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E-BOOK

Enfermagem
Forense
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História e conceitos
básicos
Aplicação da Enfermagem em situações forenses (
crimes diversos - violência contra a mulher, criança,
idoso, etc

O que é
Sec XVIII - Intimação de Parteiras (situações de
gravidez, virgindade e violação sexual)

Sec XX - Exames sexuais em crimes de Estupro (EUA,


Inglaterra, Canadá, Austrália e norte da Europa)
O que é?

1992 - (EUA) Virginia Lynch precursora da


Enfermagem Forense

EF NO BRASIL

No Brasil, as primeiras discussões científicas


abordando a especialidade surge em 2009 com o
artigo “Enfermagem Forense: uma especialidade a
conhecer” - enfermeiras brasileiras, Karen Beatriz
Silva e Rita de Cássia Silva.
No ano de 2011, a enfermagem forense foi
reconhecida como especialidade, mas só em 2017 que
as áreas de atuação foram regulamentadas -
Resolução COFEN 389 18/10/11

Apesar das competências e contribuições da


enfermagem forense para saúde e segurança pública,
ainda não foram regulamentadas leis estaduais e/ou
nacionais para a criação do cargo de perito para o
enfermeiro forense.
CPP
Código de Processo Penal brasileiro, Decreto de Lei
nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941, sobre o exame de
corpo de delito e outras perícias: na falta de perito
oficial, o exame poderá ser feito por duas pessoas
idôneas, com curso superior, preferencialmente na
área específica

Portanto, o enfermeiro forense poderá ser


convocado pela justiça para esclarecer questões
técnicas e científicas sobre um processo na
função de testemunhas, perito judicial, ou
peritos ad hoc.
IMPORTANTE
Independente da sua especialidade na
Enfermagem, você vai lidar com vítimas e
contextos de violência

Atenção Primária, Secundária e Terciária bem


como na Rede Privada - porta de entrada para
diversos pacientes/vítimas de violência.

Nem sempre as vítimas de violência procuram os


serviços de saúde por este motivo.

É possível aplicar ferramentas de Enfermagem


Forense na prática assistencial
O que é?

Conheça o SUS e outros serviços pertinentes (


delegacias, canais de denúncia, conselhos
tutelares,etc.)
Identificar possíveis vítimas de violência

Anamnese e Exame Físico

Evolução de Enfermagem
Exame de Corpo de Delito Indireto
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será
indispensável o exame de corpo de delito, direto
ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do
acusado.

A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça


(STJ) decidiu que é necessária a realização do
exame de corpo de delito para comprovação da
materialidade do crime quando a conduta deixar
vestígios, entretanto, o laudo pericial será
substituído por outros elementos de prova na
hipótese em que as evidências tenham
desaparecido ou que o lugar se tenha tornado
impróprio ou, ainda, quando as circunstâncias
do crime não permitirem a análise técnica. A
decisão (AgRg no REsp 1726667/RS - julgado em
23/08/2018, DJe 31/08/2018) teve como relator o
ministro STJ Jorge Mussi.
Trabalho Multidisciplinar

Sugestão
TRAUMATOLOGIA FORENSE

Campo da Medicina Legal que estuda as lesões e


os estados patológicos, imediatos ou tardios,
produzidos pela ação de energias (violência)
sobre o corpo humano.” França, 2015

O que é Trauma?

Ação de uma energia sobre o corpo.


Ação/trauma intenso = lesão.
Energias de Ordem Mecânica

Toda ferida é lesão, mas nem toda lesão é ferida

Energias de Ordem Mecânica

Ferida: rompimento completo da pele atingindo


o subcutâneo (solução de continuidade/perda de
continuidade).

LESÃO CONTUSA
Lesão causada por objeto ou força que resulta em
danos aos tecidos corporais, sem que haja ruptura da
pele.

Causas comuns: golpes, socos, chutes, quedas,


colisões e objetos contundentes
Resumo
INSTRUMENTO: Contundente

MECANISMO: Pressão + esmagamento

LESÃO: Contusa

EXEMPLOS: Martelo, tijolo, cassetete, soco inglês

Energias de Ordem Mecânica


Bossa (galo)
Ocorre quando o líquido, não podendo se espalhar,
forma uma coleção (especialmente sob o couro
cabeludo “galo”). O instrumento contundente age
sobre a superfície corporal em que há tecido ósseo
abaixo e com musculatura muito tênue.

