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C U RS O

DOSIMETRIA DA PENA E IMPUGNAÇÃO


À SENTENÇA CRIMINAL

Douglas da Silva Araújo


Douglas da Silva Araújo
Doutorando em Estudos Urbanos e Regionais (UFRN)
Mestre em Direito Constitucional (UFRN)
Professor universitário (UNP)
Especialista em Criminologia e Segurança Pública
(FIP/Patos)
Bacharel em Direito (UFCG)
Professor do Curso de Direito (UNP)
Referências:
Introdução

DOSIMETRIA DA PENA
Qual pena deve ser aplicada à conduta
descrita abaixo?
Qual pena deve ser aplicada à conduta descrita abaixo? Resposta:
Qual pena deve ser aplicada à
conduta descrita a seguir?
Qual pena deve ser aplicada
à conduta descrita a seguir?

Resposta:
Qual pena deve ser aplicada à conduta descrita abaixo?
Qual pena deve ser aplicada à
conduta descrita abaixo?

Resposta:
Trata-se de um processo de discricionariedade juridicamente
vinculada;

Dentre os limites estabelecidos pelo legislador (mínimo e


máximo), elege o magistrado o quantum ideal, valendo-se do seu
livre convencimento (discricionariedade), embora com
fundamentada exposição do seu raciocínio (juridicamente
vinculada);

É a motivação da sentença que oferece garantia contra os


excessos, os erros de apreciação, as falhas de raciocínio ou de
lógica ou os demais vícios de julgamento;

Guilherme de Souza NUCCI: “É forçoso reconhecer estar


habitualmente presente nesta atividade do julgador um coeficiente
criador, e mesmo irracional, em que, inclusive inconscientemente,
se projetam a personalidade e as concepções de vida e do mundo
do Juiz”.
Durante a dosimetria, ocorre um “duplo estágio” chamado por
EDUARDO DEMETRIO CRESPO:

Individualização judicial da pena em sentido estrito –


fixação do tipo e do quantum da pena;

Individualização judicial em sentido amplo –


aplicação ou não dos substitutivos legais permitidos
(PRD; Sursis penal).
TIPO PENAL É MODELO LEGAL E ABSTRATO
DE CONDUTA

Tipo básico: Tipo derivado:


Figura básica e fundamental, contando com Conjunto de circunstâncias envolvendo a
vários elementos indispensáveis à prática do crime, envolvendo elementos
formação do crime. acidentais.

Qualificadoras/privilegiadoras;
Causas de aumento/diminuição;
Agravante/atenuante;
Circunstâncias judiciais.
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS

Estão previstas no art. 59 do Código Penal, não possuindo expressa definição legal,
surgindo, em última análise, da avaliação do juiz, ao estabelecer a pena-base. São
nitidamente residuais, não integrantes da tipicidade derivada ou circunstâncias legais.
CIRCUNSTÂNCIAS LEGAIS

Circunstâncias legais são todas as particularidades envolvendo a prática do delito (fato


e autor), devidamente previstas em lei.

Agravantes e atenuantes
Causas de aumento ou diminuição
Qualificadoras e privilégios
AGRAVANTES E ATENUANTES

Agravantes são circunstâncias legais genéricas, válidas para aplicação a qualquer


crime, desde que não constituam elemento fundamental da figura básica ou
qualificadora, de modo a evitar o bis in idem. Estão previstas nos artigos 61 e 62 do
Código Penal, com extensão para os artigos 63 e 64, que são explicativos da
reincidência e seus efeitos;

Atenuantes são circunstâncias legais genéricas aplicáveis a qualquer delito,


envolvendo o fato ou o autor, recomendando ao juiz que abrande o juízo de censura,
diminuindo a pena-base, quando esta já não estiver fixada no grau mínimo. As
hipóteses são previstas nos artigos 65 e 66 do CP.
AGRAVANTES
AGRAVANTES
ATENUANTES
CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DE PENA
Causas de aumento são circunstâncias legais específicas, a ponto de obrigar o juiz a
aplicar elevação da pena em quantidades estabelecidas pelo próprio legislador, na
forma de cotas fixas ou variáveis.
Exemplos de causas de aumento previstas na Parte Geral do Código Penal: artigos 69
(concurso material), 70 (concurso formal) e 71 (crime continuado)
Exemplos de causas de aumento previstas na Parte Especial do Código Penal: artigos
121, § 4.º, 157, § 2.º, 158, § 1.º, 226, entre outras.

Causas de diminuição são circunstâncias legais específicas, determinativas da


redução da pena obrigatoriamente pelo juiz, levando em conta as quantidades
preestabelecidas em cotas fixas ou variáveis pelo próprio legislador
Exemplos de causas de diminuição previstas na Parte Geral do Código Penal: artigos
14, II, 16, 21, parte final, 24, § 2.º, 26, parágrafo único, 28, § 2.º; 29, § 1.º.
Exemplos de causas de diminuição previstas na Parte Especial do Código Penal:
artigos 121, § 1.º, 129, § 4.º, 155, § 2.º, 171, § 1.º, dentre outras.
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
CAUSAS DE DIMINUIÇÃO DE PENA
QUALIFICADORAS E PRIVILÉGIOS
Qualificadoras são circunstâncias legais específicas, jungidas diretamente ao tipo penal incriminador,
produtoras da elevação da faixa de aplicação da pena, em patamares prévia e abstratamente
estabelecidos. São exemplos de qualificadoras: artigos 121, § 2.º, 155, § 4.º, 159, § 1.º, 163, parágrafo
único, entre outros casos.

Privilégios são circunstâncias legais específicas, vinculadas ao tipo penal incriminador, provocadoras
da diminuição da faixa de aplicação da pena. São exemplos de privilégios: artigos 251, § 1.º, 317, § 2.º,
348, § 1.º. Por vezes, a figura privilegiada do crime está prevista em tipo autônomo, como aconteceu
no caso do homicídio. Assim, o autêntico homicídio privilegiado é o infanticídio, inserido no art. 123,
mas, logicamente, deve-se respeitar a sua titulação jurídica própria.

As qualificadoras e os privilégios, porque constantes do tipo penal incriminador específico e alterarem


a faixa de fixação da pena, são considerados logo de início, antes mesmo de se iniciar o processo de
aplicação da pena;

A qualificadora difere da causa de aumento, pois essa última possui um aumento adicionado à pena
prevista para o tipo básico.
QUALIFICADORAS
PRIVILÉGIOS
O que ocorre quando existem duas ou mais qualificadoras?

Homicídio qualificado pelo motivo torpe, associado à execução


por meio cruel e utilização de recurso que dificultou ou tornou
impossível a defesa da vítima. Logo, tem-se uma tripla
qualificação;

O reconhecimento da primeira qualificadora permite a mudança


da faixa de fixação da pena, que salta de 6 a 20 anos para 12 a
30. Não é razoável, após esse procedimento, o desprezo das
outras duas relevantes circunstâncias igualmente presentes. A
solução consiste em levar o magistrado a considerar as duas
outras como agravantes, ou, subsidiariamente, como
circunstância judicial (art. 59, CP).
Tópico II:

FASES DA DOSIMETRIA DA PENA:


ASPECTOS GERAIS
O atual sistema trifásico de dosagem
da pena foi proposto e defendido por
Nelson Hungria durante a 1ª
Conferência de Desembargadores,
realizada em julho de 1943, com a
presença de representantes dos
Tribunais de Justiça do então Distrito
Federal e dos Estados;

A Conferência dos Desembargadores


representou um importante marco e
fator determinante para a prevalência
jurisprudencial do método trifásico de
aplicação da pena, posteriormente
positivado com a Reforma da Parte
Geral do Código Penal, em 1984.
A primeira fase da dosimetria, constitui a fixação da pena-base;

A pena-base é a primeira escolha do juiz no processo de fixação


da pena, sobre a qual incidirão as agravantes e atenuantes e, em
seguida, as causas de aumento e diminuição.

Previsão: art. 59 do Código Penal;

ATENÇÃO AO BIS IN IDEM: É possível que o julgador, se não agir


com cautela, leve em consideração duas ou mais vezes a mesma
circunstância fática na operação relativa à dosimetria da pena.
Para a configuração do roubo é preciso comprovar o emprego da violência ou grave
ameaça. Essa violência não poderá ser quantificada novamente durante a dosimetria,
sob pena de violar o bis in idem. Exceção: É possível que o julgador leve em conta a
extremada violência do autor, desnecessária para a concretização do roubo,
demonstrativa de personalidade sádica. Nesse caso, não há bis in idem, tendo em vista
o grau da violência. Ultrapassando a barreira do mínimo indispensável para a
configuração do tipo básico, o restante pode e deve ser avaliado como circunstância
peculiar do caso, a merecer ponderação na fixação da pena
FIXAÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO DA PPL
FIXAÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO DA PPL
FIXAÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO DA PPL
FIXAÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO DA PPL
FIXAÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO DA PPL
FIXAÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO DA PPL
FIXAÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO DA PPL
Tópico III:

PRIMEIRA FASE:
FIXAÇÃO DA PENA-BASE
FIXAÇÃO DA PENA-BASE (ART. 59 DO CÓDIGO PENAL)

1. Culpabilidade
2. Antecedentes
3. Conduta social
4. Personalidade
5. Motivos
6. Circunstâncias
7. Consequências do crime
8. Comportamento da vítima
1. CULPABILIDADE

