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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

HENRIQUE MORAES CASTRO DIAS LEITE


SEBASTIÃO AUGUSTO SALOMÃO

RELATÓRIO AULA PRÁTICA SISTEMAS DE ABASTECIMENTO


ESTUDO DE TRATABILIDADE – JAR TEST

OURO BRANCO
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1
2 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................... 2
2.1 MÉTÓDO E DADOS PARA ESTUDO.................................................. 2
2.2 DESENVOLVIMENTO DO TESTE ...................................................... 3
2.3 ANÁLISE DE PH - MÉTODO POTENCIOMÉTRICO ........................... 3
2.3.1 Equipamentos ............................................................................... 3
2.3.2 Reagentes .................................................................................... 4
2.3.3 Procedimentos .............................................................................. 4
2.4 ANÁLISE DA TURBIDEZ ..................................................................... 4
2.4.1 Amostragem e estocagem ............................................................ 4
2.4.2 Equipamentos ............................................................................... 4
2.4.3 Procedimentos .............................................................................. 5
2.5 ANÁLISE DA ALCALINIDADE ............................................................. 5
2.5.1 Amostragem e estocagem ............................................................ 5
2.5.2 Equipamentos ............................................................................... 5
2.5.3 Procedimentos .............................................................................. 5
3 CALCULOS ................................................................................................ 6
3.2 RESULTADOS E DISCUSSÕES....................................................... 11
4 CONCLUSÃO ........................................................................................... 12
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ......................................................... 13
1 INTRODUÇÃO

A água, um recurso natural abundante no planeta terra, é de fundamental


importância à sobrevivência humana. Trata-se, portanto, de um dos fatores
responsáveis pelo desenvolvimento do homem em todos os seus aspectos, sejam
eles sociais e/ou econômicos.
Da água disponível no planeta Terra, 97% corresponde às águas de mares e
oceanos, 2,2% às águas das geleiras e 0,8% o percentual de água doce, a qual
pode ser destinada ao consumo humano. No entanto, com o crescimento
demográfico e o crescente número de utilização de produtos que afetam a qualidade
dessa água doce disponível, levando-a a condições impróprias para o consumo,
torna-se necessário manter determinados padrões e processos de tratabilidade.
Para tanto, avaliar a caracterização físico-química da água bruta é de fundamental
importância para a adequação da dosagem de insumos necessários no processo de
sua tratabilidade, no intuito de torna-la própria e disponível ao consumo do ser
humano.
Nesse sentido, para que a sociedade possa ter acesso à agua de qualidade e
própria para consumo, as companhias de Saneamento responsáveis pela
tratabilidade, avaliação da qualidade da água e dispensação da mesma necessita de
um padrão de determinadas características e com isso a realização de determinados
testes, a fim de resguardarem e afirmarem a qualidade da mesma, antes de colocá-
la a disposição para consumo. Portanto, um deles aplicados pelas companhias
nessa avaliação, corresponde ao Jar Test, o qual será apresentado e observado ao
longo deste relatório.

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2 MATERIAIS E MÉTODOS

Com o objetivo de simularmos a água captada


- água bruta, foi preparada uma amostra consistindo em duas soluções de
água com adição de caulim;
- aparelho de Jar Test – 6 jarros.

Este estudo normalmente é realizado de forma sazonal, uma vez que a turbidez
da água se altera em virtude dos períodos de chuva; sendo assim, a companhia de
saneamento possui uma tabela com índices “estipulados de turbidez” para que de
certa forma haja determinado “padrão” para avaliação e dosagem de produto
químico a ser utilizado no tratamento.
O teste é realizado na companhia em 6 jarros e em duplicata para efeitos de
comparação. No entanto, para análise no laboratório serão utilizados apenas 2
jarros.

