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Casos Práticos

Formação IT

José A. Costa Alves


Outubro 2017
1. Em Outubro de 2016, dois inspetores tributários desenvolveram nas instalações da empresa EPP, Lda. uma ação de
inspeção que teve por objeto a verificação dos elementos de escrita e de contabilidade relativos ao exercício de 2014. No
âmbito desta ação inspetiva foram detetadas diversas inexatidões na elaboração da contabilidade, bem como a comissão de
algumas irregularidades por deficiente interpretação da lei. Estas faltas implicaram a alteração da matéria tributável e a
realização de uma liquidação adicional de IRC. No auto de notícia que foi levantado, os inspetores tributários relataram os
factos e atento o respetivo suporte legal e cominativo, procederam à sua qualificação, estabelecendo que as infrações fiscais
praticadas preenchiam tipos legais de natureza não criminal. Com este auto de notícia que tipo de processo deverá ser
instaurado?
• a. Com este auto de notícia deverá ser instaurado um processo de contraordenação, porém, a sua instauração apenas
poderá ocorrer após a efetivação da liquidação adicional do IRC referente ao ano de 2014;
• b. Os inspetores tributários consideraram que as infrações fiscais cometidas consubstanciam tipos legais de
contraordenação, logo o processo a instaurar será de contraordenação, cuja finalidade consiste na aplicação das
respetivas sanções e na liquidação do imposto que os factos descritos no auto de notícia implicam;
• c. Com o auto de notícia levantado pelos inspetores tributários deve ser instaurado um processo de Inquérito, sem
prejuízo de no futuro poder ser instaurado um processo de contraordenação, caso as investigações realizadas permitam
concluir que os factos não consubstanciam a prática de um tipo legal de crime;
• d. Os inspetores tributários qualificaram os factos como contraordenação, pelo que com o auto de notícia apenas será
instaurado um processo de contraordenação e ainda que exista facto tributário que implique a liquidação de imposto, o
procedimento tendente à liquidação deste ocorre de forma autónoma, dado que o processo de contraordenação tem
exclusivamente por finalidade a aplicação de sanções pela comissão de infrações fiscais de natureza não criminal.
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Casos Práticos
2. No decurso de uma ação de inspeção externa ao contribuinte ELIAFRA Lda. foram detetadas omissões e
inexatidões na contabilidade. O procedimento inspetivo terminou em fevereiro de 2017, com a notificação por carta
registada do relatório final de inspeção.

• a. O auto de notícia deveria ser elaborado sempre no momento da verificação das infrações tributárias pelo
inspetor, no caso as omissões e inexatidões na contabilidade;
• b. O auto de noticia deverá ser, do conhecimento do contribuinte inspecionado, no momento em que receciona o
relatório final;
• c. O inspetor não deverá levantar o auto de notícia se o contribuinte inspecionado solicitar o pagamento
reduzido das coimas até ao termo da prática de atos de inspeção;
• d. O inspetor Tributário nos casos previstos na lei poderá não levantar auto de notícia, devendo fazer menção
desse facto, no relatório final de inspeção;

Casos Práticos 3
3. António é Inspetor Tributário e exerce as suas funções enquanto tal na Direção de Finanças do Porto. Por causa do
exercício das suas funções teve conhecimento que uma empresa do sector da indústria praticou graves irregularidades
no âmbito da aplicação das normas do Código do IVA, inclusivamente, foram-lhe especificados os factos materiais
constitutivos das infrações praticadas. Embora integre o grupo de pessoal técnico com competência para levantar
autos de notícia, dado que, neste caso, o conhecimento das infrações não resultou da execução de uma ação de
inspeção e, por outro lado, as faltas não foram verificadas pessoalmente, António, de modo a permitir a instauração do
processo de contraordenação, participou por escrito ao Serviço de Finanças local da área da sede social da empresa.
Será que a atitude do António é correta ou, ao invés, ele deveria ter levantado o auto de notícia para relatar os factos
constitutivos das infrações fiscais cometidas pela empresa?

• a. António procedeu de modo incorreto, dado que todos os funcionários da AT que exerçam funções de inspeção
tributária têm competência para levantar autos de notícia e a lei não exige outros requisitos;
• b. A atitude do António não é correta, na medida em que todos os funcionários da AT poderão proceder ao
levantamento de autos de notícia não sendo necessário que observem pessoalmente as respetivas infrações fiscais;
• c. António procedeu de forma correta, dado que apenas se deve levantar um auto de notícia quando se tiver
competência para o efeito e se observe pessoalmente os factos constitutivos da infração fiscal;
• d. A atitude do António não é correta, visto que apenas deveria ter informado o Chefe de Finanças da prática da
infração fiscal e este no exercício das suas competências poderia proceder ao levantamento do auto de notícia, na
medida em que a empresa tem a sede social na área daquele serviço.

Casos Práticos 4
4. Celeste é Técnica de Administração Tributária e exerce funções na área do contencioso e tem sob sua
responsabilidade a instauração e tramitação dos processos de contraordenação. Quando no serviço são recebidos
documentos para instauração de processos de contraordenação, Celeste regista e autua os documentos e procede à sua
leitura e análise para verificar se existe motivo determinante da suspensão do processo de contraordenação, ainda que o
documento que serve de base à instauração do processo de contraordenação seja um auto de notícia. Concorda com a
atuação de Celeste?

