Você está na página 1de 33

CONTABILIDADE DE CUSTOS

AULA 1

Prof. Ivanildo Viana Moura


CONVERSA INICIAL

Olá, tudo bem? Seja bem-vindo(a) à primeira aula de Contabilidade de


Custos, essa área das ciências contábeis que é tão importante para os
processos decisórios dentro das organizações.
Nesta aula, vamos tratar dos seguintes temas sobre a contabilidade de
custos:

1. A contabilidade financeira, a de custos e a gerencial


2. Terminologias aplicadas à contabilidade de custos
3. Princípios contábeis aplicados a custos
4. Esquema básico da contabilidade de custos
5. A contabilidade de custos para atender à contabilidade societária e fiscal

Aproveite a leitura e pratique os conhecimentos adquiridos resolvendo os


exercícios. Lembre-se, a melhor maneira de aprender, é praticando.
Bons estudos!

CONTEXTUALIZANDO

Competitividade é um termo que resume o que as empresas vivem


atualmente por conta da globalização, e sobre o impacto das possibilidades que
o consumidor possui diante das tecnologias de informação e comunicação. Hoje
em dia o consumidor possui à sua disposição inúmeras opções de compras pelos
mais diversos canais de distribuição, e esses fatores fazem com que as
empresas tenham que rever seus processos e suas atividades constantemente,
sempre buscando se atualizar e se manterem competitivas.
Nesse contexto, a contabilidade surge como ferramenta essencial que
busca fornecer informações sempre relevantes para o processo de tomada de
decisões, principalmente no que tange ao desenvolvimento de novas técnicas
operacionais que visem um melhor aproveitamento dos recursos disponíveis aos
gestores, buscando otimizar o resultado das entidades. Diante desse aspecto, a
ciência contábil está sempre buscando desenvolver novas técnicas que venham
a aprimorar as práticas e satisfazer as necessidades do homem de hoje,
principalmente no que tange aos negócios. Uma das formas mais eficientes
usadas pelas empresas para se tornarem mais competitivas é o tratamento dos
custos nos seus processos produtivos, o que é subsidiado por técnicas
desenvolvidas e oferecidas pela contabilidade de custos.
TEMA 1 – A CONTABILIDADE FINANCEIRA, A DE CUSTOS E A GERENCIAL

A contabilidade se caracteriza como uma ciência social que controla o


patrimônio de uma entidade, o que é feito por meio da identificação,
classificação, registro e mensuração econômica dos fatos contábeis (Padoveze,
2016). O principal objetivo da contabilidade é fornecer informações úteis para
subsidiar a tomada de decisões dos diversos usuários, sejam eles internos ou
externos, o que é possibilitado pelos sistemas de informações contábeis. O
sistema de informações contábeis pode ser justificado por três objetivos
principais, os quais são direcionados aos usuários internos e usuários externos
(Horngren, 2004), conforme mostra a Figura 1.

Figura 1 – Objetivos dos sistemas de informações contábeis

Fonte: Adaptado de Horngren, 2004.

Quando se fala de usuários internos e usuários externos, a ênfase dos


relatórios é diferente, pois cada tipo de usuário utiliza as informações contábeis
para uma finalidade específica. Os usuários internos usam a informação contábil
para fins de tomada de decisão interna, ou seja, informações que são usadas
para fins administrativos, para gerir a entidade, voltada para os processos de
gestão. Por outro lado, a informação destinada aos usuários externos, é
diferente, pois visa a atender pessoas de fora da entidade, mas que possuem
algum interesse nela. Dessa forma, atualmente a contabilidade é dividida em
grandes áreas, cada uma focando um tipo de usuário específico, visando a
provê-los de informações que possam servir como base para seus processos
decisórios.
As três maiores e principais áreas da contabilidade, são:

 Contabilidade financeira;
 Contabilidade de custos;
 Contabilidade gerencial.

1.1 De que forma surgiram essas ramificações (áreas) da contabilidade?

De acordo com Martins (2010) a contabilidade financeira foi desenvolvida


na era mercantilista, e servia basicamente para atender as entidades comerciais.
As empresas viviam do comércio, e os bens eram praticamente produzidos por
pessoas ou grupos de pessoas, tornando fácil o conhecimento e a verificação do
valor da compra dos bens. Devido à simplicidade do comércio na época, as
técnicas de contabilidade para a apuração do resultado e o levantamento do
balanço patrimonial davam-se por meio da mensuração dos estoques em termos
físicos, o que era feito por meio do seguinte cálculo:

Dessa forma, a contabilidade financeira predominou até o século XVIII,


quando o advento da revolução industrial, a produção em massa que se
estabelecia com o surgimento de grandes indústrias, fez surgir a necessidade de
técnicas mais avançadas de apuração de custos e valoração dos estoques.
O surgimento da produção em massa, fez com que o contador tivesse
mais dificuldades em relação às informações necessárias para a apuração do
balanço e do resultado, visto que a complexidade para coletar os dados para a
valoração dos estoques tornou-se maior. De acordo com Martins (2010), o
contador teve que adaptar as técnicas utilizadas na empresa comercial para uso
na empresa industrial, e começou então a fazer a distinção entre os gastos com
insumos utilizados diretamente na fabricação dos produtos e aqueles utilizados
com as atividades de apoio, dando origem à contabilidade de custos.
Com o surgimento da contabilidade de custos, novas técnicas contábeis
começaram a surgir dentro das indústrias, técnicas essas que objetivavam fazer
a separação dos insumos produtivos, discriminando cada item que compõe o
processo, e apropriando aos produtos somente aqueles gastos que estivessem
diretamente relacionados ao seu processo de fabricação, ou seja, os custos
propriamente ditos. Dessa forma, os gastos que não estavam relacionados ao
processo de fabricação, eram classificados como despesas do período, e
apresentavam-se como contas de resultado, não sendo ativados, ao contrário
dos custos.
O papel da contabilidade de custos dentro das empresas, estava
relacionado apenas ao controle e mensuração dos estoques, mas apresentou-
se tão eficiente nas suas funções dentro das indústrias que acabou
concretizando-se como uma importante ferramenta de uso para tomada de
decisões internas. Na medida em que ocorriam novas necessidades gerenciais,
por meio da contabilidade de custos eram desenvolvidas novas técnicas de
auxílio ao processo decisório, não se limitando apenas ao tratamento dos custos
de fabricação, mas também a outros fatores importantes que dizem respeito à
gestão das empresas.
Conforme as empresas iam se desenvolvendo, o seu processo produtivo
tornava-se mais complexo, e constatou-se que as informações fornecidas pela
contabilidade de custos eram de extrema utilidade para os processos gerenciais,
e por esse motivo, começaram a ser utilizadas no processo de tomada de
decisões. Dessa forma, surgiu a contabilidade gerencial (BORNIA, 2017).
Atualmente, essas são as principais áreas da contabilidade, e suas abordagens
são dadas em diferentes aspectos, de acordo com as finalidades de cada uma,
visto que são voltadas para usuários diferentes. A seguir, encontram-se os
conceitos de cada uma delas, os quais são fundamentados em autores
pesquisadores de cada área.