Sanguínea: formada por sangue.

Linfática: formada por líquido.


Hematoma
Rotura vasos sanguíneos: formação de “bolsa de
sangue” (continuidade lacustre).
Geralmente presentes em cavidades (ou cavidades
neoformadas):
– Hematomas intracranianos; e
– Hematomas viscerais (possibilidade de rotura dias
após o evento traumático, levando à morte)
– hemotórax e hemoperitônio.
Hematomas intracranianos

Epidural Hematoma Subdural Hematoma Intracranial Hematoma

Equimose
Lesões que possuem infiltração hemorrágica nas
malhas dos tecidos.

Ruptura capilar e consequentemente


extravasamento sanguíneo subcutâneo.
Equimose

Escoriação
Arrancamento epidérmico por abrasão.
Porção superficial e de rápida
cicatrização/consolidação.

Obs.: Escoriação não gera cicatriz

Em vida: formação de crosta serosa (superficial) ou


sero-sanguinolenta (profunda) e característica
avermelhada
LESÕES POR MARTELO
“sinal de Strassmann”

“sinal do mapa-múndi de Carrara” são associados a


lesões causados por martelo
ESMAGAMENTO
O esmagamento pode ser tanto completo, como no
caso da imagem acima, quanto parcial – dedos,
pernas, ou outros membros.
LESÕES POR ARTEFATOS EXPLOSIVOS
Blast injury é a lesão causada pelo deslocamento de
ar, também chamada de síndrome explosiva. A
síndrome explosiva não deixa marcas externas
aparentes, porém danifica os órgãos internos,
podendo causar roturas viscerais
PROLAPSO INTESTINAL
Quando ocorre uma compressão muito forte na
região abdominal (atropelamento, por exemplo),
ocorre o prolapso intestinal.
PRECIPITAÇÃO
Múltiplas fraturas e vários tipos de trauma. O ar
pode retirar as roupas das pessoas durante a queda.
EMPALAMENTO
Quando um objeto ultrapassa o indivíduo pelo ânus
ou próximo ao ânus
LESÃO INCISA
Lesão causada por objeto afiado,cortante que age
por deslizamento.

Caracteriza-se por presença de ferida aberta com


bordas nítidas e regulares.

Pode ocorrer em diferentes contextos como


acidentes, agressões ou suicídios.
Resumo

INSTRUMENTO: Cortante

MECANISMO: Deslizamento

LESÃO: Incisa

EXEMPLOS: Lâminas (navalha, bisturi, faca, etc)

Lesão incisa - Características


Forma linear;
Bordas regulares;
Hemorragia abundante;
Mais comprida que profunda;
Centro das feridas mais profundo que as bordas;
Afastamento das bordas;
Cauda de escoriação;
LESÃO PUNCTÓRIA
Caracteriza-se por feridas causadas por objetos
pontiagudos ou perfurante resultando na perfuração
da pele e tecidos subjacentes.

As lesões possuem orifício circular ou oval na


superfície da pele.

Podem ocorrer em diversos contextos como


agressões, acidentes ou suicídios.
LESÃO PUNCTÓRIA
Pouca hemorragia;

Diâmetro da ferida menor que o diâmetro do


instrumento – elasticidade da pele

Resumo

INSTRUMENTO: Perfurante

MECANISMO: Pressão + penetração

LESÃO: Punctória

EXEMPLOS: Alfinete,agulha,prego
LESÃO PÉRFURO INCISA
Caracteriza-se por feridas causadas por objetos
perfurantes que penetram na pele e ao mesmo
tempo causam incisam na mesma região.

A causa mais comum dessas lesões é homicídio,


agressões; menos comum suicídio.
LESÃO PÉRFURO INCISA
Ferimentos em forma de “botoeira” (casa do botão);

Feridas mais profundas e sangrentas


Resumo

INSTRUMENTO: Perfuro cortante

MECANISMO: Pressão + deslizamento

LESÃO: Pérfuro incisa

EXEMPLOS: faca, peixeira, punhal, lima

LESÃO CORTO CONTUSA


Transferência de energia cinética de forma mista:
ação cortante + contundente.