2.1 MÉTÓDO E DADOS PARA ESTUDO


O primeiro passo para a análise e teste do método pelo Jar Test consiste em
simular a água bruta para análise. Sendo os dados utilizados apresentados na
Tabela 1:

Tabela 1 - Dados para análise

Jar test
Jarro 1 Jarro 2
Água 2000 2000
Caulim 100 70
Volume de água 2100 2070
bruta (ml)
Fonte: Elaboração do autor – dados coletados em laboratório

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2.2 DESENVOLVIMENTO DO TESTE

O aparelho utilizado para a avaliação foi o Jar Test como mencionado


anteriormente e a execução do mesmo consiste no preenchimento dos jarros com a
água bruta a ser analisada/tratada, no caso desse experimento foram utilizados dois
jarros. O procedimento ocorre na execução do aparelho sendo o mesmo calibrado
para execução conforme as rotações explicitadas na Tabela 2, no intuito de nos
fornecer os dados de Floculação.

Tabela 2 - Parâmetros de execução Jar Test

Valores do Test Jar


Floculação
Rotação (RPM) Tempo (min) Etapas
100 5 1ª
80 5 2ª
60 5 3ª
40 5 4ª
30 5 5ª
Fonte: 1 - Notas de aula Sistema de Abastecimento de Água

Os parâmetros explicitados na Tabela 2 correspondem ao fluxo operacional do


aparelho, sendo, portanto, divido em 5 etapas (câmaras), sendo o tempo de
operação de cada uma de 5 minutos e com suas respectivas rotações (RPM). Ao
final do processo, o equipamento é desligado e aguarda-se 25 minutos para a
sedimentação da amostra e assim a mesma possa ser colhida para análise.

2.3 ANÁLISE DE PH - MÉTODO POTENCIOMÉTRICO

2.3.1 Equipamentos

 pHmetro;
 termômetro.

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2.3.2 Reagentes

 Soluções tampão de pH = 4,01 e pH = 6,86;


 Amostras em estudo.

2.3.3 Procedimentos

Primeiramente é realizada a calibração do pHmetro e o ajuste da temperatura


da amostra por meio do potenciômetro utilizando as soluções pH 4,01 e 6,86. Em
seguida o eletrodo é introduzido na amostra, até que seja emitido um sinal sonoro e,
então, obtém-se o valor do pH por meio da leitura do aparelho. Em cada leitura deve
utilizar água deionizada para limpar o eletrodo.

2.4 ANÁLISE DA TURBIDEZ

2.4.1 Amostragem e estocagem

A determinação da turbidez em amostra de água, deve ocorrer imediatamente


após a coleta, ou em condições necessárias, a mesma deve ser estocada no prazo
máximo de 24 horas, utilizando para esse fim um frasco escuro. Ressaltando a
necessidade de se homogeneizar a amostra antes da análise.

2.4.2 Equipamentos

 Turbidímetro acompanhado de tubos para amostras, em vidro incolor e


transparente;
 Padrões para calibração.

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2.4.3 Procedimentos

Para a realização desse procedimento utiliza-se do turbidímetro calibrado


utilizando os frascos que contém um líquido padrão apresentando os valores de 10,
100, 500, 1000 ut. O cálculo da turbidez é realizado utilizando-se a amostra de água
bruta já homogeneizada e colocar parte dessa amostra em uma cubeta que será
introduzida no turbidímetro. A determinação é realizada por meio do método
nefelométrico, o qual baseia-se na comparação da luz atravessada por um padrão
de referências sob as mesmas condições.

2.5 ANÁLISE DA ALCALINIDADE

2.5.1 Amostragem e estocagem

A análise deverá ser realizada imediatamente após a coleta da amostra. Não


sendo possível este procedimento, coletar em frascos de vidro ou polietileno e
refrigerar a amostra, e conduzir a análise no período máximo de 24 horas.

2.5.2 Equipamentos

 Erlenmeyers de 250 mL;


 Bureta de 100 mL;
 Proveta de mL 50;
 Termômetro.

2.5.3 Procedimentos

Deve-se medir 50ml de água e colocar no frasco Erlenmeyer de 250ml, na


solução adicionando-se 5 gotas do indicador fenolftaleína e ainda 5 gotas de
composto misto, o que acarretará que a amostra possa apresentar coloração rosa
ou não ter alteração na cor. Com as adições feitas, é inserido no frasco a solução de
ácido sulfúrico - H2SO4, observando-se o momento em que a mistura volte à
coloração incolor. Momento em que se interrompe a titulação e anota-se o volume

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usado de H2SO4 utilizados para a reversão do processo. São adicionadas 5 gotas de
indicador misto fazendo que o liquido fique com uma coloração azul e, então, é
adicionado H2SO4 até que a que o liquido apresente uma coloração rosa novamente.
Em seguida anota-se o volume de H2SO4 utilizado.
Já no segundo caso coloca-se 5 gotas do indicador misto para liquido ficar
azul e, logo adiciona-se H2SO4 até que o liquido tenha novamente a coloração rosa
e, então, anota-se o volume do H2SO4 utilizado.

