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Odontologia Legal e Forense – TOTAL DE: 16 PÁGINAS

1. Traumatologia Forense – 6 Páginas;

2. Lesões por Arma de Fogo e Pilares de Força – 5 páginas;

3. Energias de Diversas Ordens – 5 páginas.

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Odontologia Legal e Antropologia Forense –
8º Semestre - 1ª Unidade – Aula 1 – Noções de  Outras formas de ação:
Traumatologia Forense  Quando estes modos de ação se associam, a
lesão passa a ser chamada de mista:
 Traumatologia Forense:  Pérfurocortante:
 Estuda as ofensas à integridade física ou à o Faca, canivete, espada, punhal, estilete,
saúde produzidas por agentes: peixeira.
 Mecânicos;
 Cortocontudente:
 Físicos; o Machado, guilhotina, enxada, facão,
 Químicos; foice, dentes.
 Biodinâmicos.  Pérfurocontudente:
 A traumatologia forense estuda os aspectos
o Projétil de arma de fogo, ponta de grade
médicos-jurídicos das lesões causadas pelos de ferro, ponteira de guarda-chuva;
agentes lesivos;  Lácerocontudente:
 Trauma é o resultado da ação vulnerante que o Acidentes com trem ou automóvel.
possui energia capaz de produzir a lesão
(alteração no indivíduo);

 Agentes mecânicos:
 São agentes que atuam pela energia
mecânica;
 Essa energia modifica o estado inercial
(repouso ou movimento) de um corpo em
agente agressor e produzindo lesões em todo
ou em parte do outro corpo;
 Forma de ação/atuação: agem por contato e
diretamente sobre a superfície atingida,
atuando por:
 Somente Pressão; 1. AGENTES PERFURANTES (FERIDAS PUNCTÓRIAS):
 Pressão e Deslizamento;  Instrumento ou agentes finos, alongados,
 Choque, acompanhado ou não de pontiagudos (punctórios) de diâmetro
deslizamento; transversal (secção) extremamente reduzido
 Três tipos de lesões simples: em relação ao seu comprimento, produzindo
 Punctória; lesões punctórias ou punctiformes;
 Incisa;  Atuam por pressão sobre um determinado
 Contusa. ponto e penetram a superfície geralmente
afastando as fibras dos tecidos atingidos;
 Formas de Ação:  Exemplos: prego, espinho, agulha, estilete,
FERIDA MODO DE INSTRUMENTO TÍPICO garfo, espeto (de churrasco), seta, florete,
PRODUÇÃO furador de gelo e outros;
PUNCTÓRIA Pressão em um Prego, alfinete, agulha,
ponto furador de gelo, estilete
 As lesões podem matar ou não;
INCISA Deslizante Navalha, bisturi, lâminas,  A gravidade da lesão não vai ser determinada
maior que estilhaços de vidro, folha pelo tipo da lesão, nem pelo tipo do
pressão de papel, linha de cerol instrumento e sim pela extensão e local do
CONTUSA Choque (pode Martelo, marreta, caibro, dano;
haver ou não tonfa, cassetete, soco
deslizamento) inglês, bastão, pedra

Odontologia Legal e Antropologia Forense – 8º Semestre - 1ª Unidade – Aula 1 – Noções Traumatologia


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 Características: 1.2. Trajetória:
1.1. Orifício de entrada: o Retilínea;
o Diminuto, circular ou fusiforme; o Depende do tamanho do instrumento e
o De pouco sangramento externo; da pressão utilizada pelo agressor;
o Recoberto por uma crostícula sero- o Predomina a profundidade
hemática; (comprimento) sobre o diâmetro;
o Mas a lesão pode ocasionar importantes o Termina em fundo cego (fundo de saco –
lesões internas: lesão penetrante);
- Perfurações de órgãos, vísceras ou o Pode ser transfixante com orifício de
hemorragias. saída semelhante ao de entrada;
o Seguem a elasticidade e contratilidade o Não se pode relacionar comprimento do
da pele (Leis de Filhós e Langer); instrumento com profundidade da
Leis de Filhós e Langer penetração:
- O instrumento pode não penetrar
 As feridas punctórias ou puntiformes sofre ação toda a extensão;
das linhas de tração da pele, podendo tomar a forma - A posição da vítima pode variar;
de botoeira ou casa de botão, ponta de seta, quando - A profundidade pode ser maior que o
na confluência de regiões de linhas de força comprimento dos instrumentos
diferentes; e pode ter forma bizarra de acordo com a (depressibilidade dos tecidos).
confluência de linhas de tração;

