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Aviso: Este esquema não dispensa, de maneira alguma, o estudo dos manuais
recomendados nas aulas, em especial o manual do Senhor Professor Miguel Teixeira de
Sousa. Apenas complementa e sistematiza, não dispensando leituras obrigatórias. Trata-
se de um esquema meramente indicativo e contém apenas conselhos de estruturação de
respostas, não sendo suficiente para a resolução correta e completa dos casos práticos.
I. ENQUADRAMENTO
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Doravante CC.
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Introdução ao Estudo do Direito I Dina Freitas Teixeira
• O meio de autotutela consiste num meio residual e limitado admitido pela ordem
jurídica, como uma forma de defesa de direitos e das situações jurídicas
individuais pelos próprios sujeitos. Permite a aplicação unilateral (sem
consentimento) e espontânea (sem intermediação) do Direito. Visa repelir
agressões, situações em que bens jurídicos tutelados pelo Direito são postos em
perigo e não há forma de os acautelar com recurso aos meios jurisdicionais
normais, ou havendo, tal poderia agravar o perigo de lesão desses mesmos bens
jurídicos.
1. Legítima Defesa
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É desnecessário transcrever os preceitos legais. Da mesma forma, é também desnecessário
rescrever excertos do caso prático a analisar. Deve limitar- se a identificar resumidamente o
problema e seu respetivo parágrafo do enunciado.
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Introdução ao Estudo do Direito I Dina Freitas Teixeira
Importa, nesta fase, o plano objectivo (independentemente do que o agente acha que está
a acontecer)
Pressuposto de conduta do agressor (conduta contra quem o agente reagiu por meio
de autotutela):
a) Agressão
• Humana (exclui fenómenos naturais e perigos representados por
objetos e animais, exceto se usados como instrumentos de atuações
humanas);
• Consciente ou dominável pela vontade (discutível a exclusão de
atos inconscientes ou não domináveis pela vontade- sonambulismo,
epilepsia);
• Bens patrimoniais ou pessoais;
• Agressão sob a forma de ação ou omissão.
b) Atualidade
• Esteja no momento a ocorrer ou iminente (exclui agressões já
concretizadas e consumadas- já não se verifica qualquer perigo a
afastar, cabendo aos mecanismos de heterotutela responder à
violação do Direito realizada-; ou agressões futuras, em que será
sempre possível recorrer às entidades competentes para evitar que
ele se verifique);
• Delimitação com a ação direta;
• Discussão nos crimes contra o património (ex: furto):
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Na resolução do caso, deve-se começar por identificar a figura aparentemente em causa, indicar
os pressupostos e só se eles estiverem preenchidos afirmá-lo taxativamente; se não estiverem,
explica-se porque é que não é verdadeiramente essa figura, e identifica-se qual e justifica-se.
Deve-se evitar contradições de discurso e de raciocínio, ou seja, não deve começar por afirmar
que está em causa determinada figura jurídica, sem grandes desenvolvimento e depois concluir
que afinal já é outra.
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Introdução ao Estudo do Direito I Dina Freitas Teixeira
c) Contrariedade à lei
• Há contrariedade à lei sempre que a agressão coloca em perigo bens
jurídicos seja praticada violando normas e princípios jurídicos;
• NÃO há legítima defesa contra agressões LÍCITAS- (ex:
diligências de poderes públicos ablativas, mas legalmente
legitimadas, e por isso lícitas; e contra condutas já justificadas por
outros meios de autotutela).
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Sempre que surja uma discussão doutrinária, deverá ser devidamente identificada e referida os
seus termos. Idealmente, deverão ser explorados os argumentos de cada posição e explicada as
consequências na resolução do caso consoante a adoção de uma e de outra posição.
Em caso de escassez de tempo, deverá ser indicada a existência de divergência doutrinária, a
posição seguida e a resolução do caso em coerência com a posição optada. Não deverá ser
dispensada a exposição sumária dos argumentos avançados pela posição adotada.
É relevante a referência aos nomes dos autores que defendam cada orientação, mas deverá ser
evitado a referência exclusiva aos nomes e a não explicação das posições.
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Introdução ao Estudo do Direito I Dina Freitas Teixeira
d) Necessidade
dd) De defesa:
• Subsidiariedade: exclui defesa se for possível recorrer aos meios
normais para deter a agressão (públicos- mecanismos de
heterotutela como a polícia e os tribunais-; privados- pedir auxílio
a outra pessoa, fechar uma porta para deter a agressão);
• Defesa necessariamente contra o agressor que coloca os bens em
perigo e não contra terceiros (contra terceiros poderá ser justifica
por outra causa de exclusão de ilicitude- p. ex. estado de
necessidade);
• Exclusão da necessidade de defesa: –agente provoca a agressão,
sendo ele a causa de situação de confronto; –agressão pré-
ordenadamente provocada com intuito de permitir ao provocador
responder-lhe;
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Introdução ao Estudo do Direito I Dina Freitas Teixeira
dd) Do meio:
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Introdução ao Estudo do Direito I Dina Freitas Teixeira
e) Proporcionalidade (discutível)
• Determina doutrina retira do artigo 337.º/1 o pretenso requisito da
proporcionalidade: mera comparação de prejuízos, interesses ou
bens jurídicos que, embora não seja matemática, lida à letra,
impediria que se utilizassem meios muito contundentes (como p.
