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Sítios
Arqueológicos
Arquitetura e Urbanismo-2022.2
Patrimônio Histórico Prof° Paulo Vidal
Alina: Cristiane Laura Mesquita Calisto
Ana Carolina Teixeira Fernandes
Sítios Arqueológicos
Introdução
O patrimônio arqueológico é bem cultural acautelado em âmbito federal, faz parte do
patrimônio cultural material e engloba os vestígios e os lugares relacionados a grupos
humanos pretéritos responsáveis pela formação identitária da sociedade brasileira,
representado por sítios arqueológicos, peças avulsas, coleções e acervos que podendo
ser classificado em bens móveis e imóveis. Esse patrimônio, objeto de estudo da
Arqueologia, é formado pelos vestígios materiais e suas informações associadas, como,
por exemplo, a disposição desses vestígios, as formas adotadas para ocupação do
espaço, as relações e os contextos ambientais selecionados para tal, sendo que o
conjunto dessas informações formam o sítio arqueológico. Dessa forma, diferentemente
do que muitos imaginam, a arqueologia não é uma atividade de caça ao tesouro, não
sendo comum o encontro de potes de ouros e afins. Ao contrário, é extremamente
comum que os vestígios arqueológicos estejam fragmentados, demandando estudo para
sua reconstituição e compreensão. Algumas das peças das coleções encontradas são
cerâmicas utilitárias, como urnas funerárias, vasos e vasilhas diversas; instrumentos de
trabalho ou de defesa, como pontas de flecha, machados, lascas; adornos, objetos
utilitários com formas zoomórficas (formato de animais) ou antropomórficas (formato
humano) etc. O Iphan é responsável pela gestão do patrimônio arqueológico e sua
proteção é garantida pelo artigo 216 da Constituição da República Federativa do Brasil de
1988 e pela Lei n°. 3.924, de 26 de julho de 1961, sendo considerados patrimônio cultural
brasileiro e Bens da União.
Carta de Veneza
Em 1964, no II Congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos dos Monumentos
Históricos, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) elaborou
a Carta de Veneza, com o foco na carência de um plano internacional para
conservar e restaurar os bens culturais numa ação interdisciplinar.
Primeiramente, monumento histórico é definido como uma criação isolada, sítio
urbano ou rural que testemunha uma civilização particular, evolução significativa

Sítios
ou acontecimento histórico. Posteriormente descreve sua finalidade como sendo
a busca de conservação e restauração dos monumentos, visando preservar tanto
a obra propriamente dita, quanto o seu testemunho histórico.
Este documento defende que a conservação exige uma manutenção constante,
sendo sempre favorecida quando sua destinação é útil para a sociedade, mas vale

Arqueológicos
ressaltar que não podem ocorrer mudanças de disposição ou decoração da
construção. Outro ponto levantado é a proibição de deslocamento do
monumento, salvo quando sua preservação exige tal ação, ou quando há
interesses nacional e internacional.
A restauração é tratada como uma ação de caráter excepcional, tendo por
objetivo a conservação e revelação dos valores estéticos e históricos do
monumento, se fundamentando essencialmente no respeito ao material original
e aos documentos, bem como à época de criação. Como diretriz importante, os
elementos que substituírem as partes faltantes devem ser integrados de forma
harmoniosa, porém é imprescindível que se distinguem das partes originais a fim
de que a restauração não falsifique o objeto em questão (IPHAN – Carta de
Veneza, 1964).
Carta de Laussane
Essa carta foi motivada pela Carta de Veneza e propõe se a enunciar
princípios fundamentais e recomendações de alcance global afim de
promover a proteção do patrimônio arqueológico que descreve :

As definições e introdução;

Sítios
As políticas de conservação integrada;
Legislação e economia;
Inventários;
Intervenções no sítio;

Arqueológicos
Preservação e Conservação;
Apresentação, Informação, Reconstituição;
Qualificações profissionais
Cooperação internacional.