 As leis de Filhos e Langer são as características das 1.3. Características das lesões perfurantes:
feridas punctórias: o Sua exteriorização é em forma de ponto;
o Abertura estreita;
 Numa mesma região, a direção da lesão é o Pouco sangramento;
sempre a mesma; o Pequenas machas na pele, geralmente
 Qualquer pessoa que seja ferida numa mesma de menor diâmetro que a do
região, a direção da ferida será sempre a instrumento causador, devido à
mesma; elasticidade e retrabilidade dos tecidos
 Quem dá a direção da ferida é a fibra; cutâneos.
 A ferida produzida por um instrumento o Orifício de saída:
perfurante é achatada, alongada, como se - Em geral mais irregular e de menor
tivesse sido produzida por um instrumento diâmetro que o de entrada;
perfurocortante de dois gumes (ex. Punhal); - Muito parecido com o de entrada;
 Onde há cruzamento de fibras a ferida toma o - Bordas discretamente evertidas.
aspecto de figura geométrica.
2. AGENTES CORTANTES:
 Atuam por pressão e deslizamento (pressão e
deslocamento), com “gume afiado”, atingindo
a superfície em ângulos variados, produzindo
feridas incisas ou ferimentos incisos;
 Exemplo de instrumentos: navalha, gilete,
cutelo, bisturi, lâminas metálicas afiladas,
papel, guilhotina, estilhaços de vidro, capim-
navalha e outros;

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2.1. Características: o Evisceração (haraquiri);
o Regularidade e nitidez de suas margens e o Lesões de defesa.
bordas;
o Hemorragia quase sempre abundante;
o Predomínio de comprimento sobre a 3. AGENTES CONTUNDENTES:
profundidade;  Atuam por choque de superfícies;
o Afastamento das bordas da ferida devido  O choque de superfícies pode se dar de forma:
à elasticidade e tonicidade dos recidos o Ativa (quando o instrumento é projetado
(mais acentuada nas lesões post-mortem); contra a vítima) ou;
o Bordas com coaptação perfeita, ou seja, o Passiva (quando a vítima vai ao encontro
quando aproximamos as bordas elas se do objeto, por exemplo, uma queda) ou;
fecham perfeitamente; o Mista (ambos em movimentação);
o Presença de “cauda” (fim do corte, onde  Formas lesivas:
está a parte menos profunda): o Compressão, que determina
- O instrumento cortante não penetra por esmagamento;
igual em toda a extensão da ferida. Nas o Contato tangencial, por atrito;
extremidades esta é menos profunda que o Tração, que pode produzir arrancamentos
no centro, tanto menos profunda quanto e lacerações;
mais próxima de seu início ou término; o Sucção;
o Explosão, que decorre do aumento
2.2. Ferida Incisa: primário ou secundário da pressão
o O instrumento penetra os tecidos em interna.
direção mais ou menos perpendicular à
superfície do corpo;  Devido à elasticidade da pele, esta se
conserva integra e a lesão se produz em nível
2.3. Ferida Incisa com Retalho: profundo.
o Quando o instrumento, penetrado muito  São várias as lesões superficiais, e com exceção
obliquamente, deixa pendente do corpo da escoriação, somente ocorrem em corpos
uma parte, presa por uma das com vida:
extremidades; LESÕES SUPERFICIAIS
3.1. ESCORIAÇÃO:
2.4. Ferida incisa Mutilante:
o Quando há perda de segmento corpóreo. - O atrito (deslizamento)
Nesse tipo de ferimento destaca-se o provoca o arranhamento da
esgorjamento, a decapitação e a degola. epiderme e desnudamento da
derme;
2.5. Feridas Especiais: -Ação mecânica tangencial do
o Esgorjamento: instrumento, que deixa a derme ao descoberto
- Ferida na parte anterior do pescoço; por arrancamento da epiderme;
- Sua profundidade é variável, podendo
até chegar à coluna vertebral; -É comum nas quedas (lesões nos joelhos,
o Degolamento: cotovelos);
- Ferida na parte posterior do pescoço;
-Ocorre formação de crosta que pode ser:
- Secção quase total do pescoço;
o Decapitação;  Serosa (linfa) – coloração amarelada;
- Quando há a separação total da cabeça
do restante do corpo;
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 Hemática e serosa (mistura de sangue na
serosidade) – coloração castanha ou amarronzada. 3.3. BOSSAS:

- No cadáver, por não haver circulação, não se - Quando o derrame sanguíneo não encontra
formarão crostas; condições de se difundir e forma coleções
localizadas (ex.: “galo”);
- A recuperação se dá em prazo curto;
- As bossas podem ser sanguíneas quando o
-Interesse jurídico: arrastamento, líquido, não podendo se espalhar, forma uma
atropelamento, lesões de defesa (unhadas), etc. coleção (especialmente sob o couro cabeludo
3.2. EQUIMOSE: “galo”) ou linfática, quando seu conteúdo for
linfa;
- Quando há rompimento
de vasos e derrame - O instrumento contundente age sobre a
sanguíneo infiltrando os superfície corporal em que há tecido ósseo
tecidos e, com isto, abaixo e com musculatura muito tênue;
produção de mancha de - Rompendo-se o vaso, forma-se a bossa
variado tamanho, conforme a extensão da área sanguínea.
que sofreu o choque;
3.4. HEMATOMA:
- Contusão mais frequente e mais importante
na prática; - É semelhante à equimose, porém, trata-se de
um rompimento de um vaso maior, portanto, o
- O tecido externo apresenta-se íntegro; sangramento é mais violento a ponto de
- O material extravasado vai ser reabsorvido e descolar a pele, formando uma verdadeira
isto provoca uma variação cromática que vai do bolsa de sangue;
início ao pleno reparo da lesão; - Ocorre em locais de tecido frouxo, mole;
- É o chamado espectro equimótico que serve
- Com o passar do tempo o organismo absorve
para: o sangue, havendo ali, as mesmas variações de
 Avaliar a data da lesão ou; cores, da equimose, só que processo será mais
demorado.
 Se ocorreram várias lesões em dias
diferentes; 3.5. RUBEFAÇÃO:

