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2) Motivo torpe:
-Atinge profundamente o sentimento ético-social de coletividade, repugnante, abjeto, vil,
indigno, repugna a consciência média;
-O motivo não pode ser ao mesmo tempo torpe e fútil;
-O ciúmes, como sentimento comum a maioria, não se considera torpe;
-Qualquer caracterização de futilidade é suficiente para eliminar a torpeza de qualquer
comportamento;
-A vingança nem sempre é considerada motivo torpe, se verifica se pode ou não ser
considerada como motivo torpe, a causa de sua origem e natureza;
**Os motivos agravantes são incomunicáveis na hipótese de concurso de pessoas, pois a
motivação é individual, e não constituem elementares típicas, segundo o melhor
entendimento doutrinário. **
FINALIDADES AGRAVANTES, QUANDO NÃO CONSTITUEM OU
QUALIFICAM O CRIME:
-Cometer crime para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a
vantagem de outro delito
-Especial torpeza;
-Abrange dolo especifico, um especial fim do agente;
-Pressupõem a existência de outro crime, que seria o crime-fim, o qual se pretenderia
facilitar ou assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem.
-Se aplicam somente ao crime-meio e não ao crime-fim; mesmo que o crime-fim não veja a
ocorrer, ou seja, mesmo que a finalidade não seja atendida.
-Se as figuras previstas neste inciso se referirem a um delito putativo (existe somente na
mente do sujeito) ou impossível, a agravante não pode incidir (relação sexual com
prostituta, e achando ter cometido crime, mata eventual testemunha de seu ato).
Consumando-se os dois crimes, tem-se o concurso material.
-Assegurar a vantagem de outro crime- o fim pretendido é garantir o êxito do
empreendimento delituoso, qual seja, o aproveitamento da vantagem que o crime
assegurado pode proporcionar-lhe, patrimonial ou não, direita ou indireta: CONEXÃO
OCASIONAL.
-É irrelevante que o agente aja no interesse próprio ou de terceiros. Se trata da conexão de
entre crime-fim e o crime-meio, os quais, se igualmente executados, pode resultar no
cumulo material de penas, com o crime-fim absorvendo por completo o crime-meio. Ou
seja, só será aplicada no crime-meio quando o crime-fim não se realizar; não incide a
agravante, mas corre concurso material.
-Para garantir a execução: CONEXÃO TELEOLÓGICA
-CONEXÃO CONSQUENCIAL: Garantir a impunidade, ocultação ou vantagem de outro
crime.
MODO DE AGRAVANTES QUANDO NÃO CONSTITUEM OU QUALIFICAM O
CRIME:
-Modo insidioso com que a atividade delituosa é praticada, dificultando ou impossibilitando
a defesa da vítima por traição, emboscada, dissimulação ou outro recurso que dificulta ou
torna impossível a defesa do ofendido;
-Traição: é o ataque sorrateiro, inesperado, tiro pelas costas da vítima. É o crime cometido
mediante ataque súbito e sorrateiro, que atinge a vítima, descuidada ou desatenta antes de
perceber o ato criminoso. É a ocultação moral ou física da intenção do sujeito ativo, que
viola a confiança da vítima, é a deslealdade para com a vítima;
-Se a vítima pressente a atenção do agente, não mais se configura traição.
-Não se configura quando houver tempo para a vítima ao menos fugir;
-Emboscada: é a tocaia ou cilada. Verifica-se quando o agente se esconde para surpreender
a vítima; é a ação premeditada de aguardar oculto a presença da vítima em um lugar por
onde ela terá que passar.
-O criminoso aguarda escondido a passagem da vítima desprevenida, que é surpreendida;
-Sempre se trata de um crime premeditado, pois o sujeito ativo desloca-se com
antecedência, examina o local, projeta os próximos passos e coloca-se à espera da passagem
da vítima para, com segurança e sem risco, o ataca-la.
-Dissimulação: é ocultar a verdadeira intenção, ganhar proximidade da vítima. Mostra-se o
que não é, ilude a vítima, que não tem razões para desconfiar do ataque e é apanhada
desatenta e indefesa. O agente esconde ou disfarça o próprio rosto para surpreender a vítima
desprevenida.
