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Resumo
Chipp Rummers é o comissário de Ketchikan, no Alasca. Pegar Scott Green é uma
tarefa difícil, mas que deve ser cumprida.
Green enriqueceu com a escravidão de mulheres brancas, sequestrando meninas e
levando-as para bordéis em regiões remotas do Alasca.
A última remessa ainda não havia sido encontrada, cinco jovens deviam estar
localizadas nas distantes e frias terras do Alasca e Chipp, um Weremindful, iria usar todas as
suas habilidades para encontrá-las e devia se apressar antes das meninas desaparecerem e
recuperá-las com vida.
E quando o fizesse, a vida de Chipp mudaria para sempre.
Keiji Heiko é uma jovem órfã, tem uma pequena agência de limpeza em Los Angeles,
vive sozinha e tem se mantido desde que tinha quatorze anos. Suas melhores amigas a
convenceram a levá-la para uma festa, mas nunca pensou que iria acabar a caminho para um
bordel no Alasca.
Geniosa e decidida, somente queria ir para casa, mas sua única ajuda parece ser um
enorme lobo dourado que aparece nos momentos em que mais precisa e que parece ler seus
pensamentos.
Como pode vencer um lindo homem de cabelos dourados que parece ladrar ao invés
de falar quando a única coisa que quer é estar em sua casa, na sua cama e com ele?
A Fugitiva
Capítulo 01
Chipp
Vinte e sete anos atrás...
atrás...
Joseph Brunet olhava a criança dormindo ao lado da cama do seu filho Ty.
Ele estava de bruços.
Era a única maneira que poderia dormir. As costas de Chipp Rummers era uma ferida
aberta devido aos açoites de seu pai. O sangue ainda podia ser visto através dos cuidadosos
curativos do médico.
Joseph cerrou os punhos, que um Weremindful golpeou dessa maneira um menino
de dez anos era incompreensível. O Conselho o tomou sob sua proteção, no mesmo instante
em que a professora do pequeno Chipp o denunciou e Joseph tinha sido aprovado como seu
tutor.
Joseph era professor da mesma escola. Não pode acreditar quando Juanita Barnes
mostrou-lhe a parte de trás do pequeno e tinha um filho da mesma idade que o menino, dois
argumentos que convenceram o Conselho a deixá-lo aos seus cuidados. Chipp Rummers
viveria com eles até que ele decidisse os deixar.
Joseph olhou para o filho, era o contraste vívido de Chipp. Enquanto a cabeça de Ty
estava enegrecida de cachos, a de Chipp era quase branca. Onde seu filho havia sido criado e
orientado a encontrar o seu lobo com amor e paciência, Chipp tinha sido abusado de formas
inimagináveis até mesmo para simples seres humanos. Joseph temia que Chipp nunca
poderia encontrar seu lobo. Uma criança forçada a viver no terror desde o nascimento
dificilmente encontraria a concentração necessária para uma mudança de homem para lobo.
Os Weremindful eram uma raça muito antiga de lobisomens conscientes, tinham
vindo para a América com a missão de Alvar Nunez Cabeza de Vaca da Espanha antiga. E o
acompanharam em sua sorte durante os oito longos anos de peregrinação, caminhando por
todo o continente de um oceano a outro, nus e sem nada. E decidiram ficar, se estabelecer e
se instalar. Um grupo de homens excepcionalmente fortes e cansados de seguir Nunez. Com
essa decisão Clavijo nasceu em Sonora, no Novo México. Até onde sabiam eram o único
enclave de lobisomens na América.
Joseph acariciou o cabelo loiro de Chipp, amava esta criança. Beijou-o ternamente na
testa e, em seguida, olhou para o seu filho Ty, deu-lhe um beijo em seu cabelo e deixou o
quarto em busca de sua esposa Gemma.
Ela estava sentada em sua cama, de camisola, colocando creme nas mãos, parecia
completamente abstraída. Quando o sentiu levantou a cabeça e sorriu. Seus olhos
transmitiam uma tristeza infinita.
- O que você está pensando? - Joseph perguntou ao se aproximar beijando-a
suavemente nos lábios.
- Nessa pobre criança... será que algum dia irá se curar?
- Seu corpo sim, sua alma... eu não sei. - Abraçou Gemma.
Gemma descansou a cabeça no peito do marido e disse...
- Espero que sim. - Tinha lágrimas em seus olhos.
Keiji
Há treze anos...
anos...
- Keiji, você vai se atrasar!
- Já desço haha1. Um segundo.
Keiji terminou de colocar seus livros na mochila e saltou atleticamente os degraus da
escada.
Na cozinha encontrou a mesma rotina de todos os dias. Sua mãe preparava o seu
almoço enquanto seu pai estava escondido lendo o jornal.
Keiji caiu em sua cadeira, sem sequer olhar, seu pai entregou-lhe um pedaço de pão
com manteiga e geléia, mordeu enquanto pegava o copo de suco de laranja. James Heiko era
um homem jovem, acabará de completar 40 anos, descendente de japoneses usava o cabelo
negro muito curto atrás e longo na frente.
- Obrigado, chichi2. - disse a ele enquanto pegava o suplemento esportivo.
- Que horas sai, hoje não tem treinamento? - Perguntou sua mãe sentando-se na
mesa do café da manhã com sua família.
Keiji olhou para ela, sua mãe era uma loira pequena com um cabelo levemente
ondulado de um loiro quase branco. Keiji sempre quis ser loira, não uma rara mistura
japonesa de cabelos pretos, lisos e grossos com olhos azuis puxados, era tudo o que tinha
herdado da herança irlandesa de sua mãe.
Diana Foster Heiko havia conhecido James na escola secundária e contra o conselho
de sua família, tinha felizmente casado com ele.
Keiji os amava e amava a casa que a tinham fornecido. Seus pais haviam conseguido
lutar contra muitos obstáculos, não só de pertencerem a diferentes culturas, mas para ter a
família que sempre quiseram. Deus quisesse que ela tivesse o mesmo destino.
Keiji olhou para eles, seu pai estava por trás do jornal, mas com uma mão ofereceu a
Diana outro pedaço de pão, sem retirar a cabeça do jornal. Mãe e filha se entreolharam e
sorriram cúmplices.
- Hoje nós treinamos até as dezoito, não se esqueça. - Ela informou sua mãe.
1
Termo carinhoso para mamãe em japonês.
2
Termo carinhoso para papai em japonês.
3
Doçura
4
Guerreiro
- Bem. - Disse Diana. - Pelo menos vai gastar suas energias no jogo.
A Fugitiva
Capítulo 02
Chipp
Vinte e um anos atrás...
- Concentre-se, feche os olhos, procure o estado alfa.
“Inspira, respira, flutua, deixe seu corpo leve, não pesa... não tem pés... pernas... não
tem mãos... flutua... o seu corpo não pesa... flutua no ar... somente ar... somente lobo... sou
lobo.”
Fazia sete anos que Chipp Rummers tinha chegado para fazer parte de sua família e
Joseph não poderia estar mais orgulhoso de ver o quanto tinha mudado. De uma criança
com medo a um homem jovem tenaz e responsável. Gemma o adorava, Ty o adorava e
adorava-o também.
Ainda quando ninguém acreditava que Chipp poderia um dia nem mesmo sonhar em
ser um Weremindful, ele o havia feito. Ele havia passado horas e horas de meditação para
alcançar esse objetivo.
Se havia algo que queria Chipp Rummers era não se parecer com seu pai. E seu pai
nunca tinha sido um Weremindful.
Aos dezesseis anos, Chipp era muito alto, estava roçando um metro e noventa, levava
quase uma cabeça de Ty e ainda poderia continuar crescendo.
Vê-los correr como lobos era a maior satisfação de um pai Werewindful,
especialmente quando eram cada vez menos os que podiam fazê-lo. Assim, Joseph sorriu
quando os viu seguir para o lobo Wolff Carter para passear pelo deserto.
Deu meia volta e foi em busca de sua esposa, Gemma queria que a levasse até
Sonora, necessitava comprar material de pinturas. Gemma pintava afrescos do deserto e os
vendia. E ele precisava discutir determinados assuntos com Paul Amaretti.
Clavijo, localizada no meio do deserto, tornou-se uma atração turística. E as pessoas
estavam felizes, era uma pequena comunidade, recebiam os visitantes que, felizmente para
os nativos, não tendo muito a olhar uma vez que percorriam o deserto e compravam seus
artesanatos desapareciam.
O jovem Jerome Carter era o alfa da manada, e todos ainda estavam se acostumando
com a mudança. Quando seus antepassados espanhóis decidiram ficar e viver ali para
sempre, não tinham se equivocado. Ali havia paz, estavam bem longe das grandes cidades e
todos compartilhavam sua herança Weremindful pudessem ou não completar a mudança.
Quando Joseph chegou em casa, Gemma estava pronta e esperando-o. Joseph nem
sequer saiu da velha caminhonete. Ela subiu, ainda com lápis e papel na mão, anotando tudo
o que tinha que trazer.
Keiji
Há treze anos...
anos...
Keiji caminhava para o negócio de seus pais com suas amigas de toda a vida. Iriam
estudar álgebra. Patty, Rose, Pam e Chloe caminhavam como todos os jovens depois do
treinamento. “Nuvem” era o lugar para se reunirem e estudar.
Um bloco antes Pam disse:
A Fugitiva
Capítulo 03
Hoje...
- Diz que sim Keiji, por favor. Sim? Você é a única de nós que têm carro, por favor. Diga
que vai nos levar.
Keiji estava sentada em sua mesa coberta de papéis. Não tinha um contador, não
podia pagar, então estava tudo a seu cargo, como tinha começado a fazer desde que seus
pais morreram, fazia treze anos.
Levantou os olhos de seus pequenos e quadrados óculos e soprou sua franja. Gesto
que indicava que tinha cansado.
Rose, Pam, Patty e Chloe, suas melhores amigas de uma vida inteira olhavam para ela
com expectativa.
- Não é uma boa ideia, vocês sabem disso, não? Não os conhecem, não sabem nada
sobre esses caras e...
- Vamos Keiji, conhecemos Paul, você o conhece.
- Eu não gosto de Paul, há algo sobre ele, não sei o que você vê nele Patty. - disse Keiji
retornar ao seu livro.
Patty conheceu Paul Grosman há apenas dois meses e imediatamente teve uma
queda por ele. Paul era jovem, bonito e parecia ter um monte de dinheiro. Os requisitos do
homem perfeito para Patty. Elas tinham sido convidadas para sua festa em uma fazenda fora
de Los Angeles. Receberia alguns amigos e as esperava. Ligou perguntando se elas iam ou
não. E a única que poderia levá-las era Keiji.
Keiji tinha que entregar sua declaração de impostos em dois dias, se as levava ficaria
livre delas por pelo menos algumas horas e poderia completar sua tarefa. Então, tirou os
óculos, moveu o pescoço de um lado a outro e finalmente disse:
- Está bem. Vou levá-las, mas...
Os gritos a atordoaram e enquanto todas se jogavam sobre ela e a abraçavam, Keiji
cuidava para não amassarem suas abençoadas cédulas.
- Mas... irei deixá-las e depois as buscarei..
- Não, Keiji você nunca se diverte, fica com a gente. - Disse Pam.
- Pamela eu não posso, de fato não posso deixar de entregar isso em dois dias senão
vou ter problemas e eu não posso me dar o luxo. - Disse Keiji recuperando a ordem em sua
mesa.
E assim era. Desde que seus pais haviam morrido, tinha conseguido ficar na casa se
suas amigas. A cada cinco meses a família de suas amigas se revezavam e a recebiam, isso
durou até o dia em que completou dezesseis anos e foi emancipada. Muito antes ela tinha
tomado os restos do negócio de seus pais e lhe custava muito sacrifício levantá-lo
novamente, mas estava funcionando e saindo do vermelho em breve. As meninas sabiam
que o negócio a mantinha fora da miséria. Então, tinha certeza que aceitariam sua decisão
fosse qual fosse.
- Muito bem, passo na casa de Patty, às onze horas, todos estejam lá. As deixo e
depois volto por vocês, para "todas" vocês. – Disse olhando para Patty. – Lá pelas dezenove,
assim chegaremos com luz ainda. Alguma objeção? Não? Excelente. Agora, eu posso
trabalhar?
Entre risos e comentários a deixaram. Antes de alcançar a porta Rose se virou e olhou
para Keiji:
- Te ligo para lembrá-la?
Keiji tinha fama de se concentrar tanto que esquecia o que havia dito, ela sorriu e
disse:
- Às nove e meia?
Rose levantou o polegar de sua mão esquerda.
Na manhã seguinte a chamada de Rose a colocou em órbita, tinha muito que fazer,
levar as meninas para o rancho desse tal Paul, voltar, visitar os escritórios do edifício
Windstone com quem tinha acabado de fechar um contrato, para variar um bom negócio, e
já se via livre de todas as suas dívidas completamente.
Olhando no espelho parecia tão cansada como se sentia. O espelho refletia a figura
de uma jovem de 23 anos, não muito alta, na verdade media um metro e sessenta e quatro,
longos cabelos negros, um rosto definitivamente asiático com olhos azuis, e grandes olheiras
das últimas noites sem dormir direito.
Ficou de lado e olhou para o seu corpo. Magro, mas atlético, uma bunda bonita,
apesar de que ficasse mais sentada do que se exercitando, e seus seios, bem, não muito do
seu agrado. Não havia herdado a frágil beleza japonesa senão a exuberância irlandesa
Seios grandes, cintura pequena. Sem ser desportista não queria andar cambaleando
por aí. Odiava seu corpo. Mas pelo menos conseguia manter-se somente com suas
caminhadas diárias. Elas a oxigenavam e a distraiam dos problemas cotidianos.
Keiji sabia que o que chamava a atenção nela era o contraste de suas feições asiáticas
com olhos azuis tão intensos. Isso não passava despercebido. Tinha usado freqüentemente
essa atenção para conseguir algo, um sorriso aqui, um flerte leve. E pronto, uma multa de
trânsito que não era aplicada, um encanador que se apressava para visitar a sua casa antes
que desabasse por perda d’água. Mas até aí chegava a sua experiência. Tinha muito claro
que queria um casamento como o de seus pais, queria se apaixonar, casar, e assim por
diante, e até agora nunca tinha acontecido. Ainda não tinha encontrado sua alma gêmea.
Antes, por amadurecer com o golpe e se desinteressado dos assuntos de garotos, e a
histeria sexual, nem mesmo foi tocada, agora tinha expectativas mais altas, estava à procura
de um homem com letras maiúsculas, nada mais e nada menos. Então, estava sozinha.
Mas não era a única, exceto Patty que era uma namoradeira profissional, suas chan5
também estavam sozinhas. O homem dos seus sonhos iria aparecer, o veria, olharia em seus
olhos e sentiria que o mundo era um lugar quente e bonito. Ele amaria sua aparência exótica,
5
Amigas – na realidade em japonês quando você se refere a uma amiga utiliza seu nome
seguido do chan: exemplo Lúcia-Chan.
apresentaria a seus pais e a pediria em casamento, nessa ordem. Era apenas uma questão de
esperar.
Quando o despertador soou, se apressou e pôs calça jeans, uma camisa de manga
curta, sapatos e uma jaqueta de couro. Procurou os óculos escuros e foi buscar o seu
pequeno, velho e fiel carro, indo em direção a para casa de Patty. Tinha posto o despertador
para não esquecer.
Quando chegou a casa de Patty e buzinou, suas chan vieram todas juntas e usando
mais ou menos o mesmo que ela, exceto Patty, vestindo um sexy e sugestivo top, sem sutiã.
Rose fez um pequeno gesto indicando os seus próprios seios e revirando os olhos, entre elas
estava tudo entendido e Keiji e sorriu.
- Prontas, cintos de segurança? - Keiji perguntou
E todas gritaram. - Prontas!
- Poucos carros para uma festa de aniversário, não parece? – A dúvida de Chloe era a
de Keiji também.
- Paul me disse que alguns de seus amigos só viriam depois do almoço. Olhem lá, é
Paul. Oi Paul!
Quando o viu, Patty desceu do carro, seguida pelas meninas. Paul cumprimentou
todas com um beijo e foi para o carro onde Keiji estava sentada.
- Motorista bonita. Já sei que você tem que ir, Patty disse-me, mas não quer descer e
beber algo antes de prosseguir viagem?Apenas um suco, nada mais.
Keiji se sentiu um pouco desconfortável. Não gostava de Paul e não sabia o porquê,
sempre tinha sido muito amável e gentil com ela, então para acalmar sua consciência saiu e
caminhou em direção a casa.
No estilo típico de Santa Fé, a casa tinha uma grande galeria. Um estranho saiu de
casa com uma bandeja de bebidas para as meninas, o dia estava pedindo por algo fresco,
Patty apresentou-o e todos se sentaram no mirante em frente da galeria.
O suco não era provavelmente uma bebida conhecida, porque ela não o reconheceu,
era bastante amargo. Keiji gostava dos doces, mas como estava fresco o bebeu enquanto
conversavam sobre assuntos sem importância, como lugares comuns conhecidos.
Keiji se sentia calma, sonolenta e surpresa observou que Chloe e Pam tinham a
cabeça apoiada e pareciam “adormecidas”? Quando olhou para Rose viu que ela cabeceava...
- Patty... - Conseguiu dizer e a escuridão venceu.
A Fugitiva
Capítulo 04
Quando Keiji acordou, Chloe estava acertando seu rosto. Semi-acordada podia ver
que Chloe chutava e não conseguia entender o porquê.
- Acorde, acorde Keiji. – Disse Chloe entre soluços.
Keiji tirou sua mão de seu rosto e tentou fugir de seus safanões.
- Deixe-me, Chloe, o que está errado... - Enquanto falava, percebeu que sua voz estava
tão pastosa, saia com dificuldade. Tentou pensar claramente enquanto se levantava, ajudada
por Chloe.
- O que é isso? - Olhou em volta e não reconheceu o lugar. De repente, seu coração
começou a correr mais rápido, estava dormindo ao lado de Patty, Pam e Rose. - O que é isso?
- Perguntou novamente olhando para Chloe.
- Eu não sei, mas eu acordei há pouco tempo e todas pareciam mortas, me assustou
muito, e eu não sei... Eu não sei... onde nós estamos.
Mal conseguia entender o que Chloe dizia entre soluços. Tentou acordar Rose, mas
sua cabeça girou, ela se sentiu tonta. Olhou para Chloe.
- Você também se sente tonta?
Chloe disse, movendo-se para Pam, tremendo. Tal como fez com Keiji, começou a
bater no seu rosto e assim como Keiji, Pam tentou golpeá-la, sem sucesso.
Rose começou a se mover, abriu os olhos e fechou-os novamente.
- O que aconteceu? - Ela perguntou com a voz rouca.
O choro de Patty fez com que Keiji a olhasse. Patty, igual a todas elas, entendeu que
não foi um acontecimento fortuito. O que tinha acontecido a elas tinha um responsável.
Paul Grosman.
- Meu Deus, nós fomos raptadas! - Chloe disse baixinho levantando seu cabelo com
ambas as mãos, e jogo-os para trás.
Keiji se levantou e começou a andar pelo pequeno quarto, quatro passos para frente,
quatro passos para trás.
- Se fomos seqüestradas acho que não foi por dinheiro, teriam seqüestrado a uma de
nós, ou seja, que... qualquer que seja a razão, não é um seqüestro. – Keiji pensou em voz
alta.- E se não é seqüestro, o que é? - Ela se virou para olhar para suas amigas ainda sentadas
no chão, em colchões miseráveis.
- Tráfico de mulheres! - Pam disse com os olhos cheios de lágrimas, abraçando Patty
que ainda estava chorando. Pam sempre foi muito exagerada, mas na última semana a
televisão derramou rios de horas sobre uma quadrilha de escravidão branca.
Keiji a olhou.
- Patricia Mitchell, pare de chorar. - Disse rapidamente, surpreendendo todas. - Por
favor. Precisamos pensar. - Acrescentou em um tom doce. “Escravidão, tráfico de mulheres”,
tráfico de mulheres, repetia em sua cabeça como um eco. Deus, seria possível? Havia visto
esse programa e lido um artigo sobre o assunto na semana passada, talvez estivessem sendo
muito imaginativas. Tráfico de mulheres? Não. Impossível. Isso era tema de filmes. Não. Não.