Quando se encontra no momento de fixar a pena, o julgador leva em conta a


culpabilidade em sentido lato, ou seja, a reprovação social que o crime e o
autor do fato merecem;

A culpabilidade equivale a um exame de maior ou menor censurabilidade


do comportamento do agente, isto é, a maior ou menor reprovabilidade da
conduta praticada;

Analisa-se o “quantum” de censurabilidade excedeu os limites do resultado


aguardado pelo delito. Não se pode atribuir valoração à culpabilidade quando
o resultado da infração já é aquele esperado com relação ao crime praticado;

Exemplo: a frieza e a premeditação, as quais revelem maior intensidade no


modo de agir do agente (intensidade maior no dolo).
1. CULPABILIDADE

Ciúme: “O ciúme é de especial reprovabilidade em situações de violência de gênero, por


reforçar as estruturas de dominação masculina – uma vez que é uma exteriorização da
noção de posse do homem em relação à mulher”;
Intensidade da violência: “Na hipótese, está fundamentada, de forma adequada, a
fixação da pena-base acima do mínimo legal, pois foi mencionada a culpabilidade
exacerbada do réu, evidenciada pela brutalidade da ação – o agravante agrediu a vítima
com pluralidade de golpes, tapas e empurrões. Desse modo, foram indicados elementos
concretos, que não se afiguram inerentes ao próprio tipo penal”;
Réu praticante de artes marciais: “Tem-se por justificado o trato negativo da vetorial
culpabilidade diante do fato de o réu ser praticante de artes marciais, o que, em se
considerando os princípios éticos da prática desportiva, de não utilização da violência
salvo em casos extremos, justifica validamente a exasperação da pena-base, porquanto
evidencia maior reprovabilidade da conduta, sendo imprópria, de todo modo, a revisão do
entendimento firmado pelas instâncias ordinárias na estreita via do especial”;
1. CULPABILIDADE

Socos na direção do rosto e da cabeça da vítima: “No exame da culpabilidade, as


circunstâncias concretas foram detidamente analisadas pelo Tribunal a quo, para
demonstrar porque a conduta do Réu de desferir socos na direção do rosto e da cabeça
da vítima se reveste de especial reprovabilidade”;
Violência excessiva: É lícita a valoração negativa da culpabilidade do réu e das
circunstâncias do delito quando comprovada a utilização de violência excessiva contra a
vítima, que teve deformação facial, precisando passar por vários procedimentos
cirúrgicos, além de ter sofrido sério abalo emocional”;
Crime praticado com inúmeros golpes e emprego de faca: “Hipótese em que as
instâncias ordinárias fixaram a pena-base em 3 anos acima do mínimo cominado em
abstrato para o delito do art. 129, § 1º, do CP pela análise desfavorável da culpabilidade -
o crime foi praticado com inúmeros golpes, alguns deles com emprego de faca, o que
causou múltiplas lesões graves na vítima”.
2. ANTECEDENTES

Consiste na vida pregressa em matéria criminal do agente;

O conceito de antecedentes é subsidiário à reincidência, posto que só as


condenações penais transitadas em julgado que não são aptas a caracterizar a
reincidência do agente, poderão ser valoradas na primeira fase como maus
antecedentes;

Súmula 444, STJ: “É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais


em curso para agravar a pena-base”;

Tema 150 (STF): “Não se aplica para o reconhecimento dos maus antecedentes
o prazo quinquenal de prescrição da reincidência, previsto no art. 64, I, do
Código Penal”;
2. ANTECEDENTES

Os atos infracionais praticados durante a adolescência do acusado não podem ser


considerados como geradores de antecedentes, nem de personalidade
desajustada (STJ/HC 81.866/DF);

Também não caracterizam maus antecedentes as sentenças declaratórias e


homologatória;

Quando o agente mais de uma condenação definitiva anterior, o magistrado possa


considerar uma delas para efeito de reincidência e a outra como maus
antecedentes. Inexiste, nessa hipótese, bis in idem, pois são elementos geradores
diversos.
2. ANTECEDENTES
3. CONDUTA SOCIAL

É o papel do réu na comunidade, inserido no contexto da família, do trabalho, da


escola, da vizinhança, dentre outros, ou seja, sua inserção social;

Assim, a conduta social equivale a análise do comportamento pregresso do agente


praticante do delito, a partir de suas relações familiares, afetivas, laborais, com a
vizinhança, eventuais passagens pela polícia, pelo poder judiciário, com as devidas
comprovações em elementos concretos existentes nos autos;

O magistrado precisa conhecer a pessoa que está julgando, a fim de saber se


merece uma reprimenda maior ou menor. Por isso a importância das perguntas
que devem ser dirigidas ao acusado, no interrogatório e às testemunhas, durante a
instrução;
3. CONDUTA SOCIAL

Exemplo: indivíduo acostumado a incomodar pessoas, provocar arruaças, agredir


a família, ainda que não tenha formalmente cometido um crime e por este tenha
sido processado;

Guilherme NUCCI: Outro fator ponderável é a situação social do infrator. A pobreza


é de fato uma experiência traumática que deixa marcas profundas. Faz o ser
humano ser mais vulnerável às patologias mentais porque se trata de uma
experiência de violência social à integridade física e mental da pessoa. (...) A
pobreza, como o maior fator de risco para as patologias, é uma forma de
sofrimento social coletivo, componente da política econômica global”. Nessa
ótica, a pessoa, ao sofrer privações de toda ordem, particularmente no tocante à
sua própria sobrevivência, tem maior probabilidade de infringir regras, cometendo
delitos, sobretudo patrimoniais.
3. CONDUTA SOCIAL

Usuário contumaz de bebida alcoólica: “No caso em apreço, foi devidamente considerada
como negativa a conduta social do réu, que, por ser usuário contumaz de bebida alcóolica,
apresenta comportamento social desvirtuado no seio familiar, não sendo o episódio relatado
nesta ação penal fato isolado, o que aumenta a censurabilidade da conduta praticada,
exigindo uma resposta penal superior”;
Conflitos com a família da vítima e desrespeito aos padrões de convívio em sociedade: “Na
hipótese, verifica-se que a pena-base foi estabelecida acima do piso legal em razão de a
conduta social do réu ter sido reconhecida como desabonadora, considerando ’toda a
perturbação que vem causando à sua família ao provocar constantes conflitos envolvendo
sua mãe e sua irmã, além de não ser dado a respeitar os padrões de convívio em sociedade,
não tendo trabalho lícito, dedicando-se ao ócio e ao uso de drogas’, sendo que ‘tais condutas
perniciosas ao meio social e familiar não podem ser entendidas como normais, corriqueiras
e/ou aceitáveis, sobretudo quando se percebe que tais comportamentos atingem sua família
há vários anos sem que haja de sua parte qualquer compromisso sério com a mudança’, o
que denota motivação válida”
4. PERSONALIDADE

Trata-se do conjunto de caracteres exclusivos de uma pessoa, parte herdada, parte


adquirida;

São exemplos de elementos da personalidade, que se pode buscar na análise do modo


de ser do autor da infração penal:

a) aspectos positivos: bondade, alegria, persistência, responsabilidade nos afazeres,


franqueza, honestidade, coragem, calma, paciência, amabilidade, maturidade,
sensibilidade, bom-humor, compreensão, simpatia; tolerância, especialmente à
liberdade de ação, expressão e opinião alheias;

b) aspectos negativos: agressividade, frieza emocional, insensibilidade acentuada,


emotividade desequilibrada, passionalidade exacerbada, maldade, irresponsabilidade
no cumprimento das obrigações, esnobismo, ambição desenfreada, covardia,
desonestidade, individualismo exagerado, hostilidade no trato, soberba, inveja,
intolerância, xenofobia, racismo, homofobia, perversidade.
4. PERSONALIDADE

Enfoques da agressividade:

a) agressividade instrumental, que é apenas um mecanismo de obtenção de algo,


mas não significa necessariamente fazer o mal a outrem;

b) agressividade defensiva, que tem a dimensão de proteger a vida ou seus


interesses de ataques ou ameaças, também não constituindo algo ilícito;

c) agressividade hostil (também denominada destrutiva), justamente a que tem por


meta causar dano a terceiro, representando a violência das atitudes, como o
sadismo. O importante, para a verificação da agressividade destrutiva, é detectar se
o agente do crime sente-se gratificado por vivenciá-la, impingindo o mal a outrem,
especialmente quando essa gratificação o leva ao encorajamento de persistir nessa
trilha.
4. PERSONALIDADE

Enfoques da agressividade:
4. PERSONALIDADE
Vários doutrinadores fazem severas críticas no sentido de ser impossível ao juiz elaborar
um diagnóstico preciso acerca da personalidade de alguém. Porém NUCCI afirma que o
magistrado “deve levar em conta os fatores que se esgotam na atividade delituosa e não
no ser humano que é como um todo, afinal, defeitos todos possuímos e nem sempre eles
se revelam em móveis propulsores de ação criminosa”;

Há decisões superficiais, que precisam ser rechaçadas, mencionando em poucas


palavras que a “personalidade do réu é deturpada” ou “voltada ao crime”;

O julgador deve buscar maiores elementos de apoio para chegar ao seu veredicto;

Essa circunstância pode ser aferida a partir da produção de avaliação psicológica do


acusado, ou quando arrolado como testemunha profissional especializado para fornecer
informações detalhadas ao juiz;

