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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ALÉM PARAÍBA

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE ARCHIMEDES THEODORO

Gabriel Enrique de Oliveira Rocha

As Consequências de uma Incorreta Introdução da Alimentação Complementar

Além Paraíba
2023
Gabriel Enrique de Oliveira Rocha

As Consequências de uma Incorreta Introdução da Alimentar Complementar

Monografia apresentada a Faculdade de ciências da Saúde


Archimedes Theodoro mantida pela Fundação
Educacional de Além Paraíba, como requisito parcial à
obtenção do título em bacharel em Nutrição.

Orientadora: Prof.ª Milla Martins Cavalliere Lameira

Além Paraíba
2023
Ficha Catalográfica

Gabriel Enrique de Oliveira Rocha

As Consequências de uma Incorreta Introdução da Alimentação Complementar

Bacharel em nutrição - FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


ARCHIMEDES THEODORO – ARTHE –SAÚDE, mantida pela Fundação
Educacional de Além Paraíba - FEAP.

Coordenador – Tafarel Araújo

Professor Titular – Jurandyr Nascimento Silva Júnior

Prof. Orientadora – Milla Martins Cavalliere


FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ALÉM PARAÍBA
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE ARCHIMEDES THEODORO

As Consequências de uma Incorreta Introdução da Alimentação Complementar

Gabriel Enrique de Oliveira Rocha

Monografia apresentada a Faculdade de ciências da Saúde


Archimedes Theodoro mantida pela Fundação
Educacional de Além Paraíba, como requisito parcial à
obtenção do título em bacharel em nutrição.

Banca examinadora:

_______________________________________
Prof. Coordenador Tafarel Araújo

_______________________________________
Prof.ª Orientadora Milla Martins Cavallieri Lameira

_______________________________________
Professor Convidado

Aprovada

_______________
Nota

______________________________________
Prof. Tafarel Araújo
Coordenador do curso de Nutrição

Além Paraíba, 30 de novembro de 2023


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à minha família, minha esposa, amigos, professora


orientadora e todos os professores que me ensinaram durante o período da faculdade e todos
que estiveram comigo durante essa caminhada.
Agradecimento especial ao meu supervisor de estágio, o nutricionista Maciel
Santos que me ensinou bastante durante esse ano inteiro.
Agradeço a todos os meus professores que desempenharam um papel
fundamental na minha jornada e na de diversos outros.
RESUMO
ROCHA, Gabriel Enrique de Oliveira as consequências de uma incorreta introdução da
alimentação complementar. Monografia (Graduação em Nutrição) - Faculdade de Ciências da
Saúde Archimedes Theodoro- Fundação Educacional de Além Paraíba- FEAP, Além Paraíba-
Minas Gerais, 2023.

A presente revisão bibliográfica tem como tema as consequências da introdução da


alimentação complementar incorreta e será abordada determinar as formas mais adequadas de
introdução à alimentação complementar, a fim de informar a sociedade de uma maneira
geral sobre a introdução de alimentos complementares em lactentes. Foram observados
diversos fatores positivos e negativos de cada método/técnica de alimentação complementar, a
partir da análise de diversos aspectos como o risco de engasgo, aporte nutricional, aceitação
familiar, visão do profissional da saúde, comportamento alimentar, período de introdução da
alimentação complementar, ganho de peso e obesidade e desenvolvimento neuromotor.
Idealmente sugere-se a associação das abordagens, respeitando a individualidade e
necessidade de cada família/criança, de forma que se aproveite os benefícios que cada um
apresenta.
De acordo com SILVA (2013) as necessidades nutricionais do bebê variam de acordo com a
idade gestacional, peso ao nascer, tempo de vida e as intercorrências clínicas apresentadas
nessa fase. Ou seja, o leite materno é de suma importância mesmo quando a criança der início
à alimentação complementar e, cada bebê tem suas particularidades ao redor das necessidades
nutricionais e preferências de sabor, textura e cor.
Alérgenos, incluindo leite de vaca, ovos e amendoins na dieta materna, podem passar para o
leite materno e causar uma reação alérgica na criança sendo amamentada exclusivamente, mas
não pode causar sensibilização. O lactente pode ser sensibilizado a partir de uma fonte
externa, tais como o consumo de quantidades pequenas de fórmula infantil (KRAUSE et al.,
2018).
Nota-se que a introdução alimentar iniciada no tempo ideal e de forma correta é totalmente
eficaz e benéfica, já que auxilia no desenvolvimento da criança e evita problemas futuros,
como hipertensão, diabetes e obesidade. E que caso ela seja feita de forma precoce pode
causar malefícios à saúde do bebê, sendo importante ficar sempre atento aos sinais de
prontidão, a forma e a idade correta de se introduzir os alimentos.

