estudando tanto que parecia que ia ficar cego.
Aproximei-me da estação de treinos e dei um high-five para ele.
— Eu diria que aproveite suas férias de verão, mas nenhum de nós vai
relaxar até que as notas sejam publicadas — ele riu.
— Muito verdade, — balancei a cabeça. — Me mande uma mensagem
quando acordar de dormir até julho. Podemos tomar uma cerveja.
Ele riu e acenou de volta. — Vou fazer. Fique dourado, Harper.
— De volta para você, chefe, — sorri e acenei para ele enquanto se
afastava, indo na direção de seu apartamento.
Henry morava em um loft de dois quartos no centro de Boston com
quatro colegas de quarto, todos também alunos da Suffolk Law.
Costumávamos ter grupos de estudo lá quando me transferi pela primeira
vez, mas começou a ficar muito apertado, então Henry e eu começamos a
acampar na Biblioteca Jurídica. Era mais perto do que ir para minha casa.
Manquei pelas escadas me sentindo exausto em todos os sentidos da
palavra, mas também muito realizado. Eu havia terminado mais um ano na
faculdade de direito. Contanto que eu passasse nas provas finais, o que eu
tinha certeza de que passaria, eu poderia conseguir este lindo estágio como
paralegal em uma grande firma lá na cidade. Depois, estava apenas um ano
longe do BAR. Era emocionante.
Ou era o que eu dizia para mim mesmo.
Pulei na linha verde e aninhei-me em um assento disponível, fazendo a
viagem de vinte minutos até a casa da minha tia em Allston. Na verdade,
era um apartamento muito bom, e ela foi uma santa por me deixar morar lá
de graça. Com a escola ocupando cada segundo da minha vida, eu não
tinha exatamente tempo para um trabalho e quase não tinha dinheiro.
Mas minha tia Jill era ótima. Depois que meu pai morreu, ela fez um
convite aberto para que eu ficasse com ela, sempre que eu achasse que
minha mãe era demais ou se eu não pudesse ganhar a vida em Santa Fé
com um trabalho. Nunca tive que aceitar a oferta dela, porque fui aceito na
UNM e encontrei um lugar lá fora. Mas eu sempre mantive sua oferta
generosa no fundo da minha mente. Caso eu precisasse de uma fuga...
No final das contas, eu fiz.
Abri o zíper da minha mochila e tirei meu diário, o que ganhei de Natal
há seis meses. Corri meus dedos sobre a rosa preservada sob o filme, em
seguida, abri em uma página em branco. Mordi a tampa da caneta,
segurando-a entre os dentes enquanto começava a rabiscar as palavras.
Salvo da graça salvadora de um salvador, Longe o suficiente para mudar meu
ritmo. Fugindo do que me libertaria, Dentro de mim eu não vejo mais.
Cantarolei e fechei os olhos, mastigando a tampa da caneta.
Comecei a escrever no dia em que me mudei do Novo México para
Boston. No avião. Eu estava passando por um momento tão difícil e
precisava de uma válvula de escape. Se eu não encontrasse uma maneira de
canalizar meus sentimentos, sabia que acabaria fazendo algo de que me
arrependi.
Então escrevi. Principalmente poesia, algumas canções. Algumas
histórias curtas. Estranho encontrar tempo para o fazer, visto que estava
sempre escrevendo trabalhos para a escola. As viagens de trem
definitivamente ajudavam. Eu adorava ter o tempo livre adicional.
Dirigir para a cidade era um pesadelo. Além disso, o estacionamento era
uma despesa que eu não podia pagar. Tive a sorte de minha tia ter uma
garagem onde eu poderia manter o BMW. Ela pagou para despachá-lo logo
depois que me mudei em troca de deixá-la dirigir quando ela precisasse de
um carro, o que não era tão frequente. Aqueles invernos da Nova Inglaterra
não eram brincadeira. Eu não conseguia entender como alguém dirigia em
um metro de neve.
Folheei meu diário para uma página que havia escrito em janeiro, em um
dia de inverno particularmente gélido...
O ar é afiado e pica meu rosto.
Tudo é branco.
Como isso pode estar certo?
Eu gostaria de poder compartilhar com você...
Meu peito começou a doer um pouco. Meu desejo constante de me
torturar venceu a batalha entre o cérebro e o coração, e voltei para o final do
diário, da penúltima página. Encarei a caligrafia por um momento,
sentindo-me tremer enquanto corria meus dedos sobre ela lentamente e li
novamente...
Caro Ryan,
Espero que ame este diário. Não sei o porquê, mas senti que sim. Parece algo que
você poderia usar, e eu queria que tivesse algo especial e único, porque é isso que
você é.
Não quero escrever sobre tudo o que aconteceu porque quero que encha estas
páginas de coisas boas. Como coisas da escola ou informações sobre seus clientes
grandes e sofisticados, você definitivamente terá algum dia. Ou mesmo qualquer
coisa que te faça feliz. Você está indo a lugares, garoto. Não tenho dúvidas de que,
seja o que for que decida fazer na vida, você terá muito sucesso e será excelente.
Você é tão dedicado que me deixa boquiaberto.
Eu direi uma coisa, e então prometo que não farei isso sobre mim...
Amo você. Sim, e nunca vou parar de sentir pena por não ter contado a você
quando tive a chance. Só espero que ainda sinta o mesmo, porque sei que nunca vou
deixar de amá-lo. Você mudou minha vida inteira e sou eternamente grato.
Há muito mais que quero dizer a você, mas vou esperar para dizer pessoalmente.
Com sorte, você pode encontrar em seu grande coração gigante para me dar uma
chance.
Obrigado por ser corajoso e destemido quando não pude. Nunca pare de ser quem
você é, porque você é perfeito.
Feliz Natal, bebê.
Amor sempre, Ben
Respirei fundo e fechei os olhos com força, lutando contra as lágrimas.
Fechei o diário com um tapa e coloquei-o de volta dentro da minha
mochila, inclinando minha cabeça contra a janela enquanto observava o
trem acelerando no subsolo. Funguei e esfreguei os olhos, me perguntando
por que continuava fazendo isso comigo mesmo.
Descobri a carta de Ben cerca de uma semana depois que me mudei para
Boston. Isso realmente abalou as coisas na época...
Eu estava fazendo um ótimo trabalho em não pensar nele ou em Jess. Era
como se eu tivesse construído uma parede em minha mente e me recusei a
deixar qualquer um desses pensamentos de desejo, memórias ou desejos a
penetrar. Eu estava seguindo em frente e era uma coisa muito boa.
Até que encontrei aquela maldita carta. E tudo voltou flutuando à
superfície.
Eu ainda estava orgulhoso de mim mesmo por não ter ligado para eles.
Eu queria tanto... Isso estava me corroendo por dentro. Eu tive que sair e
ficar com um estranho para me impedir de fazer isso, e mesmo isso foi uma
solução temporária.
Mas superei. Eu tinha bloqueado Ben de meus contatos no dia de Natal e
ainda não tinha desfeito. Não era tanto ele tentaria me alcançar, mas mais
por mim. Em minha mente, se eu excluísse minha conta do Instagram e
bloqueasse Ben, seria mais difícil para mim ficar obcecado em querer falar
com ele.
Claro, não bloqueei Jess ou Hailey. Eu sabia que nenhum delas tentaria
estender a mão, porque respeitavam meus limites. Embora Jess tenha
telefonado, alguns dias depois que saí...
Eu tinha considerado ligar para ela de volta, mas sabia que isso só iria
piorar as coisas. Eles não podiam saber onde eu estava ou o que estava
fazendo. Isso anularia o propósito de um novo começo.
Eu tinha falado com Hailey algumas vezes nos últimos seis meses. Fiz
questão de não contar a ela onde estava, apenas no caso de ela acabar
contando para o pai. Ben era a única pessoa que eu não queria que
descobrisse onde estava morando. Porque eu sabia que ele viria me
procurar... E eu simplesmente não poderia ter isso.
Eu ainda o amava e Jess. Eu sabia que esses sentimentos nunca iriam
embora. Eles eram muito fortes e poderosos, muito real.
Mas no final do dia, independentemente de Ben me amar ou não, nada
mudou. Ainda não podíamos ficar juntos, e era muito doloroso continuar
me colocando em risco. Estar entorpecidamente feliz e agonizantemente
triste ao mesmo tempo tinha fodido seriamente com minha sanidade
emocional. Eu ainda sentia isso, mesmo agora. E já haviam se passado seis
meses.
Hailey estava compreensivelmente confusa sobre por que eu não disse a
ela onde estava, mas ela aceitou. Ela apenas me apoiou em me encontrar e
seguir meu caminho. Ela era uma grande alma. Sinceramente, nunca
conheci ninguém como ela... Embora estivesse claro de onde ela tirou isso.
As únicas pessoas que sabiam onde eu estava eram Alec, Kayla e minha
mãe. Nenhum dos meus outros amigos do Novo México realmente se
importou muito, o que supus ser um aspecto positivo e negativo de cortar a
mídia social. Você descobre quem são seus verdadeiros amigos, mas dói
quando o faz.
Ser um estudante universitário de 22 anos era difícil de fazer sem uma
conta no Instagram. Ultimamente, estava pensando em fazer uma nova.
Afinal, não havia como Ben e Jess ainda estarem pensando em mim. Já fazia
seis meses. Isso é meio ano. Eu tinha certeza de que seguiram em frente.
Quero dizer, sim, Ben disse que nunca desistiria de mim...
Aparentemente, ele apareceu na casa de Alec e Kayla na véspera de Ano
Novo procurando por mim. E ele disse a Kayla que me amava.
Isso também me deixou um pouco louco quando descobri. Mas Alec e
Kayla eram bons amigos, e fizeram questão de não me contar até dois
meses depois, quando eu estava devidamente instalado em minha nova
vida. Naquele ponto eu já tinha encontrado a carta de Ben, então eu sabia
que ele me amava... Ou pelo menos ele disse isso no papel.
Mas descobrir que ele realmente disse isso, em voz alta, para meu amigo
foi esmagador. Eu tive que sair e ficar com outro estranho para ignorar
todos aqueles sentimentos sufocantes também.
Essa foi a extensão da minha vida amorosa desde que vim para Boston.
Fui a alguns encontros com uma garota que conheci na Starbucks alguns
meses atrás. E então fui a alguns encontros com um cara que conheci em
uma festa no Dia dos Namorados. Foi interessante e divertido, mas ainda
nunca tive essas borboletas com ninguém por aqui. Aquela sacudida
cativante e esmagadora para o seu sistema nervoso que veio da atração crua
e da química. Não sentia isso desde Ben e Jess, e passei mais tempo do que
gostaria de admitir rezando para encontrá-lo novamente algum dia.
Eu não suportava a ideia de ter perdido minha única chance de
verdadeira felicidade.
Mas eu ainda era jovem. Haveria mais chances no amor, eu tinha certeza
disso.
Desci do trem na minha parada e caminhei quatro minutos até a casa da
minha tia, apreciando o bom tempo. O sol estava alto e com uma brisa
agradável. O clima lá era tão diferente do Novo México. Ter quatro
temporadas distintas foi muito emocionante. Já tinha chegado inverno e
primavera, agora estávamos quase no verão. Eu mal podia esperar para ver
do que se tratava o outono...
Subi as escadas para o apartamento e usei minha chave para abrir a
porta. Entrei e fui atingido por um cheiro que imediatamente me deu água
na boca.
— Ei, tia, — murmurei, nas costas da minha tia. Ela estava parada em
frente ao fogão. — O que diabos está fazendo? Tem um cheiro delicioso.
Meu estômago já estava roncando. Acho que também não como há dias.
— Olá docinho! — Jill cantou, olhando para mim por cima do ombro. —
Os mirtilos estão na estação, então estou fazendo uma torta. Peguei uma
caixa deles no mercado. Achei que íamos comemorar o final do semestre!
Sorri para mim mesmo. Minha tia era realmente incrível. Ela era uma
pessoa totalmente altruísta, ao contrário de meus pais reais. Tinha muita
sorte em tê-la.
— Isso parece incrível, — sussurrei, pisando forte pelo corredor. — Você
se importa se esperarmos um pouco? Estou tão esgotado que poderia tomar
um banho e tirar uma soneca.
— Claro, amorzinho, — respondeu ela, com aquele sotaque de Boston
que me fez sorrir e estremecer ao mesmo tempo. Era uma daquelas coisas
que você amava e odiava simultaneamente. — A torta só vai ficar pronta
por algumas horas, de qualquer maneira. Vá descansar. Estarei aqui até
cerca das seis, depois vou jogar Keno na Dolly.
— Coisa certa. Obrigado, — sorri, entrando no meu quarto e fechando a
porta.
Joguei minha mochila no chão e imediatamente caí na cama. Eu mal
chutei meus sapatos antes que minhas pálpebras estivessem fechando, e eu
estava apagado como uma luz.
Quando abri meus olhos novamente, estava um pouco escuro no meu
quarto. Olhei para o relógio e vi que eram sete e meia.
— Merda... — murmurei para mim mesmo, sentando-me e esfregando os
olhos. Eu esperava que minha tia não ficasse ofendida por perdê-la, mas
descartei essa ideia rápido o suficiente. Ela não era o tipo que se
incomodava com algo assim. Ela sabia o quão duro eu estava trabalhando.
Notei um pedaço de papel na minha mesa de cabeceira e o peguei,
piscando por cima dos meus olhos sonolentos grogues para ler o que dizia.
Você estava realmente fora, garoto! Bom para você. Você merece. Relaxe e
aproveite. Você Terminou!
A torta está esfriando no fogão, então sirva-se. O sorvete de baunilha está no
freezer e o chantilly na geladeira, então vá nozes! Bem, nada de nozes de verdade
porque sei que você é alérgico.
Eu sorri e ri para mim mesmo. Minha tia era uma piada.
Vou chegar tarde, então se eu não te ver esta noite, vamos nos encontrar amanhã.
Te amo! Orgulhosa de você! Tia Jill
PS. Um amigo seu parou procurando por você. Eu disse a ele que estava
dormindo e que ligasse mais tarde. Eu teria oferecido deixá-lo esperar em casa, mas
não o reconheci. Ele disse que voltaria mais tarde.
Fiz uma careta e minha testa franziu. Um amigo? Que amigo?
Tropecei em minha mochila e localizei meu telefone. Não havia
chamadas perdidas ou mensagens de texto de ninguém, a não ser uma
mensagem em grupo com alguns amigos da escola que estavam todos
tagarelando sobre como as provas finais eram difíceis e como deveriam ser
feitas. Então, mencionaram que iam sair mais tarde para tomar uma cerveja,
mas metade deles reclamaram de cansaço e decidiram coletivamente adiar
para amanhã... ou na próxima semana.
Encolhi os ombros e fui para o banheiro, entrando no chuveiro. Fiquei
um tempo ali, saboreando a sensação da água morna, e relaxando, sabendo
que não tinha mais o que estudar, sem mais livros, textos ou madrugadas
alimentando minha mente. Eu estava pronto até setembro. Foi
imensamente satisfatório.
Saí do chuveiro e vesti uma calça de moletom, depois fui para a cozinha.
A torta estava me chamando, como naqueles desenhos antigos em que o
vapor tomava a forma de uma mão e começava a seduzir você em sua
direção.
Cortei um pedaço enorme com duas colheres gigantes de sorvete e
sentei-me à mesa da cozinha pronto para devorar as delícias caseiras. Mas
antes que eu pudesse dar uma mordida, houve uma batida na porta.
Bufei e cerrei minha mandíbula. Quem quer que estivesse me
interrompendo de comer essa torta iria se arrepender. Eu estava a dois
segundos de puxar um Jason Biggs e realmente fazer sexo com ele.
Ok, talvez não... Mas ainda assim! Estou com muita fome, caramba!
Eu relutantemente me levantei e destranquei a porta, abrindo-a
lentamente para que pudesse espiar para o corredor e ver quem estava
atrapalhando minha refeição.
Olhos azuis travaram nos meus e todo o meu corpo congelou. Todo o
fôlego soprou meus pulmões em uma longa varredura.
Oh meu Deus...
— Ei, garoto, — a voz de Ben soou no corredor, aquele som tão familiar,
embora eu não tivesse ouvido o que parecia uma eternidade, deslizando
dentro dos meus ouvidos, direto no meu cérebro. Foi como se tudo o que
fiz nos últimos seis meses tivesse desaparecido repentinamente e eu
estivesse de volta ao lugar a que pertencia.
Foi a resposta mais surpreendente a duas palavras que já experimentei.
Minha boca se abriu, mas não pude responder. Não pude dizer nada.
Apenas fiquei lá, olhando pela porta aberta, para o homem que eu
amava. O homem que me destruiu. O homem de quem evadi pelo país para
fugir.
Que estava agora aqui, em Boston, na minha casa. Parado no corredor,
olhando para mim.
Ele parecia quase exatamente o mesmo. Seu cabelo estava um pouco
crescido, mas ainda tinha o mesmo estilo que eu estava acostumado, sua
barba cresceu um pouco, revestindo aquela mandíbula esculpida. Seus
olhos azuis estavam tão brilhantes, embora um pouco cansados, mas ele
ainda era tão bonito. Olhar para ele agora trouxe todos os sentimentos que
já senti por ele saltando de volta para mim, como um chute no peito.
Eu ainda estava sem palavras. Não conseguia me mover. Não conseguia
respirar. Eu nem acho que meu coração estava batendo. Posso ter morrido.
Apenas parado ali na porta, olhando para Benjamin Lockwood
enlouquecendo, como o que diabos está acontecendo!?
— Eu uh... desculpe aparecer assim... — ele gaguejou, finalmente
quebrando o silêncio. Seu rosto estava tão sério. Ele parecia que ia vomitar.
— Vim mais cedo e conheci sua tia. Ela parece legal. — Ele ergueu as
sobrancelhas.
Isso está me deixando louco agora.
Ele estava falando comigo como se tudo estivesse normal. Como se não
tivéssemos quebrado. Como se eu não tivesse bloqueado o número dele e
me mudado para a porra do outro lado dos Estados Unidos da porra da
América para ficar longe dele porque eu estava apaixonado por ele e nunca
poderíamos ficar juntos.
Eu não tinha ideia do que estava acontecendo. Eu estava seriamente
prestes a desmaiar.
— Garoto, você está bem? — Ele perguntou suavemente. — Está muito
pálido.
— Estou vendo um fantasma... — minha voz saiu do fundo da minha
garganta. — Você não está realmente aqui. Isso é uma miragem ou algo
assim.
Seu lábio inferior fez esse adorável beicinho e meu coração pulou no meu
peito.
Jesus Cristo, o que diabos há de errado com você?! Você esqueceu tudo o que
aconteceu antes de partir? Não desmaie por ele! Grite com ele! Ele é malvado,
lembra?!
Meu corpo fez o oposto do que minha mente estava sugerindo.
— Desculpe, estou sendo muito rude. Entre, — murmurei, abrindo a
porta e dando um passo para o lado.
— Obrigado, — ele passou por mim, dentro do apartamento. Senti seu
cheiro e estava tendo palpitações cardíacas.
Fechei a porta e me virei para encará-lo bem a tempo de pegá-lo me
examinando, provavelmente pela minha falta de camisa. Isso me confundiu
profundamente, como toda a sua presença estava fazendo no momento.
Levantei minhas sobrancelhas para ele. — O que diabos está fazendo
aqui? Como me achou? Você veio do Novo México? O que quer?
Respirei fundo e fechei os olhos, encostando as costas na porta.
— Hum, está bem. Muitas perguntas, — ele acenou com a cabeça,
passando a mão ao longo da nuca. — Compreensível. Então... eu precisava
vê-lo. É por isso que estou aqui. Não fique bravo, mas eu finalmente
consegui arrancar alguns detalhes de Kayla...
Kayla... Deus, eu sabia que ela seria a primeira a ceder. Ela está muito
hipnotizada pela sensualidade de Ben. Era inevitável.
— Como diabos... — respirei, tendo uma experiência fora do corpo. Eu
me senti como se estivesse em um sonho ou algo assim. Não havia como
isso ser real.
— Tenho incomodado ela todos os dias desde que você partiu, — ele me
disse. — Tenho que admitir, ela realmente não deu nada por um tempo.
Mas então ela deixou escapar que você foi transferido para Suffolk.
Procurei Suffolk Law e encontrei um aqui em Boston. Lembrei-me de você
dizendo que tinha uma tia que morava aqui, e achei que seria um lugar
perfeito para ir... onde você teria temporadas novamente. — Ele fez uma
pausa e eu o vi engolir em seco. — De qualquer forma, fiz algumas
escavações. Demorou um pouco... Mas finalmente encontrei as informações
da sua tia.
