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PROPOSTA DE TOMBAMENTO DE PATRIMONIO CULTURAL E HISTÓRICO PERTECENTE A

PIRAPOZINHO, SÃO PAULO – IGREJA MATRIZ SÃO JOÃO BATISTA

Gabriel Zito¹, Gustavo Sartori¹, Dayane Rubim¹, Fábrica Dias ².

1- Discente do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE). 2- Arquiteta e Urbanista, Mestre
em Arquitetura e Urbanismo, Docente do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE)

Resumo
O presente artigo, busca trazer um levantamento de dados satisfatório para que haja o posterior
tombamento da Igreja Matriz São João Batista. Trazendo questões e leis oficiais, para que se possa
melhor entender o processo de tombamento atual. A matriz é encontrada em Pirapozinho, São
Paulo, construída por volta de 1955, se localizando em relação a cidade, no centro e no ponto mais
alto. Foi implantada na rua Joaquim D. Pantarotto, a igreja surgiu em uma tentativa de expansão
da cidade, onde a antiga capela que havia em seu lugar, já não dava conta de dar suporte ao
crescente número de fiéis visitantes.
Palavras-chave: Tombamento, Patrimônio Histórico, Igreja Matriz, Conservação Histórica.
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1 - INTRODUÇÃO
No presente artigo, buscamos estudar e entender através da Matriz São João Batista,
localizada na cidade de Pirapozinho-SP. Como os patrimônios são importantes para a recordação
de uma época que não vai voltar, são uma herança do passado onde aqueles que habitam tal local
conseguem uma mistura de sentimentos no qual são trazidas através das lembranças, são
memórias coletivas ou individual que o torna algo um patrimônio.

Segundo Ballart (1997) a noção de patrimônio surge


“quando um indivíduo ou um grupo de indivíduos identifica como seus um objecto ou um
conjunto de objectos.” (Ballart, 1997: 17)

Através do pensamento de Ballart, com isso a preservação de monumentos históricos é


algo no qual tem um grande valor para a população local para se importar com tradições e
histórias. Assim o patrimônio cultural parte da herança comum, a sua conservação é de interesse
geral, e assim como cita Hannah (1979),
Sem testamento, [...] ou sem tradição – que selecione ou nomeie, que transmita e preserve,
que indique onde se encontram os tesouros e qual o seu valor -, parece não haver nenhuma
continuidade consciente no tempo, e portanto, humanamente falando, nem passado nem
futuro, mas tão somente a sempiterna mudança do mundo e ciclo biológico das criaturas
que nele vivem. (ARENDT, 1979, p. 31)

Assim busca-se a conscientização de gerações a preservar e apreciar estes patrimônios,


que um dia poderão fazer parte de suas vidas.

2 – OBJETIVO E FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICA


Através da identificação e do registro no qual foram feitos pesquisas e levantamento das
características de determinado bem. Assim foi adotado para a atividade, critérios técnicos no qual
são fundamentados de natureza histórica, arquitetônica, paisagística, artística e antropológica,
entre outros.
Assim o objetivo deste artigo, busca fazer patrimônio cultural, a partir de inventário de
Bens Culturais, o tombamento e a demonstração da importância da Igreja Matriz São João Batista
de Pirapozinho, que é um edifício de extrema notabilidade à população local.
Pelo meio de artigos e relatos da cidade, no qual foi obtido na secretaria paroquial da
própria igreja, não se encontra uma preocupação com a tradição, história e preservação do local,
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esse tal desinteresse pode ser por várias razões, como a falta de politicas aplicadas para a
conscientização e até a falta de cultura. Com esse descaso localizado na não importância da
história da Matriz que é a história de todo um povo, o temor é que haja uma destruição de tal bem
ou até mesmo uma descaracterização que apague a sua memória que seguiria por diversas
gerações. Para amenizar tal situações medidas devem ser tomadas como, politicas
conscientizando as novas gerações a busca pela preservação, e pedidos de tombamentos serão
efetuados.
A metodologia apoia-se numa pesquisa qualitativa, no qual parte da observação e da
analise dos fatos particulares de tal bem, seus registros serão utilizados para complementar tais
assuntos. O processo parte do conhecer é dar significado à realidade (KÖCHE, 1997).

