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Professora Adilsen Claudia Martinez – Agosto de 2020 –Direito Civil – Responsabilidade Civil
Externalidades
• Externalidade = conceito adotado por economistas que pode
ser útil a tecnologia jurídica.
• Externalidade é a interferência positiva ou negativa
que cada um de nós sofre e cria para as outras pessoas com
quem convivemos em sociedade, quando não há nenhum
tipo de compensação.
• e
• As interferências compensadas são chamadas
internalidades.
• “As normas de RC cuidam da
internalização das externalidades!”
Fabio Ulhoa Coelho 2
Preambulares 3

Vamos raciocinar?!
Em economia, externalidades são os
efeitos colaterais de uma decisão sobre
aqueles que não participaram dela.
Existe uma externalidade quando há
consequências para terceiros que não
são tomadas em conta por quem toma
a decisão.

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É possível compensar
externalidades?

Compensação Ambiental seria


uma hipótese??? 5
Internalização das
externalidades necessária

6
Internalização das
externalidades necessária

7
A obrigação não negocial em
que o sujeito ativo pode
exigir o pagamento de
indenização do passivo por
ter sofrido prejuízo imputado
a esse último. 8
Mas o que é
Responsabilidade
Civil????
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Fato Gerador do vínculo
obrigacional, lembra das aulas de
direito da obrigações???
• Qual é?????????????????????
• Ato ilícito do devedor
• ou
• Fato jurídico em que a conduta
envolva riscos, ainda que lícito
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Artigos 186 e 187 11
Será necessário rever alguns artigos do Código Civil na Parte Geral
•Indenizar danos nem
sempre é
responsabilidade civil,
nem sempre é obrigação
não negocial.
Pode decorrer do contrato negociado entre
credor e devedor
Indenizar danos contratuais é CONSECTÁRIO
DA RELAÇÃO JURÍDICA CONTRATUAL 12
Resp. Civil Contratual e
Extracontratual
• Responsabilidade Contratual (FATO GERADOR CONTRATO) =
Arts. 389 e ss. e 395 e ss. (CC-02); Arts. 1056 e ss. e 956 e ss.
(CC-16).
• Responsabilidade Extracontratual (FATO GERADOR
INEXISTÊNCIA DE CONTRATO)= Arts. 186 a 188 e 927 e ss. (CC-
02); Arts. 159 e 1518 e ss. (CC-16).

• É A DIVISÃO TRADICIONAL DA MATÉRIA PARA FINS DE


ESTUDO, citada inclusive por alguns autores civilistas!
• Na prática ...
A INDENIZAÇÃO DEVIDA SERÁ
IGUAL, HAVENDO OU NÃO RELAÇÃO NEGOCIAL
ENTRE CREDOR OU DEVEDOR! ... Mas o
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estudioso precisa distinguir as coisas!!!
VISÃO CONTEMPORÂNEA DA
RESPONSABILIDADE CIVIL

RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL


NÃO SE CONFUNDE COM O
INADIMPLEMENTO CONTRATUAL QUE É
mero consectário da
mora/inadimplemento culposo.
✓ Aqui o GRAU DE CULPA DO DEVEDOR NÃO INFLUENCIA NA 14
OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR
Responsabilidade civil
subjetiva
• O sujeito passivo da obrigação pratica ato ilícito, ou seja, faz
algo que não deveria ter feito.
• O devedor responde pelo ilícito = constituindo-se a
obrigação em razão de sua culpa pelo evento danoso.
• Será necessário a convergência de três elementos:
• A) conduta culposa (culpa simples ou dolo);
• B) dano patrimonial ou extrapatrimonial imposto ao
credor;
• C) relação de causalidade entre a conduta culposa e o 15
dano.
Fundamento da RC subjetiva
• A imputação de Responsabilidade ao
culpado pelo evento danoso fundamenta-
se na noção da vontade como fonte da
obrigação.
• A ação ou omissão negligente, imprudente
ou imperita ou mesmo a intenção de
causar dano correspondem à conduta
diversa da juridicamente exigível!!!
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Imperícia ...
QUANDO TUDO DEPENDIA DE SUA 18

HABILIDADE
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Imprudência ...
QUANDO SE EXIGIA CUIDADO 20
21
Negligência ...