- Podem produzir equimoses: compressão - A pressão libera histamina, que dá


(soco, pontapé, paulada, chicotada), tração vasodilatação;
(beliscão), sucção (beijo) e esforço (aparece - Encontra-se nas compressões e nas irritações
geralmente nos olhos). agudas ou crônicas;

ESPECTRO EQUIMÓTICO DE LEGRAND DU SAULLE - Alguns autores não a consideram lesão porque
COR EVOLUÇÃO EM DIAS não há saída de sangue dos vasos.
Vermelho-Violáceo 1 – 2 dias
Azulado 3-6 dias 3.6. EDEMA TRAUMÁTICO:
Esverdeado 7-12 dias
- Aumento do líquido extracelular e
Amarelado 12-20 dias
Normal Após 20 dias extravascular, provocando distensão com
limites nítidos, por vezes com a forma do
instrumento.
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3.7. LACERAÇÃO (LESÃO LACEROCONTUSA): 3.13. ROMPIMENTO DE ÓRGÃOS:

- Resulta da ação mais ou menos tangencial do - Decorrente de fratura.


instrumento, que pela força de arrasto ou de
tração, acaba por provocar esgarçamentos ou  LESÕES MISTAS:
dilacerações dos tecidos, sem exibirem a 1) PERFUROCORTANTES:
 Provocadas por
relativa nitidez das cortocontusas.
instrumentos de ponta e
LESÕES PROFUNDAS gume que atuam pela
perfuração e cortam os
3.8. LUXAÇÃO: planos atingidos pelas suas
- É afastamento repentino e duradouro de uma bordas afiadas:
das extremidades;  Um só gume: faca, canivete, espada,
baioneta, hastes da tesoura;
- Quando as superfícies articulares perdem  De dois gumes: punhal, faca vazada;
contato, ainda que temporariamente.  De três ou mais gumes: triangulares, lima.
 Agem por pressão e secção;
3.9. ENTORSES:
 Tem gravidade variável, de acordo com o
- Tracionamentos e contusões que distendem agente e com os planos atingidos;
ligamentos.  Possui características de lesões cortantes e
perfurantes (incisa e perfura o tecido);
3.10. FRATURA:  Lesões de defesa ocorrem quando a vítima
reage a uma agressão do agente, podendo
- É a solução de continuidade, parcial ou total
sofrer cortes nos braços, mãos e pés;
dos ossos submetidos à ação de instrumentos
 Características:
contundentes;
 A lesão possui o formato do agente
- Pode ser fechada ou exposta; completa ou causador:
incompleta; única, múltipla ou cominutiva; em “galho o Instrumento de 1 gume deixa
verde”, transversa, oblíqua, longitudinal, espiral ou aspecto de uma casa de botão;
em mapa mundi. o Instrumento de 2 gumes deixam
fendas de bordas simétricas unidas
3.11. ROTURA VISCERAL: nas extremidades por ângulos
agudos;
- Resulta do aumento de pressão, mais ou menos
o Instrumento de 3 gumes deixam
localizado, que faz explodir vísceras ocas com
aberturas estreladas.
conteúdo líquido (bexiga, vesícula, estômago) ou
dilacera vísceras maciças por tracionamento ou
2) CORTOCONTUDENTES:
penetração.
 São provocadas por
instrumentos que, mesmo
com gumes, têm a sua
3.12. ESMAGAMENTO: principal ação pela
contusão, pela pressão
- Provocado por compressões violentas de grandes
devido ao seu próprio peso;
massas (desabamentos, acidentes de trânsito, prisão
 Sua gravidade depende do
entre ferragens) ou por ondas de
ângulo de incidência, da superfície atingida e
pressão/descompressão alternadas (explosões).
da força de impacto;

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 São lesões sempre profundas e graves, com REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
destruição de tecidos, inclusive com fraturas;
 Exemplos de instrumentos: foice, facão, Odontologia Legal & Antropologia Forense, 2ª edição -
machado, enxada, rodas de trem, guilhotina, VANRELL, Jorge Paulete.
serra elétrica etc;
 No corpo humano, apenas a mordida dos
incisivos e as unhas são capazes de causar
lesões desse tipo.
 Características:
 Bordas nítidas e regulares, se o
instrumento tiver gume afiado;
 Bordas irregulares com equimoses nas
adjacências, se o seu corte não for
afiado, predominando, neste caso, o
peso do instrumento e a força que foi
aplicada.