Não. Não poderiam ter sido seqüestradas para escravidão de mulheres porque... porque se
fosse... Elas estariam em apuros, SÉ-RI-OS PRO-BLE-MAS.
No quarto se estabeleceu um longo silêncio. Keiji reagiu.
- Temos que sair daqui, onde quer que estejamos. Então, comecem a olhar para
qualquer coisa para nos ajudar.
A ordem de Keiji pôs todas em funcionamento, começaram a rastrear todo o quarto
minuciosamente, palmo a palmo, empurrando, puxando, procurando uma fraqueza. Unir
seus esforços permitiu-lhes lidar com algo que fazer e afastar da mente as fantasias mais
loucas que estavam ocorrendo a cada uma.
Quando sentiram uma chave abrir qualquer tipo de fechadura todas retrocederam
para trás.
Assim que a porta abriu, Paul Grosman e o homem que serviu as bebidas apareceram
na porta. Sem sequer pensar Keiji avançou sobre Paul.
- Bastardo! - Ela conseguiu golpeá-lo e o empurrou para trás. Caindo com ele no chão.
Quando Keiji o empurrou para fora da sala, o outro homem fechou a porta, deixando
as meninas trancadas. Nenhuma delas havia se movido.
No outro quarto havia outro homem. Se aproximou de Keiji e a sustentou tomando-a
pelos dois braços e empurrando-os para trás. Keiji estava com raiva, antes de a colocarem
longe pode dar alguns pontapés.
- Sim, você tem vigor, vagabunda. - Disse o homem que se ocupava dela e que tinha
sido acertado com algumas poucas pancadas.
Paul levantou-se, olhou para ela e deu-lhe um tapa.
A cabeça de Keiji se inclinou para um lado, sentindo-se desmaiar. Os gritos das
meninas a chamando do outro quarto a mantiveram.
- Ehhh, não arruíne a mercadoria. - disse o homem que continuava sustentando-a. A
arrastou até uma cadeira e jogou sobre ela.
- Sente-se! E é melhor ficar quieta. – Ordenou Paul.
Keiji levou uma de suas mãos ao rosto, o golpe doeu muito e seus olhos se encheram
de lágrimas. De onde estava os olhou. “Paul Grosman. Como se chamava o outro? Rick algo.
Rick... Rick Jackman, como o próprio ator.”
- Bom, Green. Já tem o que te prometi agora me entregue o dinheiro antes de ser
mais tarde. - Disse ao estranho.
Green, o sobrenome do outro bastardo é Green. Keiji não sabia por que, mas estava
tentando lembrar o rosto dele. Green parecia irlandês, pelo menos nas cores, olhos azuis,
cabelo vermelho, nariz largo, mandíbula forte, um metro e setenta mais ou menos.
- Claro. - Disse Green e abriu uma pasta que estava em cima da mesa.
As meninas estavam batendo na porta e chamando Keiji.
Paul sorriu de orelha a orelha.
E assim ele morreu.
Green sacou uma arma e disparou contra o bastardo que caiu a seus pés. Keiji seguiu
a queda como se fosse em câmera lenta. O barulho, o cheiro de pólvora, o sangue fluindo
suavemente de Paul, o sorriso estúpido de Green e seus olhos absolutamente frios e
impiedosos golpearam com força Keiji, jamais havia esperado ver matarem um homem,
menos ainda, ao seu lado. Keiji fechou os olhos quando o sangue e horror a golpearam. De
outro quarto sentiu um silêncio, então choros e logo gritos desordenados a chamando.
Green olhou para ela, tinha a arma em sua mão parecendo uma extensão do seu
braço, sem apontá-la, somente movendo como uma pessoa falante move as mãos e disse
fervorosamente:
- Se me causar problemas vadia, posso praticar tiro ao alvo com você... ou com uma
de suas amiguinhas. – olhou ao Jackman e disse: - Cuide dele.
Keiji apenas observava. Não conseguia dizer uma palavra.
O cara se aproximou levantou o corpo duro de Paul e puxou-o para fora do quarto. Só
permaneceu Green e Keiji
- Bem, assim serão as coisas. Amanhã, se a tempestade não vier, virão pegar vocês, já
tenho certo para onde vai cada uma de vocês. Assim, que se despeçam. Enquanto se
comportarem, nada vai acontecer com vocês. Mas se fizerem bagunça ou causarem
problemas eu tenho métodos muito eficazes para controlar os nervos.
Keiji ouviu cada palavra que disse Green.
Matou-o, matou-o, dizia a si mesma, matou um homem.
- É melhor esquecer quem são, é o melhor, a partir de agora terão novos nomes e
podem se sentir feliz, tenho uma clientela muito seleta e fina. - Green riu de sua própria
piada.
Keiji sentiu o frio subindo pelo seu corpo. “É um pesadelo, um pesadelo. Isso não
pode estar acontecendo”.
A porta se abriu e entrou Jackman.
- Tudo pronto, estão à espera.
- Bem, permaneça a cargo até amanhã. - Green olhou para ela, ameaçou-a com a
arma e aceno. - Para dentro, vamos!
Keiji tentou se levantar, mas suas pernas não iriam levá-la.
- Leve-a! -Green disse para Jackman.
O homem pegou-a pelo braço e a levantou no ar, uma mão abriu a porta. Ao moveu a
fechadura o choro e gritos de dentro pararam. Quando a porta se abriu Jackman empurrou
Keiji e fechou a porta atrás de si.
A Fugitiva
Capítulo 05
Chipp Rummers tinha seguido Bruce Croos desde que tinha chegado de Los Angeles
com Wolff e sua nova esposa. Ele serviu de testemunha da cerimônia de casamento na
manhã anterior, em somente duas horas seus amigos estavam casados e Chipp seguia a trilha
de Cruz.
Havia se sentido muito feliz por esquecer por um momento os problemas e se focar
na felicidade de seu amigo. Summer tinha estado belíssima. Havia usado um caro vestido
branco com uma cauda de sereia com pequenas pérolas e strass ao redor, um decote em V
ousado que deixava seu pescoço ao ar já que tinha recolhido seu longo cabelo dourado em
um coque alto. Wolff usava, era a primeira vez que o via vestido assim, um terno preto com
uma camisa branca que destacava sua boa aparência. A verdade é que, se ninguém tivesse
ido para o casamento o casal não teria notado. Tão concentrado estavam um no outro.
Uma hora depois do magistrado juntar o casal, Chipp já se despedia e ia em busca das
informações que Ty Brunet tinha para lhe dar sobre Bruce Cross.
Croos era o elo da quadrilha que seqüestrava meninas do continente para colocá-las
em bordéis no Alasca. Ty Brunet havia informado que Croos era o guia de trenós que Green
usava para transportar as meninas para prostituição. Se tivesse paciência, teria o Green.
E ele a tinha. Sabia que a vida de cinco meninas aterrorizadas dependia de sua
paciência.
Croos não se moveu durante todo o dia. Estava em um dos bordéis de Green. De sua
posição no topo da colina, a poucas centenas de metros de distância, Chipp poderia vigiar
Croos e sabia que ele estava lá. Quando Green o mandasse pelas meninas, onde quer que o
Cessna a haviam deixado, ele iria encontrá-las. Croos iria levá-lo até elas.
A neve caía suavemente. Chipp era muito grato a sua herança Weremindful, só
precisava se concentrar e seu lobo tomaria seu lugar, se ele quisesse, poderia passar a noite
toda sem se preocupar com a temperatura baixa. Seu lobo não só tinha uma vista
maravilhosa, tinha a paciência do homem.
Qualquer um que estivesse assistindo veria um enorme lobo dourado deitado com
confiança na neve do Alasca, sem sequer suspeitar que dentro havia um homem que
pensava e se preparava para acabar com seus planos, quaisquer que fossem.
A decisão estava tomada, tinham que sair dali. Agora, antes que as separassem.
Haviam buscado inutilmente alguma forma de escapar e estavam completamente desoladas.
Enquanto Keiji seguia revisando centímetro e centímetro cada um dos grossos troncos que
formavam as paredes da cabana, as meninas estavam sentadas em colchões sujos.
Patty havia conseguido tirar da porta a maçaneta e a tinha em sua mão.
- Pelo menos poderia servir como uma arma. - Havia dito a elas.
- Deve haver alguma maneira. - Disse Keiji.
- Nós já olhamos tudo: teto, paredes, portas, não há nenhuma maneira de sair daqui. -
Disse Patty.
Keiji parou a inspeção e olhou.
- O que você disse? – Perguntou a ela.
- Que já vimos tudo. - Patty respondeu sem ânimo.
- Não, disse paredes, teto, portas.... Levante-se! Vamos, levantem-se daí.
As quatro olharam para ela surpresas.
Keiji não esperou, agarrou os braços de Rose e a levantou.
Quando chegou na cabana deixou seus animais e golpeou a porta. Rick demorou a
abri-la. Estava certo que devia estar bêbado, não era muito estranho, mais de uma vez,
tinham se divertido junto experimentando as mercadorias e bebendo. Sim, Rick e ele se
levavam muito bem, sempre o deixava jogar por um tempo antes de sair ao frio e distribuir
sua carga.
Rick as dopava e as deixava, diversão limpa, sem resistência, sem solavancos e nem
nada, ficavam totalmente satisfeitos.
Golpeou a pesada porta até Rick abri-la. Apesar da pouca luz, era muito intensa para
Rick, assim se pôs de lado e deixou-o entrar na pequena sala de jantar da cabana.
- Então... que frangas temos? – Croos perguntou.
Rick sorriu para ele. Enquanto coçava a barriga e procurava servir-se um copo, serviu
outro mais para Croos e o passou.
- De luxo.
- Quantas?
- Cinco, de primeira categoria. - lhe respondeu e fez sinal de brinde com o copo.
Ambos beberam em um gole. Rick buscou a arma enquanto Croos colocava éter na
toalha.
- Cinco, né? Não acho que posso com todas. Então comecemos com a melhor.
Enquanto os dois riam, Rick abriu a porta.
Dentro o quarto estava vazio.
- Filha da puta! - Rick disse.
O lobo tinha seguido Croos durante sua longa jornada, poucos minutos depois de
entrar na cabana, ele sabia que algo estava acontecendo quando viu Croos e o outro homem
armados fora da cabana procurando vestígios. “Haviam fugido.” Ele esperou os homens
ficarem longe da cabana. Continuou os vigiando e buscando sinais das mulheres. Assim, as
meninas conseguiram fugir e não há muito tempo. A noite estava muito fria e Chipp tinha
certeza de que não teriam as roupas certas. Elas não podiam estar muito longe. O lobo
começou a correr atrás dos homens. Não queria encontrá-las mortas por causa do frio,
depois de terem escapado das mãos de Green.
Rick e Croos correram atrás de suas pegadas. Até que pararam e apontaram na neve,
pegadas de animais.
- Lobos. Uma manada. - Rick disse. Tinham que encontrá-las. Com Green não se
jogava e tinha muito amor a sua vida para perdê-la. Viajava constantemente para Los
Angeles, escolhia com Paul a mercadoria... bem agora escolheria sozinho, Paul estava morto.
Não, não queria perder uma vida boa e não podiam estar longe, soltar o piso deve levado
muito tempo.
- Sim, devem ter cheirado alimentos, será melhor que nos apressemos. - Croos disse,
estava claramente furioso. O irritava que houvessem o tirado de sua rotina, e nunca antes
um carregamento tinha escapado.
Tinha tomado a maior parte da noite arrancar o tablado do chão, haviam conseguido
passar uma a uma pelos espaços entre as madeiras que sustentavam a base da cabana.
A primeira a sair foi Keiji. Quando ela saiu, olhou em volta. “Onde estavam?” O que
viu a deixou sem fôlego. A paisagem de neve com uma vasta área de pinhais imensos, cujos
largos ramos se curvavam com o resto de neve. Ao longe, só se viam montanhas cobertas de
neve. Enquanto as meninas iam saindo, uma a uma, a cabeça de Keiji pensava. “Para onde?
Que rumo tomar?” Não se via um caminho, um atalho que as pudesse guiar.
“Pensa, Keiji pensa”. Sabia que algum tipo de caminho devia ter, mas primeiro tinham
que ficar longe da cabana, aproximar-se de encontrar algum caminho ou estrada, e depois
acompanhá-lo, deveria levá-las a algum lugar. Keiji tremeu e não foi só o frio.
Olhou para Rose, a última a sair. Keiji olhou as cinco e assumiu o comando.
- Temos que nos afastar da cabana. - em um silvo, os dentes batendo.
Quando as garotas olharam ao redor foram tomando as mãos.
- Agora! – Keiji ordenou e Chloe, Pam, Patty e Rose começaram a recuar. Keiji
balançava o tronco fortemente na mão. Se lembrava direito do que a haviam ensinado
deveria atingi-los direto no focinho ... se levantou e esperou.
Chipp de trás podia ver as meninas recuando, enquanto um delas estava enfrentando
os lobos.
Uma vibração estranha de admiração correu-lhe a espinha. Tinha que ser muito
corajosa para enfrentar dois lobos frente a frente. Era bom que ele estivesse ali para
equiparar as equipes. Avançou com firmeza e se pôs a direita da jovem.
Quando Keiji olhou para o lado seu coração parou. A uma curta distância estava o
maior lobo dourado que já tinha visto. Keiji inspirou e simplesmente pensou “até aqui
chegaste Keiji Heiko”.
O enorme lobo avançou colocando-se diretamente em sua frente enfrentando os
lobos, rosnando com força, seu enorme lombo se via encrespado. Se o lobo era grande, com
todos os pelos eriçados parecia gigantesco.
Quando os lobos se adiantaram para atacá-lo se atirou sobre eles.
Keiji congelou. O enorme lobo havia caído em um dos dois lobos menores, e de onde
estava podia ouvir o lamento do animal menor, quando ele arrancou um pedaço. O outro
lobo se lançou sobre ele em suas costas. Agarrou cravando-lhe os dentes. O enorme lobo de
ouro corcoveou tentando fazer com que o lobo menor o soltasse com toda a força que
conseguia. Quando o lobo menor caiu, o lobo dourado já estava ali. Olhou para eles em
posição de ataque e esperou. Esperou até que os jovens lobos se lançaram sobre ele, juntos,
pensando que poderiam vencê-lo. Um segundo depois, os dois lobos haviam se aferrado a
ele com seus focinhos fortes. O enorme lobo simplesmente fixou seus dentes no lobo que
tinha ferido primeiro, e o soltou com facilidade. Quando o lobo ferido o soltou, o lobo grande
se virou e pegou com seus dentes uma das patas traseiras do lobo, que ainda o tinha
firmemente apertado, tudo o que poderia alcançar agarrado como estava. Evidentemente, o
lobo pequeno pode sentir quando o grande lobo balançou a cabeça aprofundando o alcance
de seus dentes afiados. Era tão forte o movimento que parecia que o lobo levantava e
sacudia o menor. De onde Keiji estava podia sentir o rasgar da carne e osso, isso fez chiar o
lobo pequeno. Ao chiar afrouxou os dentes do lombo do lobo dourado e o soltou. O lobo
grande fez o mesmo, soltou o pequeno, ferido que sem jeito começou sua fuga, seus gritos,
evidentemente, acordaram ao outro que também se afastou.
O lobo dourado conseguiu vencê-los.
Keiji ainda estava com o tronco na mão observando o animal enorme. Ele foi ferido, o
sangue saia dele profundamente.
- Keiji vamos, vamos... - sentiu a mão de Chloe segurando em seu braço nu.
Diante dos fortes grunhidos as meninas foram incapazes de progredir, haviam olhado
uma a outra e sem uma palavra retornaram por Keiji. Quando Keiji estava se virando para
correr, olhou para o lobo. Ele a salvou. Aquele lobo a havia salvo.
- Não posso deixá-lo sozinho, ele está machucado. - Keiji tentou se afastar quando
Patty veio e pegou seu outro braço. Keiji arrancou-se de seu agarre e se aproximou do lobo
estendendo sua mão como se esperasse que a atacasse. Mas uma mão a parou.
- Não o toque! Keiji, por favor, olhe para mim. Precisamos sair daqui. Você tem que
nos tirar daqui.
Keiji olhou para o lobo.
- Sinto muito... Sinto muito mesmo. - Disse sabendo que devia afastar-se do animal.
- Vamos! - Rose disse. - Temos que ir.
As garotas a pegaram e a levaram correndo.
O lobo ficou surpreendido. Nunca quis tanto ser tocado.
A Fugitiva
Capítulo 06
O lobo voltou a afirmar com a cabeça. Keiji deu a volta buscando o apoio de suas
amigas. Assim como ela estavam confusas. As garotas a cercaram, as olhou, pegou em seus
braços e lhes disse:
- Vamos.
- Kei... ji é uma lou...cura. – Patty tremia tanto que quase não podia articular as
palavras.
- Não posso... explicar Patty, terá que confiar em mim. – Kaiji as buscou com seu olhar
e as mulheres afirmaram com suas cabeças. Keiji olhou ao lobo e lhe disse.
- Saiamos... daqui. – Lhe disse tremendo.
O lobo deu a volta e começou a andar. As jovens o seguiam. Ele respirou aliviado. Essa
pequena mulher era a coisa mais valente que já havia encontrado.
Keiji sabia que as outras garotas já não agüentavam mais. Mas se elas se dessem por
vencida, morreriam. Somente esperava que o lobo as guiasse. “Será que estava louca?” Não
sabia onde estava, não sabia como haviam chegado ali. E estava seguindo um lobo que
parecia ler sua mente!
Estava congelada, esgotada, somente queria deitar-se ali e dormir. Somente dormir.
Seu lobo parecia notá-lo, assim que, se aproximou dela e caminhou ao seu lado. Keiji
meteu suas mãos em seu pêlo, era tão cálido e suave. Quando havia lutado havia acreditado
que ficou ferido, mas não se via nada. O sangue devia ser dos outros. Enredou seus dedos
nos espessos pelos. Somente queria dormir ali, e nunca deixá-lo.
Mas o lobo não se deteve.
De repente estavam por descer uma colina quando o lobo parou e a olhou.
- O que acontece? – Keiji pensou nos outros lobos. Olhou mais adiante e muito mais
abaixo, ao final da colina, junto a um lago viu uma cabana com uma chaminé soltando uma
esponjosa fumaça branca.
Sorriu.
E o lobo e o homem compreenderam que nunca haviam visto nada mais lindo.
Cansada, morta de frio, esgotada, seu sorriso iluminou tudo ao seu redor.
“Não, não”. Chipp repetiu. Não podia pensar nisso.
De repente as garotas pareceram cobrar vida e com energia renovada empenharam
uma pequena corrida até a cabana. Quando chegaram à porta, Rose bateu. Dentro se ouvia
ali; e um largo corredor que dava em dois quartos e bem no fim do corredor um banheiro
que as garotas amaram. Grande, com uma banheira de jacuzzi. Depois da larga caminhada,
tomar banho em água quente as reviveu.
Zack teve que pegar roupas de Chipp para oferecer-lhes, as garotas riram felizes ao
ver que ficaram imensas.
- Zack. – Disse através da porta Patty. – Quanto mede este bom homem?
Zack olhou a Keiji, eram quase da mesma altura, assim, elevou a mão entendendo-a
completamente e sorriu.
- Acredito que um metro e noventa e três.
- Igual a nós. – Disse Keiji.
Zack e Keiji riram.
Três garotas se acomodaram na enorme cama do quarto de visitas, a outra no sofá no
mesmo quarto.
Keiji decidiu se meter debaixo de uma grossa manta no sofá da sala de estar. Não
podia tirar da cabeça o lobo que a havia ajudado. Nunca havia ouvido algo assim, sendo que
seu canal preferido era Animal Planet.
O que sabia sobre lobos dizia que se moviam em manadas e... tinham uma só
parceira para toda vida. Amava isso. Cuidavam zelosamente de seus filhotes. Keiji recordou
de seus pais, sim, os lobos eram iguais aos seus pais.
Keiji se meteu nas mantas. Tinha colocado uma camisa velha de mangas longas do
dono da casa, em vez de por suas calças havia colocado meias, assim que Keiji estava vestida
com uma enorme camisa, meias que chegavam até suas panturrilhas e envolta em uma
manta estilo espanhol frente ao fogo da casa, recostada sobre almoçadas no amplo sofá.