Palavras-chave: introdução alimentar complementar, métodos de IAC, consequências da IAC

ABSTRACT
ROCHA, Gabriel Enrique de Oliveira the consequences of the incorrect complementary food
introduction. Monograph (Graduation in Nutrition) - Faculty of Health Sciences Archimedes
Theodoro - Fundação Educacional de Além Paraíba - FEAP, Além Paraíba - Minas Gerais,
2023.

This literature review focuses on the consequences of introducing incorrect complementary


foods and will focus on determining the most appropriate ways of introducing complementary
foods, in order to inform society in general about the introduction of complementary foods in
infants. Several positive and negative factors were observed for each complementary feeding
approach, based on the analysis of various aspects such as the risk of choking, nutritional
intake, family acceptance, health professional's view, eating behavior, period of introduction
of complementary feeding, gain weight and obesity, constipation and neuromotor
development. Ideally, it is suggested to combine approaches, respecting the individuality and
needs of each family/child, so that the benefits that each one presents are taken advantage of.
According to SILVA (2013), the baby's nutritional needs vary according to gestational age,
birth weight, lifespan and clinical complications presented at this stage. In other words, breast
milk is extremely important even when the child starts complementary feeding and each baby
has its own particularities regarding nutritional needs and taste, texture and color preferences.
Allergens, including cow's milk, eggs and peanuts in the maternal diet, can pass into breast
milk and cause an allergic reaction in the exclusively breastfed child, but cannot cause
sensitization. The infant can be sensitized from an external source, such as the consumption of
small amounts of infant formula (KRAUSE et al., 2018).
It is noted that the introduction of food started at the ideal time and in the correct way is
totally effective and beneficial, as it helps in the child's development and prevents future
problems, such as hypertension, diabetes and obesity. And if it is done too early, it can cause
harm to the baby's health, and it is important to always pay attention to signs of readiness, the
correct way and age to introduce food.

Keywords: complementary food introduction, CFI methods, consequences of CFI

LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Ingredientes e Alimentos a serem evitados: ovo..................................... 18

Figura 2 – Ingredientes e Alimentos a serem evitados: leite.................................... 19

Figura 3 – Ingredientes e Alimentos a serem evitados: trigo................................... 20

Figura 4 – Ingredientes e Alimentos a serem evitados: amendoim.......................... 23

Figura 5 – Consequências da má nutrição durante a gestação................................. 26

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS


LM – Leite materno
BLW – Baby Led Weaning
BLISS – Baby Led Introduction to Solids
IAC – Introdução Alimentar Complementar
APLV – Alergia à proteína do leite de vaca
SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria
TPS – Transtorno de Processamento Sensorial
IMC – Índice de Massa Corporal

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................13
2. OBJETIVOS..............................................................................................................14
2.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................................14
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.....................................................................................14
3. METODOLOGIA......................................................................................................15
4. INTRODUÇAO ALIMENTAR.................................................................................16
4.1 INTRODUÇÃO ALIMENTAR COMPLEMENTAR...............................................16
4.2 TÉCNICAS DE INTRODUÇÃO ALIMENTAR COMPLEMENTAR....................16
4.2.1 MÉTODO TRADICIONAL......................................................................................16
4.2.2 MÉTODO BLW.........................................................................................................17
4.2.3 MÉTODO BLISS.......................................................................................................18
4.3 ALERGIAS E INTOLERÊNCIAS ALIMENTARES...............................................19
5. CONSEQUÊNCIAS DA IAC INCORRETA............................................................27
5.1 TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO SENSORIAL........................................27
5.2 ATRASO NO DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES SENSORIAIS E
MOTORAS.........................................................................................................................28
5.3 SELETIVIDADE ALIMENTAR...............................................................................29
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................30
13

