Você está na página 1de 7

O Salto das Sete Quedas do Guaíra

A necessidade de aproveitamento do potencial hidrelétrico do rio Paraná levou


o desaparecimento uma das maravilhas do cenário natural brasileiro O Salto
das Sete Quedas do
Guaíra - que
submergirá para dar
lugar ao Lago de
Itaipu.

Até meados do século


XVI, a região
compreendida na
margem direita do rio
Paraná, pertencente
ao Governo do
Paraguai, como de
resto toda a área que
hoje constitui o
territorio do Estado do Paraná, era habitada quase que exclusivamente por
indígenas, distribuídos em numerosas tribos que foram, até aquela data, os
únicos e verdadeiros senhores da terra, cujo domínio incontestável perdurou,
ainda, pelo espaço de longos anos.
Em 1554, porém, a
jurisdição
espanhola sediada
em Assunção
começou a firmar-
se à margem
esquerda do grande
rio, cuja
transposição punha
Castela diante de
um territorio
imenso, mas,
dentro dos seus
legítimos direitos
de conquista
limitados pelo
meridiano de
Tordesilhas,
visando a fixação
do dominio
espanhol em portos
do Atlântico de
Iguape. Domingos
Irala, Governador
do Paraguai fez
fundar o "pueblo"
de Ontiveros, a
uma légua do Salto
das Sete Quedas,
cuja população
inicial contava
com 60
castelhanos sob a
chefia do Capitão
Rodriguez de
Vergara,
repartindo-se,
então, pelos
povoadores
quarenta mil
famílias indígenas.
A três léguas de
Ontiveros, o
Governo paraguaio
fundou outro
"pueblo", a Ciudad
Real del Guayrá,
na confluência do
Rio Piquiri, com o
mesmo "direito"
sobre a escravidão
do gentio.

Em 1576, novo estabelecimento espanhol foi fundado à margem esquerda do


rio Paraná, denominado Vila Rica do Espirito Santo. Foi escolhido como seu
dirigente o célebre Capitão Ruy Diaz Melgarejo, nomeado por João de Garay,
Governador de Assunção. Vila Rica foi transferida posteriormente para a
confluência do Corumbatai com o Ival, onde prosperou e se tornou a sentinela
castelhana mais avançada no sertão de Guafra, cujo dominio so terminou com
a sua destruição pelos bandeirantes paulistas em 1632. No ano de 1620,
Guafra - que já contava com duas cidades, Ciudad Real del Guayrá e Vila
Rica do Espirito Santo, e por este motivo merecera a denominação de
Provincia - estava virtualmente perdida para a Espanha. Os bandeirantes
paulistas faziam incursões periodicas em seu vasto territorio, capturando-lhe
os índios livres, o que fazia antever o dia em que as "reduções" missionárias e
os "pueblos" espanhois seriam definitivamente tomados de assalto, como
realmente aconteceu. Já em 1629, os estabelecimentos dos Padres Jesuitas,
com exceção de Loreto e Santo Inácio, estavam completamente devastados
pelos bandeirantes tes paulistas, e, em 1632, Vila Rica, último reduto espanhol
capaz de oferecer resistência, foi sitiado por Antonio Raposo Tavares, que
punha na mais séria e grave situação 4500 pessoas sitiadas, entre brancos e
indígenas. Somente depois que os paulistas romperam a linha empirica e
destruíram os "pueblos" castelhanos e "as reduções" jesuíticas em Guaira,
afastando a pretensão do Governo do Paraguai de prolongar o seu dominio até
o Atlântico, foi que a diplomacia lusitana colocou em prática ou permitiu os
atos de posse e jurisdição portugueses, tanto no litoral de Paranaguá, como no
sertão de Curitiba. Mais recentemente, Guaira, isto é, a cidade que surgiu
nesse local na primeira metade do século XX, pertenceu, pelo espaço de 50
anos, aproximadamente, à Companhia Matte Laranjeira S/A, entidade que
povoou, desbravou e colonizou a região, dando-lhe o impulso de que
necessitava para o seu progresso e evolução, colocando-a, finalmente, na
posição em que se encontra atualmente.