Duas horas mais tarde Chipp Rummers entrava na sua casa. Tempo suficiente para
trocar, vestir-se, avisar ao escritório que elas estavam bem, solicitar que mandassem um
carro para buscá-las e a doutora para revisá-las. Acreditava que não haviam sofrido danos
físicos, mas não estava muito seguro.
Quando Chipp entrou na sala o primeiro que viu foi a sua valente guerreira dormindo.
Seu longo cabelo negro estava estendido, talvez esperando que o fogo ajudasse a secá-lo. Era
um manto incrivelmente negro, um precioso presente para uma pele branquíssima, um
pouco avermelhada pelo frio intenso que havia passado. Somente se via seu rosto. Parecia
um pequeno duende dormindo. O lobo a havia visto, mas não havia visto suas cores. De
repente Keiji gemeu em seus sonhos.
- Meu lobo. – Sussurrou e o lobo respondeu a seu chamado. Se aproximou do sofá e
ajoelhou de frente a ela. Keiji se moveu onde estava, seu sonho era inquieto.
“Era um pesadelo”, pensou Chipp quando a sentiu gemer. O som o descontrolou,
unhas, dentes e barba afloraram como por arte de magia. Levava anos controlar e dominar a
troca e um débil gemido havia liberado o lobo.
“Desconhecido.”
Keiji se moveu espantando alguma coisa e as mantas que a cobriam correram um
pouco. Quando a manta se abriu pode entrever o suave e generoso contorno de seus seios
dentro da enorme camisa. Podia ver seus mamilos debaixo do fino algodão. A língua do lobo
saiu sozinha e percorreu seus lábios. Sem poder se controlar Chipp levantou com uma longa
e curvada unha o tecido que cobria um de seus mamilos deixando livre um botão rosado,
suavemente em repouso. O lobo dentro dele tomou o comando e sua língua se aproximou
do botão. Primeiro foi uma leve lambida, passou de cima abaixo e depois de baixo para cima
por seu mamilo, percorrendo a grossa aureola. O fresco roce da língua eriçou o bico ainda
mais e o mamilo se franziu dilatando-se, Chipp o tomou entre seus lábios e sugou, não
queria despertá-la, mas tão pouco podia deter as suaves sucções que fizeram Keiji gemer.
Quando Chipp a escutou a soltou. Keiji inconscientemente arqueou as costas, em uma
silenciosa oferta de seus seios. De repente abriu os olhos e Chipp sentiu que precisava
agarrar-se. “Celestes, profundamente celestes.” Como lobo não pode ver suas cores, e o
celeste intenso o descontrolou ainda mais se isso era possível. O único que tinha a mão era o
duro botão ainda umedecido por sua boca, baixou até ele e começou a mamar.
Keiji estava sonhando, sonhava com o enorme lobo dourado que a havia salvado que
de repente se convertia em um lindo homem. Esse homem a deseja, ela o desejava. Podia
sentir com que força se aderia ao seu seio. Quando abriu os olhos viu a esse lindo homem
dando-lhe um estranho prazer, que acreditou não ser capaz de aguentar e voltou a fechá-los.
A demanda de seu desejo se fez tão intensa que se moveu, necessitava algo, ali, entre suas
pernas, movendo-as baixou a manta.
Como em resposta ao seu pedido, a mão de Chipp se meteu entre as mantas e se
dirigiu para sua vulva. Seu dedo percorreu seus lábios enquanto a boca sorvia suave, mas
firmemente seu mamilo. De repente o dedo encontrou seu centro e se introduziu nele.
O dedo que a acariciava era enorme, apenas cabia dentro de seu canal. Keiji sentiu
que logo explodiria. O dedo começou um ritmo que a boca em seus peitos acompanhou. Keiji
subiu, subiu até explodir.
Os dedos de Chipp recolheram seu orgasmo, sua mão se banhou com sua essência.
Ela havia gozado, mas não sozinha. Chipp sentiu seu próprio gozo molhando suas calças.
Tirou os dedos de sua vagina e chupou-os. Isto o colocou completamente louco. O lobo o
tomou sem aviso, sem querer de repente sua calça era uma barreira que não suportava.
Baixou a calça e quando percebeu metade de seu corpo já havia dado lugar ao lobo.
Quando o lobo chegou, olhou a linda mulher dormindo, cobriu-a e procurou sair da
casa.
Chipp Rummers entrou em sua casa junto com a doutora Jane Monroy e dois de seus
homens armados chegaram à cabana, a tormenta ainda não havia chegado, assim vieram em
um SUV com a esperança de regressarem com as garotas.
Levava um longo casaco que cobria toda a sua frente. Havia sido a única maneira de
ocultar a forte ereção que empurrava com força sua entre perna. Mas acontecia algo mais.
Baixou o casaco sobre suas mãos, suas unhas haviam crescido, engrossado e encurvado.
De repente as palavras de Wolff chegaram ao seu cérebro e o golpearam. Wolff havia
lhe dito:
- Diga-me uma coisa Chipp. A alguma vez iniciou sua troca sem se concentrar?
- Não, eu não acho que é possível, por que pergunta? - Chipp parecia surpreso.
- Sim, eu imaginei isso também. Esse é o efeito que Summer tem para mim.
- Você está dizendo que quando você a vê o lobo aparece?
- Exatamente.
- Isso é impossível Wolff, a gestão da mudança necessita muito tempo e nem todos
Weremindful o conseguem.
Quando o lobo havia saído dessa mesma sala um tempo atrás, havia buscado
tenazmente se controlar, mas Chipp, o homem, havia compreendido que estava
completamente perdido pelos olhos celestes mais intensos e brilhantes que já havia visto.
Keiji era uma flor exótica, tão linda como uma orquídea. Linda, vistosa e frágil.
Keiji olhou o enorme homem frente ao sofá e se sentiu enjoada. “O homem do meu
sonho. Por Deus é o homem com quem sonhei.” Esse homem havia... havia conseguido que
acordasse tão molhada que teve que levantar e se limpar. Pelo jeito que Zack dava todas as
informações sobre o que aconteceu antes de sequer apresentá-lo, compreendeu que esse
homem era Chipp Rummers, o dono da casa... e a olhava de uma maneira estranha... bom,
nem todos os dias tinha sua casa invadida por cinco mulheres, remexiam em seus armários e
ocupavam todo espaço livre. Porque ele não sabia que tinha sonhado com ele? Ou sim?
Pode-se sonhar com alguém que não conhecemos? Provavelmente viu alguma fotografia
dele em algum lugar da casa, sim, podia ser isso. Havia visto algumas na sala de estar, era
isso, o havia visto e o havia posto em seu sonho.
O homem era loiro, mas seu cabelo era de um tom dourado quase loiro. O que
contrastava com seus olhos, negros, profundamente negros. Não era um rosto bonito, era
um rosto forte, viril, a escura barba de dias que tinha lhe dava o aspecto de um mafioso.
Estranho, quando levantou a cabeça não havia percebido sua barba. Seu nariz parecia mais
um nariz de boxeador, não era fino e nem aquilino, parecia que alguém o havia quebrado,
mas em vez de lhe dar dano a sua beleza, só acrescentou. “Sua beleza”. Estava segura que
não era bonito, porém o era.
- Chipp. – Exclamou Zack, e se corrigiu imediatamente. – Senhor, que alegria vê-lo.
Quando viu que olhava Keiji disse:
- Bom, vejo que já conheceu a senhorita Keiji Hei... – Zack deu a volta olhando-a e
pedindo ajuda com seu sobrenome.
seu pai, e suas emoções nesse momento eram tão violentamente selvagens que se olhasse
no espelho agora sabia que rosto veria.
O odiado rosto do seu pai.
Fez uso de toda sua força para que o lobo recuasse. Quando conseguiu saiu do
quarto.
Sua sala estava um caos. Todos falando. Todos perguntando. Quando entrou, ainda
que sem querer, buscou por Keiji, inspirou com força e tragou saliva. Sua valente guerreira
encontrou seus olhos e os baixou.
Keiji não aguentava mais, queria retornar para sua casa agora, já. Olhar nesses
profundos olhos escuros foi como pular de pára-quedas sem pára-quedas. Ou ser atropelada
por um trem, um dourado trem de olhos escuros. Quando tinha tocado lhe havia passado
algo que nunca antes havia vivido. E sobre o qual só havia lido algumas vezes, às escondidas,
com suas amigas, tinha ficado molhada, de repente sua boceta se transformou em um rio.
Pôde sentir como seus sucos afloravam e molhavam sua entre perna. Ainda agora podia
sentir como fluíam. Quando ele lhe olhou, “a havia cheirado”, estava segura que a havia
cheirado. Tinha o visto inspirar. Sentia-se absurdamente envergonhada. “E se não foi um
sonho?” A ideia a golpeou com força.
“Impossível.”
- Pronto chefe? – Informou Caine – Já colocamos uma câmera filmadora e dispomos
de tudo necessário para gravá-las enquanto contam o que aconteceu com elas.
Keiji se sentia enjoada... nem sequer sabia que dia era e nem onde estavam.
- Que dia é hoje e... onde estamos? – Perguntou Patty por ela. Keiji a olhou
agradecendo. Ainda não pôde recuperar seu equilíbrio ante a terrível força com que esse
homem a havia golpeado apenas ao olhá-la.
- Vinte e quatro de março, e estão nas terras de Ketchikan, no Alaska. – Informou
rapidamente Caine surpreendido pela pergunta.
- Alaska! – Disseram todas juntas.
- Oh meu Deus, oh meu Deus. – Repetiu Rosa atordoada buscando algum lugar para se
sentar.
As garotas se olharam silenciosamente. Chloe buscou um lugar ao lado de Rose.
- Bem. – Disse Caine. - Quem começa?
Keiji que havia recolhido as pernas para dar lugar para Rose e Chloe se sentarem,
somente escutou. Tentava por todos os meios afastar-se da nuvem daquele sonho... não, que
o orgasmo naquele sonho a havia deixado. De repente compreendeu que na realidade o que
queria era seu sonho de volta.
Quando Caine lhe fez uma pergunta se deu conta de que nem sequer o havia
escutado.
- Desculpe estou muito cansada, o que perguntou?
A Fugitiva
Capítulo 07
que chegaram a Ketchikan, havia ido ao hotel onde foram instaladas com uma enorme
quantidade de homens que as custodiavam e mantinham afastada a imprensa.
Uma vez conhecidos os fatos se iniciaram os tramites policial para prenderem Green.
A primeira medida foi prendê-lo e fixar uma altíssima fiança para impedi-lo de sair do
país. A segunda, prender Keiji até que testemunhasse. Fazia dois dias que vinham discutindo
a mesma coisa e Keiji sabia bem lá no fundo que era o certo. As garotas voltariam para Los
Angeles, sob custódia, e ela ficaria no Alaska para ser testemunha protegida.
- Há algo mais senhorita Heiko. – Lhe informou com tom paternal o comissário
Arenas. – Já está tudo pronto, as garotas partem hoje.
Os olhos de Keiji se encheram de lágrimas. Chipp não pode suportar isso, assim saiu
do quarto.
Ela o afetava de uma forma que nunca antes havia acontecido. Tinha tido uma longa
conversa com Wolff, e não podia acreditar no que ele havia dito. “Uma companheira”, não,
de nenhuma maneira, não podia correr o risco de submetê-la a sua violência. Uma violência,
que sabia, vivia dentro de si, só esperando o momento de sair e demonstrar-lhe o quão
parecido era a seu pai. A total falta de controle de seu lobo era a melhor pista de que era
assim.
Ele não teria companheira, Não submeteria ninguém ao que na realidade ele era.
Menos ainda a essa preciosa florzinha. Havia começado a pensar nela como uma orquídea.
Não podia evitá-lo, suas cores tão radiantes, seu espírito era forte e feroz, algum dia seria a
melhor esposa... não. Nem sequer podia pensar nela com outro tipo. Era etérea, pura, sem
contaminações. “E seu sabor, seu sabor era a coisa mais incrível que já havia provado. E
queria provar.” Não havia dormido as três últimas noites pensando nela, queria meter-se
entre suas pernas, queria lambê-la, e lambê-la, lambê-la, uma e outra vez. Queria que
gozasse para ele, que gozasse com ele, queria saboreá-la, horas e horas sem deter-se.
Ela o estava deixando louco.
E tirava o pior dele.
Tirava o lobo sem sequer considerá-lo. Tinha que afastar-se dela. Igual a uma
orquídea deveria ficar protegida em uma caixa de cristal, linda e intocável. Assim deveria ser.
Ao menos em breve iria e ele poderia voltar a sua vida.
“Uma vida vazia”... pensou seu lobo.
E Chipp se assustou. Seu lobo jamais havia pensado, nunca. Chipp era quem pensava,
quem ordenava, quem permitia as trocas. Tinha absoluto controle sobre o lobo por que
havia trabalhado tenazmente. Era impossível sequer imaginar que seu lobo podia pensar. Seu
lobo e o lobo de cada Weremindful somente atuavam, emprestavam seus reflexos, suas
habilidades, seu instinto. Mas era pura ação. Não raciocínio. Não lógica. Isso ficava para
Chipp, o homem.
A cada minuto as coisas ficavam piores, necessitava afastar-se, necessitava correr,
caçar, buscaria o lobo de Wolff, talvez Ty... Necessitava recuperar-se.
- Chefe, o comissário Arenas quer falar com você. – Zack o tirou de seus delírios
Saiu em busca de Arenas. “Algo estava mal.”
Quando Chipp entrou no escritório de Tim Arenas, ele falava no telefone e Keiji
estava sentada com as pernas recolhidas por baixo de seu corpo. Seus olhos estavam
inchados. Suas amigas tinham ido embora a uma hora atrás e a despedida tinha sido muito
dura. Chipp havia se ocupado da bagagem de Keiji. Uma pequena bolsa que colocou dentro
do seu 4x4. Ninguém, exceto ele, sabia para onde estava a levando.
Arenas desligou e se virou.
- Tudo pronto? - foi como o saldou.
Rummers somente afirmou com a cabeça.
- O GPS?
Afirmou mais uma vez. Chipp tentava se controlar, o cheiro de Keiji o nauseava. E não
podia deixar que percebessem as mudanças que vê-la ou senti-la causava nele, se sentia
como as cordas de um violino, se permitisse o menor descontrole, quebraria e o lobo
apareceria.
Quando Keiji o viu entrar precisou respirar. Vestia camisa e calças de vaqueiro, fortes
botas de neve e uma fina jaqueta térmica. Seu cabelo era uma massa de cachos dourados.
Keiji tinha que apertar suas mãos em punhos ante o desejo de passar seus dedos por eles.
Como cada vez que o via sentiu sua boceta responder, umedecendo-se. E cada uma dessas
vezes podia recordar seu sonho em câmera lenta, com todos os detalhes. Podia sentir seu
mamilo dilatar-se, podia sentir a fresca sensação depois da passagem de sua úmida língua.
Isso a envergonhava. Não havia encontrado seus escuros olhos porque ele não a olhava e
estava agradecida por isso. Quando a olhava sentia-se... queimar. Como se pudesse ler seus
pensamentos. “E tinha que passar as duas semanas seguintes com esse homem?” Ao menos
ele a detestava. Nunca havia falado com ela a sós, nem tinha lhe dirigido uma única palavra.
- Bem, esperarei a sua chamada todos os dias. – Disse Arenas a Rummers nesse
momento.
Chipp somente cabeceou e pela primeira vez Chipp a olhou e lhe falou.
- Pronta?
Keiji somente respondeu com um gesto afirmativo e se pôs de pé. Igual a Chipp usava
calças jeans azul, suéter celeste de pescoço de cisne, um largo casaco antitérmico, gorro,
luvas de lá e cachecol. Levava uns óculos escuros em suas mãos e tinha seu longo cabelo
preso em duas tranças que caiam até seus seios.
- Vamos.
- Bem, jovenzinha está nas melhores mãos do mundo. – Lhe disse Arenas beijando-a,
virando-se para apertar a mão de Rummers. - Cuide-a garoto.
Tinha que fazê-lo, Keiji era a única testemunha de um crime, somente ela tinha
estado na sala quando Paul foi morto, as outras jovens somente haviam ouvido o disparo e
nenhuma podia afirmar quem era o autor do disparo.
Rummers sabia que o dizia não somente porque Keiji havia ganhado seu coração com
sua valentia, senão porque era a única arma que poria Green definitivamente atrás das
grades.
Rummers lhe deu a mão e fez um gesto para que saísse. Dois homens o esperavam na
porta e os acompanharam até o estacionamento.
Chipp lhe abriu a porta do 4x4. Quando Keiji tentou levantar a perna para subir na
caminhonete e não conseguiu, Chipp cometeu seu primeiro de muitos erros, a tomou e a
levantou até sentá-la no assento.
Sua cintura apesar de toda a roupa era pequenina e enquanto a levantava sentiu seu
perfume, cheirava a... flores, muitas flores. Quando sentiu seus incisivos aumentarem, a
deixou sobre o assento.
Ambos se olharam, profundamente. Pela primeira vez. Sentada Keiji ficava na sua
altura.
Keiji não sabia quanto tempo ficaram se olhando, mas fechou seus olhos quando o
sentiu aproximar-se e beijá-la. Seus lábios tocaram os seus enquanto seu coração retumbava,
quando se apoderou de sua boca, sua língua abriu caminho entre seus lábios e Keiji lhe deu a
boas vindas. Timidamente, Keiji traçou sua língua por sua boca. “Seu sabor”, queria conhecer
seu sabor. Queria memorizá-lo e acrescentar a seu sonho. Sua língua se uniu a sua e de
repente estava a sugando, suave, lentamente... quando quis imitá-lo se deparou com seus
dentes, longos dentes, como memorizando sua longitude Keiji percorreu um de cima a baixo,
quando quis fazer o mesmo com o outro a língua de Chipp a impediu, a tomou e chupou.
Quando já não podia respirar a soltou. Sem dizer uma palavra, sem sequer olhá-la prendeu o
cinto de segurança e fechou a porta.
O que menos queria Chipp é que ela visse suas longas unhas ou sentisse suas mãos.
Fechou com força a porta e caminhou para trás, se deteve um segundo, aparentemente
revisando os pneus, mas na realidade tentava recuperar o escasso controle que tinha.
Keiji tremia. Esse homem a tinha levantado como se não passasse nada. E a havia
beijado como se o mundo se reduzisse a um beijo. Keiji fechou os olhos se aferrando às
recordações, aos cheiros e sabor. Havia recuperado o perfume que a envolveu quando vestiu
sua camiseta e se cobriu com suas mantas na cabana. Nesse momento compreendeu que o
cálido cheiro que a havia coberto e acompanhado em seu sonho era o dele. Seus mamilos
estavam tão duros que doíam. Era um alívio que ele não estivesse ainda dentro do carro,
seria muito duro acalmar a dor em seus mamilos sem poder tocá-los, massageá-los com
força. “Calma Keiji, o que está acontecendo com você?”
Uns minutos depois entrou na caminhonete, arrancou e começou a andar.
Dentro só havia o silêncio.
- Sonhei com você. – Disse Keiji olhando-o.
Chipp somente desviou o olhar da rua por um segundo. Keiji estava ruborizada.
- Sonhou? – Perguntou tentando controlar o lobo.
- Você era um lobo e de repente um homem. – Foi a surpreendente resposta de Keiji.
A caminhonete na que iam se descontrolou uns segundos até que Chipp recuperou o
controle. Olhou de lado a Keiji que havia cruzado os braços em um gesto defensivo. A tinha
assustado.
- Sinto muito. – Disse enquanto aproximava-se ao acostamento sem desligar o motor
do carro. – Sinto muito, não quis assustá-la!
Keiji o olhou, não sabia que o tinha surpreendido... somente que...
- Você me tocou, verdade? Isso não foi um sonho?
Keiji pensava somente na forma em que a havia tocado, não em que ele era um lobo.
Como o havia adivinhado? Chipp tinha suas mãos no volante, respirou fundo e fechou seus
olhos um momento. “O que lhe digo?” Levantou a cabeça e a olhou.
- Sim, eu te toquei.
Como um furacão Keiji avançou sobre ele com seus punhos fechados para golpeá-lo.
Primeiro alcançou seus braços, seus ombros, logo Chipp deu meia volta e agarrou suas mãos.