— Então você simplesmente entrou em um avião e voou por todo o país?
— Agarrei. Ele balançou a cabeça lentamente, parecendo culpado,
totalmente preparado para eu gritar com ele. — Jesus, Ben, poderia apenas
ter me ligado...
— Você me bloqueou, — ele grunhiu, aparentemente magoado com o
fato.
— Você poderia ter usado o telefone de Jess... — murmurei, aceitando
internamente que provavelmente teria ficado tão irritado se ele tivesse feito
isso.
— Eu precisava vê-lo... — ele deu de ombros, franzindo os lábios no
chão.
— Por quê? — Bufei, avançando e cruzando os braços sobre o peito. —
Por que precisa me ver agora, depois de todo esse tempo?
— Bem, primeiro, precisava vê-lo o tempo todo em que esteve fora, — ele
disse, mudando seu peso para frente e para trás, sendo seu eu sempre
inquieto. A visão disso me fez querer sorrir, mas me forcei a não sorrir. —
Só demorei todo esse tempo para te encontrar. Quero dizer... isso e eu
queria dar a você algum espaço...
— Isso está me dando espaço? — Perguntei, incapaz de controlar a
mordida em meu tom. — Você me procurando por todo o país...
— Sim. Te dei seis meses, — ele resmungou, aquela excentricidade
mandona e controladora finalmente se mostrando novamente.
Honestamente, me deu uma estranha sensação de excitação, como
borboletas voando em meu esôfago. Eu não podia acreditar que na verdade
ainda sentia tanto a falta dele. Eu não queria admitir para mim mesmo, mas
claramente seis meses não era tempo suficiente para apagar meus
sentimentos por ele.
— Ben, eu só... — Murmurei e balancei a cabeça. — Não posso acreditar
que está aqui.
Seus olhos se suavizaram e ele me deu o olhar mais intenso de desejo que
eu já vi em um ser humano antes. Isso apertou meu peito e espalhou calor
por todo o meu corpo.
— Posso te abraçar...? — Ele sussurrou, e mordi com força o interior da
minha bochecha, tentando conter as lágrimas. — Por favor?
— Foda-se... — choraminguei e fui até ele, fechando a lacuna
rapidamente.
Ele passou os braços em volta de mim e me apertou com tanta força que
senti como se estivesse sendo estrangulado até a morte. Mas da melhor
maneira possível. Eu o segurei, aninhando meu rosto na curva de seu
pescoço e apenas respirando-o.
Eu estava inteiro novamente. Eu odiava absolutamente o fato de sentir
falta dessa parte de mim desde que parti. Eu odiava que ele tivesse o
controle do meu coração, ainda, mesmo depois de meses tentando esquecê-
lo.
Eu odiava, mas adorava estar com ele agora. Amei a sensação de seu
corpo quente e duro pressionando contra o meu. Amei seus grandes braços
me envolvendo, me segurando. Amei as respirações doces que ele estava
respirando no meu ouvido. Adorei sentir seu coração bater firme no meu
peito.
Eu o amava. Eu o amava pra caralho.
Suas mãos fortes correram pelas minhas costas, esfregando meus ombros
brevemente antes de segurar minha cabeça, penteando meus cabelos com
os dedos. Eu estava me desfazendo.
Eu não tinha ideia de porque estava fazendo isso comigo mesmo, mas
parecia tão certo.
Esse era o problema com Ben e eu. Mesmo quando estava errado, parecia
certo.
Eu não conseguia me convencer de que era ruim quando me sentia tão
bem.
Ben se afastou apenas o suficiente para traçar seus lábios suavemente ao
longo da minha mandíbula. Meu pau enrijeceu, mas fechei meus olhos e os
apertei, tentando muito fingir que não o queria. Uma lágrima escorregou
do meu olho e eu sutilmente a enxuguei nele.
Seus lábios ainda estavam roçando minha bochecha, perigosamente perto
da minha boca. Eu precisava beijá-lo fisicamente. Meu corpo precisava se
lembrar de como era bom quando nossos lábios se tocavam. Eu era como
um fumante que havia parado de fumar há anos e estava indo atrás daquele
único cigarro. O que iria me quebrar.
Ou talvez apenas um selinho rápido... Como um adesivo de nicotina. Uma
solução rápida para aliviar minha mente e corpo...
Não, pare com isso, Harper. Isso é muito ruim. Olha o quão longe você chegou?
E vai voltar logo, assim?? Você é mais forte do que isso!
— Ben... — cantarolei, minha voz mal saindo da minha garganta seca. —
Não...
— Não o quê...? — Ele falou uma respiração suave, sua mão encontrando
minha mandíbula para que ele pudesse me segurar no lugar.
— Não podemos... — Ordenei ao meu corpo para ficar parado e não
agarrar seu rosto e fazê-lo foder o meu como eu queria.
— Só um pouco... — ele choramingou, seus lábios perfeitamente curvos
movendo-se no meu rosto quando ele falou, avançando cada vez mais perto
de onde nós dois os queríamos. — Por favor...
Porra... Eu adoro quando ele implora. Ele é um maldito maníaco por controle,
quando diz por favor, eu só quero cada parte dele sobre mim.
— Não diga isso... — meus lábios tremeram, e eu podia sentir sua ereção
quando ele pressionou seus quadris nos meus. — Sabe que me deixa louco
quando você implora...
— Bebê, senti tanto sua falta, — ele admitiu suavemente com um arrepio.
— Só um beijo, por favor, bebê. Estou morrendo por isso...
— Foda-me... — Ofeguei enquanto ele lenta e suavemente roçava seus
lábios nos meus. Ele gemeu e meu pau latejou contra o dele.
Meu pau já estava sólido como uma rocha e por algum motivo isso me
deixou com raiva.
Ele tinha que saber o quanto me machucou, o quanto eu vinha sofrendo
sem ele. Eu não tinha dúvidas de que ele estava sofrendo também.
Principalmente depois da maneira como deixei as coisas na véspera de
Natal. Mas foi culpa dele. Ele deveria estar sofrendo. Dei a ele meu coração,
ofereci-o em uma bandeja de prata e ele me recusou. Ele precisava sentir
aquela dor, as repercussões de suas ações.
Afastei-me dele e ele abriu os olhos, me dando um olhar de rejeição e
tristeza.
— Ben, você não pode simplesmente voltar valsando para a minha vida
depois de tudo o que aconteceu e pensar que vamos... — Acenei minha mão
no ar entre nós, e ele respirou fundo, balançando a cabeça lentamente.
— Sinto muito... — ele murmurou, mordendo o lábio, olhando para os
sapatos. Então ele olhou de volta para mim, seus olhos se tornando muito
mais severos. — Ryan, sei que já me desculpei com você. Mas vou me
desculpar mais um milhão de vezes, se for necessário. Eu fodi tudo... Eu
fodi tudo regiamente, mas você tem que me perdoar.
— Eu tenho que fazer? — Engasguei-me, surpreso com o que ele estava
dizendo.
— Sim... sim, — ele acenou com a cabeça. — Você tem que perdoar.
Porque eu estava com medo. Eu sou humano, Ryan. Os humanos cometem
erros. Você não pode usar isso contra mim para sempre. E eu sei, você se
mudou para cá para começar do zero e se encontrar e descobrir tudo, mas
sei que está infeliz sem mim e Jess. Porque somos infelizes sem você.
Ele fez uma pausa e olhou para mim, seu peito subindo e descendo com
respirações nervosas. Ele observou meu rosto de perto, provavelmente para
ver se eu lutaria com ele, ou se eu queria que ele continuasse.
E apenas aquele olhar me fez cair ainda mais apaixonado por ele do que
eu sabia que poderia.
Ele estava mudando, por mim. Ele não estava mais tentando me
controlar. Ele não queria ter-me, ele queria estar comigo.
Meus olhos brilharam um pouco e dei a ele um aceno sutil. Apenas o
suficiente para deixá-lo saber para continuar.
— Ryan, mal posso esperar para ouvir tudo sobre o que tem feito aqui, —
ele murmurou. — Tenho certeza de que tem sido divertido, excitante e
novo. Você é tão perfeito e qualquer lugar que for será perfeito. Mas, bebê,
precisamos de você. Eu preciso de você... Jess precisa de você...
Sua voz sumiu e ele pegou minha mão, nossos dedos instintivamente se
entrelaçando. Aconteceu naturalmente e foi fenomenal.
— Há outra razão pela qual vim vê-lo... — ele sussurrou, e todos os meus
músculos ficaram tensos. Ele parecia tão sério que estava me assustando. —
Eu preciso te contar uma coisa. E vai mudar tudo completamente. Então,
antes de fazer, eu preciso...
Ele parou de falar novamente e desta vez sua testa franziu e ele parecia
quase dolorido. Eu estava orando, do fundo do meu coração, para que tudo
estivesse bem.
Que não havia nada de errado com ele... Ou Jess.
Oh Deus, por favor, deixe eles ficarem bem. Se estiverem tipo, doentes ou algo
assim, não vou conseguir lidar com isso.
A seriedade iminente de tudo o que ele tinha a dizer acendeu um fogo
dentro de mim. Eu precisava que ele soubesse que tudo o que ele estava
prestes a dizer, eu estava lá. Que eu sempre o amaria, não importa o quê.
Agarrei sua mandíbula com meus dedos e puxei seus lábios nos meus,
beijando-o suavemente e impaciente. Nós dois gememos na boca um do
outro, e Ben imediatamente separou os lábios, deslizando sua língua para
dentro para encontrar a minha.
— Porra, Ben... — Choraminguei, beijando-o repetidamente, puxando-o
pelos cabelos.
— Ryan... — ele ofegou, passando as mãos sobre meu peito e estômago,
agarrando minha cintura. — Eu... Mmm... bebê, eu...
— Estou aqui, Ben, — respirei, chupando seu saboroso lábio inferior
fazendo beicinho enquanto ele lutava por coragem para dizer o que eu
sabia que ele queria dizer. — Diga-me...
— Eu te amo, — ele disse e então gemeu, seu corpo inteiro tremendo,
como se ele tivesse acabado de ser libertado de algumas correntes
invisíveis. — Oh meu Deus, eu te amo, Ryan.
Meu pau estava tão duro que tinha seu próprio pulso. Puxei-o o mais
perto possível de mim enquanto chupava sua boca em todos os lugares,
passando minha língua sobre a dele.
— Eu te amo, Ben, — engasguei-me, e ele gemeu novamente, esfregando
seu corpo duro no meu. — Você sabe que eu te amei o tempo todo...
— Sim... sim, sei, — ele choramingou. — Eu também. Apaixonei-me por
você Ryan... Bebê, sinto muito por estar com medo. Prometo que nunca vou
te machucar novamente. Apenas volte para casa.
Ele estava implorando para mim, em seu tom e suas ações. Ele me queria
tanto de volta, eu podia sentir isso.
Mas estava ficando tão real tão rápido. Mudei-me. Mudei de escola, no
meio do semestre, o que era basicamente desconhecido. Eu estava indo
muito bem em Boston e gostava de lá. Eu não podia simplesmente me
levantar e voltar para o Novo México porque ele queria que eu o fizesse. Só
porque ele me amava.
Puta merda, estamos apaixonados. Ai meu Deus... acho que tenho um homem de
novo. E uma mulher!
Espere, e quanto a Jess? Ela está a bordo com isso também? Por que ela não veio
com ele?
Não, isso é loucura. Não posso voltar. Preciso estar aqui para o estágio e para a
escola. Preciso terminar o que comecei. Eu não posso simplesmente desistir de tudo
porque estou em um relacionamento. Talvez poderíamos fazer a longa distância um
pouco... Só por mais um ano, até que eu passar no BAR.
Mas espere, então só poderei exercer a advocacia no estado em que fui aprovado
na Ordem dos Advogados. Talvez Ben e Jessica se mudassem para Boston para ficar
comigo...?
Não, Ben tem sua empresa lá. Além disso, Hailey. Oh meu Deus, isso é uma
merda. Acabamos de ficar juntos e já temos que terminar novamente!
Acho que Ben podia sentir minhas hesitações repentinas e se obrigou a
parar de me beijar, embora fosse seriamente trabalho para nós dois. Eu
estava com tanto calor por ele que mal conseguia respirar. Meu corpo
inteiro estava queimando de luxúria reprimida e tensão sexual.
Claro, eu tinha ficado com algumas pessoas desde que estive lá, mas
nenhuma delas sequer arranhou a superfície de como era com Ben, Jess e
eu. Eu nem estava no meu radar.
Ben descansou sua testa na minha, correndo os dedos pelo meu peito,
traçando as curvas dos meus músculos, lentamente, tentadoramente,
provocando minha pele com seu toque suave.
— Eu fodidamente senti tanto sua falta... — ele sussurrou, inclinando a
cabeça para o lado enquanto observava minha boca.
— Eu também... — respirei, o contorno agressivo do meu pau duro super
visível através da minha calça de moletom cinza.
— Nunca parei de pensar em você, — ele continuou, seu tom tão carente
e cheio de desejo. — Nem por um minuto. Sonhei com o que aconteceria se
eu te recuperasse...
— Mostre-me... — Implorei, batendo meus quadris contra os dele.
Apenas aquele toque do meu pau endurecido em sua virilha enviou uma
onda de eletricidade pelo meu corpo. — Porra, bebê, preciso de você.
— Ryan... — ele engoliu em seco, balançando a cabeça lentamente. — O
que eu tenho que te dizer... É muito sério. Vai ser intenso. Preciso saber se
está pronto...
O medo fez meus dentes ficarem tensos. Eu estava tão assustado, não
sabia como reagir. Afastei-me e observei seu rosto por alguma inclinação
quanto ao que ele queria dizer. Mas não consegui lê-lo.
Seu rosto estava sério, mas seus olhos ainda estavam encobertos por sua
óbvia excitação. Respirei fundo e corri minhas mãos pelo meu cabelo.
— Você está me assustando pra caralho... — resmunguei. Ele não disse
nada, apenas acenou com a cabeça. — Isso já é tão opressor. Só preciso de
um segundo para pensar.
— OK, bebê. Leve o tempo que precisar, — ele cantarolou. — Sei que
apenas invadi e sacudiu tudo. Quer dizer, parece que você estava prestes a
comer... — Ele fez uma pausa e olhou para o meu prato de torta e sorvete
derretido. — Seja lá o que é…
Eu ri e balancei minha cabeça. —Era torta de mirtilo caseiros e sorvetes,
mas agora está tudo derretido.
Ele sorriu largamente e puxou a cadeira. — Bem, não me deixe impedi-lo.
Você provavelmente está morrendo de fome. Coma, bebê. Posso esperar.
— Você está sendo desnecessariamente doce, — grunhi, sentando-me na
cadeira. — Isso está me assustando.
— Desculpe, — ele sorriu, um sorriso devastadoramente lindo, e se
encostou na mesa. — Você quer que eu seja mau?
— Mm... Não. Não mau, — respondi, cavando minha colher na mistura
de torta e sorvete, em seguida, deslizando-a em minha boca. Mesmo tudo
derretido junto era completamente delicioso. — Apenas Mandão Ben. Eu te
amo exatamente do jeito que você é. Todos os seus defeitos, imperfeições e
peculiaridades que o tornam perfeito pra caralho.
Ele fez beicinho para mim. — Eu te amo muito.
Dei outra mordida, tentando abafar meu sorriso fora de controle.
— Não posso acreditar que está aqui, — eu disse a ele. — Sinto que estou
em um sonho.
— Eu também, — ele sussurrou, me observando com atenção. — Boston
é lindo. Eu gostaria de poder passar mais tempo aqui.
— Quanto tempo vai ficar? — Perguntei, um nó crescendo no meu
estômago, o que estava tornando difícil desfrutar da minha guloseima
gostosa.
Ele olhou para mim por um momento antes de responder. — Até eu te
convencer a voltar para casa.
— Ben, eu só... — Balancei minha cabeça. — Tenho uma coisa toda
acontecendo aqui. Não posso simplesmente me levantar e sair...
— Segure esse pensamento, — ele me cortou, aproximando-se de onde eu
estava sentado. Então ele se inclinou. — Posso tentar uma mordida?
Fiquei boquiaberto para ele com os olhos arregalados, meu pulso
acelerando dentro de mim. Balancei a cabeça lentamente e peguei um
pouco de torta e sorvete derretido na colher, em seguida, levei-o aos lábios.
Ele manteve seu olhar no meu quando abriu a boca e deu a mordida, tão
lento, chupando a colher antes de puxar seus lábios. — Mmm... — ele
murmurou, lambendo os lábios. — Isso é realmente bom. — Ok... Acho que a
conversa séria pode esperar.
Levantei-me lentamente diante dele e ele me olhou, curioso e desejoso.
— Você quer mais? — Levantei minha sobrancelha e ele cantarolou.
— Sim, por favor, — ele sussurrou, fazendo aquela coisa suplicante e
submissa que eu amava. Era como se ele conhecesse a combinação perfeita
de Ben mandão e Ben carente que poderia me deixar selvagem.
E eu estava pronto. Eu tinha esperado seis longos e difíceis meses por este
momento, que eu não tinha certeza se aconteceria novamente. Eu nunca me
senti tão ferido em toda a minha vida.
Ben agarrou minha cintura e me virou para que eu apoiasse minha bunda
contra a mesa. Ele pegou a colher e mergulhou no sorvete de baunilha
derretido, então parou diante de mim, seu corpo grande entre minhas coxas
separadas, e passou a colher rapidamente pelo meu lábio inferior.
Engasguei e ele sorriu, movendo-se lentamente e estendendo sua língua,
deslizando-a sobre meu lábio, lambendo o sorvete. Cantarolei e não pude
evitar. Deslizei minha língua para roçar a dele, sentindo o gosto de varrer.
— Bebê... — ele gemeu, em seguida, recuou, piscando lentamente.
Ele mergulhou a colher no sorvete novamente, desta vez deixando um
rastro de baunilha na minha garganta, no topo do meu peito. Meu coração
estava martelando dentro de mim quando ele se inclinou e começou a
lamber, beijar e chupar o sorvete da minha pele.
Eu estava basicamente escaldante, agarrando a borda da mesa com
minhas mãos enquanto o observava plantar beijos por todo o meu pescoço,
esfregando sua virilha na minha para que eu pudesse sentir o quão duro ele
estava.
A colher voltou para buscar mais, e desta vez ele deslizou em meu peito,
no meu peito e sobre meus mamilos. Antes de continuar com seu joguinho,
ele puxou a camisa pela cabeça, jogando-a no chão. Então sua boca estava
imediatamente em mim, lambendo, sua língua quente lambendo o creme
de leite, cobrindo meus mamilos com seus lábios e chupando-os bem e
forte.
— Oh Deus, Ben... — Gemi, estendendo a mão para segurar sua cintura.
Ele fez a coisa do sorvete novamente, desta vez passando a colher no
meu abdômen e minha trilha feliz, na minha pélvis, até a cintura da minha
calça. Sua boca foi para a cidade, seus lábios macios em cima de mim, me
deixando fraco, a antecipação crescendo a partir de sua lenta descida pelo
meu corpo.
Ele finalmente puxou minhas calças para baixo - eu estava entrando em
ação - até minha ereção estourar, pronta para a ação. Ele olhou para mim e
ergueu a sobrancelha daquele jeito sexy e arrogante de Ben que fez meu
pau estremecer na frente de seu rosto.
— Mmm... Ryan, você não tem ideia do quanto eu queria isso... — ele
murmurou, e mordi meu lábio, observando-o tomar uma colher de sorvete
derretido e derramar em toda a minha carne sólida.
O sorvete desceu pelas laterais do meu eixo e ele rapidamente o pegou
com a língua, lambendo para cima e para baixo, chupando e beijando meu
pau latejante.
— Ben, — engasguei-me, e ele brincou sob a cabeça do meu pau com sua
língua até que vacilei. — Senti falta da sua boca...
— Senti falta de chupar seu pau grande e suculento, — ele rosnou,
selando seus lábios sobre mim enquanto me trabalhava, lentamente no
início, então pegando o ritmo.
Eu gemia, segurando sua mandíbula enquanto ele movia sua boca para
cima e para baixo, me chupando garganta abaixo. Seus olhos
permaneceram nos meus o tempo todo enquanto ele me chupava até que eu
mal conseguia ficar de pé. Eu tinha levado chupada algumas vezes nos
últimos seis meses, mas Ben destruiu completamente qualquer pessoa cuja
boca já havia trabalhado no meu pau. Ele era pra caralho perfeito em tudo o
que fez para mim. E eu sabia que era porque o amava.
E ele me amava.
O pensamento fez com que meu orgasmo viesse, então eu o parei rápido,
embora ele não parecesse querer parar. Levantei-o e desabotoei suas calças,
girando-o para que ele ficasse encostado na mesa. E então eu o empurrei
para trás até que ele estivesse sentado na beirada, as pernas abertas comigo
no meio.