• a. A atuação de Celeste denota uma preocupação desnecessária na medida em que o processo de contraordenação
uma vez instaurado não pode ser suspenso, podendo, no entanto, ser arquivado caso ocorra uma causa extintiva do
procedimento ou haja dúvida fundada sobre os factos constitutivos da infração;
• b. Não existe razão que explique a atuação de Celeste, na medida em que os procedimentos com vista à liquidação do
imposto motivado pela prática da infração fiscal decorrem através de procedimento autónomo e independente da
tramitação do processo de contraordenação, visto que este só tem por objeto a aplicação das respetivas sanções;
• c. A atuação de Celeste consubstancia uma atitude correta, dado que o processo de contraordenação tem de ficar
suspenso depois de instaurado ou quando se mostrar finda a instrução, quando esta for necessária, sempre que as
infrações fiscais praticadas impliquem facto tributário pelo qual seja devido tributo ainda não liquidado;
• d. A atuação de Celeste é correta, visto que uma vez instaurado o processo de contraordenação é necessário verificar
se o infrator procedeu ao pagamento da coima no âmbito do mecanismo do direito à redução da coima ou se se
encontra em curso o prazo para o pagamento da coima reduzida.

Casos Práticos 5
5. Pedro exerce como profissional livre a atividade de economista. Encontra-se coletado no Serviço de Finanças da área
do seu domicílio fiscal e não obstante a preocupação de cumprir pontual e atempadamente as obrigações fiscais,
aquando da entrega da declaração modelo 3 do ano de 2015, inadvertidamente, Pedro omitiu na declaração parte dos
rendimentos auferidos. No âmbito de uma ação de inspeção a falta foi detetada e o auto de notícia foi levantado. Após a
verificação das circunstâncias prescritas nas alíneas do nº 1 do artigo 55º do Regime Geral das Infrações Tributárias, o
processo de contraordenação retomou a normal tramitação com a notificação do infrator. Qual o fim desta notificação?

• a. Dado que o infrator foi oportunamente notificado da suspensão do processo de contraordenação, esta notificação
tem apenas por finalidade informá-lo que o processo retomou a sua normal tramitação e ainda determinar o
momento a partir do qual se inicia o prazo para proceder ao pagamento da coima;
• b. O processo de contraordenação ficou suspenso porque a infração fiscal cometida implicou facto tributário
motivador de liquidação de tributo, pelo que, retomando o processo, nos termos prescritos na lei, a sua normal
tramitação, tem o infrator de ser notificado, para efeitos de apresentar a sua defesa, utilizar as possibilidades de
pagamento antecipado, caso se trate de contraordenação simples, ou até à decisão do processo, de pagamento
voluntário;
• c. Esta notificação, tem por finalidade informar o infrator qual o prazo de que beneficia para apresentar a sua defesa
ou, em alternativa, proceder de imediato ao pagamento da coima;
• d. Esta notificação destina-se a informar o infrator qual o valor da coima fixada no processo de contraordenação e
que deverá proceder ao respetivo pagamento.

Casos Práticos 6
6. O processo de contraordenação tem natureza administrativa e será instaurado quando houver lugar à aplicação de
sanções pela comissão de infrações fiscais, cujos factos constitutivos não preencham um ilícito de natureza criminal.
Pode ser arguido no processo de contraordenação uma pessoa singular ou uma pessoa coletiva ou equiparada que, de
acordo com a respetiva natureza, exerça uma profissão, uma atividade económica ou seja titular de bens e/ou
rendimentos, e não observe o acervo de obrigações fiscais legalmente impostas. Quais são as sanções que podem ser
aplicadas ao agente de uma infração fiscal, cujos factos constitutivos determinem a sua qualificação como
contraordenação?

• a. Pela prática de uma infração fiscal, qualificada como contraordenação, e quer o agente da ação seja uma pessoa
singular ou uma pessoa coletiva, é só e apenas aplicável uma coima;
• b. Aos agentes de infrações fiscais, cujos factos constituam um tipo legal de contraordenação, pode ser aplicada, a
título de sanção, uma coima, que, na eventualidade de não ser paga, no prazo de pagamento voluntário, será
acrescida de juros de mora;
• c. Ao agente de uma ação cujos factos constitutivos preencham um tipo legal de contraordenação, se não existir
nenhuma causa de exclusão da ilicitude ou ocorra uma causa extintiva do procedimento, poderá ser aplicada uma
coima e, eventualmente, uma sanção acessória se se tratar de uma contraordenação grave;
• d. Às infrações fiscais, cujos factos constitutivos determinem a sua qualificação como contraordenação, será
aplicável uma multa, que consubstancia uma sanção de natureza pecuniária, aplicada por um órgão da administração
tributária, podendo ainda, de acordo com a gravidade da infração, ser aplicada uma sanção acessória.

Casos Práticos 7
7. Alfredo é empresário em nome individual e para efeitos de IVA foi enquadrado no regime normal trimestral. No Serviço de
Finanças local da área do seu domicílio fiscal, que corresponde ao da área da localização do estabelecimento, foram
instaurados em seu nome diversos processos de contraordenação com base em autos de notícia levantados pelos Serviços do
IVA. Nestes processos foram efetuadas as notificações previstas no artº 70º do Regime Geral das Infrações Tributárias. Alfredo
no nono dia após a assinatura do aviso de receção deslocou-se ao Serviço de Finanças e pretendeu formular, em termos
verbais, a sua defesa e juntar alguns elementos probatórios. O funcionário do Serviço de Finanças informou o arguido de que a
defesa apenas poderia ser aceite caso fosse formulada por escrito.