1. INTRODUÇÃO

Nesta revisão bibliográfica será apresentada a introdução da alimentação


complementar, elencando as possíveis consequências se feita incorretamente. É um assunto
discutido frequentemente, principalmente para mulheres gestantes, profissionais da área da
saúde e famílias com recém-nascidos.
Quando se trata de introdução alimentar, é de suma importância falar sobre o
aleitamento, pois a oferta exclusiva do leite materno até os 6 meses de idade do bebê é
extremamente essencial, visto que ele fornece os nutrientes necessários para o crescimento da
criança, ajuda no desenvolvimento das estruturas orais e no funcionamento adequado da
respiração, sucção, mastigação e deglutição, além de ser uma fonte de alimentação
considerada econômica (ROSA; DELGADO, 2017; ALMEIDA et al., 2020). Em evidências
destacadas por GARTNER et al. (2005), é possível afirmar, diante dos resultados dos estudos,
que não há vantagens em se iniciar a introdução de alimentos antes dos 6 meses, podendo na
verdade proporcionar prejuízos à saúde da criança e acarretar problemas futuros.
Quanto à forma de introduzir alimentos, o presente trabalho revisou os três
principais métodos de introdução alimentar complementar; tradicional, BLW e BLISS, com o
objetivo de destacar os pontos positivos e negativos de cada um deles.
A introdução adequada e no tempo oportuno da alimentação complementar traz
inúmeras vantagens para a saúde da criança e para a formação de seus hábitos alimentares,
assim como a continuação do aleitamento materno até os dois anos de idade, mantendo os
fatores de proteção. A atuação dos profissionais de saúde, principalmente do nutricionista, se
faz importante na promoção da saúde da criança, cabendo a esses profissionais o incentivo à
introdução alimentar apropriada (GIUGLIANI, 2000).
Diante destes aspectos destacados, ao longo deste trabalho serão abordados
vários assuntos relacionados à IAC, destacando o quanto uma boa e correta inserção e
apresentação dos alimentos é importante para o desenvolvimento das crianças. E com isso,
poder aumentar o conhecimento dos leitores quanto à área de nutrição infantil
(especificamente sobre a introdução alimentar), além de contribuir com dados, evidências e
informações sobre o assunto, proporcionando mais segurança para a sociedade.
14

2. OBJETIVOS:

2.1 OBJETIVO GERAL:

Relatar a importância da correta introdução da alimentação complementar elencando


suas consequências quando feita incorretamente.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

 Demonstrar quais são as principais técnicas de introdução alimentar complementar.

 Relatar a importância da introdução alimentar complementar a partir dos seis meses


de idade.
 Descrever as consequências da correta introdução alimentar complementar e da
incorreta introdução alimentar complementar.
15

3. METODOLOGIA

O presente estudo trata-se de uma revisão da literatura. Esse tipo de revisão refere-se
a uma publicação ampla com a finalidade de discutir o desenvolvimento de um assunto de
acordo com determinados pontos de vistas diferentes. Quando se trata desse tipo de estudo,
constituem basicamente da análise da literatura publicada em artigos científicos, livros,
revistas impressas ou eletrônicas na interpretação e análise crítica do autor, e tem como
objetivo permitir ao leitor uma atualização do seu conhecimento sobre um determinado tema
(ROTHER, 2007).
Para essa revisão, foi realizada uma busca por artigos, livros, dissertações e teses nas
bases de dados do PubMed, Google Acadêmico e Scielo. Além da busca nas bases de dados.
As buscas ocorreram no mês de setembro de 2023 e as palavras-chave utilizadas foram:
introdução alimentar complementar, alergias e intolerâncias alimentares, métodos de
introdução alimentar, etc.
Como critério de inclusão dos materiais literários neste estudo, definiu-se o período
de publicação a partir de 2001 pela possibilidade de ser encontrado um maior número de
pesquisas e artigos científicos sobre o tema. Além disso, incluíram-se artigos
disponibilizados em português, espanhol e inglês, dissertações, teses, livros digitais e sites.
Como critérios de exclusão, foram rejeitados os materiais literários que não tinham
relação direta com o tema proposto pelo trabalho.
16

