Você está na página 1de 5

Desenvolvimento

O aquecimento global nada mais é do que uma intensificação do chamado efeito estufa.
Este efeito é um fenômeno natural e importante para a Terra, pois permite o aquecimento
do planeta, porém sua amplificação é prejudicial.
O efeito estufa ocorre porque gases chamados ``gases de efeito estufa`` estão presentes na
atmosfera, que garantem que parte do calor que chega ao planeta seja retido. Um aumento
desses gases leva a uma maior retenção de calor e, portanto, a um aumento da
temperatura.Desta forma, ocorre um aumento anormal da temperatura média do nosso
planeta. Para se ter uma ideia, a temperatura média da superfície global aumentou cerca de
0,74ºC nos últimos 100 anos, e pesquisas mostram que esse aumento está intimamente
relacionado à atividade humana, que aumentou suas emissões de gases de efeito estufa,
como o dióxido de carbono, ao longo do anos.

As altas taxas de poluição são ameaçadoras à saúde do meio ambiente, uma vez que
contaminam e envenenam desde o centro até a parte mais superficial da Terra. Vale
ressaltar, por exemplo, que no Quinto Relatório de Avaliação do IPCC, a agência deixou
claro que as temperaturas globais subirão mais de 2ºC acima dos níveis pré-industriais até
2100 se medidas urgentes não forem tomadas para estabilizar as emissões de gases. Esse
crescimento pode ser catastrófico.
Os países mais afetados pelas mudanças climáticas provavelmente serão os países
tropicais, como o Brasil. De acordo com o relatório do IPCC, uma série de inundações é
provável devido a tempestades intensificadas e seca prolongada. Em ambos os casos, a
pecuária e a agricultura, bem como a sobrevivência de algumas espécies, podem ser
prejudicadas.

Além disso, algumas áreas podem sofrer fortes chuvas, o que levará a contínuos
deslizamentos de terra e inundações. Outra preocupação são as áreas costeiras, que
sofrerão com o aumento do nível do mar à medida que a temperatura média da Terra
aumentar e as geleiras derreterem.
As regiões secas do planeta sofrerão ainda mais com a escassez de água. Com isso, a água
potável, já escassa em algumas áreas, pode se tornar causa de mortes e disputas políticas.
Além disso, à medida que a seca se intensifica, os incêndios podem ocorrer com mais
frequência, causando perda de biodiversidade e ameaçando a segurança da vida das
pessoas.
Diante de um quadro tão pavoroso, não é difícil concluir que várias espécies de plantas e
animais serão extintas. Este fato já pode ser observado agora. Além disso, é provável que a
produção de alimentos diminua, pois qualquer mudança climática afetará diretamente o
cultivo de várias espécies. Assim, o acesso aos alimentos será difícil, não apenas porque a
produção é baixa, mas porque os preços tendem a subir.

É importante lembrar ainda que a saúde humana será severamente afetada pelas mudanças
climáticas. Problemas como insolação, alergias, doenças transmitidas por mosquitos
(como dengue e malária), desnutrição e fome provavelmente se intensificarão devido ao
aumento das temperaturas globais.
Mudanças Climáticas e Saúde Pública

As mudanças climáticas interferem na saúde podendo influenciar na propagação de


vetores, na qualidade das águas e na produção de alimentos, além de contribuir para a
poluição do ar.As doenças mais sensíveis a essas mudanças são as infecciosas, como
leishmaniose, malária e dengue e outras arboviroses. Além da hepatite, que por ocorrer por
veiculação hídrica é especialmente frequente em territórios carentes de saneamento básico.

Por isso, a Fiocruz realiza estudos prospectivos e de análise de riscos sobre doenças
emergentes, reemergentes e negligenciadas, para avaliar o impacto das alterações de clima
no surgimento ou ressurgimento dessas doenças. Para observar a relação entre mudanças
climáticas e saúde, a Fiocruz criou e/ou participa de algumas iniciativas, tais como:

Observatorio de Clima e Saúde – Primeiro da América Latina, criado por solicitação do


Ministério da Saúde para contribuir com políticas de controle dos impactos das mudanças
climáticas sobre a saúde. Por meio do projeto, a Fiocruz colabora com o Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), no núcleo Brasil, conhecido como Rede
Clima – IPCC Brasil.

Grupo de Trabalho Interinstitucional Clima, Saúde e Cidadania – Composto também pelo


DSAST/SVS/MS, pela Opas-Brasil, o Inpe e o Coep/Rede Nacional de Mobilização Social, o
que formaliza a participação institucional de um representante da Fiocruz no Fórum
Brasileiro de Mudanças Climáticas.

Centro de Conhecimento em Saúde Pública e Desastres – O site especializado, da


Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), conta com a colaboração do Centro de
Estudos e Pesquisas em Emergências e Desastres em Saúde (Cepedes), da Fiocruz.

Os efeitos climáticos na saúde humana são mesmo tão nocivos?

A relação entre as mudanças climáticas e os efeitos no corpo é complexa e não segue um


único caminho. Basicamente, toda mudança corresponde a uma certa perda. Alguns são
mais conhecidos. Por exemplo, o aumento da temperatura promove maior perda de líquidos
do corpo, aumentando as chances de formação de coágulos, que podem levar a um infarto
ou derrame. Outros só recentemente começaram a ser compreendidos. É o caso do câncer,
onde o risco de câncer também aumenta na presença de altas concentrações de poluentes.
Substâncias tóxicas presentes no ar são conhecidas por enfraquecer as defesas contra
células tumorais, além de interferir na capacidade do corpo de reparar danos ao DNA.

