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GEOGRAFIA DE
RONDÔNIA
História do Estado de Rondônia
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA
História do Estado de Rondônia
Sumário
Daniel Vasconcellos
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
História do Estado de Rondônia................................................................................................... 6
1. Exploração, Conquista, Ocupação e Colonização da Amazônia......................................... 6
2. Mercantilismo e Políticas de Colonização dos Vales do Madeira e Guaporé................15
2.1. A Colonização do Vale do Madeira e Guaporé. . ..................................................................15
3. Submissão do Indígena e Resistência Escrava................................................................... 23
4. Navegação no Rio Madeira.. .................................................................................................... 28
5. Abertura do Rio Amazonas à Navegação Internacional.................................................... 30
6. Exploração e Colonização do Oeste da Amazônia. . ............................................................ 36
6.1. O Ciclo da Borracha.. ............................................................................................................... 38
6.2. A Marcha para o Oeste..........................................................................................................42
6.3. Chico Mendes..........................................................................................................................44
7. O Processo de Ocupação e Expropriação Indígena na Área do Beni...............................44
8. Mão de obra para os Seringais do Alto Madeira. . ...............................................................46
9. Questão Acreana e Construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. . ......................49
9.1. Questão Acreana.....................................................................................................................49
9.2. Construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.........................................................51
10. Território Federal do Guaporé............................................................................................... 54
11. Criação do Estado de Rondônia............................................................................................. 56
Resumo............................................................................................................................................. 59
Mapas Mentais............................................................................................................................... 63
Questões Comentadas em Aula.................................................................................................. 66
Questões de Concurso.................................................................................................................. 69
Gabarito............................................................................................................................................86
Gabarito Comentado..................................................................................................................... 87
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História do Estado de Rondônia
Daniel Vasconcellos
Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a), tudo bem?
É muito importante que você tenha um grande escopo de conhecimento sobre a Geografia
e a História de Rondônia, conhecimento esse que possibilitará que você tenha um alto índice
de acertos nas questões ou, melhor ainda, que você gabarite a prova e encaminhe com solidez
a sua aprovação em um cargo público.
Para tanto, a base que norteará todo o nosso curso será o diálogo, favorecendo uma boa
interação entre aluno(a) e professor e a resolução oportuna das eventuais e possíveis dúvidas
que porventura surgirem.
Antes, porém, peço licença para uma breve apresentação.
Me chamo Daniel Vasconcellos, sou de Patos de Minas, interior de Minas Gerais. Pouco
antes de me formar em História, coisa de um ano antes, 2003, comecei a trabalhar como pro-
fessor no ensino médio. Tomei gosto pela coisa. Gosto do que faço, amo a docência. Foi muito
rápido, quando percebi já atuava em cursinhos preparatórios para concursos públicos, vesti-
bulares e no ensino médio da rede particular no interior de Minas. Passei a ministrar também
aulas de Filosofia, Sociologia e Geografia. Não faltava trabalho.
Tive a sorte de ser “engolido” pelo sistema particular de ensino e recebia um salário ra-
zoável, pelo menos pra quem desejava uma vida pacata no interior. Com isso não criei o inte-
resse por concurso público. Era feliz: trabalhava com o que gostava, mas... os ventos muda-
ram. Em 2013, após perder minha maior carga horária de trabalho, resolvi ir para Brasília, onde
ainda resido.
Entre agosto e dezembro de 2013 tentei os concursos do Ministério do Trabalho, Câmara
dos Deputados e Secretaria de Educação do Distrito Federal. Fiquei muito mal quando não vi
meu nome aprovado no concurso da Câmara. Me sentia preparado, mas não era a minha área.
A concorrência era enorme para um salário de R$ 18.000. Três meses de preparação é muito
pouco tempo. Para um concurso deste porte eu já deveria estar me preparando. Tudo é plane-
jamento e disciplina.
Mas o negócio é levantar a cabeça, estudar mais e focar no próximo. Em dezembro fiz as
provas para a Secretaria de Educação, em fevereiro saiu o resultado e em julho já estava fa-
zendo o que gosto de novo! Mas o melhor de tudo: fazendo o que gosto, ganhando bem e com
estabilidade!!! A estabilidade é a cereja do bolo do serviço público. Não existe mais aquela
pressão de todos os finais de anos letivos em que ficávamos apreensivos sem saber ao certo
se teríamos emprego no ano seguinte. Em apenas um ano minha vida deu uma guinada radical
e hoje só me arrependo de não ter buscado os concursos públicos antes.
Se existe algo que eu possa passar com essa experiência é que não se pode perder tempo!
Você precisa se dedicar, mas com planejamento, sem desespero. Esse material foi feito com
muito carinho para que seu tempo seja otimizado, para que você não perca tempo com o que
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não tem possibilidade aparecer na prova. Vamos ajudá-lo(a) a alcançar seu objetivo, e digo
mais, num curto espaço de tempo.
Você verá, meu(minha) caro(a) aluno(a) que o sacrifício vale muito! Não vá se sentir cul-
pado por não dedicar o tempo que seria justo à sua família e a seus amigos. Aquele encontro
fica pra depois, e vai ser muito mais prazeroso porque carregado da alegria pela conquista do
seu esforço! Então vamos!!! Bora buscar seu cargo! Conte comigo em tudo o que for preciso
para alcançar seu objetivo.
Metodologia
A ideia do curso é que você não precise utilizar nenhum outro material além deste para se
preparar para as questões de História. Cada detalhe do curso foi meticulosamente preparado
para sanar todas as dúvidas que puderem surgir.
Na parte teórica você encontrará uma narrativa leve e objetiva, com intuito de que consiga
enxergar, compreender a História de Rondônia como um processo e problematizar os aspectos
geográficos. Variados exemplos, esquemas e mapas mentais serão utilizados para que con-
siga criar links cognitivos. Você, em curto espaço de tempo, conseguirá ler uma alternativa e
perceber o seu erro por um pequeno detalhe, saberá identificar a única alternativa lógica para
o Universo da Geografia e da História de Rondônia.
Ao final da aula, os principais pontos dos temas estudados serão reunidos em um RESU-
MO. É ele o responsável para que você não tenha que voltar a ler as aulas incontáveis vezes.
Esse resumo terá a função de fazer você recordar o que fora estudado como uma cadeia
códigos que se conecta com sua memória, fazendo se lembrar, inclusive, de como o assunto
poderá ser cobrado.
Além disso, as questões sobre Geografia e História de Rondônia elaboradas pela Cebraspe
serão comentadas para que você entenda o “jeito” da banca. Uma lista de exercícios com ques-
tões sobre o tema também o(a) ajudará na fixação do conteúdo.
Detalharemos cada fato relevante à compreensão do processo, mas isto só terá sentido
na medida em que ajudá-lo(a) a resolver as questões, a fazer bem a prova. Não vamos perder
tempo com detalhes menores já que o objetivo não é que você escreva um artigo científico
sobre “a influência do ciclo da borracha na Primeira Guerra Mundial”.
Não se preocupe, ao final do curso você estará muito bem-preparado para realizar uma
excelente prova.
Suporte
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Caso a dúvida não seja sanada de maneira firme, objetiva, o processo de aprendizagem
pode ser comprometido. Por isso, não hesite em questionar. Estarei à disposição para sanar
quaisquer dúvidas que tiver.
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Tratado de Tordesilhas
Note que, de acordo com o Tratado de Tordesilhas, a maior parte da Amazônia pertenceria
à Espanha.
Celebrado do Tratado, as descobertas continuaram. Em 1498 a expedição de Vasco da
Gama chegou às Índias e, em 22 de abril de 1500, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Foi o navegador espanhol Vicente Pinzón que, em janeiro de 1500, primeiro aportou no
litoral do nordeste brasileiro. Depois, navegou pelo litoral norte e navegou pela foz do Rio Ama-
zonas, o qual chamou de Mar Dulce. Foi o primeiro europeu a navegar pelo litoral do Amapá, o
rio Oiapoque e seguir rumo às Guianas e ao Caribe. Portanto, querido(a) aluno(a), os espanhóis
foram os primeiros a chegar ao Brasil. Entretanto, pelo tratado de Tordesilhas, a maioria do
litoral brasileiro, velejado pelos espanhóis, pertencia à Portugal. Entenda: mesmo sendo os
que chegaram primeiro, as terras não poderiam ser colonizadas. A única exceção era a região
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Norte. Assim, ainda em 1500, outro espanhol, Diogo de Lepe, primo de Pinzón, também navega
pela costa brasileira.
Outro navegador espanhol de grande importância para nossos estudos foi Francisco
Orellana. Ao participar da expedição de Francisco Pizarro aos Andes, em 1540, acabou se
desencontrando do restante das embarcações e desceu o Rio Amazonas. Foi, portanto, o pri-
meiro europeu a navegar por toda a extensão do Rio Amazonas. Retornando à Espanha, rece-
be autorização do rei para colonizar e explorar a região. Desse modo, em 1549, navega pela
região, mas se perde e morre.
O contato dos exploradores europeus com os povos nativos foi caracterizado pela subjuga-
ção. Crentes na sua superioridade civilizacional, os colonizadores promoveram a aculturação
e usaram de violência para efetivar o domínio das novas terras e de suas riquezas, inclusive os
escravizando, como veremos mais adiante.
O insucesso da expedição de Francisco Orellana acabou tirando o entusiasmo dos espa-
nhóis com a região e abrindo espaço para que outras nações realizassem incursões no terri-
tório. Antes, porém, é necessário que entendamos o que levou os portugueses a ocuparem a
região e como foi organizada essa colonização.
Os portugueses chegaram ao Brasil em 1500 e, no entanto, não ocuparam o território de
imediato. Daí a nomenclatura Pré-colonial para nos referirmos aos trinta anos que se segui-
ram. Portanto, entre 1500 e 1530, a ocupação territorial se limitou a FEITORIAS no litoral: uma
mistura de forte para defesa do território e armazém. Mas por que isso? A resposta fica mais
interessante e compreensível quando feita em partes:
a) por que a Coroa Portuguesa decidiu não explorar a colônia brasileira entre os anos de
1500 e 1530?
b) por que a Coroa Portuguesa decidiu explorar a colônia brasileira a partir dos anos de
1530?
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Entre 1500 e 1530, o único produto explorado era o pau-brasil. Como ainda não havíamos
passado pela Revolução Industrial, não existiam corantes sintéticos. O pau-brasil foi muito
utilizado nas manufaturas têxteis. As concessões para exploração eram dadas pela Coroa e
chamadas de estanco. Para cortar a madeira e levar aos navios, era necessária uma grande
quantidade de mão de obra. A modalidade de exploração da mão de obra indígena recebeu o
nome de escambo: troca de presentes, de artefatos e de animais que não existiam aqui pelo
trabalho dos índios. A escravidão indígena será sim utilizada no início da colonização, mas
logo será substituída pela mão de obra africana pois a Coroa Portuguesa seguirá ao ordena-
mento da Igreja em não escravizar os nativos, considerados “almas puras do paraíso”.
Querido(a) aluno(a), a Coroa Portuguesa voltou seus olhos para a colônia brasileira e de-
cidiu povoá-la, explorá-la, a fim de resolver sua crise econômica e impedir que outras nações
tomassem seu território. O problema é que a Coroa Portuguesa não tinha recursos financeiros
para promover essa empreitada. Eis então a solução proposta: terceirizar a tarefa da coloniza-
ção, entregando lotes de terras a fidalgos (nobres portugueses). Nasceram assim as Capita-
nias Hereditárias.
