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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................... 3
2. ORIGEM E FORMAÇÃO ........................................................................ 4
3. NUVENS .............................................................................................. 7
4. TIPOS MAIS COMUNS NO AMAZONAS .............................................. 18
5. EQUIPAMENTO PARA LOCALIZAR ALTURA DAS NUVENS ................... 22
6. DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA REDE METEOROLÓGICA NO AMAZONAS 27
7. APLICAÇÃO E USO DOS DADOS ......................................................... 29
8 IMPORTÂNCIA NAS CIÊNCIAS AGRÁRIAS ........................................... 33
9 TABELA RESUMO .............................................................................. 34
10 FOTOGRAFIAS ............................................................................... 38
11 REFERÊNCIAS ................................................................................ 46

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Formação das Nuvens ................................................................. 6


Figura 2 - Aspectos das nuvens ................................................................... 8
Figura 3 - Tipos de nuvens ........................................................................ 10
Figura 4: Cumulus ..................................................................................... 19
Figura 5: Cumulunimbus ........................................................................... 20
Figura 6: Stratus........................................................................................ 20
Figura 7: Stratocumulus ............................................................................ 21
Figura 8: Altocumulus .............................................................................. 21
Figura 9: Lançamento de balão piloto para determinar altura de nuvens. . 22
Figura 10: Feixe luminoso.. ....................................................................... 23
Figura 11: Estimativa visual com comparação de altura conhecida. ........... 24
Figura 12: Clinômetros. ............................................................................. 25
Figura 13: Tetômetro a laser ..................................................................... 26
Figura 14: Mapa de rede das estações metereológicas no Brasil ............... 27
Figura 15: Cirrus........................................................................................ 38
Figura 16: Cirroscumulus .......................................................................... 38
Figura 17: Cirrostratus. ............................................................................. 39
Figura 18: Altocumulus ............................................................................. 39
Figura 19: Altostratus ............................................................................... 40
Figura 20: Nimbostratus ........................................................................... 40
Figura 21: Stratocumulus. ......................................................................... 41
Figura 22: Stratus. ..................................................................................... 41
Figura 23: Cumulus. .................................................................................. 42
Figura 24: Cumulonimbus ......................................................................... 42
Figura 25: Nuvem orográfica. .................................................................... 43
Figura 26: Nacarada. ................................................................................ 43
Figura 27: Noturna Luminosa. .................................................................. 44
Figura 28: Rastro de condensação. ............................................................ 44
Figura 29: Nuvem de incêncio (Pyrocumulus)............................................ 45
Figura 30: Nuvem vulcânica. ..................................................................... 45

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1. INTRODUÇÃO

A relação entre os estudos climáticos e os efeitos das


atividades humanas sobre o meio ambiente tem causado um
crescente interesse da sociedade em compreender esse processo .
Nesse contexto, as nuvens podem fornecer informações importantes
ao estudo das relações Sol-Terra-Clima (Echer et al. 2006).

Dentre os componentes da atmosfera, a cobertura de nuvens


é o principal agente nos processos de absorção e espalhamento da
luz solar que incide sobre a Terra, seguido pelos gases e pelos
aerossóis. Devido à isso, informações contínuas sobre a cobertura de
nuvens são de grande importância e auxiliam na compreensão de
várias questões ainda em aberto em diversas áreas das ciências
atmosféricas e meio ambiente.

Nuvens são os agentes que apresentam maior variabilidade


no tempo e maior impacto sobre a energia radiante do Sol. Elas
interagem com a radiação solar tanto na faixa espectral do visível,
quanto no infravermelho, por isso desempenham um papel de
grande importância dentro do balanço radiativo do planeta.

Nessa apostila iremos abordar sua importância nas Ciências


agrárias, assim como sua formação, composição, tipos de nuvens,
equipamentos, de modo que torne o estudo o mais compreensível
possível e de forma mais prática.

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2. ORIGEM E FORMAÇÃO

2.1 Origem

As nuvens são originadas devido ao arrefecimento do ar até a


condensação da água, devido à subida e expansão do ar. É o que
sucede quando uma parcela de ar sobe para níveis onde a pressão
atmosférica é cada vez menor e o volume de ar se expande. Esta
expansão requer energia que é absorvida do calor da parcela, e, por
isso, a temperatura desce. Este fenômeno é conhecido por
resfriamento adiabático. A condensação e congelamento ocorrem
em torno de núcleos apropriados, processos que resultam ao
arrefecimento adiabático, o qual, em troca, resulta de ar ascendente.

2.2 Formação

A origem de uma nuvem está no calor que é irradiado pelo Sol


atingindo a superfície de nosso planeta. Este calor evapora a água
que sobe por ser menos denso que o ar ao nível do mar. Ao
encontrar regiões mais frias da atmosfera o vapor se condensa
formando minúsculas gotinhas de águas que compõem então as
nuvens.

Na atmosfera as gotículas de nuvem não crescem a partir de


gotículas menores porque o alto grau de supersaturação necessário
para a condensação de gotículas muito pequenas não ocorre na
atmosfera real. A atmosfera contém abundância de núcleos de
condensação, como partículas microscópicas de poeira, fumaça e sal,
que fornecem superfícies relativamente grandes sobre as quais a
condensação ou deposição pode ocorrer. Muitos núcleos tem raios

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maiores que 1 mm, o que significa que os núcleos são
suficientemente grandes para facilitar a condensação das gotículas
em umidades relativas que raramente excedem 101%. Mais
importante que a presença de núcleos relativamente grandes,
contudo, é a presença de núcleos higroscópicos, que tem uma
afinidade química especial (atração) por moléculas de água (por
exemplo, sais marinhos). A condensação começa sobre estes núcleos
em umidades relativas abaixo de 100%.

