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DIREITO PENAL

Princípios
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DIREITO PENAL PARTE GERAL

PRINCÍPIOS

PRINCÍPIOS DE DIREITO PENAL

Os princípios consistem em elementos que orientam tanto o legislador para a elabora-


ção das leis quanto o Poder Judiciário em relação ao julgamento de determinadas situações.
Desse modo, os princípios se aplicam ao Direito Penal de maneira geral, ou seja, ao contrário
das leis que são aplicadas a um caso concreto, os princípios se aplicam de modo genérico a
todas as situações.

Obs.: é importante destacar que os princípios não podem ser desobedecidos e, apesar de
serem gerais/genéricos, terão aplicação específica a depender de cada situação.

No Direito Penal existem dois tipos de princípios, a saber:


• Princípios explícitos: são aqueles positivados no ordenamento jurídico, isto é, são
encontrados de maneira expressa em lei. Exemplo: princípio da legalidade.
• Princípios implícitos: são aqueles que não se encontram expressos no ordenamento
jurídico, decorrendo da interpretação sistemática da lei pela doutrina e jurisprudência.
Exemplo: princípios da ofensividade, lesividade, alteridade, insignificância etc.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
5m

O princípio da legalidade é um princípio gênero do qual decorrem duas espécies:


• princípio da reserva legal/da estrita legalidade; e
• princípio da anterioridade.
Vejamos esses princípios de maneira mais detalhada a seguir.
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O PULO DO GATO
É importante que o candidato saiba que o princípio da legalidade possui duas espécies,
conforme informado. Entretanto, é comum que em provas de concursos públicos o
examinador se refira ao princípio da estrita legalidade simplesmente como princípio da
legalidade.

PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL OU DA ESTRITA LEGALIDADE

Nullum crimen nulla poena sine lege (não há crime nem pena se não há lei). De acordo
com o princípio da reserva legal, é necessário que exista uma lei que comporte a previsão de
um crime para que seja aplicada uma pena a determinada pessoa.
Esse princípio encontra-se expresso no art. 5º, inciso XXXIX, da Constituição Federal
(CF) e também no art. 1º do Código Penal (CP), conforme reproduzido a seguir:

CF. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.

CP. Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.

Obs.: observe que (ao utilizar os termos “anterior” e “prévia” para determinar que “não há
crime sem lei anterior que o define” e que “não há pena sem prévia cominação le-
gal”) o art. 1º do Código Penal abrange os dois princípios intrínsecos à legalidade:
• a reserva legal; e
• a anterioridade.

Assim, conforme o disposto, para que alguém seja responsabilizado por determinado
delito é necessário que exista uma lei. Em relação a esse aspecto, é importante ressaltar que
atos administrativos, resoluções, leis delegadas e/ou medidas provisórias, por exemplo, não
são consideradas leis em sentido formal e, portanto, não podem prever crimes.
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Cabe apontar que o princípio da reserva legal é um direito fundamental de 1ª geração


(dimensão), limitando o poder punitivo do Estado. Ademais, esse direito consiste em cláusula
pétrea, conforme dispõe o art. 60, § 4º, da CF:

Art. 60. (...)


§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
(...)
I – os direitos e garantias individuais.

Ainda no que se refere ao princípio em análise, é importante destacar que:


• Somente lei ordinária ou lei complementar pode criar crimes ou agravar penas:
outros instrumentos jurídicos, sejam quais forem, não têm o condão de criar crimes ou
cominar penas, seja a quem for;
É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a Direito Penal
(CF, art. 62, § 1º, I, b) seja para prejudicar ou beneficiar o réu. Entretanto, apesar de ser
absolutamente vedado que uma medida provisória venha a criar crimes ou agravar penas, o
Supremo Tribunal Federal (STF) tem admitido medidas provisórias que versem sobre direito
penal favorável ao réu (RHC 117.566/SP, julgado em 24/09/2013);

Obs.: em regra, mesmo que o Congresso venha a aprovar medida provisória publicada
pelo Presidente da República, convertendo-a em lei, esta não poderá tratar sobre
matéria relativa a Direito Penal por não se tratar de lei em sentido ordinário, e sim de
medida provisória convertida em lei.
15m

