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Caso 1
António, bancário em pré-reforma, dedica-se há vários anos a adquirir peças de mobiliário para
as recuperar e depois vender numa pequena loja na zona das Amoreiras. Como ainda tem
compromissos laborais com o banco, teve de contratar Barnabé para assegurar o
funcionamento da loja entre as 10h e as 17h todos os dias da semana, ficando António
responsável pelo encerramento da loja entre as 17h e as 18h às segundas e quintas-feiras, dias
em que aproveita para fazer as encomendas de material e para despachar os trabalhos de
restauro encomendados online.
1. António é comerciante?
RESPOSTA
Toda a pessoa civilmente capaz de se obrigar pode praticar atos de comércio – artigo 7º
Capacidade de gozo ou de exercício?
Doutrina maioritária – exercício
Minoritária – basta a capacidade de gozo
OA – terceira via – o incapaz não pode por si praticar atos de comércio nem ser comerciante,
mas se forem os seus representantes legais a praticar já pode.
Mas nem todo o que pratica atos de comércio é comerciante (artigo 1º)
Artigo 13º - São comerciantes:
1º - As pessoas, que, tendo capacidade para praticar atos de comércio (7º), fazem deste,
profissão.
Prática profissional de atos de comércio pode ser classificada com recurso a 4 vetores:
OA e Coutinho de Abreu – aplica-se a pessoas coletivas também pelo facto de se fazer uma
referência genérica a pessoas
Assim, ainda que a fundação tenha capacidade (7º) e pratique atos de comércio, neste caso
compra e venda de móveis (463º 1º e 2º), não se pode considerar preenchido o requisito da
profissionalidade por faltar o intuito lucrativo.
Para além de que no artigo 14º se esgota o universo das pessoas morais com a referência a
associações e fundações.
RESPOSTA
Vimos que António é comerciante.
464º
Assim, existe uma presunção no artigo 15º de que as dívidas comerciais do cônjuge
comerciante presumem-se contraídas no exercício do seu comércio.
Presunção legal – ilidível
Celeridade dos negócios – facilita a cobrança dos créditos
Artigo 2º parte final – para ilidir artigo 15º. De que forma se pode mostrar natureza
civil: 464º/1 (excluído da comercialidade); beneficio do adquirente, é o consumidor final.
Atos acessórios de comércio atípicos. Ex: se fosse ar condicionado para instalar na
loja
Para beneficiarem desta presunção, os credores têm apenas que provar que o sujeito
contraente das dívidas é comerciante e que as dívidas são comerciais (resultantes de atos de
comércio objetivos ou subjetivos ou de obrigações comerciais não derivadas de atos
mercantis).
Assim, compete ao cônjuge do comerciante, a este ou a ambos ilidir a presunção do
15º - provando que a dívida, apesar de comercial, não foi contraída no exercício do comércio
do comerciante devedor).
Afastada ela, afastada ficará a aplicação do 1691º d)
1691º d) CC – a dívida foi contraída em proveito comum do casal sendo que António
comprou um ar condicionado para casa. Sendo assim, caso o regime de bens seja a comunhão
geral ou de adquiridos, ambos são responsabilizados.
Por tais dívidas respondem os bens comuns do casal e, na falta ou insuficiência deles,
solidariamente, os bens próprios de qualquer dos cônjuges (1695º/1).
Este é um regime primordialmente tutelador do comércio.
Sendo que responde o património de ambos os cônjuges, fica facilitada a obtenção do crédito
ao credor.
O máximo que Dionísia podia fazer era provar que a dívida não foi contraída em proveito
comum do casal. Aqui proveito não é em sentido unicamente económico mas também moral,
intelectual, etc. Para além disso, a ocorrência do proveito deve apreciar-se tendo em conta o
fim que a ela presidiu e não o resultado efetivo da operação que origina a dívida. A conexão
entre a operação e esse fim deve ser apreciada segundo o critério de uma pessoa normal e
razoável.
AULA
Carlota não pode demandar apenas Dionísia
Se dívida é comum, ataco os bens comuns
Temos que falar do regime de bens
Se fosse separação – cada um é responsável por si (1691º/ d) ultima parte
Comunhão de adquiridos ou geral – transmissibilidade das dívidas. Património comum do
casal responderia se houvesse divida comunicável
15º -
Artigo 2º - atos subjetivos
Estes artigos são primos
Há quem defende que artigo 15º deve ser interpretado de forma ampla e aplicar-se
independentemente do Estado civil. Ou seja, todas as dúvidas se presumem comerciais
CONCLUSÃO
A divida não é comercial
4. Felipe que também é aficionado no restauro de mobiliário, decide juntar-se a
António na atividade de compra para restauro e revenda de mobiliário. Como o
negócio aumentou e o espaço da loja se começa a revelar insuficiente, António
e Felipe contratam com Ernesto um espaço no armazém deste último para irem
lá colocando o “excesso” de peças de mobiliário.
Ernesto para se salvaguardar exige (i) que António dê em garantia uma valiosa
escultura de Júlio Pomar e (ii) que Diogo, irmão de Felipe, garanta
pessoalmente a dívida.
Antónia desde criança que sempre gostou de pintar. Com o avançar dos tempos foi fazendo
vários cursos e foi aperfeiçoando as diversas técnicas de pintura, passando as suas obras a
ser um imenso sucesso a nível nacional e internacional.
Atualmente, tem o seu atlier localizado em Belém mesmo ao lado da galeria onde expõe os
seus quadros, tendo mais de 20 funcionários especificamente adstritos à exposição e à
negociação dos seus quadros e à organização das exposições que Antónia vai realizando pelo
mundo fora, já para não falar da invejável frota de veículos de transporte das suas preciosas
obras de arte.
1. Antónia é comerciante?
RESPOSTA
Próxima aula: 230º
Teoria subjetiva
Teoria objetiva
Teoria enunciativa
Pessoas semelhantes a comerciantes – há pessoas que estão no 230º
Requisitos para pessoas semelhantes a comerciantes
Transações comerciais – dl 62/2013 – p. 665 – diploma importante (costuma sair)
Estabelecimento comercial
Aula
dl 62/2013
transações comerciais 3º b)
empresas
2º/2 a)
777º CC
CCom – se partes nada convencionarem no 4º/3 diz quando obrigação está vencida
Que outros direitos assistem à sociedade? Art. 10º processo especial de injunção
102º paragrafo 5 é o que se aplica
RESPOSTA
Carlos está a agir em representação da sociedade por isso não é comerciante