-Outro meio que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima (interpretação analógica):
é necessário tem a mesma natureza das outras agravantes elencadas. Tem como finalidade
punir mais severamente aquele que atua covardemente, e por que motivo, deve-se provar
que ocorreu supressa para a vítima, que com isso teve sua reação dificultada;
MEIOS QUE SEMPRE AGRAVAM A PENA, QUNADO NÃO CONSTITUEM OU
QUALIFICAM O CRIME:
-Espécies de gênero de meio insidioso, meio cruel ou meio que possa resultar perigo
comum:
-Veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel ou que possa resultar
perigo comum:
-São meios de cometer o crime, envolvendo meio insidioso que é aquele que denota
estratagema, perfídia; crueldade, significando imposição a vítima de sofrimento além do
necessário ao resultado; perigo comum, aquela situação que coloca em risco outras pessoas
além da visada pelo agente.
prevê, novamente, interpretação analógica .
-Veneno: só agrava se for feita dissimuladamente, como estratagema, como cilada. É
indispensável que a vítima desconheça a circunstância de estar sendo envenenada;
-Se aplicado com o conhecimento da vítima e com uso de violência, não pode ser aplicado
como meio insidioso, mas como meio cruel lato sensu, com intenção de provocar grande
sofrimento a vítima;
-Emprego de fogo ou explosivo: podem constituir meio cruel ou meio de que pode resultar
perigo comum, dependendo das circunstancias.
-Emprego de tortura: meio de causa prolongado, atroz e desnecessário padecimento a
vítima. É modalidade de meio cruel, distinguindo se somente pelo aspecto temporal,
exigindo ação um pouco mais prolongada em sua fase executória.
-Asfixia, pode ser cruel ou insidioso. Trata-se de supressão da respiração originada de um
processo mecânico ou tóxico.
Réu não reincidente e não primário: aquele que está sendo julgado e já tem contra si uma
sentença condenatória anterior, transitada em julgado após o cometimento do segundo crime,
não pode ser considerado reincidente ou primário. Verifica-se a reincidência quando o agente
comete novo crime depois de transitar em julgado a sentença que, no país ou no estrangeiro, o
tenha condenado por crime anterior
Ficta: Não se exige que a condenação anterior tenha sido executada;
Real: se ocorresse apenas depois do cumprimento da pena anterior, seria reincidência real.
Casos de aplicabilidade: Crime com Crime/ Crime com Contravenção/ Contravenção com
Contravenção.
Caso de não aplicabilidade: contravenção com crime.
Justifica-se como agravante, em virtude da maior culpabilidade na rebeldia frente à ordem
social, na contumácia da inimizade ao direito.
Comprovação: Se faz pela certidão cartorária comprovando a condenação anterior, e não apenas
pela folha de antecedentes.
Agravante subjetiva, não se comunica aos participes ou coautores.
-Os dois crimes podem ser dolosos ou culposos, ou um doloso e outro culposo, gera a
reincidência, porém existem julgados negando tal fato, mas o art. 63 não faz distinção.
-Extinção da punibilidade afasta a reincidência apenas no caso de anistia ou de abolito criminis,
desaparece o próprio crime, ressaltando que se com relação ao processo anterior ocorreu perdão
judicial, este tem natureza de sentença absolutória, não gerando a reincidência.
-Efeitos da reincidência:
-Impede a concessão do sursis;
-Aumenta o prazo para livramento condicional;
-Estende o prazo de prescrição da pretensão punitiva;
-Interrompe a prescrição;
-Agravante PREVALECE sobre as demais, impede a substituição por pena restritiva de
direitos ou multa, o inicio de cumprimento da pena em regime semiaberto ou aberto.
ATENUANTES:
Circunstancias legais: Atenuantes genéricas que se são expressamente relacionadas no texto
legal;
Circunstancias judiciais: Contrário;
-Diminuem a punibilidade 3e deverão ser valoradas na sentença final;
-O código não estabelece quantidade de diminuição, mas estabelece um mínimo legal;
A) MENORIDADE RELATIVA/ SE O AGENTE MENOR DE 21 ANOS NA DATA DO
FATO, OU MAIOR DE 70 ANOS, NA DATA DA SENTENÇA:
-Excluídos são os menores de 18 anos;
-Menoridade relativa (Imaturidade): Data do fato e Individualização da pena com pavilhão
especial. Emancipação nada interfere.