O juiz pode nomear psicólogo de sua confiança para avaliar o caráter e a personalidade
de determinado réu – por exemplo, em crimes passionais.
4. PERSONALIDADE

Ingestão de bebida e existência de medidas protetivas: “O abuso de ingestão de bebidas


alcoólicas e a existência de medidas protetivas de urgência reveladoras de comportamento
agressivo, justificam a valoração negativa da vetorial da personalidade do réu”;
Descumprimento reiterado de medidas protetivas de urgência: “O descumprimento reiterado de
medidas protetivas de urgência é fundamento idôneo para valorar negativamente a personalidade
do agente, porquanto tal comportamento revela seu especial desrespeito e desprezo tanto pela
mulher quanto pelo sistema judicial”;
Personalidade agressiva e perigosa: “As instâncias ordinárias sopesaram, de modo
fundamentado, o aumento da pena-base devido à personalidade agressiva e perigosa do réu,
demonstrada pelo histórico de ocorrências de violência física envolvendo a ofendida e devido ao
descumprimento de medidas protetivas imposta pelo juízo processante, o que justifica a
negativação da vetorial”;
Perseguição (stalking) e comportamento opressor: “No caso concreto, o Tribunal a quo registrou
que ‘merece acolhimento o pedido de valoração negativa da personalidade do agente, pois o
contexto probatório releva que o comportamento do réu é desvirtuado, já que, além de ameaçar a
vítima, (...) costumava persegui-la e vigiá-la reiteradamente, tanto durante o relacionamento, como
após o término, deixando-a psicologicamente abalada quando percebia sua presença’”.
5. MOTIVOS

Os motivos indicam um plexo de situações psíquicas, que faz alguém agir


criminosamente;

O juiz deve buscar as razões de ser da conduta bem como os objetivos a serem
alcançados pelo agente em qualquer delito;

NUCCI afirma que todo crime tem um motivo (ou mais de um), que pode ser mais
ou menos nobre, mais ou menos repugnante. A avaliação disso faz com que o juiz
exaspere ou diminua a pena-base;

Para NUCCI, também, o reconhecimento dos motivos pode levar ao aumento ou


diminuição da pena, quando analisado no contexto das circunstâncias judiciais;

Conhecer o motivo determinante do delito pode fazer brotar, como consequência


natural, a análise da personalidade do agente;
5. MOTIVOS
Motivo (razão e meta) é diferente de objetivo do crime. O primeiro é a causa, a
origem do delito; o segundo é o fim atingido ou a atingir;

Exemplo: Numa extorsão mediante sequestro, nota-se que o recebimento do


resgate é a meta particular traçada pelo legislador para a modalidade de extorsão
prevista no art. 159 do Código Penal. Entretanto, qual o motivo que leva o
extorsionário a agir?

O juiz, ao aplicar a pena ao réu, nesse caso, não levará em conta a finalidade típica,
pois seria um indevido bis in idem, mas sim as razões que levaram o agente a atuar
daquela maneira;

Importante frisar que, em muitos delitos, os motivos apresentam-se como


elementar típica, qualificadora ou causa de aumento ou diminuição de pena e,
dessa forma, não poderão ser aquilatados na fixação da pena-base, sob pena de
restar violado o bis in idem.
5. MOTIVOS
É reconhecida pela jurisprudência a possibilidade de coexistência de dois ou mais
motivos para o mesmo delito:

Em julgamento pelo Tribunal do Júri, ocorrido em São Paulo: o réu matou a vítima por três
razões, todas elas torpes. O Ministério Público as descreveu na denúncia, porém, para efeito
de qualificadora, bastaria um fundamento. No entanto, os outros dois não poderiam ser
esquecidos. São os motivos do homicídio:
a) pretendendo assumir a liderança de facção criminosa, quis mostrar força matando alguém;
b) tencionando vingar-se da pretensa traição de sua namorada, escolheu o atual companheiro
dela para matar;
c) havia uma recomendação feita por um pai-de-santo para matar alguém, a fim de conseguir
um trabalho para enriquecer sem trabalhar.
Enfim, o agente eliminou o ofendido para ascender no crime (torpeza), para vingar-se da ex-
namorada (torpeza) e para dar cabo de um trabalho espiritual (torpeza, senão futilidade).

O motivo torpe ligado à ascensão do réu no crime foi considerado para qualificar o
crime, situando a pena no intervalo de 12 e 30 anos de reclusão. No estabelecimento
da pena-base, os outros motivos (vingança e "trabalho") foram considerados enquanto
circunstância judicial "motivo", conforme art. 59 do Código Penal.
5. MOTIVOS

Ameaças em razão do térmico do relacionamento: “Na espécie, os motivos do crime foram


efetivamente mais graves, na medida em que as ameaças foram externadas em razão do
término do relacionamento amoroso entre o paciente e a vítima, o que revela torpeza, bem
como pelas circunstâncias mais gravosas da prática delitiva, que ensejou a exposição da
intimidade da ofendida”;
Ameaça à ex-esposa com o objetivo de impedi-la de acionar a justiça requerendo o divórcio e
pensão alimentícia para os filhos do casal: “Na hipótese, a fundamentação adotada justifica o
aumento da pena, considerando que o agravante, utilizando-se de ameaças à vida da vítima,
buscava covardemente atemorizá-la para que desistisse de ajuizar ações de divórcio e de
pensão alimentícia em benefícios de seus próprios filhos”;
Sentimentos de ciúmes e posse sobre a mulher: “Está fundada em dados concretos, não
inerentes ao tipo penal, a exasperação da pena-base do crime de ameaça no contexto de
violência doméstica, pois as instâncias ordinárias destacaram ter o acusado agido por
sentimentos reprováveis de ciúmes e posse da mulher (motivos), na frente da filha dos
envolvidos (circunstâncias), e mencionaram que a ofendida teve que fugir da própria casa
(consequências), em razão do medo que o réu lhe incutiu”.
6. CIRCUNSTÂNCIAS DO FATO CRIMINOSO

São as denominadas circunstâncias objetivas, porque ligadas ao fato e não ao


seu autor;

São os elementos acidentais não participantes da estrutura do tipo, embora


envolvendo o delito

Para Enio Luiz Rosseto as circunstâncias do crime “se relacionam com o lugar e o
tempo do crime, o modo de execução e nas relações entre autor e vítima. Há maior
reprovação se o crime foi cometido em lugar ermo ou durante a noite”;

Exemplos: o lugar do fato (ex.: o agente leva a vítima até um local ermo para
estuprá-la), ao modo de execução (ex.: o agente amarra o noivo da vítima e o
obriga a presenciar o estupro) ou ao tempo de duração (ex.: a vítima é estuprada
durante toda a noite).
6. CIRCUNSTÂNCIAS DO FATO CRIMINOSO

Crime ocorrido no interior de residência, local de difícil constatação: “Conforme consignei na


decisão agravada, a vetorial das circunstâncias do crime foi valorada, na sentença, de forma
negativa, uma vez que o crime foi consumado no interior da residência, ambiente de difícil
constatação da prática delitiva, o que foi mantido pelo Tribunal de origem. Com efeito, o
decreto condenatório apresentou elementos concretos extraídos dos autos, demonstrando
que a prática do delito se afastou da normalidade do tipo, a partir do modus operandi
empregado que denotou maior reprovabilidade da conduta praticada, visando encobrir o ato
ilícito, o que justifica o desvalor conferido às circunstâncias do delito”;
Crime praticado na presença dos filhos da vítima: “No caso, a pena-base foi idoneamente
elevada em razão das circunstâncias do crime, pois o agravante cometeu o crime - agressão
verbal com palavras de baixo calão e física com socos e tapas - na presença dos filhos da
vítima”;
Estupro praticado durante o repouso noturno: “Conforme a orientação do STJ, extrapola a
normalidade do tipo penal o crime de estupro cometido durante o período do repouso noturno.
Isso porque, como salientado pela Corte de origem, o fato de o delito ter sido cometido
durante o repouso noturno favorece a prática delitiva e aumenta a vulnerabilidade da vítima”.
7. CONSEQUÊNCIAS DO FATO CRIMINOSO

Relacionam-se, principalmente, com a extensão do dano ocasionado pela


infração, isto é, os efeitos oriundos do ilícito.

