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Atualidades do Mercado
Financeiro
Obra
BB — Banco do Brasil
Escriturário - Agente Comercial
Autores
ISBN: 978-65-5451-019-6
Edição: Dezembro/2022
MOEDA.................................................................................................................................................................6
MULTIPLICADOR MONETÁRIO.......................................................................................................... 16
OPEN BANKING.................................................................................................................................................37
MARKETPLACE................................................................................................................................... 43
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS................................................................................................... 46
ARRANJOS DE PAGAMENTOS........................................................................................................... 49
FUNÇÕES DA MOEDA
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Neste texto vamos trabalhar o conceito de moedas. Aqui, vamos falar sobre a sua forma-
tação mais tradicional: a moeda metálica e o papel moeda. Entender o seu conceito mais
essencial é relevante para compreender a sua importância na economia e, assim também, no
sistema financeiro.
Ao trabalho?
O sistema monetário de um determinado país consiste nas instituições e regras cujo obje-
tivo é conceder eficiência nas transações econômicas, além de possibilitar ao país o controle
da política monetária.
Para fins de análise macroeconômica, o sistema monetário é composto da autoridade
monetária (Banco Central) e das instituições financeiras bancárias (resumidas como bancos
comerciais), os quais estão autorizados a receber depósitos à vista do público não financeiro.
Deste modo, podem influenciar na determinação dos meios de pagamento e da oferta mone-
tária, como será visto adiante.
Ainda que no Brasil existam outras instituições financeiras bancárias, como as cooperati-
vas de crédito, os bancos múltiplos etc., a teoria econômica simplifica todas estas instituições
como bancos comerciais, pois são estes as instituições financeiras bancárias por excelência.
MOEDA
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Por fim, pode-se também utilizar a moeda como reserva de valor. Ao realizar as tran-
sações os agentes não necessitam consumir toda a renda derivada da produção no mesmo
período em que ela é produzida. O resultado deste fato é a geração de poupança.
Assim, o excesso de produção sobre o consumo no período corrente pode ser armazenado
e consumido no futuro. Neste aspecto, a moeda assume a forma de ativos financeiros.
Podemos resumir as funções da moeda da forma que segue:
No limite, caso a moeda perca toda a credibilidade e, portanto, suas funções, um país pode
escolher outra moeda para realizar as transações. É o caso de países cuja inflação atingiu
valores elevados, e que escolheram o dólar como meio de troca, unidade de conta e reserva
de valor (processo chamado de dolarização). Naturalmente, ao adotar a moeda de outra
nação, o país perde a possibilidade de efetuar política monetária e influenciar a renda por
este canal.
Podendo assumir formas distintas, a moeda não se resume ao papel-moeda ou à moeda
metálica, chamadas de moedas de curso forçado1. Ativos financeiros também podem ser
utilizados como meio de troca.
O que diferencia estas formas de moeda é a liquidez e seus emissores.
Devemos compreender a liquidez como a capacidade de conversão de um ativo em dinhei-
ro sem perda de valor. Assim, a conversão de papel moeda em ativos é imediata, o que conce-
de a esta espécie de moeda a maior liquidez de todas. Do mesmo modo, a conversão de títulos
financeiros em ativos não é tão imediata, evidenciando menor liquidez, além de incorrer em
custos de transação maiores.
Em que pese à relevância da liquidez na caracterização dos agregados monetários, atual-
z M1: também conhecido como meio de pagamento restrito, M1 é gerado pelas instituições emis-
soras de haveres estritamente monetários. Abrange o papel moeda em poder do público +
depósitos à vista;
z M2: também conhecido como meio de pagamento ampliado, corresponde ao M1 e às
demais emissões de alta liquidez realizadas primariamente no mercado interno por insti-
tuições depositárias — as que realizam multiplicação de crédito. Abrange M1 + depósitos
especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos por instituições
depositárias;
1 Moedas de curso forçado são aquelas que não possuem nenhum ativo como lastro (moeda fiduciária). O valor
é derivado da confiança que a moeda exprime, como o dólar (US$), ou o real (R$). 7
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z M3: também conhecido como meio de pagamento ampliado, é composto por M2 e pelas
captações internas por intermédio dos fundos de renda fixa e das carteiras de títulos regis-
trados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC). Contém M2 + quotas de fun-
dos de renda fixa + operações compromissadas registradas no SELIC;
z M4: também conhecido como poupança financeira, engloba o M3 e os títulos públicos de
alta liquidez. Agrega, portanto, M3 + títulos públicos de alta liquidez.
É importante citar que o processo de inovação financeira realizado pelo mercado cria
ativos financeiros substitutos à moeda. Ao passo que estas inovações ocorrem de maneira
consistente, a definição de agregados monetários torna-se variável. Naturalmente, os compo-
nentes de M1, M2, M3 e M4 são mutáveis.
É preciso ter em mente que todos os agregados são considerados substitutos da moeda,
isto é, podem substituí-la em quaisquer de suas funções, quando for o caso. Indo além, a
variação nas quantidades em circulação de cada um dos agregados monetários pode signifi-
car variação na oferta de moeda e, consequentemente, mudanças na política monetária.
No momento, cabe detalhar o conceito de papel-moeda, devido a sua elevada liquidez e
vital importância no sistema econômico.
O papel-moeda instituiu um marco na história econômica. Anteriormente, as transações
eram realizadas por moeda metálica ou por outra forma de pagamento que fosse lastreada
em metal precioso, ou mesmo pelo próprio metal (chamado moeda-mercadoria). Assim, as
transações eram liquidadas em moedas de ouro, ou através de papel moeda que estivesse
lastreado em ouro, denominada moeda fiduciária. A liquidação das operações estava garan-
tida, pois a fonte de valor (ouro) permanecia depositada nos cofres do governo, lastreando
as operações.
No entanto, esta maneira não é mais praticável. No momento, as transações no mundo são
realizadas, em grande maioria, por papel-moeda sem qualquer lastro, já denominadas de
curso de forçado.
A fonte de confiança na liquidação das transações é a credibilidade do governo central.
Ao passo que o governo central adota determinado papel-moeda para realizar suas tran-
sações econômicas, o restante da economia assume a mesma forma.
O papel-moeda é dividido em 3 espécies:
z Papel-moeda emitido: total de moeda emitido pela autoridade monetária, que pode se
encontrar no caixa da autoridade monetária ou em circulação pelo setor privado bancário
ou não bancário;
z Papel-moeda em circulação: é o total de moeda em circulação na economia, ou seja,
quantidade moeda emitida (-) a quantidade de moeda no caixa da autoridade monetária;
z Papel-moeda em poder do público: corresponde ao total de papel-moeda emitido que se
encontra em poder do público não financeiro, isto é, que não esteja em poder da autorida-
de monetária ou dos bancos comerciais.
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O papel-moeda em poder público consiste na quantidade de numerário que não está em
poder da autoridade monetária e dos bancos comerciais. Quando somado à quantidade de
moeda escritural, origina o conceito de meios de pagamento restrito (M1).
Assim como qualquer companhia que desenvolve atividades comerciais, os bancos comerciais
possuem direitos e obrigações, expressos em seu balancete nas contas do ativo e do passivo. A dife-
rença é a atividade social desenvolvida pelos bancos comerciais: ao invés de produzir bens/servi-
ços (entre outros ativos reais), os bancos ofertam ativos financeiros, além de prestar o serviço
Através de suas atividades típicas, os bancos comerciais aplicam estes ativos em:
z concessão de empréstimos;
z reservas bancárias (encaixes bancários);
z aplicação em títulos financeiros públicos e privados;
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z imobilizado bancário;
z outras aplicações.
Estes ativos e passivos podem ser representados da forma contábil, como segue abaixo:
Reservas Bancárias
Redesconto
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BALANCETE DA AUTORIDADE MONETÁRIA
Ativo Passivo
A mais comum das funções do Banco Central é a emissão de papel-moeda. Como o papel
moeda emitido consta no ativo de todo o resto da economia, porquanto é utilizado como
ativo das transações econômicas, ele é apresentado como passivo no Banco Central, a fim de
respeitar o princípio contábil das partidas dobradas. Ou seja, a cada crédito há também um
lançamento a débito.
