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Bitcoin

Sumário
1 Introdução3
2 SISTEMA BANCÁRIO, MERCADO FINANCEIRO E
ESTADO-NAÇÃO4
2.1 CRIPTOMOEDAS7
2.2 SEGURANÇA E CRIPTOMOEDAS7
2.3 SURGIMENTO DO BITCOIN11
2.4 MERCADO DO BITCOIN13
2.5 CRIPTOGRAFIA E CONFIANÇA16
2.6 Futuro das criptomoedas e do bitcoin19
Resumo do curso20
Referências21
Módulo 1
Bitcoin

1 Introdução
Você já notou como o mundo à sua volta é cada vez mais digital? Agora, até mesmo compras
de supermercado podemos fazer pelo aplicativo, sem falar em estudar, ler, ter aulas, ver fil-
mes e até realizar transações bancárias. Não é incrível? Tudo isso facilita demais a nossa vida,
nos traz conforto, informação e nos ajuda a economizar tempo. Aliás, você consegue hoje
imaginar um mundo sem internet?
Se fazemos tanta coisa usando o mundo virtual, será que faz sentido falar em dinheiro ou
moeda que são virtuais? Até recentemente, isso soava estranho, mas nos últimos anos, o
mercando financeiro foi tomado pela ideia de moedas virtuais, que facilitariam as transações
realizadas no mundo digital. Parece simples e prático, não é? Na verdade, as moedas virtuais
são um tema complexo e envolvem questões que se referem desde o sistema bancário inter-
nacional até ciências da computação. Vamos conhecer mais sobre esse mundo de dinheiro
virtual, que é tão novo e fascinante? Então, continue conosco neste curso!
2 SISTEMA BANCÁRIO,
MERCADO FINANCEIRO E
ESTADO-NAÇÃO
Desde o início da contemporaneidade, ou seja, 1789, que é a partir da ideia de Estado-nação
que todo o sistema financeiro é pensando. Vamos refletir sobre isso juntos. Cada país tem sua
moeda, não é? Dessa forma, as moedas são determinadas a partir das fronteiras do Estado-
-nação, apenas com exceção da União Europeia, que define sua moeda a partir de um con-
junto de países. De qualquer maneira, sabemos que cada país tem sua moeda e seu sistema
financeiro gira em torno dela. Assim, ao longo da história, os sistemas financeiros sempre se
organizaram em torno do Estado e do ordenamento jurídico do mesmo. Por exemplo, no Brasil
temos o real e o Banco Central, que normatiza o sistema financeiro, as taxas de juros e o pró-
prio sistema bancário. Ou seja, o sistema financeiro sempre foi centralizado, tendo sempre o
Estado normatizando esse sistema.

Importante

Você sabe o que é o Estado-nação? Ao longo deste curso, vamos usar diver-
sas vezes esse conceito. Quando usamos os nomes de países como Brasil,
Argentina, Inglaterra e todos os outros que você conseguir lembrar no mun-
do, estamos falando no Estado-nação, aquele que se define por possuir um
território, ter um povo e soberania.

Cada Estado-nação define suas leis e imprime seu próprio papel-moeda, regulamentando seu
uso. Além disso, tem seu próprio sistema tributário e cobra os impostos a partir da sua moeda.
Você, como cidadão do Brasil, não pode imprimir dinheiro. Aliás, isso seria crime. É apenas o
Estado – o governo – em uma instituição própria para isso, é que imprime o dinheiro. Qualquer
instituição que realize isso sem autorização do governo está fazendo dinheiro falso.
Você já pensou em um mundo sem que os Estados regulassem sua própria moeda? Seria uma
bagunça. Cada um teria sua própria moeda, mas, nesse caso, quem atribuiria valor a ela? Quem
definiria valor à moeda?

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Segundo informações da Casa da Moeda (BRASIL, 2021), as primeiras moedas surgiram na
Lídia, região onde hoje é a Turquia. Os bancos surgiram quando se sentiu necessidade de ter
alguma segurança em relação à moeda. Eles ficaram responsáveis não apenas por guardar
o dinheiro, mas por dar recibos escritos sobre o valor que havia sido guardado. Ao longo do
tempo, esses recibos viraram também meio de pagamento e, com isso, surge a ideia do pape-
l-moeda, que poderia substituir as moedas cunhadas.
Dessa forma, o modelo tradicional de moeda e de papel-moeda é aquele de cunho bancário,
regulamentado por um Estado.
Mas quando isso começa a mudar? Bom, certamente você já ouviu falar em globalização,
certo? Trata-se do processo por meio do qual a economia começa a se internacionalizar. Por
exemplo, uma empresa pode ter sua matriz no Canadá, mas sua produção é realizada em um
país onde há mais mão de obra, como na China ou na Malásia. Outro exemplo é o mercado fi-
nanceiro, aquele das Bolsas de Valores, no qual circula tanto dinheiro. Veja, aquele modelo de
empresa, sob absoluto controle do Estado-nação, que tinha toda sua produção nacional, sai
de cena, para dar lugar a novos modelos de negócios, com ações nas bolsas e negócios trans-
nacionais. Sobre isso, segundo Rattner (1995, p. 66):