2.1 – Leis de tombamento – Federal e Estadual

Com o surgimento do Decreto-Lei 25/1937, no qual é conhecido como “Lei do Tombamento”


surgiu no ano de 1934, com a consagração da proteção do patrimônio cultural que dará por meio
da Constituição Federal de 16 de julho de 1934. (MIRANDA, 2007)
A carta de 1934 constituiu primeiramente a função social da propriedade (artigo 133, inciso
XVII), como foi estabelecido os primeiros comandos constitucionais, onde impõe a proteção do
patrimônio cultural, que pode ser estudado nos termos:

"Art. 10 - Compete concorrentemente à União e aos Estados: III - proteger as belezas


naturais e os monumentos de valor histórico ou artístico, podendo impedir a evasão de
obras de arte;

Art. 148 - Cabe à União, aos Estados e aos Municípios favorecer e animar o
desenvolvimento das ciências, das artes, das letras e da cultura em geral, proteger os
objetos de interesse histórico e o patrimônio artístico do País, bem como prestar
assistência ao trabalhador intelectual".

Em 1935, o Primeiro Congresso Brasileiro de Proteção à Natureza, ocorreu no Rio de Janeiro,


foi criado um serviço técnico para os monumentos nacionais. Assim o ministro da Educação na
época, Gustavo Capanema, teve a iniciativa de fazer um projeto de lei federal referente ao mesmo
assunto.
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Em 13 de janeiro de 1937 foi criado o SPHAN, no qual tinha o como objetivo promover no
território nacional o tombamento, conservação e divulgação do patrimônio cultural do país. Com a
conquista normativa, o desafio passou a ser a mudança de cultura do povo brasileiro sobre a ideia
da conservação de seus bens culturais. Assim em 30 de novembro de 1937, a fim de cumprir a
vontade constitucional, a nova Assembleia Nacional editou o artigo 25 do decreto em apenas 20
dias após a sua constituição, organizando a proteção do patrimônio histórico e artístico do país.
Após sua publicação, o ordenamento jurídico brasileiro obteve um documento legal para a
proteção do patrimônio cultural, comumente conhecido como “Lei do tombamento”. (MIRANDA,
2007) Este regulamento está a vigor há 80 anos e é uma das leis de proteção mais duradouras da
história do País. (Decreto nº 23.672 / 1934, revogado em 1943).

Atualmente, o tombamento é um ato administrativo implementado pelo poder público


(SEEC / CPC) com o objetivo de proteger os bens com valor histórico, cultural, arquitetônico e
ambiental para a população por meio da legislação aplicável para evitar que sejam destruídos.

A abertura do processo de tombamento de um bem cultural ou natural, pode ser solicitado


por qualquer pessoa, por meio de abaixo assinado e por iniciativa da própria Coordenadoria do
Patrimônio Cultural. Mas para que seja feito o tombamento é de importância que o solicitante
descrevo com exatidão a localização ou dimensões e do porque a solicitação. Para que o
processo não demore, tem maneiras de acelerar a solicitação, basta anexar fotos antigas e atuais
do bem, plantas e o máximo de documentações que for possível enviar em anexo.

Com a oficialização do pedido, a equipe d CPC elabora uma pesquisa exaustiva no qual visa o
ponto técnico e documental do processo para responder sobre o valor do bem, no qual é
encaminhado ao Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico.

Se o pedido for aceito, o proprietário será notificado e terá um prazo de quinze dias, no qual
é dado pela Lei Estadual nº 1.211/53, para contestar ou concordar com o tombamento. A partir
daí, o bem já se encontra protegido legalmente contra algo que possa prejudicar. O
Tombamento não altera a propriedade, assim um bem tombado não necessita ser
desapropriado, mas deve manter as características que possuía na data do tombamento.