— Minha vez, — sussurrei, dando a ele um olhar totalmente tortuoso. Ele
engoliu visivelmente, e eu estava tão pronto para brincar com meu homem.
Usei o sorvete para deixá-lo excitado, como fez comigo, pingando por
todo seu corpo gloriosamente musculoso, beijando-o em todos os lugares
que eu pudesse alcançar, enquanto esfregava meu pau nele, a fricção
ameaçando me desfazer.
Quando estávamos ambos ofegantes e pegajosos, tirei sua calça e boxer,
tirei totalmente minha calça de moletom e empurrei-o ainda mais para cima
na mesa. Ele engasgou e se inclinou para trás, permitindo-me abrir suas
pernas e chupar seu pau.
Saboreei cada segundo que ele estava em minha boca, cada centímetro
dele empurrando minha garganta até que eu não pudesse respirar. Chupei
forte, para cima e para baixo em seu comprimento, relaxando minha
mandíbula para caber em sua circunferência. Era inacreditável o quanto ele
parecia maior, já que eu não estava com ele há seis meses. Era como se seu
pau crescesse centímetros de comprimento e largura enquanto estávamos
separados, o que eu sabia que não era verdade. Mas eu tinha acabado de
sentir tanta falta dele. Senti falta de seu pau perfeito, em toda a sua glória.
Movi meus beijos em suas bolas e ele estremeceu diante de mim, seu
peito largo arfando para cima e para baixo enquanto ele ofegava meu
nome. Então eu fui para a bunda dele.
— Uhh... Ryan... porra, sim, bebê... — ele tremia enquanto eu o abria e o
lambia repetidamente. Enfiei minha língua dentro dele e senti seu pau
estremecer na minha mão.
Sorri, beijando suas bochechas. — Você gosta disso?
— Sim... — ele gemeu, sua bola apertando. — Deus, não me faça gozar
ainda. Quero-o dentro de mim.
— Foda-se... — Assobiei, meu pau latejando um pouco de excitação.
Levantei-me e acariciei com a maciez, espalhando mais suas pernas e
pressionando minha cabeça contra ele.
Ele olhou para mim, tão fodidamente lindo com suas bochechas coradas
e suas pálpebras caídas. Eu nunca quis nada tanto quanto queria amar seu
corpo com o meu.
— Leve-me, Ryan, — ele se engasgou. — Me faça seu.
— Você é tão meu, bebê, — rosnei e forcei meu pau grosso dentro dele.
Ele estava apertado como o inferno, obviamente não fazia isso há um
tempo, então esfreguei sua bunda e quadris, observando enquanto ele
visivelmente relaxava para mim. Então empurrei novamente, e ele me
deixou entrar, a cabeça do meu pau explodindo em sua entrada.
— Ryan! Oh meu... Deus... — ele falou lentamente, seus olhos revirando
enquanto eu continuava a empurrar, me alimentando dentro dele, cada vez
mais fundo.
Assisti meu pau desaparecer dentro de sua bunda e foi totalmente
fantástico. Eu não conseguia nem controlar meus movimentos. Eu era como
uma máquina, dedicada a alcançar as profundezas dele que ninguém mais
havia feito.
Recuei e entrei, mais, mais fundo, mais forte, dando-lhe tudo de mim,
fodendo-o na mesa da cozinha e não dando a mínima para nada no mundo
além de nós.
Movi-me sobre seu corpo, tocando-o em todos os lugares, beijando seus
lábios, sua mandíbula, seu pescoço, segurando seus quadris, sua cintura,
suas mãos. Eu simplesmente não conseguia o suficiente. Eu queria muito e
era apenas uma pessoa.
Acariciei meu pau entre suas pernas, bem no fundo de seu traseiro,
bombeando nele repetidamente, a mesa rangendo embaixo de nós. Ben
estava gritando todos os tipos de palavras e gemidos e grunhidos,
apertando sua mão em torno de sua ereção enorme enquanto eu o fodia
com tudo que eu tinha.
— Ben... eu te amo pra caralho, bebê... — Eu disse a ele, bolas no fundo
de sua bunda enquanto nós fodíamos como animais, duros e crus, suando e
rosnando de puro prazer.
— Eu te amo, Ryan...— ele falou lentamente, sua voz rouca enquanto
envolvia suas longas pernas em volta de mim, me segurando perto. — Você
me fode tão fodidamente bem...
Meus quadris estavam trabalhando horas extras, empurrando nele com
todas as minhas forças, músculos contraídos por todo o meu corpo. Eu
podia sentir o orgasmo se aproximando, como se estivesse no limite, pronto
para cair.
— Porra, bebê... vou gozar em você...— cantarolei, segurando seu rosto
para que eu pudesse observá-lo.
Ele gemeu alto, empurrando seu pau com força. — Vai me fazer gozar,
Ryan...
— Goza para mim, bebê, — eu disse asperamente, batendo em sua
bunda, os sons de nós batendo nas paredes.
— Foda-se... — ele gritou, e pude senti-lo enrijecer. Ele estava bem ali
comigo.
— Bebê, olhe para mim, — ordenei, e ele forçou seus olhos a abrirem. —
Deixe-me vê-lo.
Ele choramingou, pressionando os lábios, lutando para manter os olhos
abertos enquanto gozava, seu pau grande e grosso disparando em seu
clímax por todo seu abdômen.
— Ryan! — Ele se engasgou, o olhar em seu lindo rosto me puxando com
ele. Eu o soltei e comecei a gozar, meu pau explodindo como um maldito
foguete, derramando meu orgasmo bem fundo dentro dele.
— Ben... puta merda, bebê... Sim! — Tremi, segurando-o em meus braços
enquanto nossos corpos balançavam juntos, nós dois arquejando e
ofegando por ar.
— Oh merda, eu te amo pra caralho... — Ben cantarolou, puxando meu
rosto para ele, beijando meus lábios suavemente.
— Eu te amo pra caralho, Ben, — resmunguei, deslizando minha língua
entre seus lábios.
Nós nos beijamos por alguns minutos enquanto descíamos do nosso
barato, e eu mal conseguia processar o que tinha acabado de acontecer.
Ben estava aqui. Ele veio me buscar, porque me amava.
Ele era meu e eu era dele.
E nós apenas transamos na mesa da cozinha da minha tia.
Uau... Jesus. Desculpe, tia. Lembre-me de limpar isso antes que alguém coma
aqui.
Ben começou a se mexer e me afastei dele rápido, então o ajudei a se
levantar.
— Ai, porra, — ele grunhiu através de uma risada dolorida. — Você não
tem uma cama? — Ele perguntou, erguendo a sobrancelha.
Dei a ele uma risada de desculpas. — Me desculpe, querido. Fui varrido
no momento.
— Mmm... eu também, — ele sorriu, beijando-me suavemente.
— Você quer ir tomar um banho? — Perguntei, e ele acenou com a cabeça
com entusiasmo.
— Sim, por favor. Tenho sorvete em cima de mim, — ele sorriu,
balançando as sobrancelhas.
— Lembre-me de sempre ter nossa geladeira abastecida com sorvete, —
eu murmurei com um sorriso, mas ele sumiu quando percebi o que tinha
dito.
O rosto de Ben ficou sério e ele me observou de perto.
— Bebê, precisamos conversar, — ele respirou.
— Ok... vamos limpar primeiro, — resmunguei, deliberadamente
ignorando o assunto, e o levei para o banheiro.
Nós tomamos nosso tempo tomando banho. Era uma das minhas coisas
favoritas a fazer com Ben. Desde aquela primeira vez, tornou-se nosso
pequeno ritual. Eu valorizava esses momentos e tinha plena consciência do
quanto sentia falta deles quando não os tinha.
Nós brincamos no chuveiro, lavando o cabelo um do outro, beijando e
tocando e sendo tão fofos que meu coração com certeza explodiria. Então
finalmente saímos e enrolamos toalhas em volta da cintura, tropeçando em
meu quarto, completamente embriagados de amor um no outro.
— Você pelo menos trouxe uma bolsa ou algo assim? — Perguntei a ele,
puxando uma calça de pijama para nós dois.
— Não, — ele zombou. — Quão presunçoso seria? Venho implorar para
que você me aceite de volta, mas apareço com uma bolsa para passar a
noite... — Ele riu, e eu ri.
— Você tem razão, bebê, — sorri, e ele mordeu o lábio.
Ben vestiu o pijama e sentou-se na beira da minha cama, me observando
de perto. Quando olhei para ele, ele deu um tapinha no colchão,
sinalizando para eu me sentar ao lado dele, o que eu fiz, embora meu
coração agora estivesse batendo a mil por hora.
Eu sabia que ele queria falar sobre qualquer merda séria que ele
precisasse me contar, e eu estava com medo disso. Eu não queria descer
deste alto, mas eu tinha a sensação de que tudo o que ele estava prestes a
dizer definitivamente faria exatamente isso.
Ele se virou para mim e segurou minhas mãos.
— Bebê, vou te dizer uma coisa, — ele sussurrou, seus olhos presos nos
meus. — Quero que processe primeiro, e então podemos conversar, ok?
— Ben, você está realmente... me assustando, — choraminguei, meus
dentes quase batendo.
— É meio assustador... — ele balançou a cabeça. — Mas apenas me
escute...
Prendi a respiração e, de repente, o tempo diminuiu ao nosso redor. Era
como se estivéssemos debaixo d'água ou algo assim.
As íris azuis de Ben brilharam em mim, e eu estava com tanto medo que
não conseguia me mover.
Mas então o canto de sua boca se curvou em um pequeno sorriso
hesitante, e minha testa franziu.
— Jess está grávida.
Meus olhos estavam tão arregalados enquanto eu olhava para Ben. Não
acho que tenha piscado em minutos.
Ele estava olhando para mim, sem dizer nada, esperando pacientemente
que eu processasse o que ele acabara de me dizer.
Eu estava tentando processar... Mas não sabia como.
Fiquei completamente perplexo, perplexo, confuso. Puta merda, chocado.
A primeira coisa a se mover no quarto, além do meu peito arfante, foi a
cabeça de Ben. Ele inclinou para o lado enquanto me encarava, erguendo as
sobrancelhas como se quisesse que eu falasse. Mas ainda não consegui. Eu
não tinha nem ideia do que dizer.
Depois de mais alguns momentos de silêncio intrigado, eu finalmente
abri minha boca para responder. E ainda me levou um minuto.
— Sua esposa está... grávida...? — Bufei, minha voz tão baixa que parecia
um guincho dentro da minha garganta.
Ben acenou com a cabeça, e um pequeno sorriso adorável e animado
apareceu em seus lábios antes que ele puxasse a lábio entre os dentes.
— Jessica está... grávida... — Engasguei a palavra novamente, respirando
fundo e segurando-a.
— Mhm, — ele grunhiu, balançando a cabeça mais uma vez. Ele estava
observando meu rosto com muito cuidado, dando-me um olhar que eu
realmente não conseguia identificar.
— Oh meu Deus, Ben, — balancei minha cabeça repetidamente, meus
olhos arregalados fixos nos dele. — Parabéns. Isso é... incrível.
Ele sorriu muito, então semicerrou os olhos para mim. — Você acha?
— Sim! Claro, — aplaudi. — Você queria isso, não é?
Ele balançou a cabeça lentamente, seus olhos descendo para nossas mãos
unidas enquanto ele corria os polegares sobre meus dedos.
— Foi uma surpresa, — ele sussurrou. — Quero dizer, inesperado... Não
estávamos planejando...
O olhar em seu rosto foi uma das coisas mais doces que já testemunhei.
Ele estava tão obviamente feliz, nervoso e animado. A aparência de um
futuro pai. Era tão fofo que eu não conseguiria desviar o olhar se tentasse.
— Sim, mas ainda assim... — continuei, — sempre disse que queria outro
bebê.
— Não é tarde demais, não é? — Ele perguntou, seus olhos pousando nos
meus novamente enquanto sua testa franzia. — Não sou... muito velho?
Eu ri baixinho e balancei minha cabeça, advertindo-o com o movimento.
— Você não pode estar falando sério... — Eu repreendi, e ele sorriu. —
Ben, você tem trinta e seis anos. Trinta e seis não é velho. Algumas pessoas
têm o primeiro filho aos quarenta.
Ele olhou para mim novamente por um tempo, sem dizer nada. O olhar
em seu rosto estava me deixando um pouco inquieto. Eu não tinha certeza
do porquê, mas senti que havia algo mais que ele precisava dizer.
Um nó se formou em meu estômago e engoli em seco. Oh, merda... sei o
que é isso.
Como poderíamos continuar nos vendo quando havia um bebê na foto?
Não faria nenhum sentido.
Foi por isso que ele veio aqui. Ter uma última noite incrível comigo antes
de termos que dizer adeus para sempre. Meu peito já estava começando a
doer de novo.
Mas então fiz uma pausa. Espere... Por que ele teria me pedido para voltar
para casa então? Se ele estava me dizendo adeus... Por que ele iria falar sobre como
ele e Jess precisavam de mim?
Ben obviamente viu as engrenagens girando em minha mente e respirou
fundo.
— Bebê... — ele falou calmamente, estendendo a mão para escovar meu
cabelo para trás com os dedos. — Você entende o que isso significa...?
Fiquei boquiaberto para ele por um momento, então balancei minha
cabeça. Eu realmente não queria.
Talvez algo a ver com Hailey...? Eu me pergunto...
— Hailey já sabe? — Perguntei baixinho, minha mente correndo.
Ele assentiu. — Sim. — Estou tão confuso.
— E... Jess está feliz? — Perguntei com cuidado. Ele acenou com a cabeça
novamente. — E saudável?
— Sim, — ele sorriu, aquela coisa orgulhosa de ser papai de novo que
estava me fazendo desmaiar tanto, apesar do quão perdido eu estava. Ele
estava agindo tão estranho. Eu simplesmente não conseguia definir o que
era. — Saudável e feliz... brilhante. Desejando uma abundância de queijo e
picles. E donuts. Meu Deus, os donuts. — Ele riu baixinho e balançou a
cabeça, o que me fez sorrir. — Nunca vi alguém comer meia dúzia de
donuts sozinho de uma vez. É selvagem.
Eu ri, um desejo estranho se estabelecendo ao meu lado. Tive um desejo
repentino e irresistível de ver Jess. Eu queria abraçá-la, beijá-la e tocar sua
barriga. Eu queria vê-la gingar e chorar por causa de um absurdo. Senti-me
tão excluído, estava me deixando desconfortável.
— De quanto tempo ela está? — Perguntei, minha cabeça girando com
todos os tipos de pensamentos e sentimentos que eu não conseguia avaliar.
Sempre foi assim conosco. A felicidade cegante e a depressão severa. Eu
estava começando a pensar que não havia como superar isso.
Ben engoliu em seco visivelmente e olhou para mim por um momento.
Ele estava muito sério novamente. Meu estômago embrulhou. O que diabos
está acontecendo?!
— Vinte e cinco semanas, — ele sussurrou.
Balancei a cabeça, então minha cabeça inclinou para o lado. Espera...
— Vinte e cinco...? — Olhei para ele. Ele não estava piscando.
— Cerca de seis meses... — ele acrescentou, sua voz tão baixa. Ele ergueu
as sobrancelhas para mim.
— Ela já está grávida de seis meses? — Bufei. — Não posso acreditar que
você não me disse antes...
— Queríamos que você terminasse o semestre, — respondeu Ben, de
novo tão suave que parecia que estava hesitando.
Congelei, boquiaberto para ele como se ele tivesse acabado de brotar
mais duas cabeças.
— Por que precisava me deixar... terminar o semestre...? — Perguntei,
meu corpo inteiro tremendo de repente.
— Ryan, ouça, — Ben fechou os olhos por um momento. — Eu sei que
isso é uma surpresa. E é... confuso. Quero dizer, esse foi o outro motivo
pelo qual não contamos a você imediatamente... Porque não tínhamos
certeza do que pensar sobre isso no início. Mas, quero dizer, faça as contas,
bebê...
Ele fez uma pausa, apertando minha mão com força na sua, aqueles olhos
azuis brilhantes olhando para mim.
Engoli em seco. Faça as contas…?
Comecei a me contorcer. Tudo estava se movendo em câmera lenta.
— Ben... por favor, — murmurei, tremendo até o meu núcleo. — Apenas
me diga o que está pensando...
— O que estou pensando, Ryan, é que vou ser pai... — ele sussurrou. — E
você também.
Meu coração bateu tão forte que realmente doeu. — Eu...? — Ben acenou
com a cabeça, dando-me um olhar ansioso.
— Como? Como... O que...? — Minha respiração estava instável.
— Bebê, relaxe, — ele sussurrou, deixando escapar uma risadinha que
era tão doce e tão confusa que senti que ia chorar. — Está tudo bem. Sei que
é assustador.
— Então você acha... — respirei, me atrapalhando com as palavras. — O
bebê pode ser meu?
— Pode ser, — ele sorriu, correndo os dedos ao longo do meu queixo. —
Se você se lembra daquela semana... Seria difícil saber com certeza sem
fazer um teste de paternidade. E não pode fazer isso até depois que o bebê
nascer. Mas Jess e eu conversamos sobre isso. E concordamos que nós...
realmente não nos importamos. Não queremos saber de nenhuma maneira.
Minha cabeça estava girando. Eu definitivamente desmaiaria.
— Você não quer? — Grunhi.
— Nah, — ele balançou a cabeça. — Nós só queremos que volte para
casa. Volte para onde você pertence. Com a gente... e nosso bebê.
No ritmo em que meu coração estava batendo, provavelmente eu teria
um ataque cardíaco em breve. Eu realmente precisava relaxar.
— Ben... — Bufei, — Como diabos isso funcionaria? Eu simplesmente não
vejo como...
— Ryan, não pense nisso agora, — ele me interrompeu, segurando meu
rosto com as mãos. — Nós vamos descobrir isso. Vamos encontrar uma
maneira. O que tudo acontece é que eu te amo e Jess te ama. E você nos
ama... certo?
Concordei. — Sim. Eu amo muito vocês dois.
— Bom, — ele deu um suspiro de alívio e eu ri, sentindo como se uma
represa estivesse prestes a estourar. Por favor, não chore. Vai ser tão
constrangedor. — Então o que você diz? Vai voltar para casa? Ir para casa e
seja um papai... — Ele sorriu tão doce, eu estava derretendo em todos os
lugares.
Sem uma única hesitação, comecei a balançar a cabeça, repetidamente.
Sem parar.
— Sim. Sim... oh meu Deus... porra, vou ser pai, — choraminguei,
tremendo.
Ben riu baixinho e me agarrou com força, puxando-me para seus braços.
— Sim, você vai.
Nós esperamos um pouco. Sinceramente, nem sabia quanto tempo
ficamos apenas segurando um ao outro, respirando e nos deleitando com os
sentimentos, a excitação. Meu corpo inteiro estava vibrando. Este era um
momento tão insano.
Eu finalmente me afastei, olhando para Ben enquanto meus pensamentos
giravam loucamente e confundiam meu cérebro.
— Merda... O bebê vai nascer bem quando eu devo começar a escola... —
eu sussurrei.
Ben mordeu o lábio inferior por um minuto. Então balancei minha
cabeça.
— Não importa, — bufei. — Eu vou descobrir isso. Tenho certeza de que
posso chegar alguns dias atrasado, se for para o nascimento do meu... —
Minha voz sumiu. — Nós sabemos se é uma menina ou um menino?
Ben sorriu. — Eu sei. Jess quer que seja uma surpresa. Ela disse que se eu
contar, ela vai me cortar em pedacinhos e me dar de comida para um
crocodilo. — Eu ri alto e ele riu. — Ela é incrivelmente severa quando está
grávida, então... isso é algo pelo qual ansiar.
— Vou tomar cuidado, — murmurei, sorrindo.
— Então... Você quer saber? — Ele perguntou, levantando a sobrancelha.
Pensei nisso por um minuto.
— Ainda não, — suspirei. — Aviso você.
— Tudo bem... se você diz, — ele cantou, sem revelar nada. Olhei para
ele.
— Eu provavelmente posso adivinhar, — murmurei, passando minha
mão em seu peito firme.
— Oh sim? Você pensa assim, não é? — Ele murmurou, um olhar
presunçoso em seu rosto sexy que me fez querer pular sobre ele.
— Mhm... Você não é tão sorrateiro quanto gosta de pensar que é, —
inclinei-me para beijar seu pescoço suavemente.
— Mostre-me o que você tem, garoto, — ele resmungou, ofegante por
causa do calor que nos cercava.
