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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO

Licenciatura em gestão de empresas

Emerson Marques dos Santos Bragança


Euclides Alexandre
Fernando Paulo Ricardo
Mário Hermínio Jaime
Nádia Saule Armando
Siana Santos Alfredo

Estudo sistemático dos principais impostos (IRPS, IRPC, IVA)

Quelimane
2022
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Emerson Marques dos Santos Bragança


Euclides Alexandre
Fernando Paulo Ricardo
Mário Hermínio Jaime
Nádia Saule Armando
Siana Santos Alfredo

Estudo sistemático dos principais impostos (IRPS, IRPC, IVA)

Trabalho de investigação a ser apresentado


ao Curso de Licenciatura em gestão de
empresas da Faculdade de Economia e
gestão, como requisito para avaliação na
cadeira de Fiscalidade

Orientador: Dr. Lávio Henriques Ossene

Quelimane
2022
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Índice
1.0. Introdução...................................................................................................................4

1.1. Objectivo geral...........................................................................................................4

1.2. Objectivos específicos................................................................................................4

2.0. Objectivos dos Impostos e das Politicas Tributárias..................................................5

3.0. Princípio da Legalidade Tributária.............................................................................6

4.0. Sistema tributário Moçambicano................................................................................7

5.0. Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Colectivas (IRPC)................................8

6.0. Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Singulares (IRPS).................................9

7.0. Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)...............................................................9

8.0. Âmbito de aplicação territorial do IVA....................................................................10

8.1. As vantagens do IVA................................................................................................10

9.0. Conclusão.................................................................................................................11

10.0. Bibliografia.............................................................................................................12
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1.0. Introdução
Sabe-se que o Estado têm como função e fim a satisfação das necessidades colectivas,
tais como segurança e ordem pública, acesso à educação e saúde, e construção de infra-
estruturas económicas e sociais, bem como a garantia da estabilidade macroeconómica
para que o Estado alcance os objectivos tendentes a criação do bem-estar social, este
necessita de arrecadar receitas e estas podem ser fiscais, patrimoniais, donativos e
empréstimos públicos. Apesar da colecta destas receitas, o Estado ainda está muito
aquém de reunir os fundos suficientes para fazer face as despesas públicas, pelo que a
contribuição dos operadores económicos informais com o pagamento dos impostos seria
de grande utilidade, podendo alargarem de forma significativa a base tributária, factor
que ajudaria no melhoramento do desempenho do Orçamento do Estado.

1.1. Objectivo geral


 Abordar sobre os seguintes impostos: IVA, IRPC e IRPS.

1.2. Objectivos específicos


 Descrever sobre Imposto do Valor Acrescentado (IVA);
 Descrever sobre Imposto de Rendimento de Pessoas Colectivas (IRPC);
 Descrever sobre Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRPC).
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Os impostos autárquicos passaram a ser definidos em Lei própria. De acordo com a


nova Lei de Bases, os impostos do sistema tributário nacional, classificam-se em
impostos directos e impostos indirectos, nomeadamente:

Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas – IRPC: é um imposto directo


que incide sobre os rendimentos obtidos, ainda que provenientes de actos ilícitos no
período de tributação pelo sujeito passivo;

Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas Singulares – IRPS: é um imposto directo


que incide sobre o valor global anual dos rendimentos das pessoas singulares, mesmo
quando provenientes de actos ilícitos, é aplicável tendo em conta várias categorias bem
como as deduções e os respectivos abatimentos;

Imposto sobre o Valor Acrescentado – IVA: é um imposto indirecto que incide sobre
o valor das transmissões de bens e prestação de serviços realizados no território
nacional, a título oneroso, por um sujeito passivo agindo como tal, bem como sobre as
importações de bens. É aplicável a uma taxa de 17%, que só confere a dedução o
imposto mencionado em facturas, documentos equivalentes e bilhetes de despacho de
importações passados em forma legais.