Se houver necessidade de obras para a preservação do bem e, se o proprietário protocolar


no Protocolo Geral da SEEC um comunicado à CPC de que tais obras são urgentes e o
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proprietário comprovar não ter recursos para executá-las, o Estado é obrigado a custear tais
obras, mesmo sendo o bem privado e sem a anuência do proprietário.

2.2 – Leis de tombamento – Municipal

Os Planos Diretores das cidades também estabelecem formas de preservação do


patrimônio em nível municipal, através do planejamento urbano. Os municípios devem
promover o desenvolvimento das cidades sem a destruição do patrimônio. As Leis Orgânicas
municipais podem prover o município de instrumentos de preservação do Patrimônio
Cultural/ambiental. Podem, ainda, criar leis específicas que estabeleçam incentivos à
preservação como a redução de impostos municipais aos proprietários de bens declarados de
interesse cultural ou tombados.

Na escala municipal, é possível que feito o levantamento dos bens de interesse de


conservação, mesmo que não tombados, o departamento municipal responsável pela
emissão de alvarás de construção, demolição e alteração das edificações tenha um aviso na
documentação de cada bem alertando que ele é de interesse ao patrimônio
cultural/ambiental, de modo que se possa negociar com o proprietário a conservação do bem
ou medidas mitigatórias em suas intervenções. Nesse sentido as câmaras, prefeituras,
departamentos ou casas de cultura municipais podem firmar acordos de cooperação técnica
com a SEEC – CPC.

Lei nº 3.361 de 10 de maio de 2007


O PLANO DIRETOR URBANÍSTICO DO MUNICÍPIO DE PIRAPOZINHO/SP.
Art. 155 - A proteção, promoção, preservação e valorização do patrimônio cultural do
município, através do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural (CDPC), ressalvadas outras
estipulações previstas em capítulo próprio desta Lei, visará:
I - Elaborar, implantar e implementar plano para incluir o patrimônio num roteiro cultural do
Município;
II - Garantir a acessibilidade às edificações públicas ou privadas de uso coletivo de interesse
cultural;
III - Identificar e sinalizar os bens tombados e preservados, bem como os que serão ainda
implementados, acompanhadas de respectiva justificação;
IV - Proteger o Patrimônio Cultural mediante pesquisas, inventários, registros, vigilância,
tombamento, desapropriação e outras formas de acautelamento e preservação previstas em
Lei;
V - Promover políticas e campanhas de promoção e proteção dos bens culturais, com o apoio
da estrutura administrativa da Prefeitura.
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3 – IGREJA MATRIZ SÃO JOÃO BATISTA

Com dados obtidos na secretaria paroquial e conversas com o Padre da Igreja, a Paróquia
São João Batista foi fundada no dia 19 de março de 1946, no qual é a festa de São José. O seu
fundador foi DD. Bispo Dom José Antônio dos Santos. O cura da catedral de Assis Pe. Hilário Pierik
foi designado para ser o primeiro vigário. Ele tomou posse no dia 05 de abril de 1946, numa
acanhada igrejinha de madeira, construindo logo outra maior de madeira, que também servisse
para as aulas de catequese. Isto por volta de 28 de julho de 1946.

Figura 01. Construção da matriz em 1946.

Fonte: Secretaria Paroquial

Na primeira visita pastoral, Dom Lázaro neves no qual foi o Bispo auxiliar de Assis,
administrou 7.000 crismas, na Paróquia de Pirapozinho, incluindo as capelas existentes. No dia 06
de março de 1947, aconteceu o lançamento da primeira pedra da Atual Matriz de São João Batista.
A sua primeira missa ocorreu no natal de 1950. E sua inauguração oficial foi no dia 02 de março de
1952 pelo Bispo Dom Lázaro Neves. Em 1955, foram colocados os três sinos na torre da Igreja.
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Figura 02. Fachada da Igreja Matriz

Fonte: Secretaria Paroquial

A Igreja está implantada em uma praça que fica no centro da cidade, e como as antigas
Igrejas, a mesma encontra-se em um local alto da cidade, no qual pode ser olhada de diversos
lugares da cidade. Como observa-se na figura 02, a torre central se destaca por ser relativamente
alta. Ao redor da Matriz encontra-se variações de vegetações, um dos aspectos percebidos pela
equipe é no piso externo que não é permeável e também não possui muitas árvores. O seu redor
não possui nenhum ponto de ônibus, mas mesmo assim o local é um ponto de encontro e
referencia para os moradores da cidade, sua calçada possui bancos onde servem de espera.