Avolumam-se evidências de que, na economia global, cada vez mais é o mer-


cado financeiro, ou seja, as grandes corporações e não os governos, que, em
última análise, decide sobre os destinos do câmbio, da taxa de juros, dos preços
das commodities, da poupança e dos investimentos. Sem dúvida, a liberalização
e a globalização dos mercados são altamente vantajosas para o grande capi-
tal, cujos horizonte e estratégia transbordam as fronteiras estreitas do Estado
nacional.

Conforme mostra o autor, cada vez mais o mercado financeiro tem um papel maior na eco-
nomia, o que favorece os empresários, que têm maior liberdade de negociar, fora das regras
determinadas pelos Estados.

FIGURA 1: MERCADO FINANCEIRO

FONTE: Pixabay (2021).

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Atenção!

Um dos pontos importantes do discurso que permeia a ideia de globalização


é o de neoliberalismo. Você sabe o que esse conceito significa? Neolibera-
lismo é a forma de política econômica, ou seja, do Estado se relacionar com
a economia. Nesse modelo, a intervenção do Estado na economia deve ser
mínima e os governos devem permitir que a economia se autorregule.

Esse pensamento é o fundamento das criptomoedas. Deixar que os negócios digitais não de-
pendam do Estado, dos governos e dos seus sistemas regulatórios, de não tirar a liberdade de
negociar dos empresários.
Para entender como funcionam as moedas virtuais e quais são seus atrativos, é importante
saber que o sistema financeiro atual é parcialmente centralizado, porque depende das regras
bancárias e da própria regulamentação estatal. Vamos entender isso por meio de um exem-
plo. Será que você conseguiria ir a um supermercado brasileiro e comprar com a moeda ar-
gentina? Seria muito estranho, não é? Outro exemplo é aquele da pessoa que vai viajar para um
país estrangeiro e quer levar dólares ou euros. Um real vale um dólar ou um euro? Não, porque
as taxas de câmbio entre as moedas são diferentes. Dessa forma, o mercado financeiro não é
livre, está sujeito a essas regras.
Os Estados-nações têm controle parcial sobre a economia. Por exemplo, a inflação é bastante
dependente da oferta e da demanda, mas o Estado pode tentar diminuir a inflação aumentan-
do a taxa básica de juros, que é a Selic. Quando as taxas de juros sobem, o crédito fica mais
difícil, as pessoas consomem menos e a inflação costuma baixar.
Ainda podemos pensar como exemplo a relação entre importações e exportações. Se um
governo cria políticas para promover exportações no país, o dólar tende a baixar porque, em
teoria, está entrando mais dólar no país. Dessa forma, há questões macroeconômicas que
estão no controle dos governos e outras que estão fora. Mas e essas moedas virtuais? Bom,
elas são uma forte tentativa de evitar o controle estatal sobre a moeda. Vamos entender
melhor isso tudo?

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2.1 CRIPTOMOEDAS
As moedas virtuais costumam ser chamadas de criptomoedas. Segundo Castello (2019), elas
são desenvolvidas por meio de um protocolo de internet denominado blockchain. O interes-
sante sobre as criptomoedas é justamente essa característica: elas escaparam dessa regula-
ção estatal comum ao real, ao dólar, ao peso e todas as outras moedas. Por isso mesmo elas
são tão atrativas. No início, muita gente pensou que elas não eram realmente moedas, mas
hoje elas são negociadas como tal, então isso nem mais é discutível. As duas mais importan-
tes criptomoedas hoje são, segundo a autora, o bitcoin e o ether.

Importante

As criptomoedas são, segundo Mattos el al. (2020), um sistema de pagamen-


to descentralizado e, usando um conceito em inglês, funcionam na lógica
peer-to-peer, ou seja, sem estarem sujeitas a um órgão regulador.