Ricardo Schmitt apresenta lições importantes sobre a referida circunstância,


aludindo que a valoração das consequências do crime exige um “plus” que
deriva do ato ilícito praticado pelo agente, não podendo ser próprio do tipo. No
homicídio, a morte já o efeito esperado pelo crime. No furto, a subtração da coisa
é a consequência direta prevista pela infração, ou seja, são resultados inerentes
aos respectivos tipos penais. No entanto, situações como a morte de um pai de
família, que deixou cinco filhos menores e a esposa grávida e desempregada, a
subtração do dinheiro da vítima que acabara de sacar toda quantia que lhe
restava em conta para comprar medicação para a mãe enferma são
consequências que, claramente, requer uma reprimenda maior.
7. CONSEQUÊNCIAS DO FATO CRIMINOSO

Trauma causado à vítima: “O trauma causado à vítima, consoante apurado pelo Tribunal de
origem, não se confunde com um mero abalo psicológico passageiro, eis que “o temor e a pressão
psicológica que passou a vítima a deixou tão intimidada que, conforme relatou o informante R, ela
mudou-se para outra cidade sem informar seu novo endereço, deixando claro que não viria depor
em juízo por medo de represálias" (e-STJ, fl. 541), mostrando-se justificado o incremento da pena-
base no tocante às consequências do crime”;
Vítima que pulou o muro da residência para livrar-se das agressões: “Na hipótese, constata-se
que a pena-base foi fixada mediante fundamentação idônea com base nas peculiaridades do caso
concreto, ante a valoração negativa das consequências do crime. No presente caso, o fato da
vítima precisar pular o muro de sua própria residência para livrar-se das agressões, extrapola o
tipo penal, justificando a exasperação da pena-base”;
Ofendida que teve que fugir da própria casa: “Está fundada em dados concretos, não inerentes ao
tipo penal, a exasperação da pena-base do crime de ameaça no contexto de violência doméstica,
pois as instâncias ordinárias destacaram ter o acusado agido por sentimentos reprováveis de
ciúmes e posse da mulher (motivos), na frente da filha dos envolvidos (circunstâncias), e
mencionaram que a ofendida teve que fugir da própria casa (consequências), em razão do medo
que o réu lhe incutiu”.
7. CONSEQUÊNCIAS DO FATO CRIMINOSO
8. COMPORTAMENTO DA VÍTIMA

É o modo de agir da vítima que pode contribuir para levar o agente à prática do
crime;

Consoante Miguel Reale Jr. (2020, p. 305) “o comportamento da vítima constitui


inovação com vistas a atender aos estudos de vitimologia (...)”;

A circunstância em questão é a única, dentre as circunstâncias judiciais do art.


59 do Código Penal, que não pode ser valorada em desfavor do réu.
8. COMPORTAMENTO DA VÍTIMA

Classificação das vítimas, segundo BENJAMIN MENDELSOHN:

Vítima completamente inocente ou vítima ideal: É aquela que não tem nenhuma
participação no evento criminoso, o delinquente é o único culpado. Exemplos:
sequestro, roubo qualificado, terrorismo, vítima de bala perdida, infanticídio, etc.

Vítima menos culpada que o delinquente: Também conhecida como vítima por
ignorância. Trata-se daquela que contribui de alguma forma para o resultado
danoso do evento. Exemplo: Pessoa que frequenta locais perigosos expondo
seus objetos de valor.

Vítima tão culpada quanto o delinquente: Vítima chamada de provocadora, pois


sem a participação ativa da vítima, o crime não teria ocorrido. Exemplo: os casos
enquadrados na situação de fraude ou torpeza bilateral no crime de estelionato.
A vítima do crime, neste caso, também atua de maneira torpe e com má-fé; a
roleta-russa.
8. COMPORTAMENTO DA VÍTIMA

Classificação das vítimas, segundo BENJAMIN MENDELSOHN:

Vítima mais culpada que o delinquente: Nesse caso, a participação da vítima foi
maior ou mais intensa do que a do próprio autor. Exemplos: lesões corporais e
homicídios privilegiados cometidos após injusta provocação da vítima;

Vítima como única culpada: Nestes casos a vítima constitui-se a única pessoa
culpada do evento criminoso. Comum nos crimes culposos. Exemplo: Indivíduo
embriagado que atravessa avenida movimentada, ou também no caso da
legítima defesa; ou ainda aquela que simula a ocorrência de um delito para gerar
uma acusação em face de alguém.

A exceção da vítima ideal e da vítima como única culpada, as demais espécies de


vitimas podem reduzir a pena-base do réu.
COMO CALCULAR A PENA-BASE?

Não há critérios previamente estabelecidos em lei para valoração das


circunstâncias judiciais pelo magistrado;

Embora não haja previsão legal nesse sentido, depreende-se do disposto no art. 59
do CP a fração, consagrada pela jurisprudência, de 1/8, pois são oito as
circunstâncias a serem analisadas para fixação da pena-base;

Some-se a isso o fato de que se deve obedecer aos limites mínimo e máximo
contidos no preceito secundário do tipo penal incriminador, de modo que a pena-
base não pode sair dos limites legais nessa fase;

Para cada circunstância judicial avaliada de forma desfavorável pelo magistrado


seja acrescido o valor correspondente a 1/8 (um oitavo) da diferença entre as penas
máxima e mínima cominadas.
COMO CALCULAR A PENA-BASE?

CORRENTE DE “⅛”

A diferença entre as penas máxima e mínima é de 06 anos

06 anos é igual a 72 meses

72 ÷ ⅛ = 9 meses

Portanto, para cada circunstância judicial negativa será acredito na


pena do crime de roubo 09 meses.
Adotada predominantemente pelo STJ.
CORRENTE DO “TERMO MÉDIO”

“Escudo contra o risco de excesso” (BOSCHI, José Antônio Paganella).

De acordo com os defensores dessa corrente, a pena-base no crime de roubo


simples não poderia exceder a 7 anos, ainda que hipoteticamente a
totalidade das circunstâncias tenha sido avaliada de forma negativa ao réu.

Sem aceitação unânime pela jurisprudência, sobretudo pelo STJ.


CORRENTE DE “⅙”

É igualmente aceito pela jurisprudência do STJ;

Diferença do critério anterior: O cálculo da fração de 1/8 (um oitavo), conforme


explicitado, incide sobre o resultado da diferença entre a pena máxima e
mínima cominadas, ao passo que a fração de 1/6 (um sexto) incide sobre o
valor da pena mínima em abstrato;

Exemplo: No roubo simples, 1/6 (um sexto) de 4 (quatro) anos (pena mínima)
são 8 (oito) meses, valor inferior aos 9 (nove) meses oriundos do cálculo
decorrente do critério de 1/8 (um oitavo);

Nesse exemplo, a aplicação da fração de ⅙ revela-se mais benéfica do que ⅛.


Critério de “⅛”
vs.
Critério de “⅙”

Obs.: Apenas no latrocínio o


aumento por circunstância judicial
desfavorável decorrente da
utilização do critério de 1/6 é
superior ao do critério de 1/8. Nos
demais casos, a utilização do
critério de 1/6 é mais vantajoso
para o réu.
AFINAL, QUAL CRITÉRIO UTILIZAR?

O STJ ressalta que a dosimetria da pena não é mera operação aritmética em


que critérios matemáticos se aplicam de forma impositiva;

O STJ também já manifestou que o réu não possui direito subjetivo à adoção
de alguma fração específica;

CONCLUSÃO: No que concerne aos critérios de fixação da pena-base, o STJ,


tendo por escopo a discricionariedade vinculada do julgador e o princípio da
proporcionalidade, admite como aumento da pena-base, por circunstância
judicial desfavorável, tanto a fração de 1/8 (um oitavo) entre o mínimo e o
máximo da pena em abstrato, quanto 1/6 (um sexto) da pena mínima em
abstrato. De igual modo, aceita a não adoção de critério matemático, desde que
haja fundamentação idônea e concreta.
Tópico IV:

SEGUNDA FASE:
AGRAVANTES E ATENUANTES
AGRAVANTES

Nessa segunda fase da dosimetria, também não há uma fração específica a


ser aplicada para aumentar ou diminuir a pena. A jurisprudência consolidou o
entendimento que cada agravante ou atenuante deve ser equivalente a ⅙ (um
sexto) da pena-base;

Exemplo: No caso da pena-base estabelecida em 15 anos para um homicídio


qualificado. Havendo uma agravante a pena passaria a 17 anos e 6 meses;

As agravantes constituem um rol taxativo previsto no art. 61 do Código Penal,


não sendo cabível a sua ampliação.
AGRAVANTES
AGRAVANTES
A única agravante que alcança os tipos penais dolosos e culposos é a
reincidência, prevista no art. 61, I, do CP. As demais, inseridas no inciso II, são
peculiarmente dispostas para envolver crimes dolosos, até pelo sentido
teleológico que apresentam;

É incongruente falar em crime culposo por motivo fútil;

Em outra ilustração, pune-se mais gravemente aquele que comete crime contra
criança, maior de 60 anos, enfermo ou mulher grávida, porque demonstra o
autor maior covardia, agindo contra quem se defende precariamente. Assim, se
o agente de um atropelamento culposo provoca lesões em uma criança, não se
deve considerar a agravante, uma vez que ele não quis o resultado, logo, pouco
interessa que a vítima fosse pessoa adulta ou não.
REINCIDÊNCIA
A luz do caráter preventivo especial da sanção penal, notando-se que a pena
anterior teria sido insuficiente ante a reiteração delinquente do agente, a
reincidência objetiva tornar a pena mais severa;

No art. 63 do Código Penal, preceitua-se que a reincidência é o cometimento


de uma infração penal após já ter sido o agente condenado definitivamente, no
Brasil ou no exterior, por crime anterior. Admite-se, ainda, porque previsto
expressamente na Lei das Contravenções Penais, o cometimento de
contravenção penal após já ter sido o autor anteriormente condenado com
trânsito em julgado por contravenção penal.

