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RESUMO
O aumento da emissão dos gases estufa, causado sobretudo pelo desenvolvimento da atividade industrial,
acarreta diversos problemas no âmbito global, como a intensificação das mudanças climáticas. Estudos
visam analisar como as mudanças climáticas se relacionam com a intensificação dos eventos climáticos
extremos (ECE). No Brasil, os ECE mais recorrentes são as secas e chuvas intensas que são deflagradoras
de desastres relacionados com inundações, enxurradas e deslizamentos de terra. Tais eventos geram
grandes impactos socioambientais principalmente em populações vulneráveis. O presente estudo teve
como objetivo avaliar o avanço científico no tema desastres naturais e sua relação com as mudanças
climáticas com foco no Brasil. Assim, foram pesquisados estudos recentes que abordassem os extremos
de precipitação e secas e possíveis interfaces com as mudanças climáticas. A pesquisa avaliou artigos
publicados entre 2016 e 2022, a fim de considerar discussões recentes sobre o tema. A metodologia
baseou-se na realização de pesquisas qualitativas sobre o tema, a fim de sistematizar e apresentar as
informações produzidas nesses estudos. Por meio da investigação de literatura, foi observado que os
estudos concluem que as interações antrópicas colocam em risco o equilíbrio do planeta de forma
significativa. Diversos estudos apontam que as mudanças climáticas são intensificadas pela ação humana,
causando aumento na frequência e intensidade de ECE. Tais estudos buscam avaliar qualitativamente e
quantitativamente a influência das mudanças climáticas na ocorrência de ECE. Estes estudos possibilitam
previsões mais acuradas sobre as possíveis consequências destes eventos no Brasil, contudo, observou-se
que muitas vezes os estudos não conseguem de fato quantificar pela falta de séries históricas de dados em
diferentes resoluções espaciais, trazendo assim incerteza nos resultados quantitativos obtidos.
1 INTRODUÇÃO
Conforme Mousavi et al. (2022); Graziani et al. (2022) e Cai et al. (2022), no
ano de 2021, a concentração de CO2 (gás estufa mais abundante) na atmosfera era de
cerca de 417 partes por milhão (p.p.m), com estimativas de aumento de 2,5 p.p.m./ano.
Segundo relatório do IPCC (2018), devido ao aumento da produção de gases estufa,
causado, sobretudo pelo desenvolvimento da atividade industrial e pela queima de
cobertura vegetal, a temperatura global nos continentes aumentou 1,5 º C no período de
1850 a 2018, com média global de aumento de 1,1º C. Pelo mesmo relatório, estima-se
que a média da temperatura tenha tido um acréscimo médio de 1,52º C no Brasil,, com
destaque dado aos estados do Piauí (2,27ºC), Maranhão (2,22ºC), Bahia (2,14ºC) e
Ceará (2,09ºC).
Segundo Richter et al., (2021) e Tsai e Lin (2021) aumentos na concentração dos
gases estufa (CO2, N2O, CH4 e O3) na atmosfera causam diversos problemas em âmbito
global, afetando o regime de precipitação, elevação do nível do mar, diminuição da
disponibilidade de recursos hídricos, comprometimento da produção agrícola, redução
da qualidade ambiental e a perda da eficiência dos serviços ambientais. Retel et al.
(2019); Schmeller et al. (2020) e Bayer, Manica e Mora (2021) pontuam que o
surgimento do vírus Sars-CoV-2, responsável pela recente pandemia global, pode estar
ligado ao desiquilíbrio ambiental causado pelas mudanças climáticas. Ainda, Garcia et
al. (2018) e Penn e Deustch (2022) apontam que a extinção massiva da biodiversidade
pela qual o planeta passa, também esteja relacionada ao anormal aumento da
concentração desses gases na atmosfera.
De acordo com Nielson et al. (2020), dentre os principais aspectos relacionados
ao aumento da temperatura global, destaque especial deve ser dado a ocorrência, cada
vez mais frequente, de eventos climáticos extremos (ECE). Bailey e Van de Pol (2016)
definem tais eventos como ocorrências de valores raros ou fora dos limites estatísticos
normais, ocorrendo tais eventos em uma região ou época do ano específica. O IPCC
(2018) destaca que os eventos climáticos extremos, apesar das variações quanto às
definições, são tão ou mais raros que o 10º ou 90º percentil da densidade da função da
densidade de probabilidade estimada a partir de observações.
