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DIREITO PENAL MILITAR

IMPORTANTE!!!
Em regra o civil será julgado na justiça comum. Apenas no âmbito da UNIÃO será julgado na
JUSTIÇA MILITAR, ou seja, A JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL NÃO JULGA CIVIS.
CIVIL= JUSTIÇA COMUM
ÂMBITO DA UNIÃO= JUSTIÇA MILITAR
PM e BM = Justiça militar. E O RECURSO???? R= o recurso NÃO SERÁ para o superior tribunal
militar, mas sim para o STJ.

RECURSO = STJ
O órgão superior estadual é o STJ e não o STM.

DOUTRINA TOPOGRÁFICA X DOUTRINA CLÁSSICA


DOUTRINA TOPOGRÁFICA
Não se preocupa com agente, ou seja, com quem pratica o crime.
Para essa teoria são crimes propriamente militares aqueles constantes apenas no CPM. E crimes
impropriamente militares estão previstos tanto no CPM como também na legislação penal
comum.
DOUTRINA CLÁSSICA OU ROMANA
Preocupa-se com a gente. É A QUE PREVALECE.
Para essa teoria, crimes propriamente militares são cometidos apenas por militares. E crimes
impropriamente militares podem ser cometidos por militares e civis.
Em relação ao CRIME DE INSUBMISSÃO: É CRIME PROPRIAMENTE MILITAR
É aquele praticado pelo civil que não se apresentou às forças armadas no prazo marcado. Terá
crime militar E somente pode ser praticado por civil. O autor Jorge Alberto Romeiro, diz que
“crime propriamente militar é aquele em que a ação penal tramitará contra um militar. E o
impropriamente militar poderá ter como réu um militar ou um civil”.

D PENAL DO AUTOR x D PENAL DO FATO


DIREITO PENAL DO AUTOR
Nesta visão, o direto penal olha para o autor do crime, para suas características pessoais e
tendências. A sanção funda-se mais para a periculosidade presumida do agente do que para o que
ele efetivamente fez. É o criminoso habitual ou por tendência.
No chamado direito penal do autor considera-se apenas o agente do crime em seus
aspectos particulares, não importando a análise do que ele fez, mas sim do que ele é. Por
isso é fácil perceber que no direito penal do autor a responsabilidade penal é objetiva, ou
seja, prescinde (dispensa) a análise da culpa em sentido amplo do agente (elemento
subjetivo) e, por conseguinte, viola-se, de uma só vez, todos os princípios garantidos pelo
ordenamento jurídico pátrio mencionados alhures. (é vedado a responsabilidade penal
objetiva). Portanto, conclui-se que é adotada a responsabilidade penal subjetiva, isto
porque ensinam os penalistas mais consagrados que para que se possa atribuir um
determinado resultado típico a certa pessoa é preciso que seja demonstrada a sua culpa em
sentido amplo (dolo ou culpa em sentido estrito). Isso porque, sob a ótica da Teoria
Finalista, adotada majoritariamente pela doutrina e jurisprudência brasileiras, uma
determinada ação ou omissão é considerada crime quando nela se vislumbrar tipicidade,
ilicitude e culpabilidade, e, nesse caso, o dolo e a culpa devem ser aferidos quando do
estudo da conduta do indivíduo, elemento que se insere dentro da tipicidade do fato.
Noutros termos, significa dizer que, afastada a culpa (dolo ou culpa em sentido estrito) do
agente, deve ser penalmente desconsiderada a sua conduta e, portanto, o fato se torna um
indiferente penal (fato atípico). Por isso diz-se que a responsabilidade penal há de ser,
sempre, subjetiva, na medida em que não dispensa a demonstração da culpa (elemento
subjetivo).

DIREITO PENAL DO FATO


O código penal adotou a presente teoria, onde o legislador deve punir o agente pelo que este
efetivamente fez e não por suas características. A gravidade do ato é o que define a pena.