Figura 03. Atual matriz

Fonte: foto tirada pelos autores (2021)

Como observa-se na foto acima (figura 03), logo percebe que diferente da maioria das
Catedrais, ela não possui escadaria, ou seja, o nível da Matriz é no nível da calçada. Com a ida
constante na igreja foi observado uma prática, onde pedestres fazem dos recuos laterais e frontais
como passagens. Uma outra observação é a respeito dos acessos, no qual é direto pela sua
fachada e não existem portões e muros.
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Hoje a edificação encontra-se em perfeito estado, com base em conversas que tivemos
com o Padre da Igreja, ela foi pintada recentemente e constantemente vem especialistas para ver
se não possui nenhuma irregularidade em sua estrutura. Com isso não foi notado nenhuma
rachadura, ou seja, está perfeita a estrutura, assim como mostra a figura 04 a Matriz está aberta
todos os dias para quem deseja frequenta-la. Conforme observado a igreja todos os dias as
12:00hrs toca-se o sino da igreja, no qual da pra se ouvir de toda a cidade é uma pratica onde
através de diálogos com moradores que moram em uma região mais aproximada da igreja diz que
o barulho não é alto e não incomoda, pelo contrário, muitos disseram que gostam.

Figura 04. Entrada da Igreja Matriz

Fonte: Foto tirada pelos autores (2021)

Em seu altar foi ampliada a abertura para melhorar a visão da missa pelos fiéis. Conforme a
ampliação realizada posterior ao termino da Matriz, no exterior não nota nenhuma
descaracterização da edificação como observa-se na imagem 03.
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Figura 05. Altar da igreja

Fonte: Foto tirada pelos autores (2021)

Figura 06. Interno da Igreja

Fonte: Foto tirada pelos autores (2021)

Observa-se pelas imagens que a Igreja Matriz possui diversos elementos que remetem ao
estilo Gótico, seja pelas janelas e portas, e também o Renascimento por conter um frontão, nota-
se também que o edifício é escalonado, remetendo-se ao estilo art´Deco. Com isso a Matriz não
tem um estilo que predomina, e assim entendido que seu estilo é eclético de 1946.

3.1 – Relação entre obra e lugar


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A igreja que inicialmente era somente uma capela, passou por uma reforma e ampliação
por volta de 1955, pois a demanda de fieis havia aumentado devido ao próprio crescimento da
cidade. Levando isso em conta, é possível analisar que a construção remete a arquitetura utilizada
nas antigas igrejas, das quais eram sempre construídas nas áreas centrais e mais altas da cidade,
onde geralmente possuem vias principais que ligam o local a toda cidade. No caso da Igreja em
estudo, ela ainda possui uma rua chamada Penha Barbosa de Castro, que incide diretamente na
sua fachada frontal, criando uma sensação de centralidade e superioridade da Igreja em relação a
cidade.