Obs.: acerca da admissão excepcional de medidas provisórias que versem sobre Direito
Penal favorável ao réu, cabe apontar como exemplo o ocorrido em relação ao Estatu-
to do Desarmamento, Lei n. 10.826/2003: a partir do ano de 2003, aquele que portas-
se/possuísse arma de fogo de maneira ilegal seria incriminado pelas condutas dos
arts. 12,14 e 16 do referido Estatuto. No entanto, o prazo para a entrega das armas
ao Estado foi prorrogado por diversas vezes através de medidas provisórias com a
concordância do STF, dado que nesse caso as medidas que adiavam a aplicação da
matéria penal da Estatuto do Desarmamento beneficiavam o réu.
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O PULO DO GATO
O entendimento acerca da aceitação de medidas provisórias que versem sobre Direito
Penal favorável ao réu não é tema passivo na doutrina. Desse modo, diante de uma eventual
prova discursiva/oral, o candidato deve expor para o examinador que há o entendimento
do Supremo Tribunal Federal nesse sentido, mas que, todavia, não é algo pacífico, uma
vez que a Constituição Federal veda que medida provisória verse sobre matéria de Direito
Penal.

• É inadmissível que lei delegada verse sobre direito penal: de acordo com o art. 68,
§ 1º e inciso II, da Constituição Federal:

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os
de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matérias reservada
à lei complementar, nem a legislação sobre:
(...)
I – organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus mem-
bros;
II – nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III – planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/PRF/2019) Considerando esse dispositivo legal, bem como os princípios e as
repercussões jurídicas dele decorrentes, julgue o item que se segue.
O presidente da República, em caso de extrema relevância e urgência, pode editar medi-
da provisória para agravar a pena de determinado crime, desde que a aplicação da pena
agravada ocorra somente após a aprovação da medida pelo Congresso Nacional.
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COMENTÁRIO
Ainda que a medida provisória publicada pelo Presidente da República venha a ser
aprovada pelo Congresso Nacional, esta não poderá versar sobre Direito Penal.

RESERVA LEGAL VS. TRATADOS INTERNACIONAIS

Conforme exposto até o momento, é necessário que seja editada lei ordinária ou comple-
mentar para a criação de crimes ou agravamento de penas. Nesse sentido, de acordo com a
jurisprudência, tratados internacionais também não podem criar delitos e/ou agravar penas
no ordenamento jurídico brasileiro após sua ratificação, sob pena de se ferir o princípio da
estrita legalidade. Vejamos, a seguir, um julgado sobre o tema:
20m

O conceito de crime contra a humanidade se encontra positivado no art. 7º do Estatuto de Roma


do Tribunal Penal Internacional (...). No Brasil, no entanto, ainda não há lei que tipifique os crimes
contra a humanidade, embora esteja em tramitação o Projeto de Lei n. 4.038/2008. Diante da
ausência de lei interna tipificando os crimes contra a humanidade, rememoro que o STF já teve
a oportunidade de se manifestar no sentido de que não é possível utilizar tipo penal descrito em
tratado internacional para tipificar condutas internamente, sob pena de se violar o princípio da lega-
lidade - art. 5º, XXXIX, da CF (exemplo: tipo penal de organização criminosa trazido na Convenção
de Palermo). Dessa maneira, não se mostra possível internalizar a tipificação do crime contra a
humanidade trazida pelo Estatuto de Roma, mesmo se cuidando de Tratado internalizado por meio
do Decreto n. 4.388, porquanto não há lei em sentido formal tipificando referida conduta.
(STJ. 3ª Seção. REsp 1.798.903-RJ, julgado em 25/09/2019 (Info 659))

Em suma, tratados internacionais genéricos, ainda que internalizados pelo Brasil, não
podem criar delitos ou incriminar condutas no país. No entanto, há uma ressalva em relação
os tratados internacionais que versem sobre os Direitos Humanos internalizados no país
sob o quórum das Emendas Constitucionais, presente no art. 5º, § 3º da Constituição Fede-
ral (aprovação, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros): estes sim poderão criar leis e/ou agravar penas.
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 Obs.: ainda no que se refere ao tema dos tratados internacionais, é importante destacar
que o STF entende que os tratados internacionais internalizados pelo Brasil que
versem sobre os Direitos Humanos, mas que não tenham sido aprovados sob o
quórum das Emendas Constitucionais, têm caráter de supralegalidade, de modo que
também podem incriminar condutas e agravar penas.
25m

PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL OU DA ESTRITA LEGALIDADE (CONT.)