3 CALCULOS

3.1.1.1 Turbidez

O valor da turbidez é obtido pela leitura do aparelho, sendo a unidade de


turbidez medida em NTU (unidades nefelométricas de turbidez) = A x f, onde:

A = leitura no turbidímetro;
f = fator de diluição.

Portanto, diante do procedimento executado tem-se que o valor de turbidez


das amostras em análise corresponde à 8,38 uT no jarro 1 e 5,43 uT no jarro 2,
teremos que para ambos os casos a unidade de turbidez em NTU corresponderá a 1
NTU. Isso posto, reportando os resultados de turbidez em números inteiros
conforme especificado na Tabela 4.

Tabela 5 - Valores para arredondamento de Turbidez

Classificação de Turbidez
Intervalo de Turbidez Arredondamento (NTU)
0 – 1,0 0,05
1 - 10 0,1
10 - 40 1
40 - 100 5
100 - 400 10
400 – 1.000 50
> 1.000 100

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3.1.1.2 Cor Aparente

A curva a seguir representa àquela correspondente à calibração do


equipamento para análise.

A unidade de cor é dada em mg.L-1K2PtCl6 ou uH(unidade de Hazen) = A x f,


onde:

Após o procedimento o aparelho registrou o valor de 0,016 para o jarro 1 e


0,010 para o jarro 2. Diante do exposto e considerando a Equação 01 obtida na
curva de calibração, pode-se determinar em uH o valor destinado à água analisada
em laboratório.

(01)

Onde:
y = leitura obtida no espectrofotômetro, em absorbância;
x = concentração da amostra em unidade em unidade de cor.

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O valor encontrado de (x) foram de 4,064 uH e 2,76 uH para o jarro 1 e 2
respectivamente. Este valor é comparado aos valores de arredondamento de acordo
com a Tabela 5.

Tabela 6 – Valores de Classificação de Cor (Unidade de Hazen)

Classificação de Cor
Arredondamento
Intervalo de cor
(NTU)
0 - 50 1
50 - 100 5
100 - 250 10
200 - 500 20
Fonte: Adaptado do modelo de relatório de Sistema de Abastecimento

Diante do valor calculado e comparado ao que apresenta-se em tabela, tem-


se que o no parâmetro cor, as águas analisadas apresentarão em ambos o valor de
1uH (1 NTU).
Com os dados obtidos, considerando as análises antes e após o
procedimento dos Jar Test, observa-se que no tange os parâmetros de cor e
absorvância:

Tabela 7 - Relaçao do parametro cor

Cor
Jarro 1 Jarro 2
Absorvância Cor (uH) Absorvância Cor(uH)
Inicial 0,136 30,2 0,113 25,2
Final 0,016 4,1 0,01 2,8
Fonte: Valores obtidos em laboratório

Sendo assim, com os dados explicitados na Tabela 7, a Equação 02, consiste


àquela expressa para determinar o fator de redução de cor:

(02)

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Onde:
Valor inicial = valor inicial da água
Valor final = valor final da água

Com isso a porcentagem de redução nos testes, obtidas pela equação 2,


foram respectivamente 86,33% e 88,89% nos jarros 1 e 2.

3.1.1.3 Alcalinidade

Com os dados obtidos por meio do procedimento de alcalinidade, para


obtenção do valor referente às amostras analisadas, tomaremos como base as
equações conforme descritas a seguir:

(03)

Onde:
VH2SO4 - volume da solução de ácido sulfúrico consumido para a titulação;
NH2SO4 – normalidade da solução de ácido sulfúrico usada;
Fc – fator de correção da solução de H2SO4;
Vamostra – volume da amostra em mL.