 Contabilidade financeira: caracteriza-se como o processo de produzir


demonstrativos financeiros para entidades e usuários externos, como
acionistas, credores e governo. O processo utilizado por essa área para a
produção dos relatórios é norteado por padrões regulatórios oficiais e
autoridades fiscais, e por requisitos de auditoria de instituições de
contadores (Costa; Ferreira; Saraiva Júnior, 2010).
 Contabilidade de Custos: “É o ramo da contabilidade que mede, registra
e relata informações sobre custos” (Maher, 2001, p. 38). “A contabilidade
de custos é o ramo da contabilidade que se destina a produzir informações
para diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções
de determinação e desempenho, de planejamento e controle das
operações e de tomada de decisões” (Leoni, 2006, p. 19).
 Contabilidade gerencial: Trata a informação contábil, com enfoque no
planejamento, controle e tomada de decisão, e tem caráter integrativo
dentro de um sistema de informação contábil. Esta área da contabilidade
é relacionada com o fornecimento de informações para os
administradores (Padoveze, 2010).

Diferentes tomadores de decisões com base em relatórios contábeis


necessitam informações distintas, e as principais bases para o fornecimento
dessas informações são as áreas contábeis aqui apresentadas, e o seu teor é
dado de acordo com o propósito destinado ao usuário final. Conforme exposto
por Bruni (2010), a contabilidade de custos encontra-se entre a contabilidade
financeira e a gerencial, conforme mostra a Figura 2.

Figura 2 – As diferentes contabilidades e os custos

Fonte: Bruni, 2010, p. 20.

Conforme demonstrado pela Figura 2, a contabilidade de custos encontra-


se na interseção da financeira com a gerencial, e de acordo com o autor
supracitado, ela deve em certo momento se preocupar com as imposições legais
da contabilidade financeira, e em outros momentos em atender a demanda de
informações requeridas pela contabilidade gerencial para subsidiar a tomada de
decisão. Nesse sentido, durante as seis aulas que estudaremos em
contabilidade de custos, estaremos estudando tanto a parte de custos que visa
a atender a contabilidade financeira quanto a parte relacionada aos processos
de gestão.
TEMA 2 – TERMINOLOGIAS APLICADAS À CONTABILIDADE DE CUSTOS

Um aspecto muito importante quando se fala em contabilidade de custos,


é a questão da distinção entre os diferentes termos que são utilizados para tratar
das nomenclaturas dos insumos utilizados no processo produtivo. É comum que
as pessoas confundam as terminologias no seu dia a dia nas atividades
domésticas ou pessoais, mas dentro de uma empresa, esse é o tipo de erro que
não pode ocorrer, pois é com base na distinção desses termos, que os produtos
saem da fábrica com a correta carga de custos que são incorridos no seu
processo de fabricação, o que pode impactar nos indicadores de eficiência
operacional, na formação do preço de venda, na valoração dos estoques e na
apuração do resultado do exercício.
Dessa forma, para uma correta separação entre o que é gasto na
produção e o que é gasto em atividades de suporte, a contabilidade de custos
faz distinção dos termos, trazendo a forma como cada item deve ser classificado
em relação ao uso dos recursos. As principais terminologias utilizadas na área
de custos são:

 Gasto;
 Investimento;
 Custo;
 Despesa;
 Desembolso;
 Perda.

2.1 Gasto

Para Martins (2010, p. 24) o gasto é conceituado como “compra de um


produto qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso),
sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos
(normalmente dinheiro)”. De modo análogo, Megliorini (2011) classifica o gasto
como os compromissos financeiros assumidos por uma empresa quando da
aquisição de produtos tanto para a área de produção, quanto para as áreas de
suporte.
Conforme os conceitos apresentados, percebe-se que sempre que a
empresa incorrer na compra de algum tipo de insumo que será utilizado nas
atividades operacionais, seja para suas atividades fim, seja para as atividades
de suporte, ela irá incorrer num gasto. Nesse sentido, o fim para o qual ocorre a
aquisição do item, não faz distinção deste em relação à nomenclatura, sendo
que em ambos os casos, a empresa irá incorrer em um gasto.
Outro ponto a ser considerado em ambos os conceitos apresentados, é o
uso das sentenças “promessa de entrega de ativos” e “compromissos financeiros
assumidos”, o que significa dizer que o pagamento do item pode não ter sido
realizado no momento de sua aquisição, podendo acontecer num momento
futuro, dependendo do acordo feito pela empresa com o seu fornecedor. Desse
modo, quando ocorrer o pagamento do item adquirido, a empresa irá realizar um
desembolso.
O gasto se configura no momento em que a empresa reconhece
contabilmente a dívida assumida ou a redução de um ativo em dado pagamento.
A empresa incorre em gastos quando paga a mão de obra dos operários, adquire
matéria-prima, compra imobilizados, etc. (Martins, 2010).
Os gastos podem ser classificados também como investimento, custo e
despesa.

2.2 Investimento

Investimentos são gastos ativados em função de sua vida útil ou


benefícios futuros (Martins, 2010; Padoveze, 2010). De acordo com Megliorini
(2012, p. 7) os investimentos “correspondem à parcela dos gastos registrada em
contas do ativo da empresa”. De modo complementar, Martins (2010) afirma que
os investimentos podem ser divididos em circulantes (matéria-prima),
permanentes (máquinas), sendo essa classificação de acordo com a natureza e
o período de ativação do item.
Nesse sentido, pode-se dizer que os itens adquiridos pela empresa e que
são ativados e utilizados ou consumidos no curto prazo, são considerados como
investimentos circulantes, aqueles adquiridos para uso no longo prazo, são
considerados como investimentos permanentes. Exemplos:
Quadro 1 – Exemplos de investimentos

INVESTIMENTOS CIRCULANTES INVESTIMENTOS NÃO CIRCULANTES


Matéria-prima Máquinas
Material de expediente Instalações
Material de limpeza Imobilizados
Mercadorias para revenda Ações em outras cias
Aplicações financeiras de curto prazo Aplicações financeiras de longo prazo

2.3 Custo

“Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou


serviços” (Martins, 2010, p. 25). Conforme exposto no conceito, são classificados
como custos somente aqueles itens que estão diretamente relacionados ao
processo produtivo, ou seja, aqueles recursos que são consumidos pelas
atividades fins da empresa, e que não se relacionam com as atividades de apoio.
Dentro de uma indústria, os custos mais comuns são a mão de obra dos
operários, a matéria prima, embalagens, aluguel da fábrica, salário dos
supervisores de produção, etc. Ainda de acordo com Martins (2010, p. 25) “o
Custo também é um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no
momento da utilização de fatores de produção (bens e serviços), para a
fabricação de um produto ou execução de um serviço”.
Nesse sentido, os itens de custo somente são classificados como tal no
momento em que os insumos são utilizados na produção, sendo que antes disso,
eles possuem outra nomenclatura. Como exemplo, temos a matéria prima. No
momento em que é adquirida, a matéria prima é um gasto que é ativado como
estoque de matéria prima, e somente se transforma em custo no momento em
que é utilizada no processo produtivo.