Figura 07. Rua incidente a fachada frontal da Igreja

Fonte: Foto tirada pelos autores (2021)

Em seu entorno é possível analisar a praça principal, que percorre por todas as faces da
Igreja, isso é uma característica do tipo construtivo das Matrizes da época, em que também era
construído a sua volta uma praça, como forma de enaltecer e fortalecer o significado da Igreja
Matriz, tornando-se única naquele quarteirão. A praça, além de ter seu significado voltado para o
fortalecimento do significado da Igreja, também exerce seu papel social na cidade, aumentando a
interação entre os pedestres e a própria Igreja, ainda que na cidade a praça é utilizada para
eventos públicos, causando um maior fortalecimento na memoria e afeto social em relação a
Igreja e seu entorno.
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3.2 – Relação entre forma, função e estrutura

A igreja passou por algumas reformas com o passar dos anos, uma das principais foi a
reforma que aconteceu no ano de 2000, onde ela foi expandida para aumentar sua capacidade até
para 1500 pessoas, para poderem efetuar com sucesso essa reforma, foi implantado duas naves
laterais na Igreja, onde o conceito era manter sua arquitetura inicial, assim mantendo sua simetria
bilateral e retomando os ornamentos já existentes da Igreja.

A reforma buscou repetir todos os ornatos e tipo de arquitetura usada na Igreja, porém
com esses métodos, trouxe para obra uma certa descaracterização de sua real forma, no sentido
de que ela não era assim originalmente, e essas reformas não foram feitas de modo a serem
perceptíveis que não faziam parte de sua arquitetura original, causando um equivoco em relação a
sua data de construção, pois as naves laterais construídas igualmente as originais, não podem ser
caracterizadas como existentes desde sua fundação, sendo apenas apêndices adicionados.

Figura 08. Reforma do ano de 2000 da Igreja

Fonte: Foto tirada e editada pelos autores (2021)


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Figura 09. Planta Baixa da Igreja mostrando pontos de simetria bilateral

Fonte: Foto tirada e editada pelos autores (2021)

4 – INTERVENÇÕES A FAVOR DA CONSERVAÇÃO HISTÓRICA DO EDIFÍCIO

As intervenções feitas em favor da conservação da Igreja, foram feitas a partir de sua


construção final no ano de 1955. Já no ano de 1962, foi feita uma petição para que fosse colocado
o relógio municipal na torre principal da Matriz, a petição foi aprovada e realizado no mesmo ano.

No ano de 1981 houve uma reforma estética geral na matriz, onde foram feitos reparos
estruturais e renovada sua pintura.

No ano de 2000, a cidade de Pirapozinho, já havia crescido em numero de habitantes e de


extensão, pensando nisso e a atender a maior demanda da população, foi criado um projeto de
reforma que visou a ampliação da Igreja para acomodar até 1500 pessoas, essa reforma se deu na
construção de duas novas naves laterais, onde foram reproduzidos os elementos arquitetônicos
originais construídos em 1955 da Igreja.

5 – Proposta de tombamento

A igreja matriz de Pirapozinho, está enraizada na cultura da população, onde a mesma


tornou-se ponto de encontro de jovens, de famílias e de fiéis, tendo uma grande história na cidade
desde 1946, onde ainda era uma pequena capela, e em 1955 foi construída grande parte do corpo
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que está presente até os dias atuais, em 1962 ela passou a portar o relógio municipal, típico de
uma matriz.
Com mais de 66 anos de história, é possível afirmar que a igreja atualmente, tem uma
carga histórica muito grande não só para o município, mas também na memória social de toda a
população, que até os dias atuais vem passando essa memória e usos do edifício para as próximas
gerações.
Levando em conta essas informações cruciais, podemos entender que o tombamento se
torna um elemento necessário para a preservação desse bem cultural, sendo que ele impede
legalmente sua destruição e descaracterização, assim priorizando a memória coletiva social
acumulada em cima desse bem.
O tombamento, se bem apoiado em politicas nacionais e municipais, trará inúmeros
benefícios para o bem em si e para o município, onde a utilização do bem de maneira correta trará
até mesmo um maior desenvolvimento socio-econômico, desfrutando de uma melhor maneira da
cultura, comunidade e turismo.
Para tal elementos positivos mencionados, podemos levantar uma proposta que consiste
na estruturação de ações que protegem e conservam a Igreja Matriz. Com base em toda a
memoria coletiva e os bens materiais e imateriais que foram gerados ao longo do tempo pela
Matriz, a proposta de tombamento prevê de forma simples o resguardo jurídico de possíveis
reformas sem o consenso dos órgãos superiores, para que no âmbito do espaço, tempo e público,
o exercício de memória não se perca, mantendo o seu uso atual, tanto da Matriz como de sua
praça.

