ESCOLA SECUNDÁRIA GERAL 25 DE SETEMBRO

TEXTO DE APOIO DA 9ª CLASSE - I˚ TRIMESTRE – 2024

Introdução ao estudo da Geografia Humana

POPULAÇÃO
Conceitos
 Geografia Humana estuda a espécie humana, sua distribuição e o seu habitat rural ou urbano. Estuda a acção que o homem exerce
sobre a terra (modificação da natureza).
 Geografia da População é um ramo da geografia humana que se dedica ao estudo da população, que analisa e interpreta a
composição, a distribuição e os movimentos da população.
 População é o conjunto de indivíduos com mesmas características que vivem num determinado território, segundo regras e
costumes próprios. Ex: um quarteirão, um bairro, um distrito, uma província, um país, um continente; o Mundo.
 População Absoluta é o total de indivíduos de um país distrito ou região, num determinado ano.
 População relativa ou densidade populacional é o número de habitantes por quilómetro quadrado.
 Demografia é uma ciência que trata da população.
 Recenseamento da população é o conjunto de operações que consistem em recolher, agrupar e publicar dados demográficos
referentes a um determinado período.
O estudo da população é importante porque:

 É a força produtora e consumidora de bens;

 É a população que participa em todos processos de economia como: planificar o uso racional dos recursos naturais, o eficiente
ordenamento territorial, a construção de infra-estruturas socioeconómicas (escolas, hospitais, rede de transportes, de água, de
energia, etc);
 Fornece informações sobre as variáveis demográficas (natalidade, mortalidade, fecundidade, esperança de vida e migrações)
 Facilita conhecer a localização exacta de indivíduos e número total de pessoas que habitam num determinado lugar;
 Facilita a definição de políticas socioeconómicas adequadas.

Em suma, não existe estrutura económica sem a acção do homem, isto é, o conceito da população está relacionada com a estrutura
económica de qualquer país, a produção de bens e sua localização.

AS VARIÁVEIS DEMOGRÁFICAS
As variáveis demográficas são os indicadores que nos permitem perceber o aumento da população ao longo dos tempos. São: natalidade,
mortalidade e as migrações.

Variação da Natalidade

Natalidade corresponde ao número de nados vivos num determinado local em cada mil habitantes.

No mundo existem três (3) tipos de valores médios de taxas brutas de natalidade:

 Taxas superiores a 35%: são características dos países menos desenvolvidos (PVD's), na sua maioria em África, Ásia e América
latina.
 Taxas superiores a 20% a 35%: podem ser encontradas nos países menos desenvolvidos (PVD's), assim como nos países
desenvolvidos (PD's).
 Taxas inferiores a 20%: são taxas características dos países desenvolvidos, na sua maioria na Europa Ocidental, Austrália e Japão
onde os níveis de cuidados de saúde altos devido ao alto desenvolvimento tecnológico.

Factores que contribuem para alta taxa de natalidade

Actualmente, as elevadas taxas de natalidade acontecem na maioria dos países menos desenvolvidos PVD's). Os factores que contribuem
para esta situação são:

 Baixo desenvolvimento tecnológico: fraca produção e divulgação dos métodos anticonceptivos.

 Baixos rendimentos e baixos níveis de vida: devido a extrema pobreza acham que fazer muitos filhos era a resolução dos
problemas do futuro.
 Alta taxa de analfabetismo: a falta de escrita e leitura leva a ignorância e como consequência essas pessoas acreditam mais na sua
realidade: tradições e religiões.
 Economia predominantemente agrícola - devido a predominância da agricultura tradicional feita pela mão-de-obra familiar,
quanto mais filhos tiver maior será o espaço cultivado.
 Casamentos precoces: casamentos muito cedo contribuem para um maior número de filhos durante a idade fértil.
 Religião: algumas religiões são contra os métodos anticonceptivos alegando que os nascimentos são uma dádiva de DEUS.
 Tradição: em certas tradições a mulher e valorizada pelo maior número de filhos, principalmente quando são poligamias.

Taxa de natalidade é a variação da natalidade no espaço e no tempo.