Como forma legislativa de harmonizar o sector informal, onde prevê se aspecto


como contratos que demonstrem claramente as obrigações e direitos das partes, onde a
matéria colectável torna-se tributável, foi criado o Imposto Simplificado para Pequenos
Contribuintes com base na Lei nº5/2009 de 12 de Janeiro que considera este sector uma
parcela significativa da actividade económica em Moçambique, pelo que, atrair os
informais para o sistema tributário constituirá um avanço significativo para o Fisco no
que respeita ao alargamento da base tributária, potenciando dessa forma a capacidade de
colecta de receita.

2.0. Objectivos dos Impostos e das Politicas Tributárias


Como já é sabido, os impostos são criados para a satisfação de fins públicos e
necessidades colectivas dos cidadãos, expressão que engloba objectivos fiscais
(obtenção de receitas publicas) e extrafiscais (sociais, económicas, etc.). Segundo
(IBRAIMO 2002), Os impostos foram criados com vista a atender os seguintes
objectivos:
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a) Objectivos Fiscais

De acordo com este objectivo os impostos visam a obtenção de receitas para


financiamento de despesas públicas, isto é, satisfação das necessidades financeiras do
Estado.

b) Objectivos sociais

Os impostos visam a repartição justa da riqueza e dos rendimentos, a diminuição das


desigualdades, tendo em conta as necessidades e rendimentos do agregado social,
operando-se assim uma verdadeira redistribuição de riqueza.

O imposto (IRPS, IRPC e IVA) define-se como uma prestação pecuniária compulsiva
de carácter unilateral, cujo objectivo é gerar recursos orientados prioritariamente para o
financiamento da prestação de serviços que visem a satisfação de necessidades públicas.

Durante muito tempo a doutrina clássica considerou os impostos directos e, em


particular, o imposto progressivo, como os mais adequados à aplicação e realização de
critérios e objectivos de justiça social. E se examinado a esta luz, o actual sistema
tributário moçambicano teria de classificar-se como profundamente injusto, pois que
cerca de 75% das receitas fiscais totais do Estado provêm dos impostos indirectos (IVA,
ICE, direitos de importação, etc.), representando o imposto progressivo (IRPS) pouco
mais de 10% das mesmas receitas.

Esta doutrina vem porém a ser progressivamente questionada desde ainda os anos 80,
designadamente à luz de critérios de eficácia fiscal, apontando-se a grande ineficiência
na aplicação do princípio do imposto progressivo (em particular no que respeita à
tributação dos rendimentos de capital, pela progressiva sofisticação que os mesmos
podem revestir), a crescente mobilidade dos capitais no quadro da globalização da
economia, a debilidade dos serviços de administração tributária face aos níveis de
evasão verificados em todos os casos em que não tem aplicabilidade o princípio da
retenção na fonte, entre outros factores.

3.0. Princípio da Legalidade Tributária


 As bases da política de impostos e o sistema fiscal são definidos por Lei, nos
termos da Constituição;
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 A Lei de Bases do Sistema Tributário determina a incidência, as taxas e os


benefícios fiscais dos impostos nacionais, as garantias e as obrigações do sujeito
passivo e da administração tributária, bem como os procedimentos básicos de
liquidação e cobrança de impostos;
 A Lei das Finanças Autárquicas determina a incidência, as taxas e os benefícios
fiscais dos impostos autárquicos;
 O exercício da justiça tributária é garantido através dos tribunais das jurisdições
fiscal e aduaneira para tutela plena e efectiva de todos os direitos ou interesses
legalmente protegidos em matéria tributária.

O sistema tributário actualmente em vigor é o produto da reforma iniciada em 1998, e


que tem como pilares principais:

 No âmbito da tributação indirecta (tributação da despesa), o IVA - Imposto


sobre o Valor Acrescentado, incidente à taxa geral de 17% sobre as transacções
de bens e serviços realizadas no País, incluindo a importação, substituiu o
anterior imposto de circulação criado em 1978, o qual revestia a natureza de
“imposto em cascata”, com taxas diferenciadas nas diferentes fases de
comercialização, respectivamente 5% no produtor ou importador, 5% no
grossista e 10% no retalhista.
 No âmbito da tributação directa dos rendimentos, o IRPC - Imposto sobre o
Rendimento das Pessoas Colectivas e o IRPS - Imposto sobre o Rendimento das
Pessoas Singulares, os quais vieram substituir o anterior sistema de tributação do
rendimento instituído em 1968 e regulado pelo Código dos Impostos sobre o
Rendimento.