Portanto, admite-se, para efeito de reincidência, o seguinte quadro: a) crime


antes e crime depois; b) crime antes e contravenção penal depois; c)
contravenção antes e contravenção depois. Não se admite: contravenção
antes e crime depois, por falta de previsão legal.
REINCIDÊNCIA
REINCIDÊNCIA
É preciso juntar aos autos a certidão cartorária para comprovar a condenação
anterior;

Súmula 241, STJ: A reincidência penal não pode ser considerada como
circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial;

Porém, nada impede a elevação da pena-base porque o réu possui maus


antecedentes e, depois, novamente, por conta da reincidência, como agravante,
se há condenações distintas em número suficiente para tal procedimento;

Por fim, para constatação da reincidência, basta haver condenação, pouco


importando se a uma pena privativa de liberdade, restritiva de direitos ou
multa.
REINCIDÊNCIA

PERÍODO DEPURADOR:

Decorrido o quinquênio, não é mais possível, caso haja o cometimento de um


novo delito, surgir a reincidência.

Nesse prazo é computado o período em que o agente está em gozo de


suspensão condicional da pena ou de livramento condicional, não tendo havido
revogação do benefício.
REINCIDÊNCIA
NÃO GERA REINCIDÊNCIA:

A sentença que aplica o perdão judicial não induz à reincidência;

A sentença absolutória, seja ela própria ou imprópria (aplicação de medida de


segurança);

A sentença que homologa a transação penal;

A suspensão condicional do processo;

A sentença que homologa a composição civil dos danos;

Os crimes militares PRÓPRIOS, ou seja, só podem ser cometidos por militares;

Os crimes políticos;

A prescrição da pretensão punitiva.


REINCIDÊNCIA
REINCIDÊNCIA ESPECÍFICA:
Em regra, trata-se do cometimento do mesmo delito, pelo agente, após já ter sido
anteriormente condenado com trânsito em julgado;

Exemplo: pratica-se roubo e, após definitivamente condenado, torna-se a cometer o mesmo


crime.

A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob o rito dos recursos repetitivos
(Tema 1.172), adotou a seguinte tese: "A reincidência específica, como único fundamento, só
justifica o agravamento da pena em fração mais gravosa que um sexto em casos
excepcionais e mediante detalhada fundamentação baseada em dados concretos do caso".

No entanto, segundo o Ministro relator, o tratamento diferenciado pode ser feito em razão da
quantidade de crimes cometidos anteriormente, ou seja, da multirreincidência.

A reincidência específica é um conceito controvertido. Existem algumas leis que a


reincidência específica se caracteriza pelo cometimento de qualquer crime previsto na
respectiva norma. (Ex.: Reincidente em crime hediondo, impede o livramento condicional; Ex.:
Reincidente específico em qualquer crime previsto pelo Código de Trânsito, impõe ao juiz a
aplicação da penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir).
REINCIDÊNCIA
MULTIREINCIDÊNCIA:
A figura do “multirreincidente” surge quando o cidadão sofre a condenação (com
trânsito em julgado) por um delito, comete outro, sofre nova condenação por este
último, comete mais um e assim por diante.
MOTIVO FÚTIL
É o motivo de mínima importância, manifestamente desproporcional à
gravidade do fato praticado;

Exemplo: Aquele que lesiona a integridade física de outrem simplesmente


porque foi advertido a não fumar num ambiente hospitalar. O cliente que mata
o garçom tão somente porque este deixou cair bebida em sua roupa;

O motivo fútil constitui qualificadora para o crimes de homicídio (art. 121, § 2º,
II) e causa de aumento de pena para o crime de induzimento, instigação ou
auxílio a suicídio ou a automutilação (art. 122, § 3 º, I, CP);

A ausência de motivo na prática de uma infração penal não pode levar ao


reconhecimento dessa agravante;

Há divergência me considerar o ciúme enquanto motivo fútil.


MOTIVO FÚTIL
MOTIVO TORPE
É torpe o motivo repugnante, abjeto, vil, demonstrativo de depravação do
espírito do agente. O fundamento de mais severa punição ao criminoso
repousa na maior infringência à moral média, ao sentimento ético social
comum;

A vingança, quando inspirada por razões injustificáveis e repugnantes,


constitui motivo torpe;

Exemplos: Determinado traficante, movido por tal sentimento, matar o ex-


comparsa que resolveu regenerar-se, abandonando a atividade criminosa. O
delinquente que elimina a testemunha que, sob juramento, diante do juiz,
incriminou-o;

Obs.: Não poderá ser reconhecida a agravante do motivo torpe em decorrência


da prática de um crime de estupro, uma vez que a repugnância da ação já
constitui elementar do ·próprio tipo, evitando-se assim a ocorrência de bis in
idem.
MOTIVO TORPE
FACILITAÇÃO OU ASSEGURAÇÃO DA EXECUÇÃO,
OCULTAÇÃO, IMPUNIDADE OU VANTAGEM DE OUTRO CRIME

Essa agravante genérica repousa na conexão, ou seja, na ligação entre dois ou


mais crimes. A conexão nada mais é do que o liame existente entre duas
infrações penais.

A conexão pode ser teleológica (futuro), quando o crime é praticado para


facilitar ou assegurar a execução de outro crime (exemplo: furtar um banco
para, com o dinheiro, adquirir drogas para venda), ou consequencial (passado),
na hipótese em que o delito é cometido para facilitar ou assegurar a ocultação,
a impunidade ou a vantagem de outro crime (exemplo: coagir uma testemunha
para não incriminar em juízo o autor de um tráfico de drogas);

A presente agravante genérica está configurada mesmo que não seja iniciado
o delito almejado pelo agente. Basta sua intenção de cometê-lo. Contudo,
quando forem realizados os dois delitos, por eles responderá o sujeito, em
concurso material.
FACILITAÇÃO OU ASSEGURAÇÃO DA EXECUÇÃO,
OCULTAÇÃO, IMPUNIDADE OU VANTAGEM DE OUTRO CRIME
TRAIÇÃO, EMBOSCADA, DISSIMULAÇÃO OU OUTRO RECURSO
QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DO
OFENDIDO

Traição é o ataque súbito e sorrateiro, atingindo a vítima, descuidada por


confiança no agente, antes mesmo de perceber o gesto criminoso (QUEBRA DE
CONFIANÇA);

Emboscada é tocaia, ou seja, o agente espera a vítima passar para atacá-la


(ATAQUE OCULTO);

Dissimulação é a ocultação de intenção hostil, para acometer a vítima de


surpresa.

Autoriza o dispositivo, ao descrever forma genérica, uma interpretação


analógica aos casos apontados, ou seja, a extensão do gravame à utilização de
qualquer recurso que dificulte ou impossibilite a defesa do ofendido.
TRAIÇÃO, EMBOSCADA, DISSIMULAÇÃO OU OUTRO RECURSO
QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DO
OFENDIDO
EMPREGO DE VENENO, FOGO, EXPLOSIVO, TORTURA OU
OUTRO MEIO INSIDIOSO OU CRUEL OU DE QUE PODE
RESULTAR PERIGO COMUM

Essa agravante relaciona-se aos meios de cometimento do crime, que se


caracterizam pela insidiosidade ou crueldade. O dispositivo ainda contém uma
fórmula genérica;

Meio insidioso (veneno) é aquele capaz de iludir a atenção da vítima;

Meio cruel (fogo, explosivo, tortura) é aquele que causa, desnecessariamente,


maior sofrimento à vítima, ou revela uma brutalidade fora do comum;

Meio de que pode resultar perigo comum (fogo, explosivo) é o que pode atingir
indeterminado número de pessoas ou coisas.
EMPREGO DE VENENO, FOGO, EXPLOSIVO, TORTURA OU
OUTRO MEIO INSIDIOSO OU CRUEL OU DE QUE PODE
RESULTAR PERIGO COMUM
OFENDIDO ASCENDENTE, DESCENDENTE, IRMÃO OU
CÔNJUGE
Aumenta-se a punição no caso de crime cometido contra ascendente,
descendente, irmão ou cônjuge, tendo em vista a maior insensibilidade moral do
agente, que viola o dever de apoio mútuo existente entre parentes e pessoas
ligadas pelo matrimônio;

Nesse caso, trata-se do parentesco natural ou civil (p. ex. adoção);

Não se aplica às relações de afinidade, como as figuras do pai ou da mãe de


criação, madrasta, padrasto e outras correlatas;

Não se aplica, também, pelo princípio da legalidade estrita, aos concubinos ou


companheiros. Aliás, quando o crime for cometido em situação de
aproveitamento de união estável ou concubinato, é possível a utilização da
agravante de prevalência de relações domésticas ou de coabitação;

A prova do parentesco deverá constar obrigatoriamente dos autos (prova


documental).
OFENDIDO ASCENDENTE, DESCENDENTE, IRMÃO OU
CÔNJUGE
ABUSO DE AUTORIDADE OU PREVALÊNCIA DE RELAÇÕES
DOMÉSTICAS, DE COABITAÇÃO OU DE HOSPITALIDADE, OU
COM VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NA FORMA DA LEI
ESPECÍFICA
Alínea acrescentada pela Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha);

Legitima-se a exasperação da pena em face da violação dos postulados de


solidariedade e de assistência que devem reinar nas situações ali descritas.;

A expressão “abuso de autoridade” relaciona-se ao direito privado (exemplo: tutor e


tutelado);

Relações domésticas são as criadas entre os membros de uma família, podendo ou


não existir ligações de parentesco (exemplo: patrão e babá de seu filho). Aplica-se às
uniões estáveis;

Coabitação é a moradia sob o mesmo teto, ainda que por breve período (exemplo:
moradores de uma república de estudantes);