TN
  TN – Taxa de natalidade
 NV – Nados Vivos
 TP - Total da população

Variação da Mortalidade

Mortalidade é número de óbitos verificados numa determinada região ou pais em cada mil habitantes.

Os maiores índices de mortalidade, superiores a 30% encontram-se na sua maioria nos países em vias de desenvolvimento. E as taxas
inferiores a 5% ou 8% são típicas dos países industrializados.

Os factores que contribuem para elevadas taxas de mortalidade:

 Baixo desenvolvimento científico e económico: medicina pouco desenvolvida, fraca rede sanitária, falta de equipamentos e
materiais médicos e rácio médico/habitante elevado.

 Religião e tradição: existem religiões e tradições que influenciam negativamente os seus crentes a não procurarem a medicina
convencional porque possuem o poder para curar todas doenças.

 Baixos rendimentos e baixo nível de vida: dificulta a aquisição de uma alimentação básica de qualidade assim como
impossibilitam o acesso a cuidados médicos especializados e como consequência surgem muitos problemas de saúde.

 Alta taxa de analfabetismo: ignorância, desconhecimento das instruções sobre as dosagens, misturas de medicamentos
convencionais com os tradicionais, entre outras práticas podem tornar-se fatais.

 Conflitos armados: contribuem para o aumento da mortalidade principalmente para os jovens do sexo masculino que participam
no campo de batalhas.

 As calamidades naturais: muitas pessoas morrem devido aos abalos sísmicos, vulcões, ciclones, furacões e cheias.

Taxa de Mortalidade é o número de óbitos falecidos por mil habitantes, ocorridos numa determina cidade, país, região, etc.

TM = 9,15‰ – ou seja, faleceram cerca de 9 pessoas para cada mil habitantes.

 TM – taxa de mortalidade
 M – Mortalidade
 PA – população absoluta.

Esperança de Vida
A esperança de vida está relacionada com a mortalidade e com o nível de desenvolvimento económicos dos países. Assim, quanto maiores
forem as taxas de mortalidade, menor será a esperança de vida e vice-versa. E de acordo com a taxa de masculinidade conclui-se que a
esperança de vida é maior nas mulheres que nos homens.

Causas de Menor Esperança de Vida nos Homens que nas Mulheres

Os homens resistem menos as doenças; São homens que sofrem os efeitos directo das guerras nos campos de batalha; São os homens que
com mais frequência se envolvem em diversos crimes e drogas fatais; São os mais aventureiros (ex: migrações).

 Crescimento efectivo (CE) – é o resultado da soma entre crescimento natural e saldo migratório;
 Crescimento natural – é a diferença entre a Natalidade N e a mortalidade. (N-M);
 Saldo migratório é a diferença entre imigração "I" e emigração "E" (I+E).

MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS

 Migração é um movimento permanente ou semipermanente de um indivíduo ou grupo de indivíduos que implicam na mudança de
domicílio ou residência.
 Emigração é a saída voluntária de nacionais para um território estrangeiro com a intenção de aí fixarem, temporária ou
definitivamente a sua residência.
 Imigração é a entrada de indivíduos num país com intenção de nele fixarem, temporária ou definitivamente, a sua residência.

Importância das Migrações

As migrações contribuem para a evolução da população, porque influenciam directa ou directamente na dinâmica da população (aumento ou
redução).

Tipos de Migrações
As migrações classificam se em quatro tipos:
1. Quanto a duração:
 Temporárias: quando a mudança de residências habitual é temporária.
 Definitiva: quando se realiza a mudança definitiva de residências.
2. Quanto ao espaço:
 Internas: quando se realizam dentro do território nacional.
 Internacionais: quando se atravessam as fronteiras nacionais.
3. Migrações internas sazonais - surgem muitas vezes da necessidade de mão-de-obra num determinado período do ano (ex: colheita de
arroz, construção de estrada, caminho-de-ferro, etc.)

Factores que influenciam as migrações

 Factores físicos-naturais: a procura de melhores condições de subsistências: terras férteis, falta de água, calamidades naturais, etc.
 Factores socioeconómicos: a procura de emprego, melhores salários, escolas e universidades, etc.
 Factores históricos-políticos: as guerras e invasões obrigam os povos ou grupos humanos a movimentarem-se para regiões mais
calmas ou seguras.
 Factores Culturais: a língua, hábitos e costumes, gastronomias, a religião, xenofobia, influenciam na movimentação.