Como decorrência do princípio da reserva legal, não é permitida a analogia in malam


partem (analogia que venha a prejudicar o réu) no Direito Penal, tampouco o uso de costu-
mes para criar infrações penais. Vale ressaltar, também, que esse princípio é igualmente apli-
cável às contravenções penais (em que “crime” deve ser interpretado como infração penal)
e às medidas de segurança (em que “pena” deve ser interpretado como sanção penal).

DIRETO DO CONCURSO

2. (PC-PI/2014) Configuram desdobramento do princípio da reserva legal, EXCETO,


a. Lex praevia.
b. Lex stricta.
c. Lex scripta.
d. Lex certa.
e. Ultima ratio.

COMENTÁRIO
a. A lex praevia refere-se à anterioridade consonante ao princípio da reserva legal: é preciso
que haja uma lei prévia para que se possa aplicar uma pena.
b. De acordo com o instituto da lex stricta, somente por meio de lei é que pode haver a
aplicação de penas ou a criação de delitos. Logo, fica proibido o uso de analogias para a
criação de leis.
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c. Em conformidade com o princípio da reserva legal, a lex scripta diz respeito à necessidade
do estabelecimento de lei formal, isto é, de lei escrita/positivada para a criação de crimes
e/ou aplicação de penas, de modo que se torna proibido que os costumes criem delitos.
d. A taxatividade da lei penal, ou seja, a lex certa, configura um dos desdobramentos do
princípio da reserva legal. De acordo com esse instituto, a conduta tipificada como crime
deve ser específica, de maneira que o legislador não pode criar previsões genéricas que
possam ofertar ao aplicador do direito várias opções em relação a uma mesma conduta.
e. A ultima ratio é uma decorrência do princípio da intervenção mínima, e não da reserva
legal.

3. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) O princípio da reserva legal aplica-se, de


forma absoluta, às normas penais incriminadoras, excluindo-se de sua incidência as nor-
mas penais não incriminadoras.
30m

COMENTÁRIO
De fato, princípio da reserva legal aplica-se, de forma absoluta, às normas penais
incriminadoras, excluindo-se de sua incidência as normas penais não incriminadoras,
posto que só há crime se houver previsão legal.

Ainda no que se refere ao princípio da reserva legal, cabe destacar dois aspectos impor-
tantes da legalidade:
• Legalidade formal: corresponde à obediência ao devido processo legislativo, que
engloba, dentre outras, as etapas de iniciação do projeto de lei, quórum de aprovação,
sanção, veto, promulgação etc. Quando o processo legislativo é devidamente obede-
cido fica caracterizada a legalidade formal da lei.
• Legalidade material: refere-se ao respeito aos direitos e garantias do cidadão, às
normas constitucionais e aos tratados internacionais de direitos humanos. Nesse
sentido, caso uma lei obedeça ao processo legislativo, mas desrespeite os direitos e
garantias do cidadão, por exemplo, esta será considerada materialmente ilegal.

Um exemplo clássico acerca da legalidade material consiste no art. 2º, § 1º da Lei n.


8.072/1990, Lei de Crimes Hediondos: o referido dispositivo prevê que o regime inicial de cum-
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primento da pena nos crimes hediondos é realizado, obrigatoriamente, em regime fechado.


Entretanto, o STF entende que esse estabelecimento é inconstitucional, posto que fere o
princípio da individualização da pena e da possibilidade de progressão do regime prisional.

DIRETO DO CONCURSO

4. (PC-SE/2018) Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individuais e coleti-
vos e às garantias constitucionais.
Em razão do princípio da legalidade penal, a tipificação de conduta como crime deve
ser feita por meio de lei em sentido material, não se exigindo, em regra, a lei em sentido
formal.

COMENTÁRIO
De fato, em razão do princípio da legalidade penal, a tipificação de conduta como crime
deve ser feita por meio de lei em sentido material. No entanto, diferentemente do que é
expresso pelo item, exige-se a lei em sentido formal.

