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1- Discente do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE). 2- Arquiteta e Urbanista, Mestre
em Arquitetura e Urbanismo, Docente do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE)
Resumo
O presente artigo, busca trazer um levantamento de dados satisfatório para que haja o posterior
tombamento da Igreja Matriz São João Batista. Trazendo questões e leis oficiais, para que se possa
melhor entender o processo de tombamento atual. A matriz é encontrada em Pirapozinho, São
Paulo, construída por volta de 1955, se localizando em relação a cidade, no centro e no ponto mais
alto. Foi implantada na rua Joaquim D. Pantarotto, a igreja surgiu em uma tentativa de expansão
da cidade, onde a antiga capela que havia em seu lugar, já não dava conta de dar suporte ao
crescente número de fiéis visitantes.
Palavras-chave: Tombamento, Patrimônio Histórico, Igreja Matriz, Conservação Histórica.
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1 - INTRODUÇÃO
No presente artigo, buscamos estudar e entender através da Matriz São João Batista,
localizada na cidade de Pirapozinho-SP. Como os patrimônios são importantes para a recordação
de uma época que não vai voltar, são uma herança do passado onde aqueles que habitam tal local
conseguem uma mistura de sentimentos no qual são trazidas através das lembranças, são
memórias coletivas ou individual que o torna algo um patrimônio.
esse tal desinteresse pode ser por várias razões, como a falta de politicas aplicadas para a
conscientização e até a falta de cultura. Com esse descaso localizado na não importância da
história da Matriz que é a história de todo um povo, o temor é que haja uma destruição de tal bem
ou até mesmo uma descaracterização que apague a sua memória que seguiria por diversas
gerações. Para amenizar tal situações medidas devem ser tomadas como, politicas
conscientizando as novas gerações a busca pela preservação, e pedidos de tombamentos serão
efetuados.
A metodologia apoia-se numa pesquisa qualitativa, no qual parte da observação e da
analise dos fatos particulares de tal bem, seus registros serão utilizados para complementar tais
assuntos. O processo parte do conhecer é dar significado à realidade (KÖCHE, 1997).
Art. 148 - Cabe à União, aos Estados e aos Municípios favorecer e animar o
desenvolvimento das ciências, das artes, das letras e da cultura em geral, proteger os
objetos de interesse histórico e o patrimônio artístico do País, bem como prestar
assistência ao trabalhador intelectual".
Em 13 de janeiro de 1937 foi criado o SPHAN, no qual tinha o como objetivo promover no
território nacional o tombamento, conservação e divulgação do patrimônio cultural do país. Com a
conquista normativa, o desafio passou a ser a mudança de cultura do povo brasileiro sobre a ideia
da conservação de seus bens culturais. Assim em 30 de novembro de 1937, a fim de cumprir a
vontade constitucional, a nova Assembleia Nacional editou o artigo 25 do decreto em apenas 20
dias após a sua constituição, organizando a proteção do patrimônio histórico e artístico do país.
Após sua publicação, o ordenamento jurídico brasileiro obteve um documento legal para a
proteção do patrimônio cultural, comumente conhecido como “Lei do tombamento”. (MIRANDA,
2007) Este regulamento está a vigor há 80 anos e é uma das leis de proteção mais duradouras da
história do País. (Decreto nº 23.672 / 1934, revogado em 1943).
Com a oficialização do pedido, a equipe d CPC elabora uma pesquisa exaustiva no qual visa o
ponto técnico e documental do processo para responder sobre o valor do bem, no qual é
encaminhado ao Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico.
Se o pedido for aceito, o proprietário será notificado e terá um prazo de quinze dias, no qual
é dado pela Lei Estadual nº 1.211/53, para contestar ou concordar com o tombamento. A partir
daí, o bem já se encontra protegido legalmente contra algo que possa prejudicar. O
Tombamento não altera a propriedade, assim um bem tombado não necessita ser
desapropriado, mas deve manter as características que possuía na data do tombamento.
proprietário comprovar não ter recursos para executá-las, o Estado é obrigado a custear tais
obras, mesmo sendo o bem privado e sem a anuência do proprietário.
Com dados obtidos na secretaria paroquial e conversas com o Padre da Igreja, a Paróquia
São João Batista foi fundada no dia 19 de março de 1946, no qual é a festa de São José. O seu
fundador foi DD. Bispo Dom José Antônio dos Santos. O cura da catedral de Assis Pe. Hilário Pierik
foi designado para ser o primeiro vigário. Ele tomou posse no dia 05 de abril de 1946, numa
acanhada igrejinha de madeira, construindo logo outra maior de madeira, que também servisse
para as aulas de catequese. Isto por volta de 28 de julho de 1946.