- Vai se machucar Keiji, não. Não. - Sustentando suas mãos, Keiji tentou dar-lhe
pontapés, mas o cinto de segurança não lhe dava mobilidade. Chipp a sustentou até que se
esgotou.
E Keiji começou a chorar.
Chipp a soltou, desabotoou o cinto de segurança e a levantou como se fosse uma
pluma para colocá-la em seu colo e a embalava entre seus braços enquanto ela chorava.
- Sinto muito, sei que não devia ter te tocado, eu sei, mas não... pude evitá-lo, na
verdade não pude fazê-lo... não chore.
- Por que não pode? – Uma chorosa Keiji levantou seu rosto molhado.
Chipp colocou a mão em seu boldo, pegou um lenço e a fez assoar o nariz.
Quando terminou Keiji fez a mesma pergunta.
- Por que não pode?
- Porque era a coisa mais bonita que jamais havia visto, porque estava ali dormindo e
gemendo. - Chamando-me ‘meu lobo’ – Porque te vi corada e cálida depois de tudo que
havia passado. – E porque meu lobo tomou o comando e seguiu seus instintos.
Mas isso não podia dizer.
- Pareço bonita para você? – Keiji lhe interrompeu entre soluços.
Chipp lhe sorriu e Keiji se apaixonou. Soube ali, naquele segundo. Quando viu seu
sorriso, quando viu seus escuros olhos arderem e brilharem em seu sorriso. Havia esperado
pacientemente vinte e três anos de sua vida para reconhecer esse momento e se sentiu
plenamente feliz saber que poderia contar a seus filhos o exato momento em que se
apaixonou por seu pai. Keiji lhe sorriu e foi ela quem buscou sua boca, quando seus lábios o
tocaram ele se afastou para trás.
- Não. – Rosnou tirando-a de seu colo e colocando-a em seu lugar.
Keiji estava surpreendida.
- Disse que parecia bonita, você não gosta?
- Não Keiji. – Chipp sentiu como se tivesse acabado de lhe dar uma bofetada quando
viu o que essas palavras provocaram em seu rosto. – Não... espere... Keiji, as coisas não são
tão simples, nunca o são. – Disse mais para si mesmo que para ela. – Eu gosto... – Chipp
buscou seus olhos, como dizer-lhe a verdade. – Mas...
Keiji se afastou imperceptivelmente para trás, outra vez estava dizendo tudo errado.
Chipp girou e olhou pelo para brisas do automóvel, desligou o motor, apertou o volante com
suas mãos e inspirou.
- Meu pai matou a golpes minha mãe quando eu tinha oito anos. E a partir daí tentou
o mesmo comigo. Teria conseguido se uma professora não tivesse me salvado e alguns
anciões de meu povo me tivessem tirado dali.
- Não entendo... – O tom de Keiji era suave, tentando compreender porque lhe
contava isso.
- Eu sou igual a meu pai, Keiji. Sou um homem violento. –disse olhando nos seus
olhos.
Keiji pode ver quanto lhe custava dizer isso e o quão importante era para ele.
- Está me dizendo que é um golpeador?
- Estou te dizendo que gosto tanto de você que não posso colocá-la em perigo.
Keiji mais uma vez fez algo que não era esperado, lhe brindou com um esplendoroso
sorriso. O estupor na cara de Chipp a enterneceu.
- A quantas mulheres já golpeou Chipp Rummers? – Perguntou docemente. – Deixa
que eu te diga: nenhuma. Estou errada?
- Jamais estive perto de nenhuma o tempo suficiente para comprova-lo. – Foi à dura
resposta de Chipp.
- Exato. Bom, agora o averiguaremos. Temos duas semanas para averiguar quão
violento você é. – O olhar de Keiji refletia seu absoluto e “errôneo” convencimento.
- Não, não o faremos. Além do mais... as próximas duas semanas será todo o tempo
que passaremos juntos. E não penso voltar a lhe tocar.
Isso soou a Keiji como um desafio. “Não me tocará? Bom, isso nós veremos.” Keiji pôs
cara de dor e começou a ajustar o cinturão. Havia algo mais ali, algo que Chipp não tinha
dito, mas quando soubesse, Keiji Megan Heiko iria para seu homem.
A Fugitiva
Capítulo 08
Depois de varias horas sentada decidiu que caminharia, o buscaria e conversaria com
ele. Assim que se apressou a segui-lo.
O lugar era quase tão bonito quanto aquele no qual vivia Chipp, colinas cheias de
árvores coníferas, bétulas, pinheiros, abetos..., e uma terra generosa em cores, o que era
marrom, era marrom forte, intenso; o céu era de um brilhante azul celeste, e as árvores eram
tão verdes como somente poderia vê-los em pleno verão.
A casa de Ty Brunet ficava justo no limite do Parque Nacional Delani, aos pés do
Monte Mac Kinley.
Esta havia sido a única conversa das horas de viagem, Chipp havia se comportado
como o perfeito guia turístico. Havia lhe contado como haviam trocado o nome em 1980 de
Parque Nacional Mackinley para Parque Delane, que a fauna era muito rica e variada, podiam
ver ursos polares, pardos e negros. Aqui se desviou um pouco do que ele dizia e se
concentrou em seus lábios, os inferiores eram um pouco mais amplos, pareciam mais suaves,
às vezes conseguia ver sua língua e essa covinha em seu queixo, era... encantadora, oh,
recordava que havia alces, castores, lobos, lontras, entre outros animais... incluso de onde
estava sentada podia ver essas longas pestanas escuras. Era inquietante, seus cabelos eram
quase brancos, mas suas sobrancelhas e a sombra de sua barba eram negras, igual aos seus
olhos, assim como ela tinha os olhos tão azuis e o cabelo negro, ele tinha os olhos tão negros
e o cabelo loiro. Eram um perfeito contraste, e é claro que na montanha habitavam o
carneiro do Alaska. Também havia falado que... “Seu nariz estava quebrado, verdade?” Isso
parecia, em alguma briga, com certeza. Bom, era um policial, devia ter intervindo em mais de
uma briga é claro. Do que lhe havia falado? Ah, sim, das flores, mas ali sua mente tinha se
desviado, retornando aos cachos dourados, quase brancos, suas mechas se enrolavam, o
contraste era tremendo com a cor de sua pele. Teria ascendência aborígene ou latina?
Parecia ter esse tom bronzeado dos italianos do sul. Parecia tão suave ao tato.
Quando sorriu, não foi porque apreciava a flora e sim porque estava pressionando
suas mãos em punhos para não subir seus dedos pelos seus cabelos entre esses cachos
dourados. E assim havia passado toda a viagem, quase a havia convencido a comprar uma
casa ali. Puro aborrecimento, ao menos teve o luxo de poder olhá-lo, olhá-lo e olhá-lo. Era
uma garota muito afortunada. Quando esse exemplar fosse seu, deveria afastá-lo de Patty-
chan, aquela garota não respeitava nada.
Para alcançar Chipp tinha que descer uma colina com grandes pedras, mas parecia ter
uma trilha feita pelo homem. Olhando ao seu redor e respirando o ar puro se deu conta que
o terreno baixava muito mais do tinha pensado, logo abaixo podia ver uma poça de água
cristalina de onde subia uma fumaça. “Um gêiser, talvez?” Seja o que for desapareceu de sua
cabeça quando viu Chipp começar a se despir. Sem sequer pensar se escondeu por detrás de
uma grande rocha, sabia que estava espiando, o sabia. Mas não pode evitá-lo.
Primeiro tirou a camisa, logo após as calças jeans, evidentemente já estava descalço.
Quando se pôs de pé, Keiji observou o poderoso corpo de Chipp Rummers desnudo de costas
para ela. Não havia nada que não fosse músculos, poderosos, definidos. As mechas de
cachos de Chipp tocavam seus ombros, amplos, fortes, uma costa enorme com músculos tão
definidos que somente vê-los... o que tinha nelas? Pareciam marcas de chicote, linhas mais
brancas lhe atravessavam profundamente. Iria lhe perguntar. Suas costas se encolhiam à
medida que descia para um cintura estreita que se abria em grossas colunas de poderosos
músculos. Ali parado parecia uma dessas antigas estátuas gregas, como se seu corpo
houvesse sido talhado para despertar admiração. Suas nádegas eram duras, quadradas e tão
firmes, ainda de costas, Keiji pode ver seus testículos pendurados. Deus, sim, pendurados era
a palavra mais adequada para descrevê-lo, grandes e escuros, de onde estava podia ver suas
bolas e cabeça de um pênis aparecendo entre o V que formava suas pernas.
De repente Chipp se pôs de quatro. Keiji tentou respirar, esse homem estava
mostrando a sua bem formada bunda e toda sua masculinidade pendurada. O coração de
Keiji soava como um tambor.
Chipp estava a ponto de iniciar o ritual para sua troca, necessitava liberar-se da
tensão acumulada em sua virilha depois de oito horas conversando até o cansaço. Enquanto
assumia a posição que lhe permitia completar a troca tentou concentrar-se e chegar a seu
lobo.
“Inspira, respira, flutua, deixe seu corpo leve, não pesa... não tem pés... pernas... não
tem mãos... flutua... o seu corpo não pesa... flutua no ar... somente ar... somente lobo... sou
lobo.”
De onde estava o corpo de Chipp começou a mudar, era como se estivesse olhando
um espelho de água em movimento. De repente estava ele e logo depois estava um enorme
e dourado...
“Meu lobo”.
Keiji caiu desmaiada.
Quando o lobo chegou, seu cheiro e o som do golpe chegaram junto com a
compreensão de que Keiji havia lhe visto. O lobo se levantou e foi em busca dela.
Quando Keiji abriu os olhos, Chipp estava seminu em sua frente, ele havia colocado as
calças e parecia diferente.
Keiji estava sobre o sofá da sala central. O lobo havia dado lugar a Chipp que a
levantou e levou-a de volta a casa.
Assim que era isto, talvez esse fosse o principal motivo de querer afastá-la, era um
“lobisomem?” Keiji não podia sair de seu estado de assombro.
- Não quis te assustar assim. - Falou acocorado.
- Me assustar? Não me assustou, me surpreendeu. Esta era a outra razão para me
afastar, não?
Chipp compreendeu, que sempre soube, que algo assim aconteceria, havia temido
isso desde que Arenas lhe havia ordenado cuidar de sua custódia. Agora estava tudo às
claras, mas nenhum segredo, mas nenhum medo. Passariam duas semanas, somente quinze
dias e regressaria a Arenas e seu trabalho estaria concluído.
Os piores pesadelos de Chipp se fizeram realidade nesse momento. Ver a angústia em
seus olhos o destroçou, mas não lhe disse nada, apenas a olhou, estava sentado em uma
cadeira em frente ao sofá no qual estava encostada.
De repente Keiji se lembrou do lobo que salvou sua vida e das suas amigas. Sem ele
certamente morreriam. Recordou tudo o que Arenas havia lhe contado, a forma em que
havia procurado elas, sua viagem a Los Angeles. Se não fosse por Chipp Rummers elas
Jamais ninguém havia o beijado sabendo que era também um animal. Em realidade
ninguém sabia que dentro dele levava um animal, exceto os de seu povo. Chipp a rodeou
com seus braços e a atraiu até sentá-la em seu colo sem cortar o beijo.
Suas línguas se reconheceram e dessa vez a atrevida língua de Keiji percorreu suas
presas de cima a baixo. Quando Keiji gemeu Chipp recuperou sua sanidade.
“Não, nada estava bem. Quanto tempo tinha se passado desde que havia jurada não
tocá-la mais? Deus, o que estava fazendo.” Se afastou de sua boca, tirou ela de seus braços, a
colocou sobre o sofá novamente e se pôs de pé. Estava furioso consigo mesmo, e essa
fedelha o olhava de cima abaixo com um sorriso de triunfo.
Bom, se bem em frente a si e a altura de seus olhos se encontra o mais lindo homem
do mundo em um apertado jeans semiaberto e com a braguilha a ponto de arrebentar, se em
cima encontra um conjunto de seis pacotes impressionantes de músculos cobertos por um
fino, suave e abundante pelo escuro, e dois enormes braços com suas mãos na cintura, e se
além disso, o dono de tudo isso ainda tem esses preciosos cabelos encaracolados e o olhar
mais ofuscante que jamais viu? O que faz uma garota?
Keiji olhou, se moveu no sofá e se pôs de joelho nele, apoio-se no respaldo dando-lhe
as costas e levantou sua bunda envoltos em apertados jeans e girando o rosto lhe disse com
uma suave vozinha:
- Quer me golpear, koibito6?
O zíper de Chipp explodiu. O fecho simplesmente se abriu. E mesmo da sua posição
Keiji pode obter um vislumbre de um ninho de pelo pelos negros, antes de vê-lo virar-se e
sair golpeando a porta.
Seu homem lobo não era de muita conversa.
- Ai shiteru, homem lobo, ai shiteru7. - Repetiu suavemente.
6
Palavra japonesa que indica “amado”.
7
Te amo em japonês.
A Fugitiva
Capítulo 09
Chipp não se afastou muito. Seu lobo se postou na parte mais alta da colina em frente
à casa. Dali vigiava todo o vale. Não podia acreditar. Não podia acreditar no que ela havia
feito.
Deus, sua bunda era a coisa mais linda que já havia visto um perfeito coração. Duro.
Firme. Perfeito. “Necessitarei um plug anal e muito trabalho para dilatá-la”, se o pênis do
homem era grande o do lobo era maior ainda. “sim... não”. Não! Havia jurado não tocá-la,
não podia correr o risco e estava pensando em fodê-la? Acaso estava louco?
Havia apenas algumas horas que tinham chegado e já estava planejando foder esse
lindo rabo quando deveria estar era tentando manter-se controlado e frio.
Sabia que era um homem violento. Sua passagem pelo exército o tinha demonstrado
isso, ali enquanto Wolff era aquele que pensava, Chipp era o que executava. E havia custado
muito trabalho a Wolff controlá-lo, e muitas vezes teve que recorrer a Ty para consegui-lo.
Quando se enfurecia não podia parar. Desde que Joseph e Gemma haviam sido mortos, Ty e
Wolff o haviam tirado de muitos aborrecimentos. Que jamais havia querido ter. Era verdade
o que Keiji disse, jamais havia golpeado uma mulher, mas era verdade também o que ele
havia dito, jamais havia se aproximado de uma o suficiente para comprovar se perdia os
estribos tão facilmente como fazia com todos. O que era uma vantagem para seu trabalho
policial, era uma carga para a sua vida pessoal.
Kei era tão pequena, tão linda, tão doce, somente pensar em explodir com ela o
voltava louco. Seu pai parecia um homem tão bom, tão uniforme, tão educado e generoso,
que ninguém jamais imaginou o monstro violento que era na verdade. Toda sua vida tinha
temido descobrir que além do lobo dentro dele habitava o mesmo monstro. Por isso nunca
havia deixado entrar ninguém em seu coração, a ninguém... exceto a uma pequena guerreira
com um tronco na mão enfrentado dois lobos. Porque se era para ser completamente
honesto. Amava essa fedelha. Desde o momento em que a viu enfrentando dois animais
selvagens com um tronco na mão. E nem sequer se havia perdido naqueles olhos celestes
ainda. E por isso mesmo devia manter-se afastado dela.
Quando a noite chegou viu as luzes da casa acender-se. Seu ouvido escutava a música
que Keiji colocou, e seu fino olfato lhe indicou que ela estava cozinhando.
O quarto de Ty, assim como o de Chipp e o de Wolff, tinha uma entrada secreta para o
lobo, assim o lobo voltou para casa e se deitou sobre o grosso tapete buscando dentro de si o
estado Theta para retornar o homem ao que era.
A troca de lobo a homem ou de homem a lobo era um ato produto de uma profunda
meditação. Para converter-se em homem devia deixar o estado Alfa, que havia permitido o
lobo tomar o controle e alcançar o estado Theta onde recuperava a imagem do homem. Era
um processo que um lobo experiente como ele podia fazer em questão de segundos, ou ao
menos isso era antes que ela chegasse a sua vida. Concentrar-se sentindo o cheiro de Keiji
não era fácil.
Quando saiu do quarto, sentiu movimento na cozinha e se dirigiu para lá. Já sabia o
que diria a Keiji. Havia planejado cada palavra.
O primeiro que viu foi sua bunda diretamente a altura dos seus olhos, e tudo que
havia planejado lhe dizer sumiu da sua cabeça. O lobo gemeu junto com o homem ante o
espetáculo a sua frente.
Keiji estava tirando algo do forno da cozinha, estava usando um avental e tinha
arregaçado as mangas do suéter de gola alta. Quando se levantou levava em suas mãos uma
forma com batatas e carne.
- Ai... olá. Já chegou. - disse um pouco hesitante. Depois que Chipp saiu batendo a
porta seu entusiasmo foi lentamente diminuindo com força e agora era uma linha morta.
Ainda não sabia o que lhe havia acontecido para comportar-se daquele jeito. Ela não era
Chipp a olhou, e Keiji escondeu seus olhos celestes. Não queria que visse suas
lágrimas.
Chipp se levantou e saiu da casa.
As lágrimas de Keiji correram livremente por suas bochechas, enquanto começava a
levantar da mesa.
A mescla de sons, gemidos e pranto a despertou. Havia chorado até dormir. Sentou-se
na cama e o sentiu. “Chipp? Era Chipp?” Ella se levantou da cama e se aproximou da porta,
havia fechado na esperança de manter o mundo e Chipp afastados da sua dor. Estava vestida
nas longas meias e uma camisa de algodão que havia roubado de Chipp em sua casa e não
pensava devolver. Quando entreabriu a porta pode ouvir seu choro.
Abriu a porta e caminhou rapidamente para a porta do dormitório de Chipp. Sim.
Estava gemendo e chorando.
- Chipp, está bem? - disse enquanto abria. O que viu a surpreendeu. Chipp estava se
revirando na cama, aprisionado pelas mantas. Certamente estava tendo um pesadelo.
- Chipp. - repetiu aproximando-se até a cama, parecia não ouvi-la. - Koibito.
- Não, não papai, não o faça mais. - dizia entre os desoladores soluços Chipp.
Keiji subiu na cama procurando despertá-lo. Chipp estava de bruços, apertando a
almofada debaixo de seu rosto.
- Chipp, amor, desperta, por favor. - As lágrimas surgiram sem controle também nela. -
Chipp desperta, vamos amor, desperta. - Tentou dar-lhe a volta, sabendo que não poderia,
mas Chipp se deixou levar facilmente.
Chipp levantou sua cabeça e a apoio em seus seios. apegando-se ao tecido da
camiseta enquanto falava sem sentido.
- Mamãe, mamãe!
Estava aninhado em seus seios. Keiji estava sentada quase inclinada sobre a cabeceira
da cama com Chipp em seus braços, Keiji só conseguiu pensar em apertá-lo contra seu peito
e começou a niná-lo buscando lhe acalmar enquanto repetia uma e outra vez:
- Shhh meu amor, tudo está bem, está bem, ai shiteru, ai shiteru.
A camisa de Keji estava molhada com as lágrimas e quando viu seu homem chorando
sobre ela sem saber como despertá-lo desse horrível pesadelo, abriu sua camisa, pegou seu
seio e buscou a boca de Chipp para introduzir seu mamilo.
- Toma koibito, toma, shh, tudo está bem, tudo está bem.
A forma que o ninava, com as mãos entre os seus cachos dourados e o consolo de seu
seio, fizeram o que suas palavras não conseguiram. De repente o pesadelo de Chipp pareceu
retroceder. Keiji sentiu os fortes puxões de Chipp sobre seu seio, enquanto lhe sussurrava seu
amor.
Um momento depois Keiji tirou seu mamilo da boca de Chipp que resmungou.
- Não.
- Espera meu amor, deixa eu me encostar, koibito.
Keiji se encostou sobre a cama enquanto Chipp lhe deixava espaço junto a ele, e
quando se encostou Chipp se pôs de lado e buscou seu mamilo novamente. O aprisionou e
seguiu amamentando-se
O sono encontrou Keiji sentindo os suaves puxões de Chipp.
Quando Chipp despertou sua boca ainda agarrava o mamilo de Keiji. Ela era uma
pequena, deliciosa e cálida protuberância a seu lado. Chipp não sabia como ela havia
chegado a seus braços, mas despertar com ela ali, era um milagre. Chipp a olhou, ela dormia.