Em 1944, por ato do Presidente da República, a Companhia Matte Laranjeira


S/A foi encampada pelo Serviço de Navegação da Bacia do Prata, e a região
de Guaira foi adquirida pelo Estado do Paraná, transformando-se, então, no
atual Municipio de Guaira. Esse ato oficial realizou-se através da Lei n.° 790,
de 14 de novembro de 1951, pelo então Governador Bento Munhoz da Rocha
Neto. O primeiro Prefeito Municipal, eleito pelo povo, foi o Dr. Gabriel
Fialho Gurgel.
As Sete Quedas
aparecem na
historia da regiao
como Saltos do
Canendiyu, foi o
primeiro nome
adotado por
soldados
castelhanos quando
estes pela primeira
vez avistaram as
quedas. O nome foi
dado em
homenagem ao
Cacique Canendiyu,
lider dos Guaranis,
que habitavam a
margem direita do
rio Paraná,`acima
das cataratas. Saltos
del Guayrá foi o
segundo nome,
adotado por
Domingos Martinez
Irala, Governador de
Assunção, em
homenagem ao
Cacique Guayrá, por
sua ajuda na
expulsão dos
intrusos Tupis. O
nome Sete Quedas
apareceu pela
primeira vez no
Tratado de Limites
assinado em 1872
entre o Brasil,
representado pelo
Barão de Cotegipe, e
o Paraguai,
representado por
Carlos Loisaga. Não
se sabe a razão do
nome "Sete
Quedas", havendo
diversas versões.
Umas delas diz que
Sete foi usado por
ser algarismo
mistico, que
demonstra
grandeza. Segundo
outra versão,
quando os
navegantes se
aproximam das
quedas avistam sete
colunas de vapor,
que delas emergem.
Há ainda uma outra
interpretação, em
que se acredita que
as águas se
precipitam em sete
degraus. A versão
mais correta,
porém, é que o
nome é derivado do
fato de as quedas
serem formadas por
sete conjuntos de
saltos, cachoeiras e
corredeiras.

THE ‘SALTO DAS SETE QUEDAS DO GUAIRA"

The necessity of utilizing the hydroelectric potential of Paraná River will lead to the disappearance of one
of the wonders of the Brazilian nature — the

"SALTO DAS SETE QUEDAS DO GUAiRA’ (GUAIRAS’S SEVEN FALLS) — that will submerge to
give place to Itaipu Lake.

In the course of our history, the beautiful waterfalls of Gualra, had already different names. Aleixo
Garcia, a Portuguese pioneer and discoverer of them called them "Waterfalls of Paraná River" (Paraná
means ocean). The governors of Assunción called them "Waterfalls of Canendeyú", in homage to an
Indian chief, leader of the Guaranian tribes of the region. Governor Domingos traia, revering the Guayrá
Indian chief by his help to expel the intruders Tupi, named them "Saltos del Guayrá".

The expression "Seven Fails" was only used in the Agreement signed in 1872 between Brazil and
Paraguay, when their frontiers were delimitated, after the Triple Alliance War.

We do not know why this geographical accident was called "Seven Falls". In fact, there are nineteen
groups named "SALTOS", that precipitate themselves in numbers of waterfalls in the fissures of basaltic
rocks, which offer themselves as a natural way to the water, after gaining the barrier of the prolongation
of Maracaju Sierra, bound between the Brazilian State of Mato Grosso do Sul and Paraguay. Forming
thundering cascades and waterfalls between an agglomerate of islands knew as "Seven Fails Islands", the
water follows the course of a channel that has a depth of 140 to 160m, toward the Atlantic Ocean. Studies
have shown that the number "seven" was adopted because of its mystic meaning, symbolizing greatness,
something singular and unspeakable.

