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com trânsito em julgado serve para este fim, conforme STJ, mas STF, em 2007 adotou
entendimento contrário. Também não configuram maus antecedentes atos infracionais. Para
autor, necessário observar presunção de inocência neste aspecto. No caso de prescrição, se
pela pretensão executória, possível contar para maus antecedentes, se da punitiva não,
porquanto não formado o título executivo. Transação penal ou suspensão condicional do
processo da Lei 9099/95 não gera, pelo art. 76 da mesma e 89, respectivamente. Também a
sentença concessiva de perdão judicial, por força da S18STJ.
Para Tribunais superiores, pena com mais de 5 anos gera maus antecedentes, porquanto não
pode ser valorada para fins de reincidência.
III. Conduta social. Comportamento do agente no meio social revelado pelo relacionamento
no meio em que vive, tanto perante a comunidade quanto família e colegas de trabalho. Para o
autor, mera suposição de envolvimento em crime não poderia desabonar sua conduta, sob
pena de, vias transversas, ferir presunção de inocência. Ex: é respeitado onde vive; não foram
colhidas informações a respeito, razão pela qual não se há como valorar esta circunstância; é
desapegado da família, não tem interesse pela filha, conduta social valorada nagativamente.
IV. Personalidade do agente. Caráter ou índole pessoal do agente. Maneira de ser e de agir.
Para autor, o pouco contato do juiz com o réu não permite analisar esta circunstância. Apenas
laudo firmado por profissional serviria para este fim. Pelo STJ, não vale valorar isto como forma
transversa de fatos que não serviram como reincidência, maus antecedentes ou conduta
social.
V. Motivos do crime. A motivação que levou o autor a cometer o crime. Não deve ser valorada
se: apenas é o dolo normal do crime (lucro fácil, nos crimes contra o patrimônio); se valoradas
como qualificadora, atenuante ou agravante ou causa de aumento ou diminuição. Seria
exemplo: furtou para dar remédios à esposa doente, são favoráveis; reprovável, furtou verba
pública para saldar dívida pessoal.
VI. Circunstâncias do crime. Elementos que não compõem o crime, mas influenciam em sua
gravidade: ânimo do agente; local da ação; condições de tempo e modo de agir, objeto
utilizado
VII. Consequencias do crime. Maior ou menor dano causado pelo crime, seja à coletividade ou
à vítima e seus dependentes. Ex: mata pai de família com cinco filhos e esposa desempregada.
VIII. Comportamento da vítima. A vítima provocou o crime? Ou facilitou. Ex: deixou o carro
aberto, na rua, à noite, com chave na ignição, reprovável. Se usa mini-saia à noite, não pode
ser punida, porquanto tem liberdade para se vestir.
Capítulo IV. Pena-base. Fixada entre máximo e mínimo conforme apontam as circunstâncias
judiciais. Para exasperação da pena é necessária fundamentação idônea, não baseada em fatos
vagos e imprecisos ou somente em transcrição de texto de lei.
No caso de CJ ser também qualificadora, deve-se valorar o fato como qualificadora. Caso
hajam duas qualificadoras, nada impede que uma seja utilizada como CJ e a outra como
qualificadora.
No caso da CJ também ser agravante ou atenuante (porquanto estas têm incidência
obrigatória, segundo STJ) ou causa de aumento ou diminuição, deve nessa fase ser analisada.
Portanto, na 1ª fase, devem-se buscar fatos que não constituam elementares, qualificadora,
agravantes e atenuantes ou causas de aumento ou diminuição.
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Lembrar que há CJ objetivas, ligadas ao crime: culpabilidade, motivos, circunstâncias,
conseqüências do crime, comportamento da vítima.
Há, também, subjetivas, próprias do agente: antecedentes, conduta social e personalidade.
Há alguns TJ´s que permitem ao MM. Apenas analisar CJ no caso de fixação em patamar
superior ao mínimo legal. Todavia, autor entende que deve sempre fundamentar.
Maus antecedentes: lembrar: condenação que não implica em reincidência.
Lembrar do ponto médio: 2 a 10 anos: apenas se amplamente desfavoráveis as CJ ao agente a
pena pode superar os 6 anos.