Sua boca estava entreaberta. Chipp a beijou com doçura.
Keiji abriu os olhos e levantou os braços para tomar seus cachos com suas mãos e o
olhou amorosamente.
- Está bem? - perguntou enquanto soltava seus lábios.
- Sim. - Respondeu e voltou a lhe dar outro beijo, este foi profundo e longo, um
selvagem que percorreu sua boca e a deixou ardendo.
- Teve um pesadelo. - disse saboreando o gosto de seus lábios nos seus, sua língua
percorreu seu contorno quando a língua de Chipp saiu a seu encontro.
Chipp se separou e a olhou.
- Pesadelo? Eu te machuquei? - Chipp começou a revisá-la, seu rosto, suas mãos, seus
braços, apalpou seu corpo, parecia muito preocupado. - Por favor Kei, diga-me que não te
machuquei.
Keiji somente afirmou e acrescentou.
- Não. Não me machucou, estou bem, foi somente um... horrível pesadelo.
Chipp se sentou para trás acomodando sua cabeça na almofada, uma de suas mãos
colocou sobre os olhos.
Nunca, desde que era menino, recordava seus pesadelos, mas alguém sempre ficava
com alguns hematomas de recordação. Wolff e Ty muitas vezes lhe disseram como atuava e
se envergonhava.
- Perdoe-me Keiji. - Chipp repetiu com voz envergonhada.
Keiji se levantou e o seguiu tirando sua mão de seu rosto e beijando-o. Logo subiu em
seu colo montando-o, sem deixar de beijá-lo. Quando esteve sobre ele soltou seus lábios, se
sentou, levantou sua camisa, passando pelos seus braços e tirando-a.
Chipp ficou emocionado. Ela era tão linda, esses longos cabelos negros, esses
brilhantes olhos celeste e esses seios. Grandes, perfeitos, com mamilos de um lindo tom
rosado e a auréola era incrível. Chipp se ergueu e alcançou um deles, enquanto sua outra
mão cercava o outro amassando-o para depois brindar-lhe com a mesma atenção que deu a
seu gêmeo.
Keiji começou a se mover ritmicamente sobre seu pênis. Sua calcinha de algodão
estava molhada poucos segundos depois. Chipp estava nu.
- Não... - Tentou dizer-lhe. - Keiji... Bebê. - Mas seu corpo dizia outra coisa, havia
começado a mover-se no ritmo de Keiji, Empurrando para cima sua poderosa ereção.
Chipp se levantou e deu a volta, colocando-a de costas sobre a cama. Seu pênis
continuou golpeando, simulando o ato sexual, a boceta molhada de Keiji que começou a
gemer. Não sabia se pelos duros chupões que dava a seus seios ou a incrível sensação que
corria por seu corpo, causada pelo ritmo que assumiu Chipp, começou a chegar a um ponto...
mas quando pensou que chegaria não sabia onde, Chipp deu a volta nela e a colocou de
bruços e pegou uma almofada para colocar sob sua pélvis.
Chipp beijou seu ombro e sussurrou em sua orelha.
- Perdoe-me Kei. - Chipp tinha que lhe pedir perdão porque iria amá-la, porque iria
arriscar submetê-la a sua paixão e a tudo o que ela trouxesse depois... Ajoelhou-se atrás dela
e começou a baixar sua calcinha. Suas unhas a rasgaram e quando terminou de tira-la, jogou
os restos no chão do quarto. Sentou-se e pôs seu rosto diante de sua rosada e molhada
boceta, já não havia nada que se interpusesse entre ele e essa linda bunda. Suas nádegas
eram duras, firmes, com uma profunda listra; não pode evitar, nem sequer pensou, que um
de seus dedos percorressem suavemente a linha, demorando-se na pequena roseta de sua
apertada bunda, tentou sondá-la, acariciando a fina pele. A temperatura de Chipp se elevou
quando pode ver a ponta da unha de um de seus dedos se aprofundarem apenas uns
centímetros. Chipp o deixou saber que, definitivamente, ele e seu lobo se ocupariam dele em
seu devido tempo. Debaixo dela podia ver sua vulva, seus lábios estavam molhados, inchados
e belamente rosados. Keiji havia depilado sua boceta deixando apenas uma linha de pêlo.
Chipp meteu o nariz em sua boceta, o molhou com seus sucos... respirando-a e
memorizando seu cheiro, seu sabor... sua língua, a longa língua do lobo, começou um
ganancioso caminho por toda sua longitude, primeiro se dedicou a coletar todo seu suco,
sorvendo-o gulosamente, sua língua não deixou nenhum lugarzinho sem lamber, e logo sua
boca buscou com zelo incansável o clitóris dela, a pequena protuberância havia saído de suas
camadas só para que a boca de Chipp a tomasse com força.
Keiji só foi capaz de agarrar firmemente ao travesseiro, apertando com força, com os
punhos cerrados. Sua cabeça apoiada de lado, somente podia gemer. Seu corpo começou a
tremer com um orgasmo que havia começado quando Chipp rasgou sua calcinha. Seu corpo
tremia quase que em convulsão.
O lobo e Chipp se ergueram com seu poderoso pênis posicionado em seu centro. Keiji
estava tão molhada que foi fácil passar seu pênis de cima abaixo por sua boceta lubrificando-
o. Uma de suas mãos com unhas encurvadas havia abraçado Keiji, rodeando-a cruzando seu
ventre e posicionando-se sobre seu clitóris, acariciando-o. Seus dedos se firmaram sobre o
botão e os movia de frente para trás, uma vez e outra. Somente esse movimento havia
levado Keiji às nuvens.
Keiji sentiu a enorme cabeça empurrar buscando seu lugar enquanto ouvia em sua
orelha o sussurro de Chipp:
- Kei, bebê, deixe-me entrar, abre um pouco mais suas pernas. - Chipp acompanhou
seu pedido acomodando as pernas de Keiji, dando-lhe mais espaço entre elas. Um suave
empurrão e se deslizou dentro. Não pode evitar um sorriso de triunfo em seu rosto. A
sensação de estar dentro da boceta de Keiji o sobrecarregando. Não havia controle nele,
somente a desesperada necessidade de empurrar-se até a raiz e mais, e muito mais.
Quando sentiu a fina membrana, a luxúria e o amor o dominaram por completo.
Empurrou com força e o soluço de Keiji, uma mistura de dor e prazer, o cobriu. Ficou quieto,
tomando ar enquanto esperava que a dor de Keiji passasse e se acostumasse com seu
tamanho, logo tirou sua mão do clitóris dela apoio sobre seus quadris para atraí-la mais para
ele. Estava profundamente introduzido nela e esse movimento só o fez gemer com mais
força. Chipp colocou suas mãos em ambos os ombros de Keiji e ali se sustentou para começar
a empurrar-se. Ela era sua, somente sua. A alegria do lobo em saber que era seu único dono,
que seria seu único dono, a certeza de saber que era o único, o levou a perder a batalha
contra a loucura. Uma e outra, e mais outra vez se empurrava dentro e fora de Keiji, com
tanta força que a cama batia. No quarto só se ouvia os gemidos e soluços apagados de Keiji
apertando seu rosto contra a almofada e os fortes gemidos de Chipp empurrando cada vez
mais profundamente nela.
Quando Keiji sentiu sua vagina inchar-se como se o pau de Chipp quisesse imprimir-se
em cada milímetro de seu corpo explodiu em um orgasmo tão violento que a assustou.
“Morrerei” pensou e sua boca se abriu em busca de ar.
- Morrerei. – Sussurrou ardendo.
Chipp soltou um uivo, um forte e sonoro uivo de lobo que fez eco nas paredes
internas de Keiji.
E de repente ambos o sentiram. Um manto de energia que nascia exatamente onde o
pênis de Chipp se havia convertido em um nó preenchendo completamente a Keiji e que se
levantou sobre eles como uma onda de um tsunami, e cobriu cada célula de seus corpos,
A Fugitiva
Fugitiva
Capítulo 10
Seus sentidos de lobo o despertaram e soube que havia alguém na casa. Apertou a
boca de Keiji e a despertou. Em um sussurro lhe deu uma ordem:
- Vista-se, alguém entrou na casa.
Enquanto Chipp se dirigia para porta Keiji procurou o que vestir, encontrou sua
camisa jogada no piso ao seu lado e a pôs. Ainda estava com as meias. Chipp havia
entreaberto a porta quando o olhou. Viu ele inspirar e logo voltou a fechar a porta.
Chipp caminhou até o armário de Ty, pegou duas jaquetas e uma mochila na qual, em
uma velocidade impressionante, colocou uma calça, uma camiseta e um sapato. Aproximou-
se de um lado da cama, quase colada à mesa de cabeceira, e apertou uma madeira. Um
dispositivo se abriu para dar lugar a uma porta, abriu-a e se virou para ela.
- Kei, segue a trilha sem deter-se.
Antes que Keiji se opusesse negando com sua cabeça, Chipp a beijou, um brevíssimo
beijo.
- Acredito que estão tentando incendiar a casa, o lobo te encontrará. Necessito saber
quantos e em que se transportaram. Vai! – Enquanto falava, havia colocado a mochila nas
suas costas.
Keiji se agachou e passou comodamente, antes de desaparecer se virou para olhá-lo.
Chipp estava em posição de quatro patas buscando a troca.
- Até que o meu lobo me encontre. – disse ele e se virou para sair. Keiji confiava tão
fortemente em Chipp e no lobo dentro dele, e sabia que não importava a direção que
tomasse ele a encontraria e queria essa promessa, precisava dela.
- O fará bebê, o fará.
Quando Keiji atravessou o umbral da pequena porta encontrou uma parede de
pedra, pensando que não teria saída já que a casa era construída sobre ela ia dar a volta,
mas se arrependeu. Se Chipp a havia tirado do lugar por ali, em algum lugar tinha que ter
uma saída. Suas mãos se apoiaram contra a pedra que parecia completamente lisa, mas
quando seus dedos encontraram ar percebeu que havia uma abertura que não se notava
devido à cor uniforme da pedra. Passou pela abertura e começou a descer.
A descida foi fácil, o caminho era suave e quando a passagem acabou sentiu uma
enorme explosão que foi seguida de mais e depois mais outra.
“Chipp. O fará. Ele me encontrará.”
O lobo a encontraria, Chipp havia prometido. De onde estava, debaixo da colina,
pode ver a espessa fumaça elevando-se para cima. Não podia ficar ali, assim saiu da rocha e
se afastou.
O terreno era acidentado, assim estava concentrada onde pisava. Nem sequer queria
pensar em Chipp. “Ele está me seguindo. Vem atrás de mim. Ele prometeu”.
Quando viu que o sol já estava sobre sua cabeça, buscou o grosso tronco de uma
bétula e se sentou. Não sabia o quanto tinha caminhado, estava esgotada e preocupada.
Levantou suas pernas apenas cobertas por meias e se abraçou.
“Chipp. Onde está?”
De repente ouviu um leve ruído na grama e ficou completamente quieta. Seu coração
retumbava. Diante de seus olhos, mansamente, apareceu seu lobo dourado. E Keiji sorriu.
O lobo em frente a ela se aproximou e passou sua enorme língua sobre seu rosto
enquanto Keiji ria e o abraçava se agarrando com força em seu grosso pelo.
O lobo colocou a cabeça por debaixo de seu pescoço, abriu sua camisa e passou a
língua por um de seus mamilos.
- Não. –disse Kaiji afastando-se para trás rindo.
O lobo retrocedeu e se deteve a uns centímetros dela. Keiji viu ondular sua imagem,
como ondula o reflexo do sol no calor do pavimento para dar lugar ao homem. Keiji se
a mão.
Keiji tomou sua mão e Chipp a levantou, quando tentou dar o primeiro passo não
pode evitar o gesto de dor em seu rosto. Chipp olhou para baixo e viu seus pés somente com
meias grossas, que não era o suficiente para proteger os mesmos.
- Descalça. Deus, nem sequer pensei nisso. Vamos, deixe-me levantá-la.
- Não... – Disse tentando afastar-se.
Chipp colocou a mochila nas costas e a fez vestir-se com a enorme jaqueta de Ty para
logo depois pega-la em seus braços. As pernas de Keiji abraçaram sua cintura e as enormes
mãos de Chipp abraçaram sua bunda, “desnuda”. Chipp a sustentou com uma mão e
acariciou sua bunda, uma lenta e travessa carícia cujos dedos avançaram até sua boceta,
fazendo-a gemer.
- Está bem? – Perguntou Chipp quando viu que ela pulou com seu toque. – Te
machuquei a noite?
Keiji somente negou com a cabeça.
- E o lobo?
Desta vez Keiji se aproximou e o beijou, um beijo lento e profundo.
- Quase me matam... – Quando viu o que suas palavras provocaram em Chipp, o
beijou de novo, dessa vez um curto e ruidoso beijo. – E amei cada segundo disso. Nunca
pensei que fazer amor fosse tão maravilhoso, acredito que se houvesse sabido teria feito
antes... há muuuuuuuuito tempo!
- É minha. Somente minha. – Disse com frieza afastando a ideia de que ela pudesse
pertencer a outro, - E terá que acreditar em mim quando te digo que jamais foi mais
maravilhoso para mim também. E recorda isso, o lobo toma somente uma companheira por
toda a vida.
Nessa posição Keiji o abraçou rodeando o grosso pescoço e acariciando seus cachos
que tocavam quase seus ombros.
- Sempre quis isso.
- Andar sem calcinha por um bosque buscando um lobo feroz? – Perguntou Chipp
pondo-se em movimento enquanto suas duas mãos voltavam a sustentá-la pela bunda.
Ela lhe deu um puxão nos cabelos. E negou sorrindo.
- Não? Quis... ser a companheira de toda a vida de homem lobo?
A Fugitiva
Capítulo 11
Estava quase anoitecendo quando chegaram à cabana de Ron Majors. Igual a Wolff e
Chipp, ele havia servido no Exército. Ali se conheceram e participaram de muitas batalhas
juntos. Quando viu aparecer seu velho amigo com uma bonequinha japonesa nos braços,
sorriu. Somente teve que olhar o rosto de Chipp para compreender como bem ele estava.
Quando a boneca o olhou, Ron compreendeu que estava muito só. Não havia dúvida
que foram esses olhos azuis que haviam conseguido o que jamais pensou que poderia se
acontecer, uma mulher prendendo Chipp Rummers.
Deixou-os entrar. A cabana era simples, mas confortável. Chipp colocou Keiji em um
sofá e procurou o rádio. Enquanto Ron oferecia lhe algo para comer, Chipp conversava com
alguém chamado Wolff.
- Bem, chegaremos lá por volta do anoitecer. Obrigado amigo. Nos veremos e
cumprimente Summer.
Quando Ron voltou para cozinha, Chipp moveu Keiji e se sentou detrás dela. Keiji
apoio a cabeça em seu peito.
- Quem é Summer? – Sussurrou para que Ron não a ouvisse.
Chipp sorriu, mesmo que de onde estava não podia ver seu rosto.
- É uma amiga e...
- Uma amiga?
- E a esposa do meu mais velho amigo, Wolff Carter.
- Oh. Acho que para a esposa de seu melhor amigo você tem a intimidade de mandar
saudações.
- Agradeço, quer dizer que minha florzinha é ciumenta?
- Bom, não deveria dizê-lo assim com essa alegria, não sabia disso até dois minutos
atrás.
As mãos de Chipp mostravam suas unhas, e Keiji se virou para olhá-lo, percebeu seus
incisivos. Assim que simplesmente levantou suas mãos, e colocou um de seus dedos na boca,
Chipp começou a chupá-lo enquanto Keiji jogava com seus longos dentes. Seus olhos
estavam fixos nos dele.
Atrás deles sentiram uma tossidela e Keiji retirou seu dedo, envergonhada. Chipp
somente riu e Keiji lhe deu um tapa no peito.
Enquanto comiam Keiji e Chipp contaram para Ron tudo pelo que passaram. Uma
hora e meia mais tarde, Chipp observou como os olhos de Keiji se fecharam sozinhos. Olhou
para Ron e se levantou.
- Acredito que minha dama está com sono.
Ron sorriu e disse. – Deixei tudo, acredito que vocês precisaram no anexo.
- Obrigado, vamos florzinha. – Chipp agachou, pegou uma manta de pele cobriu Keiji
e a levantou em seus braços.
Enquanto saiam da casa e iam em direção a uma edificação encostada ao lado da
cabana, que costumavam chamar de anexo, Keiji se apertou contra o peito de Chipp, se
aproximou a sua orelha e sussurrou:
- Amaria um banho.
Quando entraram no anexo, Keiji encontrou uma habitação bem grande onde se
apreciavam dois níveis: uma sala pequena com mesa e cadeiras para quatro, uma cama
grande, um sofá-cama, uma pequena cozinha e pelo que se via por suas telas opacas, uma
banheiro.
Chipp a colocou sobre a cama e começou a tirar-lhe as meias. Os pés de Keiji estavam
avermelhados e apesar de ter esperado não se viam nenhum calo.
- Mas... eu estava com calos. – Comentou surpreendida enquanto ela junto com
Chipp observavam seus pés.
- Suponho Kei, que este seja outro benefício do Nehann. – Chipp parecia muito
concentrado em olhar centímetro por centímetro de seus pés, o peito do pé, as plantas, os
dedos. Logo se pôs de pé e abriu a água da jacuzzi para voltar até Keiji e continuar
desnudando-a.
- Benefícios do Nehann?
Keiji se deixou desnudar por Chipp. Levantou seus braços e deixou-o tirar a camisa.
Ele a levantou e colocou debaixo do chuveiro.
Como sempre quando estava próximo a Keiji, o controle do lobo era nulo. Seu pelo
havia engrossado, seus dentes saído de seus casulos e suas unhas crescido. Deixou Keiji na
jacuzzi e tirou sua roupa. Não havia modo algum de em que seu pênis não chamasse a
atenção de Keiji. Grosso e ereto, se dobrava próximo a sua cintura pelo seu próprio peso.
Quando entrou Keiji foi logo pegando seu pênis com suas mãos, sabia que não
poderia rodeá-lo por completo, assim apenas o ajudou a manter-se ereto. Chipp olhou a
forma em que suas mãos o acariciavam. Estirou a sua e a atraiu enquanto sentava na jacuzzi.
Keiji nunca deixou que sua mão soltasse o seu pênis, acariciando-o suavemente, quando
Chipp estava acomodado, ela se posicionou montada sobre ele.
- O que é isso sobre o Nehann?
- Até essa noite poderia jurar que o Nehann era só mais um mito que cerca o nosso
povo. Wolff me falou dele. Disse que a primeira vez que fez amor com Summer havia sentido
como uma corrente parecida com energia.
- Eu também a senti conosco.
- Eu sei. E ainda me parece impossível.
- Nunca a havia sentido antes, quando... esteve com...
- Outra mulher? – Apontou Chipp.
- Sim... me chateia te imaginar com outra mulher... – A voz de Keiji era um sussurro.
- Também sei disso. Mas, aquilo que sentimos ontem à noite, não sei o que aconteceu
Keiji. Ontem à noite meu lobo...
- Não. Meu lobo...
- Bem, teu lobo, eu e você florzinha. Nós nos unimos de uma forma que eu jamais
pensei que seria possível. E, segundo Wolff, isso é o Nehann...
- O que é o Nehann...? – Perguntou de novo Keiji.
- Poderia dizer que é algo parecido com uma espécie de Nirvana, onde homem, lobo e
companheira alcançam sua máxima plenitude espiritual e sexual, e se convertem em um...
Segundo Wolff, o Nehann te dará algumas outras coisas mais.
- Coisas mais? Como o que?
Enquanto Keiji seguia acariciando-o de cima abaixo seu pênis, Chipp havia tomado
uma esponja e a lavava.
- Coisas como melhorar seus sentidos de olfato, audição e vista, deve também
acrescentar a partir de agora mais resistência física e cura com mais facilidade.
- Deverá? – Keiji o olhou enquanto começava um rítmico jogo com seu pênis, o havia
tomado com força em sua mão, pequenos empurrões que deslizavam suas mãos por ele.
- Você tem noção de quantos quilômetros percorreu hoje de manhã?
- Não sei... cinco, talvez seis?