As mudanças climáticas têm afetado a intensidade, frequência e extensão
espaço-temporal dos ECE (COGATO et al., 2019), havendo projeções que indicam,
conforme Chriest e Niles (2018), que todas as regiões do globo serão afetadas. No
Brasil, de acordo com Silva et al. (2018) e Costa et al. (2020), as projeções futuras do
IPCC apontam para elevação da temperatura e maior incidência de temperaturas
extremas (máximas e mínimas) em todo o território, ocasionando desastres associados a
prevalência de chuvas extremas na região Sul e Sudeste e de secas na região Nordeste e
na Amazônia.
No contexto do risco de desastres em relação a conjuntura brasileira, são
verificados problemas estruturais, como o crescimento desordenado de regiões urbanas,
histórico de persistente degradação ambiental, ausência de políticas públicas para
atendimento de grupos sociais mais vulneráveis e ausência de políticas de preparação
para o risco (LONDE et al., 2018; RODRIGUES et al., 2021). A combinação desses
fatores gera um cenário de grande vulnerabilidade, verificada pela crescente ocorrência
de desastres associados a eventos climáticos extremos (DIAS et al., 2020; VOMMARO;
MENEZES; BARATA, 2020).
Tendo em vista o quadro atual das previsões que indicam aumentos sucessivos
de temperatura e a relação destes com os ECE, é de suma importância debater e se
construir reflexões a respeito do tema. A importância de tais discussões é ainda maior,
tendo em vista que se verificam lacunas na produção científica nacional sobre estudos
de atribuição da recorrência dos eventos extremos climáticos às mudanças climáticas.
Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar o desenvolvimento científico no tópico
de desastres naturais e mudanças climáticas, com o foco em estudos sobre extremos de
precipitação deflagradores de desastres no Brasil, sejam estes extremos positivos ou
negativos. Para o extremo relacionado ao déficit de precipitação que causa desastres
relacionados às secas, as análises se concentraram em estudos realizados para a região
Nordeste. Já para o extremo positivo (chuvas intensas) a abordagem foi nacional.
Assim, apresentamos o estado atual do desenvolvimento científico no tema, bem como
os principais apontamentos dos estudos mais recentes.
2 METODOLOGIA
Haja vista que o presente estudo trata de uma investigação temática de literatura,
adotou-se a premissa de que a pesquisa qualitativa, ao buscar causas e implicações do
fenômeno, era capaz de atender ao objetivo proposto (GALVÃO; RICARTE, 2019). O
procedimento procurou, conforme Siddaway, Hedges e Wood (2019), buscar e recolher
informações sobre o tema pesquisado a fim de se sistematizar e apresentar informações
produzidas sobre o tema da pesquisa.
A natureza qualitativa justifica-se porque, segundo Gil (2021), tal enfoque
metodológico é capaz atingir de maneira eficiente o objetivo proposto, ou seja, fazer um
levantamento e análise dos estudos que avaliaram os eventos extremos
hidrometerológicos (excesso e falta de precipitação) ocorridos no Brasil nos últimos
anos e a sinergia com as mudanças climáticas observadas no globo. A pesquisa assumiu
viés interpretativista, tendo por objetivo compreender, reunir e sistematizar informações
sobre o fenômeno abordado (GIL, 2021).
Para a operacionalização da pesquisa buscaram-se artigos nas plataformas
Scopus, Web of Science, SciELO, Periódicos da CAPES e Google Scholar, através dos
termos de busca: “eventos extremos”, “extremos de seca”; “secas no Brasil”; “extremos
de precipitação”, “extremos de precipitação no Brasil”; “mudanças climáticas” e as
respectivas traduções dos termos para o Inglês.
O recorte temporal viabilizou a pesquisa de artigos científicos publicados entre
os anos de 2010 até 2022. Tal procedimento justifica-se para que fossem empreendidas
discussões recentes sobre a temática em tela. Buscaram-se por artigos científicos
publicados em revistas indexadas, aliadas a informações divulgadas por órgãos
governamentais e agências de pesquisa atuantes em pesquisas sobre o tema. Em relação
ao idioma escolhido para as buscas foram consultados artigos em Português e Inglês.