Instrumentos corto contudentes comuns: facão,


machado, cutelo, foice, enxada, guilhotina, rodas de
trem,etc.
Resumo

INSTRUMENTO: Corto contundente

MECANISMO: Pressão + esmagamento

LESÃO: Corto contusa

EXEMPLOS: machado, dente, foice

LESÃO PÉRFURO CONTUSA


Caracteriza-se por feridas causadas pela ação
perfurante e contusão ao mesmo tempo.

A causa mais comum dessas lesões são projéteis de


arma de fogo, cabo de guardachuva, chave de
fenda,etc.
LESÃO PÉRFURO CONTUSA POR PAF
Ferimento de entrada

Pode ser resultante de tiro encostado, a curta


distância ou a distância

LESÃO PÉRFURO CONTUSA POR PAF


Ferimento de entrada - TIRO ENCOSTADO

Forma irregular, denteada ou com entalhes;

Crepitação gasosa da tela subcutânea proveniente da


infiltração dos gases
LESÃO PÉRFURO CONTUSA POR PAF
Ferimento de entrada - TIRO ENCOSTADO

Câmara de mina de Hoffmann

LESÃO PÉRFURO CONTUSA POR PAF


Ferimento de entrada - TIRO

ENCOSTADO

Sinal de Benass
LESÃO PÉRFURO CONTUSA POR PAF
Ferimento de entrada - TIRO ENCOSTADO

Sinal de Werkgaertner: desenho da boca e da massa


de mira do cano, produzido por sua ação
contundente ou pelo seu aquecimento

LESÃO PÉRFURO CONTUSA POR PAF


Ferimentos por tiro a curta distância além de
possuírem a lesão de entrada produzida pelo
impacto do projétil (efeito primário) são encontradas
manifestações provocadas pela ação dos resíduos de
combustão ou semicombustão da pólvora e das
partículas sólidas do próprio projétil expelido pelo
cano da arma (efeitos secundários)
LESÃO PÉRFURO CONTUSA POR PAF
TIRO A QUEIMA ROUPA
crestação de pelos e cabelos queimaduras zona de
compressão de gases
LESÃO PÉRFURO CONTUSA POR PAF
Ferimentos de entrada nos tiros a curta distância
Forma arredondada ou elíptica
Orla de escoriação
Bordas invertidas
Halo de enxugo
Halo ou zona de tatuagem
Orla ou zona de esfumaçamento
Zona de queimadura/chamuscamento
Aréola equimótica
Zona de compressão de gases

LESÃO PÉRFURO CONTUSA POR PAF


Ferimentos de entrada nos tiros a distância
Não apresenta os efeitos secundários do tiro

Diâmetro menor que o do projétil


Forma arredondada ou elíptica
Orla de escoriação
Halo de enxugo
Aréola equimótica e
Bordas reviradas para dentro
LESÃO PÉRFURO CONTUSA POR PAF
Sinal de funil de Bonnet ou do cone truncado de
Pousold - diagnóstico diferencial entre o ferimento
de entrada e o de saída no plano ósseo

FERIMENTO DE ENTRADA: lâmina externa do


osso com aspecto arredondado, regular ; lâmina
interna com aspecto irregular, maior do que o da
lâmina externa e com bisel interno bem definido,
dando à perfuração a forma de um funil ou de
um tronco de cone
LESÃO PÉRFURO CONTUSA POR PAF
FERIMENTO DE SAÍDA:
Forma irregular
Bordas reviradas para fora
Maior sangramento

Não apresenta orla de escoriação nem halo de


enxugo tampouco a presença dos elementos
químicos resultantes da decomposição da pólvora
Resumo
INSTRUMENTO: Perfuro contundente

MECANISMO: Pressão + penetração

LESÃO: Pérfuro contusa

EXEMPLOS: projétil de arma de fogo

ESGORJAMENTO
Lesão cervical lateral ou anterior;

Produzida por instrumento cortante (ou


cortocontundente).