3) PERFUROCORTANTES:
 São lesões que causam perfuração e ruptura
dos tecidos.
 O projétil é o mais típico agente
perfurocontundente:
 É composto de chumbo e revestido ou
não por outros metais;
 Possuem formas variáveis: cilíndricas ou
ogivais;
 As munições podem ter carga simples ou
única (revólver) ou múltiplas
(cartucheiras).
 Características do ferimento:
 Bordas irregulares;
 Predomínio da profundidade;
 Caráter penetrante ou transfixante.

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Odontologia Legal e Antropologia Forense –  Munição:
1ª Unidade – Aula 2 – Lesões por Arma de Fogo e  Os projéteis podem ser únicos ou
Pilares de Força múltiplos (bagos de chumbo, nas armas
de caça);
 As armas de fogo são instrumentos que utilizam a  Devido à aerodinâmica, os projéteis
grande quantidade de gases produzidos pela tendem a ser ogivais na extremidade
queima instantânea de uma carga (pólvora ou que se constitui na frente de avanço;
sucedâneo) como forma de propulsão dos
 De modo a aumentar o seu poder
projéteis. vulnerante, os projéteis podem
apresentar modificações que facilitam
 Classificação das Armas de Fogo: sua deformação, multiplicando o seu
 Pode ser feita de acordo com:
poder devastador, utilizando:
1. O uso: de caça, de esporte ou de defesa; o Uma aleação mais maleável ou
2. O comprimento do cano: curtas e longas; menos dura que o resto do núcleo
3. O acabamento interior do cano: lisas ou (projéteis soft nose);
raiadas; o Modificações estruturais que
4. O calibre: .22, .38, 12, 16, 36 etc; facilitam a sua ruptura/expansão
5. O funcionamento: de repetição, (projéteis ponta oca, hollow point
automáticas ou semi-automáticas; ou dundum).
6. A velocidade do projétil: baixa ou alta.  Os orifícios de entrada podem ser:
o Circulares (90°);
 Em criminalística, se classifica também em: o Ovais ou arredondados (ângulo
1. Armas de mão: pistola, revólver, etc; diverso de 90°);
2. Armas de ombro: fuzil, carabina, etc. o Tangencial, de acordo com o ângulo
de incidência.
 Armas:
 Calibre:
 Mecanismo de disparo:
 Nas armas de alma lisa, é determinado
pelo número de esferas de chumbo
(balins), de diâmetro igual ao do cano,
que perfazem uma libra de massa (≅
454 g):
o Calibre 12 significa que 12 esferas
de chumbo do diâmetro do cano,
pesam 1 libra.
 Nas armas raiadas, é determinado pela  Critério de Estudo da Lesão:
medida do diâmetro do cano no fundo  As lesões são consideradas:
de duas raias opostas da alma. Pode ser  Pela distância de disparo do alvo:
expresso em: o Disparos apoiados ou encostados, à
o Milímetros: Bélgica (9mm, 7,6mm); distância zero;
o Milésimos de polegada: (Inglaterra: o Disparos próximos, à curta distância
.303, .308); ou à “queima-roupa”;
o Centésimos de polegada (EUA: .45, o Disparos à distância.
.38).  Pelas características de seus orifícios:
o De entrada e de saída.
 Pelo seu trajeto:
o Reto ou não; simples ou múltiplo.

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 Projéteis de Baixa Energia:
1) FERIMENTO DE ENTRADA DO PROJÉTIL:
 É variável segundo a distância do disparo e
conforme o projétil (único ou múltiplo);
 Existem elementos que são comuns a todo
tipo de tiro, independente da distância entre
a arma e a vítima. Esses elementos são
chamados de efeitos primários do tiro.  Efeitos secundários do tiro:
 Efeitos primários do tiro:  Presentes nos disparos à curta distância
 São consequências das ações mecânicas ou à queima-roupa (desferidos contra o
do projétil sobre o alvo e são próprios alvo situado dentro dos limites da região
do orifício de entrada; espacial varrida pelos gases e pelos
 Compreendem o ferimento resíduos da combustão do explosivo
perfurocontuso ou lacerocontuso e as propelente expelidos pelo cano da
orlas; arma);
 O conjunto das 3 orlas abaixo forma o  Neles ocorrem a ação e deposição de
Anel de Fisch; alguns ou de todos os elementos sobre o
 Orla de enxugo ou de alimpadura: corpo ou sobre as vestes da vítima;
o Corresponde a uma delicada área,  Estão sujeitos a uma grande variação,
localizada em torno do ferimento relacionada com:
perfurocontuso de entrada, em que o O tipo e o estado de conserva da
a epiderme é arrancada pelo atrito arma;
do projétil quando penetra, o A qualidade da munição;
deixando exposto o córion: A natureza e/ou a região do alvo
vermelha e brilhante, quando atingido.
recente, e mate e escura após  Os efeitos secundários compreendem as
algumas horas. zonas de contorno.
 Orla de escoriação:  Zona de chamuscamento:
o É produzida pelo projétil quando o É produzida pelos gases
impacta sobre o corpo, quando se superaquecidos resultantes da
comporta apenas como combustão do explosivo propelente
instrumento contundente (inclusive e se forma nos tiros encostados
ao longo do túnel do trajeto); (distância zero) e até a distância de
o Evidencia-se como uma equimose 15m nos revólveres;
cuja extensão e intensidade estarão o É uma zona característica do orifício
em relação não apenas com o de entrada do projétil e é verificada
impacto do projétil como, também, pela ocorrência de queimaduras
com a textura dos tecidos da dos pêlos e da pele da vítima (bem
região: mais ampla quando lassos, como de tecidos, podendo-se dar a
mais estreita e menos evidente combustão das vestes quando estas
quando mais firmes ou se interpõem no local atingido e são
consistentes. de fios sintéticos).