Há diversos motivos para variar a quantidade de papel-moeda na economia. Dentre as
mais comuns está a possibilidade de influenciar positivamente a demanda agregada e, por
consequência, a renda; estimular as transações da economia; financiar o déficit do governo,
entre outros.
2 Segundo o § 1º, do art. 164, da Constituição Federal, de 1988, é vedado ao banco central conceder, direta
ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição
financeira.
Art. 164 A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central.
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer
órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a
oferta de moeda ou a taxa de juros.
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em
12 instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
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Depositário das Reservas Internacionais
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BALANCETE CONSOLIDADO DA AUTORIDADE MONETÁRIA
Ativo Passivo
Base monetária:
z papel-moeda em poder do público
z reservas dos bancos comerciais em caixa e
Reservas internacionais no Banco Central
Empréstimos ao Tesouro Nacional e demais
entes federativos
Títulos Públicos Passivo não monetário:
Empréstimos ao setor privado z reservas do Tesouro Nacional
z empréstimos externos
z recursos especiais
z saldo líquido das demais contas
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BALANCETE CONSOLIDADO DO SISTEMA MONETÁRIO
Ativo Passivo
Meios de pagamento
z papel-moeda em poder do público
Aplicações dos bancos comerciais z depósitos nos bancos comerciais
z empréstimos ao setor privado
z títulos públicos e privados Recursos Não Monetários dos Bancos
Comerciais
Aplicações do Banco Central z depósito a prazo
z reservas internacionais z depósitos de poupança
z empréstimos ao Tesouro Nacional e z saldo líquido das demais contas
demais entes federativos
z títulos públicos Recursos não monetários do Banco Central
z empréstimos ao setor privado z depósitos do tesouro nacional
z aplicações especiais z empréstimos externos
z recursos especiais
z saldo líquido das demais contas
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A segunda conclusão é que haverá variação nos meios de pagamento sempre que o setor
bancário trocar ativos monetários com ativos não monetários, ou vice-versa, com o setor não
bancário. Assim, quando o banco comercial adquire ativos não monetários (títulos privados,
por exemplo) do setor não bancário, ele provoca elevação no ativo do setor bancário e, con-
sequentemente, elevação dos meios de pagamento; esta operação chama-se monetização.
Analogamente, quando o setor bancário adquire haveres monetários do setor privado em
troca de haveres não monetários, ele destrói meios de pagamento.
Dado que variações na base monetária e nos meios de pagamento permitem compreender
o tipo de política monetária praticada na economia. Se expansionista, a base monetária se
eleva, assim como a oferta de moeda. Se contracionista, ocorre o contrário.
Em resumo, as variações ativas nos meios de pagamento prescindem da elevação das ope-
rações ativas do setor monetário ou pela queda do passivo não monetário do setor bancário.
Do mesmo modo, variações passivas dos meios de pagamento demandam ou a redução
das operações ativas do setor monetário, ou o aumento do passivo não monetário do setor
bancário. Seguem exemplos ilustrativos:
MULTIPLICADOR MONETÁRIO
Tendo em vista as funções da moeda e dos conceitos de agregados monetários e, também
que as operações registradas nos balancetes da autoridade monetária e do sistema bancário
resultam em variações na base monetária e nos meios de pagamento, percebemos que as
operações realizadas entre o Banco Central e os bancos comerciais podem resultar em eleva-
ção da base monetária.
Agora, basta analisar como as variações na base monetária resultam em variações nos
meios de pagamento ou, mais amplamente, como a base monetária determina os meios de
pagamento a partir do multiplicador bancário. Assim, teremos o comportamento dinâmico.
Os meios de pagamento são um múltiplo da base monetária. Desta forma:
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Meios de Pagamento
m=
Base Monetária
1 ΔB
m= ΔM =
1 – d1(1 – R) ou 1 – d1(1 – R)
z 60% dos meios de pagamento mantidos sobre a forma de depósitos à vista (d1 = 0,6) e o encaixe
total em relação aos depósitos da ordem de 30% (R = 0,3):
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1
m= = 1,72
1 – 0,6(1 – 0,3)
z 60% dos meios de pagamento mantidos sobre a forma de depósitos à vista (d1 = 0,6) e o encaixe
total em relação aos depósitos da ordem de 40% (R = 0,4):
1
m= = 1,56
1 – 0,6(1 – 0,4)
z 70% dos meios de pagamento mantidos sobre a forma de depósitos à vista (d1 = 0,7) e o encaixe
total em relação aos depósitos da ordem de 40% (R = 0,4):
1
m= = 1,72
1 – 0,6(1 – 0,4)
Naturalmente, todas estas operações elevam a base monetária e podem ser vistas a partir
do balancete da autoridade monetária (elas aumentam o ativo ou diminuem o passivo não
monetário) e, por isto, são chamadas de operações ativas.
Importante!
Este aspecto, hora ou outra, é utilizado em questões nos mais diversos concursos públi-
cos: em todos os modelos vistos adiante a demanda por moeda ocorre por saldos reais.
O modelo clássico de demanda por moeda é o nosso ponto de partida. Formulado primei-
ramente pelo economista francês Jean Bodin, a demanda por moeda é colateral à demanda
agregada da economia. Esta conclusão é demonstrada através da Teoria Quantitativa da Moe-
da (TQM).
A TQM apresenta a seguinte forma:
M·V = P·Y
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No entanto, para realizar as transações, os indivíduos necessitam de moeda, pois os títulos
não cumprem esta função. Tendo em vista esta funcionalidade, manter riqueza na forma da
moeda parece uma boa escolha.
Então, a demanda por moeda vista pelos clássicos é construída em torno de um dilema:
qual a utilidade que se obtém mantendo a riqueza na forma de moeda, e qual a utilida-
de que se adquire mantendo a riqueza na forma de títulos?
A resposta dada é natural. A demanda por moeda é útil apenas para cumprir com as tran-
sações da economia. As transações devem ser equivalentes ao total produzido, pois tudo o
que é produzido é demandado (afinal, os clássicos entendem que a economia está no equilí-
brio eficiente de pleno emprego), em outras palavras, a demanda por moeda é igual ao pro-
duto nominal da economia (total produzido multiplicado pelo preço).
Segue-se o mesmo raciocínio por derivada da Teoria Quantitativa da Moeda. No entanto,
ao invés de utilizar a quantidade de moeda na economia (M), vamos utilizar a quantidade de
moeda demandada (Md).
Desenvolvendo a expressão da TQM:
M·V = P·Y
1
Md= V PY
ou
Md = kPY
A única diferença entre esta última expressão e a TQM é considerar a demanda por moeda
ao invés da quantidade de moeda. Mas, na prática, como o mercado monetário está em equi-
líbrio (oferta de moeda = demanda por moeda), a substituição não modifica os resultados
Há, também, outra manipulação da expressão para exprimir melhor nossos fins. A velo-
cidade da moeda foi substituída pela constante marshalliana (k) que indica a propor-
ção de retenção da moeda, ou seja, caso k = 1, é necessário reter a moeda apenas 1 vez para
demandar o produto nominal da economia (PY).
Como exemplo, podemos imaginar a constante marshalliana igual a 1/12, caso os indiví-
duos retivessem moeda 1 vez por mês para realizar os pagamentos. Durante todo o período
(12 meses) haveria 12 retenções de moeda.
Portanto, conhecer k implica em saber a quantidade de moeda demandada, durante um
período, necessária para demandar o produto nominal da economia. Segue outro exemplo
mais detalhado.
Podemos assumir que as empresas produzem todos os bens e serviços da economia, ven-
dendo-os ao preço P. Naturalmente, elas contratam os trabalhadores mediante pagamento
de salários.