In reality it is very difficult to describe the impact that causes seeing this marvel of nature. The beautiful
waterfalls of Guaíra, are situated between the 24° 04’ south latitude and 054° 11’ longitude to the west of
Greenwich. Its waterfalls vary between 10 and 60 meters, with a discharge of 35.200m3 each second, the
equivalent to an energetic capacity of 15.000.000 kw/h. On the whole, including islands and waterfalls, it
represents an important ecological reserve, and two thirds of its islands remaining until today
inaccessible, keep intact its local flora and fauna.

The progress exacts the sacrifice of that divine gift. There is no possibility of keeping the benefit of that
true ecological paradise. We have, then, to consider its disappearance as necessary and inevitable, though,
we want to express our worry about the ecological reserves that still can be saved.

The present series of stamps is a philatelic and historical monument. Brazil and . the whole world have to
look for new alternating energetic systems, attentive to the environment preservation.

ERNST MANN President of the Gualra Philatelic Club — PR

"LES SEPT CHUTES DE GUAÍRA"

Le besoin de profiter e potentiel hydro-électrique de Ia rivière Paraná amenera à Ia dïsparition de ‘une des
merveilles du scénario naturel brésilien, soit "Les Sept Chutes de Ia Guayra" — lequel submergera pour
donner lieu au ac d’Itaipu.

Au long de notre histoire, les belles cataractes ont porté de differents noms. Aleixo Garcia, explorateur
portugais et leur découvreur, les a denommé "Chutes de Ia rivière Paraná (paraná signifie mer). Les
governeurs d’Assunción les ont appelé ‘ ‘les cataractes de Canendeyú",, en hommage à un chef indigène
des tribus guaranis habitant e pays.

Le governeur Domingos Irala, en hommageant le cacique Guayrá pour son aide lors de I’expulsion des
intrus tupis, les a denommé "Chutes de Guayrá".

L’expression "Sept Chutes" n’a été employée qu’ã ‘occasion de l’Accord signé en 1872 entre e Brésil et e
Paraguay, lors les frontières entre les deux pays étaient délimitées, aprês la Guerre de la Triple Alliance.

On ne connaIt pas les raisons par lesquelles Ion a appelé Ia cataracte "Sept Chutes". En effet, l y a dix-
neuf differents groups de chutes tombant dans de nombreuses cataractes sur les tentes des roches à basalte
et devenues un chemin naturel des eaux, aprés avoir dépassé la barrière du prolongement du Mont
Maracaju, devise entre l’Etat brésilien du Mato Grosso du Sud et de Paraguay.

En formant de bruyantes cascades et chutes entre un ensemble d’iles connues comme l"Archipel des Sept
Chutes", les eaux suivent alors par un canal dont la profondeur est 140 à 160 métres, vers l’Océan
Atlantique.

Des études ont constaté que e numéro "sept" a été choisi à cause de sa signification mystique, à la fois un
symbole de grandeur, de quelque chose d’unique et peut-être d’indescriptible.

C’est très difficile, sans doute, de décrire I’étonnement causé par la vision de cette merveille de la nature.
Les belles cascades de la Guayrá sont placées à 24° 04’ de latitude sud et à 054° 11’ de longueur à l’ouest
de Greenwich.
Leur chutes d’eaux subient une variation de 10 à60 metres et se vident à 35.200m3 par second,
l’équivalent á une capacité énergetique de 15.000.000 kw/h.

Tout cet ensemble, y compris l’archipel et les cascades, répresente une importante réserve écologique, vu
que 2/3 de ses lies restent inaccessibles jusqu’a présent, la faune et la flore locales encore intactes.

Toutefois, le progrès éxige le sacrifice de ce don merveilleux. On ne pourra plus profiter de ce vrai
paradis écologique.

II faut donc considérer sa disparition comme nécessaire et inévitable, en espérant que d’autres réserves
écologiques seront mises en sûreté.

La présente série de timbres-poste constitue un monument philatélique et historique. Le Brésil et Ie


monde doivent chercher toujours de nouvelles alternatives énergetiques, en essayant de préserver le
moyen ambiant.

ERNST MANN Président du Club Philatélique de Guaíra — PR

Você também pode gostar