Para autor, neste caso, se houver apenas maus antecedentes, mas nada a valorar nos demais
quesitos, a pena-base deveria ser fixada, vg, em 3 ou 4 anos. Se houverem vários fatos a serem
valorados como maus antecedentes, a reprimenda-base pode ser até superior a este lapso
temporal. Se as CJ forem totalmente favoráveis e houver apenas um maus antecedentes, a
pena deve ser fixada pouco acima do mínimo legal.
Para ultrapassar o ponto médio deve haver muitas CJ contrárias ao agente, como três ou mais.
A pena de multa deve ser fixada em exata simetria com a pena de multa.
Nas CJ, segundo TSuperiores, não há alguma que prepondere sobre as demais. Todas teriam
mesmo grau de importância. No que pese isto, acreditam que maus antecedentes seriam mais
graves, uma vez que pena anterior não foi suficiente para a pessoa parar de delinqüir.
Para o autor, as CJ devem ser valoradas no seguinte modo: pena máxima – pena mínima = x.
Cada circunstância seria x/8 (uma vez que há oito circunstâncias). Assim, vg, pena de 2 a 10
anos, intervalo = 8; cada circunstância seria 1/8. homicídio, de 6 a 20, intervalo de 14, seria
14/8, mais ou menos 1 ano e meio.
Este critério guardaria proporcionalidade.
Lembrar que o comportamento da vítima não pode, nunca, prejudicar o réu.
Destarte, para o autor, os antecedentes deveriam ser fixados em aproximadamente 2/8.
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Não devem ser valoradas como atenuantes ou agravantes elementos que possam ser também
Majorantes e Minorantes, ou causas de aumento ou diminuição.
Atenuantes em espécie. Agente com menos de 21 anos na data do fato ou mais de 70 na
condenação.
Desconhecimento da lei. Lembrar que ignorantia legis neminem excusat.
Cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral. Social – interesses da
sociedade; moral – sentimento pessoal do agente. Lembrar que alguns crime também contam
com esse elemento para privilegiar o crime. Não pode ser aplicado duas vezes.
Procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou
minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano.
Cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de
autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da
vítima. Lembrar do art. 22. aqui o ato da vítima é injusto, não agressão injusta, que levaria à
legítima defesa.
Confissão espontânea perante autoria da autoria do crime. Na fase policial ou judicial. Se
retrata na fase judicial, ainda faz jus à atenuante caso a confissão seja levada em consideração
na sentença.
Sob influência de multidão ou tumulto, se não o provocou. Situação dos chamados crimes
multitudinários.
Atenuantes inominadas. Art. 66 do CPP. Seriam exemplos: indicar o local do crime, sincero
arrependimento. Desde que haja fato que permita atenuar a pena, é obrigatória sua valoração.
Circunstâncias agravantes. Sempre agravam, devem ser conhecidas ex officio. Todavia, devem
estar contidas nos fatos narrados na denúncia, mesmo que não tipificada na mesma. Isso
porque, caso não narrado o fato na denúncia, não há como o réu se defender, o que feriria o
contraditório e ampla defesa.
As do 61 e 62 se aplicam aos crimes dolosos. Não se aplicam nem aos culposos nem aos
preterdolosos. A reincidência, no art. 63, se aplica também a culposos e preterdolosos.
Agravantes em espécie. Reincidência. Prevista nos arts. 63 e 64 do CPB. Apenas é reincidência
se houver condenação anterior transitada em julgado pela prática de crime. O cometimento
do crime deve ser posterior à condenação definitiva. É apenas para crimes, contravenção penal
gera maus antecedentes, mas não reincidência.
Lembre-se: apenas fato praticado após a condenação por crime anterior gera reincidência – se
fato ocorrer antes e a condenação sobrevier no curso do processo, não se há de reconhecer
reincidência. Voto do STJ: condenação considerada para fins de reincidência ocorreu em 2001,
os fatos da impetração em 1997. Reincidência não configurada.
A prescrição da pretensão punitiva não gera reincidência, mas a da executória gera.
Também não geram reincidência: sentença com perdão judicial (art. 120 do CP); condenação
somente a pena de multa (mesmo que se trate de crime, segundo maioria); anistia e abolitio
criminis; aceitação de proposta de transação penal da L9099/95; suspensão condicional do
processo, art. 89 da L9099/95; condenação por crimes militares e políticos.
A sentença cuja pena foi cumprida ou extinta há mais de 5 anos, contado período de sursis ou
livramento condicional, não conta como reincidência. Sentença anterior a este lapso temporal
é contada como maus antecedentes, segundo STF e STJ.
