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Introdução aos Sistemas Fotovoltaicos

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Unidade Didática 02:

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SUMÁRIO
1. O SOL COMO FONTE DE ENERGIA....................................................................... 5

1.1 Radiação eletromagnética........................................................................... 6

1.1.1 Luz Visível .................................................................................................... 6

1.1.2 Aproveitamento da radiação ...................................................................... 7

1.1.3 Irradiância x Radiação ................................................................................ 7

1.1.4 Radiação Solar ............................................................................................ 8

1.1.5 Inclinação ideal ........................................................................................... 9

1.2 Movimento de translação terrestre ........................................................... 10

1.2.1 Solstício ..................................................................................................... 11

1.2.2 Equinócio .................................................................................................. 11

1.2.3 Orientação ideal ....................................................................................... 12

1.3 Horas de sol-pico ...................................................................................... 12

1.4 Referências ............................................................................................... 14

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1. O SOL COMO FONTE DE ENERGIA

Figura 1 - Sistema solar. Fonte: https://www.infoescola.com/astronomia/planetas-do-sistema-solar/

O Sol, principal astro sistema que leva o nome de “Sistema Solar”, está no centro do
sistema, sendo responsável por fornecer energia a todos os outros corpos que compõem
o sistema solar. O Sol, por ter o maior volume e massa, está no centro do sistema,
exercendo a maior força gravitacional sobre todos os outros astros que, por essa razão,
orbitam-no.

Composto majoritariamente de Hidrogênio (74% de sua massa, ou 92% de seu volume)


e Hélio (24% da massa solar, 7% do volume solar), o Sol ainda têm outros elementos,
incluindo Ferro, Níquel, Oxigênio, Silício, Enxofre, Magnésio, Néon, Cálcio e Crômio.

Dessa forma, a energia que o Sol irradia provém principalmente de seu núcleo, onde a
temperatura é aproximadamente 14 milhões de Kelvin. Essa gigantesca quantidade de
energia é liberada em decorrência de uma reação termonuclear onde quatro átomos de
Hidrogênio (H2) se combinam para formar um átomo de Hélio (He). Nessa reação de
fusão, uma pequena parte da massa do átomo é transformada em energia. Como essas
reações acontecem incessantemente, a cada segundo, cerca de 4,7 bilhões de toneladas
da massa do Sol se transformam em energia, propagadas na forma de ondas
eletromagnéticas e calor, conhecida como radiação eletromagnética.

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1.1 RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA


A radiação solar é a junção de duas componentes de onda, elétrica e magnética. Como
resultado, apresenta grande variação de comprimento e frequência, característica
herdada da componente magnética. Além disso, através da vertente elétrica, fica
responsável por transportar a “energia da luz” através do espaço, pelas partículas
‘fótons’, muito conhecidas por nós pelos efeitos fotoelétrico, fotoquímico, fotovoltaico
e de fotossíntese.

Pode ser classificada de acordo com a frequência da onda, em ordem crescente, nas
seguintes faixas: ondas baixas, rádio, micro-ondas, radiação terahertz, radiação
infravermelha, luz visível, radiação ultravioleta, raios X e gama.

Figura 2 - Espectro da radiação solar. Fonte: http://labcisco.blogspot.com/2013/03/o-espectro-eletromagnetico-na-


natureza.html

1.1.1 Luz Visível


Apenas uma pequena parcela da radiação solar com ondas de comprimento
700 nm a 400 nm pode ser vista pelos olhos humanos. Essa luz visível é a responsável
por permitir que seres humanos tenham horas de claridade durante um dia, vejam
objetos e formas das mais variadas cores presentes no espectro luminoso. É também
através dessas ondas que são transportadas grande parte da energia da radiação solar.

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Das ondas não visíveis a olho nu, rádio, micro-ondas e infravermelho, por possuírem
grande comprimento, têm baixa oscilação de movimento e como consequência,
carregam pouca energia.