Mas como elas funcionam, ou seja, como garantir que uma moeda que existe apenas virtual-
mente seja segura? Nós estamos acostumados com o papel-moeda, com o dinheiro que pe-
gamos na mão. Como lidar com um dinheiro que só existe virtualmente? Será confiável? É o
que vamos aprender a seguir.

2.2 SEGURANÇA E CRIPTOMOEDAS


Se você vai até um caixa eletrônico e deposita 1.000 reais, você sabe que o dinheiro existe
fisicamente quando entra na sua conta na internet e você vê ali o saldo de 1.000 reais. Mas
não é assim com as criptomoedas. Elas não existem fisicamente, são apenas ideias. Então,
como confiar?
A confiança é dada a partir da utilização das tecnologias da informação, em especial a partir
de um protocolo chamado de blockchain, traduzido livremente como cadeia de blocos. Va-
mos entender como essa tecnologia funciona. Conforme Castello (2019, p. 3 apud TAPSCOTT;
TAPSCOTT, 2016), “a cada dez minutos, todas as transações efetuadas dentro do sistema são
verificadas e registradas em um bloco, que é salvo concomitantemente em computadores de
vários voluntários, disponibilizados para este fim; o bloco é vinculado ao bloco anterior, for-
mando uma corrente (chain)”.

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Castello (2019) afirma ainda que esses blocos em cadeia permitem que cada operação seja
rastreada, para que nada fique perdido no caminho e nenhum usuário perca seu dinheiro vir-
tual. Cada operação com a criptomoeda é registrada em uma planilha de dados e, se alguém
compra ou vende moeda, o número de IP do computador fica registrado. Caso haja dúvidas
sobre a operação, esse computador pode ser registrado. Não é incrível?
Castello (2019) afirma ainda que toda essa informação é criptografada, ou seja, transformada
em código. Mas talvez você esteja pensando, um hacker não poderia quebrar esse código?
Isso seria basicamente impossível, porque a cada dez minutos o sistema gera um novo código,
um bloco de informações, o que impediria quebrá-lo. É assim que o sistema garante a segu-
rança das criptomoedas.
Outra característica do bitcoin que garante a sua segurança é a mineração. A palavra surge
da ideia de minerar ouro ou diamantes, mas, na rede de bitcoins, os minerados usam a mate-
mática e a probabilidade para encontrar blocos de mineração. Se os blocos minerados estão
corretos, eles são atrelados a outros blocos já minerados, para toda a rede verificar. O resul-
tado desse processo é chamado de prova de trabalho. Basicamente, os minerados verificam
se não houve fraude no sistema e se todos os cálculos estão corretos. Depois, como o código
é aberto, todos podem avaliar. Mas o que é exatamente avaliado pelos mineradores? Bom,
eles avaliam se há o número suficiente de moedas em uma transação, para evitar desvios.
Eles também verificam se quem vai receber as criptomoedas pode de fato recebê-las, se são
a parte legítima.
Agora, vamos pensar juntos. No sistema tradicional de moedas, quem assegura que a moeda
é legítima? Bom, é o próprio Estado que garante a segurança da moeda impressa por suas
instituições criadas com esse propósito, como o Banco Central. Geralmente, se você vai ao
supermercado e usa uma nota de 100 reais para pagar, o caixa vai verificar se a nota é verda-
deira, não é? Ele pode fazer isso porque o próprio Estado cria mecanismo para isso na própria
nota, como a famosa marca d’água do real. Dessa forma, a preocupação com essa segurança
sempre fez parte dos negociadores da internet. Então, quem garante essa segurança? É a
criptografia dos blockchains.
Agora vamos pensar juntos em mais um dilema. O que atribui valor a uma moeda? Afinal, o que
garante que um pedaço de papel tenha o valor de 100 reais? Vamos começar do começo.
Nosso sistema financeiro já usou o padrão ouro. Atrás de cada dólar havia o equivalente em
ouro. O que atribui valor ao ouro é sua escassez, ou seja, não há ouro espalhado por aí de for-
ma que cada pessoa possa estocar ouro em sua casa, não é? Mas e agora que não usamos
mais o padrão ouro? Pense comigo. Você já imaginou por que o sistema bancário nacional não
pode simplesmente imprimir um monte de notas de cem reais e distribuir entre a população,
de forma que não existisse mais desigualdade social e pobreza? Bom, isso acontece porque o
que garante que a moeda tenha valor é sua escassez. Se o Banco Central imprimisse milhões
e milhões de moedas, seria uma inflação sem precedentes, de tal forma que uma bisnaga de
pão francês poderia custar 1 milhão de reais.