2.4 Despesa

“Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de


receitas” (Martins, 2010, p. 25). Para Megliorini (2012), as despesas
“correspondem à parcela dos gastos consumida para administrar a empresa e
realizar as vendas, isto é, para gerar a receita”.
Conforme exposto nos dois conceitos, observa-se que as despesas, ao
contrário dos custos, não estão diretamente relacionadas com o processo de
fabricação dos produtos ou serviços, embora representem sacrifícios de
recursos para a obtenção de receitas.
Nesse sentido, as despesas são recursos consumidos pelas atividades de
apoio, ou seja, todas aquelas atividades necessárias ao funcionamento da
empresa, mas que não estão diretamente relacionadas com a produção. De um
modo geral, as despesas são classificadas como operacionais, e as despesas
operacionais subdividem-se em três grupos:

 Despesas administrativas: são aquelas despesas relacionadas com as


áreas administrativas da empresa, envolve todo o setor administrativo.
Exemplos: salários da administração, depreciação dos equipamentos da
área administrativa, salários da diretoria, etc.
 Despesas de vendas (comerciais): são as despesas incorridas pela área
de vendas da empresa. Exemplos: salários dos vendedores, comissão
dos vendedores, fretes na venda do produto, etc.
 Despesas financeiras: são despesas incorridas sobre a captação de
recursos de terceiros, ou mesmo sobre negociações da empresa com
seus fornecedores. Exemplos: juros sobre empréstimos, juros sobre
financiamentos, encargos financeiros sobre compras a prazo, juros por
atraso no pagamento de fornecedores etc.

2.5 Desembolso

Para Bornia (2010) o desembolso é conceituado como o ato do


pagamento, podendo ocorrer em momento diferente do gasto. Para Martins
(2010) o desembolso é o pagamento da aquisição de um bem ou serviço, e pode
ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada.
Em relação ao desembolso, observa-se que diferentemente do gasto, o
desembolso pode ocorrer em diferentes momentos, o que irá depender da forma
como a aquisição de determinado item ou serviço foi negociada.
Exemplo: na aquisição de uma máquina para a produção, a empresa fez
o pedido numa determinada data, mas o pagamento irá ocorrer 120 dias depois.
Nesse caso, a empresa incorreu em um gasto no momento de aquisição do item,
ou seja, no momento da compra, mas o desembolso (pagamento) só ocorrerá 4
meses depois.
Também poderia ser o contrário. A empresa poderia ter adquirido a
máquina à vista, pagando seu valor integral no momento da compra, e só
recebendo o item 3 meses depois. Nesse caso, gasto e desembolso iriam ocorrer
no mesmo momento, ou seja, no momento da compra.
Uma terceira situação, seria a compra, pagamento e retirada da máquina
no mesmo momento. Nesse caso, também ocorreriam gasto e desembolso no
momento da aquisição do item.

2.6 Perda

“Bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária” (Martins,


2010). Conforme conceituado por Martins (2010) a perda ocorre toda vez que
algum bem ou serviço for consumido sem consentimento, ou seja, de forma
involuntária. Complementarmente, Crepaldi e Crepaldi (2018, p. 22) afirmam que
“Trata-se de gastos não intencionais decorrentes de fatores externos, fortuitos
ou da atividade produtiva normal da empresa”. Como exemplos de perdas,
podemos citar a deterioração dos estoques, furtos, obsolescência, etc.

2.7 Classificação dos custos

A contabilidade de custos é uma importante fornecedora de informações


para tomadas de decisões internas. Os aspectos de custos a serem
considerados na tomada de decisão, podem ser demonstrados de maneira mais
acentuada em duas situações específicas: a primeira diz respeito a variação dos
custos no processo produtivo, e a segunda quando da apropriação deles aos
produtos fabricados. Dessa forma, os custos podem ser classificados em fixos e
variáveis quando relacionados com o volume de produção e diretos e indiretos
quando da sua apropriação aos produtos.

2.7.1 Custos diretos e indiretos

Para classificar os custos em diretos ou indiretos, é necessário fazer uma


avaliação no sentido de identificar quais os insumos podem ser diretamente
alocados aos produtos sem que haja a necessidade de utilizar uma base de
rateio, e quais necessitam dessa base para serem alocados. Dessa forma,
aqueles facilmente identificáveis são chamados diretos, e os que não possuem
uma medida correta de total a ser atribuídos a cada produto, são chamados
indiretos.
Os custos diretos podem ser facilmente identificados com o objeto de
custeio, facilmente atribuídos aos seus portadores, não havendo a necessidade
de rateio (Leone, 2006). Esses custos podem ser diretamente apropriados aos
produtos, bastando haver uma medida de consumo, que pode ser dada por meio
de quilogramas de materiais consumidos, embalagens utilizadas, horas de mão-
de-obra ou mesmo a quantidade de energia elétrica consumida (Martins, 2010).
Quando da alocação dos custos diretos, é possível saber exatamente
quanto cada produto consumiu dos insumos necessários para sua fabricação.
Os insumos consumidos são alocados de forma rápida e segura, não existindo
subjetividade no processo, o que acarreta maior confiabilidade na mensuração
dos estoques. Para que seja possível fazer a distribuição desses custos, basta
que a empresa tenha um controle de todos os insumos utilizados na produção,
considerando desde a matéria-prima até a energia elétrica (quando esta última
for direta).
Na apropriação dos custos diretos, não existe o problema da
subjetividade, uma vez que estes possuem a característica de individualidade,
pois são compostos de elementos passíveis de medições exatas, permitindo ao
contador de custos atribuir a carga exata de custo incorrido no processo
produtivo de cada serviço ou produto. Por exemplo: a matéria-prima é um insumo
individual, pois é possível mensurar a quantidade exata de matéria prima que é
consumida na fabricação de cada produto, e dessa forma, o custo com esse
insumo é alocado de forma objetiva à cada peça fabricada. Em outras palavras,
é possível atribuir uma medida a cada insumo classificado como custo direto.
Por sua vez, os custos indiretos são classificados como aqueles que não
são facilmente identificados com o objeto de custeio, e que necessitam de uma
base de rateio para serem alocados aos produtos (Leone, 2006). Esses custos,
não oferecem condição de uma medida objetiva e sua alocação tem que ser feita
por estimativa, sendo esta muitas vezes realizada de forma arbitrária (Martins,
2010). Os custos indiretos passam a existir no momento em que a empresa
fabrica dois ou mais produtos e utiliza insumos comuns no seu processo de
fabricação. A alocação dos custos indiretos, ao contrário do que ocorre com os
custos diretos, é feita por meio de bases de rateios, que são critérios
estabelecidos pelos contadores de custos e que se imaginam representar a
forma mais justa de distribuição desses gastos aos produtos que consumiram
esses recursos durante o processo produtivo. Como exemplo de custo indireto,
podemos citar uma indústria que paga aluguel por não possuir instalações
próprias e que produz três tipos de produtos. O valor do aluguel, nesse caso,
deverá ser rateado para cada um dos produtos, sendo necessário encontrar uma
base de rateio desses valores.
A Figura 3 apresenta como é feita a apropriação dos custos diretos e
indiretos aos produtos.

Figura 3 – Apropriação dos custos diretos e indiretos aos produtos

Fonte: Adaptado de Souza e Clemente, 2007.