Gera reincidência: indulto.
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Para autor, se houver duas condenações que poderiam gerar reincidência, uma pode ser
valorada a título de reincidência e outra de maus antecedentes, sem que se verifique bis in
idem. (acho que examinador fala em aumentar a exasperação da pena – 1/6; 1/5; ¼; 1/3...)
Motivo torpe ou fútil.
Para facilitar ou assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime.
Deve haver conexão objetiva entre os crimes.
À traição, emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificultou ou tornou
impossível a defesa do ofendido.
Com o emprego de veneno, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, de que podia
resultar perigo comum.
Contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge. Não contra parentes por afinidade. No
caso de separação de fato, há agravante, salvo se casal vive sob clima de completa hostilidade.
Com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, coabitação ou
hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica. Abuso de
autoridade seriam relações privadas, tais como tutela, curatela, etc. coabitação é de ânimo
definitivo, hospitalidade não, como estada temporária.
Com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão.
Se função pública já é elementar do crime, há bis in idem se reconhecida esta agravante.
Ministério é relativa a atividades religiosas.
Contra criança, maior de 60 anos, enfermo ou mulher grávida. Em razão da menor
possibilidade de defesa destas pessoas. Criança é menor de 12 anos. Deve ter conhecimento
deste fato, para se evitar imputação objetiva.
Quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade.
Em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de
desgraça particular do ofendido. Porquanto mostra insensibilidade do agente.
Em estado de embriaguez preordenada.
Art. 62. no caso de concurso de agentes. Promove ou organiza ou dirige a atividade dos
demais. Visa a punir com maior severidade o autor intelectual do delito. Deve haver uma
hierarquia entre o comandante e os demais.
Coage ou induz outrem à execução material do crime.
Instiga ou determina alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição
ou qualidade pessoal.
Critérios para valoração das circunstâncias legais. No caso de não haver concurso entre
atenuantes e agravantes, seria caso de agravar ou atenuar em 1/6 sobre a pena fixada na
primeira fase. Vg: crime punido de 2 a 10 anos, fixou-se em 6 anos na primeira fase. Na
segunda fase, há reincidência. Assim, agravar-se ia em 1/6, no caso, 1 ano. Este critério foi
criado pela jurisprudência e é aceito majoritariamente. Não se deve fazer referência expressa à
fração de 1/6 na aplicação da pena. Na segunda fase apenas se deve fazer referência aos
termos atenua-se ou agrava-se. É incorreto falar em aumento, diminuo, minoro, acresço, etc.
Se houver duas atenuantes ou duas agravantes, o correto é usar 2/6, por óbvio. Na segunda
fase, a pena não deve ser reduzida aquém do mínimo legal ou além do máximo, por força da
S231STJ. No caso de aplicação da Súmula, deve-se afirmar que reconhece a atenuante ou
agravante, mas que a mesma não pode ser valorada, ante o óbice da S231STJ.
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Autor afirma que a severidade vai aumentando com o passar das fases: na primeira fase,
estariam os elementos mais leves, na segunda, os médios e na terceira os mais graves. Assim,
como na terceira, em geral, o aumento mínimo é de 1/6, seria incoerente fixar em patamar
maior que este alguma atenuante ou agravante, ante a gradação acima referida.
Concurso de atenuantes e agravantes. Segundo o art. 67 do CPB, havendo concurso, deve
aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como
tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da
reincidência.
A principal, que deve prevalecer sobre as demais é a menoridade. Em segundo lugar estaria a
reincidência. Em terceiro a confissão. Em quarto, os motivos do crime, que podem tanto
atenuar quanto agravar.
No caso de uma circunstância preponderante sobre outra, vg, menoridade VS motivo fútil, a
pena deve ser atenuada. Todavia, não se atenua como antes, no patamar de 1/6. autor afirma
que ideal, neste caso, é atenuar ou agravar, conforme a preponderância, pela metade do que
ocorreria se a circunstância legal viesse sozinha. Ex: pena na 1ª fase de 6 anos. Se há
menoridade+motivo fútil: prepondera menoridade, mas com meia força – atenuaria em 6
meses, para 5 anos e seis meses.