• a. O processo de contraordenação tem por finalidade a aplicação de sanções aos agentes de infrações fiscais sem natureza
criminal, devendo todos os atos processuais revestir a forma escrita. Nesta medida, a atitude do funcionário está correta e
visa garantir a solenidade atribuída ao processo de contraordenação;
• b. No processo de contraordenação, à semelhança do que acontece no procedimento tributário, os atos seguem a forma
escrita, pelo que a defesa do arguido não poderá ser produzida verbalmente. Deste modo, a exigência colocada pelo
funcionário foi correta e adequada;
• c. Estes processos de contraordenação foram instaurados com base em auto de notícia, circunstância que, nos termos do nº
2 do artº 69º do Regime Geral das Infrações Tributárias, determina a dispensa de investigação e instrução, não sendo
permitida ao arguido a produção de qualquer prova com o fim de demonstrar a ausência de culpa e a respetiva inocência na
comissão da infração fiscal. Assim, a atitude do funcionário não esta correta, na medida em que a defesa mesmo que fosse
formulada por escrito não poderia ser aceite;
• d. A atitude do funcionário está incorreta. No processo de contraordenação, no prazo de 10 dias, a contar da data da
notificação, o arguido pode apresentar a sua defesa, podendo esta ser produzida verbalmente no Serviço de Finanças local.
Todavia, as declarações do arguido serão reduzidas a escrito. Nesta circunstância, o infrator poder-se-á fazer acompanhar
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por advogado e poderá pedir apoio judiciário nos termos previstos na lei.
Casos Práticos
8. No processo de contraordenação que se encontra instaurado em seu nome, a empresa GFG, Ldª, pretendeu
efetuar o pagamento antecipado da coima. Analisado o pedido da infratora foi o mesmo recusado, dado que o Chefe
de Finanças entendeu que o comportamento da arguida devia de ser punido com sanção acessória.
Subsequentemente, e no âmbito da normal tramitação do processo a coima foi fixada e a arguida notificada para
proceder ao seu pagamento, no prazo de 20 dias, a contar da respetiva notificação.

• a. A atuação dos Serviços está totalmente correta, na medida em que o pagamento antecipado apenas é
extensivo às pessoas singulares. As pessoas coletivas não podem beneficiar de tal tipo de pagamento, visto que as
contraordenações por si praticadas são todas graves e estas podem ser sancionadas com sanção acessórias;
• b. A atuação dos Serviços não está correta, dado que, não obstante a contraordenação poder ser sancionada com
sanção acessória, tal circunstância não obsta a que a arguida possa efetuar o pagamento antecipado da coima;
• c. A atuação dos Serviços estará correta se a arguida não tiver regularizado a situação tributária até à decisão;
• d. O pagamento antecipado apenas pode ocorrer se as infrações constituírem contraordenações simples. Assim, a
recusa do pagamento antecipado terá sido correta se a contraordenação em causa for grave, em relação à qual
poderá ser aplicada uma coima e uma sanção acessória. Todavia, ainda que se trate de uma contraordenação
grave, a arguida podia ter beneficiado do pagamento voluntário da coima.

Casos Práticos 9
9. No Serviço de Finanças local da área da sede da empresa TTA, SA., foi instaurado um processo de contraordenação
com base em participação de entidade oficial. Durante a investigação e instrução, designadamente através dos elementos
probatórios carreados para os autos, o Chefe de Finanças apurou factos indiciadores da existência de matéria de natureza
criminal. O Chefe de Finanças proferiu nos autos despacho a determinar a extinção do processo e a mandar extrair
certidão dos elementos que considerou relevantes para proceder à sua remessa ao Ministério Público da Comarca
competente.

• a. A decisão e os atos do Chefe de Finanças apenas são possíveis porque o processo de contraordenação foi
instaurado com base em participação. Se o processo tivesse sido instaurado com base em auto de notícia, a atuação do
Chefe de Finanças estaria desadequada, dado que o valor probatórios dos factos relatados no auto de notícia é absoluto
e a sua qualificação como contraordenação condiciona a evolução do processo até à sua extinção;
• b. A ação penal é da exclusiva competência do Ministério Público, princípio que tem consagração na Constituição da
República Portuguesa, pelo que, a atuação do Chefe de Finanças está correta;
• c. A atuação do Chefe de Finanças não está totalmente correta, visto que apenas deveria ter enviado ao Ministério
Público os elementos necessários à instauração do procedimento pela prática do ilícito fiscal, mas não deveria ter
determinado a extinção do processo de contraordenação;
• d. Os atos praticados pelo Chefe de Finanças não estão totalmente corretos, na medida em que, na eventualidade de
durante a investigação e a instrução do processo de contraordenação serem apurados factos que revelem indícios de
matéria criminal de natureza fiscal, deverá tal circunstância ser comunicada ao Diretor de Finanças. O processo de
contraordenação não é extinto, apenas fica suspenso.