Os indivíduos recebem o salário no dia 01 de cada mês. Mas, o fluxo de pagamentos por
eles efetuados ocorre no decorrer do mês, quando eles demandam os produtos produzidos
pelas firmas. Assim, ao passo que o estoque real de moeda em posse dos indivíduos é reduzi-
do no decorrer do mês (linha contínua), o estoque de moeda das firmas (linha pontilhada) se
eleva, tendo em vista que o fluxo de pagamentos delas concentra-se no dia 01 de cada mês e o
fluxo de recebimentos ocorre no decorrer do mês. Podemos fazer uma representação gráfica,
da forma que segue:
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PY
Tempo
01/01 01/02 01/03 01/04
A linha pontilhada representa a demanda por moeda das firmas que se eleva até o último
dia do mês, devido à venda da produção. No entanto, no dia 01 de cada mês é reduzida a zero,
através do pagamento do fator trabalho.
Os trabalhadores, por sua vez, representados pela linha contínua, apresentam estoque
máximo de moeda no dia 01, o qual cai durante o mês, ao passo que demandam a produção
ofertada da economia.
Neste exemplo de 4 meses, a constante marshalliana (k) é igual a ¼, ou seja, durante todo
o período, a moeda é retida em 4 momentos na proporção de ¼ do total. Este é o primeiro
determinante da demanda por moeda clássica:
Os indivíduos demandam moeda em função das transações que realizam. Como não
podem transacionar com títulos, devem demandar a moeda no montante relativo ao
valor da produção nominal.
Seguindo, temos mais um importante fator determinante da demanda de moeda: a des-
concentração econômica. Se partirmos de uma economia de subsistência, em que o mesmo
agente produz todas suas necessidades, não haveria a necessidade de demandar moeda para
realizar transações.
Ao passo que a economia se torna mais complexa, outros indivíduos produzem diferentes
bens, novas necessidades são incluídas nas preferências dos consumidores e, assim, faz-se
necessário mais moeda para satisfazer este grau de complexidade. Desta forma, a demanda
por moeda tende a se elevar com o grau de desconcentração do sistema econômico.
Por último, a incerteza deve ser considerada na determinação da demanda por moe-
da. Os indivíduos não sabem prever ao certo as datas e montantes de seus pagamentos e
z Produto nominal: os indivíduos devem escolher a quantidade de moeda suficiente para deman-
dar o produto da economia, refletida na constante k (retenção de moeda) da Teoria Quantitati-
va da Moeda;
z Desconcentração econômica: eleva o número de transações e, consequentemente, a quantida-
de de moeda;
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z Incerteza: também chamada de motivo precaução, a presença de incerteza faz com que os
agentes demandem moeda por prudência, elevando a constante marshalliana.
Para determinar seu modelo de demanda por moeda, Keynes partiu das observações fei-
tas pelos clássicos. Assim, a demanda por moeda keynesiana também considera os motivos
transação e precaução, com algumas leves modificações. O avanço proposto por Keynes foi a
demanda pelo motivo especulação, como veremos adiante.
Motivo Transação
Nada mais, nada menos, que a demanda por moeda identificada pelos clássicos. Keynes
apenas criou o nome: motivo transação.
Para ele, os agentes da economia mantêm saldos monetários para realizar as transações
econômicas necessárias, dada a diferença entre o prazo de recebimento dos rendimentos e
as datas de pagamentos das transações.
Naturalmente, a demanda pelo motivo transação era proporcional ao produto nominal
gerado pela economia (PY), seguindo a terminologia da TQM.
Desta forma, Keynes afirmou que a demanda por moeda pelo motivo transação é direta-
mente relacionada à renda. Como a renda é uma boa medida do volume de transações (afinal,
quanto maior a renda mais provável o indivíduo demandar mais bens e serviços), a demanda por
moeda para fazer frente às transações estava intrinsecamente relacionada à renda.
Não obstante, os agentes possuem a escolha de manter a riqueza em moeda, não auferindo
rendimentos com juros, ou mantê-la na forma de títulos financeiros, ficando impossibilitados de
realizar transações.
Este é o trade off básico da demanda por moeda: ganhar juros e realizar menos transações,
ou demandar mais bens e serviços ao custo de auferir menos rendimentos.
Assim, ao passo que a taxa de juros aumenta, os indivíduos têm a propensão em consu-
mir menos, reservando uma parcela da renda para aplicação em títulos, dado o aumento de
rentabilidade.
Natural, pois a taxa de juros remunera as aplicações em títulos. A elevação nos juros pro-
voca o chamado efeito substituição entre liquidez e taxa de juros, isto é, os indivíduos
preferem manter a riqueza na forma de títulos, auferindo remuneração mais elevada, a
mantê-la na forma líquida, para cumprir com suas transações de bens e serviços.
Consequentemente, a demanda por moeda pelo motivo transação é inversamente
relacionada à taxa de juros.
Resumindo:
z Renda: a demanda por moeda pelo motivo transação é diretamente relacionada à renda (o
aumento da renda provoca aumento na demanda por moeda);
z Taxa de Juros: a demanda por moeda pelo motivo transação é inversamente relacionada
à taxa de juros (o aumento da taxa de juros reduz a demanda por moeda), pois ocorre o
efeito substituição.
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Motivo Precaução
z Incerteza: a presença de incerteza faz com que os agentes demandem moeda por prudência,
sendo o cerne da demanda por moeda pelo motivo precaução;
z Renda: a demanda por moeda pelo motivo precaução é diretamente relacionada à renda (o
aumento da renda provoca aumento na demanda por moeda);
z Taxa de juros: a demanda por moeda pelo motivo precaução é inversamente relacionada
à taxa de juros (o aumento da taxa de juros reduz a demanda por moeda), pois ocorre o
efeito substituição.
Motivo Especulação
A grande novidade trazida por Keynes foi a possibilidade de manter moeda para aplicação
em títulos com o objetivo de ganhos financeiros derivados da especulação.
Além de a moeda servir como meio de troca e unidade de conta, como visto pelos econo-
mistas clássicos, ela também poderia ser útil na geração de patrimônio (reserva de valor).
Keynes entendeu que os agentes poderiam reservar parte de sua riqueza na forma de
moeda na expectativa de auferir ganhos com a variação no preço de mercado de títulos.
A esta demanda, deu o nome de demanda de moeda pelo motivo especulação.
Vamos compreender suas características. A teoria básica das finanças ensina que o preço
de mercado de um título que paga certa remuneração constante (chamada de cupom) é nega-
tivamente relacionado com a taxa de juros. Observe o exemplo que se segue
C
i= T
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Tendo em vista esta relação, Keynes pensou da seguinte forma: a expectativa de eleva-
ção na taxa de juros provoca expectativa de queda no valor de mercado nos títulos.
Os agentes da economia vendem os títulos e mantém a riqueza na forma de moeda, ou seja,
aumentam a demanda por moeda.
Da mesma maneira, a expectativa de queda da taxa de juros, resulta em aumento na
demanda por títulos, pois os agentes esperam auferir ganhos patrimoniais com o pro-
vável aumento futuro no preço de mercado dos títulos. Resultado: há substituição de
moeda por títulos.
No limite definido por Keynes como uma taxa de juros de 2% (ou menos), os indivíduos
possuem a expectativa de aumento na taxa de juros no período subsequente.
Todos iriam manter a riqueza na forma de moeda, pois a expectativa é de subida da taxa
de juros e queda no preço de mercado dos títulos.
Neste caso limite, a demanda por moeda é infinitamente elástica. Ou seja, toda e qual-
quer forma de riqueza é mantida da maneira líquida, pois o preço dos títulos, cedo ou tarde,
irá cair com o aumento da taxa de juros.
A este fato, Keynes deu o nome de armadilha da liquidez (liquidity trap), ou seja, toda a
expansão monetária se manteria na forma líquida (papel moeda ou moeda escritural) e nada
seria alocado em títulos.
Portanto, de acordo com a demanda por moeda pelo motivo especulação, a demanda é
positivamente relacionada à taxa de juros futura (mantendo-se negativamente relacionada a
taxa de juros corrente):
Md = f(i,i’)
i = 2%
Armadilha da liquidez
Md
O gráfico resume muito bem o que vimos até o momento. A demanda por moeda (Md) é
negativamente relacionada à taxa de juros corrente. A partir de certo valor da taxa de juros,
estimando por Keynes em 2%, toda a riqueza é mantida na forma de liquidez (armadilha da
liquidez).