Caso de concurso de uma preponderante contra duas não preponderantes: vg: reincidência Vs
confissão e relevante valor moral. Neste caso, como há duas atenuantes, embora estas não
preponderem individualmente, a balança tende ao lado da atenuação. Assim, utilizando-se o
critério anterior, dever-se-á atenuar em 6 meses (a primeira é tomada pela preponderância da
reincidência, a segunda perde metade de sua força inicial).
Se atenuante e agravante forem da mesma força, não preponderando uma sobre a outra,
neutralizam-se seus efeitos.
Critério trifásico foi proposto por Hungria. Roberto Lyra propunha bifásico. Com isso, autor
critica a S231STJ.
Capítulo VI. Causas de diminuição e aumento de pena. São todas fixadas em fração e podem
levar a pena aquém do mínimo e além do máximo. A fração opera-se sobre a pena fixada na
segunda fase.
No caso de aumento ou diminuição previsto abstratamente entre intervalos como, vg,
tentativa reduz de 1/3 a 2/3 – o patamar fixado deve ser fundamentado. Neste caso, será o
caminho no iter criminis. Há julgados que afirmem pela necessidade de motivação apenas se
fixar fração mais grave. Autor não concorda.
Após o critério trifásico, chega-se à pena aplicada ao condenado, aslvo se existir concurso de
crimes a ser observado.
Concurso de crimes não é causa de aumento de pena.
Lembrar que causas de diminuição e aumento encontram previsão na parte geral, situação em
que aplicáveis a todos os crimes e na parte especial, aplicáveis apenas ao tipo a que se
referem.
As de diminuição da parte geral estão nos arts: 14, II; 16; 21; 24, § 2º; 26, § ú; 28, § 2º e 29, §
1º. Causa de aumento de pena apenas no art. 29, § 2º, parte final.
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Não é correto falar em homicídio dupla ou triplamente qualificado. Apenas uma qualificadora
é levada em conta para alteração do tipo legal e as demais, serão utilizadas nas 3 fases de
aplicação da nova pena. Destarte, o que prevalece é que, havendo duas ou mais qualificadoras,
estas devem ser aplicadas, de preferência, na 2ª fase e, se não houver prevista agravante, na
1ª fase, como CJ. (há corrente minoritária que aplica art. 61 para que apenas possa ser
utilizada como CJ).
Concurso material. Ou real. Mais de uma ação ou omissão, mais de dois crimes.
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§ 1º do art. 69 – se em relação a uma não se aplicou sursis, não se pode substituir as demais
por PRD;
§ 2º do art. 69 – ler dispositivo.
Concurso formal. Ou ideal. Art. 70. uma ação ou conduta, mais de um resultado típico.
Lembrar que uma ação pode ser composta de vários atos, sem que se desconfigure a aplicação
do art. 70 do CPB. Ex: roubo contra pessoas da mesma família, ou dentro de ônibus, no mesmo
contexto fático.
Há concurso formal homogêneo – prática de mesmos crimes; e heterogêneo – prática de
crimes diversos.
Aplica-se a pena mais severa (ou a do crime, no homogêneo), com acréscimo de 1/6 à 1/2.
Lembrar que essas regras são apenas para beneficiar agente – concurso material benéfico. A
fração escolhida entre o intervalo acima exposto deve guardar relação com a quantidade de
crimes praticados.
Lembrar que se os resultados havidos decorrerem de desígnios autônomos, aplica-se regra do
concurso material. Assim, vg, se terrorista derruba avião para matar todo mundo, com um
míssil, a pena será a de um homicídio, cumulativamente, para cada passageiro. É o chamado
concurso material impróprio ou imperfeito.
Crime continuado. Colar de pérolas de Marcelo Sarsur. Requisitos: crimes da mesma espécie;
mesmas condições de tempo; mesmas condições de lugar; maneira; subseqüentes sejam
continuação do primeiro.
Aplica-se pena mais grave (se crimes são diversos ou a do crime, se iguais), acrescida de 1/6 a
2/3.
No caso de os crimes dolosos serem praticados com violência ou grave ameaça contra vítimas
diferentes, o julgador pode até triplicar a pena, observados os critérios do art. 59 do CPB.
Limite da pena na sentença. A pena aplicada na sentença pode (e deve) ser superior a 30 anos.
a unificação do art. 75 não se presta para fins de benefícios, tais como alteração de regime de
cumprimento. Assim, se aplicada pena de 60 anos, não se tratando de crimes hediondos,
apenas com cumprimento de 10 anos, ou 1/6 da pena, seria possível progressão, aos demais
requisitos.