— Mmm... garoto, — espiei em seu rosto. Sua expressão estava em
branco, apenas um pequeno sorriso fraco brincando em seus lábios. —
Garoto...? — Ele riu, ainda sem revelar nada. — Droga! Apenas me diga!
— Você quer saber ou não? — Ele riu.
— Não, eu não, — cantarolei, excitação e nervosismo correndo pelo
áspero meu corpo. — Jess e eu ficaremos surpresos, enquanto o obcecado
pelo controle Ben tem todas as respostas.
Ele riu e mordeu o lábio, caindo para trás na cama, me puxando para
cima dele. Eu ri, montando em sua cintura e tomando suas mãos nas
minhas, segurando-as na cama enquanto eu o beijava repetidamente.
— Espera! — Interrompi nossa pequena sessão de beijos com um suspiro
assustado.
— O quê? — Ele perguntou, sem fôlego.
— Jess está sozinha? — Fiquei boquiaberto com ele, a preocupação
cobrindo meu rosto.
Ben relaxou e riu baixinho, balançando a cabeça. — Ela está bem. A irmã
dela vai ficar lá até voltarmos.
— Você continua dizendo que eu apenas vou aparecer com você e mudar
para sua casa para que possamos ser uma pequena família disfuncional... —
Eu estava deixando minhas dúvidas e inseguranças me consumirem.
— Nós vamos, — ele disse com confiança. — Olha, sei que está com
medo. Eu também. E Jess também. Na verdade, ela parece muito menos
preocupada do que qualquer um de nós... Mas vai ficar tudo bem, bebê.
Encontraremos um caminho, juntos. O que quer que tenhamos que fazer...
Faremos funcionar.
Olhei para ele com espanto atordoado. Eu não entendia como o que ele
estava dizendo poderia ser verdade. Com nossos amigos e família... e
Hailey. Como poderíamos explicar a que estávamos juntos? Criar um bebê
como um trio... Como entenderiam e aceitariam isso?
— Não se preocupe com o que as outras pessoas possam pensar, — ele
continuou, lendo minha mente daquela maneira que me fez sentir tão
conectado a ele, como deveríamos ser, desde o início dos tempos. — Se não
podem aceitar, foda-se. Não precisamos de ninguém além de nós.
— E quanto a Hailey...? — Sussurrei. O rosto de Ben vacilou por um
momento, seu pomo de Adão balançando em sua garganta sexy, coberta
com aquela deliciosa barba por fazer que eu queria correr meus lábios.
— Vai ser difícil... — ele respondeu, expirando lentamente. — Ninguém
está dizendo que não vai ser... difícil. Mas no final, sei que ela só vai querer
que sejamos felizes.
— Como você sabe...? — Perguntei, incapaz de permitir a mesma
confiança que ele tinha para superar meu ceticismo. Ainda não. Isso me fez
sentir um idiota por não ter tanta fé quanto ele. Mas eu ainda estava me
recuperando de tudo o que tinha acontecido nas últimas horas.
— Eu simplesmente sei, — ele murmurou, dando-me segurança com seus
olhos e seu tom profundo e enfático. — No meu coração. Ela é minha filha...
Ela vai mudar de ideia.
Balancei a cabeça lentamente e observei seus olhos azuis enquanto
brilhavam para mim na luz fraca do meu quarto. Inclinei-me, mantendo
meus olhos nos dele até o último segundo, beijando-o suavemente, fazendo
nós dois ofegarmos.
Nós nos beijamos por um tempo, nos contorcendo na minha cama,
esfregando-nos um no outro e nos mexendo em todos os lugares, deixando
o amor fluir entre nós. Foi uma sensação incrível.
Eu estava inteiro novamente. Ele curou meu coração.
E eu seria pai.
Ainda não consigo acreditar.
Horas depois, ainda estávamos deitados na cama, nus, sob meus
cobertores, quietos e saciados. Meu coração estava cheio. E o de Ben
também. Pude sentir isso.
Eu estava deitado em seu peito, ouvindo a batida, gradualmente
diminuindo a velocidade com as batidas agressivas que acontecia quando
ele estava dentro de mim. Agora não era mais do que um leve murmúrio,
batendo suavemente no meu rosto, que estava descansando em seu
músculo peitoral firme.
Os dedos de Ben estavam no meu cabelo, labutando enquanto os meus
traçavam os pontos em seu abdômen, tentando me conter para não tocar
em seu ponto sensível. Nunca me senti mais contente em toda a minha
vida.
Entre todo sexo e carinho, conversamos muito. Ben queria ouvir tudo
sobre cada coisa que eu fizera desde que deixei o Novo México, e o
agradeci, retratando a história de minha jornada para a costa oposta. Contei
a ele tudo sobre a escola, meus amigos e minha tia, sem omitir detalhes.
Mesmo quando tentei polir algo, ele me interrompeu e me fez ser
específico. Eu até contei a ele sobre as pessoas com quem eu tinha ficado e o
consolei quando ele ficou todo com ciúmes e mal-humorado por causa
disso.
Combinamos que eu voltaria para casa com ele amanhã, de volta ao
Novo México. De volta a Jessica... Nossa esposa grávida. Bem... a esposa de
Ben. Minha namorada, eu acho. Ainda estávamos elaborando a
terminologia.
Mas Ben me prometeu que seríamos uma parceria igual. Chega de ciúme,
ou animosidade. Não há mais controle ou esconderijo. Não era um casal
mais eu. Éramos um trio. Uma trilogia. A trifeta final.
— Como o Star Wars original, — Ben sorriu, passando os dedos pelas
minhas costas enquanto nomeamos trios famosos.
— Ou os Três Patetas? — Eu ri e ele deu uma risadinha. — Os três
Mosqueteiros.
— Snap, Crackle e Pop... — ele murmurou e engasguei.
— Oh meu Deus, devemos totalmente chamar o bebê de Pop, — eu ri.
— E quanto ao Crackle? — Ben brincou, e eu pude ouvi-lo revirando os
olhos, o que me fez rir de novo.
— Oh sim, mas assim que o bebê nascer, seremos quatro de nós, —
apontei. — Além disso, Hailey...
— Mmm... você está certo, — ele suspirou. — Cinco de nós poderiam ser
os Backstreet Boys. — Eu ri alto e senti seu corpo retumbando em sua
risada.
— Se você nomear todos os cinco Backstreet Boys agora, vou te dar uma
bronca, — virei meu rosto para ele e sorri.
Ele semicerrou os olhos para mim, aparentemente imerso em
pensamentos, o que me fez rir de novo.
— Nick, AJ... Brian...? — Ele grunhiu, realmente pensando muito. Eu
concordei. — Hum... porra. Justin?
— Nããão, Justin é do NSync, — balancei minha cabeça e ele fez beicinho.
— Droga! Jess totalmente teria entendido isso, — ele bufou.
— Muito ruim. Sem boato para você, — zombei, e ele sorriu, sacudindo
seus quadris contra os meus.
— Tenho certeza de que poderia fazer você fazer isso de qualquer
maneira... — ele murmurou, me dando um olhar tortuoso.
— É assim mesmo? — Movi-me para beijar seu pescoço, lento e suave,
porque ele cheirava tão bem ali.
— Mhmmm... Você é meu, afinal.
— Eu sou seu, Sr. Lockwood? — Ronronei em sua doce carne.
— Ah, sim. — Sua voz era tão profunda e rosnada que eu podia sentir em
meus lábios. — Todo meu e de Jess.
— Não vejo um anel neste dedo, — provoquei, beliscando sua clavícula.
— Nós poderíamos consertar isso... — ele sussurrou, e parei, lentamente
me afastando para olhar para ele.
— Sim? — Eu levantei minha sobrancelha. — Isso é legal?
Ele riu alto e mordeu o lábio. Essa risada, aquele sorriso... Eles estavam
me matando suavemente, ao estilo Lauren Hill.
— Hmmm... não tenho certeza, — ele deu de ombros, segurando meu
queixo com seus longos dedos. — Mas não preciso de um governo para me
dizer o que é real e o que não é. Você poderia ser o Sr. Lockwood... se
quiser.
Meu estômago embrulhou. Mas então estreitei meu olhar para ele. — Ou
você poderia ser o Sr. Harper...
Ele riu de novo. — Bom ponto. Por que você não é Ryan Harper
Lockwood e eu serei Ben Lockwood Harper?
Sorri com o quão doce ele era. Era quase insuportável. — E Jess poderia
ser Jessica Lockwood Harper também?
— Inferno sim, — ele gorjeou, dando-me um sorriso brilhante. — Por que
diabos não?! Nós damos as ordens, bebê. É o nosso mundo, podemos fazer
o que quisermos.
Beijei seus lábios suavemente. — Precisamos começar a pensar em nomes
de bebês...
— Oh, Jess já tem uma lista, — ele suspirou. — Ela quer que todos nós
nos sentemos juntos para examinar isso. — Nós dois rimos juntos.
— Então acho que ela estava otimista sobre eu voltar para casa com
você...? — Perguntei, observando seus olhos.
— Ela realmente te quer de volta, bebê, — respondeu ele, acariciando
meu rosto com ternura. — Nós dois fazemos. E ela sabia que, uma vez que
você descobrisse sobre o bebê, não iria querer perder um único momento.
— Bem, sim. Já perdi tanto... — Bufei, um pouco chateado com isso. —
Seis meses de consultas médicas e ultrassonografias e aulas de Lamaze3...
Você já construiu alguma mobília para bebês?
Ben riu baixinho e balançou a cabeça. — Não. Isso é tudo você, papai.
Meu pau estremeceu contra sua cintura. — Meu Deus, não comece com
isso... Não vamos sair desta cama tão cedo. — Ele riu diabolicamente e
beijou meus lábios.

3 O método de Lamaze foi desenvolvido pelo obstetra francês Fernand Lamaze como uma
alternativa à intervenção médica durante o parto. O objetivo do método de Lamaze é manter a mãe relaxada e
focalizada na respiração.
— Oh, e não fizemos nenhuma aula de Lamaze ainda, — ele me disse,
seu hálito quente na minha boca. — Eu acho que é no próximo mês. Jess vai
te dar a programação.
Eu não tinha certeza se ele estava brincando, mas esperava que não. Eu
queria fazer tudo com eles. Não queria perder mais um segundo dessa
gravidez.
Uma batida na minha porta me tirou da minha bolha de bebê, e rolei para
fora de Ben, lutando para pegar minhas roupas.
— Garoto, você está bem aí? — Minha tia chamou pela porta.
Comecei a me vestir freneticamente enquanto Ben ria de mim, me dando
uma aparência de louco.
— Sim! Estou bem, só... recebi um amigo — gritei minha resposta, então
me encolhi e balancei a cabeça. — Por que é isso que eu escolheria dizer? —
Murmurei para Ben, que deu de ombros, ainda rindo.
— Você tem permissão para receber amigos? — Ele riu, deitado de costas,
parecendo todo quente e sexy e lindo pra caralho, nu na minha cama com o
cobertor apenas cobrindo seu pau desgastado.
— Sim, claro, — corri meus dedos pelo meu cabelo. — Só tenho que dizer
a ela que estou indo... estou nervoso.
Ben se levantou lentamente, esticando os braços atrás das costas. — Vou
te ajudar.
— Obrigado, bebê.
Terminamos de nos vestir e nos endireitar. Respirei fundo antes de abrir
a porta do meu quarto, me preparando mentalmente para o que eu tinha
certeza de que seria uma conversa estranha.
Ben e eu saímos do quarto e descemos o corredor em direção onde minha
tia estava sentada, no sofá da sala, fumando um cigarro. Seus olhos
alternaram entre Ben e eu, e ficou claro que ela estava tentando permanecer
impassível, mas sua cabeça parecia que ia explodir.
— Ei, garoto — ela murmurou, dando outra tragada no cigarro, os olhos
agora presos em Ben. — Você está bem?
— Mhm, — balancei a cabeça rapidamente, engolindo em seco. — Hum...
Tia, este é Ben. — Acenei minha mão na frente de Ben como a porra de um
mágico ou algo assim, então olhei para ele. — Ben, esta é minha tia Jill.
Ben sorriu educadamente, parecendo exatamente o delicioso bolinho que
ele era.
— Prazer em conhecê-la... de novo, — ele colocou a mão no meu ombro,
apertando-o suavemente.
O rosto de minha tia ainda estava congelado.
— Ben é de casa... — murmurei, tentando descobrir como explicar o que
diabos estava acontecendo. — Novo México. Ele veio me ver...
— Veio através de todo o país? — Jill perguntou, erguendo as
sobrancelhas para o céu. — Deve ter sido importante.
— Foi, — Ben acenou com a cabeça, seu tom suave e doce. — Tive que vir
buscar meu homem de volta.
Ele sorriu para mim e senti meu coração pular no peito. Mas então eu
imediatamente olhei para a minha tia, esperando que ela começasse a me
perguntar quanto tempo eu era gay. Eu sabia que isso ia acontecer. A
qualquer segundo agora...
— Bem... desculpe-me se não é da minha conta, mas está na minha casa,
— Jill começou, fumando o cigarro mais uma vez. — Posso ver essa aliança
no seu dedo... Só espero que não esteja confundindo meu sobrinho com
algo que ele não deveria ser. Ele é um bom menino, como tenho certeza de
que você sabe.
Minha boca abriu enquanto eu olhava para minha tia. Ela estava sendo
protetora. Fiquei um pouco chocado. Eu não esperava isso.
— Hum, sim... Então, sou casado, — Ben começou, se atrapalhando com
suas palavras. — É uma espécie de... situação complicada... — Ele me
lançou um olhar e ergueu as sobrancelhas, perguntando silenciosamente se
eu queria contar à minha tia sobre nosso estado de relacionamento.
Eu dei de ombros e balancei a cabeça. Não há melhor momento do que o
presente.
Vou ter que me acostumar com isso, de qualquer maneira...
— Oh, tenho certeza de que é complicado, — Jill revirou os olhos. — Isso
é o que todos os homens casados dizem.
— Não, tia, não é assim, — me aproximei e me sentei ao lado dela no
sofá. — Olha, preciso te contar uma coisa. — Olhei para o meu colo e
respirei fundo. — Vou ser pai.
Meus olhos deslizaram de volta para os da minha tia e ela parecia
completamente perplexa.
— Pai...? — Ela perguntou, suas sobrancelhas levantadas tão altas que
eram uma parte de seu couro cabeludo.
— Sim, — sorri para Ben e acenei com a cabeça. Ele caminhou
casualmente até o sofá e se sentou ao meu lado, agarrando minha mão na
dele. — Estamos tendo um bebê.
Jill ficou em silêncio por um momento, olhando para mim com o queixo
aberto. Ela finalmente piscou algumas vezes e balançou a cabeça.
— Corrija-me se eu estiver errada, mas da última vez que verifiquei
nenhum de vocês tem as partes adequadas para fazer isso, — ela grunhiu,
olhando para nós como se fôssemos loucos. — A menos que... oh garoto. Eu
sinto muito. Você é um transgênero? — Ela olhou para Ben com um pesar
apologético estampado em seu rosto. — Nesse caso, devo dizer que fez um
ótimo trabalho. Você parece todo homem para mim.
Virei minha cabeça lentamente, olhos arregalados dando uma olhada em
Ben enquanto ele ria baixinho.
— Não... Tia... — Eu ri, balançando minha cabeça. — Ben não é uma
mulher. Quero dizer... nenhum de nós é. — Parei para rir um pouco mais.
— Oh... — ela suspirou e balançou a cabeça. — OK. Então vai adotar?
Isso não demora um pouco?
Ben ainda estava rindo à minha esquerda, e era tão fofo que estava
tornando essa conversa terrivelmente desconfortável muito mais fácil de
suportar.
— Não... não é bem isso também, — bufei e me mexi na minha cadeira.
— Tia, Ben é casado com uma mulher. O nome dela é Jessica... e ela está
grávida. — Fiz uma pausa e a deixei absorver isso, mas continuou com
minha explicação antes que ela pudesse lançar mais teorias prematuras
loucas para mim. — Você vê, Jessica, Ben e eu... nós estivemos... juntos. Nós
três.
Levantei minhas sobrancelhas para ela, esperando que ela processasse o
que eu estava dizendo.
Ela ainda parecia muito confusa, mas balançou a cabeça lentamente.
— Tivemos uma briga e é por isso que me mudei para cá, — continuei, —
mas agora que Jess está grávida, preciso ir para casa. Preciso estar com
minha família... e nosso bebê.
— Uau, criança... — Jill respirou, caindo para trás em sua cadeira. Olhei
para o cigarro dela, que tinha uma cinza muito comprida, como aquelas
velhas nos cassinos. Ela colocou no cinzeiro e depois olhou para mim. —
Tem certeza de que é isso que quer?
— Sim, — balancei a cabeça, olhando para Ben por um momento,
sorrindo e apertando sua mão. — Estou apaixonado por eles, tia. Estou há
um tempo. E eu agradeço muito por me deixar mudar para cá e pagar por
tudo... Você tem sido uma santa. Ajudou-me mais do que minha própria
mãe jamais ajudou...
Parei antes que pudesse me engasgar e senti a mão de Ben acariciando
gentilmente minhas costas. Adorei tê-lo ali, me apoiando. Finalmente
parecia que estávamos em um relacionamento real. Falar com as pessoas,
abertamente. Confortando um ao outro e apoiando um ao outro. Isso era
tudo com que eu sonhava desde que mudei de lugar, tudo o que eu vinha
tentando como o inferno me convencer de que não queria, embora fosse
inútil. Não havia como mentir para o meu coração.
— Ryan, eu te amo, — disse Jill, passando os dedos pela minha bochecha.
— Você é como o filho que nunca tive, sabe disso. Só quero que seja feliz. E
se estar com esse cara e sua esposa, criar um bebê com eles vai fazer isso,
então eu digo para ir em frente.
Respirei fundo e sorri, mostrando a ela o quão grato eu estava com meus
olhos. Senti Ben relaxar ao meu lado e achei tão fofo que ele estivesse
nervoso com isso. Não era como se ele estivesse conhecendo meus pais ou
algo assim... Embora eu suponha que, de certa forma, seja.
— Agora, quero que prometa que vai ficar na escola, no entanto, — Jill
exigiu, me dando um olhar severo. — Ou pelo menos, siga seus sonhos.
Relacionamentos são todos muito bons. E sim, as crianças podem ocupar
muito tempo. Mas você precisa ter algo mais para mantê-lo determinado.
Algo mais para encher sua xícara. Não deixe sua felicidade depender de
outras pessoas. —Wow... Isso é sábio.
Balancei a cabeça lentamente, dando a minha tia um sorriso amoroso. Ela
estava certa. O que quer que tenha acontecido, eu precisava descobrir o que
realmente me fazia feliz, fora do meu relacionamento com Ben e Jess, e
nosso bebê. Se fosse advogado, eu poderia me transferir para a UNM,
embora possam me odiar um pouco por tudo isso.
E se não era para ser, então talvez eu pudesse encontrar outra coisa...
Mas eu sabia que minha tia estava certa. E Ben também. O mundo era
definitivamente nosso. O que quer que eu quisesse, poderia fazer acontecer.
Finalmente, meu coração foi restaurado. Eu me senti invencível.
— Esse é um ótimo conselho, Jill, — a voz de Ben sussurrou ao meu lado
e olhei para ele. Ele sorriu e eu não pude resistir. Eu só tive que beijá-lo.
Meus lábios se encontraram com os do meu homem até que de repente
estremeci e me afastei.
Oh merda, a mesa...
— Hum, tia, você não esteve na mesa da cozinha quando voltou para
casa, esteve? — Perguntei nervosamente, levantando-me rapidamente.
— Não... ainda não, — respondeu ela, hesitante, estreitando o olhar para
mim em suspeita. — Mas eu estava prestes a comer um pouco daquela
torta...
— Oh, tudo bem! Não, isso é ótimo! — Eu gaguejei, correndo em direção
à cozinha, vasculhando os armários em busca de Lysol. — Eu só preciso
hum... consertar... algo. Temos algum spray de limpeza?
Ouvi Ben rir alto e mordi meu lábio.

Ben e eu estávamos sentados no aeroporto, perto do nosso portão,


esperando a chamada do voo para o Novo México.
Era oficial. Eu estava voltando para casa.
Bem, não exatamente.
Eu não voltaria para Albuquerque. Eu estava me mudando para minha
nova casa. A casa de Ben e Jess em Tularosa.
Ainda não tínhamos certeza de como tudo funcionaria. A casa para a
qual eu estava me mudando era a casa de Hailey também. E ela ainda não
sabia que eu estava namorando seus pais. E que eu seria um co-pai de seu
novo irmãozinho.
Hailey tinha seu próprio apartamento na escola - ela não estava morando
nos dormitórios - então ela nunca se mudava para casa nas férias de verão.