Hospitalidade é a recepção eventual, durante a estadia provisória na residência de


alguém, sem necessidade de pernoite (exemplo: receber amigos para um jantar).
ABUSO DE AUTORIDADE OU PREVALÊNCIA DE RELAÇÕES
DOMÉSTICAS, DE COABITAÇÃO OU DE HOSPITALIDADE, OU
COM VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NA FORMA DA LEI
ESPECÍFICA

Tratando-se de lesão corporal dolosa, algumas circunstâncias previstas nas alíneas


“e” e “f” configuram hipóteses de violência doméstica que qualificam o crime no
caso de lesão leve (art. 129, caput) ou constituem causas especiais de aumento de
pena se a lesão é grave, gravíssima ou seguida de morte (art. 129, §§ 1º a 3º), por
força do disposto nos §§ 9º e 10 do art. 129;

Cuidando-se de feminicídio, as circunstâncias de ser a vítima mulher e de ter sido o


delito praticado com violência doméstica e familiar ou com menosprezo ao gênero
feminino determinam a incidência da qualificadora prevista no art. 121, § 2º, VI,
afastando-se a agravante genérica correspondente.
ABUSO DE AUTORIDADE OU PREVALÊNCIA DE RELAÇÕES
DOMÉSTICAS, DE COABITAÇÃO OU DE HOSPITALIDADE, OU
COM VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NA FORMA DA LEI
ESPECÍFICA
ABUSO DE PODER OU VIOLAÇÃO DE DEVER INERENTE A
CARGO, OFÍCIO, MINISTÉRIO OU PROFISSÃO

A agravante busca punir de forma mais severa o agente que age com quebra da
confiança profissional, vindo a desrespeitar os deveres inerentes à sua função;

O abuso de poder ocorre quando o agente excede no desempenho de sua função,


vindo a praticar um ato tido como arbitrário;

Caso ocorra a prática de algum crime que tenha como elementar a situação de
funcionário público (cargo, ofício), não se aplica a presente circunstância agravante,
sob pena de incorrermos em bis in idem. Em outras palavras, não ocorre a agravante
quando o exercício do cargo é elementar do crime, como no peculato, concussão
etc.;

O ministério se refere à atividade religiosa, enquanto profissão possui conotação


com alguma atividade exercida pelo agente, como meio de vida, que tenha intuito de
lucro.
ABUSO DE PODER OU VIOLAÇÃO DE DEVER INERENTE A
CARGO, OFÍCIO, MINISTÉRIO OU PROFISSÃO
OFENDIDO CRIANÇA, MAIOR DE 60 ANOS, ENFERMO OU
MULHER GRÁVIDA
Essa agravante genérica fundamenta-se na situação de fragilidade ou debilidade
da vítima, na facilidade que encontra o agente para cometer o delito e na sua
covardia;

Criança é a pessoa de até 12 anos de idade incompletos (art. 2.º, caput, da Lei
8.069/1990 – ECA).

Idoso é a pessoa maior de 60 anos, cuja redação se deve à entrada em vigor da


Lei 10.741/2003 (Estatuto do Idoso);

Enfermo é quem está submetido à doença, situação que reduz sua capacidade de
defesa, assim como ocorre no caso da mulher grávida;

Por sua vez, o reconhecimento de tais situações exige a comprovação do


conhecimento prévio do agente, sob pena de se promover sua responsabilização
penal objetiva, a qual é vedada em nosso ordenamento jurídico.
OFENDIDO CRIANÇA, MAIOR DE 60 ANOS, ENFERMO OU
MULHER GRÁVIDA
OFENDIDO SOB IMEDIATA PROTEÇÃO DA AUTORIDADE

Visa punir mais severamente o agente que, praticando o crime almejado,


desafia a autoridade estatal, demonstrando maior ousadia, uma vez que o
ofendido, estando sob proteção do Estado;

Como exemplos de pessoas que estão sob imediata proteção estatal, pode-se
citar o indivíduo que é conduzido preso; o doente mental recolhido a
manicômio judicial ou outro estabelecimento oficial; a criança que caminha
acompanhada de um policial etc.;

Exemplo concreto: O caso de linchamento, quando pessoas invadem uma


delegacia para de lá retirar o preso, matando-o.
OFENDIDO SOB IMEDIATA PROTEÇÃO DA AUTORIDADE
OCASIÃO DE INCÊNDIO, NAUFRÁGIO, INUNDAÇÃO OU
QUALQUER CALAMIDADE PÚBLICA OU DE DESGRAÇA
PARTICULAR DO OFENDIDO

Decorre do aproveitamento por quem realiza o crime da existência de uma


situação de perigo comum, como o incêndio, o naufrágio e a inundação, ou,
ainda, de uma situação de desgraça particular do ofendido

O sujeito não cria a situação de perigo, mas dela se aproveita;

Calamidade pública é o acidente generalizado, a tragédia que engloba um


número indeterminado de pessoas. Exemplo: roubo cometido durante incêndio
em uma universidade durante o período letivo;

Desgraça particular do ofendido, por outro lado, é o acidente ou tragédia


relativo a uma pessoa ou a um grupo determinado de pessoas. Exemplo: saque
dos bens da vítima logo após o capotamento do seu automóvel.
OCASIÃO DE INCÊNDIO, NAUFRÁGIO, INUNDAÇÃO OU
QUALQUER CALAMIDADE PÚBLICA OU DE DESGRAÇA
PARTICULAR DO OFENDIDO
EMBRIAGUEZ PREORDENADA

A alínea “l” aponta a embriaguez, que pode ser conceituada como sendo uma
intoxicação transitória, causada pelo álcool e por substâncias análogas
(drogas), que diminui ou limita a capacidade do agente;

A embriaguez preordenada se refere à embriaguez proposital para delinquir,


situação na qual o agente tem a intenção de cometer o delito, embriagando-se
para executá-lo.
EMBRIAGUEZ PREORDENADA
AGRAVANTES EM CRIMES ENVOLVENDO VÁRIOS AUTORES
AGRAVANTES EM CRIMES ENVOLVENDO VÁRIOS AUTORES

I. AUTOR INTELECTUAL OU DIRIGENTE DA ATIVIDADE CRIMINOSA

Busca-se punir de forma mais severa o líder, o chefe, o organizador, o autor intelectual, o
verdadeiro cabeça da prática do crime;

Essa agravante somente se aperfeiçoa se estiver presente certa relação de ascendência


do agente para com os demais membros, uma verdadeira liderança, hierarquia.

II. AUTOR COATOR OU INDUTOR DA EXECUÇÃO MATERIAL DO CRIME

A coação nada mais é do que a imposição de uma obrigação;

O induzimento corresponde a dar a ideia a alguém que ainda não tinha esse
pensamento;

A pessoa coagida à prática de um delito, caso seja resistível, responderá pelo crime,
com a circunstância atenuante prevista no artigo 65, III, "c", 1ª parte, do C6digo Penal,
enquanto se for irresistível, restará excluída sua culpabilidade, com a consequente
isenção de pena.
AGRAVANTES EM CRIMES ENVOLVENDO VÁRIOS AUTORES

III. AUTOR INSTIGADOR OU DETERMINANTE DO COMETIMENTO DO CRIME POR


ALGUÉM SUJEITO À SUA AUTORIDADE OU NÃO PUNÍVEL EM VIRTUDE DE CONDIÇÃO
OU QUALIDADE PESSOAL

Instigar é reforçar uma ideia preexistente. Determinar significa ordenar, mandar, impor;

Para que ocorra a aplicação da agravante, necessário se faz que o autor do crime esteja sob a
autoridade do agente (subordinação) ou em situação de impunibilidade decorrente de condição
ou qualidade de cunho pessoal (inimputável).

IV. AUTOR EXECUTOR OU PARTÍCIPE DE CRIME COMETIDO MEDIANTE PAGA OU


PROMESSA DE RECOMPENSA

É o chamado crime mercenário. A paga é prévia ao crime, enquanto a recompensa é posterior;

Não se aplica essa agravante aos crimes contra o patrimônio, uma vez que o motivo da prática
de delitos dessa espécie já se revela pela obtenção de vantagem econômica;

NUCCI entende desnecessária essa previsão, pois já incluída na agravante genérica da torpeza
constante do art. 61, II, “a”.
ATENUANTES NOMINADAS
ATENUANTES NOMINADAS

Devem obrigatoriamente ser reconhecidas pelo julgador quando presentes


no caso concreto, uma vez que favorecem a situação do réu;

Porém, o reconhecimento de uma circunstância atenuante não pode


conduzir à pena abaixo do mínimo legal previsto em abstrato (Súmula 231
do STJ);

Também não poderá ser valorada se ao mesmo tempo caracterizar uma


causa de diminuição de pena (3ª fase), evitando-se a ocorrência do bis in
idem;

Estão previstas nos artigos 65 e 66 do Código Penal.