4 INTRODUÇÃO ALIMENTAR

4.1 Introdução da Alimentação Complementar

Partindo do fato que a introdução alimentar é o processo pelo qual são inseridos outros
alimentos na dieta da criança, a alimentação complementar trata-se de introduzir novos
alimentos na base alimentar infantil, complementando o leite materno (GONSALEZ, 2014).
O início desse processo é fundamental no desenvolvimento do paladar da criança, contudo ele
tem sido, muitas vezes, apressado por fatores diversos. É notado que a duração do
aleitamento materno exclusivo (6 meses) e do tempo total de aleitamento materno (no mínimo
2 anos) está sendo reduzido gradativamente. Com isso, a iniciação da introdução alimentar
complementar está, não somente sendo iniciada precocemente, mas também com alimentos
nutricionalmente inadequados para a idade das crianças (LOPES, 2015). A prática da
alimentação deve complementar o leite (materno ou fórmula láctea) e não substituí-lo
(Cozzolino & Cominetti, 2013).
O aleitamento materno exclusivo por 6 meses é altamente recomendado. Os alimentos
sólidos complementares que não sejam o leite materno não devem ser introduzidos até 4 a 6
meses de idade. Não há evidência convincente de que a introdução tardia além desse período
previne o desenvolvimento de doença atópica (Jennings & Prescott, 2010).

4.2 Técnicas Corretas de Introdução Alimentar Complementar


4.2.1 Método Tradicional

Segundo o autor VITOLO (2015) a partir dos 6 meses de idade, as necessidades


nutricionais da criança já não são mais atendidas apenas com o leite materno, embora este
continue sendo uma importante fonte de calorias e nutrientes.
De acordo com SILVA (2013) as necessidades nutricionais do bebê variam de acordo
com a idade gestacional, peso ao nascer, tempo de vida e as intercorrências clínicas
apresentadas nessa fase. Ou seja, o leite materno é de suma importância mesmo quando a
criança der início à alimentação complementar e, cada bebê tem suas particularidades ao redor
das necessidades nutricionais e preferências de sabor, textura e cor.
17

Dentro da abordagem tradicional, a recomendação é que o alimento seja oferecido de


forma lenta e gradual para a criança, com todos os nutrientes presentes desde a primeira papa,
com o uso de colher (Brasil, 2009; Brasil, 2013). A consistência recomendada pelo método de
introdução alimentar tradicional se baseia principalmente nas fases de desenvolvimento oral
do bebê, sendo ofertados inicialmente na forma de papas (alimento de transição) e, aos
poucos, mudando a consistência até a forma consumida pela família, por volta dos 12 meses
de idade (SBP, 2012; Brasil, 2013). É errado considerar como tradicional: papinhas
liquidificadas, peneiradas, homogêneas, de somente uma cor, oferecidas passivamente aos
bebês e sem respeitar sinais de fome e saciedade. Deve-se sempre prestar atenção aos sinais
de saciedade da criança e ter cuidado com a superalimentação, já que lactentes e crianças
jovens têm capacidade de autorregular a ingestão calórica total (SBP, 2012).

4.2.2 Método Baby Led Weaning

A técnica BLW (Desmame Guiado pelo Bebê) é um método de introdução alimentar


que já inicia com a apresentação de alimentos sólidos, respeitando e confiando na autonomia
do bebê desde o começo da alimentação complementar (Brown & Lee, 2013). Pela BLW não
há o uso de talheres; a motivação para levar o alimento até a boca é feita por sua curiosidade e
fase natural de exploração do ambiente (Rapley & Murkett, 2017). O bebê deve estar sentado
junto com a família, no momento da refeição, como uma forma de aprender todo o contexto
que envolve a alimentação, baseado no seu desejo de explorar, experimentar e imitar os
adultos que o cercam. A consistência dos alimentos no BLW é sólida desde o começo, nela os
alimentos são inicialmente apresentados para a criança na forma de palitos grossos.
Dependendo do alimento, eles podem ser oferecidos em cortes específicos ou serem
levemente cozidos para que fiquem macios e facilitem a exploração oral-manual do bebê. No
BLW a experiência com o alimento é mais importante do que o ato de comer em si (Rapley &
Murkett, 2017).
No Reino Unido foi realizado um estudo com 650 mães, com bebês entre 6 a 12 meses
de idade, que teve como objetivo fazer comparação entre mães que adotaram o método BLW
e as que seguiam o método tradicional, em relação a como e quando introduziram a
alimentação. Foi observado que mais da metade das mães relataram que usaram o método
BLW e iniciaram a introdução alimentar mais tarde, relataram que a técnica permitiu mais
autonomia ao bebê fazendo o mesmo participar da mesma refeição da família e menor
preocupação materna com o processo de desmame (BROWN; LEE, 2013).
18

