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O Brasil apresenta índices inflacionários altos persistentes há vários anos,

porém com o atual cenário pós-pandemia, guerra entre Rússia e Ucrânia, entre
outros, a problemática é evidenciada. Como solução, o Brasil tem um histórico
de utilizar a taxa básica de juros como o principal instrumento de política
monetária para conter a inflação. Com tal conjuntura formada, surge a seguinte
problemática: ineficiência da política monetária adotada e suas consequências.

Em sua 249ª reunião, o COPOM decidiu manter a taxa SELIC em 13,75%


justificando que o ambiente externo mantém-se volátil e adverso, o ambiente
inflacionário continua pressionado e que a condução da política monetária de
países avançados segue na direção de taxas restritivas. Todavia nesta
situação somente o aumento da taxa de juros não surtirá efeito, pois a inflação
atual é originada dos choques de oferta duradouros, da desestruturação da
cadeia produtiva global, expansão monetária em virtude da pandemia de
COVID-19 através do Auxílio Emergencial entre outras causas. Sendo assim é
muito difícil que apenas a elevação da taxa de juros diminua o consumo em um
país que possui altos índices de insegurança alimentar.

Com base nesses fatos é possível dizer que o Banco Central Brasileiro ao
manter a taxa SELIC no mesmo patamar falha no combate à alta nos preços,
pois é uma inflação de custos, onde o problema consiste no aumento dos
custos dos ofertantes e não na demanda. É inevitável que taxa de juros alta por
muito tempo cause recessão econômica, pois restringe o consumo,
aumentando a pobreza e o desemprego e diminuindo a demanda por bens e
serviços, ou seja, dificulta o crescimento e desenvolvimento econômico do
país.

Portanto, quando se pretende utilizar de instrumentos de política monetária


para conter a alta generalizada dos preços, é essencial identificar o tipo de
inflação, para não ocorrer a má condução de políticas públicas. Tal política
conservadora do Banco Central Brasileiro não se mostra eficaz no objetivo de
estabilização dos preços, poderia recorrer a outro instrumento de política
monetária, onde o BC vende títulos públicos que pagam juros altos para os
bancos, pois preferem comprar esses títulos a fornecer crédito no mercado, e
instrumentos de política fiscal como a redução da carga tributária para
incentivar o investimento no setor produtivo.

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