Na primeira visita pastoral, Dom Lázaro neves no qual foi o Bispo auxiliar de Assis,
administrou 7.000 crismas, na Paróquia de Pirapozinho, incluindo as capelas existentes. No dia 06
de março de 1947, aconteceu o lançamento da primeira pedra da Atual Matriz de São João Batista.
A sua primeira missa ocorreu no natal de 1950. E sua inauguração oficial foi no dia 02 de março de
1952 pelo Bispo Dom Lázaro Neves. Em 1955, foram colocados os três sinos na torre da Igreja.
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A Igreja está implantada em uma praça que fica no centro da cidade, e como as antigas
Igrejas, a mesma encontra-se em um local alto da cidade, no qual pode ser olhada de diversos
lugares da cidade. Como observa-se na figura 02, a torre central se destaca por ser relativamente
alta. Ao redor da Matriz encontra-se variações de vegetações, um dos aspectos percebidos pela
equipe é no piso externo que não é permeável e também não possui muitas árvores. O seu redor
não possui nenhum ponto de ônibus, mas mesmo assim o local é um ponto de encontro e
referencia para os moradores da cidade, sua calçada possui bancos onde servem de espera.
Como observa-se na foto acima (figura 03), logo percebe que diferente da maioria das
Catedrais, ela não possui escadaria, ou seja, o nível da Matriz é no nível da calçada. Com a ida
constante na igreja foi observado uma prática, onde pedestres fazem dos recuos laterais e frontais
como passagens. Uma outra observação é a respeito dos acessos, no qual é direto pela sua
fachada e não existem portões e muros.
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Hoje a edificação encontra-se em perfeito estado, com base em conversas que tivemos
com o Padre da Igreja, ela foi pintada recentemente e constantemente vem especialistas para ver
se não possui nenhuma irregularidade em sua estrutura. Com isso não foi notado nenhuma
rachadura, ou seja, está perfeita a estrutura, assim como mostra a figura 04 a Matriz está aberta
todos os dias para quem deseja frequenta-la. Conforme observado a igreja todos os dias as
12:00hrs toca-se o sino da igreja, no qual da pra se ouvir de toda a cidade é uma pratica onde
através de diálogos com moradores que moram em uma região mais aproximada da igreja diz que
o barulho não é alto e não incomoda, pelo contrário, muitos disseram que gostam.
Em seu altar foi ampliada a abertura para melhorar a visão da missa pelos fiéis. Conforme a
ampliação realizada posterior ao termino da Matriz, no exterior não nota nenhuma
descaracterização da edificação como observa-se na imagem 03.
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Observa-se pelas imagens que a Igreja Matriz possui diversos elementos que remetem ao
estilo Gótico, seja pelas janelas e portas, e também o Renascimento por conter um frontão, nota-
se também que o edifício é escalonado, remetendo-se ao estilo art´Deco. Com isso a Matriz não
tem um estilo que predomina, e assim entendido que seu estilo é eclético de 1946.
A igreja que inicialmente era somente uma capela, passou por uma reforma e ampliação
por volta de 1955, pois a demanda de fieis havia aumentado devido ao próprio crescimento da
cidade. Levando isso em conta, é possível analisar que a construção remete a arquitetura utilizada
nas antigas igrejas, das quais eram sempre construídas nas áreas centrais e mais altas da cidade,
onde geralmente possuem vias principais que ligam o local a toda cidade. No caso da Igreja em
estudo, ela ainda possui uma rua chamada Penha Barbosa de Castro, que incide diretamente na
sua fachada frontal, criando uma sensação de centralidade e superioridade da Igreja em relação a
cidade.
Em seu entorno é possível analisar a praça principal, que percorre por todas as faces da
Igreja, isso é uma característica do tipo construtivo das Matrizes da época, em que também era
construído a sua volta uma praça, como forma de enaltecer e fortalecer o significado da Igreja
Matriz, tornando-se única naquele quarteirão. A praça, além de ter seu significado voltado para o
fortalecimento do significado da Igreja, também exerce seu papel social na cidade, aumentando a
interação entre os pedestres e a própria Igreja, ainda que na cidade a praça é utilizada para
eventos públicos, causando um maior fortalecimento na memoria e afeto social em relação a
Igreja e seu entorno.