Quando a condensação ocorre, a taxa de crescimento inicial


das gotículas é grande, mas diminui rapidamente porque o vapor
d’água disponível é facilmente consumido pelo grande número de
gotículas em competição. O resultado é a formação de uma nuvem
com muitas minúsculas gotículas de água, todas tão minúsculas que
permanecem suspensas no ar.

Mesmo em ar muito úmido o crescimento destas gotículas de


nuvem por condensação adicional é lento. Além disso, a imensa
diferença de tamanho entre gotículas de nuvem e gotas de chuva
(são necessárias aproximadamente um milhão de gotículas de nuvem
para formar uma só gota de chuva) sugere que a condensação
sozinha não é responsável pela formação de gotas suficientemente
grandes para precipitar.

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Figura 1 - Formação das Nuvens
Fonte: Física - UFPR

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3. NUVENS

3.1 Forma e composição


3.1.1 Forma

O aspecto de uma nuvem depende essencialmente da


natureza, dimensões, número e distribuição no espaço das partículas
que a constituem. Depende também da intensidade e da cor da luz
que a nuvem recebe, bem como das posições relativas do observador
e da fonte de luz (sol e a lua) em relação à nuvem.

Quanto ao seu aspecto, as nuvens podem ser:

 Estratiformes: nuvens de desenvolvimento horizontal


que cobrem grande área, possuindo pouca espessura e
precipitação de caráter leve e contínuo.
 Cumuliformes: nuvens de desenvolvimento vertical de
grande extensão que surgem de formas isoladas com
precipitação forte, em pancadas e localizadas.

Com base na altitude, as nuvens mais comuns na troposfera


são agrupadas em quatro famílias:

 Nuvens altas: Possuem bases acima de 6 km.


 Nuvens médias: Possuem bases entre 2 a 4 km de altura
nos pólos, entre 2 a 7 km em latitudes médias, e entre 2 a
8 km no equador.
 Nuvens baixas: Possuem bases até 2 km de altura.
 Nuvens com desenvolvimento vertical: São aquelas
geradas pelos movimentos convectivos que formam

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nuvens tipo Cumulus, que nos trópicos podem chegar a
ultrapassar os 18 km de extensão. As nuvens de
desenvolvimento vertical são as únicas que produzem
raios e trovões.

Figura 2 - Aspectos das nuvens


Fonte: Acervo Nova escola
3.1.2 Composição

As nuvens são volumes com alta concentração de gotículas de


água e/ou cristais de gelo em suspensão na atmosfera, podendo
ocorrer em qualquer região da Terra entre a superfície e a
tropopausa (Echer et al. 2006).

As nuvens podem ser líquidas (constituídas por gotículas de


água), sólidas (constituídas por cristais de gelo) e mistas (constituídas

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por gotículas de água e cristais de gelo). De acordo com o Atlas
Internacional de Nuvens da WMO (World Meteorological
Organization), as quatro famílias possuem as seguintes composições:

 Nuvens altas: Sólidas.


 Nuvens médias: Líquidas e mista.
 Nuvens baixas: Líquidas.
 Nuvens de desenvolvimento vertical: Líquidas na base e
sólidas em sua região superior.

3.1.3 Classificação das Nuvens

Nuvens são classificadas com base em dois critérios: altitude e


aparência. A altitude foi mencionada no bloco anterior. A aparência
se divide em três vertentes: Cirrus, Cumulus e Stratus. Essa
classificação foi criada por um cientista britânico chamado Luke
Howard em 1803, onde utilizou palavras em latim para nomear as
nuvens, que são basicamente: Cirrus, que significa tufo de cabelo;
Cumulus, que significa amontoado; Stratus, que significa camada; e
Nimbus, que significa chuva. O sistema usado atualmente é baseado
no sistema original de Howard.

Serão apresentados os 10 principais tipos de nuvens (Cirrus,


Cirrocumulus, Cirrostratus, Altocumulus, Altostratus, Nimbostratus,
Stratocumulus, Stratus, Cumulus e Cumulonimbus) listados pelo Atlas
Internacional de Nuvens de acordo com a sua altitude.

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Figura 3 - Tipos de nuvens
Fonte: Física - UFPR

3.1.3.1 Nuvens altas


 Cirrus (Ci)

São nuvens isoladas, em forma de filamentos brancos e


delicados, ou de bancos ou faixas estreitas brancas, ou em sua
maioria branca. Estas nuvens têm um aspecto fibroso (cabeludo) ou
um brilho sedoso, ou ambos

 Cirrocumulus (Cc)

Banco, lençol ou camada delgada de nuvens brancas, sem


sombra própria, compostos de elementos muito pequenos em forma
de grânulos, rugas, etc, soldados ou não, e dispostos mais ou menos
regularmente; a maioria dos elementos tem uma largura aparente
inferior a um grau.

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Quando organizada, a nuvem Cirrocumulus gera um efeito
ondulado diferente do Cirrus e o aspecto do véu como Cirrostratus.
Cirrocumulus são menos comuns do que os Cirrus e cobrem uma área
pequena do céu. Às vezes, Cirrocumulus são confundidos com
Altocumulus, porém, tem uma massa individual menor e não lançam
sombra em outros elementos.