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 Zona de esfumaçamento:  Sinal de Puppe-Werkgarten:
o Constituída por grânulos de fuligem o Queimadura pela estampa do cano
resultantes da combustão da carga da arma, no disparo apoiado.
propelente;
o É superficial e se deposita apenas
sobre a pele e/ou vestes
interpostas, em torno do orifício de
entrada;
o É facilmente removida da região 1. Marca do cano, com a massa de mira, em volta do orifício de
por lavagem com bucha, água e entrada. 2. Esquema de marca deixada por arma de cano duplo,
sabão; na qual disparou apenas o cano da esquerda.

o Aumentando a distância entre a


 Sinal do telão de Raffo:
boca de fogo e o alvo, cresce o
o Zonas, decorrentes da combustão
diâmetro da zona de
da carga do cartucho e dos gases
esfumaçamento, cuja concentração
produzidos, sobre as vestes, que
diminui no centro para a periferia,
servem de anteparo (telão ou
com crescente perda de nitidez nos
biombo);
limites.
o Sinal do desfiamento em cruz, sinal
 Zona de tatuagem:
do cocar e sinal de decalque.
o É composta por partículas de carvão
e de grânulos de pólvora
incombusta, dispersas em torno do
orifício de entrada, de bordas
deprimidas, cujo diâmetro cresce
progressivamente até perder-se a
energia cinética de cada corpúsculo. 1. Sinal do desfiamento em cruz nos disparos encostados.
o Em alguns tipos de disparos, podem 2. Sinal do cocar. 3. Sinal do decalque.
ser observados casos especiais;
 Câmara ou boca de mina de Hoffmann:  Funil de Bonnet:
o Orifício de o Escariação em forma de funil, cuja
grande “boca” aponta para o local em que
tamanho, o projétil sai do osso, notadamente
estrelado, de os planos.
bordas
laceradas,  Lesão em “buraco de fechadura”:
evertidas e o Ocorre nos ossos da abóbada
irregulares, com descolamento dos craniana, quando o projétil atinge a
tecidos do crânio, aspecto da calota craniana bem
cratera de uma mina, nos disparos tangencialmente, mas com
encostados ou apoiados no crânio. inclinação mínima suficiente para
 Sinal de Benassi: poder entrar.
o Esfumaçamento da tábua externa
dos ossos do crânio, em casos de
tiro encostado.

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2) TRAJETO DO PROJÉTIL: 2) TRAJETO DO PROJÉTIL:
 Diferente de trajetória (fora da arma e fora do  Pode seguir caminho reto ou em ziguezague,
corpo), o trajeto representa o caminho, reto dependendo do ricochete dentro do corpo;
ou não, seguido pelo projétil dentro do corpo;  Encontra-se rodeado por uma zona de
 Não havendo orifício de saída, se entende até necrose e laceração, por fora da qual há uma
o fundo-de-saco onde se aloja o projétil; intensa infiltração hemorrágica.
 Trata-se de um túnel cavado pelo projétil
durante sua penetração. 3) FERIMENTO DE SAÍDA DO PROJÉTIL:
 Cavidade temporária:  É um orifício que tanto pode ser maior que o
 É o limite do deslocamento temporário de entrada ou menor, o que pode levar a
dos tecidos pelo efeito hidrostático, conclusões errôneas quanto à direção do
quando o projétil passa. disparo;
 Cavidade permanente:  Poder ser regular ou irregular;
 É o túnel ou orifício permanente deixado  Possui bordas evertidas e, em geral, com orla
pelo projétil devido sua ação cortante e equimótica ou de contusão.
esmagadora.

3) FERIMENTO DE SAÍDA DO PROJÉTIL:


 Independe da distância do projétil;
 Possui as seguintes características:
 Orifício maior que o de entrada, devido
aos fragmentos arrastados pelo projétil;
 Formato irregular;
 Bordar evertidas;
 Sem orla de enxugo e de escoriação;
 Pode apresentar orla equimótica ou de
contusão.

 Projéteis de Alta Energia:


1) FERIMENTO DE ENTRADA DO PROJÉTIL:
 É variável, podendo ser congruente com o
diâmetro do projétil ou:
 Assumir um diâmetro muito maior;
 Assumir forma estrelada que lembra um
orifício de saída;
 Assumir forma de uma mina se Hoffman
(sem suas características, já que não se
trata de tiro encostado).
 Em geral, resultam de disparos à distância,
originários de armas de fogo curtas ou
longas.