AUTOR MENOR DE 21 E MAIOR DE 70 ANOS

Menoridade relativa é a atenuante genérica aplicável aos réus menores de 21


anos ao tempo do fato, pouco importando a data da sentença;

Essa atenuante tem como fundamento a imaturidade do agente, que por tal
motivo merece uma pena mais branda, suficiente para alcançar suas
finalidades de retribuição e prevenção (geral e especial);

Senilidade é a atenuante genérica incidente ao réu maior de 70 (setenta) anos


ao tempo da sentença, qualquer que seja a data do fato;

Fundamenta-se nas alterações físicas e psicológicas que atingem pessoas


em idade avançada, com menor capacidade que têm para suportar
integralmente a pena;

Para fins penais, a idade do agente se completa à zero hora do dia do seu
aniversário.
AUTOR MENOR DE 21 E MAIOR DE 70 ANOS

Condenação decorrente de recurso de apelação interposto pela acusação: No


caso do réu ser absolvido em primeiro grau de jurisdição e, posteriormente,
por força de recurso interposto pela acusação vier a ser condenado em
instância superior, com a consequente reforma da sentença, na hipótese de
possuir idade superior a 70 (setenta) no momento deste julgamento pela
instância ad quem, o condenado fará jus à circunstância atenuante, a qual
deverá ser reconhecida ex officio se ausente provocação;

Súmula 74 do STJ: Para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do


réu requer prova por documento hábil.
AUTOR MENOR DE 21 E MAIOR DE 70 ANOS
DESCONHECIMENTO DA LEI

Dispõe o art. 21, caput, 1ª parte, do CP: “O desconhecimento da lei é


inescusável”;

Em princípio, o desconhecimento da lei é irrelevante no Direito Penal;

De acordo com a particularidade apresentada pelo caso concreto, poderá


atuar como circunstância redutora da reprimenda, seja ou não justificável o
erro;

Tal atenuante pode encontrar guarida em decorrência da inflação legislativa


existente em nosso país.
DESCONHECIMENTO DA LEI
Narra a peça acusatória que os
processados são proprietários de
um estabelecimento comercial
conhecido como Point do Filé,
situado na Avenida Circular, nº 39,
Setor Bosque, Formosa/GO,
voltado para a venda de lanches e
bebidas, onde, a partir do final do
ano de 2002, passaram a
comercializar irregularmente
aparelhos de CD's, painéis (frentes)
de CD's, bases (fundos) de CD's e
aparelhos de celular, todos que
sabidamente eram objetos de furto
ou roubo. O juiz não acolheu o
pedido de reconhecimento da
respectiva atenuante:
MOTIVO DE RELEVANTE VALOR SOCIAL OU MORAL

A motivação do crime implicará a atenuação da pena sempre que for importante,


digno de consideração, e que importe assim em menor grau de reprovabilidade;

Motivo de relevante valor moral diz respeito a interesse particular do agente;

Motivo de relevante valor social refere-se a interesse público, coletivo;

Deve-se relembrar que tal circunstância encontra prevista como causa especial
de diminuição de pena em alguns delitos, a exemplo dos tipificados nos artigos
129, § 4° e 121, § 1 o, ambos do Código Penal, razão pela qual, nestes casos, não
pode atuar como circunstância atenuante, como forma de evitarmos a
ocorrência do bis in idem;

A dupla valoração (bis in idem) não pode ocorrer para prejudicar o agente, mas
também não pode ser aceita para beneficiá-lo. Encontra vedação em ambas as
situações.
MOTIVO DE RELEVANTE VALOR SOCIAL OU MORAL
ARREPENDIMENTO
PROCURADO, POR SUA ESPONTDNEA VONTADE E COM EFICIÊNCIA, LOGO APÓS O CRIME, EVITAR-LHE OU MINORAR-
LHE AS CONSEQUÊNCIAS, OU TER, ANTES DO JULGAMENTO, REPARADO O DANO

Trata-se de circunstância atenuante a ser aplicada ao agente que, de alguma


forma, procura eliminar ou diminuir as consequências do crime ou que venha
reparar o dano causado pelo seu modo de agir, antes do julgamento em primeiro
grau (mais amplo);

Exemplo: A ação do agente que logo após causar o acidente presta


espontaneamente imediato socorro à vítima, conduzindo-a até o hospital ou que
dedica máxima atenção com vistas a sua recuperação;

A presente atenuante não pode ser confunda com o arrependimento eficaz (art.
15, CP), pois neste o agente esgota os atos executórios, mas impede a
consumação do crime. Exemplo: depois de efetuar disparos de arma de fogo
contra a vítima, com o intuito de matá-la, arrepende-se o agente e a leva ao
hospital, salvando-a da morte. Trata-se de causa de exclusão da tipicidade, pois
subsiste somente a responsabilidade penal pelos atos praticados.
ARREPENDIMENTO
PROCURADO, POR SUA ESPONTDNEA VONTADE E COM EFICIÊNCIA, LOGO APÓS O CRIME, EVITAR-LHE OU MINORAR-
LHE AS CONSEQUÊNCIAS, OU TER, ANTES DO JULGAMENTO, REPARADO O DANO

No campo dos crimes de trânsito, decidiu o STJ ser incabível essa atenuante
genérica quando o responsável pelo acidente presta socorro à vítima, pois se
cuida de dever legal do agente causador do delito, e seu cumprimento não
importa mitigação da sanção;

A parte final do dispositivo – “ter, antes do julgamento, reparado o dano” –


precisa ser diferenciada do arrependimento posterior (art. 16 do CP), causa
obrigatória de diminuição da pena. No arrependimento posterior, a reparação do
dano ou restituição da coisa deve preceder o recebimento da denúncia ou da
queixa, enquanto na atenuante genérica é possível a reparação do dano antes do
julgamento em 1ª instância.
ARREPENDIMENTO
PROCURADO, POR SUA ESPONTDNEA VONTADE E COM EFICIÊNCIA, LOGO APÓS O CRIME, EVITAR-LHE OU MINORAR-
LHE AS CONSEQUÊNCIAS, OU TER, ANTES DO JULGAMENTO, REPARADO O DANO
COAÇÃO RESISTÍVEL / CUMPRIMENTO DE ORDEM DE
AUTORIDADE SUPERIOR / INFLUÊNCIA DE VIOLENTA
EMOÇÃO PROVOCADA POR ATO INJUSTO DA VÍTIMA

A coação em debate consiste naquela em que o agente podia resistir. Se a


coação for irresistível há exclusão de sua culpabilidade (art. 22 do CP);

A ordem é cumprida precisa de prévio conhecimento de sua ilegalidade. O


agente fará jus à atenuação da pena, uma vez que se não cumprisse a
determinação de seu superior hierárquico poderia sofrer consequências no
desempenho de suas funções;

Já com relação ao agente que pratica o crime sob violenta emoção, provocada
por ato injusto da vítima, temos presente que tal situação necessita estar
comprovada a ponto de indicar que o autor tenha sofrido perturbação em seu
equilíbrio psíquico causado por ato injusto da vítima.
COAÇÃO RESISTÍVEL / CUMPRIMENTO DE ORDEM DE
AUTORIDADE SUPERIOR / INFLUÊNCIA DE VIOLENTA
EMOÇÃO PROVOCADA POR ATO INJUSTO DA VÍTIMA

A atenuante em debate se difere da causa especial de diminuição de pena


prevista nos artigos 121, § 1° e 129, § 4°, ambos do Código Penal. Para a
diminuição se exige que o agente esteja na prática do delito sob o domínio de
violenta emoção. Para a atenuação, basta que esteja sob efeito de mera
influência;

Deixar-se dominar é perder completamente o controle da situação (causa de


diminuição de pena); influenciar-se é agir quando o ato podia ser evitado, mas a
violenta emoção o impulsionou a praticá-lo (atenuante). A influência é um minus
em relação ao domínio
COAÇÃO RESISTÍVEL / CUMPRIMENTO DE ORDEM DE
AUTORIDADE SUPERIOR / INFLUÊNCIA DE VIOLENTA
EMOÇÃO PROVOCADA POR ATO INJUSTO DA VÍTIMA
CONFISSÃO ESPONTÂNEA

A confissão espontânea é a que ocorre por vontade livre do próprio agente, sem
qualquer interferência externa;

Fundamenta-se no estímulo à verdade processual;

A confissão pode ocorrer em qualquer momento do inquérito policial ou da ação


penal, antes do julgamento;

A retratação da confissão espontânea exclui a atenuante;

A confissão espontânea se diferencia da voluntária. Esta (voluntária) ocorre a


partir de um conselho, pedido ou sugestão de terceira pessoa. Na prática,
dificilmente o juiz terá como saber se a confissão obtida em sede de
interrogatório judicial é espontânea ou voluntária.
CONFISSÃO ESPONTÂNEA

A confissão espontânea não se confunde com a colaboração premiada prevista


na Lei nº 12.850/2013 (art. 4º), visto que ali o colaborador vai além da simples
confissão e delata seus comparsas etc., implicando o perdão judicial (extinção
da punibilidade) ou a redução da pena;

A confissão pode ser parcial, pois não precisa alcançar eventuais qualificadoras
ou causas de aumento da pena (entendimento controverso);

Para o STF, a confissão qualificada – na qual o acusado reconhece sua


participação no fato típico, mas aduz ter agido sob o manto de uma causa de
exclusão da ilicitude ou da culpabilidade –, não autoriza a aplicação da
atenuante genérica. O STJ entende de forma diferente.
CONFISSÃO ESPONTÂNEA
COMETIDO O CRIME SOB A INFLUÊNCIA DE MULTIDÃO EM
TUMULTO, SE NÃO O PROVOCOU
A reconhecimento dessa atenuante ocorre quando há a prática de um crime,
no meio de uma situação de tumulto, não iniciada pelo agente;

Exemplo: Num estádio de futebol, a briga entre torcidas desperte uma


pancadaria indiscriminada. A ação do grupo pode, muitas vezes, influenciar o
agente ao cometimento da infração penal;
ATENUANTES INOMINADAS