 Cirrostratus (Cs)

Véu de nuvens transparente e esbranquiçado, de aspecto


fibroso (cabeleira) ou liso, cobrindo inteiramente ou parcialmente o
céu, e dando geralmente lugar a fenômenos de halo (anel de luz que
rodeia o Sol ou a Lua).

Cirrostratus podem ser tão finas e transparentes que as


nuvens são quase imperceptíveis. Neste caso, o efeito de halo é a
única indicação da sua presença. Cirrostratus frequentemente
precedem uma tempestade avançada. Esta nuvem é a boa precursora
da precipitação, indicando que isto pode ocorrer dentro de 12 a 24
horas, especialmente se seguidos de nuvens de tipo médio.

3.1.3.2 Nuvens médias


 Altocumulus (Ac)

Banco, lençol ou camada de nuvens brancas ou cinzentas, ou


simultaneamente brancas e cinzentas, tendo geralmente sombras
próprias, em forma de lamínulas, seixos, rolos, etc., de aspecto às
vezes parcialmente fibroso ou difuso, soldados ou não; a maioria dos

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pequenos elementos dispostos regularmente tem geralmente uma
largura aparente compreendida entre um e cinco graus.

Muitas vezes, Altocumulus são confundidas com nuvens dos


tipos Cirrocumulus ou Stratocumulus, mas os glóbulos da
Altocumulus parecem maiores do que os Cirrocumulus e menores do
que os Stratocumulus. Nuvens Altocumulus que se parecem como
"castelos pequenos" no céu são chamadas de Altocumulus
castellanus, e indica a presença de ar ascendente no nível das
nuvens.

 Altostratus (As)

Estas nuvens são brancas ou cinzentas e podem criar um véu


ou lençol fibroso numa área imensa, muitas vezes obscurecendo o
Sol ou a Lua. Às vezes, nuvens Cirrostratus grossas são confundidas
com nuvens Altostratus fibrosas, mas Altostratus não produzem o
efeito de halo. Precipitações infrequentes em formas de neves ou
chuviscos podem acompanhar estas nuvens. Altostratus são comuns
adiantes de frentes quentes.

3.1.3.3 Nuvens Baixas


 Nimbostratus (Nb)

Camada de nuvens cinzenta, muitas vezes sombria, com um


aspecto embaciado em consequência de pancadas mais ou menos
contínuas de chuva ou de neve que, na maioria dos casos atingem o
solo. A espessura desta camada é, em toda sua extensão, suficiente

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para ocultar completamente o sol. Existem frequentemente, embaixo
da camada, nuvens baixas esfarrapadas, soldadas ou não a ela.

Às vezes, Nimbostratus finas são confundidas com Altostratus


grossas, mas Nimbostratus são geralmente mais cinzentas e o Sol ou
a Lua não podem penetrar as suas camadas. A visibilidade debaixo de
Nimbostratus é geralmente inferior, porque a chuva evapora-se e
mistura-se com o ar nesta região. Se o ar torna-se saturado, uma
camada inferior de nuvens ou nevoeiro pode formar debaixo da base
original. Estas nuvens inferiores parecem como fragmentos
irregulares e são chamadas de Stratus fractus, ou scud.

 Stratocumulus (Sc)

Banco, lençol ou camada de nuvens cinzentas ou


esbranquiçadas ou ao mesmo tempo cinzentas e esbranquiçadas,
tendo quase sempre partes escuras, em forma de lajes, seixos, rolos,
etc. de aspecto não fibroso (exceto a virga), soldadas ou não; a
maioria dos elementos pequenos dispostos regularmente tem uma
largura aparente superior a cinco graus.

 Stratus (St)

Camada de nuvens geralmente cinzenta, com base bastante


uniforme, podendo dar lugar à garoa, prismas de gelo ou neve
granular. Quando o sol é visível através da camada, seu contorno é
nitidamente visível. O Stratus não dá lugar a fenômenos halo, exceto

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eventualmente nas temperaturas muito baixas. Às vezes, o Stratus se
apresenta sob a forma de bancos esfiapados.

3.1.3.4 Nuvens de Desenvolvimento Vertical


 Cumulus (Cu)

Nuvens isoladas geralmente densas e de contornos bem


definidos, desenvolvendo-se verticalmente em forma de mamelões,
domos ou de torres, e cuja parte superior, cheia de protuberâncias,
assemelha-se muitas vezes a uma couve-flor (Cumulus congestus). As
partes destas nuvens iluminadas pelo sol são, na maioria das vezes,
de um branco brilhante; sua base, relativamente sombria, é
sensivelmente horizontal. Os Cumulus são às vezes esfarrapados.

Nuvens Cumulus raramente produzem precipitação suficiente.


Os Cumulus que não crescem muito verticalmente são chamados de
Cumulus humilis, ou "Cumulus de tempo bom." Se as nuvens são
pequenas e parecem como fragmentos irregulares, elas são
chamadas de Cumulus fractus.

As Cumulus congestus são grandes nuvens isoladas, mas


ocasionalmente, algumas nuvens crescem numa linha de nuvens
altas. Cumulus congestus sempre produzem precipitação de
pancadas. Se o Cumulus congestus continua a crescer verticalmente,
ele torna-se um grande Cumulonimbus.

 Cumulonimbus (Cb)

Nuvem densa e possante, de considerável dimensão vertical,


em forma de montanha ou de enormes torres. Uma parte, pelo
menos, da sua região superior, é geralmente lisa, fibrosa ou estriada,

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e quase sempre achatada; esta parte se desenvolve, muitas vezes,
em forma de bigorna ou de um vaso penacho.

