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Acidentes por

Cobras

INTRODUÇÃO

■ Importância dos acidentes ofídicos:


- Frequência
- Gravidade (morbidade variável, mas pode chegar a Gênero Micrurus não tem a presença da fosseta loreal,
óbito) e sua presa é menor e mais caudal. Ex: coral
 notificação obrigatória em casos de acidentes em
humanos. DIFERENCIAÇÃO BÁSICA ENTRE
SERPENTES PEÇONHENTAS
■ Identificação do animal causador (se for necessário, E NÃO PEÇONHENTAS
pode matar e levar a serpente dentro de um recipiente
com álcool ou formol)

■ Fauna ofídica de interesse médico no Brasil


- Bothrops
- Crotalus
- Lachesis
- Micrurus

CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS DE


SERPENTES PEÇONHENTAS NO BRASIL

■ Fosseta loreal e dentes inoculadores


- Fosseta loreal detecta alterações térmicas.
- Presa nas regiões mais rostral, mais desenvolvidas
e com uma certa mobilidade para poder capturar e
inocular o veneno nas suas presas.

GÊNERO BOTHROPS

▪ Mais de 30 espécies:
- Jararaca
- Ouricana
- Jararacuçu
- Urutu cruzeira
- Jararaca do rabo branco
- Malha de sapo
- Surucucurana
EPIDEMIOLOGIA (ANIMAIS)
■ Distribuição por todo o território nacional
■ Zonas rurais e periferias de cidade ■ Notificação não é obrigatória (não se tem muita
■ Ambientes úmidos (ex: matas e áreas cultivadas) noção da prevalência dos acidentes)
■ Ambientes onde haja proliferação de roedores ■ Cães e gatos: focinho
■ Hábitos noturnos ou crepusculares ■ Bovinos e equinos: membros e abdômen
■ Comportamento agressivo quando se sentem ■ Bothrops
ameaçadas ■ Crotalus

GÊNERO CROTALUS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: BOTHROPS

- Cascavel quatro ventas ■ Dor


- Boicininga ■ Edema
- Maracambóia ■ Necrose
- Maracá ■ Equimoses e sangramentos no ponto da picada
■ Hemorragias
■ Abscessos
■ Hipotensão
■ Campos abertos, áreas secas, arenosas e pedregosas ■ Choque
■ Não ocorrem em florestas e no Pantanal
■ Não têm por hábito atacar quando excitadas Ação proteolítica
■ Denunciam sua presença pelo ruído do guizo ou (degradando proteínas, ácido hialurônico e membrana
chocalho celular). Degradação de Fosfolipase  ác
araquidônico  prostaglandinas  Tx sintase 
EPIDEMIOLOGIA (HUMANOS) Tromboxano A2  dor, edema...

▪ Média de 20.000 casos/ano para o país


■ 70,8% dos acidentes notificados → pés e a pernas
■ 52,3% dos acidentes notificados → idade de 15 a
49 anos
■ 70% dos acidentes notificados → sexo masculino

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: CROTALUS

■ Fasciculações
■ Paralisias muscular
■ Sonolência ou
inquietação
■ Mialgia
■ Hemorragias
■IRA
■ Insuficiência respiratória

Ação neurotóxica  inibindo a acetilcolina 


fraqueza muscular.
Essa ação pode afetar o SNC, causando sonolência,
inquietação do animal.
Ação miotóxica  rabdomiólise  mioglobinúria ➢Sintomático
Ação coagulante  hemorragia mais discreta que os ■ Desbridamento (mecânico ou químico)
Bothrops. ■ Drenagem de abscesso
Ação nefrotóxica  lesão dos túbulos renais ■ Curativos
(insuficiência renal aguda e parada respiratória ■ Antibioticoterapia: quando houver evidência de
geram a maioria das mortes) infecção.

▪ Específico
- Soro antibotrópico monovalentes
- Soro anticrotálico

- Soro antibotrópicocrotálica bivalentes


- Soro antibotrópicolaquética

Pitose palpebral e labial pela ação neurotóxica.


Urina característica de mioglobinúria.

DIAGNÓSTICO

■ Sinais Clínicos
■ Histórico
■ Exames laboratoriais
- Hemograma (leucocitose e neutrofilia por estresse,
trombocitopenia, anemia)
- Tempo de coagulação (↑ tempo)
- CK (↑ crotalus)
- Urinálise (mioglobinúria crotalus e hemoglobinúria
bothrops)
- Uréia e creatinina (↑ nos dois – nefrotóxica crotalus
e hemorragia com ↓ perfusão e ↓ filtração nos
bothrops) PREVENÇÃO

TRATAMENTO ■ Usar botinas com perneiras ou botas de cano alto no


trabalho
➢Sintomático ■ Usar luvas de couro nas atividades rurais e de
■ Analgésicos (uso de dipirona ou até opioides) jardinagem.
■ Fluidoterapia: hidratação e diurese (eliminação da ■ Não colocar as mãos em buracos na terra, ocos de
toxina, ↑ perfusão renal, volume sanguíneo) árvores, cupinzeiros
■ Antihistamínico: Prometazina (toxina desencadeia ■ Examinar os calçados antes de usá-los
degranulação de mastócitos, sendo impedida pela ■ Vedar frestas e buracos em paredes e assoalhos.
prometazina) ■ Limpar as proximidades das casas, evitando
■ Corticóides? (pode atrapalhar na cicatrização de folhagens densas junto delas.
feridas e combate de infecções secundárias. – Não é ■ Evitar acúmulo de lixo, entulhos e materiais de
utilizado na medicina humana e é questionado na construção
medicina veterinária)
■ AINES? (não é utilizado na MH, mas é utilizado na
MV de grandes animais (Banamine) para reduzir a
inflamação. – Atrapalha na perfusão renal e na
coagulação)
■ Transfusão (indicado em hemorragias)
 Monitorar a produção urinária

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