Êxodo Rural
Êxodo Rural: são migrações temporárias ou definitivas. E que na sua maioria acontecem do campo para cidade.

Causas do Êxodo Rural

 Pobreza nas zonas rurais;
 Desigualdade na posse de terras;
 Mecanização agrícola que reduz a necessidade de mão-de-obra;
 Diferença de oportunidades entre o campo e a cidade;
 Conflitos nas zonas rurais;
 Desemprego nas zonas rurais.

Consequências das Migrações

 Nas zonas de saída:
- Diminuição da produção e da produtividade;
- Decréscimo da natalidade e fecundidade;
- Défice da mão-de-obra.
 Nas zonas de chegada:
- Altas taxas de natalidade;
- Aumento da mão-de-obra;
- Desemprego;
- Aumento da criminalidade, marginalidade, mendicidade, prostituição e delinquência;
- Crescimento de grupos etários;
- Surgimento de bairros de latas e clandestinos.

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO

Desde o passado (período Neolítico), o crescimento da população era muito lento. Mesmo assim a tendência era de aumento na medida que
o tempo passava.

Até ao século XVIII para além das elevadas taxas de natalidades, também registavam-se altas taxas de mortalidade porque não havia cura
para muitas doenças e epidemias. E a partir deste século para cá, a situação mudou, isto é, reduziram-se as mortes.

As Fases da Evolução da População nos Países Industrializados (desenvolvidos)

1ª Fase: Regime Demográfico Primitivo (verifica-se até 1750)
 O ritmo de crescimento era lento;
 As taxas de natalidade e mortalidade eram muito elevada devido ao fraco desenvolvimento da medicina, ocorrência de guerras e
carências alimentares;
 As taxas de natalidade eram elevadas devido a questões religiosas, culturais e inexistência de métodos contraceptivos;
 As taxas de crescimento natural eram muito baixas.

2ª Fase: Revolução Demográfica (verifica-se 1750 até 1950)

 Ritmo de crescimento era rápido;
 As taxas de natalidade eram elevadas;
 As taxas de mortalidade diminuíram devido ao desenvolvimento da medicina e redução de guerras;
 As taxas de crescimento natural aumentaram.

3ª Fase: Explosão Demográfica (verifica-se desde 1950 até a actualidade)

 O ritmo de crescimento é lento;
 As taxas de mortalidade reduziram ao desenvolvidos da medicina e higiene;
 As taxas de natalidade são baixas devido ao controlo de nascimento;
 As taxas de crescimento natural são baixas.
As Fases da Evolução da População nos Países menos Desenvolvidos
1ª Fase: Regime Demográfico Primitivo (verifica-se até 1950)
 O ritmo de crescimento era lento;
 As taxas de mortalidade eram muito elevada devido ao fraco desenvolvimento da medicina, ocorrência de guerras e carências
alimentares;
 As taxas de natalidade eram elevadas (explosão demográfica) devido a questões religiosas, culturais e inexistência de métodos
contraceptivos;
 As taxas de crescimento natural eram muito baixas.

2ª Fase: Explosão Demográfica (verifica-se desde 1950 até a actualidade)

 O ritmo de crescimento era muito rápido ou explosivo;
 As taxas de mortalidade reduziram devido a aplicação dos métodos desenvolvidos da medicina e higiene empregue pelos países
desenvolvidos, desenvolvimento dos transportes, proibição do trabalho infantil e aumento dos anos de escolaridade obrigatória;
 As taxas de natalidade são ainda elevadas devido a religião que proíbe o controlo de nascimento;
 As taxas de crescimento natural são altas.

Estrutura da População: Etária, Sexual e Profissional

A estrutura etária e sexual da população representa a divisão da população por grupos de idade e sexo.

 Idades: crianças (0 – 10 anos); jovens (10 – 20 anos); adultos (20 – 60 anos) e idosos ou velhos (mais de 60 anos);
 Sexo: homens e mulheres.

