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DOSIMETRIA DA PENA

DISCIPLINA: TEORIA E EXECUÇÃO DAS PENAS


PROF: Sra. Dra. Camila
INTRODUÇÃO:
A dosimetria da pena é um processo importante no sistema penal brasileiro,
que tem como objetivo fixar a pena justa e proporcional ao crime praticado. Esse
processo é dividido em três fases, sendo a primeira fase a fixação da pena-base, a
segunda fase a análise das circunstâncias agravantes e atenuantes, e a terceira fase a
análise das causas especiais de aumento ou diminuição de pena previstas em leis
específicas

O artigo 68 do Código Penal Brasileiro aborda a dosimetria da pena, ou seja, o


cálculo da pena a ser imposta ao condenado. Esse cálculo deve levar em consideração a
gravidade do crime, as circunstâncias em que foi cometido, a culpabilidade do agente,
os antecedentes criminais e a conduta social do réu, bem como as consequências do
delito para a vítima e para a sociedade.

O artigo 68 estabelece que o juiz deve fixar a pena baseando-se nas


circunstâncias judiciais acima mencionadas, devendo fixá-la em patamar suficiente para
reprovação e prevenção do crime. Em seguida, o juiz pode fazer a aplicação de
atenuantes e agravantes, conforme o caso concreto, que podem reduzir ou aumentar a
pena. Por fim, o artigo 68 prevê a possibilidade de substituição da pena privativa de
liberdade por pena restritiva de direitos nos casos em que a condenação não ultrapassar
quatro anos e o réu não for reincidente em crime doloso.

PRIMEIRA FASE – DOSIMETRIA

O nosso sistema penal adotou o sistema trifásico, na qual foi desenvolvido por
Nelson Hungria em 1984, a dosimetria acontece em regra na terceira fase da sentença,
onde o juiz levando em consideração o art.59 C.P dá início a primeira fase da
dosimetria.

Esse artigo estabelece que a pena deve ser dosada levando em consideração as
circunstâncias judiciais do caso, tais como a culpabilidade, os antecedentes criminais, a
conduta social, a personalidade do agente, os motivos, as circunstâncias e as
consequências do crime. Além disso, a Constituição Federal também estabelece em seu
artigo 5º, inciso XLVI, que a lei regulará a individualização da pena, devendo esta ser
proporcional ao delito cometido.
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Com base nessas circunstâncias, o juiz fixa a pena-base, que deve ser
proporcional à gravidade do crime cometido. A partir daí, passa-se para a segunda fase
da dosimetria, que consiste na análise das circunstâncias agravantes e atenuantes.

EXEMPLIFICANDO:
CRIME SIMPLES 6 (MIN) A 10 (MAX) ANOS

PONTO MEDIO
(10-6) = 4 ANOS

QUANTIDADE DE ANOS
4*12 (MESES) = 48 MESES

CIRCUNSTÂNCIAS MESES
CULPABILIDADE
6
ANTECEDENTES
6 1 ANO
CONDUTA SOCIAL
0
PERSONALIDADE DO AGENTE
6
MOTIVOS
6 2 ANO
CIRCUNSTÂNCIAS
0
CONSEQUENCIA DO CRIME
12
4 ANO
COMPORTAMENTO DA VÍTIMA
12

SEGUNDA FASE – DOSIMETRIA

Na segunda fase da dosimetria da pena, o juiz deve avaliar a existência de


circunstâncias que possam aumentar ou diminuir a pena, como é o caso do concurso de
pessoas e dos crimes conexos. O concurso de pessoas ocorre quando duas ou mais
pessoas contribuem para a prática de um mesmo crime. Nesse caso, o juiz deve aplicar a
pena de acordo com a participação de cada um dos envolvidos, considerando a conduta
de cada um, a intensidade do dolo ou da culpa, a importância da contribuição.

