ECONOMIA A – 10º ANO Módulo 2 – Aspetos fundamentais da atividade económica

Unidade 4: Comércio e moeda – a moeda

MOEDA

1. Conceito

1.1 Noção

- Bem de aceitação generalizada que se utiliza como intermediário nas trocas

(compra/venda), servindo para medir o valor de todos os bens e serviços.

- Ao longo do tempo foram utilizados muitos tipos de bens que desempenharam as funções de
moeda: sal, gado, pedra, conchas, metais, etc. .

1.2 Troca direta

- Origem
Especialização da Excedentes: Necessidade de efetuar
 
produção Produção  Consumo trocas

- Noção: troca de um bem por outro bem (B1 → B2)

- Condições:
. Dupla coincidência de desejos: encontrarem-se duas pessoas possuidoras de bens com
utilidades diferentes e dispostas a trocar um pelo outro.
. Atribuição do valor aos bens: acordo entre os intervenientes quanto ao valor dos bens.

- Obstáculos:
. Dificuldade em encontrar outra pessoa interessada.
. Dificuldade em chegar a acordo quanto ao valor dos bens.
. Dificuldade no fracionamento de certos bens.
. Dificuldade no transporte dos bens.

1.3 Troca indireta

- Origem
Desenvolvimento da
  trocas  Expansão da utilização de moeda
atividade comercial

- Noção: troca em duas fases:

. 1ª : Produtor troca os seus bens por moeda (B1 → M)
. 2ª : Troca de moeda por outros produtos (M →B2)

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Unidade 4: Comércio e moeda – a moeda

2. Formas de moeda

2.1 Moeda mercadoria

- Objetos relacionados com a principal atividade económica, aceites por todos e que serviam
como intermediários nas trocas.

- Exemplos: gado, peles, cereais, sal, etc.

- Desvantagens:
. Utilização com fins não monetários  falta de moeda.
. Dificuldades de fracionamento.
. Dificuldade de transporte.
. Dificuldade de guardar no tempo, pois podia deteriorar-se.

2.2 Moeda metálica

- Utilização de metais, normalmente preciosos (ouro ou prata) como moeda.

- Vantagens:
. Inalterável: mantêm as suas caraterísticas ao longo do tempo.
. Divisível: pode ser fracionada sem que as partes percam valor.
. Fácil de transportar.
. Difícil de falsificar.
. Baixa procura não monetária.
. Rara e escassa  não perde valor.

- Fases da moeda metálica

. Moeda pesada
. Moeda contada
. Moeda cunhada

2.3 Moeda-papel

- Devido ao incómodo e à insegurança, os cambistas (bancos) passaram a guardar as moedas dos

mercadores e emitiam um certificado de depósito ou letra de câmbio.

- Estes títulos representavam o ouro que tinha sido depositado e podiam ser trocados a qualquer
momento.

- Esta prática foi-se generalizando, passando estes títulos a funcionarem como meios de
pagamento (moeda – papel):
. Moeda representativa: os títulos representavam uma determinada quantidade de ouro à
guarda do banco que os emitiam.
. Convertível: o banco emissor assegurava a conversão das notas em ouro.

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2.4 Papel-moeda

- Moeda fiduciária
. Moeda papel a descoberto: os bancos emitiam notas que, no seu conjunto, tinham um
valor total superior aos metais preciosos à sua guarda (valor do papel emitido  valor
do ouro e prata).
. As notas circulavam com base na confiança (“fé”) que os indivíduos tinham no banco
emissor.

- Curso forçado e inconvertibilidade:

. Em épocas de crise ou de abuso
 pessoas procuravam trocar notas por metal
diminuía a confiança nas notas
Inconvertibilidade:
- O Estado monopolizava a emissão de notas e proibia a sua troca por metal.
- As notas passaram a ter um valor estabelecido e garantido pelo Estado, sem
correspondência em ouro.

2.5 Moeda escritural ou bancária

- Bancos deixaram de emitir moeda, mas continuaram a receber depósitos.

- Noção de moeda escritural: movimentos de valores monetários através de registos

contabilísticos nas contas dos clientes dos bancos, na sequência de ordens de
movimentações: cheques, cartões de crédito e de débito (moeda eletrónica) e através da
Internet.

- A utilização deste tipo de moeda generalizou-se à medida que se desenvolveu a atividade

bancária.

- Vantagens: mais prática (totalmente divisível e sem necessidade de transporte nem de

conservação) e mais segura.

2.6 Principais formas de moeda atuais: pág. 155

3. As funções da moeda e a sua desmaterialização

3.1 Funções da moeda

- Unidade de conta ou medida de valor: serve para exprimir o valor dos bens e serviços na
mesma unidade, facilitando as trocas.

- Meio de pagamento ou instrumento de troca: permite adquirir qualquer bem ou saldar qualquer
dívida, pois é aceite por todos.

- Instrumento de reserva de valor: pode ser retida no presente (poupada) para adquirir bens e
serviços no futuro.

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3.2 Desmaterialização da moeda

- Com a passagem da moeda-papel ao papel-moeda o valor facial da moeda (o que nela está
inscrito) passou a ser superior ao seu valor real (material).

- Atualmente os valores monetários não têm, necessariamente, que se concretizar em materiais

(suporte físico) com determinadas características que representam esses valores.

- Noção de desmaterialização da moeda: movimentação de valores monetários, sem a

correspondente movimentação de objetos que os representem  perda de conteúdo material da
moeda.

- Fatores responsáveis:
. desenvolvimento da atividade económica e o incremento das trocas;
. evolução tecnológica  movimentação de valores monetários através de sistemas
informáticos.

3.3 O Euro: págs. 158 e 159