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Prática 4
Cinética Microbiana
1. INTRODUÇÃO 3
2. METODOLOGIA EXPERIMENTAL 3
2.1 MATERIAIS 3
2.2 MÉTODOS 4
2.3 ANÁLISES 4
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 6
4. CONCLUSÃO 12
5. REFERÊNCIAS 12
1. INTRODUÇÃO
A utilização de leveduras para produção de álcool é datada de desde antes de 6000 AC pelos
sumérios e babilônicos. Desde então o processo de modernizou bastante e atualmente possui uma
grande importância econômica, social e industrial.
No processo fermentativo, os açúcares presentes no caldo fermentativo, como a sacarose, a
glicose e a frutose, são transformados em álcool etílico (ou etanol). Para que isto ocorra, entretanto,
torna-se necessária a ação controlada do processo, devido às diversas variáveis que influenciam
diretamente na fermentação, sendo as principais: temperatura, pH e %ART convertido.
Grande parte dos processos fermentativos industriais é conduzida em batelada alimentada, já
que este é o modo de operação mais efetivo para se lidar com problemas como inibição pelo substrato
e repressão catabólica.
A Sacchromyces cerevisiae é a levedura mais utilizada na fabricação de alimentos
fermentados. É usado na produção de vinhos, pão (levedura de padeiro) e bebidas alcoólicas (levedura
de cerveja).
A reação global da glicólise demonstra que 1 mol de glicose (180 g) produz 2 moles de etanol
(92 g), 2 moles de dióxido de carbono (88 g) e 57 Kcal de energia. Assim, o rendimento teórico
(YP/S) para a produção de etanol é de 0,511 g/g. Na prática, este valor não é observado devido à
utilização de parte da glicose para a produção de glicerol, álcoois superiores e ácidos, substâncias
necessárias para a síntese de material celular e manutenção da levedura, sendo o glicerol o mais
importante do ponto de vista quantitativo.
É muito importante que todo o processo fermentativo seja bem controlado para que se tenha
uma boa produtividade, baixa formação de subprodutos, além de uma redução dos custos
operacionais.
Dessa forma, o objetivo desse relatório foi de acompanhar e estudar o processo de
fermentação da levedura Sacchromyces cerevisiae por 24 horas, tomando amostras a cada 3 horas, e
assim aprender mais sobre a fermentação.
2. METODOLOGIA EXPERIMENTAL
Foram utilizados 2 reatores com a concentração de 50g/L de glicose como substrato e com
volumes úteis de 2,0 L e de 0,5 L.
2.1 MATERIAIS
● Micro-organismos - Saccharomyces cerevisiae
● Meio de cultura
Tabela 1. Composição do meio de cultura
Nutrientes g/L
Glicose 50
Extrato de levedura 2
Ureia 1
KH2PO4 1
MgSO4.7H2O 0,5
Água 1L
2.2 MÉTODOS
1. Foi transferido 200 mL do inóculo previamente preparado para um biorreator contendo 2,0 L
de meio estéril (volume total do biorreator 3,0 L) e 50 mL de inóculo para outro biorreator
contendo 0,5 L do mesmo meio estéril (volume total de 1 L). Ambos com concentração inicial
de 2g/L de inóculo
2. Ambos os reatores foram agitados vigorosamente. Do balão de 2 L de meio, foram retiradas
duas amostras, uma de 45 mL e outra de 25 mL, no tempo T0 (ás 8:00 do dia 16/08) . A cada
3 h, essa operação foi repetida, demais amostragens:T1, T2, T3, T4 e T5, de modo a permitir
as análises a cada tempo.
3. O balão menor, após receber o inóculo e ser agitado, foi pesado em balança semi-analítica.
Esse procedimento também foi repetido a cada 3h, nos mesmos horários em que eram
retiradas as amostras do balão maior.
4. Todas as amostragens foram marcadas e guardadas sob refrigeração para a posterior análise de
Glicose, Etanol e Biomassa.
2.3 ANÁLISES
Etanol - Método de Ebuliometria
Calibração
1. 50 mL de água destilada foram transferidos para a caldeira do etilômetro, em seguida, foi
acoplado um condensador e o termômetro e a chama foi acesa.
2. Quando a temperatura estava alta, indicando o estado de equilíbrio, a temperatura foi anotada
e atribuída a esta o teor alcoólico de 0° GL. Assim a régua que acompanha o equipamento
nessa temperatura foi graduada.
Análise das amostras
1. As amostras de cada tempo foram centrifugadas e, para esta análise, foi utilizado 50 mL do
sobrenadante.
2. O mesmo procedimento de calibração foi repetido para as amostras de cada tempo T e os
resultados, obtidos na régua já calibrada, foram anotados em uma tabela.
T0 T1 T2 T3 T4 T5
2. Em seguida, foram preparados 07 tubos de Folin Wu. No primeiro, foi pipetado 0,5 mL de
água destilada (branco) e nos outros, pipetar 0,5 mL das diluições e adicionado 1,0 mL do
reagente DNS.
3. Os tubos foram aquecidos em banho maria a 100 °C (em ebulição) por 5 minutos. Ao final
dos 5 minutos, os tubos foram resfriados imediatamente em banho de gelo por 2 minutos.