Foram excluídos os artigos da literatura cinza (artigos publicados em anais de
conferências, sites de organizações relevantes e opiniões de especialistas). A literatura
cinza é definida como o campo da ciência da informação que trabalha com produção,
distribuição e acesso à vários tipos de documentos produzidos em todos os níveis, por
governos, acadêmicos, empresas e organizações, em formatos eletrônicos e impressos,
não controlados pela publicação comercial, ou seja, onde a publicação não é a atividade
principal do organismo produtor. No presente estudo, optou-se pela exclusão dessa
fonte visto que, conforme Piggott-McKellar et al. (2019) o campo temático das
mudanças climáticas e temas correlatos apresenta diversas controvérsias, até mesmo de
entre os estudiosos, sendo que o problema é agravado ao ser considerado o público
geral, em que a mídia, governos e a desinformação podem tornar as fontes de
informação não confiáveis.
Além das bases de dados descritas, organizações e institutos geográficos,
meteorológicos e de monitoramento de clima e desastres nacionais e internacionais
relevantes para a área de pesquisa foram considerados como fontes de informações, o
que foi realizado buscando-se minimizar a probabilidade de exclusão de dados
relevantes sobre a temática (ECKHARDT; LEIRAS; THOMÉ, 2019). Eles foram o
Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN),
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Agência Nacional de Águas
(ANA).
Para a escolha dos trabalhos que compuseram a base de informações (corpus)
desta pesquisa foi feita uma adaptação da técnica de leitura flutuante para a escolha de
documentos (MENDES; MISKULIN, 2017). Essa primeira leitura tinha o intuito de
avaliar quais fontes de informação seriam capazes de contribuir para a consecução dos
objetivos desta pesquisa. Nesse sentido, realizou-se a leitura dos títulos dos trabalhos e
seus resumos (em caso de artigos científicos) e dos títulos das seções (no caso dos sites
das instituições) a fim de avaliar se estas seções indicariam a pertinência dos
documentos para esta pesquisa.
Para a elaboração desta pesquisa, foi realizada a Revisão Sistemática de
Literatura, sendo realizada uma adaptação das etapas sugeridas por Galvão e Ricarte
(2019) na condução da busca de artigos científicos que abordavam o tema (Tabela 1).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Alguns estudos mostram que as mudanças nos padrões de chuva observadas nas
últimas décadas no NEB possam estar relacionadas com o aumento de temperatura
causado pela crescente concentração de gases de efeito estufa (MARENGO; TORRES;
ALVES, 2017).
A variabilidade climática causada por sistemas atmosféricos em diferentes
escalas de tempo e espaço são naturalmente responsáveis por grandes instabilidades na
região NEB (SANTOS; CUNHA; RIBEIRO-NETO, 2019; OLIVEIRA-JÚNIOR et al.,
2021). A região sofre influência da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), situada
no ramo ascendente da Célula Hadley, o que exerce influência sobre o regime de chuvas
regionais (BYRNE et al., 2018; SILVA et al., 2021). A influência da ZCIT sobre o
semiárido nordestino está relacionada a variação do Dipolo do Atlântico Tropical
(DAT), que se refere a uma mudança anormal na Temperatura da Superfície do Mar
(TSM) no Oceano Atlântico Tropical, que pode diminuir (em caso do Dipolo Positivo) a
formação de nuvens, influenciando os índices pluviométricos em estados do litoral
Nordestino (Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e
Pernambuco).
Na formação da DAT, as águas do Atlântico Tropical Norte se tornam mais
quentes que as do Atlântico Tropical Sul, ocasião em que ocorrem movimentos
descendentes que transportam ar frio e seco dos níveis mais da atmosfera sobre a região
leste da Amazônia e litoral norte brasileiro, inibindo a formação de nuvens e diminuindo
a precipitação, caracterizando o chamado Dipolo Positivo (JIMENEZ et al., 2019;
BRITO et al., 2021) informam que o período de seca evidenciado no Região NEB no
período de 2012-2016 está associado ao enfraquecimento do fluxo descendente dos
ventos alísios da Célula de Walker. O aquecimento das águas do Atlântico Norte e
eventual impacto na formação da DAT pode estar relacionado ao fenômeno do
aquecimento global conforme indicam os estudos de Shimizu, Anochi e Kayano (2022).