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A expectativa de todos os agentes é que a taxa de juros suba no período subsequente. Evi-
dentemente, ninguém se arriscaria a demandar títulos e incorrer em perdas iguais à depre-
ciação do valor de mercado.
Sendo assim, a demanda por moeda pelo motivo especulação está inversamente relacio-
nada, segundo Keynes, com a taxa de juros corrente: taxas mais elevadas resultam em menor
demanda por moeda (o que é compatível com a expectativa de redução na taxa, aumento
no preço do título, e alocação da riqueza em títulos); taxas mais baixas resultam em maior
demanda por moeda (o que é compatível com a expectativa de aumento na taxa de juros,
redução no preço dos títulos e alocação da riqueza em moeda).
MD = kPY+L(i)
Parte da demanda por moeda (MD) é positivamente relacionada ao nível de renda e expres-
sa pela constante marshalliana (kPY) (motivos transação e precaução).
A outra parte está negativamente relacionada à taxa de juros (L(i)), devido ao fato de as
variações na taxa de juros implicarem em variações no valor de mercado dos títulos e, con-
sequentemente, em perdas e ganhos aos agentes que demandam títulos.
Desta maneira, reduções na taxa de juros elevam o preço dos títulos, criando expectativa
futura de elevação nos juros e decréscimo no preço dos títulos. Como resultado, os agentes
trocam títulos por moeda, ou seja, elevam a demanda por moeda.
O raciocínio inverso é análogo. Adicionalmente, é importante considerar que a elevação
na taxa de juros provoca o famoso efeito substituição entre consumo e poupança, ou seja,
taxas de juros mais elevadas tornam a poupança mais interessante, de modo que os indiví-
duos alocam uma maior parcela da sua renda em títulos que pagam juros e menos em consu-
mo. Assim, mais juros indicam menor demanda por moeda.
M
P
= L (i,QD)
PQ
tc = Pb · + i · M*
M* 2
Sendo:
z Pb: custo fixo de cada retirada (pode representar os custos de se dirigir ao banco);
PQ
z M* : o valor nominal das transações (PQ) dividido pela quantidade ótima de moeda sacada
(M*);
M*
z i 2 : taxa de juros (i) multiplicada pelo nível médio de moeda mantido durante o perío-
do, representando o rendimento que a família deixou de ganhar, ou seja, o custo de
oportunidade.
Desta maneira, o custo de transação deve ser entendido como o custo fixo de cada retirada
multiplicado pelo número de saques mais o custo de oportunidade referente ao período
multiplicado pela quantidade média de moeda.
Graficamente, temos a seguinte representação de cada variante:
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Custo TC
OC
CW
M* PQ
(
iY (
n* = 2tc
Quanto maior a taxa de juros, maior o número de transações realizadas. Ou seja, o indiví-
duo prefere reter a riqueza na forma de poupança, sacando os valores quando necessários
para atender sua demanda por bens e serviços. Naturalmente, quanto maior os custos de
transação, menor a quantidade de transações.
Da expressão acima, podemos derivar a demanda por moeda, que segue abaixo:
M tc · Y
=
P 2i
A demanda por moeda é proporcional à renda (Y) e aos custos de transação (tc), na pro-
z a demanda por moeda (MD*/P) é vista como a demanda por saldos reais, ou seja, medida
em termos de poder de compra. Deste modo, as pessoas estão preocupadas com o nível
real de moeda mantido, ou seja, caso os preços dobrem, o estoque de moeda também irá
dobrar;
z o aumento da renda real (Y) eleva a quantidade de transações e, consequentemente, a
quantidade de riqueza mantida da forma líquida, fato que permite concluir que a deman-
da por moeda é positivamente relacionada à renda; 27
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z o custo de transação (tc) é também positivamente relacionado à demanda por moeda; o aumen-
to em (tc) incentiva a família a reter a riqueza na forma líquida, reduzindo a quantidade man-
tida na poupança. Deste modo, caso (tc) aumente, irá aumentar o número de transações;
z a taxa de juros (i) é negativamente relacionada à demanda por moeda, devido ao efeito-
-substituição (juros maiores promovem maiores possibilidades de rendimento em títulos e
menor demanda por moeda; os agentes substituem moeda por títulos na proporção de -½).
As conclusões do Modelo Baumol-Tobin são aplicáveis aos dias de hoje, mas com restri-
ções. A teoria foi formulada na década de 50, então, não era possível a realização de transa-
ções pela internet, que reduziu drasticamente o valor do custo de transação.
No entanto, ao passo que depósitos à vista não rendem juros (ou rendem uma taxa ínfima),
a ideia expressa no modelo é ainda válida aos dias atuais.
Como já mencionado, muitos bancos entenderam que o mundo migrou para uma era mais
digital, e a grande majestade do sistema bancário está, realmente, prestes a perder o seu rei-
nado, a agência tradicional está a um pequeno passo de entrar em extinção. Vamos entender
o seu funcionamento.
Por muitos anos, o sistema bancário era representado por uma agência física. Um local em que
as pessoas iriam para resolver todos os problemas ligados à sua vida financeira, verificar saldos,
extratos, pagar contas, fazer depósitos e saques. Além disso, quando as necessidades eram maio-
res ou mais complexas, surgia a figura do gerente de conta. A única pessoa que poderia responder
pela sua conta, na ausência dele (que poderia estar doente ou em reunião), o indivíduo não teria
uma saída para resolver qualquer problema.
Assim, com maior comodidade para efetuar transações (com e sem movimentação finan-
ceira) pelos canais digitais, as agências estão mudando, e com isso também há mudanças
no padrão de comportamento dos clientes. As agências que antes eram centros de todas as
transações bancárias estão, sistematicamente, se transformando em locais especializados e
voltados ao relacionamento e operações mais complexas.
E para onde estão indo os clientes que antes iam às agências tradicionais? Os clientes estão
29
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BANCO DIGITALIZADO BANCO DIGITAL
Na agência (onde a con-
ta fica vinculada) cadas- Fluxo físico de Processo não presencial, com captura digital
ABERTURA DE
tro remoto nos canais documentos e de documentos e informações e coleta eletrô-
CONTAS
eletrônicos, processo assinaturas nica de assinaturas
presencial
INVESTIMENTOS EM TECNOLOGIA
Amostra: 15 bancos
30 Amostra: 15 bancos
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Como demonstrado nos quadros acima, feitos a partir de informações da pesquisa FEBRA-
BAN de 2022, os investimentos em talentos pela indústria bancária tiveram um aumento em
2021 em relação à 2020, apontando a prioridade no aprimoramento da tecnologia. Há ainda
uma necessidade crescente de melhoria da segurança cibernética, que se faz importante no
contexto de uso de dados pessoais e financeiros de seus usuários.
A complexidade dos novos modelos de negócios, produtos e serviços demandam uma
maior velocidade de resposta às necessidades do cliente final. Esta edição da pesquisa traz
um indicador inédito sobre o investimento em treinamentos de metodologias ágeis.
Assim, por mais que os bancos tradicionais estejam em processo migratório para uma ver-
são mais digital, ainda existem processos que necessitam do cliente de maneira presencial na
agência e isso é um grande desafio a ser vencido pelos bancos, uma vez que os seus clientes já
não aceitam com tanta facilidade a ideia de se deslocar até uma agência bancária.
A questão é que além de não querer mais ir à agência bancária, o cliente quer ter acesso
fácil aos seus dados financeiros. É dentro dessa ideia que surge a grande inovação dentro do
sistema bancário: o mobile banking.