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Nós podemos entender isso por meio de um exemplo simples e atual. Em 2020, por conta da
pandemia COVID-19, muitas pessoas ficaram desempregadas e o governo brasileiro criou uma
política de distribuição de renda denominada Auxílio Emergencial, distribuindo para a popu-
lação mais pobre entre 600 a 1200 reais por mês, por um determinado período. Essa política,
embora fundamental para que as pessoas pudessem comprar alimentos, teve consequências
interessantes economicamente. Em primeiro lugar, faltou moeda circulando na economia.
Por isso mesmo, o governo precisou criar um sistema virtual de circulação desse dinheiro,
evitando que essa pessoa o sacasse.
Foi nesse momento que foi criado o Caixa Tem, um aplicativo que permitiu pagamento de bo-
letos, supermercados, diversas contas etc., sem que ninguém tivesse que sacar o dinheiro.
Outra consequência foi que o governo precisou criar a moeda de 200 reais, também para evi-
tar ter que imprimir mais cédulas de 50 e 100 reais. E, finalmente, uma última consequência,
bastante irônica, foi a inflação dos alimentos. Já que havia mais dinheiro distribuído à classe
baixa e mais pessoas comprando alimentos, estes subiram, o que, ironicamente, diminui o
poder de consumo dessa classe.

FIGURA 2: INFLAÇÃO DOS ALIMENTOS

FONTE: Pixabay (2021).

Atenção!

Quando um governo faz políticas de distribuição de renda mais significativas,


ele precisa sempre promover políticas de combate à inflação. No caso bra-
sileiro, durante a pandemia, o que foi feito foi aumentar a taxa Selic, a taxa
de juros básica da economia. Se os juros estão mais altos, o crédito fica mais
difícil e as pessoas tendem a comprar menos, o que induz a inflação a baixar.

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Como já mencionamos, o papel-moeda tem suas marcas próprias de autenticidade. Para o
bitcoin, isso se chama halving. Podemos dizer que o halving é um dado “encravado” dentro da
moeda, que impede que sejam criadas tantas bitcoins que esses percam seu valor de merca-
do, preço excesso de oferta. O bitcoin, a cada 4 anos, diminui sua emissão. O primeiro halving
do bitcoin ocorreu em 2021, 4 anos depois da sua criação, em 2008. O segundo ocorreu em
2016, e assim por diante. Isso precisa ser feito para controle da oferta e demanda. Basicamen-
te, a cada 210 mil blocos minerados, o número cai pela metade a cada halving.
Veja que apresentamos muitas regras da economia. O fato é que as criptomoedas também
precisam estar sujeitas a tais regras. Se lançamos muito bitcoin no mercado, ele não tem va-
lor nenhum. Então, como garantir um controle sobre isso, já que não há nenhum Banco Central
controlando o número de bitcoins no mercado? Segundo Castello (2019, p. 4):

o designer do software fez o papel de Estado, ao definir a quantidade de moeda


a ser colocada na economia. Do mesmo modo, a circulação de bitcoin vem sendo
progressivamente controlada por algumas empresas especializadas na compra
e venda de criptomoedas. Essas empresas, ainda que não atendam aos requi-
sitos oficiais para serem instituições financeiras, estão, na prática, fazendo às
vezes de “bancos de bitcoin”.

Note que os negociadores de bitcoin precisam que a moeda tenha valor e entendem
que, para isso, ela necessita ser escassa. Por isso é que Castello (2019) enfatiza o controle
pelas empresas.
Você sabia que, no passado, até mesmo o sal já funcionou como algo parecido com dinheiro?
É isso mesmo, o sal foi utilizado pelo Império Romano! Mas porque não continuamos a usar o
sal? Bom, porque ele existe em abundância no planeta. Então, como regulamentar o uso de
algo que achamos facilmente no oceano? Essa é a questão das criptomoedas e, inclusive,
do bitcoin. Como regulamentar algo que existe apenas do mundo virtual e que teoricamente
qualquer um pode criar? Segundo Castello (2019, p. 5): “Percebe-se que, na medida em que o
uso de moedas virtuais vai amadurecendo, seus usuários sentem a necessidade de uma insti-
tuição para dar segurança às operações em bitcoin, o que mitiga aquela pretensão libertária
original de eliminação dos intermediários”.
Será que você venderia seu carro por uma tonelada de sal? Bom, também ninguém vai com-
prar bitcoin se não houver segurança. Essa é a ironia. As criptomoedas foram apresentadas
como vantagem porque conseguiam fugir à regulamentação estatal, mas hoje os empresários
querem mais segurança ao negociarem com elas.
Mas, afinal, onde posso comprar e vender bitcoin? Certamente você não vai a um banco ou a
uma casa de câmbio para comprar. Na verdade, o comércio é todo online e há corretoras de
criptomoedas disponíveis na internet. Basta digitar corretora de bitcoin na sua aba de bus-
ca. Contudo, cuidado, não confie em corretoras que prometem te enriquecer rapidamente
com criptomoedas.

