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Susana Gonçalves
Curso Técnico Superior Profissional
em Assessoria e Comunicação Empresarial
Ano letivo 2023/2024
2 Conteúdos Programáticos – 3.ª Sessão
Casos Práticos relacionados com os seguintes conteúdos:
Empresa Comercial
Atos de comércio
Estabelecimento Comercial
Comerciante
D) Que atividades fazem com que uma empresa seja considerada comercial?
Num sentido amplo, podemos definir empresa comercial enquanto uma organização autónoma, levada a
cabo por um empresário, com vista à prossecução de uma atividade económica dirigida ao mercado.
A expressão “empresa” é utilizada pela lei com, pelo menos, três significados distintos:
CONCEÇÃO SUBJETIVA – nesta conceção a empresa relaciona-se com o empresário (aquele que organiza
e dirige a atividade económica). PESSOA COLETIVA – Sociedades Comerciais e PESSOA SINGULAR –
Empresário em nome individual.
CONCEÇÃO OBJETIVA – nesta conceção a empresa relaciona-se com a atividade. A empresa exerce uma
atividade económica com natureza económica.
O Código Comercial estabelece no artigo 230.º as atividades que transforam uma empresa
em EMPRESA COMERCIAL. Serão consideradas empresas comerciais as empresas que se
propuserem a praticar um conjunto de atos que implicam o exercício de uma atividade
económica lucrativa:
Parágrafo 3.º O próprio autor que editar, publicar ou vender as suas obras;
9 F) O que entende por atos de comércio objetivo e subjetivo? Refere
alguns exemplos de atos de comercio objetivo.
CÓDIGO COMERCIAL - Artigo 2.º - Serão considerados atos de comércio todos aqueles que
estão regulados no Código Comercial (e que não sejam de natureza exclusivamente civil) –
OBJETIVO e todos os atos de natureza comercial realizados por comerciantes – SUBJETIVO.
Atos de comércio objetivo:
Compra e Venda – artigos 463.º a 476.º do Código Comercial
Aluguer – artigo 481.º do Código Comercial
Mandato – artigos 231.º a 265.º do Código Comercial
Empréstimo – artigos 394.º a 396.º do Código Comercial
Depósito – artigos 403.º a 424.º do Código Comercial
Fiança – artigos 101.º do Código Comercial
Penhor – artigos 397.º a 402.º do Código Comercial
10 CASOS PRÁTICO 1
António, agricultor, vendeu uma parcela de terreno de era proprietário e onde exercia a sua
atividade agrícola, a Bento que a destina a um estaleiro de camiões da sua indústria de
transporte.
A) António é comerciante?
B) Bento é comerciante?
A) António é comerciante?
B) Bento é comerciante?
Bento é considerado comerciante porque cumpre o disposto no artigo 13.º n.º 1 do Código
Comercial - São comerciantes: As pessoas, que, tendo capacidade para praticar atos de
comércio, fazem deste profissão. O Bento tem uma indústria de transporte enquadrável no
artigo 230.º n.º 7 do Código Comercial - Haver-se-ão por comerciais as empresas, que se
propuserem: Transportar, regular e permanentemente, por água ou por terra, quaisquer
pessoas, animais, alfaias ou mercadorias de outrem – considera-se que tem capacidade para
praticar atos comerciais e exerce essa atividade como profissão.
13 Resolução - CASOS PRÁTICO 1
A compra é subjetivamente comercial, uma vez que foi realizada tendo em vista a atividade
comercial de Bento – artigo 2.º do Código Comercial 2ª parte - Serão considerados atos de
comércio (…) todos os contratos e obrigações dos comerciantes”.
A venda não é comercial relativamente ao agricultor por não estar qualificada como tal no
artigo 463.º do Código Comercial e por António não ser comerciante.
14 CASOS PRÁTICO 2
A) Eduardo é comerciante?
A) Eduardo é comerciante?
Mas se o médico explorar uma clínica, temos de admitir que não exerce apenas uma profissão
liberal, mas que através da clínica, pratica regularmente atos objetivamente comerciais como a
compra de produtos para revender enquadrável no disposto no artigo 463.º n.º 1 do Código
Comercial – São consideradas comerciais, 1. ° As compras de coisas móveis para revender. Ainda
nesta situação, o artigo 13.º do Código Comercial não exige que para ser considerado
comerciante, a pessoa tenha de exercer a atividade comercial a título principal, podendo sê-lo a
título secundário.
Assim, um médico não é considerado comerciante quando exerce a sua profissão liberal, mas
pode ser considerado comerciante quanto realiza atos relacionados com a exploração da
clínica.