Outro fenômeno climático que ajuda a explicar a severidade e frequência das
secas no Nordeste é o El Niño (LI et al., 2019; CORREIA FILHO et al., 2022). O
evento é descrito como um fenômeno de grande escala que, ao enfraquecer os ventos
alísios, impede que ocorra a ressurgência das águas do Pacífico Sul (ascensão das águas
frias do oceano quando a água mais quente é soprada pelos ventos alísios). O
enfraquecimento dos ventos alísios muda a dinâmica do evento, o que desencadeia um
sistema de baixa pressão no setor leste do Pacífico (Costa do Peru). Em consequência
desse fenômeno, um sistema de alta pressão se forma sobre a Região do NEB, inibindo
a ocorrência de chuvas e gerando secas mais severas e prolongadas (TIMMERMANN
et al., 2018; HU, 2021; SÂO JOSÉ., 2022).
Embora autores como Santos, Cunha e Ribeiro-Neto (2019) e Pontes et al.
(2022) informem que o somente o El Niño não seja suficiente para explicar os eventos
de seca no NEB; estudos indicam um provável estreitamento e enfraquecimento ZCIT
nas próximas décadas, (BYRNE et al., 2018; LI et al., 2019; CORREIA-FILHO et al.
2022). MARENGO et al. (2018) elencaram 49 episódios de seca ocorridas no NEB
entre 1583 e 2016, sendo que foram registradas alterações relacionadas ao El Niño nos
anos 1877-79, 1897, 1899, 1902-03, 1919, 1951, 1958, 1966, 1982-83, 1986-87, 1997-
98, 2005, 2010 e 2015. Dessa forma, os autores argumentam que, embora nem todos os
eventos de seca na região NEB tenham como causas as perturbações do El Niño, uma
parcela dos eventos pode ser explicada pelo fenômeno.
Outros autores como Lyra e Arraut (2020) e Braga e Ambrizzi (2022) salientam
que o El Niño pode causar a inibição da formação de Vórtice Ciclônico de Altos Níveis
(VCAN). O VCAN é um sistema de baixa pressão da atmosfera que atua na Região
NEB e faz com que os ventos secos de níveis mais altos da atmosfera desçam para a
superfície, ocasionando chuvas (MARENGO; TORRES; ALVES, 2016; REBOITA et
al., 2017). Nesse sentido, em que pesem as divergências e incertezas sobre o tema,
prevê-se que o El Niño ocasionará diminuição da frequência e quantidade de chuvas na
região ao agir negativamente sobre outros fenômenos climáticos que atuam na área
(CAPOZZOLI; CARDOSO; FERRAZ, 2017; SOUZA et al., 2018; OLIVEIRA-
JÚNIOR et al., 2021).
Nos últimos seis anos (2012-2017), a região foi fortemente impactada por um
processo prolongado de seca, definido como o “evento” mais intenso dos últimos 30
anos (BRITO et al., 2018; SANTOS; CUNHA; RIBEIRO-NETO, 2019). Brito et al.
(2022) informam que as secas são a principal ameaça à qualidade de vida da população
e à economia do NEB. Cunha et al. (2019) avaliaram que a maior seca ocorrida no NEB
(2011-2019) decorreu da associação de diversos fatores, sendo que nos anos de 2011-
2012 a seca foi classificada como “extrema”, sendo que em algumas regiões do
semiárido foi avaliada como “excepcional”.
Alvavá et al. (2019) e Cunha et al. (2018) avaliaram em seus estudos que o
período de secas anormais estava relacionado a uma combinação incomum de fatores.
Primeiramente, houve um movimento ascendente anormal, aparentemente induzido pela
La Niña ocorrida no fim de 2011, que contra induziu uma grave subsidência sobre NEB.
Associado a esse evento, em 2012, ocorreu esfriamento das águas do Atlântico Sul
devido ao DAT, evento já associado a condições de seca no NEB (BRITO et al., 2021).