Por outro lado, as também não visíveis, mas perigosas ondas ultravioleta, raios X e gama,
possuem pequeno comprimento de onda, alta oscilação de movimento e carregam
grandes quantidades de energia.

1.1.2 Aproveitamento da radiação


Como já é sabido, as células fotovoltaicas utilizam da energia da radiação solar presente
nos fótons para energizar e excitar os elétrons presentes na camada “n” que livres,
passam a compor um movimento ordenado na presença de carga elétrica, gerando
assim a corrente elétrica.

Figura 3 - Aproveitamento fotovoltaico do espectro luminoso. Fonte: http://www.cresesb.cepel.br/

Do total de ondas que chegam à célula, desde a rádio com menor energia solar à onda
gama, mais energética, a célula fotovoltaica tem a capacidade de converter em energia
elétrica apenas as ondas presentes na luz visível. As de grande comprimento de onda e
baixa frequência pouco excitam os elétrons, não contribuindo para o movimento, mas
gerando aquecimento. Já, as de alta frequência e muita energia, causam um excesso de
agitação nos átomos de Silício, causando aquecimento excessivo na célula fotovoltaica,
mas também não contribuindo para o movimento de elétrons.

1.1.3 Irradiância x Radiação


É comum se deparar com literaturas sobre o tema da luz solar ora expostos como
irradiância, ora como radiação solar. Embora tenham grafia muito semelhante e sejam
correlatas, os significados podem ser definidos individualmente.

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A irradiância solar mensura a quantidade de potência luminosa que atinge uma unidade
de área. Dessa forma, para a dimensão de potência, utiliza-se o Watt (W), já para a área,
utiliza-se o metro-quadrado (m²), resultando, então, que a irradiância é medida
em W/m².

Em sequência, a radiação solar nada mais é que a quantidade de irradiância (potência)


emitida pela fonte durante uma unidade de tempo. Usualmente, utiliza-se a escala de
tempo em horas (h). Ainda, como o ciclo da radiação solar é diário, a resultante de
medida é representada por Wh/m²/dia ou Wh/m²*dia-1.

1.1.4 Radiação Solar

Figura 4 - Componentes da radiação solar. Fonte: http://www.iep.org.br/semana_engenharia14/wp-


content/uploads/Energia-Solar.pdf

1.1.4.1 Direta
A radiação direta é parcela dos raios solares que atravessa a atmosfera e incide
diretamente na superfície terrestre. É a componente mais abundante e que carrega
grande parte dos fótons, sendo fortemente absorvida pelas células fotovoltaicas.

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1.1.4.2 Difusa
A radiação difusa, como o próprio nome já diz, é aquela parcela que sofre um processo
de difusão ou espalhamento. Esse efeito é uma consequência do choque dos raios
solares contra edifícios ou gotículas de água presentes na atmosfera, por exemplo. A
radiação difusa é a segunda mais absorvida dos sistemas fotovoltaicos.

1.1.4.3 Albedo
Por fim, a radiação de albedo é a resultante das ondas diretas e difusas que ao se
chocarem com a superfície terrestre são refletidas e voltam para a atmosfera.

1.1.5 Inclinação ideal


Agora que já são conhecidos os movimentos de espalhamento dos raios solares quando
entram em choque contra obstáculos e a superfície terrestre, é possível determinar com
mais facilidade de que maneira inclinar os módulos fotovoltaicos em relação ao plano
horizontal a fim de se obter o melhor aproveitamento da radiação solar.

Portanto, a inclinação ideal do módulo proporciona que o máximo de luz solar chegue
à superfície da célula fotovoltaica e não sofrendo nenhum tipo de reflexão para a
atmosfera. Esse resultado é obtido quando o raio solar atinge a célula
perpendicularmente à superfície do módulo.

Raio de Sol

90º
.

Ângulo ideal

Plano horizontal

Figura 5 - Inclinação ideal do módulo fotovoltaico. Fonte: autor.

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1.2 MOVIMENTO DE TRANSLAÇÃO TERRESTRE


Parte fundamental do estudo sobre a geração fotovoltaica é conhecer as características
do movimento de translação que a Terra faz em torno do Sol e que impacta diretamente
na geração de energia elétrica através da fonte fotovoltaica.