O dispositivo legal permite concluir que as circunstâncias atenuantes previstas no


artigo 65 do Código Penal, (...), são apenas exemplificativas, em decorrência da
possibilidade de o julgador efetuar o reconhecimento de outras atenuantes não
previstas em lei, desde que se mostrem relevantes;

Exemplos: a) a extrema penúria do agente;


b) a recuperação do agente após o cometimento do crime;
c) a confissão, embora não espontânea (p. ex. voluntária);
d) ter o agente sofrido dano físico, fisiológico ou psíquico, em decorrência do
crime;
e) ser o réu portador de doença incurável;
f) ser portador de defeito físico relevante, etc..
g) um réu que tenha sido violentado na infância e pratique, quando adulto, um
crime sexual (circunstância relevante anterior ao crime);
h) delinquente que se converta à caridade após a prática do delito.
ATENUANTES INOMINADAS
CRITÉRIOS PARA VALORAÇÃO DAS ATENUANTES E
AGRAVANTES

As circunstâncias atenuantes e agravantes formam a pena intermediária ou


provisória;

A fração mais aceita pela jurisprudência dos Tribunais Superiores (STF e STJ) é a
aplicação do coeficiente imaginário de 1/6 (um sexto) para cada circunstância
atenuante ou agravante reconhecida;

A pena intermediária é obtida na segunda fase pela análise das circunstâncias legais
agravantes e atenuantes, que estão previstas na parte geral do Código Penal – por
isso ditas genéricas (artigos 61 a 66) – ou em leis penais extravagantes.
CRITÉRIOS PARA VALORAÇÃO DAS ATENUANTES E
AGRAVANTES

Súmula nº 231, STJ: Como ocorre na fixação da pena-base, prevalece o


entendimento jurisprudencial que o reconhecimento de uma circunstância atenuante
não poderá trazer a pena aquém do mínimo legal previsto em abstrato, ao tempo em
que o reconhecimento de uma circunstância agravante também não poderá conduzir
a pena além do máximo previsto em abstrato. (....);

O patamar 1/6, usado para atenuantes e agravantes, isoladamente, deverá sempre


incidir sobre o que for maior, intervalo de pena em abstrato OU pena-base, uma vez
que, pela razão hierárquica do sistema trifásico, o aumento nas fases seguirá ordem
crescente da primeira até a última (Ricardo Schmitt).
CONCURSO ENTRE CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES E
AGRAVANTES

A compensação somente pode acontecer dentro da mesma fase, sob pena de se


frustrar o sistema trifásico estabelecido em lei;

Na hipótese da existência de concurso entre circunstâncias atenuantes e agravantes,


devemos observar o regramento disciplinado pelo artigo 67 do Código Penal, que
dispõe:

Obs.: Não existe nenhuma circunstância atenuante ou agravante definida como


personalidade do agente. A jurisprudência entende que as atenuantes de menoridade
relativa, senilidade e confissão integram a personalidade do agente,
CONCURSO ENTRE CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES E
AGRAVANTES

Irã preponderar as circunstâncias (atenuante ou agravante) que tiverem previsão


expressa no artigo 67 do Código Penal, isso porque possuem força legal de
preponderância com relação a outras ali não inseridas;

Entendimentos atuais (STJ)

Reincidência (específica ou não) versus confissão espontânea: compensam-se;

Multirreincidência versus confissão espontânea: a multirreincidência prepondera.


CONCURSO ENTRE CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES E
AGRAVANTES
Sugestão dada por Guilherme NUCCI:
Tópico V:

TERCEIRA FASE:
CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO
DA PENA
CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DA PENA

Nessa fase da dosimetria, a redução ou aumento podem transpor os


limites máximo e mínimo da pena, porque há quantificação
predeterminada em cada cláusula;

As causas de aumento e de diminuição da pena dividem-se em genéricas,


quando definidas na Parte Geral do Código Penal, e específicas, se
contidas na sua Parte Especial ou na legislação extravagante;

São também chamadas de majorantes ou minorantes.


CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DA PENA

Após as três fases do sistema trifásico de dosimetria da pena, o delito terá


sua pena definitiva (final) devidamente dosada em concreto;

Na parte geral do Código Penal as causas de diminuição e aumento de pena


aplicáveis a quaisquer delitos se revelam bastante reduzidas, razão pela qual
podemos facilmente esgotá-las, senão vejamos:
a) causas de diminuição de pena: artigo 14, inciso II e parágrafo único
(tentativa); artigo 16 (arrependimento posterior); artigo 21, parte final (erro
evitável sobre a ilicitude do fato); artigo 24, § 2º (estado de necessidade); artigo
26, parágrafo único (inimputabilidade); artigo 28, § 2º (embriaguez) e artigo 29,
§ 1º (participação de menor importância);

b) causa de aumento de pena: artigo 29, § 2º, parte final (participação em crime
menos grave com previsão do resultado). Há quem considere as hipóteses de
concurso de crimes (concurso material, concurso formal e crime continuado)
como causas de aumento de pena.
CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DA PENA

Na parte especial do Código Penal, assim como nas leis penais especiais,
existem diversas causas de diminuição e aumento de pena para crimes ali
tipificados, sendo inviável a descrição pormenorizada.

Todas as causas gerais ou especiais de aumento ou diminuição da pena são


identificadas porque estabelecem uma referência fracionária ou numeral a uma
pena preexistente, por exemplo, um quarto da pena, metade da pena, de um a
dois terços, o dobro, o triplo etc.;

Qualquer hipótese de concurso de crimes a ser aplicado na sentença (concurso


material, formal ou crime continuado) dar-se-á somente depois de encerrado o
sistema trifásico de aplicação da pena.
CONCURSO DE CRIMES
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA ❌ QUALIFICADORAS
Não há distinção ontológica entre qualificadora e causa de aumento de pena;

Quando o legislador pretende reprimir mais duramente uma determinada


circunstância, trata-a como qualificadora; se não tão severamente, como causa
de aumento; se mais brandamente, como circunstância agravante;

No entanto, a distinção é relevante para efeito de aplicação da pena, porque as


qualificadoras implicam a fixação de novos limites mínimo e máximo de pena.
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
QUALIFICADORAS
QUALIFICADORAS
CONCURSO DE CAUSAS DE AUMENTO OU DE DIMINUIÇÃO
DE PENA

Na hipótese da existência de concurso entre causas de diminuição e aumento


de pena, previstas na parte geral ou especial do Código Penal, todas as causas
deverão ser aplicadas no caso concreto;

O concurso previsto acima (art. 68, parágrafo único, do CP) está condicionada à
existência de duas ou mais causas de diminuição ou de duas ou mais causas
de aumento de pena previstas na parte especial do Código Penal.
CONCURSO DE CAUSAS DE AUMENTO OU DE DIMINUIÇÃO
DE PENA
CONCURSO DE CAUSAS DE AUMENTO OU DE DIMINUIÇÃO
DE PENA

Se o concurso for entre causas de aumento de igual patamar o juiz pode aplicar
qualquer uma delas.
CRITÉRIOS PARA APLICAÇÃO DAS CAUSAS DE AUMENTO E
DE DIMINUIÇÃO DE PENA
A aplicabilidade das causas de diminuição e aumento de pena deverá ocorrer sempre
sobre a pena provisória ou intermediária, que é a resultante da segunda fase.

CRITÉRIOS DE APLICAÇÃO:

A) Critério cumulativo, sucessivo ou de efeito cascata: Por esse critérios, as causas de


diminuição e aumento de pena deverão ter sempre incidência uma após a outra e sobre o
resultado obtido na operação anterior. Exemplo: Pena intermediária fixada em 4 anos,
havendo duas causas de aumento a considerar, ambas de 1/2. Pois bem, com o primeiro
aumento, é elevada para 6 anos e com o segundo (sobre 6 anos) para 9 anos.

B) Critério da incidência isolada: Por esse critério, as causas de diminuição e aumento de


pena deverão ter incidência uma após a outra, contudo, sempre sobre a pena provisória
intermediária fixada. No exemplo anterior, se adotado o método isolado, ambos os aumentos
incidiriam sobre a pena provisória de 4 anos, resultando numa pena final de 8 anos.
CRITÉRIOS PARA APLICAÇÃO DAS CAUSAS DE AUMENTO E
DE DIMINUIÇÃO DE PENA

Aplica-se, em regra, o critério sucessivo, cumulativo ou de efeito cascata às


causas de diminuição e aumento de pena, sem distinção, embora com relação
às últimas haja divergência jurisprudencial e doutrinária, especialmente porque
em algumas situações o critério da incidência isolada mostra-se mais benéfico
ao réu (favor rei);

No que toca a determinar qual deve ser a primeira a incidir, quando múltiplas as
causas, cremos que deve ser aplicada, em primeiro lugar, a circunstância
prevista na Parte Especial (seja qual for) e, ao depois, aquela contida na Parte
Geral. Cuida-se de um critério de especialidade: primeiro aplica-se a
circunstância específica, que diz respeito imediatamente com a tipificação do
fato e, depois, a de cunho genérico.
Obrigado douglasaraujojp@gmail.com

“Quanto mais a pena for rápida e próxima do delito, tanto


mais justa e útil ela será”.
(84) 99666-5370
CESARE BECCARIA

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