4.2.3 Método Bliss (Baby-Led Introduction to Solids)

A técnica BLISS (introdução de sólidos guiada pelo bebê) é uma variação da BLW
(desmame guiado pelo bebê). A ideia proposta é deixar o bebê explorar os alimentos com as
próprias mãos, ou seja, ele vai tocar, explorar e ingerir a quantidade que ele quiser, por isso
ficar atento aos sinais de saciedade e fome. A maior diferença entre os dois métodos é que
este preconiza o uso de alimentos em pedaços maiores, para deixar a criança entretida, curiosa
e descobrindo o seu paladar. É importante ressaltar que no momento das refeições, a atenção
do bebê deve estar voltada aos alimentos (TOWNSEND, et al., 2012).
Quanto à variedade alimentar oferecida pelos métodos, estudos demonstram que o
BLW e BLISS apresentam melhores resultados em comparação ao tradicional, de modo que
aos 7 meses evidenciou-se uma ingestão de frutas e vegetais equivalente, porém, maior
variedade geral do BLISS em comparação ao BLW. Nessa perspectiva, aos 24 meses o
método BLISS apresentou grande variedade quando comparado ao tradicional (MORRISON,
et al., 2018).
Conclusões de um estudo realizado por TOWNSEND et al. (2012), a partir da
aplicação de um questionário de preferência alimentar de 151 itens em 155 bebês de 20-78
meses de idade, constataram maior preferência por carboidratos em crianças que
utilizaram os métodos BLISS e BLW, e naquelas que se classificaram como “alimentação
tradicional” houve favoritismo pelos alimentos doces. Entretanto, cabe destacar o viés de
recrutamento deste estudo e a data de pesquisa, assim, é necessário ponderação ao
analisar os resultados (BOSWELL, et al., 2021). Além disso, acredita-se que a apresentação
precoce e frequente de vegetais, como proposto pelo BLISS, permite a modulação do
paladar e com isso a maior aceitação desses alimentos, que possuem um sabor amargo
(ROWAN, et al., 2018). Nesse ínterim, foi observado maior consumo de frutas e
vegetais na infância por crianças que utilizaram o BLISS, demonstrando efeito a longo
prazo na modulação da preferência alimentar (MORRISON, et al., 2018).
Cabe ressaltar que a garantia de uma oferta variada de alimentos dos métodos
guiados pelo bebê depende dos hábitos familiares saudáveis e a apresentação de alimentos
para o desenvolvimento adequado da criança. Sendo assim, uma dieta familiar inadequada
culmina na baixa ingestão de ferro e alto consumo de gordura saturada e sódio, o que
por sua vez, contribui para o desenvolvimento futuro de obesidade infantil (NUZZI, et al.,
2022).
19