Observe:
Capitanias Hereditárias eram faixas de terra que partiam do litoral para o interior até a linha
imaginária do Tratado de Tordesilhas. De início, foram quinze Capitanias entregues para usu-
fruto do donatário. É importante destacar que o donatário não era dono da terra, ele possuía o
direito de explorá-la, direito esse estendido a seus descendentes. No campo jurídico, existiam
dois documentos para regulamentar as relações entre a Coroa Portuguesa e os donatários:
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O sistema de Capitanias era extremamente vantajoso para a Coroa Portuguesa, pois trans-
feria a responsabilidade da empresa de colonização para os fidalgos. Entretanto, os donatá-
rios passaram por grandes dificuldades: desenvolver a colônia com poucos recursos financei-
ros, a distância em relação à metrópole (Portugal) e os constantes conflitos com os nativos.
Diante dessas dificuldades, a maioria das Capitanias não conseguiu vingar, desenvolver sua
economia e gerar tributos para a Coroa. As únicas exceções, em função do sucesso na explo-
ração do açúcar, foram a Capitania de Pernambuco e a Capitania de São Vicente.
Como vimos, a região da Amazônia pertencia à Espanha. Entretanto, como os espanhóis se
desencantaram com a região, em função do fracasso da expedição de Francisco Orellana, os
portugueses passam a se interessar pela área. Em 1553, Luís Melo da Silva passa pelo litoral
Norte, mas sua expedição acaba massacrada por índios na região da Guiana.
Holandeses se instalaram ao longo dos rios para buscar as drogas do sertão e especiarias
para o mercado europeu. Os espanhóis, por sua vez, acabaram explorando o pau-brasil, utili-
zando mão de obra indígena através do escambo. Nascia, assim, o extrativismo madeireiro. Es-
ses fatos contribuíram para a ocupação da região por europeus e a consequente escravização
e aculturação dos povos nativos.
Mas o primeiro ciclo econômico significativo na região Norte se deu em meados do século
XVII, com a criação da Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão. Portugal re-
solveu ocupar definitivamente a região e expulsar os estrangeiros objetivando o monopólio da
exploração das drogas do sertão e do cultivo de algodão e tabaco.
Entretanto, é no final do século XIX que ocorreria o grande ciclo econômico na região, o
chamado “ciclo da borracha”. A floresta amazônica era berço natural de seringueiras das quais
era extraído o látex. Foi esse ciclo o responsável perlo primeiro surto de ocupação. Para lá se
dirigiram muitos nordestinos fugindo da seca.
Um dos maiores ícones da opulência do ciclo da borracha é o teatro Amazonas. Principal
cartão postal da cidade de Manaus, está localizado no centro da cidade, no Largo de São Se-
bastião, e foi inaugurado em 31 de dezembro de 1896.
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O Estado do Maranhão virou “Grão-Pará e Maranhão” em 1737 e sua sede foi transferida
de São Luís para Belém do Pará. O Tratado de Madri de 1750 confirmou a posse portuguesa
sobre a área. Para estudar e demarcar os limites, o governador do Estado, Francisco Xavier de
Mendonça Furtado, instituiu uma comissão com base em Mariuá em 1754. Em 1755 foi criada
a Capitania de São José do Rio Negro, no atual Amazonas, subordinada ao Grão-Pará.
A Região Norte do Brasil entrou no mapa das políticas públicas apenas na segunda me-
tade do século XX, a começar pela construção da rodovia Belém-Brasília, cuja conclusão se
deu em 1958.
Interessados na potencialidade do extrativismo mineral na Região Norte, os governos mili-
tares pós 1964 desenvolveram projetos desenvolvimentistas. Vamos a eles:
Os militares promoveram a expansão das fronteiras agrícolas com a doação de terras para
colonos e incentivos financeiros. Assim, em 1967, foi criada a SUDAM (Superintendência para
o Desenvolvimento da Amazônia) e a SUFRAMA (Superintendência da Zona Franca de Ma-
naus). Aqui merece destaque a importância econômica da Zona Franca de Manaus, um polo
industrial que ofereceu incentivos fiscais para atrair multinacionais do ramo eletrônico. Tam-
bém foram criados o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e o BASA
(Banco da Amazônia).
Ainda no governo dos militares, na década de 1970, foi criado o Projeto RADAM (Reconhe-
cimento da Amazônia) em que se realizaram estudos sobre as potencialidades econômicas de
exploração dos recursos naturais da região.
Outras obras de infraestrutura de grande importância também foram realizadas durante o
governo dos militares como rodovias (Transamazônica, Cuiabá-Santarém, Porto Velho-Ma-
naus), empreendimentos agropecuários e minerais (Projeto Jarí e Projeto Carajás). Como con-
sequência, também forma necessários empreendimentos de geração e transmissão de ener-
gia, que buscaram o aproveitamento das águas dos rios presentes na região. Exemplo disso
fora as construções de grandes usinas hidrelétricas, como Tucuruí e Balbina, que se estendeu
até o início da década de 1980.
Detalhe importante é que esses investimentos ocasionaram grande impacto ambiental,
aumentando o desmatamento, migração de espécies de animais e comprometimento das po-
pulações locais em função das áreas alagadas pelos reservatórios. Recentemente, os deba-
tes em relação à construção da Usina de Belo Monte no estado do Pará remontam a essa
realidade.
Durante a Assembleia Nacional Constituinte de 1986-1988, ganhou corpo a discussão
acerca da divisão do estado de Goiás. Houve grande mobilização popular e política na região
norte do território goiano. O governador Henrique Santillo, eleito em 1986, tornou-se um grande
articulador da demanda. Assim, a Constituição de 1988, também chamada “Constituição Cida-
dã”, criou o Estado do Tocantins, que passou a integrar a Região Norte do país. Seu território
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do as nascentes do rio Grande La Plata ou Mamoré. Tomou seu curso navegando-o em balsas
rústicas, vencendo suas corredeiras, saltos e cachoeiras chegando a sua foz, desta prosse-
guindo pelo rio Cayari (Madeira) até sua desembocadura no rio Amazonas.
Em 1640 os padres jesuítas iniciaram contatos com as nações indígenas do vale baixo do
rio Madeira. Em 1669, os padres Manoel Pires e Grazoni fundaram a missão de Tupinambara
na ilha com essa mesma denominação, situada próxima a foz do rio Madeira, com a finalidade
de centralizar a catequese dos indígenas, apoiar a conquista do vale do rio Madeira e impedir
que os índios continuassem a comercializar com os holandeses assentados no rio Negro.
Em 1687, os padres Jesuítas instalaram várias missões no rio Madeira em aldeias indíge-
nas dos com as quais conseguiram fazer alianças. A partir de sua foz rumo as nascentes, en-
contravam-se instaladas missões em Abacaxis, Paranaparixaria, Canumã, Onicoré e Tarerise.
A ação missionária expandia-se proporcionalmente ao aumento das atividades coletoras
de especiarias (drogas do sertão) e sua comercialização pelos padres e índios com os comer-
ciantes das bandeiras fluviais do Grão-Pará, pelo processo de escambo. As missões do rio
Madeira além de suas atividades catequéticas exerciam também as de empórios comerciais.
No final do século 17, na região amazônica, não havia alternativas econômicas nem capital
para desenvolver qualquer atividade diferente da exploração das drogas do sertão. Portanto,
a ordem de Portugal era para intensificar a construção de missões e aldeamentos na colô-
nia administrados por religiosos (principalmente jesuítas). O objetivo era dar continuidade à
ocupação e expansão do território por meio da catequese e do trabalho agrícola. Além disso,
ordenou-se a construção de um sistema de defesa (fortes) para assegurar o domínio da área.
Os missionários, como vimos, partiam em expedições ao interior da floresta para “descer”
os indígenas e trazê-los aos aldeamentos. Ali, eles eram divididos para trabalhar nas proprieda-
des rurais de colonos portugueses, nas missões das ordens religiosas e para o governo.
Para os missionários, catequizar os índios era, além de ensinar a moral cristã, retirá-los da
barbárie e integrá-los à sociedade da colônia. Assim, entre os valores europeus repassados
aos povos indígenas estava principalmente a função do trabalho. O índio deveria tornar-se um
bom cristão e trabalhador.
O período da administração pombalina foi marcado pela criação do Diretório dos Índios e
pela expulsão de todos os jesuítas da região em 1759.
Nos quarenta anos do Diretório dos Índios, o número de indígenas trabalhadores envolvi-
dos com esse sistema sofreu uma grande redução. Em 1757 havia cerca de 30 mil indígenas,
enquanto em 1798 restavam apenas cerca de 19 mil (final do Diretório dos Índios). Os índios
submetidos a esse sistema sofreram com o excesso de trabalho e maus tratos praticados por
diretores escolhidos entre colonos e oficiais militares da colônia. Esses homens, diferente dos
padres que conduziam as antigas missões, eram rústicos e despreparados.
Pombal era contra o domínio dos padres jesuítas sobre os índios na colônia e os acusava
de praticarem comércio ilegal e de incitarem as populações indígenas contra a Coroa Por-
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tuguesa. O poder dos jesuítas, cada vez maior, era, portanto, um desafio ao governo. Após a
sua expulsão em 1759, toda a riqueza acumulada pelos jesuítas foi confiscada e vendida: 135
mil cabeças de gado, 1.500 cavalos, 22 fazendas, edifícios, plantações de cacau, entre outras
benfeitorias.
Os aldeamentos formados por indígenas catequisados durante o trabalho dos missioná-
rios nos séculos 16 e 17 passaram no século 18 para a condição de vilas ou aldeias.
Nesse período, Marquês de Pombal retirou o caráter religioso dessas formações popula-
cionais e buscou transformar o índio em um trabalhador livre. Um decreto de 1755 impedia
que os missionários controlassem as aldeias indígenas. Ou seja, qualquer colonizador europeu
podia ter acesso a elas. Embora esse decreto afirmasse que os índios deveriam ter os mesmos
direitos que os cidadãos livres comuns, na prática, não foi dado a eles o direito de administrar
suas próprias aldeias. Isto é, Pombal colocou, no lugar dos missionários, colonos portugueses
(diretores) para conduzir a mão de obra indígena nessas novas vilas e aldeias.
Após a Guerra dos Emboabas (envolveu paulistas e estrangeiros pelo domínio da explora-
ção da região das minas), em 1709, os paulistas, impossibilitados de explorar o ouro de Minas
Gerais, passaram a buscar novas zonas de mineração, descobrindo-as nos atuais Estados de
Mato Grosso e Goiás. Em 1719, a bandeira de Pascoal Moreira Cabral, subindo o rio Cuiabá
à caça de índios, encontrou ouro nas margens do rio Coxipó-Mirim e, em 1725, a bandeira de
Bartolomeu Bueno da Silva descobriu ouro em Goiás. A descoberta de ouro na região marcou
o início das monções, expedições fluviais regulares que faziam a comunicação entre São Pau-
lo e Cuiabá.
O arraial passou a se chamar Vila Real do Senhor Jesus do Cuiabá, em 1.727. Naquele perí-
odo, Miguel Sutil também descobriu a maior veia aurífera da época que foi batizada de “Lavras
do Sutil”.
Enquanto foi capital, Vila Bela da Santíssima Trindade obteve um progresso muito grande
devido aos investimentos em infraestrutura e incentivos fiscais para os novos moradores. No
entanto, as dificuldades de povoar a região (distância, doenças, falta de rotas comerciais) e o
estabelecimento de um importante centro comercial em Cuiabá acabaram forçando a transfe-
rência da capital em 1835. Os moradores abandonaram a região, deixando casas, estabeleci-
mentos comerciais e escravos para trás.
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Essa descoberta fez com a Capitania de São Paulo ordenasse a “guerra justa” para eli-
minar os índios Payaguá, e a dizimação quase total dos Parecis, que passaram a ser mão de
obra escrava.
A produção na região era inconstante pois a presença de pessoas estava vinculada ao
ouro, aos mitos do Eldorado e do Lago de Ouro que se renovava com novos achados.