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PILARES DE FORÇA REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

 A face é a região mais exposta do crânio e, Odontologia Legal & Antropologia Forense, 2ª edição -
portanto, mais sujeita a traumatismos provocados VANRELL, Jorge Paulete.
por impactos diretos;
 Porém, a face também apresenta zonas de
proteção a estes impactos através de pilares e
regiões de maior espessura óssea, chamadas de
zonas de resistência, cuja função é proteger
órgãos importantes, como os olhos, estruturas
neuromusculares e também órgãos vitais como o
cérebro;

 Pilar CANINO:
 Inicia no alvéolo do canino e termina na
extremidade medial da borda supra-orbital,
com trajetória lateral à cavidade nasal.

 Pilar ZIGOMÁTICO:
 Inicia no alvéolo do 1º molar superior e segue
até o osso frontal, passando pela lateral da
órbita;
 Possui uma ramificação sobre os ossos
zigoma e temporal, conectando os dois ossos
(arco zigomático).

 Pilar PTERIGOIDEO:
 Inicia-se no alvéolo do 3º molar e passa para
o processo pterigoide do esfenoide pelo
processo piramidal do palatino.

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Odontologia Legal e Antropologia Forense – o Podem assumir diversas formas clínicas:
8º Semestre - 1ª Unidade – Aula 3 – Energias de 1. Fulminante: queda abrupta da
Diversas Ordens pressão arterial, com a e morte;
2. Sincopal: precedida de distúrbios
 Introdução: neurovegetativos (cefaleia, náuseas,
 Serão abordadas lesões resultantes da ação de vômitos) e de colapso;
diversas energias lesivas sobre o corpo humano. 3. Hiperpirética: por aumento da
temperatura corporal além dos 45°C;
 LESÕES POR MEIOS TÉRMICOS: 4. Asfíctica: com cianose, dispneia e
 Produz reações de magnitude variável mas que esfriamento das extremidades;
podem ser tão intensas a ponto de levar ao 5. Congestiva: com vermelhidão cutânea
óbito;
e edema pulmonar;
 Temperaturas altas ou baixas demais, fazem 6. Urêmica: com sudorese, insuficiência
com que o organismo perca a homeotermia, renal, parestesias, convulsão e morte.
provocando alterações nos processos
metabólicos e/ou lesões teciduais que, se o As termonoses podem ser de dois tipos:
mantidas, poderão se tornar irreversíveis.  Insolação:
 Ação do calor:
 Ocorre em local aberto, quando
 Pode dar-se de forma sistêmica (sobre o
a fonte de calor é natural – o Sol;
corpo inteiro) ou de forma local;
 Possui três formas:
 Termonoses:
1. Fulminante: perda abrupta
o Resultantes da ação do calor difuso
da consciência, choque e
sobre o corpo;
morte;
o Ação térmica estimula os mecanismos
2. Grave: sintomas
de homeostase do corpo que estimulam
neurológicos, febres e
processos fisiológicos de controle
poliúria;
térmico, provocando:
3. Leve: mal estar geral, febre,
 Vasodilatação;
distúrbios sensoriais,
 Sudorese;
cefaleia e vertigens.
 Perda de água;
 Intermação:
 Eletrólitos.
 Ocorre em local fechado,
o Em caso de insolação ocorre:
quando a fonte de calor é
 Ação das radiações ultravioletas,
artificial – fornalha, caldeira, etc.
sobre as camadas basais da
epiderme e nos estratos do córion.
 Queimaduras:
o Temperatura ambiente agressiva:
o É a ação do calor por contato direto com o
 Quando ultrapassa os 30°C;
corpo;
 Mormante quando se tem uma
o Com temperaturas de 45 a 50°C ocorrem
umidade relativa do ar superior a
vasodilatação, hiperemia e rubor;
60-70%;
o Com temperatura de 55°C ocorrem
 Na ausência de ventilação com
alterações celulares, com transudação
ventilação deficiente;
serosa;
o A sintomatologia é característica,
o Com temperaturas acima dos 70°C
iniciando-se com um aumento da
observam-se necrose coagulativa e
temperatura corpórea que pode atingir
desnaturação dos tecidos.
valores de 43 a 44°C.