Chipp sorriu.
- Trinta bebê. Mais de trinta quilômetros.
- Mais de trinta, mas não pode ser, quando parei pensei logo que ainda estava muito
perto da cabana. Diz que sou mais resistente?
- Mais resistente, mais... forte, ouve... melhor, vê melhor. Sara mais rápido... Deus,
deixa de jogar comigo... – Disse tentando tirar suas mãos de seu pênis. Chipp já não podia
falar, as carícias de Keiji estavam tirando todo o controle que restava. Duro como uma pedra.
Viu Keiji elevar-se sobre a banheira para empalar-se sobre seu pau. Seus olhos não deixavam
os dele enquanto tentava acomodá-lo, Keiji arqueava quase sem ar, como se somente ter que
fazê-lo requeresse todo o seu esforço. E assim era. O enorme pênis parecia cada vez maior,
Keiji supôs que o lobo estava se unindo a eles.
- Poderá com o lobo nessa posição? – Perguntou Chipp, nunca ninguém, exceto de seu
próprio povo, havia visto o lobo e jamais havia se permitido tomar uma mulher que não
fosse por trás, nem sequer a uma de seu povo. – Poderá Kei?
Ela respirava com dificuldade, tentando deixar entrar o enorme pedaço de carne.
- Sim. – Quando conseguiu acomodar toda a sua longitude o olhou e sorriu - Não
acredito que posso me mover.
- Bom, eu o farei. – respondeu Chipp e colou suas mãos, já cobertas por um fino pelo,
sobre sua cintura. Olhou Keiji nos olhos e começou a subi-la e descê-la. Keiji estava
assombrada, quando o montou queria apenas amá-lo olhando nos seus olhos, não imaginou
que nessa posição o mínimo movimento repercutiria deliciosamente em seu clitóris.
Primeiro foram movimentos suaves enquanto ela assimilava seu tamanho, de pronto,
Keiji viu um leve ondular de Chipp, e já não Chipp que a sustentava. Tinha em sua frente um
enorme lobo, seu pelo, seu cabelo longo, grosso e dourado, não tão claro como seu cabelo.
Evidentemente Chipp trabalhava sua concentração para não assustá-la. Não apareceu seu
focinho, nem suas orelhas haviam se alongado, somente se viam um profundo e abundante
cabelo. Keiji se aproximou e pôs suas mãos nos ombros cobertos por um pêlo grosso e suave
e fechou os olhos diante da miríade de sensações que a percorriam. Sua boceta gotejava e
seu prazer era tão intenso que começou a gemer.
Chipp a soltou e de um só golpe a tirou de seu pênis.
- Sinto muito bebê, mas eu preciso... – Nem sequer completou, a virou na jacuzzi,
tomou ele mesmo suas mãos e as apoio na borda, Keiji caiu ajoelhada na jacuzzi que
começou a ficar cheia até a borda, Chipp elevou sua bunda, levantando-a com uma de suas
grossas mãos e logo o sentiu cravar-se nela com um só golpe. Não foi suave, nem cuidadoso.
O lobo estava mais lá do que o homem e ambos necessitavam Keiji. – Sustente... – Foi o
último que disse antes de começar a bombear nela com força.
Os gemidos de Keiji se converteram em soluços, agarrando com toda força a borda da
jacuzzi. As poderosas investidas de Chipp levaram seu corpo de pronto à borda do abismo,
sua cintura se dobrou enquanto sob ele, Chipp a sustentava pela cintura. Keiji podia sentir
suas unhas cravando-se nela. Logo viu uma das mãos de Chipp elevar-se e moldar um de
seus seios e quando seus dedos, providos de grossas unhas, agarraram e beliscaram seu
mamilo, seu orgasmo a golpeou ainda mais forte que as investidas de Chipp.
Duas bombeadas depois sentiu Chipp explodir dentro dela. Podia sentir seu quente
leite a encher e transbordar sua vagina, enquanto seu pênis inchava dentro dela,
expandindo-a até sentir que já não podia contê-lo.
Chipp gritou ou uivou, Keiji não poderia dizê-lo envolta como estava na altíssima onda
de prazer que a cobriu quando Chipp cravou seus dentes em seu ombro, Keiji sentiu
desmaiar de prazer. Uma e outra vez seu corpo se sacudiu em fortes ondas de um orgasmo
que parecia não terminar alimentado pelos fortes jorros de sêmem que pareciam não acabar
mais.
Chipp a puxou sobre seu corpo esperando alcançar o estado Theta e devolver o
homem. Ambos fecharam os olhos buscando acalmar os batimentos cardíacos e gozando dos
pequenos tremores de orgasmos que sacudiam seus corpos, enquanto sentiam a energia do
Nehann começar a diminuir desde seus corpos até o exterior.
Quando seu pênis afrouxou dentro de Keiji, Chipp se moveu, buscou a esponja de
banho e a levou entre as pernas de Keiji, limpando-a, tomado seu tempo ao fazê-lo. Keiji
ficou ali, ainda muito sensível das duras investidas, lançou um gemido muito mais de prazer
do que de queixa, manteve seus olhos fechados e se deixou lavar. Logo, Chipp se levantou
jorrando água e pegou uma toalha, a secou e a colocou sobre a cama, para depois secar a si
mesmo.
Keiji estava nua sobre a cama, olhando-o com os olhos entrecerrados, parecia
adormecida, suavemente rosada depois da incrível sessão na jacuzzi.
- Traz meu lobinho aqui... de novo. – Lhe disse abrindo esses olhos azuis e se virou
ficando de bruços, levantou em suas mãos e joelhos de maneira cambaleante devido às
poucas energias que ficaram e esperou seu homem.
Chipp simplesmente subiu sobre ela. Primeiro passou seu enorme pênis por seu sexo.
Demorou um segundo em sua apertada roseta, “pronto”... Keiji estava tão molhada.
Keiji olhou entre suas pernas e pode ver as pesadas bolas de Chipp e seu pênis
percorrendo-a amorosamente.
- Sustente-se na cama Kei. – Pediu enquanto a movia até mais a frente para aproximá-
la do respaldo da cama. Ali Keiji pôs suas mãos e esperou.
A espera não durou nenhum segundo, pode sentir a cabeça de seu pênis abrir
caminho em seu canal novamente. Como sempre, por um instante, temeu não poder
recebê-lo.
- Está muito sensível. –disse cerrando os dentes quando Keiji gemeu, abrindo caminho
em seu apertado canal, podia sentir a umidade de sua semente ainda ali. – Está segura,
florzinha? Você sabe que quando o lobo toma o mando eu...
- Toma-me de novo, agora.
E Chipp não a fez repetir a ordem. Entedia a necessidade de Keiji, havia algo novo
nisso do Nehann, uma necessidade de sentir-se completo, e somente se sentiam completos
quando eram um. Ainda esgotada como estava, Chipp supôs também que ele não duraria
muito, por isso se acomodou abrindo ainda mais as pernas de Keiji. Logo iniciou uma lenta
cavalgada que em instantes os teve arquejando. Os braços de Chipp sustentavam Keiji
rodeando-a pela cintura, ajudando-a a se manter nessa posição, uns poucos empurrões mais
e Chipp a sentiu gozar, inundar suas bolas com seus sucos. Senti-la o fez se derramar
novamente nela segundos depois.
- Ai shiteru. –disse ela entre fortes soluços e gemidos antes de cair no sono.
- Eu também te amo florzinha. – Disse Chipp sem saber ao certo o que Keiji havia lhe
dito, mas sem precisar conhecer a língua para saber o que lhe significava.
Afundado dentro de sua boceta, Chipp somente teve forças para levantar as mantas e
cobrir a ambos antes de cair rendido com ela. Levantou suavemente sua cabeça e beijou a
marca do lobo no ombro de Keiji. Passou a língua por ela até cair dormindo.
A Fugitiva
Capítulo 12
Na manhã seguinte se despediram de Ron prometendo enviar seu carro de volta por
Zack Mendez.
Chipp conduzia e Keiji dormia. Chipp sorriu, sabia que Keiji estava esgotada, a sessão
no chuveiro nessa manhã antes da viagem tinha sido incrível.
Com certeza a capacidade de se curar com mais facilidade estava operando em Keiji,
havia despertado com um apetite insaciável e ela o havia recebido com a mesma fome.
Havia montado de pé.
Não tinha pensado em fazer amor antes de sair, mas Keiji se levantou primeiro e saiu
nua da cama, Chipp viu suas costas arqueando-se enquanto tentava abrir a pequena ducha
de banho e oferecendo-lhe a bunda de onde estava, virando-se na cama, pode ver sua
boceta inchada com seus lábios gordinhos rosados... e foi sua perdição, seu lobo interior
rosnou em demanda e saiu atrás dela. Quando a teve em seus braços, suas unhas e todo
pelo de seu corpo estavam trocando. Keiji acariciou suas longas unhas sobre seus mamilos e
simplesmente levantou uma de suas pernas apoiando-a na borda da jacuzzi enquanto sua
bunda se estendia para trás em aberto convite. A outra perna de Keiji ficou no piso e ele a
dobrou um pouco colocando suas mãos nas costas dela e introduzindo-se de um só golpe,
tão profundo quanto pode. Tinha custado muito pouco para o lobo tomar o comando,
somente tinha que ver Keiji de costas e já não havia nada do homem nele. Havia sido
incrivelmente gratificante. A energia que emanava dos seus orgasmos em conjunto os havia
mantidos presos debaixo do chuveiro, enquanto a água corria sobre eles. Quando gozaram
juntos, o lobo e Chipp, necessitaram todas as suas forças para se mantiver em pé. Havia
levantado Keiji, sustentando-a no ar enquanto entrava na ducha totalmente afundado na
boceta de Keiji. A água começou a cair sobre eles, enquanto suas respirações se assentavam.
Quando terminaram, secou-a e já ali havia percebido sua cara de sono.
- Não dormirá, não é?
Keiji sorriu e negou com sua cabeça enquanto se aproximava para beijá-lo e tirando a
toalha dele para secar seu cabelo.
- Não dormirei e secarei meu cabelo.
- Bem, tenho que resolver algumas coisas com Ron. Irá nos encontrar na casa?
- Sim koibito - respondeu debaixo da toalha enquanto secava seu longo cabelo.
- Koibito?
- Amado. – Acrescentou aparecendo debaixo da toalha e olhando-o radiante.
- Bem, se usa também para mulheres?
Keiji afirmou.
- Nos vemos na casa koibito. – A beijou. Pôs uma camisa tipo lenhador e saiu do
quarto.
Chipp estendeu a mão e acariciou a bochecha de Keiji, um leve contato que a fez
abrir os olhos e estirar-se no assento. Levava roupas enormes, Ron lhe havia emprestados
umas velhas calças de correr, longas e uma jaqueta igualmente velha, de flanela muito
quente, parecia perdida dentro da roupa.
Keiji se estirou e se aproximou de Chipp para beijá-lo. Chipp respondeu a seu beijo
com um olho na estrada. Ainda assim, o beijo foi longo e delicioso. Keiji se levantou mais e
sentou-se no colo dele, uma vez que Chipp a deixou se acomodar para seguir dirigindo,
apertou sua cabeça em seu colo e colocou a mão debaixo de sua grossa camisa até encontrar
seus suaves mamilos. Quando os tocou se puseram duros e se ergueram. De repente, Keiji
recordou seus próprios mamilos amamentando Chipp durante seu pesadelo.
- Fale-me sobre seu pesadelo koibito. –disse sentindo Chipp tenso.
- Não os recordo. – Lhe disse e logo se instalou entre eles um longo silêncio. – Mas sei
do que se tratam. Meu pai não foi um bom homem, nem sequer foi um bom Weremindful,
era um... homem incrivelmente violento. Golpeou a minha... mãe... até matá-la. E ninguém
soube. E logo decidiu fazer comigo... o mesmo. Só que Joseph Brunet, pai de meu amigo Ty,
não deixou. Quando me encontraram eu tinha só dez anos, e ninguém imaginou que fosse
sobreviver para poder contar o que havia acontecido, mas eu o fiz. Graças aos Brunet pude
sair dali. Mas... nunca pude me livrar desses pesadelos.
Keiji levantou seu rosto e beijou sua barba. Pequenos beijos que percorriam sua dura
mandíbula. Jamais pode senti-la suave e lisa, o lobo se encarregava de que se ela estivesse
por perto isso não ocorresse.
- O que aconteceu com seu pai? – Perguntou Keiji.
- Morreu.
O que não lhe disse e provavelmente nunca lhe diria é que apesar de não saber com
exatidão, e nunca o saberia também, acreditava que Joseph Brunet o havia matado. A justiça
Weremindful se impôs.
- Fale-me do lobo. – Disse Keiji acariciando com seus dedos uma das mãos no volante
da caminhonete enredando seus dedos longos e finos nas unhas curvadas de Chipp.
- Os Weremindful vieram da Ásia. Ninguém sabe exatamente de onde. Mas os da
América vieram da Espanha. Supõe-se que deram origem a todas as lendas que existem sobre
lobisomem. Não sabemos se existe qualquer outra espécie. Os Weremindful são homens que
conseguem se converter em lobos depois de haver alcançado um alto grau de meditação e
concentração. Isso requer um grande desprendimento e nível consciente. Pelo menos isso foi
o que me ensinaram, mas não é assim.
- Não? Porque diz isso?
Chipp beijou o topo de sua cabeça e os travessos dedos de Keiji voltaram a beliscar
seu mamilo.
- Somente tenho que te olhar para começar a mudança e o mesmo aconteceu a Wolff
com Summer. Posso jurar para você que até que aparecesse na minha vida o processo de
mudança não era simples, exigia muitíssimo da minha mente.
- Porque acontece isso? – Keiji parecia verdadeiramente intrigada.
- Não sei. Wolff acredita que isso acontece com a verdadeira companheira que nos
está destinada.
- A verdadeira companheira? Mas acaso os outros Weremindful que conhecem não
trocam ao olhar suas mulheres?
- Não que eu saiba ou tenha ouvido falar. – Chipp pegou a mão de Keiji, a tirou de seu
peito e beijou seus dedos, metendo um dentro de sua boca e chupando-o.
- Somente Summer e eu? Não sabe de ninguém mais?
- De ninguém mais florzinha.
Keiji tirou seu dedo úmido da boca de Chipp e o levou de volta a seu mamilo,
conseguindo que ele soltasse um suspiro com a sensação fresca.
- O que nos faz especial?
- Não sei. Na verdade não sei.
- E o que acontece com o Nehann? - Esta vez Keiji saiu de seu colo e sentou-se de lado
olhando-o, Chipp devolveu seu olhar.
- Acreditava-se que o Nehann era um mito, algo que se contava na beira da fogueira
faz muito tempo, nos primeiros tempos nesse continente, mas ninguém que conhecemos em
Clavijo, jovem ou ancião, jamais o havia vivenciado.
- Mas você e eu sim. - Disse com um sorriso enorme que fez brilhar seus olhos azuis.
- Você e eu sim, e tão pouco sei por quê.
De repente Keiji abriu sua boca e perguntou.
- Acredita que posso me converter em um lobo?
Chipp sorriu. - Não, não acredito. O que diria se isso pudesse acontecer?
Keiji se endireitou no banco, e pensou por um momento.
Chipp somente esperou por sua resposta em silêncio.
- Se pudesse ser um lindo lobo, tão lindo como você, não me importaria, mas...
- Mas o que? - Perguntou Chipp.
- Dói?
- Não, não dói. É um processo mental, é algo assim como desejar ser uma florzinha e
te converter nisso, não sente a troca física porque é um processo mental, puramente
consciente em seu estado mental que não sente seu corpo.
- Sim, me agradaria ser uma loba, somente que...
- Somente que...? - Chipp perguntou com um sorriso, a olhou até que ela girou para
olhá-lo.
- Somente que quero bebês e não cachorrinhos. - Disse Keiji em um sussurro.
Chipp riu as gargalhadas. E se surpreendeu, não recordava quando tinha rido assim,
essa adorável mulherzinha estava conseguindo coisas que jamais pensou que teria, como
despertar feliz de um pesadelo, rir as gargalhadas, e mais ainda, pensar nela inchada com seu
bebê...
- Florzinha, se tranquilize, leva muito tempo e concentração encontrar o lobo, e posso
jurar que terá um bebê e não cachorrinhos, mas...
Essa foi a vez de Chipp se calar e Keiji o esperou.
- Quer bebês? - Perguntou Chipp quase com medo.
- Fui filha única, minha única família foram e são minhas amigas, quero bebês, muitos
bebês... e você?
- Eu também fui filho único, e jamais havia pensado ou me permitir sequer a ideia de
ser pai.
Keiji se aproximou beijando-o em sua bochecha.
- Te darei todos os... cachorrinhos que quiser. - Acrescentou Chipp em tom de
brincadeira.
- Cachorrinhos? - Gritou Keiji, golpeando-o com o que se supunha muita força no
braço. Enquanto se largava a rir. E se jogou sobre Chipp. Afortunadamente o caminho estava
deserto, assim que o vai e vem do automóvel não ocasionou dano algum.
Enquanto ambos riam, Keiji o beijou ruidosamente no nariz e retomou seu lugar a seu
lado, trocando o riso por uma expressão de pensamento.
- O que a preocupa florzinha?
- Esse homem, Green.
- Não deve preocupar-se com esse homem, eu me encarregarei dele.
É claro que o faria, havia tentado machucar sua mulher, sabia que deveria fazê-lo.
Esse lixo tinha feito muitas coisas ruins e tentar machucar sua mulher seria a última de sua
lista. A justiça dos Weremindful já o havia decidido.
- Acredita que sabe que estamos vivos?
- Não sei, suponho que se ele tem muitas conexões estará tentando descobrir quantos
cadáveres ficaram da explosão na casa de Ty.
- Ty é um Weremindful, é filho do homem que te salvou, não é verdade?
- Sim, ele é.
- Acredita que igual a você... e Wolff, ele irá... encontrar... sua companheira?
- Não sei. Talvez já o fez e não a viu.
Keiji enrugou a testa.
- Porque diz isso?
- Ty está muito concentrado, muito ocupado em... - “vingar-se” pensou. - fazer justiça.
- disse. - Joseph e Gemma, seus pais, foram assassinados. Suponho que quando o conseguir e
olhar poderá encontrar sua companheira.
- Se estiver ali.
- Se estiver ali. - Repetiu Chipp com tristeza. - Oxalá tenha seu Nehann. Ty sofreu
muito com a morte de seus pais, e tem passado toda sua vida amargurado por isso.
- Sim, oxalá que ele encontre o que nós encontramos. - Keiji o olhou. - Diga-me Chipp,
porque quis me afastar de você. Você não é como seu pai.
Chipp apertou tanto seus punhos sobre o volante que se puseram brancos, Keiji o
notou e mordeu os lábios, talvez não tenha sido uma boa pergunta.
Chipp encostou a cerca e deteve o automóvel.
'Sim, não havia sido uma boa pergunta.'
- Deve me prometer uma coisa Kei, se alguma... se em algum momento... te levantar a
mão, você fugirá, te afastará o quanto mais longe puder ir e onde eu não possa encontrá-la.
- Você nunca me faria...
- Me prometa. - Rosnou Chipp com força.
Keiji se sobressaltou.
- Eu te prometo koibito. Mas sei que jamais acontecerá, jamais. Não importa quanto
acredite que é parecido com seu pai, não é nada como ele. Eu sei disso.
A Fugitiva
Capítulo 13
Keiji olhou para Chipp, ele sorria. Assim que ela sorriu também e se aproximou a
Wolff para dar-lhe um beijo na bochecha.
- E como está minha paciente preferida? - Perguntou Chipp abraçando Summer e
entrando na ampla cabana.
- Vamos? – perguntou Wolff sem soltá-la e eles entraram.
A cabana era quente e acolhedora.
Summer lhe ofereceu algo quente para beber, se bem que aparecia o sol, mas o vento
que sentia era gelado.
Chipp se sentou em um dos sofás individuais e Keiji se sentou em seu colo. Quando
Summer apareceu com café quente e alguns biscoitinhos, se sentou ao lado de Wolff, serviu
o café e se acomodou nos seus braços.
Depois de uma conversa amigável sobre a viagem que haviam tido, o tempo, o
prognóstico para a vinda, as novas tormentas.