O Ciclo do Ouro, que ocorre na segunda metade do século XVIII, teve como principal símbo-
lo em Rondônia a construção do Real Forte Príncipe da Beira, inaugurado em 31 de agosto de
1783, tendo como principal objetivo efetivar a política de expansão da Coroa Portuguesa, asse-
gurar a posse das terras conquistadas, além de funcionar como posto avançado de vigilância e
combate na defesa dos interesses de Portugal, do avanço militar e da cobiça espanhola.
A descoberta de riquezas minerais na região do Rio Guaporé fez com que Portugal se
apressasse em povoá-la, temendo que os vizinhos espanhóis fizessem o mesmo. Foi, então,
criada a Capitania de Mato Grosso e sua capital instalada em 19 de março de 1752 com o
nome de Vila Bela da Santíssima Trindade. Ao mesmo tempo, o comércio e o contrabando
através das rotas fluviais, das monções, intensificaram a colonização do Vale do Guaporé e a
fundação de Vila Bela da Santíssima Trindade.
Vale a pena destacar que, nessa época, a tecnologia de mineração era muito rudimentar o
que fazia cada faisqueira ou lavra possuir uma vida útil muito curta, o que, por sua vez, provo-
cava um processo migratório constante, em busca de novos veios auríferos. Também é preciso
destacar que os trabalhos nas lavras e faisqueiras era extremamente insalubre. Mesmo assim,
os “campos d’oro”, como era conhecido o vale do Guaporé, sobreviveram. Principalmente em
virtude da abundância de minério, mas não prosperou, pois a abundância era aparente. Não se
ergueram cidades ao redor da febre do ouro guaporeano porque a febre do ouro passou logo.
A partir de 1770, houve um esgotamento das minas, e isso não foi acompanhado de um re-
ordenamento de forças produtivas. Com esse declínio, as pessoas brancas foram abandonan-
do a região do Vale do Guaporé, ficando apenas os negros ou mestiços. Além disso as tensões
fronteiriças se deslocaram, o Vale do Guaporé não era mais o foco.
Devido à baixa produtividade da Capitania, foi extinta em 1778, o que agravou mais ainda
os problemas no Vale do Guaporé, inviabilizando também a rota comercial Amazonas - Madei-
ra - Guaporé;
No final do século XVIII, o vale do Guaporé foi sendo abandonado pelos mineradores que
procuravam regiões mais ricas, pela falta de investimento, visto ser improdutiva e também
pelos governadores Gerais que passavam a maior parte de seu tempo em Cuiabá. No vale
permaneciam apenas os negros libertos, entregues à própria sorte. E, com isso, estava sendo
decretada a sorte da região: o abandono.
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A palavra monção era usada pelos portugueses para denominar os ventos periódicos que
ocorriam na costa da Ásia Meridional. Esses ventos, que durante seis meses sopram do conti-
nente para o Oceano Índico e nos seis meses seguintes em sentido contrário, determinavam a
saída das expedições marítimas de Lisboa para o Oriente.
Na Colônia, as expedições que utilizavam as vias fluviais foram chamadas de monções,
não por causa dos ventos, mas por se submeterem ao regime dos rios, partindo sempre na
época das cheias (março e abril), quando os rios eram facilmente navegáveis, tornando a via-
gem menos difícil e arriscada.
As monções partiam das atuais cidades de Porto Feliz e Itu, às margens do rio Tietê, levan-
do em média cinco meses até alcançar as minas de Cuiabá.
No início, as monções transportavam paulistas para as minas cuiabanas, mas logo torna-
ram-se expedições de abastecimento, isto é, bandeiras de comércio, levando mercadorias para
as zonas mineradoras. A população das minas necessitava adquirir tudo que precisava, pois
só estava interessada em achar ouro e enriquecer rapidamente.
A agricultura nunca se desenvolveu plenamente no Vale do Guaporé, sempre ficou em
segundo plano, pois a mineração ditava as regras. Além disso, as roças eram atacadas por
muitas pragas. A pecuária era mais aceita, pois havia uma facilidade para que o gado, principal-
mente vindo de São Paulo, adentrasse a região. Mas, devido a precariedade de abastecimento,
prevalecia o contrabando com os espanhóis.
Foi com vistas nessa presença constante que, ainda antes da assinatura do Tratado de
Madri, D. Antônio Rolim de Moura recebeu a incumbência de povoar a região do Guaporé.
Em 1748 foi criada a capitania de Mato Grosso. A nova Capitania teve como governador
D. Antonio Rolim de Moura Tavares. Isso dava o controle definitivo sobre a produção de ouro
e diamantes das minas de Mato Grosso. A construção da Vila Bela da Santíssima Trindade,
a mando de Antonio Rolim, em 1752, primeiramente, ocorreu em uma área de nome Pouso
Alegre. Após enchente, se mudou mais para cima, em 1753. Os edifícios públicos não tinham
a “grandiosidade barroca” das construções de Minas Gerais ou do Nordeste devido a cana de
açúcar. Além de assegurar a presença portuguesa, a capital seria um ponto de coleta de im-
postos sobre a mineração
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A posição geográfica da Vila Bela da Santíssima Trindade era estratégica pois tinha fácil
acesso à bacia amazônica pelo rio Guaporé e se ligava ao Grão-Pará e ao Porto de Belém. Além
disso, se interligava a Cuiabá, Vila Maria (Cáceres) e a bacia Platina, além da interligação com
São Paulo (Rios Paraguai-Cuiabá-Taquari-Pardo-Paraná e Tietê).
Durante a administração de Antonio Rolim, fundaram um núcleo urbano, instalaram um
“aparato militar”, povoaram a região e buscaram protegê-la de possíveis ataques dos espa-
nhóis. Devido à forte tensão na fronteira oeste entre castelhanos e lusitanos, a nova Capitania
inibiria um possível avanço dos espanhóis em direção leste.
O abastecimento da região, inicialmente era feito através de caravanas paulistas. Com a
descoberta da possibilidade da rota fluvial, o abastecimento passou a ser feito a partir de Be-
lém, pelos rios Amazonas, Madeira, Mamoré, Guaporé. Mas isso só depois de 1754, quando foi
franqueada a navegação.
Os rios que serviam de rota para o contrabando passaram a servir de caminho de integra-
ção e rota de recolhimento de impostos. Entretanto, essa forma de abastecimento não bara-
teou o custo das mercadorias. Mesmo com a criação da Companhia de Comércio do Grão
Pará e Maranhão, o abastecimento continuou insuficiente, caro e mantendo o endividamento
dos mineradores, o que ampliou o ciclo da escravidão: passavam a ser escravos, além do ne-
gro e do índio, o colono branco que dependia desses meios e vias de transporte.
O comércio estava atrelado à mineração. Através das rotas fluviais, vinham escravos, teci-
dos, utensílios domésticos, armas, munições, sal, açúcar, vinhos, queijos, carnes, papel, mate-
riais de construção, objetos de mineração ou para culto religioso.
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A vida dos navegantes era penosa e perigosa, mesmo assim esse comércio era rentável,
sendo intensificado com a criação da Companhia de Comércio do Grão Pará e Maranhão, na
parte norte da colônia. Além de abastecer a região, canalizava toda a produção que era retirado
de MT que era escoada pela rota do Maranhão.
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direita da Bacia do Guaporé, atual estado de Rondônia. Com relação a esse assunto, julgue os
itens a seguir.
O governo português construiu a fortaleza militar do Príncipe da Beira às margens do rio
Guaporé, o que originou os primeiros núcleos colonizadores que se desenvolveram no século
XIX nessa região.
Localizado na margem direita do rio Guaporé, atual município de Costa Marques, Rondônia, a
fortaleza do Príncipe da Beira foi fundada em 1775. Em posição dominante na fronteira com
a Bolívia, esta fortaleza é considerada a maior edificação militar portuguesa construída fora
da Europa, no Brasil Colonial, fruto da política pombalina de limites com a coroa espanhola na
América do Sul, definida pelos tratados firmados entre as duas coroas entre 1750 e 1777. O
Forte Príncipe da Beira é muito parecido com a Fortaleza de São José de Macapá, sua contem-
porânea, é Distrito do município de Costa Marques e acolhe uma comunidade remanescente
de quilombolas certificada pela Fundação Palmares em 19/08/2005.
Certo.
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cursos do rio Madeira e penetrando em seus afluentes. Entre os quais o rio Jamari abundante
em cacau, trocando ferramentas e outros produtos manufaturados por especiarias da floresta
(drogas do sertão) com os índios e com os padres que mantinham o controle desse rendo-
so comércio.
O padre Jódoco Peres, superior dos jesuítas de Tupinambarana, em 1683, subiu o rio Ma-
deira durante nove dias até alcançar a aldeia dos índios, Iruris, na qual pretendia instalar uma
missão, não obteve êxito. Essa missão só foi instalada em 1689.
Em 1712 o padre jesuíta João Sam Payo, entrou no rio Madeira se estabelecendo na al-
deia indígena de Canumã, erigindo igreja e casas, iniciando o seu trabalho missionário no vale
desse rio.
A intensa ação missionária e a rentável atividade de coleta e comercialização de especia-
rias no rio Madeira, estimularam a organização no Grão-Pará, de uma bandeira fluvial. Chefiada
pelo sargento-Mor Francisco de Melo Palheta, foi composta por trinta soldados e noventa
e oito índios flecheiros embarcados em sete canoas com a incumbência de proceder minu-
cioso levantamento dafisiografia do vale do rio Madeira, percorrer todo seu curso, descobrir
suas vertentes, contatar pacificamente com seus habitantes nativos, proceder o levantamento
das atividades econômicas e políticas dos colonos e padre lusos, bem como de concorrentes
estrangeiros
Em 1723, o padre João Sam Payo, fundou a missão de Santo Antônio próximo a foz do rio
Jamari, dentro da área, atualmente limitada pelo Estado de Rondônia, mudando-a posterior
mente para o lago Cuniã a fim de proteger os índios dos ataques dos indígenas adversários e
dos aventureiros que trafegavam pelo rio Madeira.
A resistência dos índios Muras, Parintintins e Caripunas detiveram a expansão das mis-
sões jesuíticas na cachoeira de Santo Antônio, obrigando os padres, colonos e indígenas alia-
dos destes, a recuarem até o próximo a foz do rio Jamari nas vizinhanças do rio Beata. Daí se
deslocaram até a foz do rio Jí-Paraná, na qual instalaram a missão de Camuam. Apesar disso,
foram também desalojados em decorrência dos constantes ataques dos indígenas, bem como
pelo surto de doenças. Abandonaram o local deslocando-se rio abaixo até a missão de Troca-
no (atual cidade de Borba), na qual os padres dispunham de recursos bélicos para se defende-
rem, inclusive com dois pequenos canhões.
Enfrentando a hostilidade dos indígenas, os padres prosseguiram o trabalho catequético
de aldeamento e pacificação das nações aborígines, com vista a consolidar a ocupação lusa
no vale do rio Madeira, em observação à política de expansão territorial no continente ameri-
cano, disposta pelo governo metropolitano português.
Consoante ao alcance desse objetivo, o padre João Sam Payo, em 1728, explorou os bai-
xos e médio cursos do Jamari. Organizou uma expedição qual subiu o rio Madeira alcançando
a cachoeira Aroya (Santo Antônio), daí prosseguindo vencendo as cachoeiras, saltos e corre-
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deiras dos Macacos, Laguerites (Teotônio), Morrinhos, Calderao do Inferno, Jirau, Três Irmãos,
Paredão e Perdeira.
Tanto no percurso de ida como no de retorno, os expedicionários mantiveram os possí-
veis contatos com os indígenas na tentativa de captar sua mensagem e os convencer a se
tornarem aliados e súditos do rei de Portugal, bem como a aceitarem habitar em missões e a
seguirem os procedimentos da Santa Igreja Católica Apostólica Romana.