ex. uma faca ou uma arma de fogo) para reagir a agressões que
apenas podem pôr em causa valores como a propriedade, ou a
autodeterminação sexual, porquanto, desses meios poderia sempre
resultar prejuízo para a vida ou a integridade física, bens sempre
superiores aos ameaçados por aquelas agressões;
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Existem casos de situações fechadas e pensadas numa lógica de “problematizar”. Deverão ser
levantados os problemas que se possam suscitar e posteriormente avançar com uma tomada de
posição quanto ao problema suscitado.
Se o caso for omisso quanto a factos que sejam relevantes para a resposta, poderão ser presumidos,
através da presunção de que as coisas se passaram de determinada forma, desde que em coerência
com o enunciado, e sem “inventar” factos além dos expostos no enunciado, bastando-se com a
problematização da situação e indicação da solução para cada uma das alternativas.
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1.2. CONCLUSÃO:
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Deverá tomar posição e concluir se a conduta é lícita, por exclusão da ilicitude; ou se a
conduta é ilícita, mas não culposa.
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EM FALTA- proporcionalidade:
ii) Para quem considerar que tal requisito não se aplica: só haverá
legítima defesa quando a resposta exceda o que for necessário para
deter a agressão. Modalidades:
Ø Excesso extensivo: prolongando-se depois de esta já estar
neutralizada;
Ø Excesso intensivo: respondendo a esta de forma mais intensa
do que o que seria necessário.
• Justificação do excesso:
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Deverá tomar posição e concluir se a conduta é lícita, por exclusão da ilicitude; ou se a
conduta é ilícita, mas não culposa.
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2. Estado de Necessidade
Importa, nesta fase, o plano objectivo (independentemente do que o agente acha que está
a acontecer)
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2.4. Indemnização
• Preenchimento dos pressupostos de aplicação do estado de necessidade
importa a justificação da conduta (pela via da exclusão da sua ilicitude),
mas não exclui necessariamente o dever de indemnizar pelos prejuízos
causados – que resulta do disposto no artigo 339.º/2;
• Justificação: fundamento da figura assenta na distribuição solidária de
riscos e permitir afastar risco de danos superiores.
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2.6. CONCLUSÃO:
Argumentos contra:
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Introdução ao Estudo do Direito I Dina Freitas Teixeira
Argumentos a favor:
ü Interpretação extensiva ou analogia – aplicando analogicamente as regras
relativas ao excesso de legítima defesa (artigo 337.º/2) e o disposto no artigo 338.º
relativo ao erro sobre os pressupostos da legítima defesa e da ação direta;
ü Apelo às razões subjacentes à figura do erro sobre os pressupostos da legítima
defesa e legítima defesa excessiva justificante, que também valeriam para o estado
de necessidade – com a vantagem de que admiti-los como possibilidade de
justificação não excluía automaticamente o dever de indemnizar, podendo nessa
sede fazer-se as ponderações adequadas.
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Introdução ao Estudo do Direito I Dina Freitas Teixeira
3. Ação Direta: É mera ameaça 8(há apenas indícios de consumação do dano, sem
que este esteja iminente ou em curso) sobre direito do agente? Se sim:
Importa, nesta fase, o plano objectivo (independentemente do que o agente acha que está
a acontecer)
Argumentos contra:
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A doutrina discute se a ação direta se aplica apenas aos casos de ameaça ou se abrange
também efetivas agressões.
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Introdução ao Estudo do Direito I Dina Freitas Teixeira
ü Sendo a ação direta subsidiária, o credor deve recorrer aos meios normais para
satisfazer o seu crédito (nomeadamente, ir a tribunal);
ü No nosso Direito, o que responde pelo cumprimento de uma dívida de uma pessoa
é o seu património. Isto quer dizer que se a pessoa não pagar, o credor pode
executar o património: vai a tribunal, os bens do devedor são penhorados (=
apreendidos) e, no limite, vendidos por ordem do tribunal que depois retira do
produto da venda o valor da dívida e o dá ao credor;
ü Santos Júnior, contudo, admite a seguinte situação: se o devedor estiver a retirar
bens do seu património para que não tenha com o que responder pela dívida.
3.4. CONCLUSÃO:
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ESQUEMA SUMÁRIO:
3.1.Legítima Defesa:
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3.2.Estado de Necessidade
3.2.1. Pressupostos (problemas a considerar nos pressupostos, a saber:
• Danos pessoais- discussão;
• Destruição VS. Apropriação- discussão;
3.3.Ação Direta
3.3.1. Pressupostos (problemas a considerar nos pressupostos, a saber:
• Direitos de crédito
3.3.2. CUMPRE VS. NÃO CUMPRE
Conduta lícita! Recurso a outras figuras.
(putativa igual à LD; no excesso-
discussão)
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