Casos Práticos 10
10. António é arguido num processo de contraordenação instaurado com base em auto de notícia levantado por
motivo de recusa de exibição da contabilidade, dos livros e demais documentos indispensáveis ao apuramento e
fiscalização da sua situação tributária. O processo foi instaurado no Serviço de Finanças da área do seu domicílio fiscal e
no processo já foi fixada a coima pelo Diretor de Finanças e o arguido notificado nos termos do nº 2 do artigo 79º do
Regime Geral das Infrações Tributárias. António teve um acidente de automóvel e faleceu. O cônjuge sobrevivo levou ao
processo elementos comprovativos do óbito do arguido. Decorrido que foi o prazo fixado para pagamento da coima, o
Serviço de Finanças local procedeu à extração da certidão de dívida e instaurou o competente processo de execução
fiscal.
• a. O procedimento do Serviço de Finanças está correto, na medida em que o procedimento contraordenacional não
se extingue com a morte do infrator, logo, o processo de contra ordenação pode prosseguir a sua tramitação;
• b. O procedimento dos Serviços de Finanças está incorreto, dado que, face à morte do arguido, se extingue a
obrigação de pagamento da coima e, consequentemente, não existe lugar à extração de certidão de dívida devendo o
processo ser extinto;
• c. Dado que a coima não foi paga tem de ser extraída a certidão de dívida, por forma a que o processo de
contraordenação possa ser extinto. O cônjuge sobrevivo apenas poderá fazer prova do óbito do arguido no processo
de execução fiscal instaurado para cobrança coerciva da coima. Deste modo, a atuação do Serviço de Finanças foi
correta;
• d. A ação dos Serviços está correta. Com efeito, o óbito do arguido é irrelevante, na medida em que a coima já se
encontrava fixada e efetuada a respetiva notificação, pelo que a obrigação de pagamento da coima se transfere para o
cônjuge sobrevivo.
Casos Práticos 11
11. A empresa RRA ,Lda, é arguida num processo de contraordenação instaurado por infrações ao Código do IRC, detetadas no
âmbito de uma ação de fiscalização interna. Os inspetores tributários relataram os factos e consideraram que as infrações
cometidas preenchiam contraordenações puníveis pelo art.º 119º do RGIT. O processo de contraordenação ficou suspenso, dado
que as infrações implicaram facto tributário pelo qual era devido imposto, no montante de € 40.901,43, ainda não liquidado.
Quando o processo retomou a tramitação o funcionário elaborou no processo informação com os elementos sobre a gravidade
objetiva e subjetiva das contraordenações e enviou o processo para a Direção de Finanças. Uma vez notificada para pagar a coima
fixada, e esta notificação continha todos os elementos de facto e de direito prescritos na lei, a empresa veio arguir nulidade no
processo. O Chefe de Finanças não conheceu da nulidade e prosseguiu com a tramitação do processo. Será que existe alguma
nulidade no processo?

• a. Não existe qualquer nulidade no processo, visto que a coima apenas foi fixada após se encontrar liquidado o imposto devido
e a arguida foi notificada de forma correta para proceder ao pagamento da coima. Assim, não foi preterida qualquer
formalidade ou ato na tramitação do processo;
• b. O Serviço de Finanças não procedeu à notificação da arguida para efeitos de apresentação da sua defesa. Todavia, a ausência
deste ato não configura uma nulidade, dado que, na sequência da notificação para pagamento da coima, e por forma a garantir
a defesa dos seus legítimos interesses, a arguida pode interpor recurso para o juiz do Tribunal Tributário de 1ª Instância;
• c. Quando o processo retoma a tramitação, após a suspensão prevista no art.ºº 55º do RGIT, o arguido tem de ser notificado
para apresentar a sua defesa e/ou requerer o pagamento voluntário da coima ou ainda para, no prazo para a defesa, efetuar o
pagamento antecipado se as infrações constituírem contraordenações simples. A não realização desta notificação
consubstancia uma nulidade insanável que pode ser arguida até ao trânsito em julgado da decisão final e têm por efeito a
anulação dos termos subsequentes do processo que deles dependam absolutamente;
• d. A falta de notificação do arguido para apresentar a sua defesa, ato que deve ser praticado logo que o processo retoma a
tramitação após a suspensão prevista no art.º 55º do RGIT, apenas constitui uma anulabilidade que deverá ser arguida pelo
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infrator até ao termo do prazo para efetuar o pagamento da coima.
Casos Práticos
12. No Serviço de Finanças local da área da sede social da empresa JTR, SA, foi recebida uma certidão extraída de um processo de
Inquérito que foi arquivado nos termos do nº 1 do artigo 44º do RGIT. A certidão é relativa a peças constantes do processo penal
fiscal e a sua extração foi determinada pelo Ministério Público. Os factos relatados identificam infrações ao Código do IVA praticadas
nos meses de Agosto a Outubro do ano de 2015. O Serviço de Finanças procedeu à instauração do processo de contraordenação, o
qual, de acordo com despacho proferido pelo Chefe de Finanças, foi de imediato suspenso até à decisão final do processo-crime.

• a. O conhecimento das infrações cujos elementos constitutivos preencham um tipo de contraordenação ocorre no processo de
contraordenação, todavia, quando pelo mesmo facto ou factos, se verifique concurso de crime e contraordenação, o
processamento da contraordenação cabe à autoridade competente para a averiguação criminal. Assim, no caso em apreço, não
deveria ter sido extraída qualquer certidão para remeter ao Serviço de Finanças, pois, o conhecimento e a decisão sobre estas
contraordenações é da competência do juiz;
• b. Com a certidão enviada pelos Serviços do Ministério Público deve, efetivamente, ser instaurado um processo de
contraordenação, mas este só ficará suspenso se no processo penal fiscal for deduzida, pelo Ministério Público, acusação contra o
arguido. Neste caso, ainda não existe acusação, logo, a suspensão do processo de contraordenação foi incorretamente
determinada;
• c. Quando são identificadas as infrações os seus factos constitutivos são relatados e qualificados, pelo que quando é considerado
que os mesmos configuram matéria indiciadora da prática de crime fiscal, as investigações têm de prosseguir até final nesta sede
e apenas as autoridades judiciárias é que podem decidir pela aplicação de uma sanção ou pelo seu afastamento. Assim, sempre
que se registe a instauração de processo de Inquérito não pode ocorrer posteriormente a instauração de processo de
contraordenação;
• d. A atuação no Serviço de Finanças está parcialmente correta, uma vez que não havia lugar à suspensão do processo. Com
efeito, o Ministério Público determinou a extração daquela certidão com vista à instauração do processo de contraordenação para
efeitos de aplicação das sanções contraordenacionais que ao caso couberem, na medida em que o processo de Inquérito foi
arquivado. Esta certidão constitui a base para instauração do processo de contraordenação, sendo a tramitação deste igual13à dos
demais processos.
Casos Práticos
13. Das seguintes afirmações indique a que considera correta?