O patrimônio arqueológico compreende a porção do patrimônio material


para a qual os métodos da arqueologia fornecem os conhecimentos
primários. Engloba todos os vestígios da existência humana e interessa todos
os lugares onde há indícios de atividade humanas, não importando quais
sejam elas, estruturas e vestígios abandonados de todo tipo, na superfície ,
no subsolo ou sob as águas, assim como o material a eles associados.
CAIS DO
VALONGO

03/11
Localização
Av. Barão de Tefé, Saúde, Rio de Janeiro-RJ

Data e Órgão de Tombamento


2017 - UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura

Nome Atribuído:
Sítio Arqueológico Cais do Valongo

Histórico do Bem
O Sítio Arqueológico Cais do Valongo é localizado no centro do Rio de Janeiro e
abrange toda a Praça do Jornal do Comércio. Está na antiga área portuária do Rio de
Janeiro, na qual o antigo cais de pedra foi construído para o desembarque de
africanos escravizados atingindo o continente sul-americano a partir de 1811. Cerca
de 900 mil africanos chegaram à América do Sul pelo Cais do Valongo. O sítio físico é
composto por várias camadas arqueológicas, sendo a mais baixa composta do
calçamento no estilo pé de moleque, característico do Cais do Valongo. .
O valor excepcional universal do Cais do Valongo, reconhecido pela UNESCO, atende
ao sexto critério dos 10 estabelecidos no Guia Operacional para a Implementação da
Convenção do Patrimônio Mundial.
Critério VI do Guia para a Implementação da Convenção do Patrimônio Mundial estar
diretamente ou materialmente associado a acontecimentos e tradições vivas, ideias
ou crenças, obras artísticas e literárias de significação universal excepcional.
O Cais do Valongo é um exemplo de sítio histórico sensível, que desperta a memória
de eventos traumáticos e dolorosos e que lida com a história de violação de direitos
humanos.
Coleção
Arqueológica
Balbino de Freitas
Localização
Museu Nacional – Quinta da Boa Vista, São Cristóvão – Rio de Janeiro – RJ

Data e Órgão de Tombamento


1938 - IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

Nome atribuído
Col arqueol Balbino de Freitas: conchais do litoral sul

Histórico do Bem

Integra do acervo do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, tombado em 1938. O


tombamento inclui esta Coleção. Um dos primeiros museus arqueológicos do
Brasil foi a casa de Balbino Luiz de Freitas que, por iniciativa própria, coletava
e colecionava artefatos indígenas nos arredores de Torres, no Estado do Rio
Grande do Sul. Ele reuniu peças fundamentais para pesquisas que contam a
história dos habitantes do município na época da sua formação. Um dos
destaques da Coleção é um cesto (artefato sambaqui) que foi revestido
internamente com resina, conservada apenas em parte e foi coletada em um
sambaqui do litoral meridional brasileiro. Trata-se de uma peça rara, em
virtude da dificuldade de preservação de materiais orgânicos em climas
tropicais.
Guarujá -
Fortaleza de São
Felipe ou Forte de
São Luís
Localização
Guarujá-SP

Data e Órgão de Tombamento


05/05/1980- CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,
Arqueológico, Artístico e Turístico

Nome atribuído
Forte de São Luiz

Histórico do Bem
Em 1904, Euclides da Cunha visitou o canal de Bertioga e relatou, por engano,
que uma das fortalezas era a de São Felipe, “reduto secular de Hans Staden”.
Por esta razão as ruínas passaram a ter esta denominação e serem
confundidas como quinhentista. O forte a que se refere o jornalista e escritor
foi edificado em 1557 por Jorge Ferreira, capitão mor da Capitania, e
desapareceu sem deixar vestígios em conseqüência do abandono a que ficou
relegado durante todo o século XVII. A fortaleza, tal qual hoje se apresenta, foi
construída em 1765, em local estratégico, por ordem do governador da
Província, Morgado de Mateus, com a denominação de Forte de São Luiz. Em
1860, o comandante José Olinto de Carvalho teceu elogios à Fortaleza de S.
Luiz, apesar de inacabada e servir de Casa de Pólvora. Atualmente, o seu
estado de conservação é precário e, em ruínas, subsistem muralhas, as bases
das guaritas, muros e pisos em pedras.
A lagoa e Lapa
do Sumidouro

04/11
Localização
Praça Fernão Dias, nº 10 – Quinta do Sumidouro – Pedro Leopoldo-MG
Resolução de Tombamento: Decreto Nº 18.531 de 02 de junho de 1977

Data e Órgão de Tombamento


IEPHA – Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico

Nome atribuído
Lagoa e Lapa do Sumidouro

Resolução de Tombamento: Decreto Nº 18.531 de 02 de junho de 1977


Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico

Histórico do Bem
O tombamento do conjunto paisagístico da Lagoa e Lapa do Sumidouro
justifica-se pela beleza cênica e relevância científica internacional no que se
refere à arqueologia, paleontologia e história das ciências naturais. Sua
localização geográfica propicia um importante papel ecológico na
manutenção da biodiversidade regional, na proteção das feições típicas do
carste e de uma amostra de seus compartimentos geomorfológicos em Lagoa
Santa. Os principais elementos que compõem a proteção da Lagoa e Lapa do
Sumidouro são: o carste, a lagoa, a gruta e o abrigo.
Proteção complementar: Área de Proteção Ambiental – APA Carste de Lagoa
Santa – ICM Bio e Parque Estadual do Sumidouro – IEF.
Parque Nacional
Serra da Capivara