2.7.2 Custos fixos e variáveis

Assim como os custos podem ser classificados em relação à sua


apropriação aos produtos, eles também podem ser classificados em relação à
sua variação quanto ao volume de produção. Nesse sentido, o comportamento
dos custos dá-se de acordo com o volume de produção, sendo que se o volume
de produção aumentar ou diminuir, o consumo de alguns elementos de custos
acompanhará a oscilação para mais ou para menos, enquanto outros elementos
não sofrerão alterações (Megliorini, 2012). Portanto, a variação no volume
produzido pode aumentar ou diminuir o valor de alguns custos, enquanto outros
permanecem inalterados. Dessa forma, temos as classificações dos custos em
fixos e variáveis.
Classificam-se como fixos, aqueles custos necessários para manter um
nível mínimo de atividade operacional e são mantidos como constantes nessas
atividades (Padoveze, 2010). Esses gastos são decorrentes da manutenção da
estrutura produtiva da empresa, e independem da quantidade produzida dentro
do limite da capacidade instalada (Megliorini, 2012).
Conforme os conceitos apresentados, pode-se perceber que os custos
fixos são aqueles valores diretamente relacionados com a produção, mas que a
empresa irá incorrer independentemente de oscilações no volume produzido.
Dessa forma, considera-se que esses custos existem mesmo que em
determinado período a empresa trabalhe com produção de zero unidades, mas
esses gastos já devem ser considerados, pois decorrem da manutenção da
estrutura produtiva.
Como exemplo de custo fixo, considere o aluguel de uma fábrica. Imagine
o seguinte: o gasto com aluguel irá ocorrer todos os meses. Se num determinado
mês, a empresa não tiver produção, o aluguel deverá ser pago do mesmo modo.
Se por outro lado, ela dobrar a produção, mas conseguir fazê-lo no mesmo
espaço alugado, o valor do aluguel será o mesmo. Dessa forma, percebe-se que
o aluguel da fábrica é um custo fixo, pois independentemente das oscilações no
volume produzido, a empresa irá incorrer nesse gasto.
Custos variáveis são aqueles cujos valores variam na proporção direta
das variações do nível de atividade (Padoveze, 2010). Esses custos aumentam
ou diminuem conforme o volume de produção, e por esse motivo, quanto mais
se produz, maior a necessidade desses insumos, e por isso, maior o custo
(Megliorini, 2012).
Na medida em que uma empresa produz, alguns insumos são utilizados
com maior frequência, e por esse motivo, a variação na produção também faz
com que o seu consumo varie. Esses itens são classificados como custos
variáveis. São classificados nesse grupo todos aqueles insumos diretamente
relacionados com o processo produtivo. Podemos citar aqui os itens mais
lembrados quando se fala em custos variáveis, tais como matéria-prima,
embalagem, energia elétrica, etc. Perceba que todos esses itens têm seu
consumo aumentado na medida em que aumenta a produção, pois
diferentemente dos custos fixos que dizem respeito à estrutura produtiva da
empresa, os custos variáveis estão relacionados à cada item produzido.
No fim de um determinado período, temos a apuração do custo total, a
qual se dá pela somatória dos custos fixos com as variáveis. A figura 4
demonstra o comportamento dos custos em fixos e variáveis.
Figura 4 – Comportamento dos custos

Fonte: Megliorini, 2012, p. 12.

Percebe-se pelo gráfico que, quando a quantidade é de zero unidades, a


empresa já incorreu em custos fixos, o qual tende a se manter
independentemente da quantidade produzida. Por sua vez, os custos variáveis
começam a aparecer a partir da primeira unidade produzida, e quanto mais se
produz, mais se aumentam esses gastos.
A classificação dos custos em fixos e variáveis é feita por meio de
analogia. Para que possamos fazê-la, basta verificar como um determinado item
de custo se comporta em relação ao volume de produção. Se aquele se alterar
conforme se altera o volume produzido, será classificado como custo variável,
caso contrário, será um custo fixo.

TEMA 3 – PRINCÍPIOS CONTÁBEIS APLICADOS A CUSTOS

De acordo com Martins (2010), alguns princípios devem ser considerados


quando se trata de contabilidade de custos. Para Crepaldi e Crepaldi (2018, p.
6) “esses princípios representam a essência das doutrinas e teorias relativas à
ciência da contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos
científico e profissional”. Os princípios mais relevantes para contabilidade de
custos conforme os autores supracitados, são destacados a seguir.

3.1 Princípio da realização da receita

Conforme exposto anteriormente, os gastos relativos aos fatores de


produção são ativados e classificados como investimentos, mas no momento em
que são utilizados no processo de fabricação, tais gastos passam a compor os
custos dos produtos ou serviços.
Dessa forma, pode-se dizer que já existe a agregação de valores no item
fabricado desde a sua elaboração, pois esses valores agregados no processo
de produção vão sendo acumulados na forma de estoques. Por esse motivo,
economicamente o lucro já surge durante o processo de produção, mesmo que
sem se concretizar em recursos monetários ou outros ativos (Martins, 2010).
No entanto, a contabilidade possui normas e princípios que determinam o
momento em que a receita deve realmente ser reconhecida, para que não haja
informações errôneas na apuração do resultado e no levantamento das
demonstrações contábeis. Nesse caso específico, o princípio da realização da
receita determina que a receita será reconhecida somente no momento de
transferência do bem elaborado para o adquirente, ou seja, por esse princípio, a
receita será registrada no momento da venda do item, em que ocorre a sua baixa
no estoque da entidade e sua posse é transferida para terceiros.

3.2 Princípio da competência (confrontação entre despesas e receitas)

Assim como as receitas tem o momento certo para serem reconhecidas,


a contabilidade também determina o momento em que os insumos utilizados na
produção devem ser contabilizados. Dessa forma, todos os gastos
contabilizados anteriormente e que fazem parte do processo produtivo, são
contabilizados de acordo com o princípio da competência.
O princípio da competência, também conhecido como princípio da
confrontação entre despesas e receitas, determina que as despesas incorridas
no processo produtivo devem ser reconhecidas no período em que ocorreram.
Dessa forma, quando do reconhecimento das receitas de um determinado
período, todas as despesas a elas vinculadas devem ser reconhecidas dentro
daquele mesmo período.
Esse princípio é extremamente importante para a apuração do resultado,
pois o lucro ou prejuízo é evidenciado partindo-se das receitas e subtraindo-se
as despesas apuradas num determinado período.

3.3 Princípio do custo histórico como base de valor

Por esse princípio, os ativos devem ser reconhecidos pelo custo de


aquisição, ou seja, o valor de entrada, também chamado de custo histórico. Esse
princípio é fundamental para a mensuração dos estoques, visto que visa limitar
a forma como a entidade contabiliza os insumos adquiridos para a produção de
bens e serviços, uma vez que o resultado do período pode ser impactado por
essa prática.
Dessa forma, quando os produtos são fabricados, uma vez que os fatores
de produção foram registrados pelo custo histórico, a baixa do estoque será
contabilizada pelo mesmo valor, não sendo feitas alterações que podem
influenciar no resultado. Ou seja, por esse princípio, os custos apurados na baixa
do estoque, são os mesmos valores de aquisição dos fatores de produção que
deram origem ao produto, não sendo aumentados ou diminuídos por quaisquer
critérios estabelecidos pela entidade.