Esse movimento possui formato elíptico, como ilustrado na Figura 6, onde, em dois
momentos da trajetória, a Terra está mais distante do Sol (pontos a e c) e em outros
dois, está mais próxima (pontos b e d).

Figura 6 - Movimento de translação da Terra. Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/tempo/mas.htm

Outro detalhe muito importante de se analisar é que a Terra está inclinada a 23,5º em
relação ao seu próprio eixo vertical, significando que as quantidades de radiação solar
que chegam aos polos Norte e Sul são distintas em grande parte do ano.

Embora seja natural pensar que são os períodos de proximidade e distanciamento da


Terra em relação ao Sol que causam as estações do ano (outono; inverno; primavera;
verão), trata-se de um enorme engano, pois essas são causadas justamente pela
inclinação da Terra perante seu próprio eixo vertical, como já mencionado
anteriormente.

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1.2.1 Solstício
Os períodos de solstício acontecem duas vezes por ano, justamente nos momentos onde
a Terra se encontra mais distante do Sol. Porém, como dito, não é a distância que
impõem a condição climática ao planeta, mas sim a inclinação da Terra perante a
radiação solar, como exposto na Figura 7.

Figura 7 - Solstício terrestre. Adaptado de: http://astro.if.ufrgs.br/tempo/mas.htm

Veja que, quando é verão no hemisfério Sul, a Terra está inclinada de tal maneira que a
metade ao sul recebe mais radiação solar que a metade ao norte. O início desse período
é marcado pelo dia 21 ou 22 de dezembro, solstício de verão no hemisfério Sul e solstício
de inverno ao Norte.

Quando a Terra está novamente no momento mais distante do Sol, mas agora na
posição oposta, é a vez do hemisfério Norte ficar mais exposto a radiação solar, iniciando
então o período de verão por lá. Dessa forma, no dia 21 ou 22 de junho tem-se o solstício
de verão ao Norte e solstício de inverno ao Sul.

1.2.2 Equinócio
Se os solstícios são os períodos onde a radiação solar é mais percebida por um
hemisfério que pelo outro, os equinócios são os momentos onde ambas as partes, Norte
e Sul, recebem luz solar igualmente na mesma proporção e a Terra apresenta a menor
distância em relação ao Sol.

O equinócio de outono no hemisfério Sul e primavera ao Norte se dá no dia 21 ou 22 de


março. Já, o contrário acontece entre os dias 22 ou 23 de setembro.

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1.2.3 Orientação ideal


Assim como se estudou a maneira ideal de se inclinar um módulo fotovoltaico a fim de
obter o melhor rendimento da radiação solar incidente sobre a superfície da célula
fotovoltaica, a orientação também deve seguir pressupostos ideais para que o
aproveitamento seja o melhor possível.

Para isso, sistemas fotovoltaicos instalados no hemisfério Norte, devem ser orientados
para o Sul, uma vez que estão ‘acima’ da linha do Equador e percebem o movimento do
Sol acontecendo de oeste para leste. Por outro lado, sistemas instalados no hemisfério
Sul, estão posicionados ‘abaixo da linha do Equador e, por isso, devem ser orientados
idealmente para o Norte. Dessa forma, aproveitarão o máximo do movimento solar.

1.3 HORAS DE SOL-PICO


Depois de conhecer todas as variações do movimento da Terra em relação ao Sol,
chegou a hora de estudar a percepção de movimento que se tem do Sol em relação à
Terra.

Todos aqueles que estão localizados ao Sul da linha do Equador, têm a sensação de que
o Sol realiza um movimento anti-horário. Por isso, nasce a Leste e se põem a Oeste.

Por outro lado, quem está ao Norte do Equador, têm a visão do Sol realizando um
movimento no sentido horário, nascente a Oeste e poente a Leste.