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE

O princípio da anterioridade está previsto nos mesmos dispositivos constitucionais e legais


que o princípio da reserva legal, ou seja, encontra-se expresso no art. 5º, inciso XXXIX, da
Constituição Federal e no art. 1º do Código Penal, conforme reproduzido a seguir:
35m

CF. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.

CP. Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.

Em decorrência do princípio da anterioridade, a mera obediência ao princípio da reserva


legal não se faz suficiente: a lei que visa a incriminar uma conduta ou agravar uma pena deve
ser anterior ao fato. Desse modo, caso um indivíduo pratique determinada conduta no dia de
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hoje e amanhã entre em vigor uma lei que puna a conduta praticada – que até então não era
considerada crime –, essa lei não poderá ser aplicada ao fato ocorrido no dia anterior, isto
é, não poderá ser aplicada em relação a uma conduta que ocorreu antes da sua entrada em
vigor. Essa característica corresponde a um direito fundamental de 1ª geração (dimensão)
do cidadão, configurando-se em uma limitação do poder punitivo do Estado, de modo que
assim como princípio da reserva legal também consiste em cláusula pétrea, conforme dispõe
o art. 60, § 4º, da CF:

Art. 60. (...)


§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
(...)
IV – os direitos e garantias individuais.

A fim de compreender o princípio da anterioridade de maneira mais detalhada vejamos o


exemplo a seguir:
Imagine que determinado cidadão pratica a conduta de comer um morcego no dia 15 de
maio, momento em que a conduta não é considerada crime, de modo que o sujeito não pode
ser punido. Entretanto, no dia 17 de maio é publicada a “Lei do Corona”, em que se dispõe
que a prática do consumo de morcegos é proibida, sob pena de detenção de dois a quatro
meses, entrando a lei em vigor no dia 19 de maio. Nesse cenário, caso o sujeito consuma
um morcego no dia 18 de maio, este ainda não poderá responder pelo crime, pois ainda que
a “Lei do Corona” tenha sido publicada no dia 17 de maio, ela somente entraria em vigor no
dia 19 do mesmo mês. Assim somente na hipótese em que o cidadão volte a consumir mor-
cego no dia 22 de maio, por exemplo, é que se poderia aplicar a pena de detenção de dois
a quatro meses a esse fato.

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PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE OU DA INTRANSCENDÊNCIA

O princípio da personalidade ou da intranscedência está previsto no art. 5º, inciso XLV, da


Constituição Federal, conforme expresso a seguir:

Art. 5º (...)
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano
e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra
eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.

Antigamente, em consonância ao que se refere ao entendimento religioso, era decorrente


a ideia de que se um pai, por exemplo, praticasse um delito, toda a sua família deveria ser
responsabilizada pelo ato. Entretanto, com o surgimento do princípio da personalidade ou da
intranscendência da pena, somente a pessoa que praticou o delito é quem deve ser punida,
não podendo recair qualquer tipo de consequência penal para seus herdeiros/familiares.
Quanto ao que é expresso pelo art. 5º, inciso XLV da Constituição Federal é importante
destacar a existência de três espécies de penas:
• as penas privativas de liberdade;
• as penas restritivas de direitos; e
• as penas de multa.
Nenhuma dessas três espécies de pena poderá ser repassada a outra(s) pessoa(s) em
favor do praticante do crime, podendo haver apenas a obrigação de reparar o dano e a decre-
45m tação do perdimento de bens, estendidas aos sucessores e contra eles executadas até o
limite do valor do patrimônio transferido por herança.

DIRETO DO CONCURSO

5. (PC-SE/2018) Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individuais e coleti-
vos e às garantias constitucionais.
O princípio da individualização da pena determina que nenhuma pena passará da pessoa
do condenado, razão pela qual as sanções relativas à restrição de liberdade não alcança-
rão parentes do autor do delito.
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COMENTÁRIO
Fique atento(a): é o princípio da personalidade ou da intranscendência, e não o princípio
da individualização da pena, que determina que nenhuma pena passará da pessoa do
condenado, razão pela qual as sanções relativas à restrição de liberdade não alcançarão
parentes do autor do delito.

GABARITO
1. E
2. e
3. C
4. E
5. E

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Erico de Barros Palazzo.
ANOTAÇÕES

A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo


ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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