3.4 Princípio da consistência ou uniformidade

Algumas vezes, a contabilidade permite que um mesmo evento possa ser


registrado de formas diferentes, desde que os critérios estejam de acordo com
os princípios contábeis. Diante desse aspecto, para garantir a comparabilidade
das demonstrações contábeis de diferentes períodos, o princípio da consistência
ou uniformidade preza que a entidade mantenha ao longo do tempo a alternativa
escolhida, e esta não poderá ser alterada em cada período.
Nesse sentido, esse princípio quando voltado para a contabilização dos
custos, torna-se extremamente relevante, visto que os critérios adotados para
pela entidade podem ser utilizados para alterar os resultados em períodos
diferentes. Por exemplo: se a empresa adotar uma determinada base de rateio
para mensurar os custos com a manutenção dentro de um período, e
subsequentemente mudar essa base, os resultados podem ser influenciados por
essa mudança.

3.5 Princípio do conservadorismo ou prudência

Algumas vezes, o contador se depara com situações de incerteza quanto


a estimativas na contabilização de ativos e passivos. Diante disso, para que
ativos e receitas não sejam superestimados e passivos e despesas não sejam
subestimados, o princípio da prudência determina que o contador deve ser
conservador em seu julgamento, no sentido de que quando houver duas ou mais
opções, adotar sempre o menor valor para ativos e o maior para passivos.
No que tange à contabilidade de custos, esse princípio deve ser levado
em conta principalmente na avaliação dos estoques, em que, caso constatado
que os produtos tenham valor líquido de venda mais baixos que os da produção,
indicando que aqueles perderam valor, pelo princípio da prudência, mesmo que
ferindo o princípio do custo histórico, esse item do ativo deve ser registrado pelo
valor mais baixo.

3.6 Princípio da materialidade ou relevância

O princípio da materialidade leva em consideração o custo benefício na


geração de informações contábeis. Nesse sentido, por esse princípio o contador
tem autonomia para fazer o julgamento e somente se preocupar em registrar e
controlar nas ocasiões oportunas as informações relevantes. Aquelas
informações que geram mais ônus do que benefícios para serem registradas,
poderão ser realizadas de acordo com o melhor critério estabelecido pelo
contador.
Como exemplo do uso desse princípio em contabilidade de custos, pode-
se relacionar o consumo de papel em um escritório de contabilidade. Cada vez
que uma folha de sulfite for utilizada, seria contabilizado um custo referente ao
uso desse material. No entanto, esse valor seria tão irrelevante que não precisa
ser contabilizado dessa forma, pois o princípio da relevância permite que o
registro do custo seja realizado de uma só vez, visto que o gasto com o papel é
muito baixo e ficaria mais oneroso registrar a informação do que o benefício
trazido por ela.

TEMA 4 – ESQUEMA BÁSICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS

Conforme vimos no Tema 2, existem várias terminologias que são


utilizadas em contabilidade de custos, e essas devem ser aplicadas
corretamente quando da apuração dos gastos incorridos no processo produtivo
para que os estoques sejam valorados de forma justa.
Visando a correta apropriação dos gastos incorridos no processo
produtivo, pode-se fazer um passo a passo que permite a alocação dos custos
aos produtos, o que pode ser feito por meio de um esquema básico de
distribuição. Esse esquema, também conhecido como mapa de rateio é
mencionado no art. 294 do Decreto n. 3.000 (Brasil, 1999). Nesta aula, usaremos
o esquema proposto por Martins (2010) que é dado em três passos:

1. Separação entre custos e despesas;


2. Apropriação dos custos diretos aos produtos ou serviços;
3. Rateio dos custos indiretos.

Importante frisar que existem diferentes métodos de custeio, os quais


serão estudados na aula 4, mas o esquema aqui apresentado, baseia-se no
Custeio por Absorção, justamente pelo fato de ser ele o método que a legislação
brasileira permite que seja utilizado na apuração dos custos. Conforme o custeio
por absorção, todos os custos incorridos no processo devem ser alocados aos
produtos, sejam eles fixos ou variáveis, diretos ou indiretos. Dessa forma, o
esquema começa fazendo a separação entre custos e despesas, uma vez que
os produtos só recebem carga daquilo que foi consumido durante o seu processo
de produção (custos) e os demais gastos advindos de atividades de suporte
(despesas) são lançados diretamente contra o resultado. Após essa
classificação, separa-se os custos diretos dos indiretos, sendo os primeiros
apropriados diretamente aos produtos, enquanto os outros, indiretos, são
alocados por meio de uma base de rateio.
A figura 5 permite uma visualização do esquema básico proposto por
Martins (2010).

Figura 5 – Esquema básico da contabilidade de custos

Fonte: Martins, 2010, p. 57.


Para um melhor entendimento do funcionamento do esquema básico,
vamos trabalhar com um exemplo trazendo o passo a passo da distribuição dos
gastos incorridos no processo produtivo, iniciando com a separação dos custos
e despesas e finalizando com a apuração do custo total de cada um dos
produtos.
Exemplo: a Cia Mandirituba fabrica os produtos A e B, e sabe-se que os
dois produtos consomem a mesma matéria-prima (MP) e nas mesmas
quantidades. Num determinado período, tendo fabricado 2.000 unidades do
produto A e 3.000 do produto B, a indústria apurou os seguintes gastos:

Tabela 1 – Total de gastos do período

Com as informações fornecidas, agora vamos seguir os passos dados no


esquema para apurar os custos dos dois produtos.

4.1 1º – Separação entre custos e despesas

Para iniciar, o primeiro passo pede que seja feita a classificação dos
gastos em custos e despesas. Dessa forma, é importante lembrar do tipo de
gasto, e caso haja dúvidas, é válido voltar no tema 2 para rever os conceitos.
Vamos começar separando todos os itens de custos que encontramos entre os
gastos apresentados. Dessa forma, a classificação dos custos apresenta os
seguintes itens:
Tabela 2 – Custos de produção

Na Tabela 2, encontram-se todos os itens que compõe os custos dos


produtos A e B apresentados na Tabela 1. Agora, é necessário que seja feita a
separação das despesas. É importante lembrar que as despesas são lançadas
diretamente contra o resultado do exercício e, portanto, devem ser classificadas
em administrativas, de vendas ou financeiras, de acordo com sua natureza, uma
vez que a Demonstração do Resultado do Exercício apresenta todas as
despesas operacionais classificadas nessas três categorias, conforme tabelas a
seguir.

Tabela 3 – Despesas administrativas

Tabela 4 – Despesas de vendas

Tabela 5 – Despesas financeiras

DESPESAS FINANCEIRAS VALOR

JUROS PAGOS SOBRE FINANCIAMENTOS R$ 2.700,00

TOTAL DE DESPESAS FINANCEIRAS DO PERÍODO R$ 2.700,00


Após feita a separação dos custos e despesas, o próximo passo proposto
pelo esquema é a apropriação dos custos diretos aos produtos.