O estudo é feito a partir de uns gráficos chamados pirâmides etárias: gráficos de barras que representam a população por grupos de idade e
sexo de um país.

Países Desenvolvidos Países em Vias de Desenvolvimento

A estrutura sectorial representa a divisão da população por sectores de actividades. A população encontra-se distribuída em quatro sectores
de actividades que são:

 Sector primário: envolve actividades ligadas a extracção de recursos naturais, agricultura, pecuária, silvicultura, pesca e caça;
 Sector secundário: envolve actividades como a indústria transformadora, obras públicas, construção civil e distribuição de água e
energia;
 Sector terciário: está ligado as actividades como a prestação de serviços, tais como o comércio, transportes e comunicação, a
educação, saúde, seguros, etc;
 Sector quaternário: é o sector da robótica, cibernética, informática.

Distribuição da População Mundial

A população da superfície terrestre está distribuída de forma desigual, porque existem zonas densamente povoadas (atractivos) e outras
menos povoadas (repulsivas). Os factores desta situação são naturais e humanos.

1. Factores Físicos-naturais
Constituem factores físicos-naturais como a influência do clima, relevo, solos, água, vegetação, recursos naturais entre outros.
É importante referir que os factores naturais tiveram muita influência no tempo das comunidades primitivas (nomadismo e sedentarismo).
Actualmente, homem como transformador da natureza tem corrigido de acordo a sua necessidades e possibilidades.
  Clima
A temperatura e a precipitação são factores do clima. Portanto, as regiões com climas muito frios, muito quentes ou com poucas
precipitações, são menos povoadas do mundo porque as características que apresentam repelem o homem, enquanto que as regiões com
temperaturas e chuvas moderadas seguidas pelas tropicais e húmidas são as mais povoadas.

 Água
Os desertos que são lugares com escassez de água e temperaturas elevadas, a vegetação não desenvolve e solos não são férteis,
consequentemente as regiões são desabitadas com a excepção do deserto de Saara que é atravessado pelo rio Nilo.
Em contrapartida, as zonas com abundância de água desde que apresentam condições favoráveis, surgem nestas grandes densidades
populacionais, como e caso de Paquistão, Bangladesh e China.

 Solo
A população concentra-se nos solos mais férteis, junto as margens dos rios e lagos, sobretudo nas planícies fluviais e lacustres e nos vales
das montanhas.

 Relevo
No geral, as depressões e as montanhas são formas repulsivas, enquanto que as planícies e os planaltos são atractivas.
Portanto, as montanhas podem ser atractivas assim como repulsivas dependendo da região climática onde se encontram e o declive. Por
exemplo as montanhas dos climas tropicais são atractivas devido a baixas temperaturas e queda das chuvas orográficas ou de relevo que
tornam estas zonas mais agradáveis. As montanhas dos climas temperados e frios são repulsivos.

 Recursos minerais
Depois da Revolução Industrial, os recursos minerais aliado a exigência de condições humanas são responsáveis por aglomerados
populacionais. Por exemplo a cidade de Joanesburgo na África Austral.

2. Factores Humanos
Os factores humanos são os que na actualidade garantem mais a concentração populacional. E estes podem ser de natureza económica,
técnica, política, social e cultural.

 Factores Económicos
Os factores económicos incluem o desenvolvimento industrial e dos transportes, grandes infra-estruturas, a grande oferta de emprego e alto
nível de vida, são grande foco de atracão e consequentemente grande concentração populacional.

 Factores Históricos
As grandes concertações populacionais actuais são herança do passado. Por exemplo, as cidades costeiras africanas são resultados das
feitorias construídas desde o século XVI. Estes antes eram locais de comércio e fixação de colonos e actualmente são cidades comerciais e
portuárias.

Regiões mais populosas do mundo são:

 Ásia Oriental e Austral;
 África: litoral norte e Oeste e no planalto central;
 Centro da Europa;
 América Central;
 América do norte (Região dos grandes lagos).