O anterior sistema assentava na existência de um conjunto de impostos parcelares ou


cedulares, de taxa proporcional, incidentes sobre as diferentes espécies de rendimento
mais relevantes, complementado, no caso das pessoas singulares, por um imposto de
englobamento (imposto complementar), de taxa progressiva, aplicável ao conjunto dos
rendimentos do agregado familiar sujeitado aos diferentes impostos parcelares.

4.0. Sistema tributário Moçambicano


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Fonte: Manual da autoridade tributário de Moçambique

5.0. Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Colectivas (IRPC)


Regras de Incidência

São tributadas em IRPC (sujeitos passivos):

 As sociedades comerciais e as demais pessoas colectivas de direito público ou


privado com sede ou direcção efectiva em território moçambicano, pela
totalidade dos seus rendimentos, incluindo os obtidos fora do território nacional,
sem prejuízo das regras de prevenção da dupla tributação internacional
aplicáveis - convenções internacionais estabelecidas com Portugal, Itália,
Maurícias e Emiratos Árabes Unidos;
 As entidades, com ou sem personalidade jurídica, que não tenham sede nem
direcção efectiva no território nacional, relativamente apenas à parcela dos
respectivos rendimentos obtidos no País e aqui não sujeitos a Imposto sobre o
Rendimento das Pessoas Singulares (IRPS).

Para efeitos de sujeição a imposto consideram-se obtidos no território nacional os


rendimentos imputáveis a estabelecimento estável aí situado, e bem assim os que, não se
encontrando nessas condições, sejam relativos a imóveis aí situados, ou respeitem a
rendimentos cujo devedor tenha residência, sede ou direcção efectiva em território
nacional, ou cujo pagamento seja imputável a um estabelecimento estável nele situado.
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6.0. Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Singulares (IRPS)


Regras de Incidência

O Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRPS) incide sobre o valor
global anual dos respectivos rendimentos, expressos quer em dinheiro quer em espécie,
seja qual for o local onde se obtenham e a moeda e a forma por que sejam auferidos,
mesmo que provenientes de actos ilícitos, classificados nas seguintes categorias:

 Primeira Categoria: rendimentos do trabalho dependente;


 Segunda Categoria: rendimentos empresariais e profissionais;
 Terceira Categoria: rendimentos de capitais e das mais-valias;
 Quarta Categoria: rendimentos prediais;
 Quinta Categoria: outros rendimentos.

São sujeitas a IRPS as pessoas singulares que residam no território nacional, pela
totalidade dos respectivos rendimentos, incluindo os produzidos fora desse território, e
as não residentes, pelos rendimentos aqui obtidos.

7.0. Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)


Regras de Incidência

O imposto sobre o Valor Acrescentado incide sobre o valor das transmissões de bens
e prestações de serviços realizadas no território nacional, a título oneroso, por um
sujeito passivo agindo como tal, bem como sobre as importações de bens.

São, em particular; havidas como transacções tributáveis:

 As prestações de serviços gratuitos efectuados pela própria empresa com vista às


necessidades particulares do seu titularem, do pessoal ou, em geral, para fins
alheios à mesma;
 A utilização de bens da empresa para uso próprio do seu titular, do pessoal ou,
em geral, para fins alheios à mesma e ainda em sectores de actividade isentos
quando, relativamente a esses bens ou aos elementos que os constituem tenha
havido dedução total ou parcial do imposto;
 Salvo prova em contrário, são também considerados como tendo sido objecto de
transmissão pelo sujeito passivo os bens adquiridos, importados ou produzidos
que não se encontrarem nas existências dos estabelecimentos do sujeito passivo
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e bem assim os que tenham sido consumidos em quantidades que, tendo em


conta o volume de produção, devem considerar-se excessivas.