Mas ainda assim... Se ela quisesse voltar para casa para ver sua mãe
grávida, o que era uma possibilidade provável, então ela voltaria para uma
grande surpresa.
A situação toda ainda era muito opressiva e complicada. Minha mente
estava correndo como uma louca desde que Ben apareceu ontem e me disse
que eu seria pai.
E ele ainda não tinha respostas para metade das minhas perguntas, mas
eu não poderia estar com raiva dele. Eu estava tão feliz por estar de volta
com ele. Eu estava nervoso e com mais medo do que antes.
Mas eu também estava animado. Eu estava feliz e ansioso para o futuro.
Ligamos para Jess na noite passada, enquanto empacotávamos minhas
coisas. Ela ficou tão animada por ouvir falar de mim - por saber que eu
estava voltando para casa - que começou a chorar ao telefone. Eu estaria
mentindo se dissesse que também não chorei um pouco. E Ben também.
Foi um momento maravilhoso, incrível e perfeito para nós três. Apenas
ouvir sua voz reafirmou todos os sentimentos em meu intestino.
Eu precisava estar em casa com ela. Precisava fazer parte de sua
gravidez. E eu preciso construir alguns móveis de bebê, caramba!
Ben estava em seu telefone, lendo algo enquanto agarrava minha mão,
metodicamente acariciando o polegar sobre meus dedos. Eu estava calmo e
ansioso ao mesmo tempo. Sempre ficava um pouco nervoso antes de voar.
Mas, principalmente, mal podia esperar para chegar em casa e ficar com
nossa mulher. Eu estava imaginando como ela estava... quão grande era sua
barriga, o quanto ela estaria brilhando. Eu estava tão impaciente, eu estava
pronto para correr para a pista e ajudá-los a preparar o avião eu mesmo.
— Ryan, — a voz firme e profunda de Ben retumbou para mim. Levantei
minha cabeça em sua direção. — Relaxe querido. Posso senti-lo tremendo.
— Ele ergueu os olhos do telefone e ergueu as sobrancelhas para mim
daquele jeito sexy que sempre fazia meu estômago apertar.
Respirei fundo e balancei a cabeça rapidamente. — Desculpa. Estou
apenas... pronto para ir para casa, porra. Tipo, quanto tempo leva para
encher um avião com gasolina ou o que quer que estejam fazendo por lá??
Meu joelho estava saltando rapidamente enquanto eu batia meus dedos
na minha bolsa. Ben riu e inclinou a cabeça para o lado, dando-me um olhar
adorável.
— O quê? — Perguntei, minha testa franzindo enquanto eu olhava para
ele.
— Sabe o quanto eu te amo? — Ele respirou, piscando para mim
lentamente. Um pequeno sorriso apareceu em meus lábios.
— Acho que sim... — Murmurei, meu rosto esquentando um pouco de
timidez, e o fato de que eu não tinha certeza do quanto ele me amava...
Embora, eu gostasse de pensar que estava começando a entender, já que ele
voou por todo o país para me levar de volta.
Ben se virou em sua cadeira, enfiando o telefone no bolso. Ele pegou
minhas duas mãos nas suas, aqueles olhos azuis brilhantes fixos nos meus,
me segurando no lugar. E de repente, eu não estava mais me movendo.
Tinha parado totalmente de me remexer e estava completamente imóvel,
hipnotizado pelo homem dos meus sonhos, que estava olhando para mim
com um olhar que eu nunca esperaria ser real até que o experimentei por
mim mesmo.
— Você mudou minha vida inteira, bebê, — ele sussurrou, totalmente
focado em mim, e nada mais. — Eu costumava pensar que tinha tudo no
mundo planejado. Eu estava com o controle total da minha vida... Meu
casamento, minha filha, minha casa, meu trabalho... Era tudo perfeitamente
estruturado e comum. E achei que combinava... o que eu acho que sim. Mas
no fundo do meu coração, escondido em um lugar que eu nunca me
permitiria pensar, eu sabia que algo estava faltando. — Ele fez uma pausa e
respirou fundo, me observando de perto. Pisquei para ele.
— E então conheci você. Não entendi meus sentimentos por você no
começo. Eles eram tão novos e diferentes. Tão... inesperado. Mas depois
que você partiu naquele primeiro fim de semana, percebi que não era
apenas uma atração, ou alguma fantasia secreta ou algo assim. Senti sua
falta... Você, como homem. Não é o sexo, ou seu corpo incrível que me
deixa tão duro que nem consigo pensar direito, — ele sorriu, e eu ri,
mordendo meu lábio. — Senti falta de estar com você. E a maneira como me
fez sentir apenas por estar ao meu lado. Quando você veio para o hotel
naquela noite, em seu carro... Eu nunca tinha sentido isso antes. Eu nunca
soube que estava faltando alguma coisa até que eu estava de volta com
você, e você estava me completando.
Ele exalou uma respiração afiada e finalmente quebrou nosso contato
visual, olhando para nossas mãos unidas.
— A culpa me fez tropeçar por um tempo... — ele murmurou, engolindo
visivelmente. — A culpa de mentir e trair Hailey, e de espreitar Jess. Essa
foi a única coisa que me deixou tão confuso. Meus sentimentos por você
sempre estiveram presentes, desde o primeiro dia em que nos conhecemos.
Você já era parte de mim. E eu sabia que tinha que fazer algo para que
pudéssemos ficar juntos.
Ele parou novamente, seus olhos deslizando de volta para encontrar os
meus. — Meu amor por você é tão... diferente do meu amor por Jessica. É
difícil de explicar. É apenas um sentimento, no meu coração. Jess é como
minha rocha. Ela me fundamenta e me faz continuar. Ela é como minha
tábua de salvação. Se eu não a tivesse, tenho certeza de que não
sobreviveria. Ela é parte de mim. Mas você... você é a outra parte. A parte
que é tão real, é quase como se fôssemos feitos da mesma coisa. A primeira
vez que te beijei, senti como se estivesse pegando fogo. Eu nunca senti algo
tão forte antes... tímido, talvez a primeira vez que segurei Hailey em meus
braços.
Balancei a cabeça lentamente com o que ele estava dizendo. Meu coração
estava batendo tão forte no meu peito que eu podia sentir isso em todos os
lugares. Eu mal podia acreditar no que estava ouvindo... Que alguém me
amava tanto, e realmente sentia o que eu sentia, até o seu âmago.
— Mal posso esperar para criar um filho com você, — Ben continuou,
lançando-me seus olhos de amor, tão profundo e cheio de tudo que eu
sempre quis. — Mal posso esperar para explorar o mundo com você e Jess.
Nós três temos algo tão especial juntos, é quase aterrorizante, porque se
alguma coisa afastasse vocês dois de mim, tenho certeza de que morreria.
Vocês dois são meu coração e minha alma. É quanto te amo, Ryan Harper.
Você me fez... completo.
Respirei fundo e segurei, com medo de realmente desmaiar desta vez.
O rosto de Ben estava tão sério que estava me fazendo tremer de novo.
Mas agora por um motivo totalmente diferente. Eu o amava tanto. Não
tinha experimentado nada parecido antes. Eu não conseguia nem entender
como tive a sorte de encontrar não um, mas dois humanos incríveis com
quem compartilhar minha vida.
E agora estavam me dando a maior dádiva de todas... Um bebê.
As palavras de Ben me encheram com a sensação mais emocionante de
esperança que já senti. Eu mal podia esperar para criar nosso filho com ele e
Jess. E quem sabe? Talvez não parássemos em um...
Sorri e mordi meu lábio, alcançando o rosto de Ben, puxando seus lábios
para mim para que eu pudesse beijá-lo tão malditamente bem.
Nossos lábios se tocaram e ele gemeu baixinho, permitindo-me separar
os seus e deslizar minha língua entre eles.
— Eu também te amo, Benjamin Lockwood, — sussurrei em sua boca e
ele sorriu. — Você é tudo o que sempre sonhei estar apaixonado.
Ele riu baixinho, beijando-me com mais força, não dando a mínima para
quem estava nos observando. Quando finalmente nos separamos,
estávamos sem fôlego. E estavam chamando para embarcar de primeira
classe. Então, precisávamos colocar nossas bundas sentimentais no ar e no
maldito avião. Eu preciso voltar para casa e ver a mãe do meu filho ainda não
nascido!
Ben agarrou minha bolsa antes que eu pudesse alcançá-la, carregando-a
para mim enquanto embarcávamos em nosso voo. Eu não conseguia parar
de sorrir para mim mesmo. Eu me sentia um perdedor cafona, mas não
importava. Eu tinha alguém que me amava tanto que tudo o mais no
mundo desaparecia.
Pegamos nossos assentos na primeira classe - sim, meu homem até nos
comprou passagens de primeira classe para casa. Estou mimado ou não? Ben me
deixou sentar perto da janela enquanto ele cuidava da bagagem de mão, em
seguida, aninhou-se ao meu lado, beijando meu pescoço e sendo doce, sexy
e perfeito.
No momento em que estávamos no ar, estávamos aninhados, assistindo
Shameless no meu iPad, quando Ben sinalizou para a aeromoça e pediu que
ela trouxesse duas taças de champanhe.
— Estamos comemorando, — disse ele, exibindo aquele sorriso de um
milhão de dólares que me fez sorrir de orgulho pelo fato de ele ser meu.
A aeromoça sorriu, suas bochechas visivelmente corando com a
gostosura geral do cara sentado ao meu lado e correu para pegar nossas
bebidas. Quando ela voltou, ela entregou a cada um de nós um copo,
abrindo a minigarrafa.
— Qual é a ocasião? — Ela perguntou enquanto servia.
— Nós vamos ter um bebê, — Ben cantarolou, olhando para mim, os
olhos azuis brilhando. Eu sorri e mordi meu lábio.
— Oh meu Deus! Parabéns! — Ela gritou, dando um pequeno salto. — O
primeiro?
— Meu primeiro, — respondi, correndo meus dedos ao longo do braço
forte de Ben.
— Bem, estou muito feliz por vocês dois, — a aeromoça nos deu um
largo sorriso e saiu.
Ben e eu erguemos nossos copos um para o outro, sorrindo de satisfação.
— Saúde... para a próxima etapa, — ele disse, e nós brindamos. Saúde
para sempre.
Epílogo de Ben
Saí pelas portas escancaradas, esticando os braços atrás das costas
enquanto apreciava a vista deslumbrante diante de mim.
Meus pés descalços me guiaram para fora, passando pela piscina infinita,
passando pela grande variedade de árvores e flores tropicais, até a borda do
deck. Contemplei a paisagem mais linda que jamais poderia ter sonhado
em um milhão de anos. Na verdade, pisquei algumas vezes para verificar
se não estava sonhando.
Eu estava, na verdade, acordado, olhando para o oceano mais azul que já
tinha visto, areia branca e grandes montanhas ao longe, os sons dos
pássaros e a água rolando para dentro e para fora. Respirei fundo e segurei,
fechando meus olhos enquanto o sol aquecia minha pele.
Isso, bem aqui... Esta era a verdadeira bem-aventurança.
A Tailândia era de tirar o fôlego. Não poderia ter imaginado um lugar
melhor para realmente relaxar.
Andei ao redor do deck por alguns minutos, mergulhando meus pés na
água quente da piscina que se estendia por todo o exterior de nossa suíte. O
resort era luxuoso e esplêndido, moderno e verdadeiramente
impressionante. Nunca tínhamos visto nada parecido.
Nenhuma das brochuras online ao reservar esta viagem fazia justiça. Era
um lugar genuinamente notável.
Algo chamou minha atenção, e me virei para ver um movimento por trás
das cortinas transparentes ondulantes do quarto. Sorri para mim mesmo
enquanto vagava lentamente de volta para a porta, minha frequência
cardíaca aumentando a cada passo.
A gigantesca cama California King, coberta com todos os lençóis da mais
alta linha conhecida pelo homem, abrigava atualmente dois corpos
aquecidos e lascivos. Entrei novamente no quarto e observei por um
momento, lambendo meus lábios com a visão diante de mim.
Minha esposa grávida, esparramada e nua, sua barriga gigante dourada e
brilhando por causa dos dias de sol, seios enormes e inchados se movendo
para cima e para baixo com sua respiração rápida. E meu homem
inegavelmente lindo, também nu, sua gloriosa pele bronzeada contrastava
com a brancura dos lençóis, corpo musculoso em plena exibição enquanto
ele enfiava o rosto entre as coxas da minha esposa.
Jessica estava cantarolando. Eu quase podia vê-la vibrando de onde eu
estava. E ela estava gemendo alguns dos barulhos mais sexy que eu já tinha
ouvido um ser humano fazer. Meus olhos deslizaram por todo seu corpo
nu, realmente apreciando a aparência de seu corpo assim. Ela era um
milagre, carregando nosso bebê por nascer e ainda conseguindo ser a
mulher mais bonita e sensual que eu já coloquei os olhos.
Então olhei para Ryan, e todos aqueles músculos ondulantes em seus
braços, ombros, costas... Sua bunda deliciosa, tão redondo e firme. Ele era
um homem assim. Uma diferença significativa de quanto Jess era mulher. Eu
tive o melhor dos dois mundos.
O cara mais sortudo da Terra, bem aqui.
Caminhei casualmente até a cama e corri minhas mãos ansiosas nos
quadris de Ryan, agarrando sua bunda com força, mas gentil ao mesmo
tempo, fazendo-o grunhir. Meu pau estava inflando, ficando cheio e grosso
entre as minhas pernas enquanto o sangue corria abaixo da minha cintura.
Eu mal podia acreditar que era possível ter tanto sexo em um espaço de
tempo. Mas eu percebi que era apenas o efeito que Ryan, Jess e eu tínhamos
um sobre o outro. Estávamos de férias há três dias e eu já tinha perdido a
conta de quantas vezes, e de quantas maneiras diferentes, tínhamos feito.
Estávamos em nossa própria ilha privada isolada. Uma ilha em uma ilha.
Era hipnotizante.
Arrastei-me para a cama gigante com eles e continuamos a brincar, nós
três nos tocando e nos beijando, ofegando e gemendo... realmente apenas
nos amando tanto e com tanta força, era quase insuportável.
Arrastei meus lábios por todo o pescoço e ombros de Ryan enquanto
empurrava meu pau dentro dele e ele gritou meu nome, bem na boceta de
Jessica enquanto ela apertava suas coxas em volta de sua cabeça e explodia
em um clímax gracioso e surpreendente. Os lábios enrolados em torno de
tempo, pau imaculadamente endurecido de Ryan, sugando-o lento,
enquanto comi-o profundamente, tanto de nós se unindo em êxtase.
Horas depois, ainda estávamos todos deitados na cama, brincando e
rindo, aproveitando cada segundo juntos. Nós trê... Eramos tudo.
Eu havia planejado esta pequena fuga em segredo, um dia depois de
trazer Ryan para casa de Boston. Jessica estava tão animada por tê-lo de
volta, ela era basicamente uma grande bola de emoções. Depois de tudo o
que aconteceu nesses sete meses que antecederam aquele ponto, eu
realmente senti que todos precisávamos de uma pausa.
Precisávamos de férias. E precisava ser emocionante e diferente. E
precisávamos fazer isso enquanto Jess ainda podia viajar.
Escolhi o Dream Resort em Phuket, Tailândia, depois de ler um artigo
sobre ele em alguma revista de viagens. Comecei a ver todas essas fotos
incríveis no Instagram e sabia que seria o local perfeito para uma viagem
especial e única antes do bebê nascer. Além disso, queria encontrar um
lugar onde pudéssemos ter privacidade, mas também tudo o que
pudéssemos ou precisarmos, tudo em um local magnífico.
O resort era enorme. E realmente tinha tudo, o que era bom porque não
poderíamos ir exatamente a outro lugar. Não era seguro para Jess vagar por
terras tailandesas, mas naquele momento não era necessário. Tudo o que
desejávamos estava ali.
No quinto dia, percebi que a harmonia das férias não estava indo a lugar
nenhum. Nós três estávamos nos divertindo muito juntos, apreciando
totalmente nosso tempo a sós, como se estivéssemos em lua de mel ou algo
assim.
E isso me deu uma ideia.
Ryan estava deitado à beira da piscina em uma sunga muito justa que o
fazia parecer chocantemente bom. Estávamos relaxando naquele dia depois
da série de atividades emocionantes do dia anterior... Passeio de barco,
mergulho com snorkel, jet esqui - para Ryan e eu. Infelizmente, Jess não
pôde participar disso, embora ela jurasse de alto a baixo que não se
importava.
Eu tinha acabado de voltar de uma caminhada pela praia para procurar
cocos. Jess teve um desejo ardente. Aproximei-me de Ryan e montei sua
cintura em sua espreguiçadeira. Eu não conseguia ver seus olhos através de
seu Ray Ban, mas seu sorriso era totalmente letal.
— Não queime, — sussurrei, inclinando-me perto de seu rosto para
pressionar um beijo suave em seu lábio inferior.
— O sol já está bloqueado duas vezes, senhor, — ele murmurou, sorrindo
para mim quando dei a ele um olhar de advertência.
— Onde está Jessica? — Perguntei gentilmente enquanto corria minhas
mãos por seu torso bronzeado e brilhante.
— No banho, — ele ronronou, puxando meus quadris para baixo. Eu ri e
me afastei, tentando me levantar. — Fique e brinque comigo... — ele
implorou, agarrando a cintura do meu short.
— Mmm... volto em um minuto, — fiz beicinho, beijando uma trilha de
sua mandíbula até seu pescoço, ouvindo sua respiração irregular. — Vou
verificar minha esposa bem rápido.
— Ela está bem, Ben, — ele bufou, me dando um sorriso condescendente.
Ignorei-o e dei um beijo casto em seus lábios antes de pular de cima dele
e entrar da suíte. Localizei Jess dentro do banheiro. Ela estava encharcada
sua linda mulher grávida em uma enorme banheira de hidromassagem que
era quase tão grande quanto nosso closet em casa.
Vaguei e me sentei na beirada ao lado de onde sua cabeça estava,
sorrindo para as fatias de pepino cobrindo seus olhos.
— Você achou cocos? — Ela perguntou, de alguma forma sabendo que
era eu sem olhar.
— Sim. Ainda não os abri... — respondi, deslizando minha mão sobre sua
barriga logo abaixo da água. — Também encontrei uma manga.
— Mmmm... — ela cantarolou, lambendo os lábios.
— Quero te perguntar uma coisa, — eu disse asperamente, meu pulso
aumentando instantaneamente de nervosismo.
— Atire, — ela sorriu.
— Esses últimos cinco dias foram os melhores da minha vida... —
Comecei, observando minha mão se mover na água. — E sei que sente o
mesmo. Porque você é minha alma gêmea, e te conheço desde que éramos
crianças estúpidas.
— Isso não é uma pergunta... — ela sorriu, e bufei uma risadinha
nervosa.
— Não somos mais garotos estúpidos, — continuei. — Somos adultos e
somos donos de nossas vidas, e acho que devemos aproveitar o dia e viver
cada momento...
— Concordo com você, — ela respondeu, sua voz suave e relaxada
escorrendo.
Respirei fundo. — Quero pedir Ryan em casamento.
Jess se enfiou na banheira e tirou os pepinos dos olhos. Ela me olhou
fixamente, com os olhos arregalados e brilhantes.
— Uau... — ela respirou.
Concordei. — Sim.
— Isso é realmente o que quer? — Ela perguntou, seu rosto iluminando-
se ainda mais do que o brilho normal.
— Só se você quiser também, — inclinei minha cabeça para o lado.
— Claro que sim, — ela sorriu, uma coisinha doce, tímida e linda. —
Ben... Oh meu Deus. Isso seria ótimo.
— Você acha? — Sorri, minhas sobrancelhas se juntando.
— Sim! — Ela gritou baixinho, olhando para a porta. — Mas teríamos
que fazer isso aqui.
Fiquei boquiaberto com ela por um momento. — Você quer dizer... se
casar aqui?
Ela assentiu com a cabeça rapidamente. — Não é exatamente legal. — Ela
riu, e eu bufou uma risada sabendo. — Mas isso não importa. Poderíamos
ter uma pequena cerimônia aqui. Só nós três. Bem, nós quatro. — Ela
sorriu, esfregando sua barriga.
— Ok, — balancei a cabeça, sentindo todas as borboletas no meu
estômago. — Posso encontrar alguém para realizar a cerimônia amanhã.
Oh, e vou encontrar algumas alianças. — Fiz uma pausa e balancei minhas
sobrancelhas para ela. — Isso é tão emocionante.
— Sim, é! — Ela gorjeou. — Quando vai pedir a ele?
— Por que tenho que pedir a ele? — Franzi meus lábios.