NAQUILO EM QUE DEVERIA TER SIDO


CUIDADOSO
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23
Imprudência
Ausência de zelo, de
cuidado, de atenção ... 24
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Comportar-se
conscientemente ...
DE MODO DIVERSO AO DEVIDO,
ASSUMINDO O RISCO DA CONDUTA ...
PELA VONTADE

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27
A vontade como eixo de
compreensão
• A exigibilidade de conduta diversa
pressupõe pelo menos duas
alternativas abertas à vontade
(consciente ou inconsciente) do
sujeito passivo. Prerrogativa.
• Se o devedor agiu como não deveria,
o fez por ato de vontade. 28
Ao comportar-se de certa
maneira, quando poderia
comportar-se de outra, o
sujeito de direito
manifesta, num certo
sentido, sua vontade. 29
A opção pela conduta
negligente, imprudente ou
imperita não é intencional,
nem ao menos consciente, mas
a exigibilidade da conduta
diversa – que pressupõe que
ela seja factível – leva a
identificação de um certo ato 30

de vontade ... Inconsciente!!


Responsabilidade Civil Objetiva

• BASTAM DOIS PRESSUPOSTOS:


• A) DANO PATRIMONIAL OU EXTRAPATRIMONIAL
SUPORTADO PELO CREDOR
• B) RELAÇÃO DE CAUSALIDADE ENTRE A CONDUTA DO
DEVEDOR DESCRITA EM LEI E O DANO DO CREDOR

• Mesmo que ele tenha sido correto e se comportado de


acordo com a lei responderá pela indenização por danos.
O fundamento é a socialização dos custos em razão de
aptidão econômica do devedor. 31
Fundamento da RC objetiva
• É racional imputar responsabilidade por
danos a quem agiu exatamente como
deveria ter agido quando o sujeito
passivo da obrigação de indenizar ocupa
posição econômica que lhe permita
socializar os custos da sua atividade entre
os beneficiários dela. Nessa posição
encontram-se por exemplo: os
empresários, o Estado e as agências de 32

seguro social.
Responsabilidade civil objetiva
= o avanço da teoria nenhuma
responsabilidade sem culpa

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Na modalidade
objetiva , o devedor
responde por ato
lícito!!! Por que????
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Socialização dos custos como
eixo de compreensão
• A responsabilidade prescinde da ilicitude da conduta lesiva!
✓Não há nenhuma transgressão a norma jurídica
ou mesmo a preceito moral por parte do sujeito
apto a promover essa socialização!
✓Ao contrário ... ao desempenhar sua atividade
exclusivamente nos quadrantes da legalidade,
acaba cumprindo a função distributiva.
✓Aqui se alocam recursos de forma racional,
compatibilizando a eficiência na administração
da escassez e redução das injustiças na
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distribuição.
Resp. Civil Objetiva
Colocação de Serviços e
Obra municipal de construção de Produtos no mercado
um viaduto consumidor

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O sujeito passivo deve
pagar a indenização ...
Por que essa é a sua função
social! Ele gerencia a 37

socialização do prejuízo!!
Duas subespécies possíveis...
• Responsabilidade subjetiva de culpa presumida =
não cabe a vítima provar a culpa do responsável.
O devedor é que produz sua defesa
demonstrando a inexistência da culpa.

• Responsabilidade objetiva pura = basta a prova


da existência do dano, sendo irrelevantes a
relação de causalidade e o pressuposto subjetivo
da culpa do devedor. Ex: INSS e indenização por
acidente do trabalho!! 38

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