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Carta a El Rei D. Manuel, Dominus: São Paulo, 1963.

Gustavo Santana David – Olimpo- 02/05/2023

A Carta, de Pero Vaz de Caminha

P. 2 – “Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mãos, e suas setas.

Vinham todos rijamente em direção ao batel. E Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos.

E eles os depuseram. Mas não pôde deles haver fala nem entendimento que aproveitasse, por o mar

quebrar na costa...”

P. 2 – “ A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos.

Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas

vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de

baixo furado e metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da grossura

de um fuso de algodão, agudo na ponta como um furador. Metem-nos pela parte de dentro do beiço; e

a parte que lhes fica entre o beiço e os dentes é feita a modo de roque de xadrez. E trazem-no ali

encaixado de sorte que não os magoa, nem lhes põe estorvo no falar, nem no comer e beber.

Aqui, você escreve um comentário crítico analisando o trecho recortado.”

Nestes dois parágrafos, vemos algumas descrições sobre os indígenas, principalmente a aparência física. Os Europeus
trazem consigo um padrão de beleza eurocêntrico, e usam-no para dizer que os indígenas tinham “ bons rostos, bons
narizes..”. Além disso, consideravam o povo indígena como um povo ingênuo, inferiorizando-o

P. 3 - “Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos passados. Não quiseram

comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora.

Aqui há um choque cultural, relacionado a alimentação. Os indígenas não acostumados com os alimentos vindos da
Europa, rejeitam.

p. 3- ‘Ao domingo de Pascoela pela manhã, determinou o Capitão ir ouvir missa e sermão naquele ilhéu. E

mandou a todos os capitães que se arranjassem nos batéis e fossem com ele. E assim foi feito. Mandou

armar um pavilhão naquele ilhéu, e dentro levantar um altar mui bem arranjado. E ali com todos nós

outros fez dizer missa, a qual disse o padre frei Henrique, em voz entoada, e oficiada com aquela

mesma voz pelos outros padres e sacerdotes que todos assistiram, a qual missa, segundo meu parecer,

foi ouvida por todos com muito prazer e devoção.


Ali estava com o Capitão a bandeira de Cristo, com que saíra de Belém, a qual esteve sempre bem alta,

da parte do Evangelho.”

Está missa vai ficar conhecida como a primeira missa feita no Brasil, no dia 26 de abril de 1500, domingo de Páscoa.
Nela se reunia tantos os recém- chegados europeus, quantos os povos originários daquele local.

Pode- se apontar a importância da catequese como meio de dominação que os europeus usam contra os indígenas,
para naturaliza- lá e numa concepção etnocêntrica é uma salvação aquele, então, dominado

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