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o Do ponto de vista clínico, o elemento mais o 4º Grau:
importante não é a profundidade da área  Ocorre carbonização;
lesada, mas sim sua extensão.  Observa-se combustão até dos
tecidos mais profundos;
 Classificação das queimaduras:  Quando a carbonização é parcial,
o 1º Grau: podem encontrar-se regiões vizinhas
 Causa eritema/rubor; que apresentam outras formas de
 Provocada pela hiperemia dos queimaduras mais leves;
capilares superficiais, com  O calor provoca calcinação dos ossos,
vermelhidão da pele; que se transformam em um material
 A recuperação é total, depois de um branco-acinzentado, bastante friável.
período variável de descamação
epidérmica.
 Ação do frio:
o 2º Grau:  Resfriamento ou hipotermia:
 Causa flictenas/bolhas, que são o Provocado pela exposição ao frio além
formações cheias de líquido seroso, dos limites da compensação
que levantam o estrato córneo da homeotérmica biológica;
epiderme, podendo variar em o O resfriamento do corpo reduz ou inibe a
número e volume; cessão do oxigênio, por parte das
 A base de cada flictena está rodeada hemácias, aos tecidos;
por um halo hiperêmico; o A sintomatologia é característica:
 Quando o teto da bolha se rompe,  Inicia-se por uma profunda sensação
ficam expostas as camadas basais da de frio, acompanhada de
epiderme ou mesmo a derme, o que vasoconstrição periférica, que
origina a cor avermelhada do fundo determina intensa palidez;
das lesões;  As funções do sistema neural central
 Somente se forma quando a pessoa são afetadas;
está viva.  Os sentidos se embotam e o
conhecimento se compromete;
o 3º Grau:  A vítima entra em coma e morre.
 Causa escarificações/necrose;
 Ocorre quando a temperatura atinge  Geladuras:
os 180°C; o Se dividem em graus:
 A área necrótica exibe uma o 1º Grau:
consistência firme e maior que a dos  Causa eritema/rubor;
tecidos vizinhos não queimados,  As lesões são mais frequentemente
discretamente deprimida, de cor localizadas na extremidade dos
castanha; dedos, na ponta do nariz e nos
 Quando a pessoa sobrevive, a área pavilhões auriculares;
necrótica se destaca, ensejando uma  Observam-se regiões de coloração
chaga úmida. roxo-violácea, edematosas, frias e
dolorosas;
 Pode aparecer fissuras sangrantes.

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o 2º Grau:  Hipopressão Atmosférica:
 Causa vesicação/bolhas/flictenas;  Também chamada de mal das alturas;
 O edema se torna mais marcante,  Observa-se de forma mais abrupta em
dando ensejo à formação de determinadas atividades, como piloto de
flictenas, cheias de líquido viscoso, avião, alpinistas, etc;
seroso ou serossanguinolento;  Verificam transtornos auditivos, cefaleias,
 A pele ao redor das flictenas mostra náuseas, vertigens, dispneia e taquicardia,
um halo cianótico; como consequência da anóxia,
 A ruptura do teto das flictenas deixa especialmente cerebral;
exposta a derme, avermelhada pela  Com o tempo ocorre adaptação fisiológica à
congestão. altura.
 Hiperpressão Atmosférica:
o 3º Grau:  O hiperbarismo é frequente nos
 Causa gangrena/necrose; escafandristas ou pessoas que mergulham a
 No nível dérmico, forma-se uma série certas profundidades, principalmente
de escaras circunscritas, que atingem quando não se observam medidas de
o celular subcutâneo e os tecidos segurança aconselhadas;
mais profundos (músculos e ossos);  O dano por hiperbarismo tanto pode ocorrer
 A necrose origina lesões de evolução durante o processo de compressão como,
tórpida que se resolvem em cicatrizes depois, durante a descompressão:
retráteis; o Durante a compressão é afetado com
 Às vezes ocorre a gangrena seca ou frequência o aparelho auditivo, não raro
úmida de uma parte da extremidade, com perfuração timpânica, dor,
o que pode originar mutilações hemorragias mucosas e congestão dos
espontâneas, de extensão variável; seios paranasais;
 Lesões por congelamento são pouco o Durante a descompressão, se esta não se
dolorosas, mas quando se tenta o realiza lentamente, aparecem dores
reaquecimento, origina-se uma musculares e articulares, lesões
exacerbação da sintomatologia osteoarticulares, vertigens, cefaleias,
dolorosa. paralisias musculares e sinais de
insuficiência cardíaca, com óbito próximo.
 LESÕES POR PRESSÃO ATMOSFÉRICA: As embolias gasosas são comuns.
 Admite-se como nível normal o indivíduo que se
encontra ao nível do mar;  LESÕES POR ELETRICIDADE:
 À medida que ascendemos, por exemplo, a 1000  Se manifestam por atrações ou repulsões,
metros acima do nível do mar, a coluna de ar faíscas ou descargas luminosas;
sobre o indivíduo terá mil metros a menos e  As fontes de eletricidade podem ser:
pesará menos;  Naturais: raios e relâmpagos;
 Porém, se o mesmo indivíduo estiver 1000  Biológicas: peixe-torpedo, lampreia, etc;
abaixo do nível do mar, a coluna de ar terá mil  Pela ação do homem: eletricidade
metros a mais de altura e pesará mais; industrial.
 O efeito lesional não decorre do peso da coluna  Todas essas formas de eletricidade podem
de ar em si, mas das decorrências desse peso na provocar lesões orgânicas suscetíveis de exibir
pressão parcial dos gases. efeitos localizados, circunscritos ou
generalizados;