04/11
Localização
São Raimundo Nonato, no sudeste do Piauí

Data e Órgão de Tombamento


5/06/1979- IPHAN – INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO
NACIONAL

Nome atribuído
Parque Nacional Serra da Capivara

Histórico do Bem
O Parque Nacional Serra da Capivara foi criado em 1979, para preservar
vestígios arqueológicos da mais remota presença do homem na América do
Sul. Sua demarcação foi concluída em 1990 e o parque é subordinado ao
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Situado
no domínio morfoclimático das caatingas, em uma região fronteiriça de duas
grandes formações geológicas – a bacia sedimentar Maranhão-Piauí e a
depressão periférica do rio São Francisco –, com vegetação e relevo
diversificado e paisagens de beleza surpreendente, possui pontos de
observação privilegiados de vales, serras e planícies. Apresenta, também, um
dos conjuntos de sítios arqueológicos mais relevantes das Américas, que têm
fornecido dados e vestígios importantes para uma revisão geral das teorias
estabelecidas sobre a entrada do homem no continente americano.
05/11
Sítio
Arqueológico
da Pedra
Pintada
06/11
Localização
R. Principal, n° 20 – Serra da Conceição – Distrito de Cocais – Barão de Cocais-
MG
DECRETO DE TOMBAMENTO: Decreto n° 11/2007

Nome atribuído
Sítio Arqueológico da Pedra Pintada (6,27ha)

Histórico do Bem
Situado na Vila Colonial de Cocais, a 3,5 km de Barão de Cocais está localizado
no complexo montanhoso da Serra do Espinhaço, declarada como reserva da
biosfera, pela UNESCO. O primeiro a identificar o valor cultural das pinturas
rupestres da Pedra Pintada foi o dinamarquês Peter Lund, responsável por
muitas das pesquisas arqueológicas em Minas Gerais. Num cenário
deslumbrante, com pinturas bem conservadas e datadas de 6.000 anos a.C., o
Sítio Arqueológico da Pedra Pintada encanta ao visitante e remete a uma
autêntica viagem no tempo.

De acordo com o historiador Waldemar de Almeida Barbosa, que no início do


século XVIII, os bandeirantes decidiram se fixar no lugar porque encontraram
Boa Pinta, ou seja, descobriram novas minas de ouro. A notícia do metal
amarelo abundante atraiu novos elementos, casas foram edificadas ao longo
das voltas do rio, surgindo assim o bairro dos macacos, núcleo principal de
Morro Grande.
Descoberta de sítio arqueológico em igreja do Rio
Um sítio arqueológico com vestígios históricos Restos de uma fortificação feita de taipa de
anteriores à fundação do Rio de Janeiro foi pilão, uma técnica de origem européia que
encontrado no Centro da cidade, na Igreja de utiliza uma espécie de fôrma de madeira
Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, na Rua recheada de argamassa de cal para fixar
Sete de Setembro com Primeiro de Março. toras de madeira, uma machadinha
rudimentar feita de pedras, vestígios de uma
fogueira indígena e cerca de 30 esqueletos
foram encontrados no complexo da igreja.

Um grande número de crânios foi encontrado no sítio


arqueológico.

A fortificação, também chamada de paliçada, teria sido erguida para


evitar invasões e o roubo de cargas, muito comum naquela época.
Por essa hipótese, os índios seriam usados pelos portugueses ou
pelos franceses para o trabalho de defesa.

"O conhecimento que se tem da história da cidade é através de registros. A


importância desse achado é que ele confirma isso tudo. É a primeira vez que
temos um material que confirma tudo que tem documentado”, explica o
secretário de patrimônio do município, André Zambelli. Ele acredita que os
vestígios são do início do século XVI, pouco antes da fundação do Rio, em
1565. A data, no entanto, precisa ser confirmada por exames laboratoriais.
Referências Bibliográficas:
http://www.ipatrimonio.org/?p=47833#!/map=38329&loc=-19.535218000000015,-43.94901,17

http://www.ipatrimonio.org/?p=47799#!/map=38329&loc=-19.540742331101036,-43.954453468322754,13

https://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL151972-5606,00-

http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/895/

http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Carta%20de%20Lausanne%201990.pdf

https://www.gov.br/iphan/pt-br/patrimonio-cultural/patrimonio-arqueologico

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