— Porque você é o romântico, — ela murmurou, mordendo o lábio. Eu
enruguei meu nariz para ela e ela riu. — Vou ser fiadora de tudo o que
disser, prometo.
— Tudo bem, legal, — eu disse, e minha mente começou a correr. — Vou
perguntar a ele hoje à noite.
— Foda-se... — ela sussurrou, seu sorriso quase quebrando seu lindo
enfrentar. Meus olhos se arregalaram de excitação, então me inclinei e beijei
seus lábios, gentil e lentamente.
Levantei-me rápido e corri para fora do banheiro, ouvindo Jess rir atrás
de mim.
Eu estava em uma missão.
Cerca de sete horas mais tarde, o jantar apenas acabado, e estava me
sentindo tão ansioso como nunca. Lembrei-me de tais sentimentos, desde a
noite que propus para Jess. E nós tínhamos dezessete anos quando isso
aconteceu. Agora, quase vinte anos mais tarde e eu estava passando
exatamente a mesma coisa, com Jess novamente grávida. Era uma loucura
como isso era tudo fora.
O universo era realmente desconcertante às vezes.
— Vamos dar uma volta — sugeriu Jess, me lançando um olhar,
provavelmente tentando me ajudar porque eu estava hesitando. Eu estava
tão nervoso e não sabia por quê. Eu sabia que Ryan diria sim... Certo?
— Claro — disse Ryan, sorrindo para Jess, levantando-se rápido para
ajudá-la a se levantar da cadeira. Ela estava com o peso superior e estava
ficando mais difícil para ela ficar de pé sozinha.
Nós três descemos até a costa, caminhando ao longo das ilustres águas
azul-petróleo. Estava tão quente que só tínhamos de colocar os dedos dos
pés nele. Nenhum de nós usava sapatos desde que chegamos ao resort.
— Uau! — Ryan se engasgou, agarrando minha mão. — Olhe para isso!
Seu rosto estava voltado para o céu, então olhei para cima para ver o que
ele estava vendo.
Eram as estrelas. Estavam tão brilhantes, iluminando o céu noturno. E a
lua estava enorme, brilhando e refletindo na superfície calma da água do
oceano. Foi uma das coisas mais bonitas que já vi.
Jess se aproximou e colocou o braço em volta da minha cintura,
descansando a cabeça contra o meu lado. Ela beijou meu peito através da
minha camisa e tentei controlar minha respiração.
— Ryan... — resmunguei, minhas mãos tremendo um pouco. Ele olhou
para baixo do céu, seus olhos escuros fixos nos meus enquanto ele erguia as
sobrancelhas, esperando que eu falasse. — Hum... há algo que preciso...
perguntar a você.
Respirei fundo e engoli em seco, observando seu rosto. Eu estava tão
nervoso. Era realmente uma loucura.
— O que é? — Ele perguntou, casualmente.
Cantarolei um barulho suave e apenas olhei para seu rosto lindo. Ele
parecia tão incrivelmente bom, sob o luar, pele beijada pelo sol, cabelo
escuro todo desgrenhado ao redor. Ele era sexy pra caralho. Mas não só
isso... Ele era meu homem. O único homem que eu já tinha amado.
Peguei sua mão e entrelacei nossos dedos. — Ryan, eu te amo muito.
Com todo o meu coração, e mais um pouco. Você significa muito para mim,
que palavras simples não são suficientes... Então, se me permitir... Eu
gostaria de mostrar o quanto eu realmente te amo...
O rosto de Ryan congelou e ele pareceu momentaneamente surpreso. —
Ben... isto não é uma pergunta...
Jess olhou ao meu lado, e ele olhou para ela, franzindo a testa.
— O que está acontecendo? — Ele perguntou com uma respiração
instável. — Por que sinto que estou sendo excluído de alguma coisa...?
Sorri e mordi meu lábio. — Bebê... você poderia, por favor... se casar
conosco? — Apertei sua mão com força.
Ouvi Jess choramingar ao meu lado, e olhei para baixo para vê-la
fechando os olhos.
— Ele não disse nada ainda, — sussurrei para ela, beijando o topo de sua
cabeça. Meus olhos voltaram para Ryan, e ele ainda estava chocado, sem
palavras, com a boca aberta.
— Você está falando sério? — Ele grunhiu, seu peito subindo e descendo
rapidamente.
Balancei a cabeça lentamente, então corri minha mão lentamente por seu
ombro e pescoço, segurando sua mandíbula. Inclinei-me mais perto de seus
lábios, meu coração martelando dentro de mim.
— Puta merda... — ele sussurrou.
— Aceite, bebê... — Respirei. — Por favor?
Ele acenou com a cabeça e mordeu o lábio para impedir que tremesse. Ele
olhou para Jess, que chorava histericamente.
— Case comigo também... por favor, — ela fungou, com lágrimas
escorrendo pelo rosto.
Ryan sorriu com um beicinho adorável, respirando com dificuldade.
— Foda... sim... — ele bufou, agarrando meu pescoço e puxando meus
lábios nos dele. — Sim, claro que me casarei com você. Vocês dois... oh meu
Deus...
Ele me beijou várias vezes e senti como se fogos de artifício estivessem
explodindo dentro de mim. Em seguida, ele desceu para Jessica, beijando
seus lábios e bochechas, beijando suas lágrimas. Nós três nos amontoamos,
nos abraçando e nos beijando, e realmente apenas nos amando. Era quase
demais para o meu coração aguentar.
— Mas... como é que vamos nos casar...? — Ryan finalmente perguntou,
sutilmente fungando. Seus olhos corriam para trás e para frente entre Jess e
eu.
— Temos uma ideia — Jess sorriu, enxugando os olhos.
— Se você estiver a bordo... — Empurrei seu cabelo para trás com meus
dedos.
— Claro, — ele acenou com a cabeça. — Estou disposto a qualquer coisa,
contanto que eu passe para sempre com vocês dois.
Jess guinchou novamente e Ryan riu com simpatia.
— Você vai ter que parar de ser tão doce, ou ela nunca vai sobreviver, —
eu sorri.
— Desculpe... — Jess gorjeou, e nós dois rimos.
Ryan concordou em me deixar surpreender os dois com meu plano de
casamento, e então nós três decidimos encerrar a noite. Voltamos para
nossa suíte e passamos o resto da noite com nossos corpos entrelaçados de
paixão e luxúria. Minha esposa e meu noivo... A noite foi pura magia.
No dia seguinte, fiquei horas fora, arrumando tudo. Encontrei alguém
para realizar a cerimônia, um altar e flores e três anéis, um para cada um de
nós. Achei que Ryan poderia usar a sua na mão esquerda padrão, e Jess e
eu poderíamos usar a nossa na mão direita. Seria diferente, mas estávamos
fazendo nossas próprias regras, e essa era a parte mais emocionante. Nunca
fiquei tão emocionado.
Quando chegou a hora, eu não estava nem de longe tão nervoso quanto
estava ao perguntar. Parecia tão certo. Tudo era perfeito.
Eles montaram um altar na praia, com todas as flores por toda parte,
cheirando tão bem que era totalmente eufórico. Nós três nos vestimos bem,
Ryan e eu de shorts e botões com gravata, e Jessica em um vestido branco
sem alças.
Ficamos embaixo do altar quando o sol se pôs e nos casamos.
Jess e eu lemos os nossos votos para Ryan, e ele leu seus votos para nós.
Nós juramos sempre prezarmos e apoiá-lo, para guiá-lo e honrá-lo, ao amor
lado a lado, sem ciúmes ou amargura, para dar-lhe consolo em seu tempo
de necessidade. E ele prometeu o mesmo para nós. Para permanecer fiel e
verdadeiro, honesto e aberto, dedicar sua vida, seu coração e alma... para
nós. O padre nos abençoou, e foi assim que... Eramos homem, e homem, e
mulher.
Foi a coisa mais perfeita, linda, real e genuína que já havíamos feito.
E naquela noite, tivemos uma verdadeira lua de mel.
Nós três fizemos amor sob as estrelas. Casados.

Depois de dez dias na Tailândia, finalmente estávamos em casa.


Tudo parecia igual, mas parecia completamente diferente.
No início, ficamos excitados. Ainda atordoado e alto por causa das férias,
o casamento, todo o sexo e comida deliciosa. Demorou alguns dias para
voltarmos ao ritmo das coisas.
Voltar ao trabalho definitivamente ajudou nisso. Eu não conseguia andar
pelo local de trabalho sonhando acordado com meu marido e minha
esposa. A merda realmente precisava ser feita. Então, me esforcei e me
concentrei, porque esse trabalho era importante e eu tinha uma família em
crescimento para sustentar. Mas eu estava bem com isso. Gostei de saber
que Ryan estava em casa cuidando de Jess enquanto eu ganhava dinheiro.
Embora eu soubesse que ele estava ansioso para voltar a trabalhar em
algum momento.
Ele ficava me perguntando sobre trabalhos de paisagismo, e eu estava me
esquivando um pouco. Eu realmente precisava dele em casa agora.
Poderíamos resolver tudo depois que o bebê nascesse.
Uma semana depois que cheguei em casa, o drama inevitável começou.
Nossos amigos e familiares estavam perturbando-nos. Eles não tinham
ouvido falar de nós em um tempo, e eu acho que estavam preocupados.
Entre meu irmão, os pais de Jess, Greg e Marie, Bill e Rachel, Alec e
Kayla, parecia que todos que conhecíamos estavam morrendo de vontade
de descobrir exatamente o que estávamos fazendo. Aparentemente, não
seríamos capazes de nos esconder para sempre...
Jacob estava me chamando sem parar. Eu estava ignorando suas ligações
por um tempo, porque ainda estava tentando descobrir como contar a ele
sobre Ryan. Ninguém sabia sobre nosso relacionamento ainda, mas agora
que estávamos em casa e todos estavam especulando, era a hora. Teríamos
que contar às pessoas.
Achei melhor começar com meu irmão.
Eu o convidei para jantar uma noite enquanto Jess e Ryan estavam
fazendo compras. Ele soube imediatamente que algo estava acontecendo.
— Então, há algo que eu preciso te dizer... — murmurei enquanto
estávamos sentados na sala comendo pizza.
— Sim, tenho certeza de que há... — ele respondeu. — Ouvi dizer que
você foi para Boston e depois voltou e voou para a Tailândia por dez dias.
O que há com todas as viagens enquanto Jess está grávida?
Respirei e comecei a mergulhar. — Tenho saído com alguém...
— Ryan? — Ele perguntou, e meus olhos dispararam para ele. — Mano,
eu te conheço. Algo estava obviamente acontecendo quando Tate o trouxe
para a Véspera de Natal.
Balancei a cabeça lentamente e engoli em seco sobre meus nervos.
— E quanto a Jess? — Ele perguntou, balançando a cabeça. — Vocês estão
juntos desde sempre... Ela está grávida, pelo amor de Deus.
— Jake, não é assim, — expliquei. — Ryan está... com a gente. Eu e Jess.
— Fiz uma pausa e olhei para ele, certificando-se sua cabeça não tinha
explodido. — Tem sido uma história longa, complicada, mas basicamente...
Eu fui para Boston para trazê-lo para casa. Assim, ele poderia criar o bebê
com a gente. Seu bebê... Quer dizer, o nosso bebê. Nós três.
Meu irmão ficou quieto por um tempo, olhando para mim com os olhos
arregalados. Dei outra mordida na minha pizza.
— Jesus Cristo... — ele finalmente respirou, balançando a cabeça
novamente em descrença. — Eu nem sei o que dizer...
— Bem, segure esse pensamento, — ri, desajeitadamente correndo minha
mão ao longo da minha nuca. — Nós nos casamos na Tailândia.
Jacob estava suficientemente chocado. Tentei explicar as coisas o melhor
que pude, mas era compreensivelmente difícil para ele entender todos esses
novos detalhes. Ele continuou me apoiando, mas quando saiu, me senti
exausto. E eu sabia que isso era apenas o começo...
No dia seguinte, Ryan conversou com seus amigos. Segundo ele, correu
bem. E então Jess ligou para os pais dela. Eles estavam completamente
atordoados. Confusos e ligeiramente perturbados, foram as palavras que Jess
usou. E é claro que me culparam. Não teria esperado mais nada.
Depois disso, Jess e eu mordemos a bala e convidamos Greg, Marie, Bill e
Rachel para jantar na próxima semana. Nós queríamos dizer a eles todos
juntos. Provavelmente seria um pouco desastroso, mas tínhamos acordado
que o tirar fora como um Band-Aid era a melhor abordagem.
Havia muitas pessoas em nossas vidas para as quais teríamos que
explicar nosso relacionamento. E com certeza, alguns deles entenderiam e
nos apoiariam. E alguns não o fariam. Era apenas a natureza da coisa toda.
Mas para mim, nada disso importava. Porque eu tinha minhas almas
gêmeas. As pessoas que me amariam e cuidariam de mim até o dia em que
eu morresse. Isso era tudo que eu precisava.
No dia seguinte, Ryan estava construindo alguns móveis de bebê no
quarto de hóspedes, que havíamos convertido em um berçário. Entrei para
ajudá-lo, mas o encontrei deitado no chão, olhando para o teto.
Sentei-me ao lado dele. — Bebê... está tudo bem?
— Não... — ele murmurou, fechando os olhos.
— O que está errado? — Perguntei baixinho, correndo meus dedos sobre
sua mão.
— Tem aquela aula de Lamaze na próxima semana... — ele sussurrou.
— Ok... O que há de errado nisso? — Encarei ele.
— Eu quero que nós três vamos juntos... Mas estou preocupado com isso.
Jess disse que provavelmente conhecerá pessoas lá. É uma cidade pequena,
você sabe...?
Balancei a cabeça lentamente. — Bebê, não acho que Jess está preocupada
com isso. Então, por que você está?
Ele abriu os olhos e olhou para mim. — E se alguém contar a Hailey?
Engoli meu medo e dei um longo suspiro. Eu não tinha nem ideia do que
dizer. O fato que as coisas estavam acontecendo por trás das costas da
minha filha nunca foi longe em minha mente. Fora de todas as pessoas que
precisávamos para explicar-nos, Hailey era a mais importante, e
compreensivelmente a mais complicada. Eu tinha vindo a adiar a falar com
ela, mas estávamos fora do tempo.
— Eu não aguentaria machucá-la, Ben, — ele sussurrou. — Ela é uma das
minhas melhores amigas.
— Eu sei... — Grunhi, esfregando meus olhos. — Sinto muito por ter feito
isso com você...
— Não faça isso. Não é sua culpa, — ele me advertiu.
— Não posso deixá-la descobrir por outra pessoa, — bufei. — Jess e eu
teremos que falar com ela. Faremos isso neste fim de semana. Vamos dirigir
até lá e vê-la...
Ryan acenou com a cabeça. — É o melhor.
— Você está certo, — inclinei-me para beijá-lo.
— Você acha que ficaremos bem para Lamaze? — Ele perguntou, tão
doce e preocupante que me fez sorrir.
— Nós ficaremos bem. Tudo estará sempre bem, desde que tenhamos um
ao outro.
Ele acenou com a cabeça novamente, então me puxou para cima dele.
Nós nos beijamos um pouco. Então se levantou e construiu alguns móveis
de bebê.
Epílogo de Ryan
Eu andava pela casa vazia. Meu coração estava basicamente explodindo
no meu peito, e eu precisava me sentar, antes que tivesse um ataque
cardíaco.
Ben e Jess estavam em Albuquerque. Eles dirigiram naquela manhã para
ver Hailey.
Finalmente estava acontecendo. Eles estavam contando a ela sobre nós.
Era uma loucura pensar que estávamos contando voluntariamente a ela
agora, depois de todo o tempo que passamos nos escondendo, escondendo
de propósito. Mas Ben e Jessica decidiram que ela precisava saber e
concordei. Afinal, Jess teria o bebê em cerca de seis semanas. Hailey
desceria e quereria passar um tempo com o bebê...
E eu morava na casa dela, porra. Era estranho. Eu ainda quase não
conseguia acreditar que era casado com os pais da minha ex. Deveria haver
um reality show sobre essa merda. Ou um filme para toda a vida.
De repente, meu telefone começou a tocar. Puxei-o do bolso, esperando
ver a foto de Ben que tirei na Tailândia e configurei como meu identificador
de chamadas para ele. Era uma ótima foto...
Ele estava deitado em uma espreguiçadeira à beira da piscina, o oceano
azul-petróleo ao fundo, vestindo calção de banho escandalosamente baixo
em seus quadris, exibindo seu corpo grande e firme, músculos em todos os
lugares. Seus lindos olhos azuis semicerrados ligeiramente por causa do sol,
cabelo loiro sujo despenteado dos meus dedos e pele pura perfeição
dourada, como caramelo que derretia na minha boca.
Ele era tão perfeito, eu não conseguia nem processar isso. Entre ele e
Jessica - minha rainha e a mãe do meu bebê por nascer - eu era o homem
mais sortudo e feliz da Terra. Eu nunca havia sentido tanta felicidade. Não
pensei que fosse possível.
Menos o que estava acontecendo no momento. Porque meu telefone
estava tocando na minha mão, e não era Ben ou as lindas fotos de Jess
aparecendo na tela.
Era o nome de Hailey.
— Foda-se... — murmurei para mim mesmo e passei a ignorar a ligação.
Eu rapidamente puxei o contato de Ben e apertei o botão de chamada,
batendo meu pé no chão uma e outra vez.
O telefone tocou algumas vezes antes de ele finalmente atender, e meu
coração estava na minha garganta.
— Ei, querido... — ele suspirou, parecendo exausto.
— O que está acontecendo? — Grunhi, andando de um lado para o outro
novamente. — O que aconteceu? Hailey está me ligando... Meu telefone
começou a apitar no meu ouvido e o puxei para verificar a tela. Era ela
novamente. Foda-me. — Merda! Por que ela está me ligando? Ela vai gritar
comigo??
— Bebê, ela não vai gritar com você — Jess respondeu pelo Bluetooth no
carro de Ben.
— Ela pode... — Ben resmungou, e a mera seriedade de sua voz estava
me fazendo tremer.
— Jesus... o que aconteceu? — Perguntei novamente, freneticamente.
Ainda havia bipes em meu ouvido. Ela não iria parar até que eu atendesse o
telefone.
— Onde vocês estão?
— Estamos a duas horas de distância de casa, — respondeu Jess. — Você
pode simplesmente responder e ver o que ela tem a dizer. Não pode ser
pior do que o que ela nos disse...
Engoli em seco, sentindo-me terrivelmente doente de repente.
— Ela pegou mal...? — Sussurrei.
— Nada mal... — Ben suspirou. — Ela ficou apenas... machucada. Que
nós escondemos dela. Ela está desapontada. — Eu o ouvi resmungar para si
mesmo, e eu sabia que ele estava além de irritado.
Hailey era sua filhinha. E Ben era um pai severo e controlador. Eu já
sabia que a decepção de Hailey com ele o faria se sentir frustradamente fora
de controle, o que não era algo que Ben gostava. Nem um pouco.
— Bebê, — cantarolei, tentando acalmá-lo com meu tom reconfortante. —
Vai ficar tudo bem.
— Ryan... ela é minha filha, — ele choramingou. — Sinto-me muito mal
pelo que fiz a ela.
— Ben, isso não é culpa sua, — Jess e eu dissemos ao mesmo tempo.
Normalmente algo assim teria feito nós três rirmos, mas claramente
ninguém estava com vontade de rir.
— Vocês dois dizem isso, mas fui eu que comecei tudo isso pelas costas
de Hailey, — ele resmungou.
— Não, eu fiz... — Sussurrei, olhando para o telefone tocando em minha
mão. Se alguém merecia a decepção de Hailey, era eu. — Vou chamá-lo de
volta.
Desliguei a ligação com Ben e fechei os olhos, respirando fundo antes de
deslizar meu polegar para aceitar.
— Alô...? — Encolhi-me, esperando a gritaria começar.
— Ei, Ryan — murmurou Hailey, soando... normal. Não necessariamente
chateada ou algo assim. Mas ela certamente não estava de seu jeito alegre
de sempre, o que imediatamente deu um nó no meu estômago.
— C-como está indo? — Eu gaguejei, me sentindo tão idiota.
— Ryan, você não precisa agir como se não soubesse por que estou
ligando... — ela murmurou. — Sei que está na minha casa agora. Ou devo
dizer, a nossa casa...
Ela não parecia nem um pouco emocionada. Ela parecia taciturna e
quieta. Era tão diferente dela.
— Eu não estou... eu não... — Atrapalhei-me com minhas palavras, então
desisti e suspirei fora difícil. — Não sei o que dizer... Você quer que eu vá
embora?