+6%
86,4 Contact centers
+11%
81,1 67,1
73,2 52,6 +28%
37,2
33,1
25,3
Todas essas mudanças deixam clara a nova configuração que está sendo delineada no sis-
tema bancário e que é mostrada na figura abaixo:
Modelo atual
Agências
Futuro
Mobile banking
Agências Online
APls abertos
R$ 30,1 bi
+13%
R$ 26,6 bi
R$ 23,9 bi
11,3
8,9 +27%
R$ 19,8 bi
R$ 19 bi 8,3
5,8 5,8
+6% 18,8
17,7
13,2 14 15,6
33
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Antes, olhava-se para as ferramentas tecnológicas como soluções internas que trariam
mais eficiência aos processos, mais segurança aos dados, mais força à estratégia e mais robus-
tez à capacidade de atendimento. Agora, não só́ os bancos, como todo o mercado, centram os
esforços em pesquisa e desenvolvimento para fora: nas soluções que fortalecem a fidelidade
e a satisfação dos consumidores.
Os dados acima mostram a grande tendência dos investimentos dos bancos: tecnologia
para desenvolvimento de softwares. Isso é rapidamente explicado: durante os anos iniciais
de investimentos em tecnologia, os bancos investiram em telecomunicações. Posteriormente,
os investimentos foram focados na construção de imensos datacenters com grandes desem-
bolsos em hardware. Atualmente, com a grande necessidade de comodidade do cliente, os
investimentos ficam focados no desenvolvimento de softwares.
Conforme dito acima, de acordo com essa lógica, 80% dos bancos consultados pela Pes-
quisa afirmam investir em inteligência artificial e em computação cognitiva — tecnologias
que se complementam. Ambas estão diretamente ligadas à entrega de maior comodidade e
assertividade aos consumidores quando eles utilizam os serviços disponíveis. Essa parcela,
de 80%, afirma estar investindo em analytics, tecnologia que vem ganhando maturidade para
aplicação. O objetivo dos bancos, agora, é ampliar o leque de maneiras pelas quais o analytics
pode ser utilizado no dia a dia. Trata-se de uma evolução dos esforços feitos no passado com
a big data, uma tecnologia, hoje, já́ bastante madura entre os bancos.
dos bancos
dos bancos investem investem em
em big data/ blockchain
analytics
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Proporção de cada atividade em relação ao orçamento total de Serviços de TI*
Suporte de hardware Apoio à implementação de tecnologias
Serviços de implantação de infraestrutura e e processos
serviços gerenciados de infraestrutura
Importante!
Banco digital é uma instituição financeira que possibilita a seus clientes operar tudo pelo
aplicativo ou site da instituição, sem que seja necessário deslocar-se até a agência.
Pois bem, ainda de acordo com dados do estudo de 2020 do Banco Central, os bancos digitais
se enquadram na medida do possível às normas aplicadas aos demais bancos, pois ainda não há
“um regime de autorização e funcionamento específico para eles” (p. 7). Contudo, algumas insti-
tuições financeiras estão “adotando modelos de negócio exclusivamente digitais”, sem a abertura
de agencias ou postos de atendimento físicos (p. 7).
Essa estratégia vem sendo cada vez mais adotada especialmente por novos grupos empre-
sariais — que podem adquirir uma instituição financeira já autorizada ou entrar em proces-
so de autorização de uma nova — e por conglomerados financeiros que já se consolidaram
no mercado, porém, visam uma inserção no mercado digital.
A proposta dos bancos digitais é oferecer preços e custos baixos e simplicidade de acesso
a diversos serviços bancários, entrando na disputa nesse mercado financeiro. Mesmo assim,
encontram certa dificuldade para oferecer preços competitivos em serviços que entram em
conflito com sua proposta de funcionamento, como saque em terminais de atendimento.
Os principais serviços que um banco digital oferece são:
Mas, existe ainda uma certa dúvida quanto aos bancos digitalizados. Cabe aqui destacar-
mos que o banco digital é muito diferente de um banco digitalizado. Lembre-se que o banco
digital oferece serviços de forma exclusivamente online, geralmente, via aplicativos no smar-
tphone, não há uma agência física.
Enquanto o banco digitalizado, é uma modernização do banco tradicional, que utiliza de
recursos digitais — plataformas digitais, soluções tecnológicas, canais interativos — para
complementar o acesso aos seus serviços, porém, alguns recursos ainda serão oferecidos de
maneira presencial.
Para ser considerado um banco digital, a instituição deve seguir os seguintes critérios:
z todos os processos são realizados de maneira online, isso inclui o recolhimento de infor-
mações sobre o cliente;
36
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z contratação de serviços ocorre somente online;
z resolução de problemas só ocorre por meio de canais online, como chats, e-mail e
mensagem.
OPEN BANKING
O Open Banking, ou sistema financeiro aberto, é o ecossistema financeiro que, com permissão
do cliente, compartilha de forma segura e conveniente seus dados, informações entre as diferentes
instituições autorizadas pelo Banco Central, e suas contas bancárias através de várias plataformas
que não se restringem apenas aos aplicativos ou sites. Esse recurso incentiva a inovação e criação
de novos modelos de negócio, e oferece aos clientes uma experiência segura, ágil e acessível.
A maior transparência que esse fluxo de informações entre as instituições fornece, favorece a
melhora nas políticas de crédito e oferta de serviços mais adequados aos diferentes perfis de clien-
tes e seguimentos sociais. Espera-se que as inovações facilitem o planejamento financeiro por parte
dos clientes, já que essas permitem a comparação de serviços prestados por diferentes instituições.
No Brasil a implementação do open banking fica à rigor dos princípios estabelecidos pelo Banco
Central, que definiu, não apenas princípios, como também objetivos e regras, que dizem respeito a
finalidade dos dados a serem compartilhados, quem são os participantes e quais são suas respon-
sabilidades, e quais são as orientações e diretrizes de experiência do cliente. É responsabilidade das
instituições participantes implantarem o que foi estabelecido pelo Banco Central.
Princípios
BC (definições
para o open
banking)
Objetivos Regras
37
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Para facilitar o entendimento o site da Open Finance Brasil4 traz um quando sobre as fases
de aplicação do open banking no Brasil:
De acordo com o Estudo Especial 895, de 2020, feito pelo Banco Central, há diversos mode-
los de negócios IPs que já se encontram no mercado e, destacando os centralizadores finan-
ceiros, os focados em nichos e os que agregam valor ao serviço financeiro.
Pois bem, o centralizador financeiro atua de acordo com as necessidades de seus clientes.
Oferece soluções como: conta digital, automatização de operações financeiras, conciliação de
pagamentos, verificação de recebimentos e serviços de transferência. O principal objetivo
desse tipo de instituição é se estabelecer como prestadora de serviços, soluções e platafor-
mas, assim ela se mantém como gestora financeira central de seus clientes (p. 2)
[...] serviços tipicamente bancários – como serviços de pagamento, cartões de crédito e apli-
cativos de gestão financeira – à prestação dos serviços principais de um determinado ramo
econômico não financeiro, como aplicativos de transporte, comércios ou serviços de entrega.
(BC, 2020, p. 3)
Assim,
[...] ramos que operavam necessariamente com a contratação de uma instituição financeira
(IF) atualmente já começam a oferecer meios de pagamento fornecidos por IPs. Constata-se
que, para atingir esse objetivo, as IPs geralmente optam por realizar parcerias com IFs ou,
alternativamente, constituem IFs, que podem realizar operações de crédito, formando um con-
glomerado prudencial liderado pela IP. (BC, 2020, p. 3)
Para exemplificar melhor o tema acima vamos falar sobre as fintechs, em seguida sobre as
startups e big techs.
Fintechs
z B2C (business to consumer): tipo de transação mais comum, é realizado entre uma empre-
sa e o cliente final; 39
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z B2B (business to business): não envolve o consumidor final, transação realizada entre
empresas;
z B2B2C (business to business to consumer): transação realizada entre a indústria e o consu-
midor, sendo facilitada por outro negócio.
As Big Techs são grandes empresas de tecnologia que, inicialmente startups, criaram ser-
viços e modelos de negócio inovadores, escaláveis, dinâmicos e ágeis, que passaram a fazer
parte do dia a dia dos consumidores e hoje dominaram o mercado. À exemplo temos: Google,
Uber e Netflix. Elas são movidas à inovação, estando continuamente definindo novas tec-
nologias e serviços, além de estarem sempre em atualização para sempre atender as novas
demandas dos consumidores.