4.3 Alergias e Intolerâncias Alimentares

A hipersensibilidade alimentar é definida como uma reação clínica adversa


reproduzível após a ingestão de proteínas alimentares, mediada por resposta imunológica
anormal (SAMPSON, 2004; apud BRASIL, 2015).
Cerca de 90% das reações alérgicas são causadas por oito principais alimentos:
leite de vaca, ovo, amendoim, nozes, soja, trigo, peixes e crustáceos (BRASIL, 2015).
O leite de vaca é muito diferente do leite humano em quantidade e qualidade de
nutrientes. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o leite de vaca não é um
alimento recomendado para crianças menores de um ano (SBP, 2012). O leite de vaca
apresenta elevada quantidade de proteínas, inadequada relação entre a caseína e as proteínas
do soro, elevados teores de sódio, de cloretos, de potássio e de fósforo e quantidades
insuficientes de carboidratos, de ácidos graxos essenciais, de 18 vitaminas e de minerais para
essa faixa etária (CASTILHO, 2010 apud BRASIL, 2015). Além de não ser nutricionalmente
adequado, o leite de vaca é um alimento muito alergênico para crianças e seu consumo tem
sido associado ao desenvolvimento de atopias (GREER et al., 2008 apud BRASIL, 2015).
Alérgenos, incluindo leite de vaca, ovos e amendoins na dieta materna, podem
passar para o leite materno e causar uma reação alérgica na criança sendo amamentada
exclusivamente, mas não pode causar sensibilização. O lactente pode ser sensibilizado a partir
de uma fonte externa, tais como o consumo de quantidades pequenas de fórmula infantil
(KRAUSE et al., 2018).
A legislação para rotulagem de alimentos torna mais fácil para indivíduos com
alergias alimentares a identificação de determinados alérgenos em potencial na lista de
ingredientes presentes nos rótulos de alimentos. Por exemplo, quando os fabricantes de
alimentos usam hidrolisados de proteína ou proteína vegetal hidrolisada, eles agora devem
especificar a fonte de proteína utilizada (p.ex: soja hidrolisada ou milho hidrolisado). Embora
as reações às cores dos alimentos ou aos corantes alimentícios sejam raras, os indivíduos que
suspeitam de intolerância encontrarão esses itens listados separadamente no rótulo do
alimento, em vez de categorizados simplesmente como “corante alimentício” (KRAUSE et
al., 2018).
20

Visto que aproximadamente 70% das células imunes estão localizadas no tecido
linfoide associado ao intestino (GALT), esforços para restaurar a saúde intestinal devem
melhorar a função do sistema imune e modular as respostas alérgicas. Além de eliminar os
alimentos problemáticos, outras medidas incluem otimizar a acidez do estômago e a função
enzimática; a identificação e o tratamento contra patógenos, tais como bactérias, leveduras e
parasitas; restaurando a função da barreira intestinal; restaurar o estado nutricional e o
equilíbrio da microbiota intestinal (KRAUSE et al., 2018).
Para ajudar a identificar e evitar alimentos agressores, as listas de alergias
específicas que descrevem os alimentos a serem evitados, indicando as palavras-chave para
identificação do ingrediente e a apresentação de substitutos aceitáveis, são úteis e necessários
no aconselhamento. Nas figuras a seguir está ilustrado como eliminar alimentos com alto teor
alergênico, como ovo, leite, trigo e amendoim (KRAUSE et al., 2018).

Figura 1.1
21

Figura 1.2

Figura 2.1
22

Figura 2.2

Figura 2.3
23

Figura 2.4

Figura 3.1

Segundo um estudo realizado em 2007, apenas 11% das crianças alérgicas a ovos e
19% das crianças alérgicas ao leite resolvem suas alergias aos 4 anos. No entanto, quase 80%
resolvem essas alergias aos 16 anos (Savage et al., 2007; Skripak et al., 2007). A alergia ao
amendoim tende a ser duradoura para a maioria das crianças, com apenas cerca de 20% das
crianças capazes de resolvê-la (Sicherer e Sampson, 2010).
24

Figura 3.2

Figura 3.3
25

Figura 4.1

Figura 4.2

Figura 4.3
26

Pesquisas mostram que o acesso ao cuidado nutricional no serviço de saúde


contribui para uma qualidade da alimentação e um ganho de peso adequado da mulher,
principalmente para aquelas que apresentam sobrepeso e obesidade, sendo um diferencial para
os desfechos da gestação, tanto para elas quanto para os bebês (SEABRA et al., 2011).
O efeito da nutrição materna deficiente ou da exposição a toxinas pode seguir a
criança durante décadas. Um bebê muito prematuro com restrição de crescimento pode sofrer
danos cerebrais permanentes (KRAUSE et al., 2018).

