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PRELIRMINARMENTE:
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA:
[...]
VIII- A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus
da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiência" (grifamos).
Da simples leitura deste dispositivo legal, verifica-se, sem maior esforço, ter o
legislador conferido ao arbítrio do juiz, de forma subjetiva, a incumbência de,
presentes o requisito da verossimilhança das alegações ou quando o consumidor for
hipossuficiente, poder inverter o ônus da prova.
III – DA LEGITIMIDADE
A legislação processual civil pátria dispõe que, para propor ou contestar ação,
é necessário ter interesse e legitimidade (art. 17º do NCPC).
“Art. 2º. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final.
Cabe salientar que a iluminação de emergência possui uma vida útil sem
carregamento na corrente elétrica de, no mínimo, seis horas.
Neste momento, a autora também foi informada de que sua queixa por falta
de luz estava sendo registrada nos sistemas (protocolo nº.xxxxxxxxxxx) e que, até
às 08h40min do dia seguinte, uma equipe de urgência estaria em seu domicílio
para verificar o ocorrido.
[...]
Revoltada, a autora se dirigiu até a caixa de luz do prédio, onde constatou que
o lacre de segurança estava rompido e a fiação retirada da caixa medidora,
conforme comprovam fotos anexadas. (doc.V)
Destaca-se aqui que, o banho frio não foi nenhum incômodo, uma vez que a
noite, a temperatura perfazia cerca de 30º Celsius.
Frisa-se que a autora se encontrava com o celular com a bateria pela metade,
e que não disponibilizava de nenhuma tomada na área útil do prédio para que
pudesse realizar o carregamento de seu aparelho, assim a mesma ficou
impossibilitada de realizar ligações e navegar na internet para economizar a bateria
de seu telefone.
Momento o que realizou mais uma ligação para a empresa de energia elétrica
para verificar o comparecimento da equipe de reparo.
“Art. 37...
Não cansamos de deixar claro que em nenhum momento a autora deu causa
a cessão do fornecimento da energia, uma vez que as contas referentes ao
apartamento 301 se encontram todas pagas e sem NENHUM atraso nos referidos
pagamentos.
Quem tem a luz cortada injustamente experimenta, sem dúvida, dano moral,
inclusive, o Superior Tribunal de Justiça reconhece que o corte do fornecimento de
energia elétrica fere a dignidade da pessoa humana. Não obstante, o corte é
admitido em hipóteses excepcionais para garantir a estabilidade do sistema, porque
configura forma indireta de compelir os devedores a pagar, caso este que, não se
adequa ao processo em tela.
“O fato de se cuidar de episódio que durou poucas horas não indica que se
deva tê-lo por transtorno comum impassível de indenização. Na situação, o prejuízo
moral é presumível; decorre do senso comum de justiça”, (Apelação nº 980.597-
0/6, 36ª Câmara, Rel. Des. Dyrceu Cintra.)
Assim, diante dos abalos morais por ficar aproximadamente vinte e quatro
horas sem energia elétrica em sua residência, estando com TODAS as contas
referente ao serviço devidamente pagas e do abalo financeiro que, devido a demora
na prestação do serviço, vivenciou com a perda dos alimentos em sua geladeira,
não restou alternativa senão buscar a tutela jurisdicional do Estado, para ser
ressarcida de forma pecuniária pelos danos morais e materiais sofridos.
DO DANO MORAL:
O dano moral foi inserido em nossa carta magna no art. 5º, inc. X, da
Constituição de 1998:
“Qualquer sofrimento humano que não é causado por uma perda pecuniária,
abrangendo todo o atentado à reputação da vítima, à sua autoridade legitima, ao
seu pudor, a sua segurança e tranquilidade, ao seu amor próprio estético, à
integridade de sua inteligência, as suas afeições, etc...” (Traité de La
ResponsabilitéCivile, vol.II, nº 525, in Caio Mario da Silva Pereira, Responsabilidade
Civil, Editora Forense, RJ, 1989).
Quando se pleiteia uma ação visando uma indenização pelos danos morais
sofridos, não se busca um valor pecuniário pela dor sofrida, mais sim um lenitivo
que atenue, em parte, as consequências do prejuízo sofrido. Visa-se, também, com
a reparação pecuniária de um dano moral imposta ao culpado representar uma
sanção justa para o causador do dano moral.
“Não se trata, como vimos, de uma indenização de sua dor, da perda sua
tranquilidade ou prazer de viver, mas de uma compensação pelo dano e injustiça
que sofreu, suscetível de proporcionar uma vantagem ao ofendido, pois ele poderá,
com a soma de dinheiro recebida, procurar atender às satisfações materiais ou
ideais que repute convenientes, atenuando assim, em parte seu sofrimento
A tormenta maior que cerca o dano moral, diz respeito a sua quantificação,
pois o dano moral atinge o intimo da pessoa, de forma que o seu arbitramento não
depende de prova de prejuízo de ordem material.
O dano moral sofrido pelo Autor ficou claramente demonstrado, vez que a
ligação de energia do seu imóvel se encontrava desligada por cerca de vinte quatro
horas, tendo a autora ficada isolada em seu apartamento, em um calor de
aproximadamente trinta graus, vendo seus alimentos putrefarem em sua geladeira,
sem nada poder fazer e por um motivo alheio a sua conduta.
DO PEDIDO:
Nestes termos,
Pede Deferimento.
Local, data.
Nome do advogado
OAB nº xxx