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2.3 SURGIMENTO DO BITCOIN
Mattos et al. (2020) explicam que o bitcoin foi criado em 2008, por uma pessoa ou grupo de
pessoas que utilizavam o pseudônimo de Satoshi Nakamoto. O bitcoin surge como um sistema
de pagamento que não se submete à regulamentação estatal e, portanto, tinha uma perspec-
tiva libertária.

Atenção!

Quando você pensa no ano de 2008, lembra-se de algum evento importante?


Ou de algo fora do comum? Nesse ano, teve início uma das maiores crises
econômicas da história do capitalismo. Naquele ano, a maior economia do
planeta, os Estados Unidos, entra em crise.

Há vários motivos para isso. Temos as guerras no Oriente Médio, que consumiam recursos do
país, a diminuição das exportações e, principalmente, a ampla oferta de crédito bancário, com
taxas de juros muito baixas. Fala-se que naquele momento ocorreu a bolha imobiliária, porque
com o crédito fácil as pessoas começaram a comprar muitos imóveis. Contudo, as taxas de
juros voltaram a subir e, com isso, houve uma enorme inadimplência, porque as pessoas não
conseguiam pagar o financiamento dos seus imóveis. Os bancos começaram a falir e, em um
primeiro momento, o governo conseguiu ajudar. Depois, isso não foi mais possível. Daí desen-
cadeou-se a crise.

FIGURA 3: HOMEM SEM DINHEIRO NO BOLSO

FONTE: Freepik (2021).

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Bom, qual foi resultado desse processo? Uma desconfiança no sistema bancário e um reforço
da ideia de que era necessária uma moeda que não dependesse do mesmo.
Boff e Ferreira (2016) explicam que o bitcoin nasceu a partir da publicação de um artigo sob
o pseudônimo de Satoshi Nakamoto, escrito justamente em meio a essa crise histórica do
capitalismo. O artigo foi considerado interessante porque rompia com a ideia de que entre
duas pessoas que fazem uma negociação era preciso uma terceira parte que assegurasse
o valor da moeda por meio da qual a transação seria assegurada. Portanto, o que os autores
defendiam era que não precisamos de instituições financeiras no mundo virtual e que elas
aumentam os custos das transações eletrônicas. Veja, em um período em que os bancos es-
tavam inadimplentes, surge a ideia de que a economia poderia ocorrer sem a intermediação
dos mesmos.
Apesar de nascido com essa perspectiva, o fato é que, segundo Mattos et al. (2020), o Bitcoin
acaba funcionando como qualquer outro ativo patrimonial.

Importante

O conceito contábil de ativo é de qualquer bem ou direito que integra o patri-


mônio de uma entidade.

Mas, afinal, qual é a definição de bitcoin? Conforme Boff e Ferreira (2016, p. 504-5):

O bitcoin propõe um sistema de transações eletrônicas que não depende de con-


fiança. Por meio de um esquema de assinaturas digitais (semelhante ao atual)
funciona via uma rede ‘peer-to-peer’, no qual todo esse ecossistema, conjunto
de computadores conectados processando somente pedaços da informação de
uma transação, utiliza um software para validar todas as transações. O software
é de código aberto e todos os seus usuários podem verificar as regras de funcio-
namento da moeda, além de desenvolver possíveis melhorias que poderão ser
aprovadas e utilizadas pela comunidade.

A necessidade de transparência é central para as criptomoedas, já que não há uma instituição


tradicional por trás das transações. Os códigos abertos são open source, gratuitos e não par-
ticulares de nenhuma empresa. Inclusive, é possível que outros contribuam para a melhoria
do código.
Há hoje um enorme otimismo em relação ao bitcoin, justamente por essa ilusão de descentra-
lização e suposto escape do controle estatal. Contudo, Mattos et al. (2020) apontam a neces-
sidade de olhar com maior realismo para o bitcoin e todas as outras criptomoedas. Segundo
os autores, o bitcoin é hoje negociado em casas de câmbio especializadas e elas estão sim
sujeitas a supervisão.