Pena de multa na hipótese do concurso de crimes. Não se aplica à pena de multa regras de
concurso de crimes. Assim, a multa, sempre, é somada. Art. 72. Sempre se aplicaria regra do
concurso material.
Todavia, Tribunais superiores afirmam que, como a teoria adotada no tocante ao crime
continuado seria a de ficção jurídica, sendo apenas um para efeito de aplicação da pena, a
pena de multa também obedece à regra do crime continuado. Observe-se que este
entendimento não se aplica ao concurso formal.
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Vg: crime 1 – 6 anos de reclusão + 30 dias-multa; crime 2 – 3 anos de reclusão + 25 dias multa.
Caso não se aplicasse regra do crime continuado à multa, esta seria de 55 dias multa,
aplicando-se, seria de 35 dias multa (30+1/6). Assim, in casu, seguindo-se STF e STJ, a pena
deve ser de 7 anos e 35 dias-multa.
Critério para fixação do valor dos DM. Mínimo é 1/30 do salário mínimo (SM) e máximo de 5
SM. Pode multiplicar por 3 caso seja ineficaz, ante art. 60, § 1º, do CPB.
O valor é fixado conforme a capacidade econômica do réu.
O 1/30 avós decorre do seguinte: o dia-multa corresponde a um dia de trabalho do condenado
(porque a princípio o mês tem trinta dias). Assim, se o fera recebe 10 SM por mês, o valor do
DM deve ser de 10X1/3 do SM = 1/3 SM. Já, se for juiz e receber aproximadamente 40 SM, o
valor deve ser de 1SM e 1/3 cada DM.
Estando o réu desempregado, fixa-se a multa no mínimo legal.
Pena de multa substitutiva. S171 do STJ: “Cominadas cumulativamente, em lei especial, PPL e
pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa”. Assim, se prevista no CPB o crime,
pode, mesmo aplicada cumulativamente, haver a substituição, situação em que se devem
somar as duas multas, conforme posição majoritária.
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Execução e pagamento da pena de multa. Uma vez transitada em julgado aplicação da pena
de multa, esta é dívida ativa, de valor. Assim, não pode voltar a ser PPL jamais, art. 51 do CPB.
Descabe HC para discutir pena de multa, por este motivo.
Pagamento deve se dar nos 10 dias seguintes ao trânsito em julgado da sentença.
A atribuição para executar o valor é da Fpúb, não do MP.
Prescrição da pena de multa é em 2 anos. para autor deveria ser em 5, ante o CTN.
Critérios para fixação do regime de cumprimento da pena privativa de liberdade. Art. 33, §
2º, do CPB: I - mais de 8 deverá ser fechado, II - entre 8 e 4, não reincidente, poderá iniciar no
semi-aberto; III – não reincidente, pena igual ou inferior a 4 anos, poderá iniciar no aberto.
Regime inicial deve considerar, além da pena, as condições do réu.
Circunstâncias consideradas na fixação do quantum da pena também devem ser observadas na
fixação do regime inicial.
S718STF: “A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui
motivação idônea para imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena
aplicada”
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S719STF: “a imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada
permitir exige motivação idônea”.
É, portanto, desproporcional fixar a pena no mínimo legal e, sendo menor que 8 anos e réu
não reincidente, fixar em regime mais gravoso.
A reincidência, a rigor, impende em regime mais grave, na maioria das vezes.
Balizamento para o autor é o seguinte:
PPL acima de 8+reclusão, sempre fechado.
PPL entre 4 e 8. CJ+não reincidente – semi-aberto; CJ desfavoráveis e não reincidente pode ser
fixado no fechado, se reincidente, mesmo com boas CJ, fechado, desde que punido com
reclusão.
PPL menor que 4. CJ e não reincidente, aberto; CJ ruins ou reincidente, semi-aberto; CJ ruins +
reincidente = fechado.
LCHed. Lembrar que a decisão do STF foi em controle difuso – HC. Luiz Flávio Gomes fala em
efeitos do controle difuso abstrativizado.
É possível fixação de regime inicialmente fechado, mas não integralmente fechado. Autor acha
errado até inicialmente fechado ser errado.
Lei 11464/07 não pode ter efeitos retroativos. Assim, condenado anterior, como LCHed é
inconstitucional, tem direito à progressão, aos demais requisitos, cumprido 1/6 da pena.