- Bem amigo, conte-nos tudo. – Pediu Wolff levantando sua xícara de café quase à
altura dos olhos e olhando para Chipp por cima dela.
Keiji se acomodou contra o amplo peito de Chipp e deixou que ele contasse tudo o
que havia acontecido desde o momento em que a havia encontrado no bosque.
Quando terminou o café já estava frio.
- Fale-me do que sabe sobre Green. – Pediu Chipp a Wolff.
- Um momento senhores, Keiji e eu arrumaremos o quarto enquanto conversam. –
Olhou sorrindo para Keiji. – Vamos?
Keiji deu um salto, segurou as enormes calças de Ron ostensivamente o que fez as
garotas rir e saírem da sala.
- E pegaremos algumas roupas também. – Acrescentou Summer.
Chipp olhou as garotas saírem da sala e logo a Wolff.
- Não posso acreditar que fomos tão abençoados desta maneira.
- Conheceram o Nehann? – Perguntou Wolff em um tom baixo e confidencial.
- Oh sim, e quase morro. – Respondeu com um sorriso satisfeito Chipp.
- Eu sei, a primeira vez com Summer pensei que ambos morreríamos sem nem mesmo
saber o que se passava.
- Senão houvesse me falado sobre ele acreditaria o mesmo. Sabe o porquê aconteceu
com a gente?
- Não, não sei, e acredito que não me importa. Somente me interessa que a minha
princesa continue segura e... – De repente escutaram as risadas das garotas desde o quarto. –
e siga rindo assim, dessa maneira. – De repente se pôs sério. – O que quer saber de Green?
- Tudo. Não voltará a ameaçar nem a minha mulher e a ninguém mais.
- Vem, vamos subir, tenho tudo que me pediu desde a casa de Ron.
- Vem Keiji, comecemos por algo mais cômodo. – Summer arrastou Keiji até seu
armário e começou a buscar. Calças quentes, meias, camisas de mangas longas e suéteres.
- Eiiiiii... já é suficiente. É somente até que a gente chegue a algum lugar para que
possamos comprar.
- Usa tudo o que queira e depois devolve. Quanto calça?
- Trinta e seis. – Foi a resposta de Keiji.
- Perfeito. – Summer pegou um par de botas bem quentes e a colocou sobre a alta
pilha de roupa que havia criado. – Vem, te mostrarei seu quarto.
A habitação não era muito grande, mas tão pouco era pequena, uma grande cama
com peles brancas, um baú a seus pés, uma pequena mesa sobre a qual havia um abajur,
com uma bonita cadeira, um amplo e cômodo sofá de frente à janela e cortinas leves de gaze
com pequenas flores bordadas no mesmo tom de marfim. Sobre a cama havia uma série de
almofadas de cetim em tons verdes de diferentes tamanhos.
Summer deixou o pacote de roupa e começou a ordená-lo no pequeno armário de
roupa.
Keiji se aproximou e olhou pela janela.
- Parece um cartão postal, que lindo! Jamais pensei que conheceria o Alaska.
- Nem eu. Ao menos... – Disse Summer sentando-se aos pés da cama e olhando-a. –
Estamos bem, considerando o destino que nos tinha reservado Green.
Keiji girou interessada e a olhou, logo se sentou também na cama cruzando as pernas
acomodando as enormes calças que estava vestida.
- Green? Se refere a Scott Green que nos raptou?
- A esse mesmo. Chipp não te contou como cheguei ao Alaska? – Quando Keiji negou
Summer continuou. – Assim como você, me trouxe drogada em um caixão.
- Um caixão? Nos transportaram desde Los Angeles em uma caixão?
- Não sabia?
- Despertamos em uma cabana, nem sequer sabíamos onde, sobre uns míseros
colchões. – Keiji se estremeceu. – Deus meu, imagina se tivéssemos acordado dentro de
caixões. Minhas chan e eu teríamos morrido.
- Chan? – Perguntou Summer.
- Amigas. Como saiu dali?
- Wolff me encontrou. - O rosto de Summer se iluminou somente em mencioná-lo. –
Demorou um pouco aceitar o “se o encontra é seu”.
- Isso não é uma regra que só serve para tesouros?
- Exato. – Respondeu Summer e se aprumou.
Ambas riram.
- Também custou a Chipp aceitar que eu era seu tesouro. Na verdade me deu muitas
razões para afastar-me.
- Deixe-me adivinhar. – Summer levantou suas duas mãos e começou a contar
segurando os dedos. – Um, a idade; dois, o lobo; três...
Keiji afirmava enquanto ela enumerava e quando mencionou ao lobo seu rosto
mudou.
- Como se sente a respeito dele? – Summer interrompeu sua lista e lhe perguntou
quando percebeu a cara que fez quando mencionou o lobo.
- Eu sei que parece loucura, e é.. ao vê-lo converter-se em lobo, ao me... amar... como
lobo e não me aterrorizar, nem horrorizar... nem nada. Somente me fez feliz.
- Eu sei, aconteceu o mesmo comigo. Nem sequer tentei fugir. E isso é muito estranho,
mais que saber que era um Weremindful, por Deus, estamos falando de criatura que só
existiam nos filmes de cinema classe B, mas aqui estou eu, dormindo todas as noites com um
e não há força no mundo que me tire daqui. – Summer apertou suas mãos e logo tirou um
longo cacho dourado dos olhos.
- Bem, vejo que estamos absolutamente domesticadas. – disse Keiji.
- Nem o diga, em todo caso nossos lobos também estão domesticados. – Um sorriso
resplandecente acompanhou suas palavras.
- Domesticados? – Perguntou Wolff atrás dela.
Summer lhe fez um gesto com suas sobrancelhas e girou para olhá-lo e Keiji tossiu.
Summer levantou-se e caminhou até a porta, se pôs na ponta dos pés e beijou sua
mandíbula.
- Te amo lobinho, te disse isso hoje?
- Creio que sim princesa, mas me parece que acabou de ganhar umas boas palmadas.
- Sério? – Perguntou Summer com tanto entusiasmo que Keiji teve que rir.
- Já falaremos sobre isso princesa. Keiji. – Acrescentou Wolff. – Preparei o jantar. Você
gosta de massas?
- Eu amo. – Respondeu Keiji ainda sorrindo.
- Excelente. Vem “amada”, necessito ajuda. – disse Wolff a Summer pegando sua mão
e puxando-a para fora da sala para fechar atrás dele.
Keiji estava sorrindo. Então ele olhou para as roupas que ainda estava vestida e
começou a procurar algo diferente.
A ceia foi uma reunião de camaradas. Wolff e Chipp conversaram sobre Green, o
tráfico de pessoas, o trabalho escravo, as possibilidades legais, a justiça que permitia um
homem sair sob o pagamento de fiança, a atuação da justiça e até onde podiam chegar.
Ambos já sabiam, o lobo de Chipp se encarregaria de Green, assim como o lobo de
Wolff tinha se encarregado de Boyet. Nada voltaria a ameaçar a vida de suas companheiras.
Summer e Keiji falaram sobre o casamento, a vida que deixaram, os colégios, os pais,
suas amigas. Seus homens...
Assim, quando todos levantaram da mesa deixaram a cozinha brilhante. Já era noite
fechada quando entraram em seus dormitórios.
Keiji se sentia realmente esgotada. Tinha vivido muitas coisas ultimamente. Quando
entrou no quarto Chipp a abraçou.
- Cansada florzinha?
- Sim, não havia me dado conta do quanto com a conversa amistosa. Seus amigos são
muitos agradáveis. – disse com um sorriso.
Chipp começou a desnudá-la. Tirou primeiro o grosso suéter, logo a camiseta de
mangas longas, debaixo dela não havia nada mais, somente seus magníficos seios, as mãos
de Chipp os rodearam e levantaram levando-os até sua boca para chupar seus mamilos, um
por vez. Suas unhas já haviam aparecido, Keiji apenas ficou ali com um sorriso beatífico no
rosto desfrutando de suas atenções. Relutantemente Chipp a soltou e começou a soltar suas
calças, levantou Keiji e a pôs em cima da cama sem nenhum esforço tirando-lhe suas calças e
a pequena calcinha de algodão branca. Logo depois seguiram as meias. Levantou as mantas e
a colocou entre elas.
Poucos segundos depois a estava aproximando a seu corpo, quando Keiji tentou virar-
se para que a montasse, Chipp a deteve
- Está muito cansada bebê, venha aqui. – lhe disse atraindo-a para seu corpo.
- Mas você... – Tentou protestar Keiji ao sentir sua dura lança contra seu umbigo.
- Estou bem, apenas durma.
Keiji se aconchegou sobre seu amplo peito, tomou o pequeno mamilo erguido de
Chipp em sua boca e começou a chupar, alguns minutos depois, ele estava completamente
adormecida.
Chipp sorriu com ternura quando sentiu seus pequenos roncos. Acomodou sua
enorme ereção entre as pernas de Keiji, seu instinto o fez mover-se para frente e para trás
percorrendo toda borda de sua boceta até deixá-la presa entre suas cálidas e úmida pregas.
E sua cabeça começou a repassar o plano que havia vindo formando desde que tinha
despertado na cabana de Ty. Quando acreditou que todos os cabos estavam atados, se
entregou ao sono.
A Fugitiva
Capítulo 14
Algo despertou Keiji, podia sentir a energia do Nehann cobrindo-os, e se não eram
eles só podiam ser Wolff e Summer. Sorriu. Seu homem dormia e quando se moveu Chipp
ficou de bruços a seu lado. Keiji se sentou e o descobriu.
Suas costas, nádegas e pernas estavam cruzadas por uma infinita quantidade de
linhas brancas. O coração de Keiji chorou. Só de pensar que quem havia feito isso com ele
tinha sido seu pai. Quanta dor! Era um milagre que houvesse sobrevivido como um homem
inteiro e íntegro. Que pena que jamais poderia agradecer a Joseph Brunet pelo trabalho
realizado.
Keiji deslizou-se para baixo situando-se no vértice formado pelas suas pernas. A ponta
de seu pênis aparecia entre elas. Sem sequer pensar Keiji abaixou sua cabeça e se
aproximou, uma de suas mãos levantou o pênis o suficiente para poder metê-lo em sua boca
e começar a chupá-lo. Abriu sua boca e o colocou dentro. A cabeça era grande, primeiro a
percorreu com sua língua como se fosse um pirulito, aprendendo seu sabor, sua forma. Pode
sentir quando Chipp despertou. A energia do Nehann era muito forte.
Chipp tentou manter-se quieto ali e deixar-se mamar, mas não conseguiu, se pôs para
trás e se empurrou mais na boca de Keiji, procurou se afirmou sobre seus joelhos o suficiente
para mover-se de dentro para fora e de fora para dentro de sua deliciosa boca, mas não
durou muito, o lobo logo se impôs, a energia do Nehann o arrastou com um furacão sem
barreiras.
Saiu de Keiji e se colocou de quatro patas sobre a cama, olhou a ela com um sorriso
de lobo com longos dentes.
- Com os lobos não se joga, florzinha. – Lhe disse tomando-a pelas axilas e lhe
empurrando para trás, quando Keiji caiu sobre a cama ele deu a volta, levantou sua bunda,
procurou sua entrada e se empalou.
Keiji gemeu ao senti-lo tão profundo, quando começou a mover-se, pode sentir como
a energia de seu próprio Nehann se juntava com o de Wolff e Summer. Fechou os olhos e se
deixou levar pelo furacão.
Quando seu clímax os chicoteou, ambos estavam completamente molhados e sem ar.
A força do orgasmo compartilhado os fez cair esgotados ainda atados, atravessados na cama
completamente desordenada.
Quando Keiji acordou estava coberta por uma manta. Estendeu os braços e buscou
Chipp ao seu lado, não estava. Levantou o longo cabelo negro de seus olhos e olhou ao seu
redor. Não, não estava. Tentou mover-se para descer da cama. Quando o conseguiu um
pequeno fio de sêmen escorreu pelas suas pernas. Sorriu. De pronto seu ânimo melhorou
exponencialmente ao lembrar o prazer que Chipp e ela tinham vivido.
Quando saiu do quarto e olhou a hora, já eram onze e quarenta e cinco da manhã.
Deus havia dormido até muito tarde.
Na pequena sala estava somente Summer. Havia recolhido seus cachos com uma tira
de cabelo e estava tentando abrir uma lata de algo.
- Te odeio maldita lata, te odeio! – Dizia Summer ao tentar fazer funcionar o abridor
elétrico.
- Não acredito que você o consiga fazer funcionar com palavras. – Saudou Keiji. –
Deixe-me tentá-lo.
Summer levantou sua mãos afastando-se da lata.
- Toda sua.
Essa breve distração permitiu a Green alcançar a porta de seu quarto. A câmara era
grande, com uma cama dobrável. Tinha uma porta que permitia se conectar com a popa.
Sem olhar para trás Green tentou alcançar o exterior.
Dentro da sala outro lobo havia feito a sua aparição. Somente a sua presença
ameaçadora fez com que o outro o homem se movesse como uma obediente ovelha. Agora
tinha aos dois encurralados, e seu selvagem aspecto os tinha congelado.
Wolff viu como o lobo de Chipp saia à procura de Green, manter esses tipos dentro
era sua parte do trabalho.
Havia custado convencê-lo a deixá-lo ajudar. A manada corria muito forte dentro dos
Weremindful. Os lobos preferiam a companhia dos seus, mas Wolff sabia que Green era
assunto de Chipp, assim como Boyet tinha sido assunto seu.
Quando Green chegou ao seu dormitório correu até a estreita porta que ligava o
quarto a popa e tentou abri-la. Inutilmente. Se houvesse sabido que Chipp já tinha pensado
nisso travando a saída do dormitório grande, teria procurado outro meio de escapar. Deu a
volta enquanto a mulher que estava na cama o olhava de forma surpreendida. O ruído da
forma caindo a havia acordado, sua cabeça não estava muito clara, a noite anterior havia sido
um coquetel de bebidas, drogas e sexo. Agora tinha a ressaca que acompanhava as grandes
festas.
Em um segundo a mulher estava sentada na cama e no outro Green a arrastava para
fora. Quando viu ante ela um enorme lobo com a sua boca toda aberta, com aquelas presas
enormes, compreendeu que não a estava salvando senão usando-a para se proteger. Mesmo
dentro de sua ressaca o instinto de sobrevivência era forte nela.
- Largue-me, largue-me. – Começou a gritar tentando escapar de seus braços. O
medo lhe deu forças para fazer tropeçar Green.
Quando Green tentou agarrá-la pelo tornozelo, o maxilar do lobo apertou sem
piedade seu pulso. Com um grito de dor liberou a mulher que correu até a cama deixando-se
cair do outro lado ocultando-se e tapando com as mãos a cabeça.
Green começou a gritar.
- Não, não, nãoooo. – O medo fez com que puxasse o braço com todas suas forças
para se soltar das mandíbulas do lobo, e o conseguiu, não sem que o lobo lhe tirasse um
bom pedaço de carne.
Quando o lobo viu que Green se urinava enquanto tapava a cara para não olhá-lo,
Chipp compreendeu que classe de homem era e, contra todos os instintos do lobo, o homem
resolveu deixá-lo viver, um covarde não era oponente para um lobo, nem para um homem.
As leis dos homens se ocupariam dele, disso estava seguro. Quando deu a volta e
saiu, conseguiu ver Green tirar debaixo de um travesseiro da cama uma arma.
Virou-se novamente, saltou e sentiu o disparo a queima-roupa.
Quando sentiu que foi ferido, as mandíbulas abertas do lobo foram direto na jugular
do homem, apertou com força rasgando a carne até o osso, sua boca se encheu de sangue
quando sentiu o osso, simplesmente usou sua força sobre-humana e o sacudiu. O sentiu
quebrar. Quando soltou, o corpo inerte de Green caiu no chão debaixo dele.
Ao dar a volta Wolff estava do lado dele. O lobo em Chipp estava ferido, mas lúcido,
aparentemente a bala tinha se alojado em seu ombro. O lobo de Wolff voltou-se e começou
a sair, atrás dele foi o lobo dourado.
Ambos os lobos saltaram desde a cobertura até as docas. E se perderam correndo.
Alguns quilômetros mais adiante, chegaram à caminhonete de Wolff. O lobo ferido
subiu atrás caindo agachado em forma de lobo, enquanto Wolff deitava no chão buscando
retornar a forma de homem. Quando o fez, olhou pela janela da caminhonete ao lobo ferido
e começou a vestir-se. Apenas pode arrancar com a caminhonete em direção a sua cabana.
A Fugitiva
Capítulo 15
Summer estava penteando o longo cabelo negro de Keiji, quando Keiji gritou
segurando seu ombro e caiu no piso.
- Keiji! O que está acontecendo? - Perguntou uma desesperada Summer ao ver sua
nova amiga quase inconsciente no chão. A apalpou procurando algo, sem saber o que, mas
ao vê-la agarrando o ombro pensou que estava sofrendo um ataque cardíaco.
Keiji nem sequer podia respondê-la, estava sem ar, gotas de suor cobriam sua testa.
Enquanto uma lacerante dor a atravessava.
- O coração?
- Chi... Chipp. – Disse Keiji.
- Chipp não está Keiji, mas logo chegará. – Disse Summer movendo-se até o telefone
celular buscando a Wolff. “Onde estavam”. Por um segundo pensou que não recordaria seu
número, mas logo suas mãos inconscientemente digitaram. Ninguém respondeu. – Vamos,
vamos Wolff responda. Responda por favor!
Com o telefone tocando se aproximou novamente de Keiji que havia caído no chão
segurando o ombro, enquanto somente repetia “Chipp”.
- Vamos Keiji, deixe-me levantar você. – A voz de Summer era dor pura. Quando Keiji
não respondeu cortou a ligação a Wolff e chamou ao serviço médico de urgência. Enquanto
marcava o nove, um, um, pegou uma almofada do sofá e colocou sobre a nuca de Keiji.
Estava tão pálida e arquejava de dor enquanto sua frente estava molhada. Não havia soltado
seu peito e tinha adotado uma posição fetal.
Quando responderam sua chamada e deu as indicações do que se passava e de como
chegar, lhe pediram que a mantivesse abrigada.
Summer correu até um dos quartos de onde trouxe uma manta de pele e a cobriu.
Keiji não havia perdido a consciência, sabia que algo estava acontecendo, mas não a
ela. Alguém havia ferido Chipp, podia jurar isso.
Quando Summer desligou a ligação do nove, um, um, chamou novamente a Wolff,
desta vez para seu alivio ele respondeu imediatamente.
- Wolff! – Gritou Summer. – Algo esta acontecendo a Keiji, acredito que tem um
ataque do coração. – Seu choro se mesclava com sua palavras.
- Eu sei... – Tentou dizer Wolff.
- Sabe? Não entendo...
- Summer. – Disse com força Wolff. – Escute-me, primeiro se acalme, nada está
acontecendo a Keiji.
- Nada...? Não...
- É Chipp que está ferido.
Summer olhou a Keiji curvada no chão gemendo. Não tinha sentido.
- Chipp? – perguntou tirando o cabelo do rosto cheio de dor de Keiji.
- Sim, Chipp, ela se sentirá bem. Quando Chipp se sentir melhor, ela ficará bem.
Estamos indo para aí. Tranquilize-se.
Summer podia ouvir o ruído do trânsito.
- Chamei o nove, um, um...
- Bem, não se preocupe. Estaremos ai em vinte minutos. Tente mantê-la cômoda, não
há nada que possa fazer, nem tão pouco os médicos. Não deixe que a levem. Explique a Keiji
que Chipp está ferido. – Wolff olhou para trás e o lobo o olhava interrogativamente. Logo
retornou a vista ao caminho. – Mas que está bem, não é um ferimento grave, e isso é o que
ela está sentindo. Suponho. – Disse olhando de novo para o lobo pelo espelho retrovisor. –
Que é outra consequência do Nehann. Se ela compreender isso diminuirá seu medo. Você
entendeu princesa?
- Sim... – Disse Summer chorando. – Entendi. Chegue logo, por favor...
No piso da caminhonete Chipp podia sentir a dor de Keiji, sabia que devia controlar
sua mente para apaziguá-la. Para isso precisava que Wolff retirasse a bala. Se concentrou.