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2.4 MERCADO DO BITCOIN
Segundo Bitencourt (2020), o bitcoin é considerado a criptomoeda mais bem-sucedida do
mundo. Você já fez o download de músicas ou filmes na internet usando a tecnologia denomi-
nada Torrent? Talvez você tenha feito, mas não se lembra desse nome. Bom, Bitencourt (2020)
diz que o bitcoin funciona de forma parecida com essa tecnologia. O software do bitcoin é
aberto, lista todos os usuários, como fornecedores e prestadores de serviços, que aceitam
essa moeda. Assim, qualquer pessoa pode consultar quem está aceitando bitcoin na internet.
Você pode, inclusive, verificar que empresas de serviço aceitam o pagamento em bitcoin. Ele
pode também ser utilizado para comprar bens reais. No fundo, ele funciona como qualquer
moeda tradicional, mas obviamente não é aceito em todos os lugares.
Para começar negócios com bitcoins, Bitencourt (2020) explica que é preciso baixar um soft-
ware. Você não paga nada por ele. Depois que você compra, a moeda ficará armazenada em
uma carteira virtual, quase como uma compra bancária. Você poderá acessar essa carteira do
seu smartphone ou do seu computador.
Se você vai comprar algo online e possui bitcoins, sempre vai precisar que a empresa aceite
essa criptomoeda. Depois, necessita abrir seu aplicativo que indica quanto você tem de bit-
coins. O aplicativo funciona no seu smatphone. Conforme afirma Bitencourt (2020), a com-
pra é feita por meio de um QRCode. Na verdade, é tudo muito parecido com pagar um boleto
usando o aplicativo do seu banco. Claro que há uma senha durante essa transação. Quando a
compra é concluída, ela é transmitida à rede bitcoin.
A óbvia diferença de uma moeda tradicional é que você não vai até a agência bancária para
fazer um depósito ou para retirar dinheiro. Não há o papel-moeda bitcoin. Ela existe apenas
como ideia, dentro de um software.
Por tudo isso, não é aconselhável que pessoas que não conheçam bem as criptomoedas as
utilizem. Na verdade, você terá que tomar todas as medidas de segurança necessárias para
garantir que seu computador seja inviolável e isso pode ter custos.

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FIGURA 4: SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

FONTE: Pixabay (2021).

Você certamente já ouviu falar que uma moeda pode valorizar ou desvalorizar. Por exemplo,
sabemos que o real geralmente está desvalorizado em relação ao dólar ou ao euro. Contudo,
essa desvalorização ocorre de forma muito mais abrupta com as criptomoedas, afinal, elas
não estão sujeitas a nenhuma intervenção estatal.
Um governo pode realizar políticas cambiais que controlem, de certa forma, a desvalorização
cambial. Mas isso não ocorre no mundo virtual. Dessa forma, caso você deseje ser investidor,
é importante não apostar tudo em criptomoedas.
Um dos grandes dilemas hoje é a questão da regulamentação legal das criptomoedas. A essa
situação se dá o nome de insegurança jurídica, o que deixa os usuários em ampla vulnerabi-
lidade, especialmente diante de trapaças no ciberespaço, conforme nos informa Bitencourt
(2020). Assim, se você vai comprar bitcoins, precisa assumir esse risco, de possuir um ativo
que é estável e vulnerável, como tudo mais na internet.
Talvez você esteja se perguntando: por que é tão difícil criar leis que dificultem fraudes usan-
do o bitcoin? Justamente porque, diferentemente do dólar, do real e do peso, o bitcoin não é
a moeda nacional de país nenhum e, portanto, quem legislaria sobre isso? Teríamos que ape-
lar para o Direito Internacional, que também não pode violar a soberania dos Estados. Assim,
ainda não se tem certeza sobre como fazer essa regulamentação. Talvez a criação de uma
instituição internacional, como a Organização Mundial do Comércio (OMS), será necessária.
Käercher (2019) estudou casos internacionais que mostram a vulnerabilidade das criptomoe-
das. Ele menciona, por exemplo, o roubo dos filmes da Disney, no qual os criminosos exigiram
o pagamento em criptomoedas. Segundo o autor, se alastram pelo mundo ataques virtuais em
que criptomoedas são exigidas em resgate de dados. Você consegue entender por quê?

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Atenção!

Se houver uma transação bancária, a política consegue com mais facilidade


rastrear o dono da conta e, assim, prender os envolvidos. Isso é infinitamente
mais difícil usando criptomoedas. Os criminosos sequestram dados e amea-
çam apagar ou divulgar caso o valor não seja pago com moedas virtuais. Tudo
isso ainda demanda mais atenção dos Estados-nação no mundo todo.