5.1 – Proposta de conscientização da história da igreja

Percebe-se que na cidade a Igreja é muito popular, porem quando dissemos sobre a
história da igreja, poucos são os que realmente se interessam ou sabem a respeito. Com isso em
mente percebemos que a ideia de mostrar o qual importante foi a Matriz para a história de
Pirapozinho e a sua própria história, decide-se então reforçarmos a lembranças e memorias que
foram por muitos esquecidos.
A proposta principal para a conservação histórica do edifício, e a petição para o
tombamento da igreja, sendo um documento legal que impede a destruição da obra e até mesmo
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sua descaracterização, mantendo os principais preceitos da memória social da cidade de


Pirapozinho. Além dessa intervenção, também é proposto ações a curto prazo que podem trazer
benefícios como: comprovação social e reestabelecer antigas memórias.

A proposta a curto prazo visa, a colocação de pequenos quiosques e painéis de a amostra


que ficaram expostos na parte interna e externa da Igreja, onde terá toda sua história, seus
principais acontecimentos e eventos que ali aconteceram. Será ainda previsto eventos aos finais
de semana, que aconteceram na própria praça, para que essa passagem histórica de antigos
eventos que ali aconteceram, se perca com o tempo, assim a ideia é passar esse costume para as
próximas gerações da população da cidade.

Figura 10. Entorno da Igreja

Fonte: Foto tirada e editada pelos autores (2021)

Nas imagens produzidas, sendo meramente ilustrativas, é possível identificar o principal


palco das atrações, a fim de fortificar a memória social da Igreja, sendo seu entorno, na sua praça,
onde serão previstos eventos que promovem a história da igreja, com painéis expositores, junto a
barracas com atrações para os populares
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Figura 11. Interno da Igreja

Fonte: Foto tirada e editada pelos autores (2021)

5.3 – Estado atual de conservação

Atualmente a Igreja está sobre cuidados da Casa Paroquial de Pirapozinho, e está sempre
buscando mantê-la organizada, de forma a sempre fazer reformas necessárias para resolver
possíveis problemas estruturais, fazendo pinturas externas e internas periódicas, fazendo as
devidas manutenções de seus móveis e ornatos.
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Figura 12. Entrada da Igreja

Fonte: Foto tirada pelos autores (2021)

Figura 13. Altar interno da Igreja

Fonte: Foto tirada pelos autores (2021)

Figura 11. Interno da Igreja

Fonte: Foto tirada pelos autores (2021)

6 – Conclusão
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Levando em consideração todos os fatos levantados no artigo, podemos analisar que existe
uma preocupação em proteger o patrimônio cultural para as próximas gerações, resguardando a
identidade social de sua época, com isso podemos assegurar essa proteção com base nos poderes
públicos ou privados, que exercem sua tutela, protegendo o bem, obras e seu valor histórico,
paisagístico, estético e arqueológico.

O estado de conservação atual da Matriz se encontra em pleno juízo, apenas com poucas
alterações nas áreas internas e externas, onde foram feitas suas ampliações. É necessário para a
permanência de pleno juízo, que seja feito o tombamento para que a historia possa ser contada
de maneira que não se altere os verdadeiros fatos.

7 – Referências

 BALLART, Josep
1997 El patrimônio histórico y Arqueológico: Valor y Uso, Barcelona, Ariel Patrimônio
histórico.

 ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. 2ª ed. São Paulo: Perspectiva, 1979.

 Secretaria Casa Paroquial, Pirapozinho – SP. Visitado em 11 de setembro de 2021.

 MARTINS, Sara D. Teixeira (2011). A Memória de um Lugar: discursos e práticas


identitárias na Freguesia do Castelo em Lisboa. Dissertação de mestrado em
Antropologia. ISCSP/ Universidade Técnica de Lisboa.

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