Em face permanente estado de beligerância do Muras, que atacavam e destruíam alde-
amentos jesuíticos, povoamentos coloniais e embarcações dos comerciantes droguistas do
sertão, o padre provincial da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão, solicitou ao rei de
Portugal que fosse declarada “guerra justa” (1738 - 1739) à nação Mura. Entretanto, pela Car-
ta Régia de 10 de março de 1739, Dom João V, monarca português, determinou a suspensão
das hostilidades por considerá-las injustas e desnecessárias.
Os Muras permaneceram oferecendo resistência à ocupação lusa no vale do rio Madeira.
Mesmo assim, no decorrer dos séculos XVII e XVIII, foram fundadas várias missões e povoa-
dos. O governo criou núcleos coloniais com destacamento militar para protegerem os colonos,
evitar o contrabando de ouro, cobrar os quintos devidos ao rei e auxiliar os navegantes nas
travessias das cachoeiras.
Ao longo de cerca de 250 anos de conquista e colonização portuguesa, muitos povos in-
dígenas foram mortos pela arma de fogo dos conquistadores e sobretudo foram dizimados
pelas doenças contagiosas trazidas pelos europeus (varíola, sarampo, catapora, gripe, tuber-
culose e doenças venéreas).
Assim, as populações indígenas na Amazônia foram reduzidas de maneira drástica. À épo-
ca do primeiro contato europeu havia aproximadamente 5 milhões de índios na bacia amazô-
nica, dos quais 3 milhões viviam no Brasil. Atualmente há apenas cerca de 430 mil indígenas
na Amazônia.
Calcula-se que a população no vale do Guaporé, naquela época, era formada por cerca de
sete mil escravos africanos e menos de mil portugueses. A vida útil de um escravo no Vale do
Guaporé era de aproximadamente dois anos, nos canaviais do Nordeste chegava a 10 anos e
na Bacia do Madeira, onde foram feitas tentativas de implantação de colônias, não passava de
seis meses.
Os negros eram uma alternativa necessária para a suposta liberdade dos indígenas. Além
disso, eles eram mais resistentes às doenças e eram considerados mais trabalhadores pelos
portugueses. Os escravos africanos trabalhavam na monocultura de produtos para a exporta-
ção, geralmente cacau, café, arroz e açúcar. Os índios, em contrapartida, cultivavam mandioca
e arroz para o consumo local. E, principalmente, estavam envolvidos nas árduas expedições
anuais de coleta nas florestas.
Durante o período colonial os navios negreiros provenientes da costa da África destina-
vam-se preferencialmente aos ricos portos do litoral do nordeste brasileiro, notadamente Bahia
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e Pernambuco. A “carga” desses navios, os africanos escravizados, era distribuída pela exten-
sa área de produção de nossa maior riqueza colonial, maior mesmo que o ouro, o açúcar.
Contrapondo-se ao rico mercado do açúcar encontrava-se a distante Amazônia. Constituía-
-se essa região em um mercado secundário de compra de escravos de origem africana. Várias
razões podem explicar essa situação. A primeira razão é o caráter periférico da economia ama-
zônica naquele período, em relação à economia do açúcar, e depois do ouro. A segunda razão
é que a região possuía uma economia pobre, tinha como base principal de sua economia o
extrativismo: produtos florestais conhecidos como drogas do sertão tais como a salsaparrilha,
a canela, copaíba, enfim uma infinidade de artigos.
Além disso, desde cedo, desenvolveu-se o extrativismo pesqueiro, importante produção no
comércio regional. Mas a maior produção extrativa da Amazônia no século XVIII era o cacau
nativo, contudo era produto de qualidade inferior ao cacau agrícola das colônias espanholas,
portanto menos procurado e de menor valor no mercado internacional.
No baixo Amazonas, ou seja, nas proximidades de Belém, concentravam-se atividades agrí-
colas e pecuárias. Derivava dessa economia o pouco acúmulo de capitais regionais e a opção
pela mão de obra indígena escravizada, ou em condição análoga ao trabalho escravo, em detri-
mento da mão de obra escrava de origem africana.
Além do mais, temos que considerar o custo do trabalhador, para se ter ideia um escravo
africano em Belém custava dez vezes mais que um escravo nativo no início do século XVIII.
A criação da Companhia de Comércio do Grão Pará e Maranhão (1755) abria possibilida-
des para a colocação da força de trabalho escravizada na África em quantidade e regularidade.
A oferta desse trabalhador novamente teve pequeno impacto face à relativa pobreza da eco-
nomia extrativista das drogas do sertão. Parte dessa força de trabalho foi adquirida para a Ca-
pitania do Mato Grosso, ocupada na mineração do ouro no Vale do Guaporé, setor econômico
que pouco utilizava a mão-de-obra de origem indígena,
Os escravos eram usados em diferentes atividades: nas faisqueiras, nas lavras e sesma-
rias. Nas grandes propriedades eram controlados pelos feitores, em geral de origem negra.
Mas entre os pequenos proprietários havia uma relação mais próxima, nem por isso menos
sujeita a revoltas, fugas e insurreições. Também havia os “pretos Del Rey”, escravos de pro-
priedade da coroa, que estavam a serviço do governador, para a edificação de obras públicas.
Esses escravos eram vistos como verdadeiros equipamentos de serviço público. Eram poucos
e os governadores se obrigavam a alugar mais escravos junto aos proprietários. Em 1752, Ro-
lim de Moura criou a Companhia dos Homens Pretos e Mulatos.
Considerada como a mais insalubre do mundo, a região do Madeira era propensa a doen-
ças tropicais como o Maculo, uma febre diarreica que matava o portador em poucos dias e
provocava grande sofrimento. A partir de 1815, a extração do ouro deixou de ser atrativa no
Vale do Guaporé e muitos negros que não serviam para o trabalho foram deixados para trás.
Descendentes deles vivem hoje em vários quilombos no Vale do Guaporé.
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ferrovia Madeira-Mamoré e dos seringueiros, no início do século XX. Atualmente, estão sob a
violência muito mais agressiva, a dominação ideológica descaracterizando-os e despojando-
-os dos seus valores culturais atávicos de nação. Violência praticada pelas missões religiosas
nacionais e estrangeiras de várias matizes e credos.
Karitianas: Ocupam uma reserva de 57.000 há próxima a cidade de Porto Velho. Seu contato
com os brancos ocorreu a partir da Segunda metade do século XIX quando a região foi pene-
trada pelos seringueiros.
Tapari, Makurap e Jatobi: Vivem nos Postos Indígenas do Rio Branco e do Rio Guaporé, são
poucos indivíduos remanescentes destas nações que tiveram próxima a extinção vítimas das
ações hostis dos seringalistas.
Kaxacaris: Habitam a região limítrofe entre os municípios de Porto Velho e Lábrea/AM.
Uru-Eu-Wau-Wau: Grupo arredio em fase de contato com a FUNAI, habitam os municípios de
Ariquemes e Guajará-Mirim. São provavelmente do grupo tupi.
Tubarão Latundé: Habitam a reserva do mesmo nome no município de Vilhena.
Cinta Larga: Ocupam a área do Projeto Indígena do Roosevelt com 190.000 há, parte integrante
da reserva do Parque Indígena do Aripuanã, localizada em terras dos Estados de Rondônia e
Mato Grosso.
Suruis: Habitam os postos indígenas 7 de Setembro e Quatorze, no Município de Cacoal, a
reserva indígena 7 de Setembro ocupa terras de Rondônia e Mato Grosso. Os Suruis foram
atingidos pela construção da BR 364, ocorrendo a invasão de seus territórios pelos migrantes
sulistas lhes ocasionando graves prejuízos.
Gaviões: Ocupam uma reserva com área de 160.000 há já demarcada, suas aldeias situam-se
às margens dos Igarapés Lourdes e Homônios, afluentes da margem direita do rio Ji-Paraná,
próximo a cidade de Ji-Paraná. Em contato com o branco a mais de 40 anos, em transações
comerciais e de trabalho com os seringalistas e admissão de missionários religiosos estran-
geiros em suas aldeias. Atualmente mantêm contato com a população da cidade de Ji-Paraná,
onde se abastecem no comércio local.
Araras: Ocupam a mesma reserva dos Gaviões, hoje em contato pacífico com o branco, após
mais de cem anos de tenaz resistência. Os Araras se constituem no terror das missões reli-
giosas que tentaram se estabelecer no vale do Ji-Paraná. Só em 1950, dizimados por doenças
fizeram os primeiros contatos amigáveis com os seringalistas.
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Como vimos, Nuflo do Chavez saindo de Santa Cruz de La Sierra dos Moxos (atual repúbli-
ca da Bolívia) em 1560, percorreu todo o curso do rio Madeira desde o local se sua formação
(na confluência dos rios Beni e Mamoré), até a sua foz na margem direita do rio Amazonas.
Também vimos que Pedro Teixeira, em 1637, navegou o Rio Madeira. Antônio Raposo Ta-
vares, em 1650, percorreu desde o local de sua formação até a sua foz na margem direita do
rio Amazonas, por esse prosseguindo descendo o seu curso até alcançar, em 1651, o Forte
de Gurupá, nas proximidades da foz desse rio no Oceano Atlântico litoral do Grão-Pará. O rio
Madeira era pela primeira vez percorrido por luso-brasileiros. Fornecendo à coroa portuguesa
o conhecimento de sua extensão, dos habitantes de suas margens e de seu provável potencial
econômico.
Consolidada a ocupação portuguesa na foz do rio Amazonas com a expulsão dos france-
ses, ingleses e holandeses e a dominação dos tupinambás e outros indígenas seus aliados, os
lusos iniciaram a colonização do Vale Amazônico subindo o rio Amazonas e os seus afluen-
tes, em bandeiras fluviais assentando fortificações militares, núcleos agropecuários e missões
religiosas
Em 1640 os padres jesuítas iniciaram contatos com as nações indígenas do vale baixo do
rio Madeira. Em 1669, os padres Manoel Pires e Grazoni fundaram a missão de Tupinambara
na ilha com essa mesma denominação, situada próxima a foz do rio Madeira, com a finalidade
de centralizar a catequese dos indígenas, apoiar a conquista do vale do rio Madeira e impedir
que os índios continuassem a comercializar com os holandeses assentados no rio Negro.
Em 1687, os padres Jesuítas apoiados na missão Tupinambarana instalaram várias mis-
sões no rio Madeira em aldeias indígenas dos com as quais conseguiram fazer alianças.
O rio Madeira era via natural de transporte entre a Vila Bela Santíssima Trindade, capital
do ouro, vale do alto rio Guaporé e Santa Maria de Belém-Grão-Pará, na foz do rio Amazonas,
o ponto mais próximo à Europa. A ligação entre esses dois núcleos urbanos era feita pela
Companhia de Navegação do Maranhão e Grão Pará, detentora do monopólio da navegação
na rota fluvial Amazonas – Madeira – Mamoré - Guaporé. Esta rota foi oficializada pela Carta
Régia de 14 de novembro de 1752, competindo-lhe com exclusividade o abastecimento com
os produtos importados e o escoamento da produção de ouro das minas de Vila Bela de Mato
Grosso, no Vale do rio Guaporé.
Em 1779 vindos de Belém-do-Grão-Pará, Luiz Fagundes Machado e José Gonçalves Fonse-
ca, subiram o rio Madeira rumo a Vila Bela/MT.
Entre 1781 e 1782, esteve percorrendo o rio Madeira até alcançar Vila Bela/MT, a comissão
de demarcação de limites entre as colônias portuguesas e espanholas, da qual participavam
o Capitão Ricardo Lacerda Franco de Almeida Serra e o engenheiro João Lacerda e Almeida.
Chefiando a expedição filosófica, Alexandre Rodrigues Ferreira de Gusmão, em 1788 este-
ve no rio Madeira a caminho de Vila Bela/MT.