Debaixo da base desta nuvem, frequentemente muito escura,


existem normalmente nuvens baixas esfarrapadas, soldadas ou não
com ela, e precipitações, às vezes sob a forma de virga.

A condensação de vapor de água dentro de uma


Cumulonimbus libera tremendas quantidades de energia, resultando
no desenvolvimento de violentas correntes de ar ascendentes e
descendentes. A parte inferior e mais quente da nuvem é geralmente
composta somente de gotículas de água.

Na parte superior da nuvem, os ventos espalham os cristais de


gelo e formam um anil característico. Cumulonimbus podem produzir
todas as formas de precipitação, incluindo grandes gotículas de
chuva, neve e às vezes granizos, que caem em pancadas fortes. Uma
trovoada é uma nuvem Cumulonimbus capaz de produzir raios,
trovão e tornados violentos.

3.2 Efeitos e consequências

Segundo o Atlas Internacional de Nuvens (1975), quando a


altitude de uma nuvem se torna conhecida, pode-se ter uma
utilidade para quem observa e aplicar a determinadas atividades.
Isso implica especialmente a efeitos e consequências positivas
e negativas que as nuvens podem trazer, seja por sua composição,
seja pela sua forma.

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3.2.1 Visibilidade

Podemos definir visibilidade como a distância máxima em que


um objeto pode ter suas características observadas sem maiores
interferências, ou seja, pode ser visto e identificado. A visão ou
transparência na atmosfera é interferida pelo grau de visibilidade.
O ideal seria realizar a observação de objetos sem o auxilio de
demais instrumentos, o que muitas vezes se torna impossível devido
a presença de nevoeiros, precipitação, nuvens baixas, entre outras
formas, todas conectadas em como a atmosfera reage a diferentes
mudanças de pressão.
A visibilidade diurna, por exemplo, pode ter sua interferência
devido à esfericidade que a terra apresenta e tende a pior com as
mudanças meteorológicas de uma localidade.
Por outro lado, a visibilidade noturna está relacionada com a
quantidade de luzes e também da sua intensidade emitida por corpos
celestes, como a lua. Tal visibilidade foi em tempos remotos um guia
para embarcações e expedições além-mar, sendo utilizado ainda hoje
como recurso natural quando o céu não está encoberto de nuvens.
Ainda assim, temos a presença das chamadas nuvens de
luminosidade noturna que podem auxiliar na navegação,
posicionamento ou apenas a iluminação natural em certos pontos do
planeta.
Nuvens de desenvolvimento vertical com topos de grandes
altitudes são preocupantes aos navegantes de tráfego aéreo, não
apenas pela baixa visibilidade, mas pela associação com correntes
ascendentes e descendentes de ventos, chuva forte, raios e trovões.
Tal fenômeno afeta a rota aérea, ocasionando em pilotos
inexperientes e negligentes, adversidades em pleno vôo como é o

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caso das turbulências que nada mais são do que fenômenos causados
pela ultrapassagem de uma camada de nuvens ou correntes de
vento.

3.2.2 Nebulosidade

O Centro de Hidrografia da Marinha do Brasil (2015), afirma


que “o conhecimento da estrutura e dos processos que dão causa à
formação e à dissipação das nuvens é fundamental para uma perfeita
observação da nebulosidade”.
Partindo dessa máxima, a nuvem é uma aglomeração de
gotículas de água, cristais de gelo ou ambos, sendo um recurso
valioso ao meteorologista, pois é o termômetro do que se passa na
atmosfera.
Nebulosidade, no entanto nada mais é que a fração do céu
recoberta de nuvens no momento da observação, considerando nível
alto, médio e baixo. Para nebulosidade total, deve-se observar a
quantidade de estrelas visíveis, o quão denso está o céu de nuvens e
como se torna impossível a visibilidade, logo, segundo o Centro de
Hidrografia da Marinha do Brasil, se os corpos celestes podem ser
vistos através do nevoeiro, o céu estará limpo.
Para nebulosidade parcial, nesse tipo de observação, o
observador poderá se beneficiar das informações de aeronaves que
tenham voado acima das nuvens inferiores. Essas observações são
usadas em aeroportos, pois assim pode-se observar a evolução das
nuvens para situações duvidosas ou precisas.
O nevoeiro pode ser definido por meio da condensação de
vapor nas camadas mais baixadas da atmosfera, interferindo também
na visibilidade, no entanto de forma horizontal.

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4. TIPOS MAIS COMUNS NO AMAZONAS

Durante um estudo feito em Manaus foi constatado que os


principais tipos de nuvens existentes na Amazônia são nuvens
convectivas (Wendisch et al., 2016). Onde as chuvas são provocadas
por dois tipos, que se classificam em rasas e profundas, convivendo
na época mais limpa do ano que é durante a estação chuvosa. Na
época poluída pela fumaça das queimadas, no entanto, as chuvas de
nuvens rasas desaparecem e apenas raras chuvas de nuvens
profundas são observadas, com muitos relâmpagos e trovões.
(Tavares, 2012)

Segundo Houze (1997) a convecção profunda é responsável


por altos índices de precipitação e possui um papel importante na
circulação de grande escala. Na convecção rasa, segundo o autor,
pouca (ou nenhuma) precipitação é gerada e os topos das
nuvensficam abaixo do nível de zero graus. Entretanto, este tipo de
convecção promove a mistura das propriedades termodinâmicas e
dinâmicas na direção vertical das nuvens