As inundações causadas por chuvas acima da média tornam-se uma oportunidade para a
multiplicação de vírus e bactérias. “Nessas situações, aumenta o risco de infecção pela
ingestão de água ou alimentos contaminados, facilitando a propagação de doenças
infecciosas”, disse Diana Mariño, pesquisadora do Programa Global de Saúde e Mudança
Ambiental da Fundação Oswaldo Cruz. Uma das consequências mais comuns das
infecções adquiridas desta forma é a diarreia. De acordo com uma pesquisa do The Lancet,
1,8 milhão de pessoas morreram em 2015 devido à exposição à água contaminada.

O desmatamento crescente e um processo caótico de urbanização, por sua vez, estão na


origem da proliferação de vírus antes restritos às matas. O Ebola, na África, é um deles. A
dengue, que castiga o Brasil há décadas, e a febre amarela, que voltou a assustar, são
outros exemplos. “Antes tínhamos que tomar vacina da febre amarela para irmos à
Amazônia. Hoje temos que ser imunizados se quisermos ir à zona norte de São Paulo”, diz o
médico Paulo Saldiva. Há duas semanas parques desta região da capital paulista foram
fechados após o aparecimento de saguis infectados pelo vírus da doença e uma vacinação
em massa foi dirigida aos residentes da área. No início do ano, a doença chegou à beira de
grandes cidades em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. “A situação é muito séria”,
afirma Saldiva. “A população precisa ser informada dos impactos do clima na saúde e
medidas devem ser tomadas.”

Principais efeitos mortais:

● Doenças cardiovasculares

As altas temperaturas fazem com que o corpo perca mais água e aumentam o risco de
coágulos que podem levar a um ataque cardíaco ou derrame.

● Infecções

Causada por vírus e bactérias presentes na água contaminada, pode ser fatal. Uma de suas
consequências mais graves é a diarreia.

● Doenças respiratórias

Gases e partículas tóxicas da poluição podem agravar casos de pneumonia, infecções


pulmonares, resfriados e asma

● Alergia

A poluição do ar pode piorar os sintomas em indivíduos predispostos. Altas temperaturas


podem desencadear alergias a fungos e grãos de pólen.

● Câncer

Partículas no ar poluído prejudicam a capacidade do DNA de se reparar e enfraquecem o


sistema de alerta do corpo contra células tumorais

● Desnutrição

A falta de alimentos em regiões que sofrem com a seca leva a uma situação aguda de
carência nutricional que pode levar à morte.

● Surtos ou epidemias
● Doenças como a dengue estão aumentando com o fim das florestas. E vírus, como o
Ebola, também chegam às cidades.
Conclusão

James Lovelock, famoso autor ambientalista, escritor da popular hipótese de Gaia que
explica o comportamento sistêmico do planeta Terra, tem opiniões muito fortes a respeito do
fim da humanidade.

Na visão de Lovelock, até 2020, secas e outros extremos climáticos serão lugar-comum. Até
2040, o Saara vai invadir a Europa, e Berlim será tão quente quanto Bagdá. Atlanta acabará
se transformando em uma selva de trepadeiras kudzu. Phoenix se tornará um lugar
inabitável, assim como partes de Beijing (deserto), Miami (elevação do nível do mar) e
Londres (enchentes). A falta de alimentos fará com que milhões de pessoas se dirijam para
o norte, elevando as tensões políticas. "Os chineses não terão para onde ir além da Sibéria",
sentencia Lovelock. "O que os russos vão achar disso? Sinto que uma guerra entre a Rússia
e a China seja inevitável." Com as dificuldades de sobrevivência e as migrações em massa,
virão as epidemias. Até 2100, a população da Terra encolherá dos atuais 6,6 bilhões de
habitantes para cerca de 500 milhões, sendo que a maior parte dos sobreviventes habitará
altas latitudes - Canadá, Islândia, Escandinávia e Bacia Ártica.
Para Lovelock, o fim da humanidade já é traçado devido ao cenário atual de devastação
climática. É possível concluir, portanto, que se a emissão de gases poluentes, além de
outros fatores alarmantes para a saúde ambiental, não forem amenizados, o planeta
morrerá em menos tempo que o previsto. Para isso, surge a necessidade da implantação de
sistemas que visem a reconstrução natural, tal como o Acordo de Paris.

O Acordo de Paris é um documento, assinado em 2015 por 195 países, que tem como
objetivo principal a tomada de medidas para lidar com as alterações climáticas. Esse
acordo firma o compromisso entre os países de lutar para que o aumento da temperatura
média do planeta fique abaixo de 2 ºC dos níveis pré-industriais.

Para garantir o sucesso do acordo, cada país participante construiu seus próprios
compromissos. No caso do Brasil, por exemplo, o país comprometeu-se a reduzir as
emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005 até 2025. Para
garantir que essa meta seja alcançada, o país comprometeu-se ainda a aumentar a
participação de bioenergia sustentável na sua matriz energética e a realizar restaurações de
mais de 10 milhões de hectares de florestas.

Por fim, conscientizar e informar sobre os pontos negativos da poluição e gastos


energéticos é imprescindível para tornar uma população informada e mais preocupada com
a saúde do planeta.

Você também pode gostar