— Ryan, não seja estúpido, — ela zombou, e eu podia ouvi-la revirando
os olhos.
— Sinto muito, mas não sei o que fazer para que não me odeie! — Eu me
sentei no sofá e esfreguei meus olhos. — Farei o que quiser, Hailey, apenas
me diga.
— Pare de agradar as pessoas, Ryan! — Ela gritou comigo ao telefone. —
Jesus Cristo, você ama meus pais, não é?
— Sim, — engoli em seco e balancei a cabeça, embora ela não pudesse me
ver.
— Então, nada no mundo inteiro deveria se interpor entre isso, — ela
murmurou. — Nem mesmo eu ficando de mau humor por causa dessa
merda esquisita.
— Hailey, o que está dizendo...? — Perguntei.
— Estou dizendo que vou ficar bem, — ela respirou, e minha cabeça
disparou. — Quer dizer... vai levar algum tempo. Isso é... uma loucura pra
caralho.
— Sim, é isso. Não vou discutir com isso, — cantarolei, finalmente me
permitindo sorrir um pouco.
— Eu só queria que tivessem me contado antes... — ela suspirou. — Dói
ser enganada, sabe? Especialmente pelo meu pai...
— Hailey, não estou pedindo nenhum milagre da noite para o dia, mas
apenas tente dar um tempo a Ben, se puder... — implorei, meu tom suave e
ligeiramente desesperado. — Ele está se matando por causa disso.
Hailey ficou quieta por um momento, esperançosamente considerando
minhas palavras.
— Claro que iria defendê-lo, — ela bufou, e pensei ter ouvido uma
pequena risada escapar.
— Eu preciso, — eu disse.
— Eu sei, — ela guinchou. — Você tem sorte de eu já te amar tanto... —
Ela finalmente deu uma risadinha, e senti uma onda de aleluia cair sobre
mim. Ela vai chegar lá. Graças a Deus!
— Eu te amo loucamente, Hales. Sempre farei isso, — eu disse a ela. —
Você é a família que eu sempre quis.
Ela ficou em silêncio novamente e a ouvi fungar. Eu não queria que ela
chorasse, mas sabia que ela tinha que sentir. Era a única maneira de nós
quatro seguirmos em frente.
— Eu sabia que havia algo acontecendo quando meu pai deu um soco em
Tate na véspera de Natal! — Ela exclamou, e eu ri, balançando a cabeça.
— Sim, ele não estava exatamente pensando claramente naquele ponto...
— murmurei.
— É por isso que você saiu...? — Ela perguntou baixinho. — Por causa
deles?
Expirei lentamente. — Saí porque... porque não poderia tê-los. Seu pai
terminou para protegê-la, Hailey. Ele te ama mais do que já amou alguém
ou alguma coisa. Mas eu acho que, em última instância, ele percebeu que
você o ama do mesmo jeito. Há muito amor entre todos nós, sabe? Não
podemos ficar bravo com isso. Nós deveríamos estar celebrando...
— Você está certo, — ela choramingou. E fiquei ao telefone com ela
enquanto ela chorava baixinho no meu ouvido.
Vinte minutos depois, desliguei Hailey e liguei de volta para Ben. Ele
atendeu em meio toque.
— Como foi? — Ele se engasgou, obviamente dividido com tudo isso. Foi
muito fofo. — O que ela disse?
— Ela vai ficar bem, — respirei, um peso de 45 quilos saindo dos meus
ombros. Era incrível ter tudo aberto. Foi a sensação mais libertadora...
Como se eu estivesse flutuando.
Ben soltou um forte suspiro de alívio e pude imaginar Jess apertando a
mão sobre o console central. Isso me fez sorrir tanto.
— Agora volte para casa, por favor, — eu ri baixinho. — Tenho saudades
do meu marido e da minha mulher.

No momento em que pisamos no piso, eu poderia dizer que essa seria


uma experiência diferente de qualquer outra.
Ben, Jess e eu estávamos participando de nossa primeira aula de Lamaze.
Eu estava tão animado para aprender coisas sobre como cuidar da minha
esposa até ela entrar em trabalho de parto. A data do parto estava se
aproximando rapidamente e estava demorando muito para eu não entrar
em pânico.
Ajudou o fato de Ben e Jess já terem passado por isso antes. Eu não tinha
estado perto de muitas mulheres grávidas na minha vida, mas nossa esposa
parecia estar bastante calma. Eu não conseguia nem começar a imaginar
como ela e Ben faziam isso quando eram adolescentes. Havia muito
trabalho envolvido, e o bebê nem estava aqui ainda.
Jess desenrolou seu tapete de ioga no chão enquanto Ben e eu olhamos ao
redor. Naturalmente, éramos o único trio ali. O resto da sala estava cheia
apenas de casais.
Pude sentir os olhos das pessoas em nós imediatamente e eu já sabia o
que eles estavam pensando.
Casal gay com sua substituta.
Nós temos muito isso. Na maioria das vezes, não nos importávamos em
corrigir as pessoas, se estivéssemos no supermercado ou no Babies RUs. As
opiniões de estranhos não importavam para nós nem um pouco.
Mas ver seus rostos confusos quando saíamos para jantar ou no cinema
era meio engraçado. Acho que casais gays raramente faziam isso com suas
substitutas...
— Olá! — Uma voz feminina soou à minha esquerda, e olhei para cima
para ver uma senhora se aproximando de nós com um enorme sorriso
cobrindo o rosto. — Eu sou Stacey, a instrutora!
— Olá! — Jess sussurrou, apertando sua mão enquanto a outra
descansava em sua parte inferior das costas. Ela estava tão grande. Era
fantástico. — Eu sou Jess, e este é Ben e Ryan. — Ela sorriu para mim e Ben.
— Prazer em conhecê-la, — sorri, educadamente apertando a mão dela
antes que Ben fizesse o mesmo.
— Prazer em conhecer vocês três! — Stacey respondeu em um tom
excessivamente entusiasmado. Eu poderia dizer que ela estava morrendo
de vontade de perguntar sobre nossa situação, mas estava se forçando a
permanecer profissional.
Ela provavelmente não recebia muitos casais gays nas aulas. E eu estava
disposto a apostar que ela nunca tinha visto um politrio antes.
— Sente-se e vamos deixar a mamãe confortável, — Stacey instruiu. —
Começaremos em breve.
Todos nós assentimos, Ben e eu cada um pegando uma das mãos de Jess,
ajudando-a a se sentar lentamente no tapete. Nós dois nos sentamos em
frente a ela, e respirei suavemente, incapaz de impedir meus olhos de
correrem por todo o lugar.
— Quantos deles estão olhando? — Jess perguntou com um sorriso
malicioso no rosto brilhante.
— Todos eles, — Ben cantarolou, passando a mão para cima e para baixo
na minha coxa. — Não espere que isso seja muito emocionante, garoto. É
principalmente apenas respirar e olhar um para o outro. — Ele riu e sorri
para ele, segurando sua mão inquieta.
— Eles ensinam você a fazer uma massagem média nos pés — Jess
cantarolou, esfregando a barriga em círculos lentos.
— Eu poderia dar essa aula, linda, — Ben se gabou, piscando para ela.
Ela corou e mordeu o lábio.
— Onde está minha massagem nos pés? — Resmunguei, dando uma
cotovelada em seu lado.
— Onde está a minha? — Ele provocou, e dei um tapa no peito dele,
então beijei sua bochecha enquanto Jess ria.
— Agora estão realmente olhando, — ele sussurrou, e eu ri alto. —
Devemos dar um show a eles?
Jess assentiu e gritou, juntando as mãos de empolgação. Balancei minha
cabeça para os dois.
— Vamos lá pessoal. Fale sério, — eu os repreendi. — Não fiz isso antes.
Quero aprender.
Ben e Jess trocaram um olhar, abafando o riso.
— Ele é um estudante, — Ben sorriu, e Jess balançou a cabeça,
balançando as sobrancelhas.
— Shhh! — Eu os silenciei quando Stacey começou sua apresentação.
Uma hora depois, a aula estava quase terminada. Foi bastante direta, mas
apreciei o tema central que era manter a calma e manter a mamãe feliz, não
importa o quê. Não havia espaço para estresse no mundo de uma mulher
grávida e, aparentemente, havia muitas maneiras de Ben e eu mantermos
Jess relaxada e zen o tempo todo.
Ben estava sentado atrás de Jess, esfregando seus ombros e esfregando o
rosto em seu pescoço, enquanto eu estava do outro lado, massageando seus
pés. Desde cerca de cinco minutos de aula, estávamos recebendo alguns
olhares interessantes. Parecia que as pessoas haviam descoberto que Jess
não era nossa substituta.
Ninguém parecia incomodado com nossa trifeta de um relacionamento
moderno. Na verdade, havíamos de alguma forma formado o grupo mais
popular da classe. Todo mundo queria se aproximar de nós, como se
fôssemos celebridades ou algo assim. E Stacey havia nos escolhido algumas
vezes, usando-nos como exemplo para alguns exercícios respiratórios,
especialmente porque Ben e Jess já haviam feito isso antes.
Stacey anunciou que a aula havia acabado, e Jess colocou seus sapatos de
volta, estendendo as mãos para que a ajudássemos a se levantar. Ben e eu
estávamos sorrindo e tocando sua barriga, revelando o quanto nosso bebê
estava se movendo no momento em que percebi que estávamos cercados.
Levamos vinte e cinco minutos para sair de lá. Todos os outros casais
queriam se apresentar, a maioria nos dando seus números e nos
convidando para jantar. No momento em que estávamos colocando o cinto
de segurança no carro e dirigindo para casa, minha cabeça estava girando.
— Bem, é seguro dizer que somos oficialmente o assunto da cidade, —
Ben cantarolou, saindo da vaga de estacionamento e nos levando embora.
— Parecia que todos apoiavam bastante — Jess bocejou, reclinando seu
banco. Movi-me para a parte de trás dela e corri meus dedos por seus
cabelos, beijando sua cabeça e apreciando aquele doce cheiro de jasmim e
madressilva.
— Nunca pensei que estar em um trio me tornaria tão popular, — eu ri,
olhando para Ben, que sorriu.
— É muito bom não me esconder mais, — ele murmurou. Corri minha
mão ao longo de seu ombro.
Meu telefone começou a tocar e o tirei do bolso, meu rosto caindo.
— Quem é? — Ben perguntou, notando claramente o olhar inquieto no
meu rosto.
— É minha mãe... — sussurrei.
Estava quieto dentro do carro, o único som era o do meu toque.
— Você vai atender, bebê? — Jess perguntou, suave e curiosa.
Hesitei por um segundo. Eu não falava com minha mãe desde antes de
deixar Boston. Ela não tinha ideia sobre a mudança de volta, Ben e Jess... o
bebê.
E suponho que não havia melhor momento do que o presente para
contar.
Respirei fundo e finalmente decidi, passando a tela.
— Oi, mãe, — eu a cumprimentei, colocando o telefone no viva-voz.
Nós conversamos por toda o trajeto de carro até nossa casa. Contei à
minha mãe sobre meu relacionamento com os pais de Hailey, o bebê e
nosso casamento na Tailândia. Não é preciso dizer que ela ficou
completamente chocada, como a maioria das outras pessoas que
descobriram nossa situação pela primeira vez.
Mas minha mãe tinha a mente aberta. Ela estava aceitando tudo o que me
fazia feliz e, no final das contas, acho que tudo isso a fez perceber que ela
não falava comigo nem perto o suficiente.
Ao final da ligação, tínhamos planejado uma viagem para ela vir e ficar
em casa por alguns dias, antes do bebê nascer. Ela estava ansiosa para
conhecer Ben e Jessica. Eu podia ouvir sua empolgação ao telefone, o que
me deixou tão feliz que senti que poderia implodir. Jess já estava falando
sobre ir para Denver depois que o bebê nascesse. Os dois realmente
queriam ver minha cidade natal, o que era fofo.
Uma vez que estávamos em casa, instalados com segurança, nós três
aninhados na cama e assistimos a um filme. Era meu lugar preferido no
mundo... Na cama com meu marido e minha esposa. Nunca me senti tão
seguro e amado como quando Ben estava me segurando contra ele com
seus braços fortes, Jess do outro lado, segurando minha mão em cima de
sua barriga grávida. Foi um nível de conforto que eu nunca experimentei
em toda a minha vida.
Isso era amor. Amor real, verdadeiro, consumindo, no fundo de meus
ossos.
Era eterno. Escrito a tempo.
Ben, Jessica e Ryan. Juntos para sempre.
Senti que poderia desmaiar a qualquer momento.
Mas não consegui. Eu tinha que ficar de pé. Nos meus pés. Eu não
conseguia desmaiar. Agora não...
Respira. Não caia. Fazer. Não. Baixa.
Havia muito barulho acontecendo ao meu redor. As pessoas estavam se
mexendo. Enfermeiras conectando coisas, empurrando mesas de bandeja,
desembrulhando itens cobertos de plástico e entregando-os uns aos outros.
Meu coração estava pronto a surgir no meu peito.
Foda-me.
Limpei as palmas das mãos suadas na minha calça jeans.
— Ryan, — a voz de Ben me chamou da minha esquerda e minha cabeça
disparou.
Ele estava me entregando roupas para vestir. Minhas mãos começaram a
tremer.
Oh Deus. Está acontecendo. É verdade.
Jess fez um barulho, e olhei para cima ao colocar minhas novas roupas de
proteção para ver Ben segurando sua mão enquanto uma enfermeira
injetava a epidural nela. Ela gritou de dor e engoli em seco.
— Você está indo muito bem, bebê, — Ben sussurrou, beijando sua
têmpora úmida.
— A dor vai embora em um segundo.
Aproximei-me da cama e Ben agarrou minha mão, apertando-a com
força. Ele parecia tão forte e no controle o tempo todo. Mas aquele pequeno
gesto me disse que ele estava nervoso. Isso me fez querer explodir em
lágrimas.
Jess já estava três dias atrasada em sua data de vencimento. Estávamos
ficando impacientes quando a bolsa estourou enquanto estávamos fazendo
compras. Foi caótico. Felizmente, estávamos a apenas alguns quilômetros
do hospital. E é claro que estávamos sempre preparados, com as malas no
carro o tempo todo.
Ela estava se dilatando rapidamente. Quando chegamos ao hospital, ela
estava pronta para ser transferida para o andar de cima, para nossa sala de
parto, que era basicamente um quarto com nosso médico.
Agora que ela tinha a epidural, estava quase na hora de fazer força.
Eu estava com tanto medo, mas também mais animado do que nunca. Eu
mal podia esperar para conhecer meu bebê.
— Não posso acreditar que vocês ainda não sabem se é um menino ou
uma menina, — Ben sussurrou, tentando aliviar o clima que nós dois
apreciamos infinitamente. — Eu me sinto tão poderoso. Sou como o Mágico
de Oz. — Ele fez a voz e Jess deixou escapar uma risadinha tensa.
— Eu realmente quero saber... — gemi, puxando o cabelo de Jess para
trás com meus dedos. Eu fiz beicinho para ela e ela riu, suave e preguiçosa.
A epidural deve ter feito efeito.
— Parece que vai saber muito em breve, — ela se encolheu por causa de
uma contração, visivelmente apertando a mão de Ben com força. Ela gemeu
e eu não pude evitar. Passei meu braço em volta da cintura de Ben e
pressionei meu rosto em seu ombro.
Eu ia chorar. Isso iria acontecer a qualquer segundo. Não consegui me
conter.
— Bebê, está tudo bem, — Ben falou, firme e autoritário. Ele se virou
ligeiramente para que seus olhos estivessem nos meus, me segurando com
aquele azul poderoso. — Tudo está bem. Nosso bebê está chegando.
— Ben... — Choraminguei, mordendo meu lábio para impedi-lo de
tremer. — Estou tão nervoso. E se eu estragar tudo? E se eu for um pai
ruim?
— Ryan... cale a boca, — Ben grunhiu, me dando um olhar penetrante
que me fez rir e engolir em seco. — Você vai ser o melhor foda-pai. Eu sei
que você vai. Você ama tão grande e tão forte, bebê. Você irá dar amor a
essa criança, então pare de se preocupar, por favor.
— Adoro quando você diz por favor, — cantarolei, segurando-o com
força.
Ele riu baixinho e me beijou rápido antes de se voltar para Jess
novamente. Ela parecia bonita fora disso, mas ainda tão bonita. Eu não
tinha ideia de como ela conseguiu. Ela era a mulher mais linda em trabalho
de parto de todos os tempos. Eu tinha certeza disso
O turbilhão de emoções durou apenas mais alguns minutos, antes que o
médico entrasse no quarto, entre as pernas de Jess, dizendo-lhe para
empurrar.
Depois disso, acho que apaguei.
Tentei muito me lembrar de todas as coisas que nos ensinaram na aula de
Lamaze e de tudo que li nos inúmeros livros para bebês, mas alguns
instintos estranhos apareceram, e eu estava lá apenas por Jess. Ben e eu
ficamos ao lado dela o tempo todo, segurando-a, sussurrando palavras de
incentivo e dizendo como ela estava indo bem. Eu sentia pena de Jess. Era
quase como se eu estivesse dando à luz ao lado dela. Não era incomum,
dado o quão conectados nós dois éramos. Eu senti sua dor, especialmente
agora.
Mas Jess era uma profissional. Ela não precisava que disséssemos o quão
incrível ela estava. Você nunca saberia que se passaram quase vinte anos
desde a última vez que ela fez isso. Ela era um anjo. Ben estava certo... Ela
definitivamente estava lá para cuidar de todos nós.
Eu estava tão ansioso para conhecer meu filho ou filha que não conseguia
nem respirar. Fui até o médico para ver o que estava acontecendo e fiquei
momentaneamente horrorizado. Havia um humano real saindo do corpo de
Jess. Foi psicótico.
— Quase lá, bebê, — Ben segurou a mão de nossa esposa com força,
permitindo que ela basicamente fraturasse seus ossos. Ela era mais forte do
que parecia.
— Quanto tempo mais? — Jess choramingou, sem fôlego e ofegante. —
Eu quero terminar...
Ben olhou para mim, erguendo as sobrancelhas, querendo que eu
dissesse a eles o quão longe estava o processo. Engoli em seco e olhei para
baixo novamente.
— Ombros... — resmunguei, então pisquei com força. Jesus Cristo... o que
diabos estou assistindo agora??
— Vê? Ombros, bebê! Isso é ótimo! — Ben deu vivas. Ele era tão bom
nisso. Deus, eu o amo pra caralho. Ele é tão perfeito. Um pai tão gostoso.
Olhei mais uma vez e vi o bebê saindo...
— Ok, o estômago está fora... e... puta merda... — Grunhi, passando a
mão pelo meu cabelo, as lágrimas empurrando pelos meus olhos. — É um
menino.
Fiquei boquiaberto com Ben e ele estava sorrindo muito, suas
sobrancelhas franzidas enquanto ele parecia que estava prestes a
desmoronar.
— Um menino?? — Jess gritou, as lágrimas escorrendo pelo rosto. Então
ela gritou uma última vez quando nosso filho apareceu, pronto e esperando
para ser saudado por seus ansiosos pais.
— Um menino saudável! — O médico aplaudiu e todas as enfermeiras
gritaram e gemeram, baixinho, é claro. — Parabéns!
— Oh meu Deus... — Choraminguei, fungando enquanto Ben abraçava
Jessica, beijando-a por inteiro.
— Você quer cortar o cordão umbilical, Sr. Lockwood? — Perguntou uma
das enfermeiras, e quando olhei para ela, ela estava olhando para mim,
esperando por uma resposta.
— Oh merda, você está falando comigo, — respirei, e Ben e Jess riram. —
Desculpa! Ninguém nunca me chamou assim antes. Parece ótimo. — Mordi
meu lábio e a deixei me mostrar o que fazer, cortando o cordão umbilical de
nosso filho antes de levá-lo para se limpar.
Cambaleei até meu marido e minha esposa, os olhos fixos no meu filho
na enfermaria, certificando-me de que ele estava bem.
— Ele não está chorando — murmurei, me inclinando e beijando a testa
suada de Jess.
— Ele está quieto, — a enfermeira respondeu do outro lado da sala,
provavelmente para acalmar a mim e a todos os meus pensamentos
turbulentos.
— Hailey era a mesma. Até que a pegamos no dia seguinte — Jess
suspirou, pegando minha mão e apertando-a com força.
— Sim, então ela se transformou em um animal selvagem, — acrescentou
Ben, beijando minha bochecha. — Prepare-se, papai.
Choraminguei e abracei Jess tanto quanto pude, enquanto os dois riam
de mim. Mas estávamos todos chorando. Foi um momento incrível.