4.2 2º – Apropriação dos custos diretos aos produtos ou serviços

Nessa etapa, todos os custos diretamente relacionados aos produtos são


apropriados, sem a necessidade de se encontrar uma base de rateio, bastando
apenas saber a quantidade que cada unidade produzida consome desses
recursos. Vamos considerar que temos somente quatro tipos de custos diretos,
sendo a matéria-prima, as embalagens, parte da mão-de-obra e parte da energia
elétrica. Como sabemos que esses são custos diretos? Bem, vamos analisar. A
matéria-prima e as embalagens, por si só já são um custo direto, pois podemos
saber exatamente quanto cada produto consumiu desses materiais,
considerando que a empresa controla sua saída do almoxarifado. Quanto a mão
de obra direta (MOD), para saber quanto do valor do salário dos operários se
configura em mão-de-obra direta ou indireta, a empresa precisa fazer
apontamentos de mão-de-obra (Martins, 2010). Nesse caso, vamos supor que a
empresa já tenha essa informação. E por fim, temos a energia elétrica. Esse
insumo, para ser considerado como custo direto, necessita de medidores em
cada máquina. Consideremos então que parte dos equipamentos tenha esses
medidores, e parte deles não. Dessa forma, temos parte da energia como custo
direto e outra parte custo indireto.
A Tabela 6 mostra a apropriação dos custos diretos aos dois produtos, e
os custos indiretos a serem rateados.

Tabela 6 – Distribuição dos custos diretos


Conforme demonstrado na Tabela 6, os custos diretos do produto A
somam R$31.600,00 e do produto B R$47.400,00. Agora, como próximo passo,
temos que fazer o rateio dos custos indiretos, os quais somam R$39.500,00.

4.3 3º – Rateio dos custos indiretos

Diferentemente dos custos diretos, os custos indiretos não podem ser


diretamente alocados aos produtos, pois não se sabe exatamente qual a parcela
desses valores correspondente à cada item produzido. Dessa forma, é
necessário que seja encontrada uma base de rateio, a qual servirá para fazer
essa distribuição. Por conta dessa base de rateio, a alocação desses custos é
resumida por uma palavra: subjetividade. Significa dizer que, por mais que a
base encontrada aparente ser a melhor forma de alocação dos custos indiretos,
a distribuição não se dará de forma 100% justa, pois os critérios de rateio são
baseados em estimativas.
Existem várias formas de se fazer o rateio, sendo que geralmente, cada
item de custo indireto pode ser apropriado por alguma particularidade. Para o
nosso exemplo, vamos fazer a locação de todo o total de custos indiretos por um
único critério. Vamos supor que o critério adotado seja o rateio por espaço
utilizado pelos produtos dentro da fábrica. Nesse sentido, precisamos saber qual
é o espaço utilizado por cada um e o total de m2 das instalações. Suponha que
a fábrica tenha espaço total de 1.000 m2, e que o produto A ocupe 450 m2 desse
espaço (45% da área total), enquanto o produto B ocupe os outros 550m2 (55%
da área total). Diante desse aspecto, a alocação dos custos indiretos ficará da
seguinte forma:
Tabela 7 – Rateio dos custos indiretos

RATEIO PELO ESPAÇO DA FÁBRICA

Produto % do espaço Custo indireto

Produto A 45% R$ 17.775,00

Produto B 55% R$ 21.725,00

Total 100% R$ 39.500,00


Agora que já fizemos o rateio dos custos indiretos, temos como apurar o
custo total (custo direto + custo indireto) dos produtos A e B. A apuração é
demonstrada na Tabela 8.

Tabela 8 – Distribuição dos custos aos produtos


DISTRIBUIÇÃO DOS CUSTOS AOS PRODUTOS
Produto Custo Direto Custo Indireto Total
Produto A R$31.600,00 R$ 17.775,00 R$ 49.375,00
Produto B R$ 47.400,00 R$ 21.725,00 R$ 69.125,00
Total R$ 79.000,00 R$ 39.500,00 R$ 118.500,00

Uma vez que temos os totais de custos, agora precisamos ativá-los. Ativar
os custos significa dizer que esses gastos serão contabilizados no nosso ativo,
mais precisamente, irão compor a conta estoques.

4.4 Contabilização dos custos

A forma de contabilização dos custos que utilizaremos aqui, é a forma


analítica, que mostra o passo a passo realizado no esquema básico, sendo que
esse registro contábil representa o mesmo grau de detalhamento dos mapas de
rateio (Martins, 2010). Dessa forma, temos a nossa contabilização iniciada pela
separação entre os itens que possuem parte direta e parte indireta. .

a. Separação da mão de obra direta da indireta


Débito: Mão de obra direta R$25.000,00
Débito: Mão de obra indireta R$5.000,00
Crédito: Mão de obra R$30.000,00
b. Separação da energia elétrica direta da indireta
Débito: Energia elétrica direta R$9.000,00
Débito: Energia elétrica indireta R$3.000,00
Crédito: Energia elétrica R$12.000,00
c. Apropriação da matéria prima aos produtos
Débito: Estoques (Produto A) R$16.000,00
Débito: Estoques (Produto B) R$24.000,00
Crédito: Matéria-prima R$40.000,00
d. Apropriação da mão-de-obra direta aos produtos
Débito: Estoques (Produto A) R$10.000,00
Débito: Estoques (Produto B) R$15.000,00
Crédito: Mão de obra direta R$25.000,00
e. Apropriação do custo das embalagens aos produtos
Débito: Estoques (Produto A) R$2.000,00
Débito: Estoques (Produto B) R$3.000,00
Crédito: Embalagens R$5.000,00
f. Apropriação da energia elétrica direta aos produtos
Débito: Estoques (Produto A) R$3.600,00
Débito: Estoques (Produto B) R$5.400,00
Crédito: Energia elétrica direta R$9.000,00
g. Apropriação dos custos indiretos aos produtos
Débito: Estoques (Produto A) R$17.775,00
Débito: Estoques (Produto B) R$21.725,00
Crédito: Mão de obra indireta R$5.000,00
Crédito: Aluguel da fábrica R$20.000,00
Crédito: Energia elétrica indireta R$3.000,00
Crédito: Seguros da fábrica R$5.000,00
Crédito: Depreciação da fábrica R$3.000,00
Crédito: Manutenção da fábrica R$3.500,00

Seguindo a contabilização, vamos fazer a apuração dos razonetes.


Mão de obra Mão de obra direta Mão de obra indireta
R$ 30.000,00 a) R$ 25.000,00 a) R$ 5.000,00
R$ 30.000,00 a) R$ 25.000,00 d) R$ 5.000,00 g)

Energia elétrica Energia Elétrica Direta Energia elétrica indireta


R$ 12.000,00 b) R$ 9.000,00 b) R$ 3.000,00
R$ 12.000,00 b) R$ 9.000,00 f) R$ 3.000,00 g)

Matéria prima consumida Embalagens Aluguel da fábrica


R$ 40.000,00 R$ 5.000,00 R$ 20.000,00
R$ 40.000,00 c) R$ 5.000,00 e) R$ 20.000,00 g)

Manutenção da fábrica Seguros da fábrica Depreciação da fábrica


R$ 3.500,00 R$ 5.000,00 R$ 3.000,00
R$ 3.500,00 g) R$ 5.000,00 g) R$ 3.000,00 g)

Estoque Produto A Estoque Produto B


c) R$ 16.000,00 c) R$ 24.000,00
d) R$ 10.000,00 d) R$ 15.000,00
e) R$ 2.000,00 e) R$ 3.000,00
f) R$ 3.600,00 f) R$ 5.400,00
g) R$ 17.775,00 g) R$ 21.725,00
R$ 49.375,00 R$ 69.125,00

Obs.: Os saldos iniciais dos razonetes têm origem nos itens do enunciado do
exercício.