• a. Sempre que há concurso de contraordenações fiscais, para calcular a pena a aplicar terá de se atender ao
princípio do cúmulo jurídico;
• b. As sanções aplicadas às contraordenações em concurso são sempre cumuladas materialmente;
• c. No processo de contraordenação, quando estiver em causa mais do que uma infração deve apenas ser
aplicada a penalidade correspondente à infração mais grave;
• d. Sempre que em processo de contraordenação se verifique o concurso de infrações, deve aplicar-se uma coima
correspondente à média obtida entre todas as coimas aplicáveis.

Casos Práticos 14
14. Sempre que em processo de contraordenação a coima a aplicar tenha um limite máximo abstrato superior a € 15
000, pretende-se saber em que termos pode ou não haver lugar à redução da coima por antecipação do seu
pagamento,

• a. O direito à redução da coima é sempre possível;


• b. Não poderá haver lugar à redução da coima visto tratar-se de contra -ordenação classificada como grave;
• c. Haverá lugar à redução da coima, desde que não sejam aplicadas sanções acessórias, se o contribuinte
requerer a redução no decurso do prazo para apresentação da defesa;
• d. Haverá lugar à redução da coima, desde que não sejam aplicadas sanções acessórias, se o contribuinte requerer
a redução no decurso do prazo para apresentação da defesa e efetuar o seu pagamento no prazo de 15 dias a
contar da notificação para o efeito.

Casos Práticos 15
15. Indique qual das afirmações está correta:

• a. As contraordenações tributárias podem ser punidas a título de negligência se a mesma estiver expressamente
prevista;
• b. As contraordenações tributárias só podem ser sancionadas a título de dolo;
• c. Sempre que a lei considere que a infração deve ser punida a título de dolo, deve a mesma ser punida com
pena de prisão até oito anos;
• d. Salvo disposição expressa da lei em contrário, as contraordenações tributárias são sempre puníveis a título de
negligência.

Casos Práticos 16
16. Adquirida a notícia de crime tributário por parte do diretor de finanças que exercer funções na área onde o crime
tiver sido cometido, deve o mesmo:

• a. Instaurar de imediato o inquérito, comunicando tal facto ao Ministério Público e iniciando as diligências
necessárias à sua instrução;
• b. Solicitar de imediato a colaboração da Polícia Judiciária;
• c. Caso entenda que não estão ainda reunidos os elementos necessários para provar a prática de qualquer ilícito
criminal fiscal, ordenar aos serviços de inspeção tributária que procedam às buscas e apreensões de todos os
elementos necessários à concretização dessa prova;
• d. Concluído o inquérito e caso verifique a inexistência de elementos suficientes que comprovem a prática de
qualquer ilícito criminal, deve ordenar o arquivamento do mesmo.

Casos Práticos 17
17. Em face de recurso judicial da decisão de aplicação de coima proferida em processo de contraordenação fiscal
pelo diretor de finanças, deve o chefe do serviço local de finanças onde foi instaurado o processo:

• a. Revogar a decisão de aplicação da coima;


• b. Remetê-lo ao tribunal tributário competente, para apreciação do recurso;
• c. Proceder de imediato à instauração de processo executivo para cobrança da coima fixada, suspendendo o
referido processo até decisão judicial;
• d. Proceder de imediato à sua remessa ao diretor de finanças, podendo este revogar a decisão de aplicação da
coima, antes do envio dos autos ao tribunal administrativo e fiscal.

Casos Práticos 18
18. As decisões dos Tribunais Tributários de 1.a Instância em processo de recurso das decisões de aplicação de
coimas:
• a. Não são suscetíveis de recurso por parte do Representante da Fazenda Pública. Apenas o arguido e o
Ministério Público podem recorrer da decisão dos referidos tribunais;
• b. São todas recorríveis, por parte do Representante da Fazenda Pública, para a 2.ª instância;
• c. São recorríveis, por parte do Representante da Fazenda Pública, para a Secção de Contencioso Tributário do
Supremo Tribunal Administrativo, se estiver em causa apenas matéria de direito;
• d. Só são recorríveis, por parte do Representante da Fazenda Pública, para o Tribunal Central Administrativo, se o
valor da coima aplicada não ultrapassar um quarto da alçada fixada para os tribunais judiciais de 1. a instância e
não for aplicada sanção acessória.

Casos Práticos 19
19. A dispensa de pena em processo penal fiscal é decidida:

• a. Pela Administração tributária se o contribuinte repuser a verdade sobre a situação tributária;


• b. Sempre pelo Ministério Público desde que se verifiquem os pressupostos previstos na lei para essa
dispensa;
• c. Sempre pelo Juiz, ouvida a Administração Tributária e o Ministério Público;
• d. Pelo juiz de instrução, se acusação já tiver sido deduzida, com a concordância do Ministério Público e do
arguido e ouvida a administração.