Figura 5

A exposição do embrião ou do feto a nutrientes maternos específicos, bem


como contaminantes ambientais, pode transformar os genes de imprinting que controlam a
ativação ou a desativação do crescimento e desenvolvimento, mas a quantidade, os tempos e
os efeitos ainda estão sendo investigados (KRAUSE et al., 2018).
Os ganhos de massa corporal recomendados para suportar uma gestação
saudável variam de acordo com o IMC pré-gestacional. A perda de massa corporal durante a
gestação deve ser desencorajada. Não há estudos de intervenção que documentem benefício
(FURBER, 2013).
27

5 CONSEQUÊNCIAS DA IAC INCORRETA

5.1 Transtorno de Processamento Sensorial

O processamento sensorial é a forma como o sistema nervoso central gerencia


as informações recebidas dos órgãos sensoriais, ou seja, os estímulos visual, auditivo, tátil,
gustativo, olfativo, etc. O processo inclui tanto a recepção, modulação, integração,
discriminação e organização de estímulos sensoriais como as respostas comportamentais
adaptativas a esses estímulos (LAI et al., 2011).
Transtorno de Processamento Sensorial (TPS) é o termo usado para se referir a
dificuldades no processamento e na utilização de informações sensoriais para a regulação de
respostas fisiológicas, motoras, afetivas e/ou de atenção que interferem na organização do
comportamento e na participação em atividades da vida diária. O TPS pode ser observado em
indivíduos sem qualquer condição clínica aparente, mas geralmente ocorre associado a outros
diagnósticos como, por exemplo, transtorno do espectro autista, transtorno do déficit de
atenção/hiperatividade e transtorno do desenvolvimento da coordenação (ROBLES et al.,
2012).
De acordo com o autor MITCHELL et al. (2015), a etiologia do TPS ainda é
desconhecida, porém fatores genéticos, familiares e ambientais têm sido relatados na
literatura. Nesse contexto, crianças pré-termo (nascidas antes de 37 semanas de gestação) são
consideradas de risco para TPS. Esse risco decorre tanto da interrupção do desenvolvimento
neurobiológico intrauterino quanto das experiências sensoriais vivenciadas no ambiente da
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), que podem alterar o desenvolvimento e o
funcionamento dos sistemas sensoriais. Embora existam evidências de alterações de
processamento sensorial em crianças nascidas pré-termo, ainda há relativamente poucos
estudos sobre a associação entre processamento sensorial e prematuridade, o que torna difícil
formar uma visão geral da prevalência e da persistência dos sintomas de TPS nessa população
(MILLER et al., 2009).
Os problemas funcionais comumente associados ao TPS na primeira infância
incluem diminuição das habilidades sociais e na participação em brincadeiras; redução da
frequência, duração ou complexidade de respostas adaptativas; autoconfiança e/ou autoestima
prejudicadas; e habilidades motoras deficientes. Problemas no equilíbrio, na coordenação
motora grossa e fina e no planejamento motor, além de atraso na aquisição da linguagem,
hipersensibilidade tátil ou dispersão acentuada tornam-se evidentes na idade pré-escolar.
28

Na escola, aparecem os problemas na escrita e na leitura, déficit de atenção e/ou


dificuldades emocionais e na interação com os colegas e, além disso, os problemas podem
persistir até a idade adulta, resultando em dificuldades sociais e emocionais (POSTERT et al.,
2012).

5.2 Atraso no Desenvolvimento de Habilidades Sensoriais e Motoras

A cavidade oral não é somente responsável por formar o bolo alimentar, como
também por conduzi-lo até o estômago. Mastigar e deglutir são funções complexas que
exigem atividade neuromuscular precisa e refinada, possibilitadas via ação sensorial-motora.
Os reflexos orais estão entre os primeiros a serem desenvolvidos e
experimentados pelo ser humano. Desde idade gestacional muito tenra, tem-se as primeiras
ações orais. O feto, com cerca de nove semanas, apresenta sua primeira experiência oral com
a abertura da boca. Entre as 10ª e 12ª semanas já é capaz de deglutir e por volta da 20ª semana
tem sucção. A coordenação entre a deglutição, sucção e respiração por sua vez, só está
presente por volta da 34ª semana de idade gestacional (STEVENSON, 2003).
De acordo com PRIDHAM (2004), a evolução do comportamento alimentar da
criança com a introdução de novos tipos de nutrientes, com diferentes texturas e consistências
e novos modos de oferta, inicia por volta do sexto mês de vida e depende da oportunidade de
prática que o lactente tenha. Ressalta aspectos como desenvolvimento motor-oral,
coordenação mão-boca, habilidade motora fina, postura corporal e nível de interação
comunicativa. Ainda afirma que a aceitação de novos alimentos depende da sua introdução
nesse estágio de desenvolvimento.
Por volta do quinto mês de vida do bebê, já pode ser observado um padrão
primitivo de mastigação. Esta função, inicialmente reflexa, aparece sob a forma de mordida
repetitiva caracterizada por mordida fásica e estereotipada. Neste momento ainda é comum a
sucção no auxílio da mastigação de alimentos semissólidos (STEVENSON, 2003). Este
padrão vai evoluindo e por volta do sexto mês, o modelo de mastigação é descrito por alguns
autores como munching, que é caracterizado pelo amassamento do alimento, não havendo
eficiência na mastigação para todo tipo de alimento.
A necessidade de autonomia é mais acentuada no décimo ao décimo primeiro
mês, fazendo com que a criança escolha uma refeição formado por pedaços de alimentos
preferindo manipulá-los com as mãos, rejeitando a utilização de colher (CARRUTH, 2002).
29