Capítulo X. Substituição da PPL. Lei 9714/98 aumentou número de PRD´s e as aplicou até PPL
de 4 anos. É reflexo da falência do sistema carcerário brasileiro.
Art. 44 do CPB – são autônomas e substituem as PPL´s. São substitutivas porquanto não são
previstas diretamente no tipo penal, mas substituem as PPL´s. Exceção é o art. 28 da Lei
11343/06, que comina diretamente PRD´s.
Assim, caso a PPL seja inferior a 4 anos, deve o julgador se manifestar motivadamente sobre a
possibilidade ou não da substituição, nos moldes dos arts. 44 e SS.
Cabe ED e, inclusive, HC para que o MM. Juiz analise possibilidade de substituição.
Apenas após o estabelecimento do regime de cumprimento de pena é possível analisar a
substituição. Isso porque, em caso de descumprimento, deverá ser cumprida a PPL.
PRD´s em espécie.
Prestação pecuniária. 45, § 1º. Entre 1 e 360 SM. A ser pago à vítima ou sociedade de
assistência. Pode ser prestada de outra maneira (como cestas básicas), desde que beneficiário
aceite, art. 45, § 2º.
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Lembrar que multa se reverte ao Estado, é diverso da prestação pecuniária. As duas são
cumuláveis. Multa não admite convolação em PPL, ao contrário da prestação pecuniária.
O MM. deve indicar o motivo pelo qual escolheu a prestação pecuniária e apontar o valor,
conforme seguintes parâmetros: situação econômica do condenado, extensão do dano.
Perda de bens e valores. Em favor do Fundo Penitenciário Nacional. Limite é 1 – valor do
prejuízo ou 2 – proveito obtido pelo agente. Não se confunde com o art. 91, II, b, do CPB.
Prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas. Atribuição de tarefas gratuitas ao
sentenciado, tendo como beneficiários escolas, hospitais, etc. Deve guardar relação com
aptidão do condenado. Razão é de 1 hora/dia de condenação. 46, §§ 1º a 3º. Não pode
atrapalhar o trabalho do condenado. É a de maior aplicabilidade nos julgados. Pena deve ser
maior que 6 meses para aplicar esta substitutiva. No caso de PPL superior a 1 ano, é permitido
ao acusado que cumpra a pena em menor tempo, mas nunca menos que a metade da PPL.
Quem determina aonde o serviço será prestado é o MM. Juiz de Execuções, em sentença
admonitória.
Interdição temporária de direitos. Art. 47 do CPB. São as seguintes: Proibição de exercício de
cargo, função ou atividade pública, bem como mandato eletivo. Não se confunde com efeito
não automático da sentença, do art. 92. apenas é aplicável para crimes praticados no exercício
da profissão, com violação aos deveres a ela inerentes, art. 56 do CPB. Proibição de exercício
de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, licença ou autorização
do poder público. Também se aplica o art. 56 do CPB. Suspensão de autorização para dirigir
veículo. Aplica-se a crimes culposos de trânsito, art. 57 do CPB. É também efeito não
automático da sentença, art. 92, III, do CPB. (lembrar o seguinte: parece que CTB já cuida do
caso como efeito automático, o que esvazia este dispositivo. Ler Greco a respeito). Proibição
de freqüentar determinados lugares. É criticável pela dificuldade de fiscalização. Apenas deve-
se proibir acesso a lugares que guardem relação com a prática do crime. Limitação de fim de
semana. Fica em casa do albergado ou outro estabelecimento por 5 horas no sábado e 5 no
domingo. Não pode ser cumprida em DePol. Também não pode cumprir em cela separada para
presos em regime aberto. Nestes casos, é possível limitação do fim de semana em prisão
domiciliar. Lembrar que é possível e recomendável assistir a palestras e cursos.
Substituição da PPL. Limites PPL de 4 anos em crimes dolosos, não praticado com violência ou
grave ameaça à pessoa. Não há limites em crimes culposos.
Os requisitos subjetivos são: não reincidência em crime doloso (mesmo que reincidente, pode
aplicar PRD, desde que: 1- não reincidente no mesmo crime, reincidência específica; 2 –
medida seja recomendável. Autor afirma que se crime anterior é grave, mesmo que não
reincidente, não seria recomendável a substituição), antecedentes, conduta social,
culpabilidade, motivos e circunstâncias indicarem que substituição é suficiente, art. 44, II e III.