Você se lembra que estudamos o conceito de neoliberalismo, que é uma forma de política
econômica muito elogiada pelos apologistas da globalização? Bom, aqui vemos um dos dile-
mas desse modelo. Bem, foram criadas várias criptomoedas que conseguem escapar à regu-
lamentação estatal, mas agora as grandes empresas estão amplamente vulneráveis diante
de sequestro de dados. Daí, acabam dependendo dos sistemas policiais dos seus respectivos
Estados-nação para ajudá-las.
Fato é que, se o mercado, o mundo dos negócios, optar por ampliar os negócios feitos com
criptomoedas, teremos que criar sistemas muito mais seguros para armazenar dados. Esse é
um desafio desse novo mundo digital.

Importante

Você sabe como foi a primeira transação de compra com a bitcoin?


Segundo Käercher (2019), foi em 10 de janeiro de 2010, na Flórida, quando
um desenvolvedor de softwares comprou duas pizzas por 10.000 bitcoins.
Essa compra foi feita por meio do convencimento, porque esse programador
conseguiu convencer a pizzaria a aceitar a criptomoeda.

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2.5 CRIPTOGRAFIA E CONFIANÇA
Olhe para uma nota de cem reais. Ela é apenas um pedaço de papel, não é? Então o que dá
valor à mesma, de tal forma que você possa comprar mercadorias no valor de cem reais com
ela? Bom, simplesmente a confiança de que há um sistema financeiro por trás, que dá valor à
mesma e que diz que aquele pedaço de papel tem valor. Dessa forma, nosso sistema financei-
ro mundial é baseado em confiança, em um sistema de crenças. A sociedade capitalista iria à
ruína sem essa crença tão simples.

FIGURA 5: ANÁLISE FINANCEIRA

FONTE: Freepik (2021).

Sobre isso, Silva (2021, p. 27-8) explica: “A confiança no agente que emite a moeda de aceita-
ção generalizada impacta também na confiança e na própria liquidez de outros ativos finan-
ceiros, como títulos 28 de dívida, por exemplo. Isto porque a moeda estatal opera como a uni-
dade de conta em que todos os outros ativos financeiros do sistema são expressos.”
Agora, como criar esse sistema de crença nas criptomoedas, que não podem ser sacadas em
um banco e existem apenas como ideia em um software? Silva (2021) explica que é a cripto-
grafia que garante isso. A confiança nesse sistema é feita por meio do hashcash. Conforme a
autora (2021), essa tecnologia valida qualquer operação com o uso do bitcoin e ela gera uma
prova de trabalho ou proof-of-work. É justamente por tudo isso que o bitcoin é hoje a moeda
mais famosa no mundo virtual, porque antes dela essa validação não era utilizada. Ela se tor-
na, então, uma moeda mais segura. Sobre esse tema, Silva (2021, p. 49) explica:

O proof-of-work nada mais é do que a resolução de problemas matemáticos de


alta dificuldade que são realizados pelas CPUs, caracterizando-se por ser um
processo custoso, tanto por necessitar de equipamentos caros e de alta perfor-
mance, quanto pelo tempo e gasto energético despendido na resolução desses
exercícios.

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Nesse momento, talvez você esteja se perguntando: o bitcoin é ou não uma moeda? Silva
(2021) responde a essa questão pensando nos três elementos que determinam que algo é
uma moeda:

a. Unidade de conta.
b. Meio de pagamento.
c. Reserva de valor.

Bom, vamos entender melhor. Algo é considerado uma moeda se é possível fazer cálculos ma-
temáticos com ela. Você consegue somar duzentos mais cinquenta reais, certo? Uma moeda
também precisa ser um meio de pagamento aceito em pelo menos um país. Além disso, é ne-
cessário que você possa ser capaz de acumular esse dinheiro, como reserva de valor. Posso
ter 1000 reais na minha caderneta de poupança e constituir minha reserva monetária. Tudo
isso passa pela regulamentação estatal, obviamente, que é a única que pode emitir a moeda
e inclusive cobrar tributos usando-a como referência de valores. O mais interessante é que
você pode ter uma dívida, um passivo, nessa moeda.
Silva (2021) explica que isso não é possível com o bitcoin. Então, como podemos classificá-lo?
Segundo Silva (2021, p. 63):

O bitcoin, por sua vez, não tem essa característica, posto que não se constitui
como passivo de nenhuma instituição; ele é criado simplesmente pela parti-
cipação dos usuários em um sistema de pagamentos descentralizado. Assim,
dadas as suas particularidades, o bitcoin assemelha-se mais a uma commodity
altamente especulativa, do que de uma moeda alternativa e anárquica capaz de
substituir a moeda emitida pelos Bancos Centrais.