“Inspira, respira, flutua, deixe seu corpo leve, não pesa... não tem pés... pernas... não
tem mãos... flutua... o seu corpo não pesa... flutua no ar... somente ar... somente lobo... sou
lobo.”
Quando o homem apareceu em um leve ondear da matéria viu que Wolff o olhava
pelo espelho retrovisor.
- Deve tirar a bala, preciso me regenerar e ela está me impedindo.
- Keiji...
- Eu sei, posso senti-la, por isso é importante que tire essa bala.
Wolff parou a caminhonete na beira do caminho e se dirigiu com sua navalha até a
parte de trás da caminhonete, Chipp estava nu sentado e sangrando. Quando se pôs a seu
lado, olhou no seus olhos. Chipp enfrentou seu olhar e lhe disse.
- Vá em frente. Faça.
Wolff tirou a bala.
E Keiji desmaiou.
E Chipp a sentiu perder a consciência.
Só havia uma forma de fazê-la sentir-se melhor, recuperar o lobo e deixar que o
curasse. Com esforço adotou a posição de troca e esperou que chegasse. Tinha que afastar
de sua mente a dor que nesse momento Keiji sentia, tinha que deixar de pensar nisso e o
lobo poderia ajudá-los.
“Inspira, respira, flutua, deixe seu corpo leve, não pesa... não tem pés... pernas... não
tem mãos... flutua... o seu corpo não pesa... flutua no ar... somente ar... somente lobo... sou
lobo.”
Quando o serviço de emergência chegou, a doutora Jane Monroy vinha com ele.
Saudou com um beijo Summer.
- O que aconteceu? – Perguntou olhando Wolff. – Sua ligação me preocupou, onde
está a paciente?
- Estão lá dentro. – Respondeu Wolff.
- Estão? No plural? – A doutora o olhou curiosa e se apressou a entrar na cabana.
Ao entrar viu Keiji no chão. E um enorme lobo a seu lado.
- Que demônios? –deu a volta olhando Wolff e a Summer que haviam entrado atrás
dela.
- Jane. – Disse Summer. – Te chamei pela Keiji, tinha uma forte dor no peito. O lobo é
seu e parece que não quer se separar dela.
- Acredita que me deixará analisá-la?
- Estou segura que sim. Vem... cachorrinho. Deixa que a doutora olhe tua dona. –
Disse Wolff com um estranho e inoportuno senso de humor.
Chipp rosnou.
O lobo não parecia muito obediente, mas se moveu. Jane se ajoelhou no chão e olhou
a Keiji.
- Quanto tempo faz que está dormindo?
- Uns cinco ou oito minutos.
- Seu pulso está acelerado e seu ritmo cardíaco é forte. Acorda... – Olhou para
Summer em busca de um nome.
- Keiji. – Se apressou a dizer-lhe Summer.
- Acorda Keiji, vamos lá, acorda. – Repetiu a doutora com doçura.
Keiji abriu os olhos para encontrar-se sendo observada por uma mulher
impressionantemente bela. Tinha um cabelo vermelho dourado e os olhos mais diferentes
que já tinha visto, parecia de um cinza prateado alargados e cobertos por espessos cílios
escuros.
- Olá Keiji, sou a doutora Monroy.
- Dou... doutora? Parece... um elfo.
Jane sorriu, não era a primeira vez que lhe diziam algo assim. Se agachou até perto do
rosto de Keiji e lhe sussurrou
- Eu sei, mas... - Afastou seus cabelos que cobriam suas orelhas.- Operei as orelhas.
Keiji sorriu, era impossível não sorrir diante dessa mulher, parecia ter luz própria.
- Estou... bem. Somente foi um desmaio.
- Um, deixe a doutora aqui dizer isso, certo?
- Meu lobo? Onde está meu lobo? – Keiji tentou levantar-se, mas a mão firme de Jane
a manteve encostada.
- Seu lobo está bem ali, pode olhá-lo. – A doutora apontou para sua esquerda. O lobo
estava sentado, mas se ergueu olhando-as. - Agora me deixe ouvir seu coração. Pode se
sentar? – Perguntou Jane.
- Acho que sim.
Summer se aproximou e entre as duas conseguiu se sentar. Jane levantou sua roupa e
escutou seu coração. Dez minutos depois, Jane pediu uns exames a Keiji e se despediu.
O lobo de Chipp tinha se mantido afastado, mas expectante. Nada do que a doutora
tinha feito ou dito tinha lhe passado despercebido. Sabia que Keiji só precisava de algumas
horas de descanso e estaria bem, na medida em que ele estivesse bem.
E quando a doutora foi embora Wolff pediu a Summer que arrumasse cama para Keiji,
a levantou e com ela nos braços a acomodou. Quando tentou tirar-lhe a camisa de mangas
longas o lobo rosnou. Wolff sorriu e afastou as mãos dela e olhou a Summer.
- Seu turno princesa. – Lhe disse afastando-se dela.
Summer a desnudou e a cobriu. O lobo saltou sobre a cama e se acomodou ao seu
lado.
Keiji estendeu sua mão e agarrou um punhado do suave pelo do lobo e dormiu.
O lobo a seguiu.
A Fugitiva
Capítulo 16
Uma doce língua jogava com seus lábios, o mordia, o beliscava e o soltava para logo
alivia-lo com doces chupadas. Chipp despertou e sem abrir os olhos abriu a boca e atraiu os
lábios de Keiji para um beija-la. Um longo beijo, um doce enredo de línguas, lutando por
dominar, pequenas chupadas que os deixaram sem ar.
Quando abriu seus olhos, uma incrível parede de cabelo negro havia formado uma
manta sobre eles, afastando-os do resto do mundo.
Olhos celestes o olhavam sérios.
- Me assustou. – Disse Keiji
- Não, você me assustou. – Chipp pegou seu longo cabelo e o jogou detrás de suas
costas para poder olhar seu lindo rosto.
- O que aconteceu? Isso foi um tiro não é verdade?P Pude sentir como queimava.
- Sinto muito, florzinha. Nunca imaginei que aconteceria isso.
- O Nehann. – Disse Keiji beijando-o de novo. – Como se sente? – Perguntou
procurando o local que havia sido ferido e vendo que estava rosado, mas sem sangue, como
ser estivesse cicatrizando. “Está cicatrizando” pensou Keiji. Assim se agachou e deu um beijo
no machucado.
- E você? Tem alguma dor?
- Não, mas acredito que a doutora só vai ficar contente depois que eu apresentar o
resultado de alguns exames.
Chipp se moveu sobre ela e a girou, encostando-a e ponde-se por cima dela. O
movimento fez com que seu duro pênis se chocasse contra a virilha de Keiji. Ao senti-lo ela
sorriu e se moveu por baixo dele sensualmente. O simples movimento provocou o retorno
do lobo. Keiji levantou suas mãos e colocou-as sobre o amplo peito de Chipp empurrando-o
para trás, Chipp obedeceu e recuou. Keiji se moveu para baixo dele deitando-se de bruços.
Quando acreditou que ele a tomaria assim, se sentiu ser levantada da cama e ser
colocada com metade do corpo sobre a cama e metade do corpo fora dela, pode sentir seus
joelhos encontrando o carpete do chão.
Com um sorriso no rosto estendeu as mãos para frente agarrando-se as almofadas e
mantas e esperando que Chipp a tomasse.
Mas Chipp tomou seu tempo, pôs suas enormes mãos sobre a bunda de Keiji.
Acariciou a textura de suas bochechas e depositou úmidos beijos nelas, logo meteu um de
seus longos dedos entre sua costura, começando onde nascia sua bunda e percorrendo até
embaixo, demorando-se para molhar com sua longa língua a apertada roseta, para tentar
meter ali um de seus dedos.
- Hummm, acredito que teremos muito trabalho aqui... – Disse apertando sua boca
contra seu buraco, molhando-o com sua saliva, para logo tentar penetrá-lo com a ponta de
seu dedo, que uma vez mais já estava coroada com uma longa unha.
O suave gemido de Keiji o tirou da abstração com a qual tentava ingressar,
massageando suavemente a úmida e apertada caverna.
- O que me diz Kei, me deixará entrar aqui? – Perguntou em um tom enrouquecido. Só
de imaginar empurrando-se até a raiz nesse pequeno buraco fazia seu pênis chegar à
máxima extensão.
- Não...
- Não? Não quer me ter aqui?
- Não acredito que entre Chipp. Não acredito que possa.
- Deixe-me tentar florzinha. – Disse olhando a ponta de seu dedo apenas trespassar
sua entrada.
O gemido de Keiji e o duro pênis que golpeou seu ventre com uma selvagem batida o
lembraram do caminho que tinha começado a seguir. Sua língua continuou o caminho até
embaixo, reunindo os sucos e lambendo ruidosamente até agarrar seu clitóris. O agarrou
com os dentes e começou a chupá-lo, com força, fazendo Keiji gemer. Amava seu sabor,
podia gozar comendo-a e somente comendo-a. Quando Keiji gozou em sua boca o lobo já
não podia agüentar mais, procurou sua entrada e se empalou com força. Começou a
empurrar-se, dentro e fora, dentro e fora, dentro e fora, cada vez mais rápido, mais
profundo, e ambos começaram a sentir a energia do Nehann correr por seus corpos.
Keiji começou a repetir ijo, ijo, ijo8, mo, mo, mo9 como um cântico de amor. E Chipp e
o lobo explodiram em seu ventre.
Chipp a pegou e a colocou sobre seu corpo, seguiam fortemente presos. Chipp estirou
as pernas e Keiji caiu sobre seu pau com suas pernas dobradas enquanto seu corpo
repousava sobre Chipp. Chipp podia sentir como caiam sobre suas bolas os pequenos fios do
espesso, quente e abundante sêmem que o lobo havia liberado em sua vagina.
Chipp fechou os olhos e esperou a energia do Nehann se dissipar, quando de repente
sentiu a energia retornar com força. Wolff e Summer, pensou e seu pênis, que estava se
abrandando, voltou a ser tornar uma dura rocha. Keiji tinha levantado sua mão e o acariciava
lentamente no rosto, ele a pegou as suas e sussurrou em seu ouvido:
- Poderá com outra?
Keiji riu, uma rouca gargalhada enquanto se colocar de joelhos no piso acarpetado.
- Morreremos, dessa vez morreremos. – Lhe disse quando sentiu seu duro pênis
enfiar-se de novo nela.
Dois empurrões depois Keiji entrou em uma série de orgasmos encadeados que a
deixaram inconsciente.
O lobo e Chipp a seguiram.
8
Mais, mais, mais em japonês.
9
Um pouco mais, um pouco mais, um pouco mais, em japonês.
- Sim, eu sei. Deus, se melhorar voaremos pelo teto a qualquer momento. – Disse
Summer.
- O que acredita que aconteceu?
- Não sei. Wolff só me disse que Chipp fez o que um bom Weremindful faria. E isso foi
tudo.
- Suponho que já nos inteiraremos. E onde estão?
- No canil. Nasceram novos cachorros. – Summer lhe passou um jarro com suco de
laranja.
- Desses que puxam os trenós? – Perguntou Keiji.
- Desses mesmos. Chama-se huskys. Irá morara aqui no Alaska?
- O único que sei com absoluta segurança é que amo esse homem e que é policial, não
tenho a menor ideia do que será minha vida de agora em diante. De repente minha vida em
Los Angeles não tem nenhum atrativo, a não ser minhas amigas, que podem vir me visitar ou
eu posso ir vê-las.
- Aonde mesmo você irá? – Perguntou Chipp entrando.
- A nenhum lugar sem você.
Chipp se aproximou e a levantou da cadeira beijou-a, sentou-se e voltou a sentá-la
sobre seu colo. Logo uma de suas mãos se dirigiu a um pedaço de torta. Deu um bocado a
Keiji e depois comeu o resto.
-Tenho fome. – Exclamou entre seu bocado.
- Eu também. – Disse Wolff.
Summer e Keiji se olharam e sorriram.
Nisso o rádio de Wolff soou.
Enquanto Keiji dava mais um bocado a Chipp, Wolff respondeu a chamada.
Quando retornou e olhou para Chipp.
- Parece que encontraram o corpo de Green.
- Green? – Perguntou Keiji. – O Green pelo qual vou testemunhar?
- Esse mesmo. – Respondeu Wolff.
Keiji girou e procurou os olhos de Chipp. De alguma maneira soube como Chipp havia
conseguido levar aquela bala.
Chipp a olhou e levantou a mão para acariciar seus lábios. Sem dizer-lhe uma palavra.
- O... o matou por mim? – Murmurou em um sussurro. Enquanto seus olhos celestes
se enchiam de lágrimas.
Chipp levantou suas mãos e recolheu uma lágrima de sua bochecha.
- O lobo já havia decidido perdoar-lhe a vida, foi quando ele sacou a arma e disparou.
Somente se defendeu.
- Solte-me, por favor. – Lhe disse, seu tom era envergonhado e desceu de seu colo
dirigindo-se para fora da cabana.
Chipp a viu sair e olhou aos seus amigos. Summer estava abraçada a Wolff.
Chipp procurou dentro dele por calma. Pegou atrás da porta um casaco de Summer e
saiu atrás de Keiji.
Keiji havia caminhado até atrás da cabana. Ali havia uns bancos de madeira que dava
para o lago e que podia ser visto a partir da janela. O ar estava frio e alguns galhos, aos quais
o sol não conseguia atingir, ainda tinha pequenos montes de neves.
Keiji havia sentado feito um nó, abraçando as pernas enquanto chorava com a cabeça
abaixada.
Vê-la assim rompeu o coração de Chipp. Se aproximou e a cobriu com a jaqueta
enquanto se sentava a seu lado e abraçava.
- Perdoe-me, florzinha. Perdoe-me. Se houvesse imaginado... – Chipp não encontrava
as palavras. Como explicar-lhe que existia em sua genética Weremindful a profunda exigência
de cuidar de sua companheira. Nada podia fazer sobre isso. Quando Green a pôs em perigo
havia selado seu destino... – Quando te pôs em perigo... quando tentou matá-la... o lobo
decidiu seu destino e não pude fazer nada para evitá-lo.
- Como pude fazer isso contigo? – Perguntou Keiji levantando seu rosto banhado em
lágrimas.
- Fazer-me? Não entendo florzinha. Você não fez nada e eu somente...
- Não vê? Te obriguei a tirar uma vida.
Chipp a levantou e a colocou uma vez mais em seu colo. Abrigando-a com a jaqueta e
seus braços.
- Me obrigar? Não Kei, você não me obrigou a nada. Olhe-me bebê, olhe-me.
Keiji levantou os olhos e o enfrentou.
- É minha companheira. Meu tudo. Você conseguiu me unir a meu lobo de uma
maneira que jamais pude imaginar possível. Eu te amo Keiji, te amo. E posso jurar que havia
decidido deixá-lo viver quando me atacou. Se existe um culpado, este é somente Green e o
caminho a esse destino começou bem antes de ter colocado Summer em um caixão ou
seqüestrado você e suas amigas. Começou quando decidiu a vida que levaria. Está escrito em
meu gene que você é a coisa mais importante, a única coisa mais importante em minha vida
e não deixarei que ninguém lhe machuque, ninguém. É incrível que possa sentir isso por
alguém, sempre pensei que seria eu a machucar, mas os meus instintos somente me obrigam
a cuidar de você.
- Você não entende, se eu não estivesse aqui não haveria motivo para ter tirado a vida
de alguém. Isso me destroça.
- Se você não estivesse aqui estaria só. Completamente só.
Keiji o olhou e compreendeu. Havia conseguido derrubar a barreira que há tantos
anos havia levantado diante do mundo. Este homem acabava de lhe dizer que a amava, havia
matado um homem por ela.
- Diga-me, diga-me que ele merecia. –pediu.
- Havia decidido deixá-lo viver Kei, era um covarde, um lixo humano e havia decidido
deixá-lo viver. Quando atirou no lobo, quando compreendi que nós três sentíamos a mesma
dor, o lobo tomou o comando e o atacou. Não foi sua culpa. Foi a natureza protetora do lobo
defendendo minha vida, porque sabia que sua vida dependia dela.
Keiji tremeu e não foi por causa do frio ar do Alaska. Não havia compreendido quão
unidos estavam até esse segundo. Havia sentido o tiro como se houvessem disparado nela,
agora entendia a magnitude do alcance do Nehann, não era somente potenciar as suas
luxurias, era potenciar o amor que tinham. Seus pais haviam se amado profundamente,
como ela amava Chipp, e estava certa que eram duas pessoas apaixonadas. Ela e Chipp, em
troca, eram uma só pessoa. Não, ela, Chipp e o lobo eram uma unidade. Se algo lhe
acontecesse ela morreria. De repente compreendeu o que o lobo havia feito, protegê-la...
protegê-lo... proteger-se.
Levantou os braços e rodeou seu pescoço, enredou suas mãos em sua nuca e
procurou sua boca, o beijou.
- Te amo Chipp Rummers.
- Ai shiteru Keiji.
A Fugitiva
Epílogo
- Eu.
- Eu.
- Eu.
- Eu.
Summer as olhou e olhou a Keiji que estava olhando uma revista de vestidos de noiva
em um catálogo.
- Todas não podem. – Lhes disse. – Keiji, diga-lhes isso.
- É inútil Summer, não me escutam. Jamais fizeram.
- Mas é que não podem entrar todas juntas para levá-la ao altar.
- Isso eu sei muito bem. Jamais deveria ter lhes perguntado quem o faria. – Keiji não
havia levantado os olhos da revista. – A elas não deve perguntar, só ordenar.
- Keiji! – Gritaram em uníssono Pam, Chloe, Rose e Patty.
- Bem, se assim devem ser as coisas. De agora em diante não mais perguntas,
somente ordens. – As olhou e sorriu. – Assim, quem levará Keiji ao altar será Ty Brunet.
Um rio de protestou se levantou das meninas, algumas estavam sentadas ao redor da
cama olhando revistas, outras estavam pintando as unhas, o quarto de hotel estava
totalmente desordenado.
- Não é justo. – Declarou Rose. - E nós?
- Damas de companhia. Agora a cor que usaremos será...
Desde que as garotas tinham chegado para lhe ver, Keiji tinha passado todos os dias
com elas, na verdade eram muito divertidas e agradáveis. Elas estavam hospedadas em um
hotel em Ketchikan. Nem ela e nem Keiji a queriam perto da cabana. A energia do Nehann se
sentia demasiadamente freqüente por ali e era algo difícil de explicar.
Ty, Chipp e Wolff andavam ocupados reconstruindo a casa de Ty, e queriam deixá-la
pronta em menos dos dois meses que faltavam para o casamento. Uma espécie de
pagamento por haver sido os causadores da perda de sua casa em Delani. Nas mesmas terras
de Wolff viveriam os três. Quem sabe não estariam fundando uma nova Clavijo nessa parte
do mundo.
Assim que poderia ter todas as tardes para elas. Com a desculpa de preparar o
casamento, as meninas haviam chegado há uma semana e tinham que voltar na manhã
seguinte.
Quando sentiram o toque na porta, todas, menos Summer e Keiji se puseram de pé e
correram para abrir a porta, empurrando-se para ver quem chegava primeiro. Golpes,
empurrões, gritos, queixas, luta, que evidentemente foi ganha por Chloe. E quando a abriu
um coro coletivo de suspiros recebeu Chipp e Wolff, como todos os dias desta semana.
- Nossas damas? – Perguntou Chipp sorrindo sem poder evitar.
As garotas, como todas as tardes, somente os olhavam com um sorriso de encanto
sem sequer movessem. Keiji e Summer pegaram suas jaquetas e passaram por entre elas,
que estavam fixas na porta, sem mover-se, somente olhando-os com seus sorrisos postos.
Summer teve que empurrar Pam para poder passar e nem mesmo assim Pam deixou de
sorrir.
- Por Deus chan, ao menos fechem as bocas, estão babando por nossos homens. –
Disse Keiji empurrando com mais força Chloe para sair.
Quando chegaram a eles, Chipp e Wolff se apressaram e elas saíram. De fora Keiji
gritou para elas.
- Amanhã viremos buscá-las para levá-las ao aeroporto, oito em ponto.
Quando saíram no corredor os quatro puderam ouvir o coro de suspiros ao fecharem
a porta e Keiji e Summer caíram na gargalhada.
Keiji se aproximou de Chipp para beijá-lo.
- Vamos?