Autor afirma que, por coerência, se fixa pena no mínimo legal e este patamar é inferior a 4
anos, se há demais requisitos subjetivos, deve-se aplicar PRD.
Autor afirma o seguinte: 1 CJ desfavorável, aplica-se PRD; 2, situação limítrofe, a depender do
caso concreto; 3 CJ desfavoráveis – não é recomendável aplicar PRD.
Substituída a PPL por PRD não é necessário tratar de suspensão condicional da pena, sursis.
Caso negada substituição, deve-se analisar possibilidade de sursis, caso pena seja menor que 2
anos, ou 4, no caso de sursis etário e humanitário.
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Apenas após a análise do cálculo dos arts. 70 e 71, com aumentos de 1/6 a ½ ou 1/6 a 2/3 é
que se deve analisar se a pena é de até quatro anos para fins de substituição.
No caso de concurso material, apenas após somadas as penas nos moldes do art. 69.
Art. 44, § 2º, do CPB, determina o seguinte: condenação igual ou inferior a 1 ano – substituição
por 1 PRD ou multa; superior a 1 ano – 2 PRD´s ou Multa+PRD.
A PRD é mais gravosa que a multa, porquanto o descumprimento daquela leva ao
cumprimento da PPL, o que não ocorre com a multa.
A imposição de PRD incumbe ao MM. Juiz. Limitação do fim de semana, como mais gravosa
que outras, deve ser fundamentada.
Deve, ademais, haver motivação pela escolha entre qual PRD restou aplicada.
PRD apenas pode ser executada após o trânsito em julgado da sentença que a determinou.
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Sursis etário e humanitário (por razões de saúde). Para maior de 70 anos ou doente. Pena não
superior a 4 anos, período de suspensão é de 4 a 6 anos. devem, também, estar presentes os
requisitos do art. 77, I, II e III.
Aplicação de sursis a crimes hediondos. Mesma situação das PRD´s. Pode ser aplicado a CHed,
mas não a tóxicos, por vedação do art. 44 da L11343/06.
Suspensão condicional do processo. Art. 89 da LJE. Pena cominada em abstrato que não
exceda a um ano. Iniciativa de propositura é do MP. Deve ser aceita pelo acusado e
homologada pelo MM. Juiz. Ocorre antes do desenvolvimento do processo. Agente fica
vinculado a algumas condições impostas em audiência. Cumprida, há extinção da punibilidade.
Assim, caso haja nova condenação, não há maus antecedentes.
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liberdade provisória aos crimes hediondos e equiparados, que continua vedada aos presos em
flagrante por quaisquer daqueles delitos. 2. A Lei n. 11.464/07 não poderia alcançar o delito de
tráfico de drogas, cuja disciplina já constava de lei especial (Lei n. 11.343/06, art. 44, caput),
aplicável ao caso vertente. 3. Irrelevância da existência, ou não, de fundamentação cautelar
para a prisão em flagrante por crimes hediondos ou equiparados: Precedentes. 4. Sentença
condenatória que assentou a existência dos pressupostos para a decretação da prisão cautelar.
Não há falar, no caso, na possibilidade de os Pacientes recorrerem em liberdade. 5.
Impossibilidade de execução provisória da pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos
decorrente de sentença penal condenatória, ressalvada a decretação de prisão cautelar nos
termos do art. 312 do Código de Processo Penal. 6. Ordem denegada.
Igualdade de tratamento a co-réus. Deve-se estender benefício, caso haja identidade de
situação fático-processual. Cabe HC para tanto.
Efeitos não automáticos da condenação. Os do art. 92 do CPB. Caso seja hipótese de possível
aplicação destes dispositivos, é obrigatória a motivação sobre aplicação ou não. Se não for
caso nem hipotético de aplicação, não se é de justificar.
São os seguintes:
Perda do cargo, função ou mandato eletivo. Se crime é contra AdmPúb ou com abuso de
poder, em pena superior a 1 ano, ou condenação a mais de 4 anos, nos demais casos.
Incapacidade para exercício de pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à
reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado. Aplicação de sursis ou PRD não
impede esta hipótese.
Inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.
Efeitos que devem constar da sentença. Apenas os não automáticos, visto que os automáticos
são aplicáveis ex vi legis.
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