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O governo é como uma família que não pode gastar mais do que recebe
O governo é como uma família que não pode gastar mais do que recebe
Sem moeda não existe imposto Sem moeda não existe empréstimo
E agora!?
O que veio antes: O ovo ou a galinha?
Logo…
Você pode usar sua conta bancária Você pode usar a moeda do governo
para pagar tributos ao governo para quitar empréstimos no banco
As vontades de um deus
Mercados são eficientes Crises capitalistas são A hipótese é falsa. O mercado não
em alocar recursos? muito recorrentes é eficiente em alocar recursos
O mercado é onisciente, O mercado é perfeito, até nas crises. Essas crises são como a
As crises são fruto da interferência humana nos mercados!
racional, e perfeito, tal renovação da terra, que mata as plantas fracas e permite que
Precisamos de mais capitalismo!
como o próprio Deus. as fortes cresçam! Devemos agradecer ao Deus Mercado!
Materialidade e Mitologia
O mercado é onisciente, O mercado é perfeito, até quando mata. Pessoas mais fracas
As crises são fruto da interferência humana nos mercados!
racional, e perfeito, tal são ceifadas, assim como ervas daninhas, para que as fortes
Precisamos de mais capitalismo!
como o próprio Deus. cresçam e prosperem! Devemos agradecer ao Deus Mercado!
Materialidade e Mitologia
O capitalismo nos trouxe uma nova religião, em que o Mercado é uma entidade
divina e o dinheiro é uma manifestação de sua vontade. Da mesma forma que
religiosos antigos interpretavam os fenômenos da natureza como ações divinas,
economistas hoje são os interpretadores do mercado e do dinheiro.
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Materialidade e Mitologia
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Materialidade e Mitologia
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Materialidade e Mitologia
Não. Porém, esses termos são usados indiscriminadamente pela mídia e pelo
senso comum, fazendo parecer que são equivalentes.
Moeda, dinheiro e valor
Dividir uma unidade em partes não nos explica o que é a própria unidade.
Moeda, dinheiro e valor
Uma forma mais adequada de responder seria comparando com algo concreto
A gasolina pode ter valor de uso constante, mas seu valor de troca (preço) em
Reais (R$) pode flutuar com o passar do tempo.
Valor de uso ≠ valor de troca (preço)
Moeda, dinheiro e valor
Isso significaria que nós iríamos fazer compras utilizando sacos de arroz?
Imagine uma pequena comunidade rural, onde as famílias produzem para sua
própria subsistência. Cada família planta seu alimento, faz suas roupas, cria
seus animais, etc. O mercado, nessa comunidade, é um local pequeno, onde
as famílias distribuem apenas coisas pontuais que não são produzidas por
todos. É o local onde os eventuais excedentes são trocados.
Moeda, dinheiro e valor
Imagine que essa comunidade mede o valor das coisas em sacas de arroz, pois
esse é o item mais comum que os agricultores plantam e estocam.
Dívida quitada
NÃO. Maria não cria vacas para fazer uma troca imediata na feira. Ela já sabe
que João deseja uma vaca a cada 5 anos e se planeja para isso. João não
produz cestas mensais de produtos para depois fazer uma troca no mercado.
Ele já sabe que Maria deseja essa cesta todos os meses. É uma relação social.
25 Realovos
Dívida quitada
25 gramas de ouro
Pagamento
Tem Tem
Família de João MERCADO
Moeda, dinheiro e valor
Essa mercadoria, que cumpre o papel de dinheiro, pode ser ouro, prata,
bronze, ou qualquer outra coisa. É algo que perde seu valor de uso e passa a
ter apenas um valor de troca. O dinheiro é usado como a representação do
valor de troca das outras mercadorias e, por consequência, não é um produto
consumido pela sociedade, mas sim meio de circulação.
25 gramas de ouro
Pagamento
Tem Tem
Família de João MERCADO
Moeda, dinheiro e valor
25 gramas de ouro
Pagamento
Tem Tem
Família de João MERCADO
Moeda, dinheiro e valor
25 Realovos
Pagamento
Tem Tem
Família de João MERCADO
Moeda, dinheiro e valor
25 Realovos
Pagamento
Tem Tem
Família de João MERCADO
Moeda, dinheiro e valor
Sendo essa moeda uma representação da dívida que o mercado tem com a
sociedade, sendo algo que o mercado aceita em troca de suas mercadorias,
ainda é necessário uma relação de confiança, ou de imposição. Porém, não
é mais uma relação entre indivíduos, mas entre pessoas e instituições.