A precipitação convectiva é provocada por nuvens que


apresentam uma grande extensão vertical. Como por exemplo as
nuvens Cumulonimbos (Cb) com seu formato de bigorna no topo e
com base de aparência muito escura. Estas nuvens são responsáveis
pela ocorrência de chuvas intensas e de curta duração. Estas estão
associadas a fortes correntes descendentes (downdrafts), rajadas de
vento frio e grande atividade elétrica. (Araújo, 2015)

Estas nuvens de desenvolvimento vertical ou convectivas,


Cúmulus (Cu) e Cumulonimbos (Cb), dão normalmente precipitação

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sob a forma de aguaceiros. Se o nível de condensação está muito
elevado à precipitação evapora-se antes de alcançar o solo,
apresentando um aspecto esfriado por debaixo da nuvem. A este tipo
de precipitação dá-se o nome de virga. Noutras ocasiões as correntes
ascendentes são de tal modo intensas que as gotas são arrastadas
até níveis bastante elevados, muito acima do nível de gelo. Neste
caso a precipitação é sólida e chama-se granizo.

Dentre as nuvens já descrevidas nos tópicos anteriores, no


Amazonas tem-se cinco gêneros de nuvens mais comumente
encontradas:

1. Cumulus (Cu)

Figura 4: Cumulus
Fonte: Meteoropole

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2. Cumulunimbus (Cb)

Figura 5: Cumulunimbus
Fonte: Foto de Adoney de Paula. Tirada no comando geral da PM no bairro de
Petrópolis, Manaus – AM.

3. Stratus (St)

Figura 6: Stratus
Fonte: Wild about utah

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4. Stratocumulus (Sc)

Figura 7: Stratocumulus
Fonte: Geofísica

5. Altocumulus

Figura 8: Altocumulus
Fonte: Geofísica

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5. EQUIPAMENTO PARA LOCALIZAR ALTURA DAS NUVENS

A altura da base da nuvem deve ser obtida de preferência por


medição. Os principais métodos usados para se obter a altura das
nuvens são:
1) balão piloto;
2) feixe luminoso;
3) tetômetro;
4) métodos indiretos;
5) clinômetro;
6) tetômetro a laser;

 Balão piloto
Determina-se a altura da base da nuvem, anotando o tempo
decorrido entre a largada do balão e o seu desaparecimento na base
da nuvem. Admite-se que o balão sobe a uma velocidade fixa
conhecida desde que o vento não seja muito forte, a altura das
nuvens até 800 m. Devem ser esféricos, de borracha e cheios de
modo a subir a uma velocidade de cerca de 120 a 150 m/s. Para
observar o balão deve usar-se um teodolito, um binóculo ou um
telescópio.

Figura 9: Lançamento de balão piloto para determinar altura de nuvens.


Fonte: Diário online.

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 Projetor luminoso ou feixe luminoso

É o processo mais prático para se medir a altura da base das


nuvens. Até 3000 pés quase todo o tipo de holofote e projetor,
contanto que forneça um feixe suficientemente intenso e estreito,
pode ser usado à noite para medir a altura das bases das nuvens.
Assim, projeta-se para a base da nuvem, um raio luminoso, a
um ângulo conhecido, e de um dos extremos de uma distância
horizontal fixa. A linha de base e o raio projetado devem situar-se no
mesmo plano vertical.
Um observador colocado no outro extremo da linha de base,
mede por meio de um clinómetro o ângulo formado pela horizontal e
a mancha luminosa projetada na nuvem. Para determinar a altura da
base da nuvem, h, poderão utilizar-se tabelas, em que as entradas
são: comprimento da linha de base, ângulo do raio luminoso, h, e a
altura e a mancha luminosa.

Figura 10: Feixe luminoso.


Fonte: Mapio.net.

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 Tetômetro

Este instrumento foi idealizado para substituir com vantagem


todos os aparelhos e métodos usados na obtenção da altura da base
das nuvens.

Registra com precisão a altura até 3000 metros. Entre 3000 e


5000 metros é de pouca precisão e acima de 6000 metros o seu
registro é duvidoso. Possui um projetor, receptor e um registrador.

Projeta um feixe de luz verticalmente até a base das nuvens;


medir o ângulo acima da horizontal onde o feixe de luz incide na base
e registra esse ângulo. Quando o ângulo e a distância entre o projetor
e o receptor são conhecidos, a altura da base das nuvens pode ser
determinada por meios trigonométricos.

Figura 11: Estimativa visual com comparação de altura conhecida.


Fonte: Viagens a solta.

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 Clinômetros
Este processo é o da triangulação entre o ponto de
observação e a altura do facho luminoso, emitido verticalmente por
um projetor luminoso. O ângulo de visada do ponto luminoso na base
da nuvem é medido por este instrumento. Conhecidos o ângulo de
visada e a distância entre o projetor e o observador, torna-se fácil
obter a altura da base da nuvem.

Figura 12: Clinômetros.


Fonte: Azula.