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Ao termino do século XVIII o curso do Rio Madeira e o seu vale já eram bastante conheci-
dos. Primeiro por ser integrante da rota fluvial de abastecimento dos arraias auríferos do alto
Guaporé e Vila Bela/MT e de exportação do ouro desses para Portugal via Belém-do-Grão-Para
e, segundo, por ser área rica em especiarias vegetais (as drogas do sertão) de alto valor comer-
cial, principalmente o cacau nativo.
O comércio através das rotas fluviais que promoveu a colonização do Vale do Guaporé e a
fundação de Vila Bela da Santíssima Trindade. Devido a decadência do ouro em Cuiabá, aven-
tureiros sertanistas e apresadores de índios se aventuraram para a região do Guaporé, como
os irmãos Fernando e Arthur Paes de Barros que descobriram ouro em 1734
Letra b.
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do Maranhão, e por Evaristo Ferreira da Veiga, eleito por Minas Gerais, o projeto de navega-
ção apresentado pela companhia seria de inegável utilidade não apenas para a região ama-
zônica, mas para todo o País, por levar o progresso a toda uma grande área que até então o
desconhecia.
Por outro lado, os deputados liderados por Antônio Correa Seara, representante da provín-
cia do Grão-Pará, e por Antônio Peregrino Maciel Monteiro, deputado por Pernambuco, coloca-
vam-se contra essa ideia, apontando para o fato de que a companhia em questão era formada
predominantemente por capitais estrangeiros, o que criava um risco de invasão que deveria
ser evitado a todo custo. Em razão desse risco, Seara afirmou que “os paraenses” eram con-
trários às pretensões de Joaquim José Siqueira, representante da Sociedade, por esse ser, na
realidade, um mero “testa de ferro” dos interesses ingleses na região amazônica, no que foi
coadjuvado pelo requerimento de um cidadão
As pressões pela abertura do rio Amazonas à exploração de empresas estrangeiras con-
tinuaram nos anos seguintes ao episódio que envolveu a empresa South American New York
Steam Boat Association e o governo brasileiro em 1826. Ao difícil esforço nacional para se
constituir empresas de navegação a vapor com capitais nacionais na Amazônia correspon-
diam pedidos de autorização para a operação de navios estrangeiros, fossem militares, fos-
sem comerciais, no grande rio. Pedidos constantemente negados pelo governo imperial.
A alegação fundamental da parte contrariada, principalmente vinda dos Estados Unidos,
consistia em acusar a posição brasileira como representativa da política de isolamento, se-
melhante à chinesa. Argumentavam ser a posição brasileira contrária aos interesses da hu-
manidade, na medida em que a abertura ao capital estrangeiro viria trazer a civilização sem
nenhum perigo para a soberania nacional.
A força das pressões incluía também os governos dos países vizinhos interessados na
questão, como a Bolívia e o Peru, pois eram favoráveis à abertura do rio Amazonas à nave-
gação internacional. O governo imperial, temendo o agravamento das pressões e até mesmo
uma investida externa contra a Amazônia, concedeu a uma empresa privada nacional, perten-
cente ao barão de Mauá, o privilégio de navegação em duas linhas no rio Amazonas. Em 1852
foi criada a Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas pelo empresário brasileiro
Irineu Evangelista de Souza (Mauá). O Decreto Imperial n. 1.037, de 30 de agosto de 1852
concedeu a essa empresa, que iniciou a funcionar ano seguinte, o privilégio exclusivo por trinta
anos para operar a navegação a vapor no rio Amazonas em duas linhas: de Belém a Manaus e
de Manaus a Nauta.
Possivelmente tenha reforçado o temor do governo imperial, em meados daquele sécu-
lo XIX, o fato de que nos Estados Unidos um oficial da marinha norte-americana, chamado
Matthew Fontaine Maury, movia intensa campanha em favor da abertura do rio Amazonas à
navegação estrangeira. Escreveu sobre o assunto artigos em jornais, endereçou um memorial
ao seu governo e publicou em Washington em 1853 um opúsculo. Intitulado “The Amazon, and
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the Atlantic Slopes of South America”, esse opúsculo consistia na reunião de diversos escritos
seus publicados em jornais americanos sob o pseudônimo de “Inca”.
Tal foi o impacto dessa atividade publicitária na opinião pública, que o opúsculo foi ime-
diatamente traduzido e publicado em diversos países da América do Sul. Esses países tinham
interesse na questão da navegação do rio Amazonas. Assim é que no mesmo ano de sua
publicação nos Estados Unidos foi lançado no Brasil sob o título “O Amazonas e as costas
atlânticas da América meridional” (Rio de Janeiro: Typographia M. Barreto, 1853); no Peru “El
río Amazonas y las comarcas que forman su hoya” (Lima: J.M. Monterola, 1853) e na Bolívia
no ano seguinte “El rio Amazonas: regiones que forman su hoya” (La Paz: Imprenta Paceña,
1854). Sustentava o militar que as riquezas naturais da Amazônia mereciam ser exploradas
pela civilização através da conquista científica, econômica e política.
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deira até Santo Antonio, Purús até Hyutanahan e Negro até Santa Isabel. Denominada Compa-
nhia de Navegação do Alto Amazonas, sua contratação já havia sido autorizada, por 25 anos,
para explorar essas linhas em outubro de 1866.
A abertura da bacia do rio Amazonas aos investimentos estrangeiros estava inaugurada.
Em abril de 1870, o governo brasileiro concedeu ao Coronel George E. Church privilégio exclusi-
vo pelo tempo de 50 anos para, por meio de uma companhia que organizará, construir, custear
e gozar uma estrada de ferro. Enfim, concedeu na prática o monopólio do transporte ferroviário
a vapor no trecho encachoeirado do rio Madeira.
No mesmo sentido, o Decreto Imperial de n. 4.735 de 7 de junho de 1871 autorizou a Com-
panhia de Navegação e Comércio do Amazonas a transferir os direitos e obrigações do con-
trato com o governo a uma companhia estrangeira. No ano seguinte a companhia foi vendida
para os ingleses transformando-se na Amazon Steam Navigation Company Ltda., sendo dada
permissão para que ela funcionasse no Império do Brasil pelo Decreto n. 5.020, de 18 de julho
também do mesmo ano.
Em 1874 o Decreto Imperial n. 5.575, de 21 de março, concedeu á Companhia Fluvial do Alto
Amazonas autorização para transferir à Amazon Steam Navigation Company Limited todos os
direitos e favores que possuía por lei, e bem assim os respectivos encargos. Estavam, então,
os afluentes do rio Amazonas já desimpedidos para a navegação de empresas estrangeira.
Mauá havia investido na Amazônia, por concessão do governo imperial, até 1872 quanto a
Amazon Steam Navigation Co. Ltda. finalmente penetrou no negócio incorporando sua com-
panhia de navegação e, assim, virtualmente monopolizando o transporte fluvial no Amazonas.
Já aqui os avultados capitais aplicados pela companhia inglesa e a subvenção governamental
não mereceram de gente com Tavares Bastos as mesmas acusações de aplicação da política
japonesa que a empresa de Mauá foi objeto.
Quanto à desconfiança do governo imperial em relação ao expansionismo norte ameri-
cano, seria transferida ao governo republicano como bem o demonstra a questão do Bolivian
Syndicate e a Rebelião Acreana.
Finalmente, se Maury poderia ter razão ao afirmar que a abertura do rio Amazonas ao capital
estrangeiro viria trazer a civilização sem nenhum perigo para a soberania nacional, o mesmo
é discutível quando se trata da economia nacional. Havia sim, um perigo. Em 25 de janeiro de
1874 aportou em Manaus vindo da Inglaterra o vapor de longo curso Amazon, que voltou a
fazer viagens para aquela cidade até dezembro de 1876. Em uma dessas viagens, esse vapor
contrabandeou as sementes de seringueira colhidas por Wikham. Depois de aclimatadas, es-
sas sementes originaram as plantações nas colônias inglesas do Oriente. O produto dessas
plantações viria a ser responsável pelo fim da economia da borracha na Amazônia. Ironica-
mente, a história da navegação a vapor estrangeira no vale do Amazonas inicia com o navio
norte americano Amazon em 1826 e o Primeiro Ciclo da Borracha inicia a terminar, quase cin-
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quenta anos depois com outro vapor, agora inglês, mas também de nome Amazon, que deu a
partida para a destruição da economia gumífera no Amazonas.
Em 1866 o rio Amazonas foi aberto à navegação internacional. Entretanto, era limitada a al-
guns trechos: do Tocantins até Cametá, do Tapajós até Santarém, do Madeira até Borba e do
Negro até Manaus.
Errado.
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influenciados pelas ideias do Iluminismo francês, circuladas no Grão-Pará a partir de 1809 por
causa do conflito entre Portugal e França em Caiena, na Guiana Francesa.
A Proclamação da Independência do Brasil ocorreu em 1822. Contudo, somente em mea-
dos de 1823, as capitanias do Grão-Pará e Rio Negro aderiram à independência. Isso porque,
em 11 de agosto deste ano, sob as ordens de Dom Pedro I, o almirante John Grenfell chegou
a Belém com um documento exigindo a adesão do Pará. Caso os governantes negassem tor-
nar a região independente de Portugal, uma esquadra em Salinas estaria pronta para fechar
o acesso ao porto de Belém, isolando o Pará do restante do Brasil. Os governantes da época
renderam-se, proclamando a adesão ao restante do país. No dia 15 de agosto, depois de uma
assembleia no Palácio Lauro Sodré, a adesão foi proclamada por Dom Romualdo Coelho e
oficializada com a assinatura de um documento. A partir desse momento, a capitania do Grão-
-Pará foi elevada à categoria de província do Império do Brasil.
A adesão à Independência do Brasil é comemorada no Pará com um feriado no dia 15 de
agosto, conhecido como Adesão do Pará.
O Grão-Pará e o Rio Negro inicialmente resistiram à Independência porque a relação da
Amazônia com Portugal era bem mais intensa e estreita do que com as outras províncias do
Brasil. O Rio Negro submeteu-se ao Império do Brasil em 9 de novembro de 1823, mas ficou
sujeito à administração da província do Grão-Pará até 1850, quando se tornou província do
Amazonas em 5 de setembro.
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Nesse período, depois de 1920, a população do Norte do Brasil ficou quase completamente
estagnada. Em 1920, a região possuía 312 mil habitantes; e, em 1940, esse número foi redu-
zido para 236 mil. Em 1950, a região conseguiu restabelecer sua população para 349 mil habi-
tantes. Contudo, voltou a crescer de forma significativa somente a partir da década de 1960.
Após a crise da borracha houve na região um retorno ao extrativismo de outros produtos
da floresta e à agricultura de subsistência. Amazônia deixou de ser atrativa para os aventurei-
ros e permaneceu meio século sem incursões estrangeiras em busca de produtos lucrativos.
Os povos indígenas haviam sofrido uma redução drástica e finalmente deixaram de ser es-
cravizados.
A população agora era composta principalmente por indivíduos miscigenados (índios,
brancos e negros), conhecidos como caboclos ou ribeirinhos. Eles viviam dos recursos da
fauna e flora (pesca e coleta de produtos florestais), explorando-os de forma sustentável, ou
seja, sem afetar a capacidade da natureza de produzir novos recursos para gerações futuras.
Também havia pequenos fazendeiros que derrubavam e queimavam a mata para criar
gado. Quanto aos recursos, além da borracha, os outros produtos florestais também deixaram
de ter importância econômica para a região, pois passaram a ser cultivados em outros lugares.
Por exemplo, o café prosperou no planalto de São Paulo, onde o clima é mais temperado; o
arroz, o algodão e o açúcar eram mais lucrativos no Nordeste do Brasil, nos Estados Unidos e
no Caribe; e o cacau do oeste da África superou o da Amazônia.