Os estágios do desenvolvimento motor oral exercem influência no aspecto


nutricional do lactente, principalmente por ocasião da transição alimentar, quando novos
alimentos com características diferentes serão introduzidos no cardápio da criança (NEIVA,
2003).

5.3 Seletividade Alimentar

A recusa ou seletividade alimentar é um comportamento denotado em crianças


na primeira infância, externando o consumo alimentar limitado e uma extrema resistência na
ampliação do cardápio infantil (SAMPAIO et al., 2013). Esse fenômeno é comum durante a
infância e pode apresentar caráter passageiro ou duradouro (COLE et al., 2017).
A pesquisa de BEAUCHAMP (1998) mostra que a ingestão alimentar materna
durante a gestação influencia na formação de preferências alimentares da criança, já que a
formação de células olfativas e gustativas ocorrem no ambiente intrauterino, permitindo que o
início da experiência alimentícia seja por meio do líquido amniótico.
Ao proporcionar à criança uma maior fase de descobertas durante o período da
alimentação complementar, possibilita-se um melhor desenvolvimento alimentar e a
diminuição dos riscos de doenças a curto e longo prazo (SILVA, 2016). Existem potenciais
impactos nutricionais gerados através do cardápio seleto, o que pode ocasionar complicações
na saúde, como desnutrição ou obesidade (KUTBI, 2020). O comportamento alimentar
seletivo pode acarretar na ingestão restrita de determinados alimentos pelas crianças,
desencadeando deficiências nutricionais que podem interferir no desenvolvimento e
crescimento dos mesmos (ALVES, 2022).
De acordo com os estudos de OWEN et al. (2018) e PATEL et al. (2020), a
exposição visual aos alimentos pode favorecer a aceitação alimentar das crianças. Além disso,
as pesquisas de HOLLEY; HAYCRAFT, FARROW (2020) e GARCIA et al. (2020)
demonstram que o envolvimento da criança em práticas alimentares, está positivamente
relacionado a uma melhor aceitação alimentar.
30

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de tudo que foi exposto neste trabalho, foi possível perceber e confirmar
o quanto o aleitamento materno exclusivo no primeiro semestre de vida do bebê possui papel
fundamental para o desenvolvimento do mesmo, trazendo várias vantagens para ele agora e
no futuro (desenvolvimento do paladar, seletividade alimentar, etc) e para a mãe.
Também foi visto que a introdução alimentar iniciada no tempo ideal e de
forma correta é totalmente eficaz e benéfica, já que auxilia no desenvolvimento da criança e
evita problemas futuros, como hipertensão, diabetes e obesidade. E que caso ela seja feita de
forma precoce pode causar malefícios à saúde do bebê, sendo importante ficar sempre atento
aos sinais de prontidão, a forma e a idade correta de se introduzir os alimentos.
Sabendo que existem vários métodos que podem ser adotados pelos pais e
cuidadores neste momento de introduzir a alimentação complementar e levando em
consideração que a adaptação pode variar de acordo com cada bebê, o BLISS foi apresentado
como uma técnica que está se tornando bastante eficaz devido a forma de interação do bebê
com o alimento, ao deixá-lo conhecer texturas, cores, formatos e sabores diferentes.
Sendo assim, o desenvolvimento do trabalho proporcionou diversos novos
conhecimentos sobre a introdução alimentar complementar, além de proporcionar para a
sociedade (em especial para os pais e cuidadores) informações e aprendizados sobre os
assuntos em questão.
31

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