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Por que devemos nos preocupar com as mudanças climáticas?

As mudanças climáticas são responsáveis por diversos problemas ambientais e sociais que
assolam o mundo atualmente.

Você já ouviu falar em mudanças climáticas? Se não, saiba que esse é um dos maiores desafios
da sociedade atualmente. As ações antrópicas têm provocado inúmeros danos ao meio
ambiente, e as consequências disso estão cada vez mais presentes em nossas vidas.

As mudanças climáticas nada mais são do que as transformações nos padrões climáticos ao
longo do tempo. Essas mudanças podem ser de ordem natural, como a variação da incidência
solar e as dinâmicas da litosfera que resultam em perturbações na superfície, ou pela ação do
homem, que é considerada por muitos estudiosos e ambientalistas o principal fator das
alterações no comportamento climático. Mas você sabe por que devemos nos preocupar com
as mudanças climáticas?

1º) A temperatura da Terra está aumentando

A temperatura da Terra aumentou consideravelmente nos últimos anos. Estudos revelam que,
nos últimos 150 anos, a temperatura do planeta elevou-se de maneira considerável: cerca de
0,2°C a cada década.

De acordo com o relatório publicado em 2007 pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas (IPCC), até 2100, a temperatura global sofrerá um aumento entre 1,8°C e 4°C, cenário
que é considerado extremo e de consequências catastróficas. No ano de 2017, a temperatura
aumentou aproximadamente 0,83°C com relação à temperatura registrada entre 1951 e 1980.
Segundo dados da Nasa e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (Nooa), o ano de
2016 bateu o recorde de temperatura média anual, sendo considerado o ano mais quente da
história.

Esse aumento não foi ao acaso. Após a Revolução Industrial, o clima mudou consideravelmente,
em razão das toneladas de dióxido de carbono e outros gases poluentes lançados à atmosfera
pelas fábricas e carros. Esses gases, chamados de gases de efeito estufa, possuem a capacidade
de absorver radiação solar, evitando que todo o calor que chega até a superfície terrestre
retorne ao espaço. São, portanto, responsáveis pela intensificação do fenômeno chamado efeito
estufa, que é essencial à existência de vida na Terra, pois mantém o equilíbrio energético e a
temperatura média da Terra em 14ºC.

Se há um grande aumento desses gases na atmosfera, consequentemente há maior


aprisionamento de calor, elevando a temperatura e ocasionando o que se entende como
aquecimento global. Se esse aumento não for contido, as consequências serão irreversíveis.

2°) Aumento do nível do mar

O considerável aumento da temperatura média da Terra tem provocado um grande problema:


o aumento do nível do mar. As águas oceânicas absorvem calor, o que tem favorecido o
derretimento das geleiras. A estimativa do IPCC de 2014 é de que os oceanos poderiam elevar-
se em quase 1 metro (em comparação ao nível registrado entre 1986 e 2005), se o aumento da
temperatura global limitar-se em 2ºC.

Caso haja um aumento maior que o previsto, o aumento do nível do mar pode ficar entre 36 cm
e 126 cm. Isso significa que cerca de 1,79 milhão de quilômetros quadrados de área continental
será tomado por água e cerca de 187 milhões de pessoas terão que se deslocar.
E não só os seres humanos sofrerão com esse cenário. A sobrevivência de diversas espécies,
como o urso-polar, está em risco. As mudanças no clima fazem com que esses animais precisem
deslocar-se por muito mais tempo a fim de encontrar alimentos, além de modificar seu habitat.
Segundo a revista Ecology and Evolution, o aquecimento global pode provocar a extinção, em
50 anos, de 10% das espécies de sapos, rãs e pererecas endêmicas (só existem ali) do bioma
Mata Atlântica, no Brasil.

3°) Escassez de água

As alterações provocadas no clima, como o aumento das temperaturas, refletem-se também


nos padrões pluviométricos e, por conseguinte, no abastecimento dos recursos hídricos. O
aumento das temperaturas causa seca em algumas regiões, visto que há redução da umidade
do solo, fazendo com que ele absorva mais rapidamente o fluxo de água, impedindo o
abastecimento dos rios.

A baixa nos níveis dos cursos d'água, além de prejudicar o abastecimento doméstico, provoca
também desequilíbrio ambiental, levando à perda de inúmeras espécies. Outro problema
associado à escassez de água está relacionado com a produção de alimentos. A variação nos
regimes de chuva tem preocupado agricultores, que perdem suas safras em determinadas
épocas do ano. E se não há produção, não há abastecimento da população, portanto, faltam
alimentos, além de provocar inúmeros prejuízos aos agricultores.

Por fim, se falta água, sobra conflito. A falta de água já é um grande problema a ser enfrentado
no mundo todo, mas isso deve intensificar-se como consequência do aquecimento global. A
procura por esse recurso natural pode ser a causas de inúmeros conflitos.

4°) Favorecimento de eventos climáticos extremos

Enquanto algumas regiões do planeta enfrentarão a falta de água, outras terão que conviver
com o excesso dela. Assim como as chuvas em determinadas áreas se tornarão escassas devido
às mudanças climáticas, outras vivenciarão o aumento delas, ficando expostas às inundações.
Especialistas em clima associados ao IPCC afirmam que as mudanças climáticas causarão
episódios extremos nas próximas décadas.

Segundo pesquisadores da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, o aumento das


temperaturas provocará também o aumento de tempestades e, consequentemente,
inundações. A pesquisa também mostra que as cidades enfrentarão desafios no que tange à sua
infraestrutura para que possam lidar com as inundações.

Outra questão associada às mudanças climáticas é o aumento da incidência de furacões.


Segundo Tobias Geiger, especialista do Instituto Potsdam de Pesquisa sobre o Impacto
Climático, o aumento das temperaturas faz com que haja maior acúmulo de energia em maiores
distâncias nos oceanos, favorecendo a ocorrência de furacões, também chamados de ciclones
tropicais, até mesmo em áreas que antes não eram tão afetadas.
5°) Danos à saúde

De acordo com especialistas das academias de ciências da Europa, as mudanças climáticas estão
diretamente relacionadas à saúde humana. Os eventos extremos, como as secas e ondas de
calor, podem favorecer a disseminação de doenças transmitidas por alguns mosquitos que se
desenvolvem em lugares quentes, bem como agravar doenças respiratórias, em razão do
aumento da poluição atmosférica.

A Organização Mundial da Saúde e o Banco Mundial afirmam que as ondas de calor na Europa,
por exemplo, estão colocando em risco a saúde das pessoas. Em 2019, a França registrou mais
de 40°C em algumas regiões. Segundo Dann Mitchell, professor de Ciência Atmosférica da
Universidade de Bristol, na Inglaterra, essas ondas de calor registradas estão diretamente
logadas ao aquecimento global.

Na Índia, país do continente asiático, em 2019, foi registrada a morte de 36 pessoas em razão
de uma intensa onda de calor no país, cuja temperatura alcançou os 50°C. O Departamento de
Meteorologia indiano alertou a população quanto aos riscos de insolação e outras doenças
ocasionadas pelo aumento das temperaturas.

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