As estações telegráficas da Comissão Rondon atraíram mato-grossenses, paulistas e nor-
destinos que trabalhavam nos serviços de telegrafia e moravam nas suas cercanias. Isso ge-
rou pequenos núcleos urbanos como Ariquemes, Presidente Pena, Pimenta Bueno e Vilhena.
Durante a expedição foi realizado o levantamento topográfico e a demarcação de fronteiras,
além de pesquisas etnográficas, linguísticas e geológicas.
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Com a intenção de ampliar ainda mais o alcance das linhas telegráficas federais, Affonso
Penna, Presidente da República entre os anos de 1906 e 1909, criou a Comissão de Linhas
Telegráficas Estratégicas do Mato Grosso ao Amazonas, também conhecida como “Comis-
são Rondon”.
Letra d.
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Assim, grandes projetos foram implantados na Amazônia, por exemplo, os projetos de mi-
neração de Carajás e do rio Trombetas; a construção de hidrelétricas como Tucuruí; a abertura
de estradas como a Transamazônica e a Santarém-Cuiabá; e a instalação de fazendas de gado
bovino, a qual deu início ao desmatamento de grandes extensões de floresta. Nesse período,
a região experimentou um aumento expressivo na população – passando de 11,2 milhões de
pessoas, em 1980, para 24 milhões em 2010.
Diferente do que se esperava, o modelo de ocupação baseado em grandes projetos causou
impactos no modo de vida das populações tradicionais da floresta, gerando vários conflitos
sociais. Por consequência, os resultados na melhoria da economia regional foram limitados.
O final dos anos 1970 e início dos anos 1980 também marcaram a pesquisa geológica e a
descoberta de vários minérios na Amazônia. Entre eles, a bauxita (alumínio), no rio Trombetas,
que passou a ser explorada pela Mineração Rio do Norte em 1975. Atualmente, esta é a maior
produtora de bauxita do Brasil. Nessa mesma região houve tentativas de instalação de outros
projetos de extração mineral, e hidrelétricas em Cachoeira Porteira (rio Trombetas) e Cachoeira
Pancada (rio Erepecuru), porém todas foram abandonadas.
Os investimentos públicos nos chamados grandes projetos (estradas, mineração e hi-
drelétricas) combinado com subsídios e crédito barato para agropecuaristas resultaram em
mudanças rápidas e dramáticas na Amazônia a partir da década de 1970. O rebanho cresceu
de apenas 2 milhões, em 1970, para cerca de 80 milhões de cabeças em 2010 (quase 4 animais
para cada habitante). E o desmatamento, que até 1975 afetava menos de 1% da Amazônia,
atingiu quase 19% da região (ou seja, três vezes o tamanho do Estado de São Paulo) em 2013.
Os conflitos sociais também se intensificaram no final do século 20 com disputas violentas
pela posse da terra nas áreas de fronteira. Na década de 1980, as terras acessíveis via rodovias
já possuíam ocupantes (posseiros ou populações tradicionais) e a prática da grilagem contri-
buía para o agravamento das disputas fundiárias. O grileiro costumava tomar posse da área à
força, expulsando famílias que ocupavam o local há décadas.
Esses conflitos foram combatidos inicialmente pela criação das Pastorais da Terra (uma
iniciativa da Igreja Católica), as quais buscavam proteger os camponeses da Amazônia. Por
outro lado, o governo também criou órgãos específicos para tratá-los e passou a titular terras
e assentar os camponeses na região.
Além disso, ao final da ditadura militar, os sindicatos rurais já estavam fortalecidos e capa-
citados para buscar informações sobre a veracidade dos documentos. Contudo, essas iniciati-
vas não foram suficientes para reduzir os conflitos pela terra e o aumento da violência no cam-
po. As vítimas desses conflitos incluíram desde pequenos produtores rurais do sul do Pará,
passando por seringueiros no Acre, até populações indígenas ao longo da Transamazônica.
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Em vermelho, o departamento do Beni. Ao lado, as 8 províncias do Beni.
No Beni, existem povos indígenas isolados, compostos por grupos indígenas com ausên-
cia voluntária de relações ou com pequeno contato frente às sociedades nacionais da Amé-
rica do Sul, representando um fenômeno social único no mundo. Estas populações têm como
principais características a persistência cultural de práticas e valores, bem como a conserva-
ção de ecossistemas.
A maior parte dos povos isolados localiza-se na Bacia Amazônica, ocupando, muitas vezes,
áreas localizadas entre países com legislações e mecanismos de controle diferentes, demons-
trando a ausência de uma política de cooperação regional eficiente em relação a estes povos.
O Departamento do Beni é a região boliviana fronteiriça com o estado brasileiro de Ron-
dônia, criado em novembro de 1842 na região das antigas Missões jesuíticas de Moxos. Em
1846, o governo boliviano enviou instruções ao Prefeito do Departamento do Beni, Don José
Augustín de Palacios para a exploração da parte não conhecida do rio Beni e das cachoeiras
dos rios Mamoré e Madeira. Com auxilio pessoal e outros meios, compôs parte de sua missão,
subindo o rio Beni, percorrendo entre dez a oito milhas até encontrar uma grande cachoeira.
A partir da segunda metade do século XIX, a região passou a ser grande produtora de
borracha devido à quantidade de seringais existentes. Esse ciclo econômico, abastecido ba-
sicamente por mão de obra indígena semiescrava, despertou muitos interesses. Muitos es-
trangeiros, a serviço do governo boliviano ou não, participaram de viagens de reconhecimento
e de exploração do rio Beni e seus afluentes em todo seu curso, até a sua confluência com o
Rio Mamoré. Exemplo disso é a incursão de 1880-81 que abriu, assim, a rota fluvial até o Rio
Madeira, na época importante corredor para a exportação dos produtos oriundos da indústria
gomìfera boliviana ao atlântico.
A expedição do médico americano Edwin Heath, a serviço do governo boliviano, além de
conseguir transpor as cachoeiras do Beni e Mamoré, realizou registros meteorológicos e ge-
ográficos importantes para o conhecimento e mapeamento da hidrografia da região aos boli-
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a seringueira da Amazônia voltou a ser extraída em larga escala. No entanto, esse novo ciclo
durou pouco; ao final da guerra, os Estados Unidos voltaram a importar a borracha asiática e
suspenderam os investimentos que estavam fazendo no Brasil.
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unidade comandada pelo espanhol Luis Gálvez Rodríguez de Arias para combater o possível
retorno dos bolivianos. Partiram de Manaus em 4 de junho de 1899 e chegaram em Puerto
Alonso, na Bolívia, onde fundaram a República do Acre em 14 de julho de 1899. Entretanto, o
governo brasileiro reconheceu o Acre como território boliviano através da assinatura do Trata-
do de Ayacucho e enviou tropas que dissolveram o movimento em 15 de março de 1900.
O governador Silvério Néri, do Amazonas, enviou outra expedição de defesa que declarou
pela segunda vez o Acre como uma República independente, em 1900. Rodrigo Carvalho as-
sumiu o cargo de presidente. A Bolívia decidiu reagir, organizou também uma expedição militar
para conquistar o território. Foram, no entanto, os seringueiros que trabalhavam no local que
impediram o avanço dos bolivianos.
Brasileiros e bolivianos, contudo, continuaram em guerra pela região. O avanço militar dos
bolivianos fez com que a segunda República Acreana fosse dissolvida. Passara-se apenas um
mês de sua declaração.
Já em 1902, Silvério Néri enviou um militar gaúcho, José Plácido de Castro, para reconquis-
tar o território do Acre.
Para resolver as tensões entre Bolívia e Brasil, o ministro brasileiro das relações exteriores,
Barão do Rio Branco, liderou as negociações entre os dois países. Como resultado, foi firmado,
em 17 de novembro de 1903, o Tratado de Petrópolis, que estabeleceu:
• Anexação do território do Acre ao Brasil, sendo que este teve que pagar uma indeniza-
ção de 2 milhões de libras esterlinas à Bolívia;
• Indenização, paga pelo governo brasileiro ao Bolivian Syndicate, no valor de 110 mil li-
bras esterlinas. Esta indenização era relativa à finalização do contrato de arrendamento
que esta empresa tinha com o governo boliviano, para explorar recursos na região;
• O Brasil cedeu à Bolívia algumas faixas de terras na região da foz do rio Abunã (na fron-
teira norte entre Brasil e Bolívia), e na região de fronteira no estado do Mato Grosso;
• O Brasil deveria construir uma ferrovia, para que os bolivianos pudessem fazer o esco-
amento de sua produção pelo rio Amazonas. Após quase sete anos de construção, a
Estrada de Ferro Madeira-Mamoré ficou pronta em 1912;
• Parâmetros para a definição da fronteira entre Brasil e Bolívia.
A Questão do Acre foi, em diversos aspectos, muito importante para o Brasil no começo do
século XX. Além de ampliar o território brasileiro, sua resolução foi capaz de resolver conflitos
entre brasileiros e bolivianos na região de fronteira.
No aspecto econômico, o Tratado de Petrópolis foi extremamente benéfico ao Brasil, pois
a região era uma grande produtora de látex. O acordo garantiu também o emprego de milhares
de pessoas que atuavam na extração do látex na região do Acre, principalmente de nordestinos
que haviam fugido da seca, que assolou o Nordeste na primeira década do século XX.
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mesma data. Em 1 de agosto, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré foi inaugurada. Com 366
quilômetros de extensão, foi seguidamente sucateada até o início da década de 1980.
Durante a 2ª Guerra Mundial, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré voltou a ter grande valor
estratégico para o Brasil, operando plenamente para suprir o transporte de borracha, utili-
zada no esforço de guerra aliado. Em 1957, quando ainda registrava um intenso tráfego de
passageiros e cargas, a ferrovia integrava as dezoito empresas constituintes da Rede Ferrovi-
ária Federal.
Em 25 de maio de 1966, depois de 54 anos de atividades, a Estrada de Ferro Madeira-
-Mamoré teve sua desativação determinada pelo então Presidente da República Humberto
de Alencar Castelo Branco. A ferrovia deveria ser, porém, substituída por uma rodovia, a fim de
que não se configurasse rompimento e descumprimento do Acordo celebrado em Petrópolis,
em 1903. Tal rodovia materializou-se nas atuais BR-425 e BR-364, que ligam Porto Velho à
Guajará-Mirim. Duas de suas pontes metálicas ainda servem ao tráfego de veículos. Em 10 de
julho de 1972, as máquinas apitaram pela última vez. A partir daí, o abandono foi total e, em
1979, o acervo começou a ser vendido como sucata para a siderúrgica de Mogi das Cruzes,
em São Paulo.
Voltou a operar em 1981 num trecho de apenas 7 quilômetros dos 366 km do percurso ori-
ginal, apenas para fins turísticos, sendo novamente paralisada por completo em 2000.
Após cinco anos de paralisação, em 2 de novembro de 2005, uma composição faria uma
única viagem, transportando convidados para participar de uma missa de Finados no Cemi-
tério da Candelária, em memória às centenas de operários de diversas nacionalidades que
faleceram durante a construção da ferrovia.
Finalmente, a 10 de novembro de 2005, a ferrovia histórica foi tombada pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Em 28 de dezembro de 2006, o Ministério
da Cultura homologou, através da Portaria 108, o tombamento da EFMM como Patrimônio
Cultural Brasileiro.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) autorizou, em novembro
de 2011 o início das obras de restauração da grande oficina da Estrada de Ferro Madeira-Ma-
moré, que possui 5.700 m² e 13 metros de altura.