19 CASOS PRÁTICO 4
João, estudante do 2.º Ano do Curso de Direito da Universidade do Minho, trouxe de sua
casa uma máquina de café e instalou-a, durante a época de exames, numa bancada dos
corredores, servindo café. O João pode considerar-se comerciante?
20 Resolução - CASOS PRÁTICO 4
Segundo o artigo 13.º n.º 1 do Código Comercial - São comerciantes: 1.° As pessoas, que,
tendo capacidade para praticar atos de comércio, fazem deste profissão. O João, sendo maior
de idade, tem capacidade para praticar atos de comércio. Pode considerar-se a venda do café
como um ato comercial enquadrável no artigo 463.º n.º 1 do Código Comercial - 1.° As
compras de coisas móveis para revender, em bruto ou trabalhadas, ou simplesmente para
lhes alugar o uso – se considerar a compra de café para revender. Mas o João não faz desta
atividade a sua profissão, o João é estudante, logo não adquire a qualidade de comerciante
porque não cumpre esse requisito do artigo 13.º n.º 1 do Código Comercial.
21 CASOS PRÁTICO 5
4. Adotar uma firma, ter uma escrituração mercantil, registo comercial mas
não são obrigados a prestar contas;
24 Casos Práticos (obrigações dos comerciantes)
A Firma é um dos sinais distintivos do comerciante, o nome que este
usa para se identificar no exercício da sua atividade económica. Deve
cumprir que princípios (apenas uma opção correta)?
2. Composta apenas pelo seu nome civil (completo ou abreviado); Opção correta
3. Composta pelo seu nome civil (completo ou abreviado) + uma expressão que
diga respeito à atividade que irá assumir; Opção correta
2. Balanço anual realizado nos três primeiros meses do ano imediato; Opção correta
Albertina Costa quer abrir uma frutaria e pretende adotar como firma “Noémia Nunes
– Fruta Fresca”. Será possível?
31 Resolução - CASOS PRÁTICO 6
O Comerciante em nome individual deve adotar como firma o seu nome civil,
completo ou abreviado, e pode aditar-lhe a alcunha ou expressão alusiva à
atividade, conforme refere o artigo 38.º - n.º 1 do Regime do Registo Nacional
de Pessoas Coletivas - O comerciante individual deve adotar uma só firma,
composta pelo seu nome, completo ou abreviado, conforme seja necessário
para identificação da pessoa, podendo aditar-lhe alcunha ou expressão alusiva
à atividade exercida.
A firma adotada deve ainda obedecer ao princípio da verdade estabelecido no
artigo 32.º n.º 1 do Regime do Registo Nacional de Pessoas Coletivas - Os
elementos componentes das firmas e denominações devem ser verdadeiros e
não induzir em erro sobre a identificação, natureza ou atividade do seu titular.
Luís e Mário pretendem constituir entre si uma sociedade comercial por quotas cujo
objeto será a venda de calçado. Pretendem adotar como firma “Zé Manel – Comércio
de Bicicletas, SA”. Quais as invalidades da designação desta firma?
33 Resolução - CASOS PRÁTICO 7
1 - A firma adotada deve ainda obedecer ao princípio da verdade estabelecido no artigo 32.º n.º 1 do Regime do
Registo Nacional de Pessoas Coletivas - Os elementos componentes das firmas e denominações devem ser
verdadeiros e não induzir em erro sobre a identificação, natureza ou atividade do seu titular. No caso concreto o
nome “Zé Manel” não está relacionado com os nomes dos comerciantes e “Comércio de Bicicletas” não é a
atividade que visam estabelecer (pretendem vender calçado).
2 - Querendo constituir uma sociedade por quotas, não podem colocar como aditamento “SA” têm de adotar
obrigatoriamente a expressão “limitada” ou a sua abreviatura “Lda”, conforme o artigo 200.º do Código das
Sociedades Comerciais - A firma destas sociedades deve ser formada, com ou sem sigla, pelo nome ou firma de
todos, algum ou alguns dos sócios, ou por uma denominação particular, ou pela reunião de ambos esses
elementos, mas em qualquer caso concluirá pela palavra «limitada» ou pela abreviatura «Lda.».
34 Próxima aula
As sociedades comerciais:
Definição;
Princípios aplicáveis;
Constituição da sociedade;
Características e vantagens;
Responsabilidade externa e interna dos sócios;
Capital social mínimo;
Número mínimo de sócios;
Participações sociais – quotas;
Órgãos sociais – estrutura orgânica;