A enfermeira finalmente trouxe o bebê, enrolado em seu cobertorzinho,
colocando-o delicadamente nos braços de Jess.
— Ele é tão lindo, — ela sussurrou, acariciando seu recém-nascido,
enquanto Ben e eu nos aconchegamos sobre eles, piscando para conter as
lágrimas. O braço de Ben estava enrolado com tanta força em volta de mim,
era como se ele estivesse tentando nos fazer um.
— Ele é perfeito, — Ben suspirou para o pequeno ser, que estava
piscando seus olhos azuis direto para a mamãe.
— Os olhos dele... — murmurei enquanto todo o meu corpo irradiava
amor e carinho. — Eles são incríveis.
— Ele tem seus olhos, mamãe — Ben cutucou o ombro de Jess, e ela
balançou a cabeça, chorando baixinho.
— Então acho que isso significa que temos um nome... — ela fungou,
piscando para mim e Ben.
Olhamos um para o outro e acenamos com a cabeça.
— Ethan James Harper Lockwood, — Ben murmurou, e mordi meu lábio.
Era um nome tão perfeito.
Batizamos nosso bebê com o nome do meu pai e do de Ben. Ethan era o
pai de Ben e James era do meu.
Eu rapidamente limpei uma lágrima que caiu pela minha bochecha.
— Jessica... — cantarolei, balançando minha cabeça lentamente. — Nunca
poderei agradecer o suficiente... Você me deu o melhor presente da minha
vida. Você me fez pai. — Comecei a vacilar. Era demais... — Eu te amo
tanto, bebê...
Abaixei-me e agarrei seu rosto suavemente, beijando seus lábios
enquanto ela chorava em minha boca. Beijei um Ethan de cabelos claros.
Quando me afastei, ele estava olhando diretamente para mim.
Eu pude sentir, naquele momento, mais do que jamais imaginei que
poderia... Amor e dedicação, incondicional.
Eu protegeria essa criança enquanto estivesse respirando. Eu me
certificaria de que ele ficasse feliz e seguro em todos os momentos.
Ele era meu filho.
— Eu amo vocês três... — sussurrei, e Ben beijou meu pescoço
suavemente.
— Estou tão feliz que você entrou em nossas vidas, Ryan — Jess
guinchou. — Esses somos nós.
Nossa pequena família.
Ri em meio às minhas lágrimas e balancei a cabeça.
Depois disso, Ben pegou Ethan e sentou-se com ele, segurando-o perto,
deixando a pequena cabeça de Ethan descansar em seu peito nu para sentir
o batimento cardíaco.
E então eu fiz o mesmo.
Segurar meu filho nos braços e ver meu marido e minha esposa fazerem
o mesmo foi o melhor momento de toda a minha vida. Eu sempre lembraria
e acalentaria esse sentimento.
Finalmente encontrei meu final feliz.
Epílogo de Jessica
— Ben! Você pode abrir a porta, por favor?! — Gritei, até meus cotovelos
em cobertura de chocolate.
— Entendi! — Ouvi a voz de Ben berrando no final do corredor, e escutei
atentamente para determinar quem estava lá. No início, devo acrescentar. A
festa só começa daqui a três horas!
Suspirei de alívio quando ouvi as vozes de Bill e Rachel. Eles não
esperariam ser convencidos, o que era bom. Eles tiveram um bebê que
precisava de cuidados, mas eu sabia que Ryan tomaria as rédeas disso. Ele e
Ben cuidariam das crianças enquanto Hailey e eu terminávamos de decorar
o bolo.
— Oi! — Minha melhor amiga aplaudiu enquanto entrava na cozinha
segurando um enorme presente embrulhado e uma sacola de presentes
separada.
— Oi docinho! — Eu sorri quando ela correu para me beijar na bochecha.
— Oh, deixe-me pegar isso, — disse Hailey, pegando os presentes e
levando-os para a sala de jantar.
— Onde está o aniversariante? — Rachel perguntou, olhando por cima
do balcão que estava coberto de suprimentos para decoração de bolos.
— Ryan está com ele na sala de estar, eu acho, — respondi. — Você viu
balões quando entrou? Ben deveria colocá-los.
— Sim, querida. Tudo parece ótimo, — Rachel murmurou. — Tudo
pronto para uma festa.
— Mãe, você já teve notícias da vovó e do vovô? — Hailey perguntou,
cambaleando até nós.
Fiz uma pausa e fiquei tensa por um momento. — Ainda não.
— É uma loucura se não aparecerem, — Rachel murmurou, um olhar de
desaprovação cobrindo seu rosto. — É o primeiro aniversário do neto deles.
Precisam estar aqui.
Hailey concordou com a cabeça.
Suspirei e balancei minha cabeça. — Honestamente, se eles se sentem
muito estranhos por estarem aqui, então é a perda deles. Não posso me
preocupar com o que as outras pessoas estão fazendo.
Eu fiz uma cara indiferente, mas por dentro eu estava vacilando.
Meus pais ainda estavam um pouco desconfortáveis com Ben, Ryan e
meu relacionamento. Eles alegaram que estavam bem com isso, mas eu
poderia dizer quando vieram nos visitar, depois que Ethan nasceu, que
estavam lutando para nos aceitar como um trio, criando nosso bebê juntos.
Eu realmente não entendia qual era o problema da minha mãe. Ela
mesma nunca tinha feito um teste de paternidade para provar que meu avô
era realmente seu pai, embora ela sempre reclamasse do fato de que
supostamente minha avó disse a ela quando ela era mais jovem que havia a
possibilidade de seu verdadeiro pai ser um ex-namorado dos meus vovó e
vovô. Acho que todos costumavam brincar juntos antes de minha avó
engravidar.
Você poderia pensar que isso deixaria minha mãe mais compreensiva
com o fato de eu ter dois maridos e que Ethan tinha dois pais, mas não.
Minha mãe agia como se fôssemos alienígenas ou algo assim.
Era muito frustrante.
Mas me forcei a deixar todas essas inseguranças de lado e nos concentrar
em terminar o bolo de Ethan. Era seu primeiro aniversário e tudo precisava
estar perfeito.
— Oh sim! Olha quem temos aqui! — Ben entrou na cozinha com o filho
de Rachel e Bill, William Jr., nos ombros. — É o mestre William do
condado, — Ben falou arrastado em um terrível sotaque inglês que fez eu e
Hailey rirmos. — Sou apenas um humilde camponês, senhor. Permita-me
levá-lo ao redor da quadra quando quiser.
Ele girou ao redor da sala, e William começou a rir como uma
tempestade. Foi incrivelmente adorável. William tinha quase dois anos e
amava seu tio Ben até a morte. Principalmente porque Ben era enorme, e ele
podia colocá-lo dois metros no ar e girá-lo.
— Diga olá para a senhora Jessica, — Ben cantarolou, trazendo William e
se abaixando para que eu pudesse beijar sua bochecha. William estava
rindo como um louco. — Tudo bem, agora vamos encontrar o homem do
momento!
Ben piscou para mim ao sair da sala, provavelmente para encontrar Ryan
com nosso filho. Estávamos mantendo Ethan longe do bolo, não que ele
fosse entender o que era. O aspecto surpresa era mais para nosso benefício.
Mas eu sabia que até mesmo uma criança de um ano ficaria animada com
sua primeira degustação de chocolate.
Terminei de colocar o glacê no bolo, então Hailey assumiu a decoração
por um minuto para que eu pudesse ir ver os meninos. Além disso, meus
seios estavam um pouco doloridos e provavelmente era hora de bombear.
Fui até a sala de estar e espiei pela esquina a tempo de pegar Ryan com
Ethan de bruços, brincar de esconde-esconde. Era seu jogo favorito para
jogar com papai.
Eu sorri olhando para eles, meus ovários estremecendo com a visão.
Ryan era um pai tão maravilhoso, era quase inacreditável.
Tirei meu telefone do bolso do meu suéter e comecei a tirar fotos furtivas.
Meu telefone estava praticamente sem espaço de armazenamento, mas eu
simplesmente não pude evitar. Eu adorava tirar fotos dos meus maridos
brincando com nosso filho. Eu estava obcecada.
William estava sentado confortavelmente no tapete ao lado dos pés de
Ryan, brincando com algum brinquedo chamativo e iluminado, enquanto
Ryan entretinha Ethan. Era muito doce vê-lo com os dois filhos. Isso me fez
querer engravidar de novo, como agora.
Ethan era um bebê tão perfeito. Ele estava quieto e calmo. Ele quase
nunca chorava, mesmo quando era um recém-nascido. Além disso, ele era o
garoto mais adorável da face da Terra.
Ele tinha olhos azuis brilhantes, como os de Ben, e seu cabelo era
castanho claro. Estava crescendo tão rápido, e eu já podia ver que queria
enrolar um pouco, como o de Ryan. Olhar para ele fez meu peito doer com
o desejo de estar perto dele o tempo todo. Para tocá-lo e beijar suas
bochechas rechonchudas, para cheirar seu doce perfume, como se o paraíso
tivesse sido engarrafado como uma fragrância. Eu não aguentava ficar
longe dele nem por um minuto.
Felizmente para mim, eu realmente não precisava. Ben trabalhava e
ganhava dinheiro suficiente para sustentar toda a família. E a melhor parte
era que Ryan estava comigo em casa também.
Ryan abandonou a faculdade de direito depois que Ethan nasceu. Na
época, Ben e eu tínhamos medo de ter atrapalhado sua carreira e feito com
que ele perdesse anos e toneladas de dinheiro. Mas Ryan nos garantiu que
seu coração não batia nele há algum tempo. Que ele estava mantendo isso
porque sentia que precisava fazer isso. Segundo ele, não era mais seu sonho
ser advogado.
Ele passou os primeiros seis meses em casa com Ethan e eu. E a empresa
de Ben praticamente funcionava sozinha, então ele poderia ficar em casa
conosco por um tempo também. Honestamente, foi a melhor época da
minha vida, apenas saindo com meus meninos. Eu me senti tão completa,
foi quase assustador.
Eventualmente, Ryan decidiu que precisava fazer algo. Então Ben
comprou para ele um velho Mustang para restaurá-lo, que aparentemente
era do interesse de Ryan. Ben disse que conversaram sobre isso há um
tempo e tinha a sensação de que isso deixaria Ryan feliz. E ele estava
totalmente certo.
Foi uma espécie de curva de aprendizado. Ryan começou a ter aulas de
automóveis na escola de tecnologia local e estava aprendendo muito.
Ficamos muito orgulhosos de como ele era dedicado. Ele era um excelente
aluno. Ele pegava as coisas muito rápido.
Ele já estava quase terminando com o carro. Ele disse que queria vendê-
lo e usar o dinheiro para comprar outro e, se tudo corresse bem,
possivelmente abriria sua própria loja um dia. Pude ver isso acontecendo.
Ele certamente tinha olho para isso e estava ficando muito bom nas coisas
mecânicas. Eu estava feliz por ele finalmente ter encontrado algo que o
deixava realmente feliz. Um sonho a seguir.
Por falar no carro, pude ouvir Ben falando com Bill sobre ele. Ele
provavelmente estava prestes a levá-lo para a garagem para mostrar a obra-
prima inacabada de Ryan. Ele estava tão orgulhoso de Ryan. Era super
adorável.
O dia foi passando e os demais convidados chegaram, um após o outro.
O irmão de Ben, sua esposa e os gêmeos, minha irmã, Greg e Maxine, um
casal de amigos com seus filhos. A casa estava quase cheia, mas tive sorte
porque não tinha um, mas dois maridos para ajudar a divertir a todos,
principalmente os filhos. Ryan estava basicamente administrando uma
creche naquela momento.
Todos comeram e estávamos preparando o bolo para que pudéssemos
cantar para Ethan quando a campainha tocou mais uma vez.
— Eu atendo, — Ryan disparou rapidamente para ver quem poderia ser
o atrasado. Meu coração estava na minha garganta. Eu não queria admitir,
mas estava rezando para que fossem meus pais. Eu realmente não queria
aceitar que eles desaprovavam meu casamento.
Estar com Ben e Ryan juntos foi muito fácil para mim. Eu não tinha
certeza do porquê ou como, mas assim que Ryan entrou em nossas vidas,
eu soube que ele deveria fazer parte disso. Nós três apenas trabalhamos.
Claro, às vezes era difícil. Nenhum casamento é perfeito. Ainda
estávamos aprendendo coisas um sobre o outro e sobre nós mesmos. E
trabalhar os sentimentos e emoções de dois homens ao mesmo tempo às
vezes era um desafio. Mas sempre fomos honestos e abertos um com o
outro. Tínhamos que ser.
Ben e Ryan tinham suas próprias coisas acontecendo. E respeitei isso.
Inferno, eu adorava. Eu absolutamente adorava o quanto se amavam e como
eram atraídos um pelo outro. Era fascinante.
Ryan e eu também tínhamos algo diferente. Estávamos tão conectados
que às vezes era como se fôssemos a mesma pessoa. E eu sabia que Ben
adorava. Ben era meu melhor amigo em todo o mundo. Tínhamos
compartilhado muito de nossas vidas um com o outro. Trazer Ryan para o
redil apenas ampliou nossos sentimentos... E nosso amor.
Eu queria tanto que todos os meus amigos e familiares nos aceitassem
como éramos. E parecia que a maioria deles tinha. Até Hailey estava feliz
com isso. Ela levou algum tempo, como todos nós esperávamos que seria.
Mas ela era nossa filha e nos amava. Ela era madura e maravilhosa. E ela
amava Ryan, então isso ajudou muito a nossa causa.
A mãe de Ryan imediatamente recebeu Ben e eu de braços abertos. Ela
nos considerou uma família desde o momento em que nos conhecemos. Na
verdade, aproximou mais ela e Ryan, o que foi fantástico.
Eu queria isso com meus próprios pais. Mas eu tinha que estar bem com
o fato de que isso nunca poderia acontecer assim.
Ryan entrou vagando na sala com um sorriso largo e radiante no rosto
bonito. Eu levantei minhas sobrancelhas para ele.
— Olha quem está aqui... — ele sussurrou, mordendo o lábio.
E com certeza, lá estavam minha mãe e meu pai, seguindo atrás dele.
Meu lábio inferior começou a tremer quando me aproximei deles.
— Desculpe pelo atraso, querida, — meu pai disse com um sorriso,
beijando-me na bochecha.
— Estou tão feliz por vocês estarem aqui, — choraminguei, me lançando
sobre ele, me abraçando com força.
— Nós não teríamos perdido isso por nada no mundo, querida, — minha
mãe cantarolou, e a agarrei para um abraço gigante.
Meu coração estava tão cheio que transbordava.
— Você chegou bem na hora, — Ben resmungou, e o vi sorrindo
enquanto colocava o braço em volta da cintura de Ryan.
Eles estão aqui. Eles nos aceitam. Graças a Deus!
Todos se reuniram em torno da mesa da sala de jantar, Ben, Ryan e eu
amontoados em torno da cadeira alta de Ethan. Hailey diminuiu as luzes, e
todos nós fizemos ooh e ahh sobre a única vela, acesa no meio do bolo
gigante e chique de Ethan.
A sala inteira explodiu enquanto cantávamos Parabéns a você para o meu
filho, e ele parecia, bem, ligeiramente assustado no início. Mas
eventualmente ele se aqueceu quando viu o entusiasmo no rosto de seus
pais.
— Tudo bem, amigo. Você vai fazer um pedido e apagar a vela, — Ben
aplaudiu suavemente.
— Assim, — disse Ryan, em seguida, imitou o sopro de ar de seus lábios.
Ethan riu histericamente.
— Tudo que o papai faz é engraçado, — Ben sussurrou para mim e rimos
juntos.
— Faça um desejo, bebê, — sussurrei, beijando seu cabelo macio.
— Um dois três! — Ben engasgou e nós três sopramos a vela para Ethan,
a chama apagando-se.
— Yay! — Nós aplaudimos e todos aplaudiram. Ethan estava comendo
tudo. Ele estava pulando e jogando as mãos para o alto.
Ben, Ryan e eu estávamos rindo tanto que lágrimas escorriam de nossos
olhos. O garoto já era um maldito presunto.
Marie e Laura ajudaram a cortar o bolo, entregando os pedaços a todos.
Demos a Ethan uma bela peça grande, embora ele tenha acabado usando
mais do que tinha na boca. Eu só tive que tirar mais fotos disso também.
— Dê uma mordida em Poppa, — ri para Ethan, olhando Ben com um
sorriso malicioso.
Ben beijou os lábios e se inclinou, abrindo a boca. Então Ethan espalhou
sua mão coberta de chocolate no rosto de Ben. Ryan e eu estávamos
morrendo. Foi a coisa mais fofa que já presenciei.
Hailey trouxe presente após presente, e ajudamos Ethan a abri-los,
mostrando a ele todos os seus novos brinquedos e roupas. No final de tudo,
ele estava enxugado, apesar de todo o açúcar.
No final da noite, estávamos todos bastante exaustos. Nossos convidados
haviam partido. Meus pais foram ficar na casa da minha irmã e Hailey
estava escondida em seu quarto. Ryan e Ben tinham acabado de dar banho
em Ethan, e nós três o colocamos na cama juntos. O garoto estava apagado
como uma luz, no segundo em que lhe demos um beijo de boa noite.
Em nosso quarto, com a babá eletrônica ligada, pudemos finalmente
relaxar. Eu tirei a roupa, deslizando em uma das camisetas de Ben e me
esgueirando para a cama para que Ryan pudesse esfregar meus pés. Ben
gaguejou do banheiro apenas de cueca e imediatamente chamou nossa
atenção.
— Que dia ótimo, porra, — ele suspirou, jogando-se na cama ao nosso
lado, passando a mão nas costas de Ryan.
— Sério, — Ryan se levantou e me agarrou pela cintura. — Temos a
melhor família de todos os tempos.
— Nós realmente temos, — cantarolei, olhando para eles.
— Amo muito vocês dois. Sabem disso, certo? — Ben perguntou,
piscando sobre seus olhos azuis cintilantes.
— Sim, — Ryan e eu respondemos ao mesmo tempo, como sempre
fizemos.
— Amo vocês dois, — ronronei, olhando para eles como se houvesse
corações flutuando em torno de suas lindas cabeças.
Eles trocaram um olhar, depois olharam para mim e eu realmente senti o
quão abençoada eu era. Apenas observar os dois, me observar, reafirmou o
que eu sempre soube: fomos feitos para isso.
A química entre nós era como um fogo ardente que nunca morreria.
O destino nos deu um empurrão e nos fez inteiros.
Lambi meus lábios, inclinando minha cabeça para o lado para meus dois
maridos lindos como o inferno. Os homens dos meus sonhos.
Minhas entranhas se apertaram quando se tocaram, esperando
ansiosamente que eu me juntasse a eles.
— Prontos, meninos? — Sussurrei e assentiram lentamente. — Vamos
nos divertir.

Fim.
Agradecimentos
Uau! Isso foi uma loucura.
Eu só quero agradecer a todos que leram este livro. Porque é muito
intenso. Honestamente, não é um livro que eu jamais pensei que publicaria
ou mostraria para alguém. A ideia dessa história entrou em meu cérebro e
dominou minha vida. Por um mês direto, tudo em que eu conseguia pensar
era nessa história. Eu quase não comia, quase não dormia. Eu vivi e respirei
Ben e Ryan e Jess... E quando comecei, a história parecia muito diferente do
que acabou.
Mas tudo aconteceu lindamente, e eu decidi que a história de amor deles
precisava ser compartilhada.
Esta não é necessariamente uma história sobre como se encontrar ou se
assumir como algo. É apenas uma história sobre amor, seguir seu coração e
como às vezes você se apaixona por uma pessoa que nunca esperou. O
amor não tem rótulos ou padrões. Não existe um procedimento operacional
padrão. Amamos quem amamos e isso deve ser celebrado. Só posso esperar
que talvez a leitura deste livro ajude a abrir algumas mentes ou consolar
aqueles que podem se sentir inseguros. O mundo é grande demais para nos
fecharmos em uma caixa.
Todos os agradecimentos do mundo vão para minha família e amigos
por me apoiarem. Meus maravilhosos leitores betas, meu editor, meu
formatador (Julesies, também conhecido como Julia Scott... você é um
gênio!) E meu artista de capa, Jada D'Lee, que continua a esmagá-lo
fazendo essas obras de arte fenomenais.
Aos blogueiros, bookstagrammers e leitores: Vocês são tudo. Seu apoio e
entusiasmo é o que faz tudo valer a pena. Continue lendo e sendo incrível.
Se você gostou do PUSH, ou de algum dos meus outros livros, por favor,
deixe uma crítica. Isso significa o mundo para este novo autor indie.
Obrigado e boa leitura!
Amor, amor, amor,
Nyla K

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