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Querido(a), muito fácil não é mesmo! Celebrado em 17 de novembro de 1903, o Tratado de Pe-
trópolis estabeleceu um acordo em que o Acre seria território brasileiro e, como compensação,
a República Brasileira se comprometeria em construir a ferrovia Madeira-Mamoré, importante
para o comércio boliviano.
Certo.
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O Território Federal do Guaporé foi criado por Getúlio Vargas a partir do desmembramento de
uma parte do território dos estados do Amazonas e Mato Grosso.
Errado.
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RESUMO
Cronologia da Ocupação da Amazônia
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• Opulência de Manaus.
• Investimentos da Ford; cidade de Fordlândia.
• Crise: concorrência inglesa.
• Crise social: população deixada à sorte.
• Segundo ciclo da Borracha: Acordos de Washington. Fornecimento de borracha para os
aliados.
Chico Mendes
• Seringueiro.
• Luta contra o desmatamento dos seringais.
• Reservas extrativistas.
Questão Acreana
• Disputas entre Brasil e Bolívia pelo território. Conflitos
• 1900, Tratado de Ayacucho
• República Acreana
• Diplomacia: Barão do Rio Branco.
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MAPAS MENTAIS
TRATADOS DE LIMITES
relacionados ao Amapá.
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TRATADOS DE LIMITES
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QUESTÕES DE CONCURSO
010. (IDECAN/DETRAN-RO/ANALISTA EM TRÂNSITO/2014)
O texto se refere a um dos maiores grupos indígenas do estado de Rondônia, que possui atual-
mente a maior área indígena no Estado, habitando no Município de Guajará- Mirim. Trata-se dos:
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a) Karipunas;
b) Pakaás Novos;
c) Tubarão – Latundê;
d) Cinta Larga;
e) Gaviões.
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a migração regional e a ocupação das terras, além de orientar o uso do território e sua produ-
ção para a economia de mercado.
As afirmativas a seguir descrevem consequências dessa política territorial em Rondônia, à
exceção de uma. Assinale-a.
a) A introdução de uma nova política indigenista, pela qual o indígena é um cidadão pleno, com
direito à propriedade sobre as terras das reservas, agora mercantilizadas.
b) A substituição progressiva da economia extrativista pela agricultura camponesa e empresa-
rial, promovendo um uso capitalista da terra na região.
c) A redução da massa florestal, substituída por áreas agrícolas voltadas fortemente para a
agropecuária e obtidas por meio de desmatamento e queimadas.
d) A criação de assentamentos rurais, destinados a famílias de camponeses migrantes, que
ajudaram a desenvolver uma agricultura caracterizada pelo trabalho familiar camponês.
e) A transformação da rede de circulação, do predomínio fluvial à combinação deste com o
sistema rodoviário, responsável pelo aumento dos fluxos populacionais e de mercadorias.
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a) da integração rodo-fluvial de Manaus a Porto Velho pelo Rio Madeira e daí para o sul pela
Transamazônica.
b) da criação da estrada de ferro Madeira-Mamoré, ligando Porto Velho a Guajará-Mirim.
c) da construção da BR-364, cortando o Estado de sudeste (Vilhena) para noroeste (Porto Velho).
d) do projeto da ferrovia Biocêanica (Ferrovia da Soja), entre Sapezal (MT) e o Peru, passando
por Porto Velho.
e) da abertura da BR-317, a Estrada do Pacífico, conectando o noroeste do Brasil ao litoral
sul peruano.
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( ) Estabelecer incentivos fiscais para atrair investidores privados, nacionais e internacio-
nais que financiassem o desenvolvimento econômico na região.
( ) Assentar camponeses nordestinos em lotes de 100 ha ao longo das rodovias em cons-
trução, a Transamazônica e a Cuiabá-Santarém.
( ) implantar polos agrícolas regionais para incentivar a fixação populacional em áreas de
mineração e de interesse estratégico.
Assinale a opção que indica uma ação do período Vargas, voltada para a integração do atual
território rondoniense ao resto do país.
a) A criação do Território Federal do Guaporé.
b) A abertura do Programa Calha Norte.
c) A construção e pavimentação da BR-364.
d) O desenvolvimento do Projeto Poloamazônia.
e) A implementação do Plano Grande Carajás.
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029. Em 1981, com a implantação do Estado de Rondônia, o poema “Céus do Guaporé”, com-
posto na década de 1940, quando da criação do Território Federal do Guaporé, tornou-se o hino
da nova unidade da Federação.
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b) A referência às “escolas e oficinas” é uma homenagem a Porto Velho, cidade associada aos
barracões de oficinas da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e símbolo do caráter industrial e
moderno que marca o início do século XX.
c) A natureza tropical dos “lagos, rios e matas” valoriza a cultura rural do interior do Estado e
enfatiza a agropecuária e a piscicultura que, desde os anos de 1940, seriam o carro-chefe da
economia rondoniense.
d) A segunda estrofe indica o papel da região em relação à defesa e à consolidação das fron-
teiras territoriais, qualificando os rondonienses como “sentinelas” e “pioneiros”, e culminando
na afirmação “somos brasileiros”.
e) A oficialização do poema como hino do Estado, no contexto do alargamento das fronteiras
agrícolas, atualiza o espírito bandeirante e pioneiro, agora associado à migração promovida
pelo nascente agronegócio.
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O tratado descrito no texto e a principal razão para sua sanção por parte do governo brasileiro
são, respectivamente:
a) Tratado de Madri - expansão do território nacional;
b) Tratado de Petrópolis - interesse em explorar as seringueiras no território anexado;
c) Tratado de Ayacucho - riquezas minerais descobertas no território acreano;
d) Tratado de Petrópolis - alto valor indenizatório a ser pago pelo governo boliviano;
e) Tratado de Ayacucho - construção da ferrovia Madeira-Mamoré.
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o rio Madeira até o rio Guaporé e chegaram ao arraial de Bom Jesus, antigo nome da
localidade de Cuiabá, onde descobriram ouro.
II – A partir da descoberta do ouro, ocorrem seguidas explorações de bandeirantes pelo
vale do rio Guaporé em busca das riquezas minerais da área.
III – Pelo Tratado de Tordesilhas toda a região pertencia à Espanha; com as Bandeiras e o
mapeamento dos rios Madeira, Guaporé e Mamoré, no período de 1722 a 1747, os limi-
tes entre Portugal e Espanha foram redefinidos por meio dos Tratados de Madri (1750)
e de Santo Ildefonso (1777); Portugal passou então a ter a posse definitiva da região.
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Ela retrata a Capela da Vila de Santo Antônio, próxima às cachoeiras do rio Madeira, que é
considerada
a) construção que marca a fronteira às margens do rio Guaporé.
b) marco inicial do surgimento da capital de Rondônia, Porto Velho.
c) mosteiro – no passado – dos Jesuítas, colonizadores das áreas de fronteira do estado.
d) primeira construção religiosa de Rondônia iniciada no século XVI e inaugurada em XVII.
e) ponto de referência pioneiro, no que se refere à colonização em meio à floresta Amazônica.
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GABARITO
1. b 37. a
2. C 38. a
3. b 39. d
4. E 40. b
5. E 41. d
6. d 42. b
7. b 43. c
8. C 44. a
9. E 45. b
10. e 46. b
11. E 47. c
12. b 48. c
13. b 49. a
14. e 50. b
15. a
16. b
17. d
18. e
19. a
20. a
21. e
22. a
23. a
24. c
25. e
26. d
27. a
28. b
29. c
30. b
31. a
32. b
33. c
34. e
35. a
36. e
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GABARITO COMENTADO
010. (IDECAN/DETRAN-RO/ANALISTA EM TRÂNSITO/2014)
Querido(a), é impossível a navegação pelo alto Madeira pela cordilheira dos Andes pelo fato de
que possui inúmeras corredeiras. O rio Madeira nasce com o nome de rio Beni na Cordilheira
dos Andes, Bolívia. Ele desce das cordilheiras em direção ao norte recebendo então o rio Ma-
moré-Guaporé e tornando-se o rio Madeira.
Letra e.
Caro(a) aluno(a), existem erros fundamentais na afirmativa a ser analisada. Primeiro, o Tratado
de Petrópolis foi assinado quando o Brasil já era uma República independente, portanto, sem
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relação alguma com o enunciado que trata das ações de Portugal sobre a colônia. Segundo, o
tratado definiu as fronteiras entre a Bolívia e o Brasil.
Errado.
O texto se refere a um dos maiores grupos indígenas do estado de Rondônia, que possui atual-
mente a maior área indígena no Estado, habitando no Município de Guajará- Mirim. Trata-se dos:
a) Karipunas;
b) Pakaás Novos;
c) Tubarão – Latundê;
d) Cinta Larga;
e) Gaviões.
Os Pakaás Novos entram em conflito armado, revidando as violências de que foram vítimas por
parte dos construtores da ferrovia Madeira-Mamoré e dos seringueiros, no início do século XX.
Letra b.
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Como vimos ao longo da aula, a colonização se deu, de início, graças às atividades extrativis-
tas: drogas do sertão, ouro, látex... O próprio enunciado da questão fala dessas atividades. O
Forte Príncipe da Beira foi construído às margens do Rio Guaporé.
Letra b.
A alternativa I é errada porque Rondônia não pertenceu à Bolívia. Foi criado a partir do des-
membramento de territórios do estado do Amazonas e Mato Grosso.
Letra e.
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Os Cinta Larga ocupam a área do Projeto Indígena do Roosevelt com 190.000 há, parte inte-
grante da reserva do Parque Indígena do Aripuanã, localizada em terras dos Estados de Ron-
dônia e Mato Grosso.
Letra a.
O território do Guaporé foi criado durante o Governo de Getúlio Vargas dentro de seu projeto de
“Marcha Para o Oeste” em 13 de setembro de 1943.
Letra b.
Durante o Governo de Juscelino Kubitschek, o antigo Território do Guaporé, manteve este nome
até 17 de fevereiro de 1956, quando foi rebatizado de Território de Rondônia em homenagem
ao Marechal Rondon, explorador da região.
Letra d.
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Mamoré, até o médio curso do Madeira, sendo de inegável relevância para a definição do futuro
Território do Guaporé. O tratado referido é o de:
a) Tordesilhas, 1494.
b) Utrecht, 1713.
c) Utrecht, 1915.
d) Petrópolis, 1903.
e) Madri, 1750.
Tratado de Utrecht define uma série de acordos diplomáticos assinados na cidade de Utrecht,
na Holanda, e que puseram fim à Guerra da Sucessão da Espanha. Firmado entre Portugal e
a França para estabelecer os limites entre os dois países na costa norte do Brasil. Também
definiu as fronteiras entre as colônias espanholas e portuguesa. Estas disposições serviram,
quase dois séculos após, para defender a posição brasileira na questão do Amapá e garantir a
posse do futuro território do Guaporé.
Letra e.
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d) Deu-se por iniciativa de interventores do Estado Novo, como parte do programa de ocupa-
ção de regiões limítrofes despovoadas.
e) Ocorreu por determinação do Exército, preocupado com fluxos migratórios e contrabando
na fronteira amazônica brasileira.
Getúlio Vargas, com seu projeto de “Marcha Para o Oeste”, buscou demarcar as fronteiras da
região como estratégia de defesa do território nacional.
Letra a.
Aluízio Ferreira foi importante personalidade política junto ao governo de Getúlio Vargas no
processo de criação do Território do Guaporé.
Letra e.
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a) A introdução de uma nova política indigenista, pela qual o indígena é um cidadão pleno, com
direito à propriedade sobre as terras das reservas, agora mercantilizadas.
b) A substituição progressiva da economia extrativista pela agricultura camponesa e empresa-
rial, promovendo um uso capitalista da terra na região.
c) A redução da massa florestal, substituída por áreas agrícolas voltadas fortemente para a
agropecuária e obtidas por meio de desmatamento e queimadas.
d) A criação de assentamentos rurais, destinados a famílias de camponeses migrantes, que
ajudaram a desenvolver uma agricultura caracterizada pelo trabalho familiar camponês.
e) A transformação da rede de circulação, do predomínio fluvial à combinação deste com o
sistema rodoviário, responsável pelo aumento dos fluxos populacionais e de mercadorias.
