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Lara Régia – Semiologia Médica – 4° Período

Semiologia Cardiovascular

EXAME DA REGIÃO PRECORDIAL

Referências anatômicas

• Início: decúbito dorsal horizontal (observar


presença de ortopneia – dificuldade respiratório
deitado).
• Braços estendidos e unidos ao tórax.

Posição do examinador
• Lado direito do paciente, em pé.
• Ângulos de visão: ao lado do paciente e junto
aos pés do paciente.

• Área de projeção do coração e dos vasos da


base na parede anterior do tórax. Inspeção
• Delimitação por uma linha imaginária passando Deve-se observar os seguintes elementos:
por 4 pontos:
✓ 2° espaço intercostal direito (EID); 1) Abaulamentos e retrações
✓ Linha paraesternal direita; • Na maioria dos casos decorrem de
✓ 2° espaço intercostal esquerdo (EIE); alterações do aparelho respiratório.
✓ Linha paraesternal esquerda. • Encontradas em crianças portadoras de
cardiopatias;
• Em adultos, raramente são encontrados.

Semiotécnica 2) Pulsações anormais


• Região precordial, incisura jugular e regiões
supraclaviculares.
Iluminação
• Luz difusa para que não haja sombras sobre o
tórax.

Posição do paciente
• Padrão: decúbito dorsal, com tronco
discretamente elevado (cerca de 45°);
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Palpação Pesquisa de frêmito:

• Palma da mão;
• Início: Decúbito dorsal a 45°.
• Posteriormente: decúbito semilateral esquerdo e
sentado ligeiramente inclinado para frente.

Elementos que devem ser observados:

Ictus cordis
• Impulso do ápice do coração na parede anterior
do tórax.
• Normalmente encontra-se no cruzamento da
linha hemiclavicular esquerda com o 5° espaço
intercostal esquerdo (EIE).
✓ Essa é a localização de normolíneos.
✓ Brevilíneos: 4° EIE
✓ Longilíneos: 6° EIE
• Verificar as seguintes características:
✓ Localização
- Normal: interseção entre a LHCE e o 5°
EIE.
✓ Extensão
- Quantas polpas digitais são
necessárias para cobri-lo?
- Condição normal: 1 ou 2 polpas
digitais.
✓ Intensidade
- Quando muito forte, o ictus cordis pode
tender a elevar a polpa digital do
examinador (ictus propulsivo)
- A intensidade é maior nos indivíduos
magros e menor nos obesos. Frêmito pericárdico
✓ Mobilidade • Mais superficial que o frêmito catário.
- Condições normais: móvel. • Localização: 2 e 3° EIE, junto ao esterno.
- Avaliar em decúbito dorsal, decúbito • É causado pelo fricção entre os dois folhetos
lateral esquerdo e decúbito lateral pericárdicos afetados.
direito. • Vibrações irregulares;

Frêmito catário Ausculta


• Corresponde a qualquer sensação tátil vibratória NO ESTETOSCÓPIO:
palpada na pele.
• Provocado por vibrações produzidas pela • Diafragma:
passagem do fluxo sanguíneo. ✓ Sons e sopros agudos (alta frequência)
→ 1e 2° bulhas.
• Representa a expressão palpatória de um sopro
cardíaco. • Campânula:
✓ Sons graves (baixa frequência) → 3° e
• Determinar:
4° bulhas.
✓ Localização (com as áreas de ausculta
como referência)
✓ Intensidade, em cruzes (1+ a 4+/4)
✓ Situação no ciclo cardíaco
(coincidência ou não com o pulso
carotídeo).

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SEMIOTÉCNICA DA AUSCULTA B2: breve e aguda (TÁ)


• Ambiente tranquilo e sem ruídos. ✓ Fechamento das valvas aórtica e pulmonar.
• Paciente em decúbito dorsal, decúbito lateral e ✓ Mais intensa na base, sobre o foco pulmonar nos
na posição sentada com o tórax inclinado para jovens e sobre o foco aórtico nos adultos e
frente. idosos.
• Cada examinador pode ter sua preferência
quanto ao local onde vai colocar o estetoscópio Alterações nas bulhas cardíacas
para começar a ausculta.
• Devem ser realizada manobras respiratórias e de • Ritmo
posição para determinar a sua influência sobre ✓ Normal: sucessão constante de B1 e B2.
os ruídos cardíacos normais e anormais. ✓ Irregular: perda da sucessão.
• Ao detectar um sopro cardíaco: pesquisar sua
transmissão a outras áreas do tórax e região • Frequência
cervical. ✓ Normal: 60 – 100 bpm.
✓ Taquicardia: acima de 100 bpm.
✓ Bradicardia: Abaixo de 60 bpm.
FOCOS DE AUSCULTA • Intensidade
• Foco mitral → Ictus cordis. ✓ Normal: Normofonéticas
• Foco tricúspide → base do apêndice xifoide, ✓ Diminuída: Hipofonéticas
ligeiramente à esquerda. - insuficiência cardíaca avançada e por
• Foco pulmonar → 2° EIE, linha paraesternal. condução deficiência de som através da
• Foco aórtico → 2° EID, linha paraesternal. parede torácica, como na obesidade e
*Foco aórtico acessório → entre o 3° e o 4° enfisema pulmonar.
espaço intercostal esquerdo, linha paraesternal. ✓ Aumentada: Hiperfonéticas
- taquicardias; exercício físico; emoções
intensas; hipertireoidismo; estenose
mitral; comunicação interatrial e
interventricular; hipertensão arterial
sistêmica; hipertensão pulmonar.