 Tetômetro a Laser

Mede altura das nuvens até aproximadamente 3600 metros e


detecta precipitação.
Descrição - é um instrumento compacto contendo um
transmissor e um receptor em um caixa a prova d'água. A operação é
simples, numa série de pequenos pulsos de raios infravermelhos
emitidos verticalmente para a atmosfera. Os pulsos são então

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refletidos pela base da nuvem ou pela precipitação e detectados pelo
receptor ótico.
A fonte de luz do Tetômetro é um semicondutor a laser GaAs
O tempo que o pulso leva para ir do transmissor e voltar ao detector
é diretamente proporcional a altura da nuvem. Um detector silício
recebe estes pulsos que retornam e o transforma num sinal de vídeo.
Em alta velocidade num conversor analógico digital e um
software processa sinais especiais o que resulta em um perfil de
intensidade vertical preciso para diferenciar nuvens de nevoeiro,
névoa seca, chuva e neve.
Relatórios das duas mais baixas camadas detectadas são
atualizados a cada 30 segundos. Pode ser acoplado a um micro e a
uma impressora para que os resultados possam ser utilizados ou
impressos.

Figura 13: Tetômetro a laser


Fonte: CEFET, RJ. 2012

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6. DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA REDE METEOROLÓGICA NO AMAZONAS

6.1 O que é uma estação meteorológica e suas funções

Forma-se uma estação meteorológica a partir da reunião de


vários instrumentos meteorológicos, que medem parâmetros
diferentes, adquirindo dessa forma dados sobre o clima local.

Alguns destes instrumentos são os anemômetros, mede a


velocidade do vento, barógrafo, registra a pressão atmosférica em
milímetros de mercúrio ou milibares, barômetro de mercúrio, mede a
pressão atmosférica em coluna de milímetros de mercúrio e em
hectopascal, heliógrafo, registra a insolação ou duração do brilho
solar, higrógrafo, registra a umidade do ar, piranógrafo, registra
continuamente as variações da intensidade da radiação solar global,
piranômetro, mede a radiação solar global ou difusa, pluviográfo,
registar a quantidade de precipitação pluvial em mm, pluviômetro,
mede a quantidade de precipitação pluvial em mm.

6.2 Mapa das estações meteorológicas no Brasil

Figura 14: Mapa de rede das estações metereológicas no Brasil


Fonte: Inmet

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6.3 Estações meteorológicas no Amazonas

 Estações automáticas: Segundo o INMET, uma estação


meteorológica automática é combinada por unidade de
memória central, data logger, ligada a vários sensores dos
parâmetros meteorológicos (direção e velocidade do vento,
pressão, temperatura e umidade relativa do ar, precipitação e
radiação solar) agregando desta forma os valores observados
a cada minuto e disponibilizando-os a cada hora”.

No Amazonas existem atualmente segundo o site do INMET


dezoito estações meteorológicas Automáticas localizadas nas cidades
de Apuí, Autazes, Barcelos, Boca do Acre, Coari, Eirunepé, Humaitá,
Itacoatiara, Lábrea, Manacapuru, Manaus, Manicoré, Maués,
Parintins, Presidente Figueiredo, Rio Urubu, São Gabriel da Cachoeira
e Urucará.

 Estações convencionais: Segundo o INMET, as estações


convencionais são compostas por vários sensores
independentes que registram sucessivamente os parâmetros
meteorológicos (pressão, atmosfera e umidade relativa do ar,
precipitação, radiação solar, direção e velocidade do vento,
etc.), que são lidos e registrados por um trabalhador que a
cada intervalo os envia a um centro coletor.

Segundo o INMET existem doze estações convencionais no


estado do Amazonas localizadas nas cidades de Barcelos, Benjamin
Constant, Codajás, Eirunepé, Fonte Boa, Iauaretê, Itacoatiara, Lábrea,
Manaus, Manicoré, São Gabriel da Cachoeira e Tefé.

28
7. APLICAÇÃO E USO DOS DADOS

7.1 Setor Primário

As atividades agropastoris estão fortemente sujeitas aos


efeitos do tempo e das condições climáticas. Desse modo, a
produção agrícola no contexto da diversidade climática é bastante
vantajosa. Graças a ela o Brasil pode vir a produzir em seu território
inúmeras variedades de produtos agrícolas, visto que possui uma
área territorial que abrange os tipos de clima: tropical, subtropical,
equatorial, semiárido, tropical de altitude e tropical atlântico. Mesmo
que o homem conquiste avanços tecnológicos e científicos, o clima
continua sendo a principal variável da produção agrícola. Portanto, o
conhecimento é fundamental para que se obtenha uma boa
produção.

Conhecer o clima e o tempo de um determinado local


oferecem, aos agentes envolvidos na produção, várias vantagens, tais
como:

• Programar a produção, como determinação da época de


plantio das frutíferas.

• Períodos críticos para as culturas, como épocas de


deficiência hídrica.

• Previsão de ocorrência de pragas e doenças

• Fornecimento de subsídios governamentais para a


colonização de novas áreas.

• Auxilia na introdução de novas espécies e cultivares.

29
• É usado para elaboração do zoneamento agroclimático.

• Fornece subsídios para planejamento, cálculo e execução de


obras de irrigação.

• Conhecendo o clima e o tempo de uma região, tem-se a


vantagem de escolher espécies e cultivares que se adaptam a
mesma.

• Localização de jardins de acordo com as espécies usadas.

• Produzir em épocas de entressafra.

• Instalação de medidas de proteção, como estufas,


sombrites, quebra-vento, entre outras.