PRINCÍPIOS
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Não há lei sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Em outras
palavras; não há pena nem medida de segurança sem previa cominação legal. O princípio da
legalidade ou reserva legal encontra desdobramento com o da ANTERIORIDADE,
IRRETROATIVIDADE, TAXATIVIDADE.
RETROATIVIDADE extingue a punibilidade. Tem como consequência a novatio legis in pejus=
lei nova modifica a anterior agravando a situação do réu e, em regra, não pode retroagir
para prejudicar o réu. E novatio legis in mellius= lei nova modifica a anterior para beneficiar
o réu e pode retroagir.
É Importante lembrar que o direito penal não admite os costumes para alegar o fato atípico,
portanto o tipo penal deve ser escrito. Também deve ser ESTRITO, ou seja, não é admito
analogia in mala part, além do mais, a lei penal deve ser CERTA, portanto não admite tipos
penais vagos.
Em regra a lei penal e processual penal militar é não retroagir, exceto para beneficiar o réu,
conforme CF.
APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR
Em decorrência ao princípio da legalidade, em regra, aplica-se a lei penal vigente ao tempo
da realização do fato criminoso (TEORIA DA ATIVIDADE). A exceção ocorre no caso da
retroatividade, para beneficiar o réu.
É admitido que a lei penal se movimente no tempo: EXTRA-ATIVA (retroagir para alcançar
fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor (retroatividade).
ULTRA ATIVA= aplicação de uma lei penal benéfica, já revogada, a um fato ocorrido depois
do período de sua vigência.
TEMPO DO CRIME
ART. 5º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que
outro seja o resultado.
Adota-se a TEORIA DA ATIVIDADE, mesma lógica do CP comum.
NOS CRIMES CONTINUADO OU PERMANENTES, aplica-se a lei penal mais grave, caso
sua vigência seja anterior à cessação da continuidade ou permanência. SUM 711 STF.
EX: crime de insubmissão ou deserção.
O que é deserção??? R= É o militar que não se apresente em serviço, no 8º dia já é
considerado desertor.

LUGAR DO CRIME
ART.6º considera-se praticado o fato, no lugar em que se desenvolveu a atividade
criminosa, no todo ou em parte, e ainda sob forma de participação, bem como onde se
produziu ou deveria produzir-se o resultado. (TEORIA DA UBIQUIDADE).
Crimes à distância ou crimes de espaço máximo (entre Países) adota-se a teoria da
ubiquidade ou mista.
NOS CRIMES OMISSIVOS, o fato considera-se praticado no lugar em que deveria
realizar-se a ação omitida (TEORIA DA ATIVIDADE), diferente do CP comum que sobre
o lugar do crime adota a teoria da ubiquidade (art. 6º).
NOS CRIMES COMISSIVOS = TEORIA DA UBIQUIDADE.
Crimes plurilocais= teoria do resultado. (Comarcas).

TERRITORIALIDADE E EXTRATERRITORIALIDADE
ART.7º
Territorialidade e extraterritorialidade são regras no CPM, diferentemente do CP
comum que adota apenas a territorialidade.
Territorialidade temperada ou mitigada, pois a lei penal militar é aplicada aos crimes
militares cometidos no Brasil, sem prejuízo das regras estabelecidas em convenções e
tratados internacionais.
Extraterritorialidade irrestrita ou incondicionada.
Art 8º - aplicação a DETRAÇÃO DA PENA, a fim de evitar o bis in idem.
Não recepcionado pelo CF.

ARTIGO 9º CPM
Crime militar é por consideração (CPM + LEGISLAÇÃO COMUM)
ART.9º, I - Faz menção a teoria topográfica, pois considera-se crime militar aquele
previsto no CPM, quando definidos de modo diverso na legislação penal comum, ou
nela não previstos, QUALQUER QUE SEJA O AGENTE. (CRIMES PROPRIAMENTE
MILITARES)
ART.9º, II- Trata dos CRIMES IMPROPRIAMENTE MILITARES (CPM E LEGISLAÇÃO
COMUM), quando praticados nas hipóteses abaixo:
STF- interpretação teleológica, ele analisa a finalidade da norma e não a literalidade.
Entende que só há crime militar se o motivo for funcional. A conduta tem que atingir
as instituições militares.
STM e CPPM- literalidade do inc II,a, interpretação literal, sem condicionante, sem
analisar o motivo, basta a lei.