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A igreja passou por algumas reformas com o passar dos anos, uma das principais foi a
reforma que aconteceu no ano de 2000, onde ela foi expandida para aumentar sua capacidade até
para 1500 pessoas, para poderem efetuar com sucesso essa reforma, foi implantado duas naves
laterais na Igreja, onde o conceito era manter sua arquitetura inicial, assim mantendo sua simetria
bilateral e retomando os ornamentos já existentes da Igreja.
A reforma buscou repetir todos os ornatos e tipo de arquitetura usada na Igreja, porém
com esses métodos, trouxe para obra uma certa descaracterização de sua real forma, no sentido
de que ela não era assim originalmente, e essas reformas não foram feitas de modo a serem
perceptíveis que não faziam parte de sua arquitetura original, causando um equivoco em relação a
sua data de construção, pois as naves laterais construídas igualmente as originais, não podem ser
caracterizadas como existentes desde sua fundação, sendo apenas apêndices adicionados.
No ano de 1981 houve uma reforma estética geral na matriz, onde foram feitos reparos
estruturais e renovada sua pintura.
5 – Proposta de tombamento
que está presente até os dias atuais, em 1962 ela passou a portar o relógio municipal, típico de
uma matriz.
Com mais de 66 anos de história, é possível afirmar que a igreja atualmente, tem uma
carga histórica muito grande não só para o município, mas também na memória social de toda a
população, que até os dias atuais vem passando essa memória e usos do edifício para as próximas
gerações.
Levando em conta essas informações cruciais, podemos entender que o tombamento se
torna um elemento necessário para a preservação desse bem cultural, sendo que ele impede
legalmente sua destruição e descaracterização, assim priorizando a memória coletiva social
acumulada em cima desse bem.
O tombamento, se bem apoiado em politicas nacionais e municipais, trará inúmeros
benefícios para o bem em si e para o município, onde a utilização do bem de maneira correta trará
até mesmo um maior desenvolvimento socio-econômico, desfrutando de uma melhor maneira da
cultura, comunidade e turismo.
Para tal elementos positivos mencionados, podemos levantar uma proposta que consiste
na estruturação de ações que protegem e conservam a Igreja Matriz. Com base em toda a
memoria coletiva e os bens materiais e imateriais que foram gerados ao longo do tempo pela
Matriz, a proposta de tombamento prevê de forma simples o resguardo jurídico de possíveis
reformas sem o consenso dos órgãos superiores, para que no âmbito do espaço, tempo e público,
o exercício de memória não se perca, mantendo o seu uso atual, tanto da Matriz como de sua
praça.
Percebe-se que na cidade a Igreja é muito popular, porem quando dissemos sobre a
história da igreja, poucos são os que realmente se interessam ou sabem a respeito. Com isso em
mente percebemos que a ideia de mostrar o qual importante foi a Matriz para a história de
Pirapozinho e a sua própria história, decide-se então reforçarmos a lembranças e memorias que
foram por muitos esquecidos.
A proposta principal para a conservação histórica do edifício, e a petição para o
tombamento da igreja, sendo um documento legal que impede a destruição da obra e até mesmo
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Atualmente a Igreja está sobre cuidados da Casa Paroquial de Pirapozinho, e está sempre
buscando mantê-la organizada, de forma a sempre fazer reformas necessárias para resolver
possíveis problemas estruturais, fazendo pinturas externas e internas periódicas, fazendo as
devidas manutenções de seus móveis e ornatos.
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6 – Conclusão
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Levando em consideração todos os fatos levantados no artigo, podemos analisar que existe
uma preocupação em proteger o patrimônio cultural para as próximas gerações, resguardando a
identidade social de sua época, com isso podemos assegurar essa proteção com base nos poderes
públicos ou privados, que exercem sua tutela, protegendo o bem, obras e seu valor histórico,
paisagístico, estético e arqueológico.
O estado de conservação atual da Matriz se encontra em pleno juízo, apenas com poucas
alterações nas áreas internas e externas, onde foram feitas suas ampliações. É necessário para a
permanência de pleno juízo, que seja feito o tombamento para que a historia possa ser contada
de maneira que não se altere os verdadeiros fatos.
7 – Referências
BALLART, Josep
1997 El patrimônio histórico y Arqueológico: Valor y Uso, Barcelona, Ariel Patrimônio
histórico.
ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. 2ª ed. São Paulo: Perspectiva, 1979.