Quando em aliança com os grandes bancos, as instituições big tech resultam em uma revo-
lução digital no sistema bancário, na tentativa de gerar disrupção em um campo normalmen-
te conhecido como rígido.
Para iniciarmos o nosso estudo vamos a definição de moeda digital: as moedas digitais
exibem propriedades semelhantes às moedas tradicionais, mas geralmente não têm uma for-
ma física, ao contrário das moedas com notas impressas ou moedas cunhadas. Ela é o equiva-
lente ao dinheiro tradicional, mas em formato digital e possui as mesmas características de
Criptomoeda é o nome comum para moedas digitais descentralizadas. Elas são criadas a
partir de uma rede de blockchain, em sistemas avançados de criptografia que objetivam pro-
teger essas transações, informações e os dados do operador.
41
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Mas, o que é Blockchain? Blockchain é uma tecnologia que permite o armazenamento
distribuído e seguro de informações digitais através da criação de uma rede descentralizada
de computadores interconectados. A informação é organizada em blocos de dados, que são
conectados em uma cadeia, formando um registro imutável de todas as transações ocorridas
na rede. Esses blocos são criptografados e validados por diversos participantes da rede, tor-
nando a informação transparente e resistente a alterações ou fraudes. Portanto, blockchain
é um sistema que possibilita o rastreamento confiável e seguro de informações online, como
transações financeiras, registros médicos, contratos inteligentes, entre outros. É esse sistema
que permite o funcionamento e transação das chamadas criptomoedas, ou moedas digitais.
O conceito do blockchain surgiu em 2008 no artigo acadêmico “Bitcoin: um sistema finan-
ceiro eletrônico peer-to-peer”, de Satoshi Nakamoto:
Neste material, a blockchain é definida como “uma rede que marca o tempo das transações,
colocando-as em uma cadeia contínua no ‘hash’, formando um registro que não pode ser alte-
rado sem refazer todo o trabalho.
O blockchain possibilitou a criação da bitcoin e das outras criptomoedas, e pode ser usada
para outras aplicações. O blog da do banco digital Nubank, utiliza uma metáfora para exem-
plificar o funcionamento do blockchain, observe abaixo:
Pense num trenzinho de brinquedo cujos trilhos estão espalhados pelo mundo inteiro. Não um,
mas vários que formam uma rede global. Cada material vai dentro de um vagão, que é validado
por máquinas espalhadas pelo mundo. Se aprovado, ele é selado com um código complexo de
letras e números e se junta a outros vagões. Para aumentar ainda mais a segurança, cada vagão
carrega seu código e o código do vagão anterior. Assim, caso alguém tente invadir um vagão, será
preciso desvendar mais de um código. (Blockchain: uma explicação simples — Fala, Nubank7)
A bitcoin é uma moeda virtual — a primeira criada no mundo — e pode ser usado para
a compra de serviços, produtos e quaisquer outros itens em estabelecimentos que aceitem
ser pagos com ele. Bitcoin é uma moeda, uma espécie de dinheiro tal qual o real ou o dólar,
diferenciando-se das demais por ser pura e inteiramente digital, sem vínculo algum com o
governo. Tem valor determinado pelo próprio mercado e tem sido a forma ideal de pagamen-
to, atualmente. É uma tecnologia inovadora, uma vez que seu uso é rápido, barato e seguro.
De acordo com o Banco Central, a discussão sobre a emissão de moedas digitais pelos ban-
cos centrais tem ganhado proeminência devido à transformação digital em andamento na
economia global. Como parte dos esforços da Agenda BC, o Banco Central do Brasil tem pro-
movido discussões internas e com seus pares internacionais visando ao eventual desenvolvi-
mento de uma CBDC que possa acompanhar a evolução tecnológica da economia brasileira,
aumentar a eficiência do sistema de pagamentos de varejo, contribuir para o surgimento de
novos modelos de negócio e de outras inovações baseadas nos avanços tecnológicos, favore-
cer a participação do Brasil nos cenários econômicos regional e global e aumentar a eficiên-
cia nas transações transfronteiriças.
O Banco Central ressalta que as diretrizes apresentadas tratam do entendimento atual do BCB
em relação ao tema, a fim de direcionar a discussão no âmbito nacional, e que poderá reavaliar
seu posicionamento à medida em que as discussões evoluam em nível mundial.
MARKETPLACE
Surgido no Brasil em 2012, marketplace é um modelo de negócio também conhecido como
um tipo de shopping center no mundo virtual. As vantagens para o consumidor envolvem a
facilidade em procurar pelo melhor preço e produto e a reunião de várias marcas e lojas em
um único lugar. Como exemplo, tenha em mente empresas como: Amazon, Shoptime, Wal-
8 MARKETPLACE: Uma nova tendência de mercado. Demander, 2019. Disponível em: https://www.demander.
com.br/marketplace-uma-nova-tendencia-de-mercado/. Acesso em: 23 fev. 2023. 43
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Mas e o mercado financeiro? Segundo o Banco Central, em sentido estrito, os “marketpla-
ces” são empresas de comércio eletrônico, que aproximam compradores e vendedores por
meio de plataformas centralizadas para a venda de produtos ou serviços.
Importante!
Em alguns modelos de negócio, essas empresas atuam também como subcredencia-
dores, recebendo e repassando os pagamentos aos vendedores, depois de extrair sua
remuneração.
É importante deixar claro que não se configura como subcredenciadora a empresa que
vende produtos ou presta serviços ao usuário final pagador nos casos em que a relação jurí-
dica do pagador é diretamente com ela. Nesses casos, a própria empresa é o usuário final
recebedor da transação de pagamento, ainda que utilize autônomos ou parceiros para pro-
ver o produto ou serviço.
Já o Banco do Brasil anunciou, em dezembro de 2020, o lançamento do Programa AgroBB,
uma plataforma exclusiva para venda de imóveis rurais. O portal agrobb.com.br, criado em
parceria com a Resale, utiliza, na concorrência pública, a tecnologia blockchain.
Conforme informações do BB, ao adotar o modelo de marketplace, o Banco, como princi-
pal agente do mercado agro no Brasil, pretende fomentar a cadeia produtiva da agroindús-
tria e ainda integrar suas linhas de negócios.
Abordaremos a seguir dois temas que são presentes em provas. São os:
É um fenômeno global, conhecido como “fintechzação”, e que começa a ganhar força no Brasil.
Empresas como Via Varejo (dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio), Carrefour, Magazine
Luiza, B2W (dona dos sites Americanas.com, Submarino e Shoptime) e Mercado Livre acele-
ram novas parcerias e criação de novos negócios dentro de casa.9
A Federação explica também que o marketplace oferece soluções para que pessoas e
empresas possam comprar, vender, anunciar e enviar produtos e serviços por meio da inter-
net. São 76,1 milhões de usuários ativos e mais de 12 milhões de vendedores. Por segundo,
são realizadas 19 vendas!
E, fique atento: a chegada das fintechs abriu novos desafios para solucionar problemas
dos consumidores em diversos aspectos. Com isso, veio o chamado “marketplace banking”,
que proporciona uma experiência integrada de serviços bancários, trazendo comodidade e
praticidade para o consumidor e para o lojista.
9 MARTINS, D. Varejistas e marketplaces ampliam soluções financeiras digitais. Febraban Tech, 2020. Disponível
em: https://febrabantech.febraban.org.br/temas/banco-digital/varejistas-e-marketplaces-ampliam-solucoes-
44 financeiras-digitais. Acesso em: 23 fev. 2023.
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Agora, vamos falar um pouco sobre o marketplaces como participantes de arranjos de
pagamento. Acompanhe:
Hoje, para o Bacen, alguns marketplaces podem ser considerados facilitadores de pagamento,
ou seja, instituições que intermediam o pagamento de terceiros. Falamos aqui dos mar-
ketplaces que recebem o pagamento dos consumidores por produtos ou serviços ofertados e
só depois repassam o valor para os vendedores.