4. Foi acrescentada água destilada até a marca de 12,5 mL em cada tubo após o resfriamento.
5. Os tubos com filme especial e homogeneizados.
6. O tubo branco foi utilizado para calibrar o espectrofotômetro a 540 nm.
7. A partir dos resultados de transmissão e absorbância, foi calculada a concentração de glicose
relativa a cada tubo utilizando a seguinte fórmula
𝑌 = 0, 2983𝑥 − 0, 027
Sendo:
Y = absorbância
x = concentração de glicose
E também o erro calculado R2 = 0,9992
Biomassa - Turbidimetria
As demais análises foram armazenadas na geladeira e as análises foram realizadas um ou dois
dias após a retirada das amostras. A análise da biomassa, para obter um resultado mais preciso, foi
feita imediatamente após a coleta.
1. As amostras foram coletadas em cada tempo T e, logo em seguida, centrifugadas.
2. Com a parte líquida separada, foi feita a medição de transmitância e absorbância e os
resultados calculados a partir da curva de calibração já obtida em outros experimentos.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
T0 0 99,6 0,5
T1 3 99,5 0,9
T2 6 98,9 1,2
T3 9 98,7 1,7
T4 12 97,9 2,3
T5 24 97,7 2,9
0 6561181434,60
3 10773056057,87
6 35171790235,08
9 55123568414,71
12 67329716696,81
24 66726943942,13
É possível perceber o aumento da concentração das células com o tempo, como é de se esperar,
e além disso, observa-se que depois da medição de 12 horas, foi encontrado um valor ligeiramente
menor de células vivas. Depois desse período, de 12 horas, houve a estabilização da fermentação..
0 0,22 0,828
3 0,245 0,912
6 0,307 1,120
9 0,234 0,875
12 0,252 0,935
24 0,178 0,687
0 714,8
3 713,7
6 712,5
9 710,3
12 707,5
24 704,7
Onde:
µ= velocidade específica de crescimento celular em h-1;
X= concentração de células em g/L;
µmax= velocidade específica máxima de crescimento celular em h-1;
S= concentração de substrato;
Km= constante de saturação em g/L.
Com isso, para determinar µmax é necessário uma linearização da igualdade plotando um
gráfico contendo 1/µ versus 1/S como mostrado na figura abaixo.
Figura 6. Gráfico de 1/ μ versus 1/S.
Desta forma, µmax = 0,39 h-1. Sabendo disto, o tempo de geração, definido como o tempo
necessário para duplicar a concentração celular pode ser calculado por:
𝑙𝑛 2 𝑙𝑛 2
𝑔= µ𝑚𝑎𝑥
= 0,39
= 1, 76 ℎ
Os valores X, S e P podem ser relacionados entre si, ao serem obtidos valores de conversão.
Sendo assim abaixo são apresentados os valores de conversão encontrados, para o tempo de
fermentação de 24 horas.
𝑋−𝑋0
𝑌𝑋/𝑆 = 𝑆0−𝑆
= 0, 15
𝑃−𝑃0
𝑌𝑃/𝑋 = 𝑋0−𝑋
= 0, 27
𝑃−𝑃0
𝑌𝑃/𝑆 = 𝑆0−𝑆
= 0, 04
Considerando o reator do sistema um reator contínuo, o tempo de residência será dado por:
1
𝑡𝑟 = µ
, ⲙ menor que ⲙmax
Como calculado anteriormente, ⲙmax = 0,39 h-1, então tr = 2,56 h.
Para obter maior fidelidade nos resultados, considera-se o valor de ⲙ anterior ao ⲙmax , de
0,1653. Neste caso o tempo de residência passa a ser de 6,04 horas.
A Tabela 7 a seguir apresenta uma visão geral dos dados calculados no experimento:
10773056057,8662 45,0888 0,7101 0,1653 0,1653 6,0499 0,0222 6,049881 9,28E-11 6954344
6
35171790235,0814 27,7531 0,9468 0,3944 0,3944 2,5355 0,0360 2,535505 2,84E-11 2,04E+0
8
55123568414,7077 21,9159 1,3413 0,1498 0,1498 6,6766 0,0456 6,676563 1,81E-11 3,1E+08
67329716696,8053 7,1907 1,8147 0,0667 0,0667 14,9982 0,1391 14,99818 1,49E-11 3,49E+0
8
66726943942,1338 0,6856 2,2881 -0,0007 -0,0007 -1334,3910 1,4587 -1334,39 1,5E-11 3,35E+0
8
Com os dados é possível observar que os valores de μ e D são iguais, resultando que o tempo
de residência é dado por 1/D. Para calcular o valor inicial de substrato, usa-se o fator de conversão de
X em S. Foi encontrado um valor inicial de substrato de 50 g/L.
A partir dos experimentos realizados neste estudo, foi possível estudar e analisar alguns
métodos como o do desprendimento de CO2, concentração de células, concentração de glicose e grau
alcoólico. Pode-se concluir que a levedura Saccharomyces cerevisiae possui boa capacidade
fermentativa.
Os gráficos obtidos apresentaram coerência de resultados. O de desprendimento de CO2 foi
bem análogo ao de consumo de glicose, que mostra uma velocidade da fermentação mais rápida nas
primeiras 10 horas e um começo de estabilização depois das 12.
Foi percebido também que a concentração celular, assim como o grau alcoólico, teve uma
certa estabilização depois das 12 horas.
Além disso, foi possível calcular os parâmetros cinéticos da fermentação a partir dos dados da
reação.
5. REFERÊNCIAS
Spini Logato, Maria Clara. Modelo semiempírico identificado de processo fermentativo na indústria
sucroalcooleira. 2019.. TCC – Engenharia Química. Universidade Federal de UberlÂndia. Disponível
em:
https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/28485/1/ModeloSemiemp%C3%ADricoIdentificado.p
df Acesso em: 20 de Agosto de 2022.