Os países mais populosos do mundo são:

País População
China 1 1.341.335.152
Índia 1.224.614.327
Estados Unidos 310.383.948
Indonésia 239.870.937
Brasil 190.755.799
Paquistão 173.593.383
Nigéria 158.423.182
Bangladesh 148.692.131
Rússia 142.958.164
Japão 126.535.920

Os Problemas Demográficos
 O superpovoamento: é devido a explosão demográfica, sobretudo no continente africano e nas médias e grandes cidades mundiais.
 As guerras: é uma das causas das elevadas taxas de mortalidade.
 O desemprego: o seu elevado índice é devido aos movimentos migratórios da população, na procura de melhores condições de vida
sobretudo de campo para cidade (êxodo rural).
 Fome, pobreza e miséria: muitos países em via de desenvolvimento enfrentam muitos problemas de miséria devido a ausência de
políticas agrárias claras, calamidades naturais e desastres naturais. A fome é a responsável pelas doenças como marasmo,
raquitismo e anemia;
 Degradação da vida social: nas médias e grandes cidades é notório os bairros de luxo e bairros pobres. Os bairros pobres
apresentam infra-estruturas abandonadas (Jardins públicos, lojas e armazéns);
  Degradação dos recursos: devido ao superpovoamento há sobreposição sobre os recursos naturais (florestas, recursos hídricos,
solos e meio ambiente). Também, há sobreposição de infra-estruturas sociais como sobre edifícios, estradas, hotéis, escolas,
hospitais, etc.

AGRICULTURA
Agricultura é a arte de cultivar a terra para o desenvolvimento de espécies vegetais.

Factores de Produção Agrária

1. Factores Físicos-naturais:
 Factores Pedológicos
Na prática da agricultura é importante ter em conta a fertilidade dos solos que é resultado da combinação entre os minerais, material
orgânico, água, ar, textura e estrutura de solos.
Sendo assim, o homem ao escolher o tipo de solo deverá ter em conta as necessidades de cada cultura ao mesmo tempo e intervir para que
os solos sejam aráveis através da fertilização, irrigação e drenagem.

 Factores Climáticos
Dependendo do tipo de clima, a temperatura influencia na formação das paisagens agrárias. Há culturas que se desenvolvem melhor em
épocas quentes outras em épocas frias, assim como existem culturas que se desenvolvem melhor em períodos muito chuvoso e outras em
períodos pouco chuvosos, isso porque existem plantas que precisam de maior quantidade de água durante o seu crescimento outras não.
No geral, existem culturas que se adaptam melhor a uns climas que outras, por isso existem designações como: culturas tropicais, culturas
temperadas, entre outras.

 Factores Topográficos
As formas do relevo influenciam quer na maneira como recebem o calor, quer na fixação de água e manutenção de nutrientes pelos solos.
Portanto, as zonas altas, por causa de erosão, retém pouca água e poucos nutrientes em relação as zonas baixas.

2. Factores Humanos
Estes factores estão relacionados com o nível de desenvolvimento económico dos países, o que faz surgir diferença entre agricultura
moderna e tradicional.
Nos países desenvolvidos há maiores possibilidades de vencer as desvantagens naturais através de utilização de técnicas para maior
produtividade e vice-versa.
A agricultura tradicional é influenciada pelos factores demográficos, isto é, na medida que a população aumenta, aumentam as áreas
cultivadas.

Sistemas Agrários
Os sistemas agrários mundiais são a agricultura tradicional e agricultura moderna.

1. Agricultura Tradicional
A agricultura tradicional (subsistência) é aquela cuja produção se destina a alimentação do agricultor e da sua família.

A agricultura tradicional possui as seguintes características:

 Utiliza técnicas rudimentares;
 É dependente de factores naturais;
 A produção destinava-se ao autoconsumo;
 Utilização de técnicas rudimentares;
 A mão-de-obra é familiar;
 Fraco investimento e baixo rendimento;
 Pratica-se a policultura (consociação de culturas na mesma parcela).