No que respeita à sua taxiologia, o IVA classifica-se como um imposto plurifásico. A


sua liquidação processa-se em todas as fases de produção e distribuição dos produtos,
ou seja, em toda a cadeia de fornecimento, na qual se incluem o produtor, o grossista e o
retalhista. O imposto é fraccionado por todos os operadores que participam nesse
mesmo circuito.

Refira-se ainda que o IVA é um imposto de obrigação única. Os fiscalistas distinguem


impostos de obrigação única dos impostos de obrigação periódica, pela circunstância
dos primeiros se basearem num facto tributário instantâneo, enquanto os segundos
assentarem num facto tributário duradouro.

8.0. Âmbito de aplicação territorial do IVA


Antes de tudo, afigura-se conveniente reter algumas noções acerca de certas
realidades territoriais que, sem se confundirem com o Território do IVA, não deixam,
no entanto, de com ele coabitar. O conhecimento dessas realidades territoriais, ajudam
ao entendimento e delimitação do âmbito territorial que queremos conhecer. Por isso,
importa desde já definir os seguintes conceitos: Território da UE; Território Aduaneiro;
e Território do IVA.

8.1. As vantagens do IVA


O IVA, com uma estrutura muito peculiar, foi, ao longo de cinco décadas, alvo de
uma saudável evolução, o que lhe permitiu aceder à condição de imposto com vocação
para-universal. Hoje, e de acordo com os dados fornecidos pela Deloitte, no universo de
189 países, o IVA é adoptado em 131 deles sendo que não é aplicado nos Estados
Unidos da América. As vantagens que apresenta, radicam, basicamente, no seu efeito
anestésico, na economia da sua gestão para as autoridades tributárias, na receita que
proporciona, na neutralidade que assegura, e na transparência que evidencia.

Por outro lado, como imposto incidente sobre o consumo, o IVA é um imposto
proporcional, já que quem aufere rendimentos mais elevados, tendencialmente consome
mais e, consequentemente, paga mais imposto.
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9.0. Conclusão
No presente trabalho concluímos que o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) é
como um montante adicional que aparece discriminado, invariavelmente ou num talão
ou numa factura, sempre que adquire um bem ou alguém lhe presta um serviço,
montante esse que inflaciona o preço a pagar. Mas o mesmo cidadão nem sempre tem
consciência do encargo que suporta, pois quando negoceia um preço, quando paga uma
factura, a sua atenção é dirigida ao montante final a pagar, sem atender ao imposto nele
incluído. Com a análise feita através do estudo de caso constatou-se que, o Sector
Informal vem crescendo de forma desordenada, isto porque, a medida que vai operando
vai aumentando a sua área de serviços, ampliando as instalações mas sem perspectivas,
pois a qualquer momento pode deixar de existir, tanto por razões legais (por
determinação das autoridades legais competentes), como por razões meramente
operacionais (o espaço tornar se insuficiente para continuar com o negocio). Esta
instabilidade faz com que o investimento, por exemplo na ampliação das instalações,
seja apenas para acomodar as necessidades do negócio sem nenhum cuidado com outros
factores, como as exigências ambientais, a postura camarária da zona onde se faz a obra
(particularmente no caso das cidades) e o ordenamento territorial no geral.
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10.0. Bibliografia
ABREU, S. E. Abreu A. (1996). O Sector informal em Mocambique: Uma abordagem
Monetária. Staff Paper (5). Banco Moçambique. Maputo.

BOWEN, Nina (2000). Traders and Livelihood Strategies in Post-Conflict Zambézia


Province, Mozambique. Tese de Doutoramento. London School of Economics and
Political Science.

CHICHAVA, J. (1998). O Sector Informal e as Economias Locais, Ministério de


Administração Estatal. Maputo.

CHICOMBO, Adélia. (2008), O Sector Informal em Moçambique e seu contributo na


Geração de Emprego. Tese de Licenciatura em Gestão. Faculdade de Economia.
Maputo.

IBRAIMO, Ibraimo. (2002). O Direito e a Fiscalidade: Um Contributo para o Direito


Fiscal Moçambicano.

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