MILITAR DA ATIVA MILITAR DA ATIVA Existirá crime militar,


desde que haja um vínculo
funcional (STF).
Outro detalhe, quando os
agentes não têm o
conhecimento da situação
de militar do outro – não
existe crime militar e,
portanto, será julgado na
justiça comum. (INF. 626
STF).
MILITAR DA ATIVA RRC (reserva, reformado Desde que esteja SOB
ou civil) ADMINISTRAÇÃO
MILITAR, será crime
militar. O PNR e postos
terceirizados dentro das
instituições militares não
estão sob administração
militar.
MILTAR DA ATIVA RRC MILITAR EM SERVIÇO
(comissão militar) ou em
formatura, será crime
militar.
MILITAR EM PERIODO DE RRC OU ASSEMELHADO Não se preocupar com o
MANOBRAS OU EM Assemelhado é o civil que período de manobras,
EXERCICIO trabalha dentro das formatura ou comissão,
instituições militar e pois em ambos, o militar
estava sujeito à hierarquia estará de serviço.
e disciplina – Atualmente,
não existe mais essa
figura.
MILITAR DA ATIVA OBJETO Crime praticado contra O
PATRIMONIO MILITAR E A
ORDEM ADMNISTRATIVA
MILITAR.

Com a lei nº 13.491/17 pode-se ter crime militar tanto no cpm como também na
legislação penal comum.
Obs: se o militar comete crime e este não está previsto no CPM e nem na legislação
comum, será encaixado no CPM.

CRIMES DOLOSOS CONTRA À VIDA


REGRA: Os crimes dolosos contra a vida e praticados por militares contra civil, será de
COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI.
EXCEÇÃO: NO CASO DOS MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS, nesses casos a
COMPETÊNCIA SERÁ DA JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO, desde que esse militar esteja
atuando nas seguintes hipóteses:
a) Em cumprimento às atribuições estabelecidas pelo Presidente da Republica e
do Ministro do estado da defesa. (FERNANDO AZEVEDO).
CUIDADO! não é ministro da justiça (SERGIO MORO)
b) Militar que esteja fazendo à segurança de instituições militares. Ex: Sentinela.
c) GLO
OBS: NÃO CABERÁ HABEAS CORPUS EM RELAÇÃO A PUNIÇÕES DISCIPLINARES
MILITARES (ART. 142§2º CF).

Art. 9º,III- trata dos crimes militares praticados por militar da RESERVA, REFORMADO E
CIVIL contra:

RRC X Patrimônio (sob Ordem administrativa


administração militar) militar
RRC X Militar da ativa ou Funcionário de Ministério
assemelhado (sob militar ou da justiça militar
administração militar) (no exercício da função
inerente ao seu cargo).
RRC X Militar em serviço
(formatura, manobra,
vigilância...)
RRC X Mesmo que fora do lugar - Militar em função de
sujeito à administração natureza militar,
militar. - Em serviço de vigilância,
- À serviço de GLO,
administrativa ou
judiciária (quando
legalmente requisitado
para aquele fim),
- E em obediência legal
superior.

Veja que não haverá crime militar quando o crime for de RRC x RRC por falta de
previsão legal.
OBS: CRIME DE R X R SERÁ JULGADO NA JUSTIÇA COMUM.
OBS: os órgãos da justiça militar, pertencem ao poder judiciário e por isso, não são
considerados lugar sujeito à administração militar, bem como às dependências do
Ministério público militar.

 Crimes dolosos contra à vida do Civil – Tribunal do Júri.


 Crimes dolosos contra à vida do Civil praticado por militares das forças
armadas- Competência da Justiça militar da União.
 Concursos de crimes (militar estadual e militar Federal contra civil –
Excepcionalmente, ocorrerá obrigatoriamente a separação de processos.
Processo comum: Tribunal do Júri.
Processo militar: JM
 Miliar estadual x militar FFAA, dependerá do sujeito ativo, pois é através dele
que será determinado a competência. Se for PM PA = jme / se for FFAA = JMU.

INFORMAÇÕES DE QUESTÕES
 O crime militar em sentido próprio, ou propriamente militar, é aquele previsto
apenas no CPM e que só pode ser cometido por militar. Quando também é previsto na
legislação penal comum e também pode ser cometido por civil, como o crime de uso
de documento falso, trata-se de crime militar impróprio;

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