Mas você sabe o que é uma commodity? Talvez você já tenha lido que o Brasil é um grande ex-
portador de commodities, mas nunca tenha parado para pensar no significado disso. Na figura
a seguir, podemos ver exemplos de commodities:

FIGURA 6: COMMODITIES

FONTE: Freepik (2021).

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Basicamente, as commodities são matéria-prima. Então o bitcoin é uma matéria-prima? Evi-
dentemente que não. O seu mercado é que funciona como uma commodity. Segundo Silva
(2021), assim como as commodities, o bitcoin é também especulativo.

Importante

Mas você sabe o que é um ativo especulativo? É aquele ativo que tem como
propósito a obtenção rápida de lucro, mas não significa que ganha reais para
uma economia. O comércio de bitcoin gera lucros rápidos, assim como o co-
mércio da carne ou da soja, por exemplo.

Silva (2017) também defende que não podemos considerar as criptomoedas como moedas
bancárias tradicionais. Para esse autor, trata-se de uma “quase moeda”, pois elas não cum-
prem com rigor todas as funções da moeda que já discutimos acima. Sobre isso, Silva (2017)
explica que uma moeda deve ser aceita por um país, que lhe atribuiria um curso legal. Bom,
definitivamente isso não aconteceu com nenhuma moeda. Aliás, será que seria de interesse
de algum país adotar o bitcoin ou qualquer outra moeda como sua moeda oficial? Dificilmen-
te, já que elas desvalorizam com muita facilidade, o que pode ser perigoso para a estabilidade
econômica de um país.

FIGURA 7: BITCOIN

FONTE: Freepik (2021).

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Se você pesquisar de maneira superficial na internet, verá um grande otimismo em relação às
criptomoedas, especialmente por parte das empresas que as negociam. Contudo, antes de
negociar com elas, é fundamental pesquisar muito e conhecer todas as técnicas de segurança.
Finalmente, lembre-se, o bitcoin não pode se transformar em moeda real, pois ele não possui
todas as características para ser considerado moeda. Ele é um ativo intangível e não um ativo
tangível, como são as moedas bancárias.

2.6 Futuro das criptomoedas e do bitcoin


Você já ouviu falar em desmonetarização? Hoje, há países, especialmente os mais desenvol-
vidos, pensando em acabar com o papel-moeda e usar apenas moedas digitais. O objetivo é
diminuir a corrupção, a lavagem de dinheiro e até mesmo a sonegação fiscal. Justamente
porque as criptomoedas podem ser mineralizadas, então é possível que os governos tenham
maior controle sobre a trajetória de toda a moeda em um país. Se por um lado diminui a possi-
bilidade de as pessoas não pagarem seus impostos, por outro aumenta o controle dos gover-
nos sobre como gastamos nosso dinheiro.
No âmbito privado, o bitcoin tende a crescer amplamente, porque cada vez mais pessoas es-
tão acreditando na legitimidade dos negócios virtuais. Contudo, também cresce um mercado
que promete o enriquecimento rápido com as criptomoedas, o que é realmente improvável.
Assim, à medida que cresce o mercado, deve crescer o cuidado com os investimentos.

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Resumo do curso
Neste curso, você aprendeu que as criptomoedas são uma tendência crescente no mundo
digital e que elas carregam em si a promessa de menor intervenção estatal nas transações
eletrônicas. As criptomoedas são descentralizadas, porque não se sujeitam à regulamenta-
ção estatal ou bancária. Você também aprendeu que o bitcoin é um exemplo de criptomoe-
da, mas que há muitas outras em crescimento. O bitcoin não é afetado pela inflação, como
ocorre com as moedas tradicionais, mas é uma reserva de valor e pode ser utilizado para
fazer pagamentos.
Você também estudou como são feitos os pagamentos usando o bitcoin, simplesmente usan-
do um software, que é gratuito e que pode ser baixado no seu smartphone. Por outro lado,
também aprendeu que o bitcoin pode desvalorizar com muita rapidez, já que ele não está sub-
metido à regulação estatal e que está sujeito ainda a falhas de segurança. Finalmente, estu-
damos que há uma ampla tendência, no contexto da globalização, para o crescimento dessas
criptomoedas, não apenas do bitcoin, mas de inúmeras outras.

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Referências
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tus, 2020.
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