25 Realovos
Pagamento
Tem Tem
Família de João MERCADO
Moeda, dinheiro e valor
Por qual motivo alguém aceitaria moedas que, intrinsecamente não tem valor,
como meio de pagamento por coisas que tem valor real?
Ótima pergunta!
25 Realovos
Pagamento
Tem Tem
Família de João MERCADO
Moeda, dinheiro e valor
Em que tipo de contexto social a família de João deixaria de ter vínculos diretos
com a família de Maria e, ao invés disso, passaria a ter vínculos indiretos com
todas as outras famílias por meio de um mercado impessoal, onde todas as
famílias fazem trocas através de dinheiro ou moeda?
25 Realovos
Pagamento
Famílias MERCADO
Moeda, dinheiro e valor
25 Realovos
Pagamento
Famílias MERCADO
Moeda, dinheiro e valor
Pois bem…
25 Realovos
Pagamento
Famílias MERCADO
Moeda, dinheiro e valor
Por qual motivo uma nota de 25 Realovos é aceita como se tivesse valor?
Ou… de onde diabos vieram os 25 Realovos!? Quem criou eles!?
Famílias MERCADO
Por que medimos o valor das coisas?
Por que medimos o valor das coisas?
Valor de uso
Valor de uso
Valor de uso
Uma família não mede o valor dos cuidados que dá aos próprios filhos.
Dois amantes não medem o valor das horas que passam juntos.
Dois vizinhos de longa data não medem o valor das refeições que partilham.
Dois amigos não medem o valor dos favores que prestam um ao outro.
Você não mede o valor do casaco tricotado que sua avó te deu no aniversário*.
*Não deveria…
Por que medimos o valor das coisas?
Todo o ano presenteamos pessoas próximas. Fazemos favores sem pedir nada
em troca. Ajudamos um colega de trabalho que está atarefado demais. Damos
carona para conhecidos. Cuidamos dos filhos pequenos de um casal que viajou
no aniversário de casamento. É tudo parte da nossa vida social.
Por que medimos o valor das coisas?
O que fazemos tem valor de uso, mas não quantificamos o valor de troca
dessas coisas. Nossos amigos achariam estranho se, após passarmos o dia
todo ajudando a descarregar caixas em uma mudança, pedíssemos 300g de
picanha, 2 salsichas, 1 litro de cerveja, e 1 potinho de sorvete…
? ? ?
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Por que medimos o valor das coisas?
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Por que medimos o valor das coisas?
Impostos não são uma transação comercial. Os burocratas não querem trocar
trigo por vacas, mas saber quanto trigo ou vacas são necessários para quitar
tributos. As famílias que produzem para a própria subsistência enxergam o
“valor” de sua produção apenas como um valor para quitar tributos.
Por que medimos o valor das coisas?
Quando uma disputa toma proporções violentas (causadas por injúrias, danos
materiais, lesões corporais ou até mesmo morte) a vítima exige compensação.
Definido o valor da compensação em uma unidade padrão, resta definir os
valores de cereais, animais, peles, vasos, dias de trabalho, canoas, etc.
Por que medimos o valor das coisas?
Se você furar o olho de alguém e o juiz definir que você deve entregar 2 vacas
para a vítima, isso não significa que você pode furar o outro olho dela e “pagar”
com 4 vacas. Se você fizer isso, o resultado não será uma transação comercial,
mas uma possível guerra entre famílias.
Por que medimos o valor das coisas?
Nessa sociedade, uma pessoa não olha para seu próprio rebanho e pensa
“quantos olhos posso furar?”. Da mesma maneira que ninguém vê seus próprios
olhos no espelho e pensa “quantas vacas posso comprar com meu olho?”
Por que medimos o valor das coisas?
Quando uma instituição que detém vastos meios de produção entrega algo no
presente, esperando receber algo em troca no futuro, firma-se um contrato.
Definido o valor do contrato em uma unidade padrão, resta estabelecer os
valores daquilo que a instituição aceita receber como meio de pagamento.
Por que medimos o valor das coisas?
Neste caso, trata-se de uma relação comercial. A instituição deseja receber uma
quantia de valor no futuro relativo ao que entregou no presente. Porém, apenas
as duas partes do contrato enxergam o “valor” das coisas. As definições a
respeito de quanto cada coisa vale não existem fora deste contrato.
Por que medimos o valor das coisas?