Casos Práticos 20
20. No decurso de um procedimento externo de inspeção à empresa BETAF, Lda. em sede de IRC, ano de 2014, além
de um conjunto de infrações fiscais verificadas pelos inspetores (atraso na execução da contabilidade, inexatidões na
contabilidade e nas declarações apresentadas fiscalmente), foi rececionado no Serviço de inspeção que tinha a cargo
esse procedimento, uma carta (anonima) denunciando um conjunto de práticas irregulares na empresa,
designadamente contabilização de faturas falsas.

• a. O inspetor, tendo conhecimento da denúncia, deveria de imediato, participar a infração, por escrito ou
verbalmente, à autoridade competente para o seu processamento;
• b. O serviço de inspeção deveria de imediato providenciar no sentido do arquivamento da denúncia;
• c. Atento o interesse público no combate à fraude evasão fiscal, os serviços de inspeção imbuídos na
prossecução desse interesse, deveriam obrigatoriamente descortinar na própria empresa e de forma direta, se os
factos denunciados tinham ou não aderência à realidade, após o que, sendo o caso, transmitiriam a notícia do
crime ao órgão da administração tributária competente;
• d. O inspetor deveria de imediato, face aos factos relatados, levantar um auto de notícia por crime de fraude
qualificada.

Casos Práticos 21
21. O contribuinte RETTP Lda. enquadrado no regime trimestral de IVA, entregou a sua declaração periódica e
imposto do 2.º trimestre de 2016, vinte dias após a data limite. Pelo atraso na entrega da declaração foi
instaurado automaticamente um PRC em fevereiro de 2017. Já em 2017, concretamente em janeiro, no decurso
de uma inspeção externa ao mesmo contribuinte e imposto de 2016, foi detetada a mencionada infração e o
contribuinte durante a ação inspetiva requereu o pagamento reduzido da coima.
O contribuinte notificado do PRC instaurado automaticamente pela DSC para proceder ao pagamento da coima
reduzida não efetivou o respetivo pagamento. Em consequência o PRC evoluiu para PCO.
O contribuinte foi notificado em março de 2017 para proceder, no prazo de 15 dias, ao pagamento da coima
reduzida nos termos da alínea c. do n.º 1 artigo 29.º do RGIT

• a. Se o contribuinte pagar a coima reduzida nos termos da alínea c. do n.º 1 do artigo 29.º do RGIT, poderá ser
dispensado da aplicação de coima no âmbito do PCO em curso;
• b. Se o contribuinte não pagar a coima reduzida nos termos da alínea c. do n.º 1 do artigo 29.º do RGIT, deverá
ser elaborado auto de noticia que servirá de base à instauração de um processo de contraordenação;
• c. Se o contribuinte pagar a coima reduzida nos termos da alínea c. do n.º 1 do artigo 29.º do RGIT, o PCO em
curso deverá ser extinto, porquanto a instauração automática do PRC que esteve na sua origem, ocorreu em
momento em que já tinha sido iniciado procedimento de inspeção;
• d. Se o contribuinte não pagar a coima reduzida nos termos da alínea c. do n.º 1 do artigo 29.º do RGIT, terá a
correr contra si dois processos de contraordenação.
Casos Práticos 22
22. Numa ação de inspeção detetou-se que o respetivo sujeito passivo, enquadrado no regime normal de
periodicidade mensal, emitiu em 2015 diversas faturas relativas a prestações de serviços e cobrou IVA aos seus
clientes. Mais se apurou que o sujeito passivo nunca declarou nem entregou nos cofres do Estado o IVA liquidado
naquelas faturas, pelo que, em Maio de 2016, foi levantado o competente auto de notícia dando conhecimento das
omissões praticadas e da falta de entrega de IVA nos montantes de € 5.000, € 1.000, € 5.000, € 4.000, € 2.000, € 3.500
e € 4.400, referentes aos períodos mensais de janeiro a julho, respetivamente. Tendo em conta estes factos, estamos
perante:

• a. Uma conduta punível como crime de fraude fiscal, porque se verificou a ocultação de factos e valores que
deviam ter sido declarados à administração fiscal;
• b. Uma conduta que consubstancia um crime de abuso de confiança fiscal, porque não foi entregue nos cofres do
Estado o IVA liquidado;
• c. Uma ocultação de factos e valores que deviam ter sido declarados à administração fiscal mas a conduta não
pode ser penalizada como crime fiscal mas apenas como contraordenação fiscal;
• d. Uma conduta que consubstancia um crime continuado de abuso de confiança fiscal.

Casos Práticos 23
• 23. Nas situações a que se refere o n.º 1 do artigo do RGIT pode não ser aplicada coima, se:
 
• a. Se estiver em causa pessoa singular ou coletiva e desde que uma e outra não tenham sido condenadas pela
pratica de contraordenação nos últimos quatro anos;

• b. Se estiver em causa pessoa singular que nunca tenha beneficiado de pagamento de coima com a redução do
artigo 29.º do RGIT nos últimos cinco anos, ainda que já tenha sido condenado por crime de ofensas corporais;

• c. Se estiver em causa pessoa singular ainda que já tenha beneficiado da dispensa de coima nos últimos cinco anos;

• d. A administração tributária considerar que não houve prejuízo efetivo à receita tributária.