-Velhice (Menor temibilidade): Data da sentença em 1º grau;
*Para ambos o prazo prescricional é reduzido pela metade.
*Se prova por qualquer documento hábil.
B) DESCONHECIMENTO DA LEI:
É inescusável, porém o desconhecimento ou errada compreensão, podem diminuir a pena.
-Não depende a atenuante do desconhecimento ser escusável, inevitável.
C) RELEVANTE VALOR MORAL E SOCIAL:
2ª mais preponderante;
Determinada pela escala de valores em que se estrutura a sociedade;
O Legislador distingue valor social e valor moral.
Valor social: Coletivo, se refere a interesse não exclusivamente individual, mas de ordem geral,
vida coletiva;
Valor moral: individual, se refere a interesse de ordem pessoal (eutanásia) é o que está de
acordo com a moralidade e os princípios éticos dominantes.
Dos motivos dependem a maior ou menor reprovabilidade da ação.
D) ARREPENDIMENTO:
Eficaz:
Para configurar o arrependimento são necessários:
A) Ser logo após o crime;
B) Com espontaneidade;
C) Com eficiência;
D) Finalidade de evitar as consequências.
Posterior:
Diminuição de pena objetiva, basta que seja voluntario e realizado antes do recebimento da
denúncia, mediante a devolução ou reparação integral do bem jurídico lesado.
Reparação de dano: em casos de menor potencial ofensivo, extingue a punibilidade, nos casos
em que a ação penal não é pública.
E) COAÇÃO RESISTÍVEL:
-Coação física excluí a ação, a moral irresistível exclui a culpabilidade;
-Pode ser tanto física quanto moral;
-É possível que alguém sofra uma coação moral que podia refutar, mas não o fez por fraqueza
ou infelicidade- Não merecendo absolvição deve ter a pena diminuída.
-O coator será sempre punível, na coação irresistível, na condição de autor mediato e na
condição resistível na condição de coautor ou de participe, dependendo das demais
circunstancias. Quando resistível, o coator sofrerá agravante, pois será autor mediato e esta será
o meio de sua execução.
-Cumprimento de ordem de autoridade superior:
O Subordinado cumpre ordem superior, tem obrigação de cumprir ordens inconvenientes,
inoportunas, mas não ilegais.
Quando respeitando ordem superior cumpre ordem manifestamente ilegal, responde pelo crime
que praticar, mas beneficia-se da atenuante.
Se cumprir ordem ilegal (mas não manifestamente ilegal), não responderá pelo crime e somente
o superior hierárquico responderá pela ordem dada, por ter avaliado incorretamente a ordem
recebida, incorrendo numa espécie de erro de proibição.
F) INFLUENCIA DE VIOLENTA EMOÇÃO, PROVOCADA POR ATO INJUSTO DA
VITIMA:
-Tem de ser consequência de provocação injusta da vítima, bastando apenas a influência da
violenta emoção; capaz de provocar perturbação do animo, não se exigindo também que
seja cometido o delito logo após uma provocação, cabendo um maior tempo entre a ação e a
reação, mas se exige a relação.
-Somente emoção intensa, violenta, absorvente, que seja capaz de reduzir quase por
completo a vis electiva, em razão dos motivos que a eclodiram, dominando, segundo os
termos legais, o próprio autocontrole do agente.
-A intensidade da emoção deve ser de tal ordem que o sujeito seja dominado por ela, o
sujeito ativo deve agir sob o ímpeto do choque emocional.
-É fundamental a provocação da própria vítima e seja injusta; de forma que justifique, de
acordo com o consenso geral, a repulsa do agente, a sua indignação.
-A reação não precisa ser necessariamente imediata;
G) CONFISSÃO ESPONTANEA:
-É suficiente apenas a confissão da autoria, não estando condicionada a nenhuma exigência
formal ou processual, ao contrário do que começou a entender a jurisprudência dos tribunais
superiores.