Perceba que em nenhum dos exemplos foi feita qualquer menção à utilização de
moedas como forma de pagamento. Os tributos foram pagos em espécie; as
compensações foram pagas em espécie, e os produtos adiantados também
foram pagos em espécie. Moedas não foram necessárias em momento algum.
Por que medimos o valor das coisas?
Essa mesma instituição pode definir qualquer coisa como meio de pagamento
para os valores devidos à ela. Essas “coisas” poderiam ser vacas, moedas de
ouro, moedas de niquel, cédulas de papel, anotações em um livro contábil,
inscrições cuneiformes em tábuas de argila, ou bits em um computador…
Por que medimos o valor das coisas?
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Por que medimos o valor das coisas?
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Por que medimos o valor das coisas?
A sociedade capitalista tem pouco mais de 300 anos de idade. Nós vivemos em
um contexto social no qual devemos levar nossas próprias mercadorias ao
mercado, seja na forma de produtos ou mão de obra, com o objetivo de trocar
essas mercadorias por outras e sobreviver.
Por que medimos o valor das coisas?
A sociedade deixa de produzir para sua subsistência direta, fazendo com que os
valores de uso sejam apagados. O produtor de tabaco não planta para atender
necessidades sociais, mas com o intuito de levar sua produção ao mercado e
trocar por comida, roupas, ferramentas, madeira e coisas produzidas por outros.
Por que medimos o valor das coisas?
Quando uma sociedade inteira passa a viver assim, os valores das coisas
começam a aparecer na forma de preços. As coisas que antes tinham apenas
seu valor de uso, passam a ser produzidas pelo seu valor de troca.
Onde entra a moeda no meio disso tudo?
Moeda, dinheiro e valor
Recapitulando…
Recapitulando…
Recapitulando…
Recapitulando…
Façamos um exercício rápido: Abra sua geladeira, sua despensa, seu armário
de limpeza, ou as gavetas do seu banheiro. Olhe os ingredientes de cada coisa
que você tem em sua casa e tente descobrir quantas delas utilizam dinheiro
como matéria prima. A resposta, obviamente, é nenhuma.
Moeda, dinheiro e valor
Se você plantar dinheiro, não vai brotar uma casa ou uma siderúrgica.
Se você fizer uma trilha de dinheiro, não nasce uma ferrovia ou rodovia.
Se você enfiar dinheiro na cabeça, não surge conhecimento profissional.
Porém, essas obviedades são constantemente ignoradas em nossa sociedade.
Moeda, dinheiro e valor
Caixa preta
do Mercado
Moeda, dinheiro e valor
Como uma das várias provas de que capitalistas acreditam nessa maluquice,
basta ver a obsessão em relação ao PIB (Produto Interno Bruto)... que nada
mais é do que o somatório, em dinheiro, dos preços de todas as mercadorias
que circulam na economia em um dado intervalo de tempo.
PIB
Moeda, dinheiro e valor
Caixa preta
do Mercado
Moeda, dinheiro e valor
Caixa preta
do Mercado
Moeda, dinheiro e valor
Caixa preta
do Mercado
Moeda, dinheiro e valor
Caixa preta
do Mercado !?
Moeda, dinheiro e valor
A caixa-preta é aberta, mostrando que não era o dinheiro que estava sendo
transformado em mercadorias. São os recursos naturais da Terra e o trabalho
das pessoas que realmente fazem tudo acontecer.
!?
Moeda, dinheiro e valor
!?
Moeda, dinheiro e valor
Caixa preta
do Mercado !?
Moeda, dinheiro e valor
Caixa preta
do Mercado !?
Moeda, dinheiro e valor
Caixa preta
do Mercado !?
Moeda, dinheiro e valor
Hoje o Ocidente passa por outra grande crise do capitalismo, criando uma janela
histórica em que todos nós podemos enxergar o interior da caixa-preta e ver de
onde realmente vem o sustento da sociedade. Cabe à nós decidirmos se iremos
fechar a caixa novamente ou se iremos quebrar o feitiço.
!?
Moeda, dinheiro e valor
!?
O que é a moeda
Por que a moeda é diferente de dinheiro
O que é a moeda
Meio de troca
Reserva de valor
Unidade de conta
O que é a moeda
Escambo primitivo
Metais preciosos
Crédito bancário
O que é a moeda
Um comerciante da Suméria iria viajar para outras civilizações, onde iria trocar os
produtos que pegou do templo e, ao retornar, as dívidas seriam pagas com os
produtos que foram trazidos. A diferença era o lucro do comerciante.