Casos Práticos 24
• 24. Quando o arguido, após notificação para o efeito, apresenta defesa no prazo de 10 dias, o dirigente do
serviço tributário competente deve:
 
• a. Analisar a defesa apresentada e dar conhecimento ao arguido das suas conclusões. Neste contexto, caso não
seja aceite a argumentação do arguido, deve este ser notificado da possibilidade de recorrer hierarquicamente;

• b. Analisar a defesa apresentada e, tomando-a em consideração, sendo o caso, no momento da decisão de


aplicação de coima;

• c. Suspender o processo de contraordenação até ao momento em que proferir a decisão de aplicação de coima;

• d. Analisar a defesa apresentada no prazo máximo de trinta dias.

Casos Práticos 25
• 25. No decurso de uma inspeção externa a um contribuinte individual, trabalhador independente com contabilidade organizada,
foram detetadas situações indiciadoras da prática e crime tributária, Daí que tenha sido iniciado um procedimento de derrogação do
sigilo bancário tendo em vista aceder às contas bancárias desse contribuinte. Após obtida decisão favorável por parte da Sra. Diretora
Geral da AT, a instituição bancária foi notificada no sentido de permitir o acesso aos elementos coberto pelo sigilo. A notificação foi
acompanhada com todos os elementos exigidos na lei para esse efeito, mas ainda assim, a instituição bancária recusou esse acesso.

• a. Na situação descrita o serviço de inspeção deveria, ao invés de enveredar pelo procedimento de derrogação do sigilo bancário, de
transmitir a notícia de crime ao órgão da administração tributária competente;

• b. O serviço de inspeção, face à situação descrita, deveria dar conhecimento à Sra. Diretora Geral tendo em vista o eventual recurso
aos tribunais tributários. Pretende-se, com esse recurso, obrigar a instituição bancária a permitir o acesso às contas bancárias;

• c. A não obediência a ordem regularmente comunicada e emanada da Sra. Diretora Geral da AT em matéria de derrogação de sigilo
bancário, configura um crime tributário comum;

• d. O serviço de inspeção deveria efetuar nova notificação à instituição bancária advertindo que a ausência ou recusa de resposta
favorável, determinaria o recurso à via judicial.

Casos Práticos 26
• 26Os atos de inquérito no processo penal tributário devem estar concluídos no prazo máximo de oito meses
contados da data em que foi adquirida a notícia do crime.

• a. O inquérito pode suspender-se sempre que o órgão de polícia criminal assim o entenda;

• b. Só por decisão do magistrado do Ministério Público, titular da acusação, é que o processo de inquérito pode ser
suspenso;

• c. Se for intentado procedimento ou processo tributário em que se discuta situação tributária de cuja definição
dependa a qualificação criminal dos factos, o prazo do inquérito suspende-se;

• d. O prazo de inquérito do processo penal fiscal não pode ser suspenso.

Casos Práticos 27
• 27Em maio de 2014, os senhorios Albertino Miranda e esposa apresentaram a sua declaração modelo 3 de IRS
respeitante aos rendimentos auferidos no ano de 2013, constando do anexo F – Rendimentos Prediais, as rendas
pagas por uma sociedade por quotas referentes a um prédio urbano. A renda mensal era de 700 euros, tendo
ocorrido retenções na fonte no valor 2 100 euros (taxa legal de 25%) e despesas no valor de 2 800 euros.
• Já relativamente aos rendimentos de 2014 auferidos pelos mencionados sujeitos passivos, no que diz respeito aos
seus rendimentos prediais, foram idênticos, sendo que a única diferença residiu no valor das despesas,
concretamente 1 500 euros.

• No decurso de depoimentos prestados em sede de uma ação cível, foi constatado que o contrato de arrendamento
em causa tinha duas componentes: uma que seria a “legal” e cujo pagamento/recebimento da renda seria
declarado ao Fisco e outra “oculta” cujo pagamento / recebimento seria ocultado ao fisco
• A parte da renda que foi declarada fiscalmente correspondia aos mencionados 700 euros, mas existia um outro
montante no valor de 400 euros que não era declarado e que era apresentado como despesa a título de
pagamento de indemnização. Na prática, a renda seria de 1 100 euros.
• Os senhorios ocultaram assim nas suas declaração de IRS de 2013 e 2014, valores que deveriam ter sido declarados
no montante de 4 800 euros. Sobre estes montantes omitidos deveria ter incidido uma retenção na fonte à taxa de
25% (400 euros x 0.25 x 12 meses) o que implicaria a entrega ao Estado do montante anual de 1 200 euros.

• Enquadre as condutas descritas em termos da eventual prática de ilícitos tributários.


Casos Práticos 28
28 A empresa Alfa Lda. existindo juridicamente no espaço nacional e no cadastro fiscal da AT, desenvolveu
atividade económica informal, designada de subterrânea ou paralela, já que da mesma não efetuou quaisquer
registos contabilísticos.

• Indicou na declaração de início de atividade à AT um TOC. No entanto não paga a este profissional
atempadamente nem lhe entrega grande parte dos documentos para contabilizar.

• Procura comprar e vender sem documentos, mas quando nas situações em que não pode, no todo ou em parte,
deixar de comprar e vender com documentos por exigência dos fornecedores e clientes de tais operações, só
uma pequena parte é objecto de contabilização.
• Não cumpre a grande maioria das suas obrigações contabilísticas, acessórias e de pagamento.

Casos Práticos 29
• 29A empresa Beta Lda. existindo juridicamente no espaço nacional e no cadastro fiscal da AT, desenvolveu
determinada atividade económica.