Sendo assim, tomando como exemplo um sistema fotovoltaico instalado sobre o


telhado de uma residência, no início do dia, logo ao ‘nascer do Sol’, a quantidade de
radiação solar que chega até as superfícies dos módulos fotovoltaicos é bastante
reduzida. Conforme o dia vai passando e se aproximando do meio dia, a radiação solar
atinge o valor máximo esperado. Já, ao entardecer, a radiação solar incidente sobre os
módulos fotovoltaicos vai se reduzindo juntamente com o pôr-do-sol.

O aparente movimento do Sol durante um dia revela sua disponibilidade luminosa que
pode ser ilustrada pelo gráfico da Figura 8, a seguir. Veja que a quantidade de radiação
percebida na superfície terrestre é variável e depende diretamente das condições
meteorológicas momentâneas do local onde se está medindo a quantidade de luz solar.

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Portanto, um dia de céu limpo e claro transpassa ao solo muito mais radiação que um
dia nublado ou chuvoso.

Com o intuito de facilitar o entendimento sobre a quantidade de energia solar disponível


durante um dia, determinou-se o HSP (horas de sol-pico) como sendo a unidade de
medida padrão para mensurar a quantidade de potência que chega até uma
determinada área durante um dia.

Dessa forma, estabeleceu-se que a medida padrão do HSP é a quantidade de horas (em
um dia) que a radiação solar atinge a quantia de 1.000 W/m².

Assim, como exposto no exemplo da Figura 8, em um dia ensolarado onde ao longo de


12 horas de Sol (das 6:00 às 18:00), a quantidade de radiação solar medida foi de
6.000 Wh/m², o HSP pode ser convertido em 6 horas, pois como sabido, o HSP mede a
quantidade de horas no dia em que a radiação solar foi de 1.000 Wh/m². Portanto,
nesse exemplo, 12 horas de Sol = 6 HSP.

Figura 8 - Disponibilidade de radiação solar. Fonte: https://docplayer.com.br/78337121-Hugo-guilherme-


maestri.html

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1.4 REFERÊNCIAS
BASU, S.; ANTIA, H.M. Helioseismology and Solar. Disponível em:
<https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0370157307004565?via%3D
ihub>. Acesso em: 30 de julho de 2020.

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<http://energiaheliotermica.gov.br/pt-br/energia-heliotermica/o-sol-fonte-de-
energia>. Acesso em: 05 de agosto de 2020.

FOGAÇA, Jennifer R. V. Luz solar e a radiação ultravioleta. Disponível em:


<https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/luz-solar-radiacao-ultravioleta.htm>.
Acesso em: 01 de agosto de 2020.

PINHO, J. T. e GALINDO, M. A. Manual de engenharia para sistemas fotovoltaicos. Rio


de Janeiro: CEPEL - CRESESB. Março de 2014. Disponível em:
<http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/Manual_de_Engenharia_FV_20
14.pdf>. Acesso em: 29 de julho de 2020.

RAMOS, Edson Osni. Sol: nossa fonte de energia. Disponível em:


<http://www.pascal.com.br/sol-nossa-fonte-de-energia>. Acesso em: 01 de agosto de
2020.

STEFFEN, Carlos Alberto. Introdução ao Sensoriamento Remoto. Disponível em:


<http://www3.inpe.br/unidades/cep/atividadescep/educasere/apostila.htm>. Acesso
em: 30 de julho de 2020.

SUPER INTERESSANTE. Qual é a fonte de energia Sol? Disponível em:


<https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-e-a-fonte-de-energia-do-sol/>.
Acesso em: 04 de agosto de 2020.

WIKIPEDIA. Energia Solar Fotovoltaica. Disponível em:


<https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_solar_fotovoltaica>. Acesso em: 30 de julho de
2020.

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WIKIPEDIA. Radiação eletromagnética. Disponível em:


<https://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o_eletromagn%C3%A9tica>.
Acesso em: 05 de agosto de 2020.

WIKIPEDIA. Sol. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Sol#cite_ref-


Phillips1995-47_45-1>. Acesso em: 01 de agosto de 2020.

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