• Presença de desdobramentos
✓ Quando se distingue claramente na
ausculta duas vibrações de tonalidade
igual.

Ruídos acessórios

• Bulhas acessórias
✓ Disfunção sistólica: B3
- Fisiológica ou patológica.
- De baixa frequência.
- Auscultada fisiologicamente em
Ruídos cardíacos crianças e adultos jovens.
• 1° → concentra-se exclusivamente sobre a 1° e - Tom fraco.
a 2° bulhas. - Mais bem audível na área mitral, com o
✓ Intensidade paciente em decúbito lateral esquerdo e
✓ Eventual existência de desdobramentos através da campânula do estetoscópio.
• 2° → Pesquisa e presença da 3° e 4° bulhas - Pode aparecer em pacientes com
(acessórias) insuficiência cardíaca congestiva.

✓ Disfunção diastólica: B4.


Bulhas cardíacas normais
- Sempre patológica.
• 1° e 2° bulhas (B1 e B2). - Sinal de disfunção miocárdica.
- Melhor captada na base do apêndice
xifoide, através da campânula do
B1: tom agudo (TUM) estetoscópio.
✓ Fechamento das valvas mitral e tricúspide
✓ Mais bem percebida no ápice • Sopros
✓ Ruídos relacionados ao ciclo cardíaco.

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✓ Originam-se do fluxo turbulento, EXAME VASCULAR PERIFÉRICO


diferente do fluxo laminar normal.

Inspeção
Avaliação semiológica de um sopro
o Situação do ciclo cardíaco
✓ Podem ser: sistólicos, diastólicos,
• Paciente examinado em decúbito dorsal e em
sistodiastólicos.
pé.
✓ Durante a ausculta do coração, palpa-se
• Examinar os seguintes elementos:
concomitantemente o pulso carotídeo para
realizar essa determinação.

o Localização Turgência jugular


✓ Auscultados nos focos de ausculta.
• Cabeceira do leito a 45° → pescoço e cabeça
acima do plano do coração.
o Irradiação
• Normalmente, as veias jugulares colapsam-se
✓ Após estabelecer o local de maior
embaixo do plano horizontal tangente. Se
intensidade do sopro, desloca-se o receptor
apresentarem-se túrgidas, pode-se afirmar que
do estetoscópio em várias direções para
há hipertensão venosa.
examinar se há irradiação.

o Intensidade
✓ Sistema de cruzes:
- 1+/4+: sopro suave.
- 2+/4+: sopro moderado.
- 3+/4+: sopro forte
- 4+/4+: sopro muito forte
✓ Os sopros de 3+ e 4+ acompanham-se de
frêmito à palpação.

o Timbre e tonalidade
✓ Suave
✓ Rude
✓ Musical
✓ Aspirativo
✓ Ejetivo
✓ Em ruflar

• Cliques Pulsações visíveis


✓ Ruídos curtos e de timbre seco.
✓ Podem ser: sistólicos (protossistólicos e • Batimentos arteriais na região supra esternal e
mesossistólicos) e diastólicos. no trajeto das carótidas, não acompanhados de
exercícios físicos ou sob influência de emoções.
• Atrito pericárdico
✓ Percebido na sístole e na diástole.

Palpação
✓ É comparado ao ruído de fricção de um
couro.
✓ Mais bem audível entre a ponta do
coração e a borda esternal esquerda.
Semiotécnica
• A palpação deve ser feita com o mínimo de
compressão e com mais de uma polpa digital.
• Obter informações sobre as características
palpatórias do pulso.
• Palpação sempre comparativa com o lado
homólogo.

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Pulsos • Forma da onda de pulso


✓ Célere
Ordem:
- pulso em “martelo d’agua”.
1. Radiais ✓ Alternante
2. Braquiais - alternância regular de amplitude
3. Carotídeos ✓ Paradoxal
4. Femorais - redução da amplitude durante a
5. Poplíteos inspiração.
- No centro da face posterior dos joelhos. ✓ Outros (tardus, parvus, bisferiens,
6. Tibiais posteriores dicrótico)
- Por trás do maléolo medial.
7. Tibiais anteriores
- Na face anterior do tornozelo, entre os tendões
do músculo tibial anterior.
8. Pediosos Ausculta
• Ausculta-se as região do pescoço
correspondentes às projeções carótidas.

Características propedêuticas
dos pulsos arteriais
Devem ser examinados durante a palpação:
• Estado da parede da artéria
✓ Verifica-se se há endurecimento,
dilatação ou tortuosidade (aterosclerose)
• Frequência
✓ Número de pulsações por minuto
- Normal
- Bradisfigmia
- Taquisfigmia
• Ritmo
✓ Regular
✓ Irregular
✓ Anárquico (ritmo com fibrilação atrial)
• Amplitude
✓ Fraco (fino, hipocinético)
✓ Cheio (normal)
✓ Amplo (hipercinético)

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