Uma vez que terminamos a contabilização, os custos apresentados


compõem os estoques da empresa. Esses valores permanecem ativados até
que o produto seja vendido, e no período em que isso ocorrer, a quantidade
vendida será lançada contra o resultado do período, na conta Custos dos
Produtos Vendidos (CPV) da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Lembrando apenas que, quando da venda, deve-se considerar o custo unitário
dos produtos, o qual é encontrado dividindo o custo total pelo total produzido.
Tabela 9 – Custo unitário por produto

Sempre que a empresa vender uma quantidade, os custos somente serão


baixados conforme a quantidade vendida. As despesas, ao contrário, devem ser
baixadas em sua totalidade no fim do exercício em que ocorreram.

TEMA 5 – A CONTABILIDADE DE CUSTOS PARA ATENDER À


CONTABILIDADE SOCIETÁRIA E FISCAL

As empresas brasileiras precisam seguir as regras impostas pela


legislação nacional, na qual a contabilidade societária fornece os métodos e
critérios que as entidades devem seguir, principalmente no que tange à
constituição das sociedades e as práticas que devem ser adotadas no
andamento de suas atividades. Nesse sentido, Iudicibus et al. (2010) afirmam
que a contabilidade sempre sofreu influências dos critérios fiscais,
particularmente os da legislação de Imposto de Renda, uma vez que a a maioria
das empresas fazia sua contabilidade com base nos preceitos e forma da
legislação fiscal.
Sendo ela uma ramificação da contabilidade geral, a contabilidade de
custos também sofre influências da legislação. Se por um lado ela visa o
fornecimento de informações gerencias para a tomada de decisões dos usuários
internos objetivando principalmente maior eficiência no processo produtivo, por
outro lado ela também tem a função de atender a contabilidade societária e o
fisco, uma vez que a atividade contábil é regulamentada e deve seguir as normas
e leis a ela aplicadas. Para o tratamento dos custos, a legislação brasileira possui
uma série de leis, normas, pronunciamentos e decretos que visam nortear a
atividade contábil no que tange à avaliação, apuração e contabilização de seus
estoques, buscando sempre a correta apuração dos custos. Como primeiro
ponto, citamos a redação dada pelo art. 261 do Decreto n. 3.000, de 26 de março
de 1999, o qual menciona outras leis que trazem o mesmo texto no que tange
aos livros fiscais obrigatórios:
No Livro de Inventário deverão ser arrolados, com especificações que
facilitem sua identificação, as mercadorias, os produtos
manufaturados, as matérias-primas, os produtos em fabricação e os
bens em almoxarifado existentes na data do balanço patrimonial
levantado ao fim de cada período de apuração (Lei nº 154, de 1947,
art. 2º, § 2º, Lei nº 6.404, de 1976, art. 183, inciso II, e Lei nº 8.541, de
1992, art. 3º).

Essa redação dada pela lei já impõe a utilização do inventário permanente


pelas empresas, que visa o controle dos estoques, abrangendo desde a matéria-
prima adquirida até os produtos finais, visando o registro permanente das
movimentações dessas mercadorias e a correta apuração dos custos incorridos.
Ainda no contexto do Decreto n. 3.000, de 26 de março de 1999, o art. 289
aborda sobre a apuração dos custos dos estoques, conforme redação a seguir:

Art. 289. O custo das mercadorias revendidas e das matérias-primas


utilizadas será determinado com base em registro permanente de
estoques ou no valor dos estoques existentes, de acordo com o Livro
de Inventário, no fim do período de apuração (Decreto-Lei nº 1.598, de
1977, art. 14).
§ 1º O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda
compreenderá os de transporte e seguro até o estabelecimento do
contribuinte e os tributos devidos na aquisição ou importação (Decreto-
Lei nº 1.598, de 1977, art. 13).
§ 2º Os gastos com desembaraço aduaneiro integram o custo de
aquisição.
§ 3º Não se incluem no custo os impostos recuperáveis através de
créditos na escrita fiscal.

Conforme exposto, pode-se perceber que a lei do imposto de renda já


determina a forma como devem ser avaliados os estoques tanto de matéria-
prima, quanto dos produtos fabricados, sendo a valoração desses materiais de
acordo com o registro permanente, o que indica o custo histórico como base de
valor (custo de aquisição). Do mesmo modo, os parágrafos 1 ao 3 indicam quais
itens devem compor os custos das mercadorias destinadas a revenda. Percebe-
se nesse artigo que a lei abrange tanto as empresas industriais quanto as do
ramo comercial, indicando como devem proceder quanto à valoração e custos
de seus produtos/mercadorias.
Numa abordagem voltada mais para a indústria, a lei traz o seu contexto
no art. 290 instruindo sobre os custos de produção, conforme abaixo.

Art. 290. O custo de produção dos bens ou serviços vendidos


compreenderá, obrigatoriamente (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art.
13, § 1º):
I - o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou
serviços aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto
no artigo anterior;
II - o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão
direta, manutenção e guarda das instalações de produção;
III - os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de
depreciação dos bens aplicados na produção;
IV - os encargos de amortização diretamente relacionados com a
produção;
V - os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na
produção.

O contexto desse artigo é algo primordial para a contabilidade de custos,


e seu entendimento torna-se de suma importância para a apuração dos custos
dos produtos fabricados, pois é com base na interpretação que se adotará o
método de custeio que a empresa deverá utilizar para custear seus produtos.
Megliorini (2012) expõe que as empresas precisam atender as exigências legais
no que tange aos métodos de apuração dos custos, estando em conformidade
com as normas e legislações vigentes. No que se refere à apuração dos custos,
embora existam vários métodos de custeio, a legislação atua no sentido de
nortear as empresas no método que deve ser empregado. Conforme contexto
do artigo supracitado, percebe-se que a lei determina que sejam alocados aos
produtos todos os custos incorridos no processo de fabricação (fixos, variáveis,
diretos e indiretos), o que nos leva ao método de custeio por absorção, também
conhecido como Custeio Integral, tornando-se dessa forma, o método aceito pela
legislação fiscal do Brasil.
Outro ponto a ser considerado em relação à atuação da legislação sobre
as práticas contábeis no que tange aos custos, diz respeito ao método de
valoração dos estoques. Sobre esse aspecto, analisemos o que é exposto por
Iudicibus et al. (2010, p. 78) sobre a apuração do custo:

Conhecendo os componentes do custo de aquisição, o problema agora


se prende ao fato de a empresa ter em estoque o mesmo produto
adquirido em datas distintas, com custos unitários diferentes. Assim,
surge a dúvida sobre qual preço unitário deve ser atribuído a tais
estoques na data do Balanço. Vamos a seguir analisar as diversas
possibilidades existentes. Antes disso, cabe lembrar que, no Brasil, a
Legislação do Imposto de Renda tem permitido, apenas a utilização do
método do preço específico, do custo médio ponderado móvel ou ados
bens adquiridos mais recentemente (FIFO ou PEPS). Vale destacar,
como não era permitido para fins fiscais, o uso do LIFO ou UEPS era
esporádico. A partir do CPC 16 - Estoques, sua utilização também não
é contabilmente admitida. Por tudo isso, a maioria das empresas, no
Brasil, utilizou e continua utilizando principalmente o custo médio
ponderado móvel.