A história da dívida, da moeda, e do dinheiro
Essas perdas eram revertidas toda vez que uma guerra acabava, quando
um novo rei subia ao trono, ou quando a sociedade corria risco de colapsar.
Esse evento era chamado de Amar-gi (Retorno à mãe / Retorno à origem)
A história da dívida, da moeda, e do dinheiro
Dias de hoje
Com a ascensão de outros países,
principalmente a China, a hegemonia
Americana está acabando
Dias de hoje
Precisamos entender nossa moeda,
para saber como se posicionar nesse
novo mundo multipolar
Confiamos no governo
Fazem parte do balanço dos credores Fazem parte do balanço dos devedores
Por que a moeda tem valor?
Ativos ( + ) Passivos ( – )
Governo População
Ativos Passivos
Impostos a receber Impostos a pagar
Passivos Ativos
Bancos População
Ativos Passivos
Dívidas a receber Dívidas a pagar
Passivos Ativos
Recapitulando
1. Valor ≠ Dinheiro ≠ Moeda
Recapitulando
6. Moeda é um passivo do emissor
7. Moeda é um ativo do usuário
8. Governos criam moeda fiduciária
9. Bancos criam moeda escritural
10. Gastos ocorrem antes das receitas
11. Poupanças ocorrem após o crédito
12. Moeda é uma criatura jurídica
13. O uso da Moeda é uma imposição
Perguntas das próximas aulas
Nas próximas aulas veremos como isso é feito, quais as consequências para
quem vive na base da sociedade, e quais os ganhos para quem vive no topo.
Moeda, imposto, dívida pública e outras coisas…
FONTES
6. Outras fontes
FONTES
Andrew Berkeley, Josh Ryan-Collins, Richard Tye, Asker Voldsgaard, Neil Wilson; 2022;
The self-financing state: An institutional analysis of government expenditure, revenue collection and debt issuance
operations in the United Kingdom
Fabiano A S Dalto, Enzo M Gerioni; Júlia A Omizzolo; David Deccache; Daniel Conceição; 2020;
Teoria Monetária Moderna: a chave para uma economia a serviço das pessoas
LEI Nº 4.595, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1964 (Art.8 par. único; Art. 10 inciso V, Art. 11 inciso II)
Como o Banco Central cumpre a função de “prestamista de última instância”, oferecendo reservas aos bancos
comerciais. (Os lucros desses empréstimos viram receita do governo):
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4595.htm
Regra de Primário, que impõe a necessidade de se contingenciar despesas, por meio da limitação de empenhos
e movimentações financeiras, com o propósito de cumprir a meta de resultado primário fixada na Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO), em conformidade com os dispositivos da Lei Complementar no 101/2000, a Lei
de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), estabelecida no ano 2000. Anualmente, a Lei Orçamentária fixa uma
meta de resultado primário, ou seja, o resultado da subtração de receitas esperadas e despesas autorizadas,
excluindo pagamentos de juros e amortizações da dívida pública
FONTES
Novo Regime Fiscal, fixado pela Emenda Constitucional no 95/2016, convertida nos arts. 107 a 114 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da CF/1988, que fixou um teto congelado em termos reais para
as despesas primárias para vigorar pelo período de duas décadas, de 2017 a 2036.2. Conhecido como teto de
gastos - O Novo Regime Fiscal previu, por até vinte anos, correção das despesas apenas pela inflação de doze
meses acumulada até junho do exercício anterior ao que se refere a lei orçamentária.
FONTES
6. Outras fontes
6. Outras fontes
Relatório Mensal da Dívida Pública Federal, de Setembro 2021 (Pág. 13, tabela 2.4)
Em Setembro de 2021, os títulos públicos estavam: 31% em instituições financeiras, 23% em fundos de
investimentos, 22% em previdências, e 10% com não-residentes.
https://sisweb.tesouro.gov.br/apex/f?p=2501:9::::9:P9_ID_PUBLICACAO:41762
6. Outras fontes
Custo ao tesouro nacional em 2021 para pagamento de juros dos títulos públicos:
https://www.portaltransparencia.gov.br/despesas/programa-e-acao?paginacaoSimples=true&tamanhoPagina=&offset=&direcaoOrdenacao=asc&de
=01%2F01%2F2021&ate=31%2F12%2F2021&programa=0905&colunasSelecionadas=linkDetalhamento%2CmesAno%2Cprograma%2Cacao%2C
valorDespesaEmpenhada%2CvalorDespesaLiquidada%2CvalorDespesaPaga%2CvalorRestoPago
6. Outras fontes