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Empresarial

DIREITO COMERCIAL NO BRASIL

1. Código Comercial (1850) e a “teoria dos atos de comércio”

O Código Comercial de 1850 adotou a “teoria dos atos de comércio”, de matriz FRANCESA. Assim, apenas as
atividades que estivessem expressamente elencadas no art. 19 do Regulamento 737/1850 eram consideradas atos de
comércio e, portanto, poderiam possuir o amparo da lei comercial – em especial, da concordata. Há que se falar,
portanto, que era feita uma análise objetiva.

2. Código Civil (2002) e a “teoria da empresa”

Buscando acolher as atividades que não estavam elencadas no art. 19 do Regulamento 737/1850, o Código Civil de
2002 revogou a Parte Primeira do Código Comercial de 1850 e passou a adotar a “teoria da empresa”, de matriz
ITALIANA. Assim, a figura do comerciante foi substituída pela do empresário. Há que se falar, portanto, que,
atualmente, é feita uma análise subjetiva.

ATENÇÃO! O CC/02 revogou apenas a Parte I do Código Comercial (1850); portanto, a Parte II – que trata do Comércio
Marítimo – continua vigente.

EMPRESÁRIO

1. Conceito de empresário

Art. 966, caput, CC/02: Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para
a produção OU a circulação de bens OU de serviços.

 PROFISSIONALMENTE
Profissional é aquilo que é habitual, que tem continuidade.
 ATIVIDADE ECONÔMICA
Atividade econômica é aquela que tem finalidade lucrativa, que busca o lucro. Portanto, não se trata de quem
tem lucro, mas sim quem busca o lucro, mesmo que nem sempre consiga.
 ORGANIZADA
Segundo a doutrina, a atividade é considerada organiza quando há a cumulação necessária de capital, mão de
obra, insumos e tecnologia.
 PRODUÇÃO OU CIRCULAÇÃO DE BENS OU DE SERVIÇOS
Exemplo de produção de bens: fábrica de móveis.
Exemplo de produção de serviços: prestadora de serviços de limpeza.
Exemplo de circulação de bens: loja de roupas.
Exemplo de circulação de serviços: companhia de viagem.

2. Equiparados a empresário

Art. 971, CC: O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, PODE requerer inscrição no Registro
Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os
efeitos, ao empresário sujeito a registro.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo à associação que desenvolva atividade futebolística em
caráter habitual e profissional, caso em que, com a inscrição, será considerada empresária, para todos os efeitos.

3. Agentes econômicos excluídos do conceito de empresário

Art. 966, Parágrafo único, CC: NÃO SE CONSIDERA EMPRESÁRIO quem exerce PROFISSÃO INTELECTUAL, de natureza
científica (ex: médico, advogado, contador, ...), literária (ex: autor) ou artística (ator, cantor, dançarino, ...), ainda com o
concurso de auxiliares ou colaboradores, SALVO SE O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO CONSTITUIR ELEMENTO DE EMPRESA.

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