Devido às grandes variações nas condições climáticas, nas


características dos solos e das culturas é sempre recomendável que
antes de se realizar qualquer cultivo se verifique ou se faça o
zoneamento agroclimatológico. O mesmo consiste de acordo com as
principais variáveis relativas à cultura, ao clima e ao solo, permitindo
se a mesma pode ou não ser cultivada em nossa região, e se possível
sua época recomendada para o plantio e quais os riscos climáticos a
que está sujeito tal cultivo. Um elemento importante para o cultivo
de plantas e bastante considerado para o zoneamento
agroclimatológico é a “soma térmica ou total de graus-dia”.

7.2 Aeronáutica/ Voos

De acordo com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo


(DECEA), a informação meteorológica é muito importante para a
segurança das operações aéreas, contribuindo para o conforto dos

30
passageiros e facilitando o estabelecimento de rotas mais rápidas,
econômicas e de voos regulares.

Há diversos fatores que podem contribuir para a causa de um


acidente aeronáutico, entre eles, o tempo é o único fator
contribuinte a um acidente sobre o qual o homem não exerce
nenhum controle.

Lidar com o tempo, porém, é uma tarefa difícil, pois este se


encontra em constante mudança. Em contrapartida, o homem pode
prever com certa precisão quando determinado fenômeno vai
ocorrer.

Segundo Sonnemaker (2012), são várias as condições


meteorológicas desfavoráveis à aviação, como por exemplo; a
formação de gelo na aeronave, nevoeiros, nuvens Cumulonimbus,
granizo, relâmpago, entre outros.

Ao longo do voo, o comandante acompanha a meteorologia


com três ferramentas: A mais básica é se comunicar com o controle
de tráfego aéreo através do serviço Volmet, que passa informações
atualizadas por rádio, informando o que mudou desde a partida do
voo.

A segunda alternativa é se comunicar com a companhia aérea


pelo ACARS (Aircraft Communications Addressing and Reporting
System– uma espécie de computador de bordo ligado por satélite),
por voz ou por escrito. Este é um serviço privado, que as companhias
têm por satélite, e a empresa aérea ajuda a tomar decisões.

31
Por último, temos o radar meteorológico, com um princípio
de funcionamento dos anos 1930. Ele mostra na tela do piloto uma
imagem vertical, escaneando as nuvens e permitindo interpretar o
centro delas.

32
8 IMPORTÂNCIA NAS CIÊNCIAS AGRÁRIAS

As experiências em todos os países mostram que a


disponibilidade das informações climatológicas e meteorológicas, por
si só, e por mais exatas que sejam, não contribuem muito para
melhorar as condições da agricultura, pecuária e pesca, se colocadas
de forma isolada e fora de contexto. As informações meteorológicas
e hídricas devem ser relacionadas adequadamente, e no devido
tempo, ao processo de tomada de decisão para minimização dos
riscos climáticos no setor de produção de grãos e de carne, e em
apoio ao agronegócio no Brasil.

No geral, quando pensamos na influência do conhecimento


das nuvens e sistemas climatológicos e meteorológicos nas ciências
agrárias, observamos que a Meteorologia atua como uma instituição
de fronteira, interatuando mais com o governo federal, estadual e
municipal e com o setor privado para interferir construtivamente na
elaboração de melhores Políticas Públicas para o Setor Agrícola.

Ampliar as ações entre as ciências agrárias, geofísicas e as


ciências sociais, biológicas e econômicas, para que, entendendo as
ações e os autores de cada parte, possamos construir um fluxo real
de informações válidas e úteis, e que haja uma interação entre
ambos os lados, nas atividades de demanda e produção de
informações.

33
9 TABELAS RESUMO

9.1 SÍNTESE

Estratiformes
Aspecto
Cumulifromes

Altas (sólidas)
Estágios
Médias (mistas)

Baixas (líquidas)
Cirrus (CI), Cirrocumulus (CC), Cirrostratus (CS),
Altostratus (AS), Altocumulus (AC), Stratus (St),
Tipos de nuvens
Stratocumulus (SC), Nimbostratus (NS), Cumulus
(Cu), Cumulonimbus (CB)
Advecção
Formação
Orográficas

9.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS TIPOS DE NUVENS

CARACTERÍSTICA FORMAÇÃO
Provém muitas vezes do
Cirrocumulos, Altocumulos ou
Cumulonimbus. Podem
Nuvens com aspecto delicado,
igualmente resultar da
CIRRUS sedoso ou fibroso, cor branca
transformação de um
brilhante.
Cirrostratus de espessura não
uniforme, e cujas partes mais
finas se evaporaram.

34
Podem ter nascimento no ar
Nuvens delgadas, compostas límpido. Resultar da
de elementos muito pequenos transformação dos Cirrus ou
CIRROCUMULUS em forma de grânulos e rugas. dos Cirrostratus, ou da
Indicam base de corrente de diminuição da dimensão dos
jato e turbulência. elementos constitutivos de
uma camada de Altocumlus.

Sua formação é em ascensão


lenta, a níveis elevados de
camadas de ar com grande
Nuvem com véu transparente, extensão horizontal. O
fino e esbranquiçado, sem Cirrostratus pode resultar da
CIRROSTRATUS ocultar o sol ou a lua, fusão de Cirrus ou de
apresentam o fenômeno de elementos de Cirrocumulus;
halo (fotometeoro). também pode ser formado
pela queda de cristais de gelo
que se desprendem dos
Cirrocumulus;
Formam-se nas bordas de uma
camada extensa de ar
ascendente; em consequência
de turbulência ou de
Banco, lençol ou camada de
convecção em nível médio.
nuvens brancas ou cinzentas,
Podem provir do aumento das
ALTOCUMULOS tendo geralmente sombras
dismensões ou do
próprias. Constituem o
espessamento de alguns
chamado "céu encarneirado".
elementos, de um lençol ou de
uma camada de Cirrocumulus,
ou, da subdivisão de uma
camada de Stratocumulus.