• A empresa paga a um TOC a quem entrega os documentos para contabilizar. Apenas alguns documentos
são omitidos da contabilidade. Cumpre pois uma parte considerável das suas obrigações contabilísticas,
acessórias e de pagamento.

• No entanto a AT detetou na contabilidade de dois dos seus clientes, um conjunto de faturas (6) da empresa
Beta, aí contabilizadas, cujo valor ascendia a cerca de 100 000 euros de transações efetuadas e omitidas à
sua própria contabilidade. Estariam assim preenchidos os pressupostos do artigo 103.º do RGIT (n.º 1 alínea
a. e n.º 2)

Casos Práticos 30
Questão n.º Resposta certa Fundamentação legal
1 Alínea d. Art. 51.º RGIT
2 Alínea d. Art. 58.º n.º 1 e art 29º n.º 1 , c, e
n.º3 RGIT
3 Alínea c. Art. 60.º n.º 5 RGIT
4 Alínea b. Art. 51.º e 55.º RGIT
5 Alínea b. Art. 70.º RGIT
6 Alínea c. Art. 23.º e 28.º RGIT
7 Alínea d. Art. 70.º e 71.º n.º 1 RGIT
8 Alínea d. Art. 75.º e 78.º RGIT
9 Alínea d. Art. 35.º n.º 1 e n.º 4 e art. 40.º
RGIT
10 Alínea b. Art. 61.º al. a) RGIT
11 Alínea c. Art. 63.º n.º 1 al. c) e n.º 5 RGIT
12 Alínea d. Art. 74.º RGIT
13 Alínea b. Art. 25.º RGIT

Casos Práticos 31
Questão n.º Resposta certa Fundamentação legal
14 Alínea b. Art. 23.º n.º1 e n.º 3, art. 75.º
RGIT
15 Alínea d. Art. 24.º n.º 1 RGIT
16 Alínea a. Art. 40.º n.º 1, 2 e 3 RGIT
17 Alínea d. Art. 80.º n.º 3 e art.81.º n.º 1 RGIT
18 Alínea d. Art. 83.º n.º 1 RGIT
19 Alínea d. Art. 44.º n.º 2 RGIT
20 Alínea c. Art35.º n.º 4 RGIT
21 Alínea c. Art. 29.º RGIT
22 Alínea c. Art. 105.º e 114.º RGIT
23 Alínea b. Art. 29. n.º 4 RGIT
24 Alínea b. Art. 79.º RGIT
25 Alínea c. Art. 90.º RGIT
26 Alínea c. Art. 42.º RGIT

Casos Práticos 32
Caso Pratico 27

Tópicos de resolução:

Nos termos do artigo 103.º n.º 2 do RGIT apenas são puníveis as condutas cuja vantagem patrimonial ilegítima seja
superior a € 15 000 , respeitando tal valor a cada declaração a apresentar à AT.
Pretendeu-se não criminalizar condutas infratoras de maior gravidade, fixando-se um montante pecuniário
máximo a partir do qual a conduta assume relevante danosidade e gravidade para ser qualificada como crime.
No caso concreto, face aos valores da vantagem patrimonial ilegítima, as condutas não seriam criminalmente
33
puníveis. No Casos Práticos
entanto, as condutas deveriam integrar (por exemplo no caso de arquivamento do PPF) o tipo de
contraordenação previsto e punido no artigo 119.º do RGIT, dado ter existido uma omissão relativa à situação
tributária praticada na declaração.
Caso Pratico 28

Tópicos de resolução:

•No âmbito do procedimento inspetivo deveriam ser aplicados métodos indiretos de avaliação da respetiva matéria tributável, previstos nos artigos 87º e seguintes da
LGT.
•Deveria ser dado início a um processo de inquérito criminal por fraude fiscal, comunicado ao Ministério Público competente (n.º 3 do artigo 40º do RGIT) face à
suficiência dos indícios criminais revelados nas condutas dos agentes e que se encontram tipificadas no artigo 103º do RGIT.
 
•No âmbito do PPF deveria ser recolhida e junta prova a documental possível junto das entidades públicas e privadas e bem assim prova pessoal resultante de
depoimentos de testemunhas e declarações dos arguidos.

•Era praticamente inexistente o sistema de informação da empresa e os registos contabilísticos não evidenciavam corretamente a atividade da empresa. Estavam
pois reunidos, de forma clara, os pressupostos legais para o recurso à avaliação indireta da matéria tributável da empresa inspecionada. Deveriam ser cruzadas as
informações disponíveis, a montante e a jusante da empresa Alfa e, na medida do possível foram recolhidas e juntas as provas atrás mencionadas.
 
•No plano do processo criminal fiscal deveria ser efetuada a quantificação da vantagem patrimonial indevida.

Casos Práticos 34
Caso Pratico 29

Tópicos de resolução:

• Não haveria necessidade de desconsiderar a contabilidade e aplicar métodos indiretos de tributação, aliás
sempre de aplicação subsidiária e excecional. Teriam sim de ser efetuadas, como se impunha, correções
técnicas ou meramente aritméticas na medida exata do valor omitido e documentalmente provado.
 
• Em sede penal deveria ser dado início a um processo de inquérito criminal fiscal comunicado ao Ministério
Público competente.
Casos Práticos Neste âmbito deveriam ser reunidas cópias autenticadas das 6 faturas, provas da sua 35
contabilização pelos clientes, extratos das contas correntes dos respetivos fornecedores, extratos das
contas correntes dos seus clientes e cópia do relatório final de inspeção.

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