Conforme exposto pelos autores supracitados, a legislação impõe o uso


do custo médio ou do método PEPS (“Primeiro que Entra, Primeiro que Sai”)
para valoração dos estoques, não sendo admitido o método UEPS (Último que
Entra, Primeiro que Sai) desde o CPC 16. Nesse sentido, torna-se relevante
saber o que diz o CPC 16 sobre a valoração dos estoques.

23. O custo dos estoques de itens que não são normalmente


intercambiáveis e de bens ou serviços produzidos e segregados para
projetos específicos deve ser atribuído pelo uso da identificação
específica dos seus custos individuais.
24. A identificação específica do custo significa que são atribuídos
custos específicos a itens identificados do estoque. Este é o tratamento
apropriado para itens que sejam segregados para um projeto
específico, independentemente de eles terem sido comprados ou
produzidos. Porém, quando há grandes quantidades de itens de
estoque que sejam geralmente intercambiáveis, a identificação
específica de custos não é apropriada. Em tais circunstâncias, um
critério de valoração dos itens que permanecem nos estoques deve ser
usado.
25. O custo dos estoques, que não sejam os tratados nos itens 23 e
24, deve ser atribuído pelo uso do critério Primeiro a Entrar, Primeiro a
Sair (PEPS) ou pelo critério do custo médio ponderado. A entidade
deve usar o mesmo critério de custeio para todos os estoques que
tenham natureza e uso semelhantes para a entidade. Para os estoques
que tenham outra natureza ou uso, podem justificar-se diferentes
critérios de valoração.

Conforme redação dada pelo CPC 16, percebe-se que o método


preferencial a ser utilizado para a valoração dos estoques é o custo específico,
mas nem sempre ele é possível de ser utilizado. Nesses casos, a legislação
permite que seja utilizado o custo médio ou o método PEPS. Na próxima aula,
aprenderemos mais sobre os estoques e os métodos de avaliação, explorando
cada critério e verificando o impacto de seu uso nos custos dos produtos.

TROCANDO IDEIAS

Você já sabia que a contabilidade era dividida em grandes áreas? Tinha


conhecimento de que essas áreas têm objetivos específicos de fornecer
informações para usuários diferentes, cada um focando um tipo de decisão?
Nesse ínterim, a contabilidade de custos, a financeira e a gerencial, tornam-se
as principais áreas da contabilidade, e tem como funções fornecer informações
voltadas para usuários diferentes, embora devam trabalhar em conjunto, visando
sempre manter a entidade em continuidade.
Diante desse aspecto, pense nas empresas que você conhece, se
possível, a empresa em que você trabalha, e tente relacionar essas três grandes
áreas da contabilidade no contexto dessas entidades. Busque encontrar
características de cada uma delas, e a forma como elas contribuem para a
tomada de decisão para os gestores das empresas. O conhecimento sobre
essas áreas faz com que o tomador de decisões saiba onde buscar as
informações, e as pessoas responsáveis por fornecê-las, agilizando os
processos e tornando a entidade mais competitiva.
NA PRÁTICA

Responda às questões propostas:

1. Classifique as assertivas de acordo com a área da contabilidade destacada


por cada uma delas.

(a) Contabilidade de financeira


(b) Contabilidade de custos
(c) Contabilidade gerencial

( ) Apresenta técnicas voltadas para a eficiência do processo produtivo, fazendo


a separação dos recursos utilizados no processo de fabricação, discriminando
cada item que compõe o processo, e apropriando aos produtos somente aqueles
gastos que estão diretamente relacionados a sua fabricação.
( ) Os principais usuários das informações fornecidas por essa área da
contabilidade são usuários externos. Suas informações podem ser utilizadas
para fins de fiscalização, concessão de empréstimos, acordos trabalhistas, etc.
( ) Área da contabilidade relacionada com o fornecimento de informações para
os administradores, tratando a informação contábil, com enfoque no
planejamento, controle e tomada de decisão.

2. Classifique os gastos abaixo de acordo com a terminologia apropriada


conforme o seu uso no processo de uma empresa.
(a) Custo
(b) Despesa
(c) Investimento
(d) Desembolso
(e) Perda

( ) Aquisição de matéria-prima.
( ) Pagamento de uma máquina adquirida.
( ) Estoque de mercadorias vencidas.
( ) Utilização da matéria prima no processo de fabricação.
( ) Depreciação dos computadores do setor administrativo.
FINALIZANDO

Na nossa primeira aula, conhecemos um pouco sobre o surgimento da


contabilidade de custos, bem como sua interação com as outras contabilidades,
a financeira e a gerencial. Foi possível perceber a diferença entre essas três
áreas da contabilidade, bem como o foco de cada uma delas no que diz respeito
ao fornecimento de informações para os seus usuários.
Em relação às nomenclaturas utilizadas, conhecemos as terminologias
utilizadas em contabilidade de custos, e pudemos perceber o quanto algumas
delas podem ser parecidas e as vezes utilizadas como sinônimo, o que é um erro
muito grave no processo produtivo, pois a classificação correta de todos os
fatores é essencial para a eficiência do processo produtivo.
Tão importante quanto a classificação, é a seguir os princípios e a
legislação no que tange à normatização da contabilidade de custos, e pudemos
perceber o quanto a contabilidade é influenciada pelo fisco, principalmente pela
legislação do imposto de renda. A partir da próxima aula, estaremos aplicando
os aprendizados adquiridos aqui, em aspectos mais práticos, voltados para a
contabilização dos custos.
REFERÊNCIAS

BORNIA, A. C. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas


modernas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

BRUNI, A. L. A administração de custos, preços e lucros: com aplicações na


HP12C e Excel. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

COSTA, R. P. da; FERREIRA, H. A. S.; SARAIVA JÚNIOR, A. F. Preços,


orçamentos e custos industriais: fundamentos da gestão de custos e de
preços industriais. Rio de Janeiro: Elsevier; Campus, 2010.

CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de custos. 6 ed. São Paulo:


Atlas, 2018.

HORNGREN, C. T.; DATAR, S. M.; FOSTER, G. Contabilidade de custos, 2. 4.


reimp. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010

IUDICIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E.R.; SANTOS, A. Manual de


contabilidade societária. São Paulo. Atlas, 2010.

LEONE, G. S. G. Curso de contabilidade de custos. 2. ed. São Paulo: Atlas,


2006.

MAHER, M. Contabilidade de custos: criando valor para a administração. São


Paulo: Atlas, 2001.

MARTINS, E. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 2. ed., rev. e ampl. São Paulo:


Pearson Prentice Hall, 2011.

PADOVEZE, C. L. Contabilidade geral. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2016. p.


31

_____. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação


contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

SOUZA, A.; CLEMENTE, A. Gestão de custos: aplicações operacionais e


estratégicas – exercícios resolvidos e propostos com utilização do EXCEL. 2. ed.
São Paulo: Atlas, 2011.

Você também pode gostar