Em 2015/2016, um dos maiores El Niño já registrado prolongou o efeito da seca na
região (MARENGO et al., 2016; MARENGO et al.; 2022)
Em termos de anomalias, durante os anos de 2011 a 2013, aproximadamente
85% do semiárido nordestino foi afetado pela seca, em especial as regiões nordeste e
central. Estima-se também que 40% da região NEB foi afetada pela seca durante o
período de 2011-2016 (MARENGO et al., 2018). Segundo BRASIL (2007) a seca
histórica entre os anos de 2012-216 afetou 33,4 milhões de pessoas, sendo estimados
prejuízos em cerca de 30 bilhões de dólares. Ainda que o governo federal tenha agido
para minimizar os efeitos da seca, a crise energética e de água ocorrida em 2015/2016 se
intensificou em 2017.
Em 2012, 1717 municípios do NEB (96% do total) decretaram estado de
emergência (MARENGO et al., 2020; MARENGO et al. 2022). A insegurança hídrica e
alimentar foi averiguada particularmente entre os anos de 2011 a 2013, explicitando que
a região é muito sensível à seca, com potencialidade de aridificação e desertificação de
grandes áreas nordestinas nas próximas décadas (BRITO et al., 2018; CUNHA et al.,
2019; DANTAS et al., 2020). A queda das chuvas também reduziu o volume de águas
da bacia do rio São Francisco, colocando em risco as atividades de irrigação e geração
de energia elétrica na região (BORSATO et al., 2020; CUARTAS et al., 2022;
MARENGO et al., 2022).
As projeções climáticas indicam riscos de seca intensa no semiárido, reduções
de chuva em até 40% e aumento de dias secos consecutivos (AVILA-DIAZ et al.,
2020). O aumento na frequência e intensidade da fase positiva do El Niño nas próximas
décadas pode também agravar a escassez hídrica e o risco de secas. Além disso, ECE
associados à degradação do solo poderiam levar à aceleração do processo de
desertificação no semiárido, assim, a possibilidade de secas mais intensas e prolongadas
poderia elevar ainda mais o grau de exposição e vulnerabilidade das populações que o
habitam, especialmente daqueles mais pobres (MARENGO et al., 2011). Os impactos
das alterações climáticas poderão afetar cerca de 7 milhões da região que depende da
agricultura familiar para sobreviver (MARENGO et al., 2018; DELEZERI; CUNHA;
OLIVEIRA, 2022).
O NEB apresenta os piores indicadores socioeconômicos do país, com altos
índices de analfabetismo 13,9%), baixos índices de renda (R$ 843/ per capita) e altos
indicadores de exclusão social (IBGE, 2022). Suas atividades econômicas ainda são
fortemente influenciadas pela herança arcaica da estrutura agrária regional, levando a
graves problemas de concentração de terras. Decorrente desse contexto, predominam
sistemas agrícolas de base familiar, com baixa eficiência de produção. A
indisponibilidade de terras para a agricultura é outro fator responsável pelos baixos
índices de pobreza na região, o que agrava os níveis socioeconômicos regiões,
sobretudo devido ao aumento no fluxo do êxodo rural (VIEIRA et al., 2015; IBGE,
2019; DELEZERI; CUNHA; OLIVEIRA, 2022).
Embora considerada fenômeno natural, a combinação entre a intensidade (índice
que avalia a severidade da seca) a frequência (número de eventos que ocorrem em dado
período) associadas às vulnerabilidades sociais implicam em um aumento dos riscos de
desastres associados à seca no Nordeste (BRITO et al., 2018; ALVAVÁ et al., 2019;
BRAVO et al., 2021). Neste sentido, espera-se que as mudanças climáticas afetem
sensivelmente o NEB, aumentando a ocorrência de secas na região (MARENGO et al.,
2020). Os fatores climáticos e atmosféricos associados a vulnerabilidade social e a
dependência da agricultura familiar e pecuária extensiva tornam o NEB umas das
regiões que corre mais riscos de desastres em caso de ocorrências de secas, em todo
mundo (MARENGO et al., 2018; CUNHA et al., 2019).
Figura 4. Dados de Afetados por chuvas intensas no Sudeste entre 2013 a 2019.
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