Este tipo de agricultura ocupa maior parte da população e é praticado nos países menos desenvolvidos (em África, na Ásia e na América
Latina).
A agricultura tradicional subdivide-se em diversos tipos, que são:

a) Agricultura Itinerante

 Realiza-se em pequenas parcelas;

 O espaço cultivado não tem limites concretos;
 Os trabalhos dependem das chuvas;
 Os solos esgotam-se rapidamente;
 Utilizam-se técnicas rudimentares (desflorestamento: corte de árvores e as queimadas);
 Pratica-se o nomadismo agrícola;
 Os solos não são estrumados;
 Pratica-se a policultura;
 A mão-de-obra é comunitária;
 Os rendimentos são baixos;
 A colheita e manual;
 As principais culturas são: milho, banana, inhame, feijão e mandioca.
Encontra-se em grandes extensões da região intertropical, em zonas florestais até as savanas, sobretudo na África Central, América Latina
(região de Amazónia), nas montanhas do sudoeste asiático, nalgumas ilhas da Indonésia e em pequenos espaços da península da indochina.

b) Agricultura Sedentária de Sequeiro

 Os terrenos são pequenos, mas utilizam-se fertilizantes e técnicas de queimadas, corte de árvores, adubação verde e afolhamento
em campos;
 Os instrumentos são rudimentais (tradicionais);
 A produção destina-se a subsistência (consumo);
 A Mão-de-obra é familiar;
 Está associada a criação de gado bovino;
 O aproveitamento dos solos é racional;
 Pratica-se a policultura;
 Depende dos factores naturais (precipitação)
 As principais culturas sã: milho, algodão, amendoim, feijão, inhame, mandioca e batata-doce.

Localiza-se em grandes extensões da região intertropical, nas savanas (África Central e América Latina).

c) Agricultura das Monções

É uma agricultura tradicional que se pratica na Ásia das monções (Ásia meridional e Oriental). A abundância de água e temperaturas médias
elevadas favorece a orizicultura (cultura do arroz). Os terrenos são constituídos por planícies aluviais ou campos alagados por diques e cais
para irrigação e drenagem. Possui as seguintes características:

 Os solos são estrumados;

 Os instrumentos de trabalhos são rudimentares mas eficazes (charrua);
 Uso de tracção animal (boi e búfalo);
 A mão-de-obra é abundante e comunitária;
 Os rendimentos são baixos;
 Baseia-se na monocultura as vezes associada a cana-de-açúcar e cereais;
 O rendimento destinava-se ao consumo e comércio.

Está agricultura actualmente tende a modernizar-se na china com a revolução chinesa em 1949.

d) Agricultura de Oásis
Pratica-se em grandes desertos áridos (desertos do Sahara na África e deserto da Arábia na Ásia) e em zonas onde a vida animal e vegetal
reaparece.
Nos Oásis geralmente existe palmeiras que captam águas profundas, por isso as populações habitam densamente. Dos rios que constituem
oásis nos desertos são: Nilo em África, Tigre e Eufrates na Mesopotâmia. Possui as seguintes características:

 Utiliza técnicas de irrigação e fertilização;

 A agricultura é intensiva;
 Cultiva-se o trigo, algodão, arroz e cana-de açúcar.

e) Agricultura de Subsistência nas Regiões Temperadas

Este tipo de agricultura predomina na Europa onde o relevo é montanhoso. Nesta região, o homem instala-se nas encostas montanhosas,
fugindo inundações. As culturas básicas são: Oliveira, Figueira e vinha.

Nesta agricultura de subsistência destaca-se:

- Campos Fechados (Bocage): predominam na península Ibérica e sul da França com seguintes características:
 Paisagens agrárias ordenadas e agrupadas em volta do povoamento;
 Pratica-se a agricultura de socalcos;
 Predomina a policultura intensiva de gotículas de regadio para o consumo da população.
 Dificuldade de uso de máquinas.

– Campos Abertos (openfield): encontra-se na europa mediterrânica, com as seguintes características:

 Predomina nas planícies do interior;
 A agricultura é extensiva de sequeiro devido a escassez de chuva;
 Utilizam se técnicas de afolhamento trienal e cria-se o gado caprino para estrumar o solo.

– Áreas de Campos Complantados: encontra-se na Europa Central e Ocidental onde os campos fechados são limitados por plantas ou
árvores, em que fazem hortas para a subsistência, com as com seguintes características:

 Utiliza o afolhamento bienal e trienal;

 O trabalho é feito pelo homem e pelos animais;
 Recorrem as tecnologias para uma maior produtividade;
 O gado é seleccionado e criado livremente ou em cercas.