O resultado obtido mediante a realização do procedimento em laboratório


registrou o consumo de 1,4 mL de H2SO4 para o jarro 1 e 1,2 mL para o jarro 2,
considerando o fator de correção igual à 0,828 e a normalidade do ácido
correspondente à 0,01656, com volume de amostra de 50 mL acrescidos de 5 gotas
de indicador – considerando cada gota de 0,05 mL; ao substituirmos os referidos
valores na equação 02, encontra-se o valor de alcalinidade correspondente a 19,2
mg/L para o jarro 1 e 16,45 mg/L para o jarro 2.

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3.1.1.4 Gradiente de Velocidade

O gráfico a seguir representa o parâmetro necessário para se determinar o


gradiente de velocidade (G) para uma determinada rotação. Portanto, no Jar Test
considera-se os estatores e temperatura da água de 25°C, sendo assim o valor de
correção considerado a ser multiplicado por G corresponde a 0,985.

Gráfico 1- Relação entre gradiente de velocidade e rotação Jar Test

Fonte: Relatório de aula prática – Disponibilização - Prof. Eliane Prado

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3.2 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com os métodos explicitados ao longo desse procedimento, foi possível


obtermos os parâmetros referentes à amostra de água em análise, sendo os
apresentados na Tabela 3 referentes aos dados obtidos antes do teste, o os
mostrados na Tabela 4 os resultados depois dos testes.

Tabela 3 - Parâmetros da qualidade da água em análise

Valores do Test Jar


Antes do Teste
Parâmetros Jarro 1 Jarro 2 Unidade
pH 6,94 7,03 adimensional
Turbidez 122 102 uT
Absorvância 0,136 0,113 uA
Alcalinidade 1,4 1,2 mg/L
Fonte: Elaboração do autor - dados coletados em laboratório

Tabela 4 - Resultados dos parâmetros de qualidade da água - pós teste/tratamento

Valores do Test Jar


Pós Teste
Parâmetros Jarro 1 Jarro 2 Unidade
pH 6,64 6,43 adimensional
Turbidez 8,38 5,43 uT
Absorvância 0,016 0,01 uA
Alcalinidade 19,2 16,45 mg/L
Fonte: Elaboração do autor - dados coletados em laboratório

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4 CONCLUSÃO

Os parâmetros para determinação da qualidade da água devem levar em


consideração os valores estipulados no Anexo 2 da Portaria 888/2021, afim de que a
água bruta em análise possa se enquadrar nos parâmetros de qualidade definidos
para o consumo.
Sendo assim, diante dos valores apresentados, os quais foram obtidos pelo
ensaio do Jar Test, nota-se que quanto ao critério de turbidez, as amostras
apresentaram um valor superior ao estabelecido pela portaria, sendo que esta
estabelece que o valor da mesma deve corresponder a 0,5uT para análise de
filtração rápida, considerando isso para 95% das amostras em análise, e até 1uT
para os 5% restantes.
Ainda dentro dos parâmetros da mesma portaria, considerando o parâmetro
cor, a água bruta em análise está fora do padrão de qualidade estipulado, o qual
deve corresponder ao máximo de 15uH, que por meio do processo realizado; ao fim
do teste, permite-nos enquadra-la dentro dos parâmetros necessários para
considera-la apta.
Diante do exposto, levando em consideração que a água em análise deve
cumprir com todos os parâmetros estipulados pela portaria 888/2021; com os dados
apresentados mediante as análises laboratoriais por meio do Jar Test, a mesma não
poderá ser considerada própria para utilização aos fins necessários de consumo.

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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Jar-Test ou Teste de Jarros – Blog - Licenciamento Ambiental, 2013. Disponível

em: http://www.licenciamentoambiental.eng.br/jar-test-ou-teste-de-jarros/ . Acesso

em: junho 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 888, de 4 de

dezembro de 2021. Brasília, 2021. Acesso em: junho 2022

A importância do jar test. Alphenz. Disponível em:

https://www.alphenz.com.br/noticias/a-importancia-do-jar-

test/#:~:text=Jar%20Test%20%C3%A9%20um%20procedimento,de%20alcalinidade

%20e%20do%20coagulante. Acesso em junho 2022.

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