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 As de origem natural e biológicas são sempre o Eventualmente pode haver também uma
contínuas, enquanto as industriais podem ser marca de saída, mas é de maior amplitude
alternadas; e de consistência mole, contrastando com
 Quanto maior a intensidade, maior o perigo; a de entrada.
 A resistência do organismo à passagem da  Efeito Joule:
corrente elétrica depende de fatores internos e o Na zona de entrada da corrente pode
externos: haver queimadura elétrica de magnitude
 Quando mais espessa e seca, menor a diversa;
condutividade, ou maior a resistência; o É de cor cinza-ardósia ou pardacenta, com
 A corrente circulatória é o maior condutor, bordas bem delimitadas e elevadas, seca e
por isso centros bulbares e quase indolor;
cardiorrespiratórios são atingidos de forma o As queimaduras podem deixar cicatrizes
instantânea; ou outras sequelas traumáticas.
 Efeitos de acordo com os mA (miliamperes):  Metalização:
 1mA produzem apenas cócegas quando o Na zona de entrada da corrente, o
aplicadas sobre a pele seca; eletroduto metálico pode impregnar a
 Abaixo de 10mA causam contrações pele do fundo da lesão com partículas de
musculares, mas ainda é possível soltar-se metal fundido.
do condutor;  Lesões Nervosas:
 Acima de 10mA e com voltagem suficiente, o Causam, frequentemente, síndromes
ocorrem contrações que impedem a neurológicas ou psiquiátricas, atrofias
separação do condutor, podendo produzir musculares e transtornos cardiológicos.
parada respiratória quando o trajeto inclui  Eletrocussão:
o tórax.  Causada de forma intencional;
 É a ação sistêmica ou letal provocada pela
 EFEITOS DA ELETRICIDADE ARTIFICIAL energia elétrica artificial;
(INDUSTRIAL):  O aspecto do cadáver é um indicativo do
 Eletropressão: mecanismo da morte:
 Observam-se lesões localizadas, cutâneas ou o Rosto branco: comum nos casos de
internas, além de efeitos gerais sobre o fibrilação ventricular;
organismo; o Rosto azul/arroxeado: comum quando
 Ocorre de forma acidental; ocorre tetanização respiratória.
 Marca elétrica de Jellinek:
o É a marca que  EFEITOS DA ELETRICIDADE NATURAL:
demonstra a  Provocada pela eletricidade atmosférica.
entrada da  Fulguração:
eletricidade na  Lesões localizadas, não letais, produzidas
pele ou mucosa; pela eletricidade cósmica;
o Trata-se de uma  Característica:
lesão de contornos o Sinal de Lichtenberg ou
nítidos, cutifulgurite: lesões na pele
arredondada ou elíptica, de cor com aspecto arboriforme ou
acinzentada, castanha ou rósea, dura ao serpiginoso (em folha de
tato e, frequentemente, de centro samambaia), de cor
encovado (umbilicada); avermelhada, que resultam da
o Quando a lesão é puntiforme, se designa paralisia vascular ou da difusão
como marca eletroespecífica de Jellinek; elétrica pela pele.
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 Fulminação: o Alimentos em mau estado de
 Lesões sistêmicas, letais, produzidas por conservação, nos quais há proliferação de
eletricidade cósmica; bactérias;
 Ocorrem em locais desacampados, abertos, o Certos alimentos, como as favas, que
pela diferença de tensão elétrica entre as podem provocar fortes reações
nuvens mais baixas e a Terra; alérgicas/anafiláticas nos sujeitos
 As roupas são arrancadas violentamente e hipersensíveis;
outras vezes queimadas pela ação da o Reações anormais consecutivas à ingestão
descarga elétrica; de frutos do mar ou produtos que
 Quando a vítima carrega objetos metálicos, isoladamente ou combinados podem
estes podem chegar a fundir-se, total ou desencadear crises hipertensivas em
parcialmente; algumas pessoas mais sensíveis (ex.
 Características: tiramina, nos queijos duros, associado
o As queimaduras disseminadas são muito com vinho).
frequentes, abrangendo tanto a pele o Produtos naturais de animais
quanto as massas profundas; peçonhentos, como certas aranhas,
o Na pele, pode observa-se depilação por escorpiões, cobras e anfíbios, cuja
carbonização de todos os pêlos do corpo; peçonha pode matar.
o Frequente perda da transparência da
córnea e do cristalino, por coagulação
proteica; Cobras peçonhentas podem ocasionar danos graves
o Mãos, orelhas e pênis podem ser as áreas ou levar à morte da vítima. Os sinais mais
de entrada da corrente cósmica, significativos, dependendo das espécies, incluem
podendo-se observar lesões traumáticas ações coagulantes, hemolíticas e/ou neurotrópica.
ou até arrancamento ou carbonização; REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
o Podem encontrar-se fraturas ósseas,
ruptura dos tímpanos, explosões viscerais Odontologia Legal & Antropologia Forense, 2ª edição -
e/ou evisceração das grandes cavidades VANRELL, Jorge Paulete.
do corpo (tórax e abdome);
o A decomposição do cadáver se opera
muito mais rapidamente que o habitual.

 Lesões por agentes biológicos:


 Podem ser provocadas por substâncias de
origem animal ou vegetal, que agem por contato
com a pele ou mucosas ou por
inoculação/ingestão.
 Contato na pele ou mucosas:
 Pode ser causado por certas plantas
ornamentais de uso doméstico, como o
cróton, a Dieffenbachia pictal (comigo-
ninguém-pode), a Datura (saião), entre
outras.
 Ingestão:
 Pode ser causado por:
o Toxinas bacterianas (toxina botulínica);

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