Já os crimes conexos são aqueles que possuem relação entre si, como é o caso
do roubo e do porte ilegal de arma de fogo, por exemplo. Nesses casos, o juiz deve
aplicar a pena de forma unificada, considere além disso, na segunda fase da dosimetria,
o juiz pode aplicar as chamadas causas de aumento e de diminuição de pena, previstas
no Código Penal Brasileiro, que são circunstâncias que aumentam ou reduzem a pena
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prevista para o crime em questão. Entre as causas de aumento de pena, estão, por
exemplo, o emprego de violência ou grave ameaça.

Caso o juiz identifique circunstâncias agravantes, ele deve aumentar a pena


aplicável. Já no caso das circunstâncias atenuantes, a pena deve ser reduzida. Após essa
análise, o juiz fixa a pena definitiva, que será aplicada ao réu. No entanto, ainda é
possível a aplicação de causas de aumento ou diminuição de pena na terceira fase da
dosimetria, que consiste na análise das causas especiais de aumento ou diminuição de
pena previstas em leis específicas.

TERCEIRA FASE - DOSIMETRIA

A terceira fase da dosimetria da pena consiste na análise das causas especiais


de aumento ou diminuição de pena previstas em leis específicas. Essas causas podem
ser gerais ou específicas, e têm como objetivo aprimorar a justiça da pena aplicada. As
causas gerais de aumento ou diminuição de pena estão previstas no Código Penal e em
leis penais especiais. São exemplos de causas gerais de aumento de pena o crime
praticado com o emprego de explosivos, o crime cometido por meio de paga ou
promessa de recompensa, entre outros.

Já as causas gerais de diminuição de pena incluem, por exemplo, o


arrependimento posterior do réu, a tentativa de evitar a consumação do crime, entre
outras. Além dessas causas gerais, existem também as causas especiais de aumento ou
diminuição de pena previstas em leis específicas.

Após a análise das causas especiais, o juiz fixa a pena definitiva, que será
aplicada ao réu. É importante ressaltar que a dosimetria da pena é um processo
complexo e deve ser feita de forma criteriosa e justa, levando em consideração as
circunstâncias do caso concreto e a finalidade da pena.

QUESTIONÁRIO
QUESTAO 1
Sobre agravante e atenuante na Dosimetria da pena, assinale a alternativa
correta:
A) Elas são consideradas ainda na primeira fase da fixação da pena.
B) Agravantes e atenuantes.
C) O Legislador não prevê um quantum para agravar ou atenuar a pena.
D) O Juiz não precisa fundamentar a aplicação dos agravantes nem atenuante.
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QUESTÃO 2
Ao realizar o cálculo da pena, o juiz de direito deverá obedecer ao sistema
trifásico. De acordo com o Código Penal, isso significa: 

A) na primeira fase, a pena será fixada conforme disposto no art. 59 do Código


Penal; após, serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes na segunda
fase; e, na terceira fase, serão analisadas as causas de diminuição e de aumento de pena. 

B) para a primeira fase, o Código disciplina que a pena-base será fixada com
base no livre convencimento motivado do juiz; em seguida, serão consideradas as
circunstâncias atenuantes e depois as agravantes; por último, as causas de diminuição e
de aumento de pena.

C) para a primeira fase, o Código disciplina que a pena-base será fixada com
base no livre convencimento motivado do juiz; em seguida, serão consideradas as
causas de diminuição e de aumento da pena; por último, na terceira fase, circunstâncias
atenuantes e agravantes.
D) a pena-base será fixada conforme o disposto no art. 59 do Código Penal;
depois, serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes para se chegar na
pena final. 

E) a pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 do Código Penal,


conhecida como primeira fase; em seguida, na segunda fase, serão consideradas as
causas de diminuição e de aumento; por fim, na terceira fase, as circunstâncias
atenuantes e agravantes.

ESTUDO DE CASOS:

Alex 20 anos e Roberto 65 anos, transitavam pela Av: Monsenhor Messias,


quando uma freada brusca de Alex provocou uma briga de trânsito. Após preferirem
ofensas recíprocas Roberto retornava para seu veículo, quando foi surpreendido pelas
costas, com o golpe de Alex que provocou lhe asfixia e por consequentemente Roberto
veio a óbito.

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