-Pode ocorrer perante a autoridade policial ou judicial, indiferentemente.
-Basta ser espontânea, sem qualquer coação e voluntária.
-Não é exigível que a autoria do crime seja desconhecida, nem tampouco que o réu
demonstre arrependimento pelo fato praticado.
H) INFLUÊNCIA DE MULTIDÃO OU TUMULTO:
-Sentimento de alma coletiva, em que as reações de cada um passam a ser da massa em
tumulto. A sugestão criminosa se transmite de individuo para individuo, em tais situações.
Se trata de influência psíquica;
-Aqueles que praticarem o crime sob influência de multidão em tumulto, quer não
provocarem, poderão ter suas penas atenuadas;
-Terão a pena agravada os que promoverem, organizarem ou liderarem a prática criminosa
ou dirigirem a atividade dos demais.
I) ATENUANTE INOMINADA:
É uma circunstância aberta, permitindo ao juiz um arbítrio enorme, abrangendo qualquer
circunstância relevante, mesmo que não prevista em lei (ex. réu vítima de violência sexual
na infância, que venha a praticar crime sexual como adulto, delinquente que se converte à
caridade).
Envolve qualquer circunstância relacionada com o fato ou com o agente, que afete de forma
significativa o merecimento de pena.
CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DE PENA (MAJORANTE E
MINORANTES):
-Fatores de aumento ou redução da pena, estabelecidos em quantidades fixa ou variáveis,
mas sempre prefixadas no texto legal, ao contrário das atenuantes e agravantes, que não
apresentam nenhum marco limitador expresso. Sem estabelecer o mínimo e um máximo.
-Qualificadoras: tipos penais derivados, com novos limites, mínimo e máximo...
-Majorantes e minorantes: causas modificadoras da pena, apenas estabelecendo sua variação
fixa ou variável.
-São modificadoras na terceira fase da aplicação de pena, enquanto, as qualificadoras
estabelecem limites mais elevados, dentro dos quais será calculada a pena-base.
Distinção em 3 fases das agravantes e atenuantes genéricas:
1ª. Em relação a colocação no Código Penal:
-As agravantes e atenuantes genéricas se localizam apenas na parte genérica do código;
-As Majorantes e minorantes se localizam tanto na parte genérica quanto na parte especial
do código;
-2ª Em relação ao “quantum” de variação;
-As agravantes e atenuantes não fixam a quantidade de aumento e de diminuição, deixando-
a ao prudente arbítrio do julgador;
-As Majorantes e minorantes devem atingir um sexto da pena, que é o limite mínimo das
Majorantes e minorantes; podendo estabelecer uma quantidade fixa ou variável, o quantum
de variação da pena;
-3ª Em relação ao limite de incidência:
-A pena mínima para aquém do mínimo abstratamente cominado no tipo penal, em caso de
atenuantes e agravantes;
-As minorantes podem reduzir a pena para aquém do mínimo cominado ao tipo penal
violado.
-As Majorantes, podem ultrapassar a pena além do máximo cominado no tipo penal
infringido (opinião minoritária).
Podem ser obrigatórias ou facultativas;
Concurso de agravantes e atenuantes:
Art. 67, no concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite
indicado pelas circunstancias preponderantes, considerando-se como tais:
-As que resultam dos motivos do crime, personalidade do agente e da reincidência;
-A juiz deve fazer preponderar a agravante da reincidência, ou seja, deve-se sempre
considerar acima das demais a reincidência, dando-a preferência sobre as outras;
-Em casos de ambas serem preponderantes, pode haver uma compensação (anulação).
b) todas as causas incidem umas sobre as outras: no ex. 6 anos, mais 2, sobre os oito soma-
se 1/6, totalizando 8 anos e 4 meses;
c) as causas de aumento incidem sobre a pena extraída da 2ª. Fase e as de diminuição
incidem umas sobre as outras (efeito cascata). Este último critério é uma tentativa de
conciliação. O
Pega a pena da segunda fase e vai adicionando as Majorantes e as minorantes.