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FILOGENÉTICA

A sistemática biológica é um campo essencial da biologia que se dedica à classificação e


organização dos organismos vivos de acordo com seu grau de parentesco evolutivo.

Um marco importante na história da sistemática foi a contribuição de Karl von Linné, também
conhecido como Carl Linnaeus, um botânico e zoólogo sueco do século XVIII.

Linnaeus desenvolveu o sistema binomial de nomenclatura, em que cada espécie é designada


por um nome binomial composto pelo
seu gênero e espécie. Além disso, ele
organizou as espécies em hierarquias
taxonômicas, conhecidas como táxons
ou grupos taxonômicos, que vão desde
categorias amplas, como reino e filo,
até categorias mais específicas, como
gênero e espécie.

2. REGRAS DE NOMENCLATURA

As regras de nomenclatura binomial são fundamentais na sistemática biológica, estabelecendo


um padrão universal para nomear e classificar as espécies. De acordo com essas regras, o nome
binomial é composto por duas palavras: a primeira representa o gênero e a segunda a
espécie. Essa convenção permite uma identificação única e precisa de cada espécie. Além do
sistema binomial, também existe o sistema trinomial, utilizado para nomear subespécies. Nesse
caso, o nome trinomial consiste em três palavras: o gênero em primeiro lugar, seguido pelo
nome da espécie e, por último, o nome da subespécie ou das raças.

Na sistemática biológica, a terminologia "sp." é frequentemente utilizada para denotar uma


espécie não identificada dentro de um gênero específico. Essa abreviação é uma generalização
que indica que a espécie não foi identificada ou não está sendo especificamente referenciada. Por
outro lado, a sigla "spp." é empregada para se referir a várias espécies dentro de um gênero,
indicando uma pluralidade de espécies, porém, nem todas as espécies desse gênero estão sendo
mencionadas.

3. ÁRVORE FILOGENÉTICA

Na análise filogenética, as relações de parentesco entre os diferentes grupos de organismos são


representadas em forma de árvores filogenéticas. Nessas árvores, a proximidade entre os grupos
é indicada pela proximidade dos ramos. Portanto, se na árvore filogenética as aves e os
crocodilos aparecem como "irmãos", isso significa que compartilham um ancestral comum mais
recente entre si do que com qualquer outro grupo na árvore. Esse tipo de agrupamento sugere um
parentesco mais próximo entre aves e crocodilos do que com outros grupos representados na
árvore.

Além disso, a ideia de "nós" em uma árvore filogenética refere-se aos pontos de ramificação
onde os grupos se dividem. Quanto mais nós um grupo possui, mais ramificações ou divisões ele
experimentou ao longo da evolução. Em geral, quanto mais nós um grupo possui, maior é o seu
grau de parentesco, já que esses nós representam eventos de especiação ou divergência evolutiva.
Portanto, grupos com mais nós tendem a ter um parentesco mais distante com outros grupos na
árvore filogenética.

Na sistemática filogenética, os termos monofilético, parafilético e polifilético são utilizados


para descrever diferentes padrões de parentesco evolutivo entre os grupos de organismos em uma
árvore filogenética.

● Monofilético: Um grupo monofilético consiste em um ancestral comum e todos os seus


descendentes. Isso significa que todos os membros do grupo compartilham um único
ancestral comum e nenhum outro organismo que não faça parte desse grupo é incluído.
Portanto, não há exclusões dentro do grupo. Os grupos monofiléticos são considerados os
únicos grupos naturais, refletindo uma única história evolutiva.

● Parafilético: Um grupo parafilético inclui um ancestral comum e alguns, mas não todos,
dos seus descendentes. Isso significa que o grupo exclui pelo menos um ramo evolutivo
descendente do ancestral comum. Em outras palavras, um grupo parafilético representa
uma visão incompleta da história evolutiva, pois deixa de incluir todos os descendentes
do ancestral comum.

● Polifilético: Um grupo polifilético inclui membros que compartilham características


semelhantes, mas que não têm um único ancestral comum exclusivo. Em vez disso, os
membros de um grupo polifilético têm origens evolutivas independentes e compartilham
características semelhantes devido à evolução convergente ou outras razões, não por
ancestralidade comum. Grupos polifiléticos são considerados artificiais na sistemática
filogenética, pois não refletem a verdadeira relação evolutiva entre os organismos. Um
exemplo seria agrupar os mamíferos voadores (como morcegos) com os pássaros com
base na capacidade de voo, pois embora ambos voem, seus ancestrais são distintos e não
compartilham uma origem comum para essa característica.

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