Causas de óbito:
• Choque hipovolêmico
• Parada cardiorrespiratória por lesão nervosa
(sistema nervoso);
• Asfixia por entrada de sangue na árvore
respiratória;
• Embolia gasosa
DEGOLA
Lesão cervical posterior;

Produzida por instrumento cortante (ou


cortocontundente).
Ferimentos Especiais
DECAPTAÇÃO
Lesão cervical completa;
• Separação da cabeça/tronco cortando o pescoço;

•Produzida por instrumento cortante (ou corto-


contundente).
ESQUARTEJAMENTO
Quando os membros superiores e membros
inferiores são separados do tronco.

ESPOSTEJAMENTO
O corpo da vítima é cortado em postas,pedaços.
ASFIXIA
Impedimento da passagem de ar p/ vias aéreas;

• Composição bioquímica do sangue;

• Inibição da hematose;

• Hematose: conversão do sangue venoso em arterial;

• Ausência ou baixa concentração de O2 no sangue


Enforcamento
Uma das formas mais comuns de asfixia – suicídios;

• Constrição do pescoço pelo peso do corpo;

• Interrupção do ar até as vias respiratórias;


Suspensão típica ou completa;

• Suspensão atípica ou incompleta.


Estrangulamento
Asfixia com sintomas semelhantes ao
enforcamento;

• Constrição cervical por “cordão” (fio, arame, cinto


etc.);

• Acionado com as mãos do agressor;

• Atuação passiva do corpo;


Esganadura
Esganadura é um tipo de asfixia mecânica que se
verifica pela constrição do pescoço pelas mãos, ao
obstruir a passagem do ar atmosférico pelas vias
respiratórias até os pulmões. É sempre homicida,
sendo impossível a forma suicida ou acidental.
Sexologia Forense
Enfoque
Relações sexuais não consentidas.
Transtornos parafilicos com repercussão jurídica
(pedofilia).

Parafilia são vivências sexuais não convencionais


não patológicas.

Transtorno parafílico são parafilias que incluem


sofrimento e/ou prejuízo funcional para o indivíduo
e/ou para a sociedade (que pode ser expresso pelo
não consentimento).
CÓDIGO PENAL
Dos crimes contra a dignidade sexual:

Art. 213. Estupro;


Art. 215. Violação sexual mediante fraude;
Art. 216-A. Assédio sexual;
Art. 217-A. Estupro de vulnerável;
Art. 218. Corrupção de menores;
Art. 218-A. Satisfação da lascívia na presença de
criança ou adolescente;
Art. 218-B. Favorecimento da prostituição
Conjunção carnal:

1. Relação sexual;
2. Introdução do pênis na vagina;
3. Introdução completa ou incompleta;
4. Com ou sem rotura himenal;
5. Com ou sem ejaculação – sêmen ou esperma

Paciente virgem:

Na perícia não se detecta conjunção carnal;


Não se evidencia cópula vaginal, recente nem tardia

• Hímen: Estrutura anatômica que separa a vulva da


vagina;

• Óstio: Orifício da vagina. Permite o escoamento do


fluxo menstrual.

Hímen roto: na primeira relação, na maioria das


mulheres, há o rompimento do hímen, o que
depende da resistência dessa estrutura e das
proporções do pênis. A rotura pode ocorrer em
qualquer região do hímen.
Tipos de Hímen
De acordo com França (2015), o tempo de
cicatrização pós rotura hímen:

• Até 3 dias: período de sangramento;

• 2 a 6 dias: orvalhamento sanguíneo e equimose;

• 6 a 12 dias: bordas esbranquiçadas, com exsudação


ou supuração. Exsudação é o líquido que sai do local.

• 10 a 20 dias: cicatrizes recentes, de coloração rósea.


Sinais de “Certeza” de Conjunção Carnal

Hímen rompido em data compatível;


Rotura recente em mulher virgem ou o hímen
não ser complacente – porque se o hímen for
complacente, não é possível identificar a rotura.
Presença de “sêmen” na vagina (ou resquícios de
sêmen) ( exames de líquido prostático, proteína
P30, PSA, fosfatase ácida prostática, líquido
seminal)
Gravidez
Aspectos Bioéticos
A postura do profissional de saúde deve ser
AMORAL

Evolução médica / enfermagem / psicologia em


prontuário!