35
Formam-se em massas de ar
Possui camadas cinzentas ou
estável, quando no local onde
azuladas, muitas vezes
se formam a umidade é
associadas a Altocumulus;
moderada e a temperatura é
compostas de gotículas
ALTOSTRATUS relativamente alta. Anunciam
superesfriadas e cristais de
frequentemente a chegada de
gelo; não formam halo,
uma frente quente e podem
encobrem o sol; precipitação
ser acompanhadas de alguns
leve e contínua.
chuviscos.
Resulta da lenta ascensão de
camadas de ar a alturas
elevadas. Pode provir do
Aspecto amorfo, base difusa e espessamento de um
baixa, muito espessa, escura Altostratus; resultar do
NIMBOSTRATUS ou cinzenta; produz espessamento de uma camada
precipitação intermitente e de Stratocumulus ou de
mais ou menos intensa. Altocumulus. Em certas
ocasiões, o Nimbostratus
provém da expansão do
Cumulonimbus.
Podem formar-se dos
Altocumulus, em
consequência do aumento de
alguns elementos. Às vezes
Lençol contínuo ou tem origem em atmosfera
descontínuo, de cor cinza ou límpida; podem provir da
esbranquiçada, tendo sempre transformação de um
STRATOCUMULUS
partes escuras. Quando em Nibostratus. Os Stratocumulus
vôo, há turbulência dentro da resultam da ascensão de uma
nuvem. camada de Stratus ou da
transformação convectiva ou
ondulatório de um Stratus,
com ou sem variação de
altitude.

36
O Stratus em camada resulta
da queda da temperatura nas
camadas mais baixas da
atmosfera. Em fragmento,
Muito baixas, em camadas
constitui um curto estado
uniformes e suaves, cor cinza;
transitório, no curso da
coladas à superfície é o
formação ou da desagregação
nevoeiro; apresenta topo
STRATUS de camadas contínuas sob a
uniforme (ar estável) e produz
forma de nuvens anexas, em
chuvisco (garoa). Quando se
consequência da turbulência
apresentam fracionadas são
que se manifesta nas camadas
chamadas fractostratus (FS).
de ar umedecidas pelas
precipitações de um
Altostratus, Nimbostratus,
Cumulonimbus ou Cumulus.
Contornos bem definidos
assemelham-se a couve-flor;
máxima frequência sobre a Origina-se sob o efeito das
terra de dia e sobre a água de correntes convectivas que
noite. Podem ser orográficas aparecem quando o
ou térmicas (convectivas); decréscimo da temperatura
CUMULOS apresentam precipitação em nas camadas baixas da
forma de pancadas; correntes atmosfera é forte. É precedida
convectivas. Quando se da aparição de regiões
apresentam fraccionadas são nevoentas, onde as nuvens
chamadas Fractocumulus (FC). começam a se desenvolver.
As muito desenvolvidas são
chamadas cumulus congestus.
Desenvolvem-se de um
Nuvem de trovoada; base
Cumulus fortemente
entre 700 e 1.500 m, com
desenvolvido, por um
topos chegando a 24 e 35 km
processo de evolução
de altura, sendo a média entre
contínua. Podem às vezes se
9 e 12 km; Caracterizadas pela
CUMULONIMBUS desenvolver de um
"bigorna": o topo apresenta
Stratocumulus ou
expansão horizontal devido
Altocumulus, cujas partes
aos ventos superiores,
superiores apresentam
lembrando a forma de uma
protuberâncias em forma de
bigorna de ferreiro.
torres.

37
10 FOTOGRAFIAS

Nuvens altas

Figura 15: Cirrus


Fonte: ATLAS DE NUVENS, 1972.

Figura 16: Cirroscumulus


Fonte: ATLAS DE NUVENS, 1972.

38
Figura 17: Cirrostratus
Fonte: Atlas de Nuvens, 1972.

Nuvens médias

Figura 18: Altocumulus


Fonte: Atlas de Nuvens, 1972.

39
Figura 19: Altostratus
Fonte: Atlas de Nuvens, 1972.

Nuvens baixas

Figura 20: Nimbostratus


Fonte: Atlas de Nuvens, 1972.

40
Figura 21: Stratocumulus
Fonte: Atlas de Nuvens, 1972.

Figura 22: Stratus


Fonte: Atlas de Nuvens, 1972.

41
Figura 23: Cumulus
Fonte: Atlas de Nuvens, 1972.

Figura 24: Cumulonimbus


Fonte: Atlas de Nuvens, 1972.

42
Nuvem orográfica

Figura 25: Nuvem orográfica


Fonte: Meteoropole, 2011.

Nuvens especiais

Figura 26: Nacarada


Fonte: Estação McMurdo – Antártida, 2009.

43
Figura 27: Noturna Luminosa
Fonte: Space Wather, 2008.

Figura 28: Rastro de condensação


Fonte: Porto Alegre, 2012.

44
Figura 29: Nuvem de incêncio (Pyrocumulus)
Fonte: Beaver, 2014.

Figura 30: Nuvem vulcânica


Fonte: Hype Science. Puyehue, Chile, 2011.

45
11 REFERÊNCIAS

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nordeste brasileiro utilizando dados do radar a bordo de um satélite TRMM.
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