O fluxo é o seguinte: o comprador paga com cartão de crédito, a adquirente de cartão processa
o pagamento e o deposita na conta bancária do operador do marketplace. Este, por sua vez,
repassa o dinheiro em seguida. Por ser responsável por dinheiro que não é seu, o Bacen enten-
de que o marketplace também age como subcredenciador, instituição que faz a ponte entre
adquirentes e estabelecimentos comerciais.10
10 RIBEIRO, R. Entenda as novas regras do Bacen para marketplaces. iugu, 2021. Disponível em: https://www.
iugu.com/blog/novas-regras-bacen-marketplaces. Acesso em: 23 fev. 2023. 45
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Dica
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é o conjunto de instrumentos e operações que
dão suporte às movimentações financeiras entre participantes do mercado.
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS
De acordo com o Banco Central12, os correspondentes são empresas contratadas por ins-
tituições financeiras e demais instituições autorizadas pelo Banco Central para a prestação
de serviços de atendimento aos clientes e usuários dessas instituições. Entre os correspon-
dentes mais conhecidos, encontram-se as lotéricas e o banco postal.
A regulamentação do Banco Central para os correspondentes bancários (Resolução do
CMN nº 3.954, de 2011) permite ofertar os serviços a seguir listados, conforme disposto nos
arts. 8º e 9º, do Capítulo II:
Art. 8º O contrato de correspondente pode ter por objeto as seguintes atividades de atendi-
mento, visando ao fornecimento de produtos e serviços de responsabilidade da instituição
contratante a seus clientes e usuários:
I - recepção e encaminhamento de propostas de abertura de contas de depósitos à vista, a pra-
zo e de poupança mantidas pela instituição contratante;
II - realização de recebimentos, pagamentos e transferências eletrônicas visando à movimen-
tação de contas de depósitos de titularidade de clientes mantidas pela instituição contratante;
III - recebimentos e pagamentos de qualquer natureza, e outras atividades decorrentes da exe-
cução de contratos e convênios de prestação de serviços mantidos pela instituição contratante
com terceiros;
IV - execução ativa e passiva de ordens de pagamento cursadas por intermédio da instituição
contratante por solicitação de clientes e usuários;
V - recepção e encaminhamento de propostas referentes a operações de crédito e de arrenda-
mento mercantil de concessão da instituição contratante;
VI - recebimentos e pagamentos relacionados a letras de câmbio de aceite da instituição
contratante;
VIII - recepção e encaminhamento de propostas de fornecimento de cartões de crédito de res-
ponsabilidade da instituição contratante; e
IX - realização de operações de câmbio de responsabilidade da instituição contratante, obser-
vado o disposto no art. 9º.
11 BARROS, R. V. do; MARCONDES, F.; GALLO, J. Banco Central centralizará liquidações financeiras de provedores
de serviços de pagamento. CMA, 2018. Disponível em: https://cmalaw.com/conteudos/informativo-liquidacoes-
financeiras-servicos-de-pagamento/. Acesso em: 23 fev. 2023.
12 CORRESPONDENTES bancários. Banco Central do Brasil, 2023. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/
46 meubc/faqs/p/quem-sao-correspondentes-no-pais. Acesso em: 23 fev. 2023.
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Parágrafo único. Pode ser incluída no contrato a prestação de serviços complementares de cole-
ta de informações cadastrais e de documentação, bem como controle e processamento de dados.
Art. 9º O atendimento prestado pelo correspondente em operações de câmbio deve ser contra-
tualmente restrito às seguintes operações:
I - compra e venda de moeda estrangeira em espécie, cheque ou cheque de viagem, bem como
carga de moeda estrangeira em cartão pré-pago;
II - execução ativa ou passiva de ordem de pagamento relativa a transferência unilateral do
ou para o exterior; e
III - recepção e encaminhamento de propostas de operações de câmbio.
O BCB destaca que os correspondentes devem informar ao público sua “condição de prestador
de serviços à instituição contratante”, isso “com descrição dos produtos e dos serviços oferecidos
e os telefones dos serviços de atendimento e de ouvidoria da instituição contratante” (III, art. 10).
O correspondente não pode efetuar qualquer cobrança por sua iniciativa. Somente
as tarifas previstas na tabela da instituição contratante, elaborada de acordo com a regulamentação em vigor,
podem ser cobradas. Não pode ser cobrado do cliente qualquer outro valor pelo serviço prestado (art. 17).
Além disso, a prestação de serviços por correspondente não pode ser realizada no “recin-
to de dependências da instituição financeira contratante”, conforme art. 17-A, da Resolução
nº 3.954, de 2011.
Fica sob responsabilidade da instituição financeira contratante a contratação do corres-
pondente. A instituição contratante precisa comunicar ao Banco Central a contratação de
empresa para a prestação dos serviços acima referidos.
III - [...] com descrição dos produtos e serviços oferecidos, os telefones dos serviços de atendimento
e de ouvidoria da instituição financeira contratante, por meio de painel visível, mantido nos locais
onde seja prestado atendimento aos clientes e usuários [...].
13 O que são correspondentes bancários? Brasil Consultas, 2018. Disponível em: https://blog.brasilconsultas.
com.br/o-que-sao-correspondentes-bancarios/. Acesso em: 23 fev. 2023. 47
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Devem ainda utilizar outras formas, caso necessário para esclarecimento do público.
O Banco Postal (Serviço Financeiro Postal Especial) é a marca que a Empresa Brasilei-
ra de Correios e Telégrafos (ECT) usa para a atuação, por meio de sua rede de atendimento,
enquanto correspondente contratado de uma instituição financeira.
E não esqueça! Em seu Capítulo III, no art. 10, a resolução traz o seguinte:
ARRANJOS DE PAGAMENTOS
Nos termos do Banco Central do Brasil, um arranjo de pagamento é o
Observe a seguir quais são os tipos de arranjo de pagamento que não se sujeitam à regula-
ção do Banco Central do Brasil:
A figura, abaixo, disponibilizada pelo Bacen, explica melhor o que acabamos de ler!
17 Ibid.
50 18 Ibid.
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ARRANJOS DE PAGAMENTOS INTEGRANTES DO SPB
Em seu site, o Banco Central do Brasil apresenta algumas explicações acerca dos arranjos
de pagamentos integrantes do SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro). Acompanhe:
Importante!
“Os instituidores de arranjos de pagamento, integrantes do SPB, devem solicitar autori-
zação de funcionamento em até 30 dias após o arranjo de pagamento superar os limites
do quadro.”20
O BR Code é o padrão de QR Code que deve ser utilizado pelos arranjos de pagamento inte-
grantes do SPB que ofertem a iniciação de uma transação de pagamento por meio desse meca-
nismo, conforme disposto na Resolução BCB nº 150/2021.
A existência de um único QR Code vai facilitar o processo de iniciação dos pagamentos pelos
usuários pagadores, que terão um instrumento comum para iniciar a transação, utilizando
o arranjo da sua escolha que seja aceito pelo usuário recebedor para efetivar a operação.
Do ponto de vista do recebedor, existe uma redução dos custos de aceitação de arranjos que
permitem a iniciação por meio do BR Code, além de uma racionalização da quantidade de QR
Codes expostos nos estabelecimentos.21
19 ARRANJOS de pagamentos integrantes do SPB. Banco Central do Brasil, [s.d.]. Disponível em: https://www.
bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/arranjosintegrantesspb. Acesso em: 23 fev. 2023.
20 Ibid.
21 Ibid.
22 Ibid. 51
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As informações e os documentos que compõem o pedido de autorização de arranjos de paga-
mento integrantes do SPB devem ser apresentados em atendimento ao disposto nos arts. 16
a 20 do Anexo I à Resolução BCB nº 150, de 6 de outubro de 2021, e em conformidade com os
modelos e as orientações descritas na Instrução Normativa BCB n° 181, de 28 de outubro de
2021.23
CICLO DE AUTORIZAÇÕES
Informação importante:
Vale ressaltar que a autorização dos arranjos é apenas um dos processos que compõem a vigilância
dos arranjos de pagamentos integrantes do Sistema de Pagamentos Brasileiro. Independentemente
da concessão de autorização, o Banco Central continua atuando, por outros meios, a fim de garan-
tir a segurança e a eficiência dos arranjos de pagamento.24
INSTITUIÇÃO DE PAGAMENTO
Neste tópico, apresentaremos algumas informações trazidas pelo Bacen acerca das insti-
tuições de pagamento. Acompanhe:
Instituição de pagamento (IP) é a pessoa jurídica que viabiliza serviços de compra e venda e
de movimentação de recursos, no âmbito de um arranjo de pagamento, sem a possibilidade de
conceder empréstimos e financiamentos a seus clientes.