Dilema sigilo profissional vs função social - justa


causa da quebra do sigilo profissional;

Balança entre prevenção de recorrências vs


punição e vínculo terapêutico
Abordagem criança
Se apresente e utilize linguagem adaptada às
características e fase de desenvolvimento da
criança

Estabeleça regras quanto ao conteúdo da


informação

Transmita à criança que é necessário que a


mesma diga apenas a verdade e que deve relatar
apenas ao que se passa consigo e não ao que
ouviu dizer
Esclareça à criança que ela pode e deve
interromper o enfermeiro se não entender
algum questionamento e se sentir à vontade
para dizer que "não sabe" ou "não se lembra".

Organizar as perguntas de forma simples e


objetiva

Promover o discurso livre da criança (na medida


do possível)

Formular perguntas abertas (por exemplo: fale


mais sobre...) e adotar esse tipo de pergunta para
cada acontecimento/informação que você
pretende explorar com a criança.
Partir sempre da informação fornecida pela criança
(ex: você me disse que.. me fale mais sobre..)

Usar sempre as palavras da criança especialmente


quando esta se refere a elementos centrais da
situação abusiva em questão.

Quando for necessário incluir algum


questionamento optativo procure terminar sempre
com uma opção aberta (ex: Tal fato aconteceu uma
vez ou mais de uma vez?)
Abordagem vítima violência doméstica

Tratar a vítima com respeito e dignidade; evitar


julgamentos, estabelecer vínculo terapêutico.
Capacitar e empoderar a vítima para tomada de
decisão e escolhas sobre sua vida sem tomar a
frente dessas ações para a mesma
Respeitar a confidencialidade e a privacidade da
vítima
Garantir a segurança da vítima
Garantir que a vítima não se coloca em risco em
uma situação potencialmente violenta.
Reforçar à vítima que ela não está sozinha e que
a mesma deu um passo importante ao procurar
ajuda

Reforçar que a violência contra a mulher é crime


e que ela tem o direito de viver uma vida sem
violência

Reiterar que a vítima não tem culpa; nada


justifica a agressão;

Garantir apoio à vítima independentemente da


decisão da mesma em denunciar ou não.
Abordagem vítima idosa
Conversar com idoso separado da família e/ou
cuidadores (observação de potenciais
discrepâncias entre relatos)
Abordagem não incisiva sobre potencial maus
tratos;
Perguntas simples e diretas
Observar discurso,tom,toque e interação entre
vítima, cuidadores e família
Não confrontar suspeitos
Avaliar estado de higiene, estado
nutricional,hidratação; cuidados médicos
precários ou ausentes;
Abordagem vítima idosa
1. Alguém o magoou?
2. Alguém lhe tocou sem o seu consentimento?
3. Alguém fez alguma coisa que você não queria?
4. Alguém levou alguma coisa sua sem ter pedido?
5. Alguém já gritou ou repreendeu você?
6. Alguma vez assinou algum documento que não
entendeu?
7. Você costuma ficar sozinho em casa? Por quanto
tempo?

Atenção para comprometimento cognitivo


CONSIDERAÇÕES CUIDADO DE Enfermagem

todo/a paciente é único/a;

Cada caso é um caso;

Cada paciente reage de forma diferente.

Link:
http://portalsinan.saude.gov.br/violenci
a-interpessoal-autoprovocada

Exame de corpo de delito indireto

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será


indispensável o exame de corpo de delito, direto
ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do
acusado
Exame de corpo de delito indireto

A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça


(STJ) decidiu que é necessária a realização do exame
de corpo de delito para comprovação da
materialidade do crime quando a conduta deixar
vestígios, entretanto, o laudo pericial será
substituído por outros elementos de prova na
hipótese em que as evidências tenham desaparecido
ou que o lugar se tenha tornado impróprio ou, ainda,
quando as circunstâncias do crime não permitirem a
análise técnica. A decisão (AgRg no REsp 1726667/RS
- julgado em 23/08/2018, DJe 31/08/2018) teve como
relator o ministro STJ Jorge Mussi.