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A região de Rondônia foi atrativa de fluxos migratórios do nordeste, graças à seca que asso-
lava a região, e do sudeste e sul, pela mecanização da agricultura que expulsou trabalhado-
res do campo.
Letra a.
A BR-364 é uma rodovia diagonal do Brasil que se inicia em Limeira-SP, no km 153 da SP-330
adentrando pela SP-310 até o km 292, onde entra na SP-326 indo até a divisa com Minas Ge-
rais, depois passa por Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, acabando em Mâncio Lima, no
extremo oeste deste último estado, sendo assim uma rodovia de fundamental importância
para o escoamento da produção das regiões Norte e Centro-Oeste do país. Em 2 de fevereiro
de 1960, em meio a uma reunião com os governadores dos estados do norte, o Presidente Jus-
celino Kubitschek decidiu construir a então BR-364 ligando Cuiabá a Porto Velho e Rio Branco,
abrindo o oeste brasileiro, trecho que só foi asfaltada em 1983.
Letra c.
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Tratado de Utrecht - 1713. Firmado entre Portugal e a França para estabelecer os limites entre
os dois países na costa norte do Brasil. Estas disposições serviram, quase dois séculos após,
para defender a posição brasileira na questão do Amapá.
Tratado de Madri - 1750. Também entre Portugal e a Espanha, estabeleceu os limites entre as
colônias dos dois, na América do Sul, respeitando a ocupação realmente exercida nos territó-
rios e abandonando inteiramente a “linha de Tordesilhas”. (A Colônia de Sacramento passaria
para o domínio da Espanha). Com esse Tratado o Brasil ganhou já um perfil próximo ao de que
dispõe hoje.
Letra e.
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( ) Assentar camponeses nordestinos em lotes de 100 ha ao longo das rodovias em cons-
trução, a Transamazônica e a Cuiabá-Santarém.
( ) Implantar polos agrícolas regionais para incentivar a fixação populacional em áreas de
mineração e de interesse estratégico.
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Assinale a opção que indica uma ação do período Vargas, voltada para a integração do atual
território rondoniense ao resto do país.
a) A criação do Território Federal do Guaporé.
b) A abertura do Programa Calha Norte.
c) A construção e pavimentação da BR-364.
d) O desenvolvimento do Projeto Poloamazônia.
e) A implementação do Plano Grande Carajás.
Um dos objetivos estratégicos do governo dos militares era povoar a região e desenvolver
sua economia.
Letra b.
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029. Em 1981, com a implantação do Estado de Rondônia, o poema “Céus do Guaporé”, com-
posto na década de 1940, quando da criação do Território Federal do Guaporé, tornou-se o hino
da nova unidade da Federação.
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c) A natureza tropical dos “lagos, rios e matas” valoriza a cultura rural do interior do Estado e
enfatiza a agropecuária e a piscicultura que, desde os anos de 1940, seriam o carro-chefe da
economia rondoniense.
d) A segunda estrofe indica o papel da região em relação à defesa e à consolidação das fron-
teiras territoriais, qualificando os rondonienses como “sentinelas” e “pioneiros”, e culminando
na afirmação “somos brasileiros”.
e) A oficialização do poema como hino do Estado, no contexto do alargamento das fronteiras
agrícolas, atualiza o espírito bandeirante e pioneiro, agora associado à migração promovida
pelo nascente agronegócio.
A afirmativa “C” é contraditória na medida em que “a natureza tropical dos lagos, rios e matas”
é abatida para a criação de fazendas para a agropecuária.
Letra c.
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Questão de interpretação. Entenda, com o aumento das atividades de exploração dos recursos
naturais temos a óbvia dicotomia entre aproveitamento econômico e preservação ambiental.
Letra a.
O tratado descrito no texto e a principal razão para sua sanção por parte do governo brasileiro
são, respectivamente:
a) Tratado de Madri - expansão do território nacional;
b) Tratado de Petrópolis - interesse em explorar as seringueiras no território anexado;
c) Tratado de Ayacucho - riquezas minerais descobertas no território acreano;
d) Tratado de Petrópolis - alto valor indenizatório a ser pago pelo governo boliviano;
e) Tratado de Ayacucho - construção da ferrovia Madeira-Mamoré.
Muito fácil. O próprio enunciado cita que o tratado foi assinado na cidade de Petrópolis.
Letra b.
mortes, dificuldades na execução e gasto excessivo de recursos. Apesar de tudo, a ferrovia foi
inaugurada em abril de 1912. A construção da ferrovia foi viabilizada principalmente pelo(a):
a) capital privado nacional oriundo das oligarquias da região;
b) presença do capital privado nacional através do Barão de Mauá;
c) presença do capital externo norte-americano na execução da construção da obra;
d) financiamento concedido pelo governo brasileiro através do Banco da Amazônia;
e) esforço da população que encampou forte campanha para arrecadação de fundos.
De acordo com o Tratado de Petrópolis, o governo brasileiro devia arcar com a construção da
Ferrovia Madeira-Mamoré como compensação à Bolívia pela perda do território do Acre. Nesse
sentido, como o governo brasileiro não possuía tecnologia para sua construção, buscou inves-
timentos do capital norte-americano, interessado na exploração do látex.
Letra c.
A criação do território Federal do Guaporé se relaciona com a Marcha para o Oeste empreen-
dida por Getúlio Vargas.
Letra e.
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Fugindo da seca que assolava a região nordeste, milhares de nordestinos partiram para Rondô-
nia para trabalhar na extração do látex.
Letra e.
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c) Getúlio Vargas, face à preocupação com a segurança nacional durante a Segunda Guerra;
d) Fernando Henrique Cardoso, como elemento do Sistema de Vigilância da Amazônia;
e) Lula, como parte do Programa de Aceleração do Crescimento.
A BR-364 é uma rodovia diagonal do Brasil que se inicia em Limeira-SP, no km 153 da SP-330
adentrando pela SP-310 até o km 292, onde entra na SP-326 indo até a divisa com Minas Ge-
rais, depois passa por Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, acabando em Mâncio Lima, no
extremo oeste deste último estado, sendo assim uma rodovia de fundamental importância
para o escoamento da produção das regiões Norte e Centro-Oeste do país. Em 2 de fevereiro
de 1960, em meio a uma reunião com os governadores dos estados do norte, o Presidente Jus-
celino Kubitschek decidiu construir a então BR-364 ligando Cuiabá a Porto Velho e Rio Branco,
abrindo o oeste brasileiro, trecho que só foi asfaltada em 1983.
Letra a.
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Os Cinta Larga ocupam a área do Projeto Indígena do Roosevelt com 190.000 há, parte inte-
grante da reserva do Parque Indígena do Aripuanã, localizada em terras dos Estados de Ron-
dônia e Mato Grosso.
Letra d.
A única afirmação errada está na alternativa “I”. A atual capital do Estado de Mato Grosso,
Cuiabá, surgiu às margens do rio Coxipó em 8 de abril de 1719. Era, então, um pequeno povoa-
do cuja ata de fundação foi assinada por Pascoal Moreira Cabral. Foi a descoberta do ouro pe-
los bandeirantes paulistas que deu origem à povoação, que estava subordinada à capitania de
São Paulo naquela época. Portanto, não fazia parte do território que hoje pertence à Rondônia.
Letra b.
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a) está localizado no município de Costa Marques, à margem direita do rio Guaporé, na locali-
dade denominada Príncipe da Beira.
b) faz parte do Patrimônio Histórico Nacional.
c) sua construção é conseqüência do Ciclo do Ouro e marca o primeiro processo de coloniza-
ção do espaço físico que constitui o Estado de Rondônia.
d) sua pedra fundamental foi lançada em 20 de junho de 1826.
e) serviu para manter o domínio português sobre as duas principais vias de comunicação da
região, os rios Guaporé e Jauru.
O forte iniciou seu processo de construção no dia 19 de abril de 1775. No entanto, vale salien-
tar que em 1776 foi lançada a pedra fundamental do projeto já iniciado no ano anterior, sendo
batizado em homenagem a D. José de Bragança
Letra d.
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Antigo Território do Guaporé, manteve este nome até 17 de fevereiro de 1956, em virtude do Rio
Guaporé, fronteira natural entre Brasil e Bolívia. Em dezembro de 1981 o Congresso aprovou o
projeto ordinário do poder executivo pelo qual o território de Rondônia era elevado a estado da
União. O governo do novo estado, o 23º da federação brasileira, instalou-se em 4 de janeiro de
1982, com a posse do coronel Jorge Teixeira de Oliveira, que já governava o território desde 15
de março de 1979.
Letra c.
O marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, conhecido como Marechal Rondon, foi um en-
genheiro militar e sertanista brasileiro, famoso por sua exploração do Mato Grosso e da Bacia
Amazônica Ocidental e por seu apoio vitalício às populações indígenas brasileiras. Foi o pri-
meiro diretor do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e estimulou a criação do Parque Nacional
do Xingu. O estado brasileiro de Rondônia recebeu esse nome em sua homenagem.
Letra a.
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Ela retrata a Capela da Vila de Santo Antônio, próxima às cachoeiras do rio Madeira, que é
considerada
a) construção que marca a fronteira às margens do rio Guaporé.
b) marco inicial do surgimento da capital de Rondônia, Porto Velho.
c) mosteiro – no passado – dos Jesuítas, colonizadores das áreas de fronteira do estado.
d) primeira construção religiosa de Rondônia iniciada no século XVI e inaugurada em XVII.
e) ponto de referência pioneiro, no que se refere à colonização em meio à floresta Amazônica.
A capela é uma das raras heranças do antigo município de Santo Antônio do Rio Madeira, que
pertencia ao Mato Grosso. Foi criado em 1908, extinto e anexado a Porto Velho em 1944, quan-
do foi instalado o Território Federal do Guaporé.
Letra b.
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b) pela urgente necessidade de povoar o Norte do Brasil, uma vez que, em face da crescente
pressão exercida por Inglaterra, França e Holanda, era preciso integrar a área às demais regi-
ões da colônia.
c) pela expansão da produção aurífera ao longo do século XVIII, cujo andamento das ativida-
des dependia do fornecimento de gêneros alimentícios produzidos nos mais diversos pontos
da colônia.
d) pela necessidade de controle do território do Norte, que permitiria ao governo de Portugal
ampliar seus domínios americanos e, a partir do mapeamento hidrográfico da Amazônia, con-
trolar a estratégica bacia platina.
e) pelo fato de as correntes migratórias externas poderem substituir, com vantagem, as popu-
lações nativas que, nesse contexto, haviam sido dizimadas em larga medida.
Diante das constantes incursões de espanhóis, franceses, ingleses e holandeses, havia a ne-
cessidade de ocupar a terras da colônia para, efetivamente, controlar a região.
Letra b.
A construção do Forte Príncipe da Beira, iniciada em 1776, às margens do rio Guaporé, estimu-
lou a implantação dos primeiros núcleos coloniais. Contudo, estes só prosperaram no fim do
século XIX, com o ciclo da borracha.
Letra c.
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Pedro Teixeira, em 1637, chefiando uma expedição portuguesa com destino a Quito, Vice-Reino
do Peru, partiu da Vila de Cametá no Grão-Pará, subiu o rio Amazonas. Passaram pela foz de
um rio com grande quantidade de troncos de madeiras flutuando em suas águas, daí o registro
de Pedro Teixeira para o rio Madeira.
Letra c.
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O contexto é da Marcha para o Oeste empreendida por Vargas, durante o Estado Novo, que
objetivara
Letra a.
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