As instituições de pagamento possibilitam ao cidadão realizar pagamentos independentemen-
te de relacionamentos com bancos e outras instituições financeiras. Com o recurso financeiro
movimentável, por exemplo, por meio de um cartão pré-pago ou de um telefone celular, o
usuário pode portar valores e efetuar transações sem estar com moeda em espécie. Graças
à interoperabilidade, o usuário pode, ainda, receber e enviar dinheiro para bancos e outras
instituições de pagamento.25
23 Ibid.
24 Ibid.
25 O que é instituição de pagamento? Banco Central do Brasil, [s.d.]. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/pre/
52 composicao/instpagamento.asp?frame=1. Acesso em: 23 fev. 2023.
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Importante!
“[...] serviços de pagamento são prestados não só por IPs, mas também por instituições
financeiras, especialmente bancos, financeiras e cooperativas de crédito.”26
[...] uma instituição de pagamento ou uma instituição financeira que tenham aderido a um
arranjo de pagamento;
o instrumento de pagamento, que é o dispositivo utilizado para comprar produtos/serviços ou
para transferir recursos, como o cartão de débito ou de crédito, o boleto ou o telefone celular;
o instituidor do arranjo de pagamento, que é a pessoa jurídica responsável pela criação e
organização do arranjo, como as bandeiras de cartão de crédito;
os arranjos de pagamento criados pelo instituidor, que são as regras e procedimentos que dis-
ciplinam a prestação de serviços de pagamento ao público; entre estas regras estão:
- os prazos de liquidação;
- as condições para uma instituição de pagamento ou financeira aderir ao arranjo;
- as regras de segurança para proteger consumidores e lojistas de riscos, fraudes, clonagem
de cartões etc.
Todos os envolvidos no pagamento devem aderir e aceitar as regras do arranjo (emissores dos
instrumentos de pagamento e credenciadores desses instrumentos). A participação em um arranjo
une todos os integrantes da cadeia de pagamento, permitindo que, por meio de suas instituições, o
pagador e o recebedor consigam realizar e aceitar pagamentos;
a conta de pagamento, que é o registro individualizado das transações (transferências, paga-
mento de contas e de compras, saques e aportes).27
Instituições de pagamento não são instituições financeiras, portanto não podem realizar ativi-
dades privativas destas instituições, como empréstimos e financiamentos. Ainda assim, estão
sujeitas à supervisão do Banco Central. Devem constituir-se como sociedade empresária limi-
tada ou anônima.28
As alterações têm como objetivos, além de modernizar a regulação sobre o tema, dimi-
nuindo o custo regulatório sobre arranjos de menor porte ou que atendam a mercados
específicos, aprimorar as regras de liquidação de operações de antecipação de recebíveis de
arranjos e conferir tratamento mais equitativo a agentes que desempenham atividades simi-
lares em arranjos de pagamento abertos.29
26 Ibid.
27 Ibid.
28 Ibid.
29 BC aprimora regulamentação de arranjos de pagamento. Banco Central do Brasil, 2021. Disponível em:
https://www.bcb.gov.br/detalhenoticia/17376/nota. Acesso em: 23 fev. 2023. 53
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Acompanhe também as seguintes informações trazidas pelo Banco Central do Brasil:
A Resolução redefine os critérios de volumetria para que arranjos integrem o Sistema de Paga-
mentos Brasileiro (SPB), de forma que apenas aqueles de maior porte permaneçam sujeitos à
autorização, regulação e supervisão/vigilância pelo BC. Tal medida aumenta o espaço para a
inovação e a competição, ao permitir que os arranjos de menor porte tenham maior flexibili-
dade e menores custos. [...]
Por fim, a norma aprimora as regras de interoperabilidade, conferindo tratamento mais equi-
tativo aos diversos agentes que desempenham atividade semelhante no âmbito de um arranjo
de pagamentos aberto.30
E, não esqueça! A Lei nº 12.865, de 2013, que dispõe sobre arranjos de pagamentos, em seu
art. 7º traz que:
54 30 Ibid.
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alavancar a competitividade e a eficiência do mercado;
baixar o custo, aumentar a segurança e aprimorar a experiência dos clientes;
incentivar a eletronização do mercado de pagamentos de varejo;
promover a inclusão financeira; e
preencher uma série de lacunas existentes na cesta de instrumentos de pagamentos disponí-
veis atualmente à população.31
Essa ferramenta está disponível para todas as empresas e pessoas que possuam conta
(poupança, corrente ou de pagamento pré-paga) em uma das 734 instituições que são apro-
vadas pelo Banco Central.
Importante!
Tecnologia centralizada é utilizada pelo Pix, pois a comunicação entre o Banco Central e
os diversos participantes ocorre via mensageria.
31 PIX: em 2 anos foram registradas 28,5 bilhões de transações. Gov.br, 2022. Disponível em: https://www.
gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/noticias/2022/novembro/pix-em-2-anos-foram-registradas-285-bilhoes-de-
transacoes. Acesso em: 23 fev. 2023.
32 PIX: saiba como funciona o sistema de pagamento mais querido do momento. Sicoob Engecred, 2021.
Disponível em: https://www.sicoobengecred.coop.br/blog/2021/06/02/pix-saiba-como-funciona-o-sistema-de-
pagamento-mais-querido-do-momento/. Acesso em: 23 fev. 2023. 55
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Para atrair mais clientes, os bancos digitais estão cada vez mais inovando em tecnologia e
solucionando problemas de forma rápida e simplificada, proporcionando um valor e utilida-
de aos seus usuários. Essas instituições têm identificado oportunidades para incluir produtos
e serviços financeiros para aqueles que não têm vínculo com os bancos tradicionais, como o
cartão de crédito pré-pago.
O segmento de clientes dos bancos digitais é muito variado, embora os mais jovens sejam
os mais atraídos pelos serviços virtuais, que oferecem rapidez, inovação e linguagem mais
fácil de entender. Para além da qualidade dos serviços oferecidos, os bancos digitais atraem
seus clientes com tarifas mais baixas em comparação aos bancos tradicionais, bem como a
simplicidade e conveniência de ter um banco acessível a qualquer momento e lugar.
Conforme o Banco Central do Brasil, o enquadramento inicial de cada instituição em fun-
cionamento obedece aos termos do art. 10 da Resolução nº 4.553, de 30 de janeiro de 2017.
Art. 10 O Banco Central do Brasil deve divulgar na data de publicação desta Resolução o
enquadramento inicial de cada instituição em funcionamento, considerando:
I - para o S1, S2, S3 ou S4, os valores dos parâmetros de apuração relativos à database de 30
de junho de 2016 para definição do porte e da relevância da atividade internacional;
II - para o S5, a utilização de metodologia facultativa simplificada para apuração dos requeri-
mentos mínimos de PR, de Nível I e de Capital Principal ou a não obrigatoriedade de apuração
de PR, ambos na data de publicação desta Resolução
O Banco Central (BC) tem um projeto em andamento para digitalizar o real, possibili-
tando aos clientes a escolha entre manter o dinheiro no formato convencional ou digital.
Essa proposta visa trazer mais liberdade de decisão aos usuários em relação às instituições
financeiras.
A moeda digital teria uma jornada semelhante ao dinheiro em papel, com a emissão pelo
Banco Central e transferência pelos membros do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)
para os usuários finais. Em uma entrevista para a Valor, Alexandre Chaia, economista e pro-
fessor do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), afirmou que a moeda digital teria mais
liquidez e poderia impulsionar a economia.
Dentre as principais vantagens da digitalização do real, estão:
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