Notificar é dever da Enfermagem


Em casos de suspeita ou confirmação de violência
contra crianças e adolescentes, mulher e idosos a
notificação deve ser obrigatória e dirigida aos
Conselhos Tutelares e autoridades competentes
(Delegacias de Proteção da Criança e do
Adolescente , Delegacia da Mulher e Ministério
Público da localidade)

A notificação compulsória é obrigatória a todos


os profissionais de saúde médicos, enfermeiros,
odontólogos, médicos veterinários, biólogos,
biomédicos, farmacêuticos e outros no exercício
da profissão, bem como os responsáveis por
organizações e estabelecimentos de saúde
públicos ou privados de saúde e de ensino, em
conformidade com a Lei 6.259 (30/10/1975).
Em 2014, a Portaria MS/GM nº 1.271, de 06 de
junho de 2014, atualizou a lista de doenças e
agravos de notificação compulsória atribuindo
caráter imediato (em até 24 horas pelo meio de
comunicação mais rápido) à notificação de casos
de violência sexual e tentativa de suicídio para
as Secretarias Municipais de Saúde.
Código de Ética Enfermagem

Art. 23 - Encaminhar a pessoa, família e


coletividade aos serviços de defesa do cidadão,
nos termos da lei.

Art. 34 - Provocar, cooperar, ser conivente ou


omisso com qualquer forma de violência.
Cadeia de Custódia

Cadeia de Custódia
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o


conjunto de todos os procedimentos utilizados para
manter e documentar a história cronológica do
vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes,
para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu
reconhecimento até o descarte.
Fase externa
1. Reconhecimento;
2. Isolamento;
3. Fixação;
4. Coleta;
5. Acondicionamento;
6. Transporte;
7. Recebimento: é uma fase meio interna e meio
externa, pois é quando o vestígio chega na Central de
Custódia.

• Fase interna:
1. Processamento (análise pericial propriamente
dita);
2.Armazenamento (guarda dos vestígios para
contraperícia e devolução).
O enfermeiro nos diversos serviços de saúde tem
uma posição que favorece executar a identificação,
coleta e preservação de vestígios;

Coleta de informações pertinentes através de fotos e


documentação escrita, elaborar relatórios e
pareceres - Poder Judiciário;

Garantir a segurança dos dados obtidos,


preservando o registro e cadeia de custódia.
A natureza da amostra influencia no tipo de material
do recipiente a ser escolhido para acondicioná-la;
amostras biológicas, por exemplo, devem ser
acondicionadas em invólucro de papel.

Os recipientes devem ser selados com lacres, para


garantir a inviolabilidade durante o transporte, com
numeração que permita a individualização.

Após a coleta dos vestígios, deve-se elaborar um


formulário onde constarão informações mínimas
como: especificação do vestígio; quantidade;
identificação numérica individualizadora do
recipiente; local e data da coleta; identificação do
agente coletor e do recebedor; número do
procedimento e respectiva unidade de polícia
judiciária a que o vestígio estiver vinculado.
SAE

Avaliação física do/a paciente;

Documentação e coleta de vestígios;

Administra medicações profiláticas;

Passa o material coletado para a cadeia de custódia.

PROFILAXIA

Clamídia, tricomonas, candidíase, sífilis,gonorréia,


etc.;

HIV;

Hepatite;

Prevenção de gravidez.
SAE
História da agressão/estupro/abuso; (não tem
caráter investigativo. Propósito de direcionar o
exame físico, determinando os tipos de vestígios
a serem colhidos/documentados)
História de saúde;
Exame físico para detecção de lesões;
Avaliação de riscos e necessidades
biopsicossociais;
Coleta de vestígios*;
Fotografias de lesões;
Documentação

Assegura aos pacientes um tratamento


profissional, com respeito e empatia;

Oportunidade de educar o/a paciente


(minimizando reincidência);

Minimiza chances de trauma secundário


(revitimização);

Paciente tem o controle; promove o início da


recuperação
Anotação/evolução de enfermagem

Documentação do relato, incluindo as


consistências e inconsistências com o exame
além do exame físico, etc;

Documentação do que vê (incluindo o que parece


ser doença venérea, má formação anatômica,
etc.).

É importante a objetividade durante o exame

Somos enfermeiros,não investigadores!!


Profª Sabrina Vilaça

@csinursebr

sabrina.vilaa@alumni.usp.br
E-book oferecido pelo
Centro Educacional Sete de Setembro
em parceria com o Professor Sabrina Vilaça para
o curso de "Enfermagem Forense".

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