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aduaneiros no transporte
marítimo de curta distância
DOCUMENTO DE TRABALHO DOS SERVIÇOS DA COMISSÃO
Direcção-Geral Direcção-Geral
Fiscalidade e União Aduaneira Energia e Transportes
COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS
Bruxelas, 29.5.2002
SEC(2002) 632
RESUMO
O propósito deste Guia é explicar de forma factual às partes interessadas como se aplica a
regulamentação aduaneira comunitária no transporte marítimo de curta distância, com o
objectivo de facilitar a sua utilização.
No caso, por exemplo, do transporte rodoviário, em que normalmente os camiões não saem
do território aduaneiro da Comunidade, um camião deixa este território quando atravessa a
fronteira com um país terceiro, mesmo que o seu destino final seja um ponto nesse mesmo
território.
Quando zarpa de um porto comunitário rumo a outro, um navio sai do território aduaneiro da
Comunidade para logo aí voltar a entrar à chegada ao segundo porto, onde terão lugar os
procedimentos adequados.
2
Depois de explicar o estatuto aduaneiro das mercadorias, o guia descreve os princípios e
regras básicos dos principais regimes aduaneiros: o regime de importação, na medida em que
interessa ao transporte marítimo de curta distância, e o regime de exportação.
A Comissão espera que os operadores tirem partido das soluções flexíveis disponíveis no
quadro da regulamentação aduaneira que melhor sirvam as suas necessidades. Espera também
suscitar um debate de fundo das questões que interessam ao transporte marítimo de curta
distância.
3
Introdução
O presente Guia tem dois objectivos. Primeiro, descrever, em benefício dos interessados no
transporte marítimo de curta distância, os vários requisitos processuais dos serviços
aduaneiros da UE aplicáveis às suas actividades. Segundo, criar as bases para uma discussão
informada deste tema. Faz muito que as partes interessadas vêm defendendo que as
formalidades aduaneiras tornam o transporte marítimo de curta distância mais complexo,
lento e oneroso do que seria necessário. A Comissão Europeia considera, todavia, que a
procura de soluções adequadas requer uma delimitação mais precisa das áreas problemáticas.
Com o presente Guia pretende-se, portanto, proporcionar aos interessados neste modo de
transporte não apenas assistência no cumprimento dos requisitos aduaneiros aplicáveis mas
também uma base para a discussão dos aspectos práticos. É a esta luz que o Guia deve ser
visto, sendo bem vindos comentários sobre as várias questões abordadas.
Pano de fundo
4
ÍNDICE
Lista de definições 39
Anexos 46
5
O que é a União Aduaneira?
(b) introduziu uma pauta aduaneira comum, isto é, uma pauta única aplicável em toda a
CEE para as mercadorias importadas de países terceiros.
Cada porto comunitário que movimenta mercadorias que devam passar na Alfândega dispõe
de pelo menos uma estância aduaneira. Esta poderá localizar-se na zona portuária ou nas
proximidades do porto. As autoridades aduaneiras dos Estados-Membros da UE aplicam a
legislação aduaneira comunitária, frequentemente executada e complementada por regras
nacionais, e fornecem informações sobre os respectivos procedimentos e requisitos
aduaneiros. As regras podem ser obtidas nos sítios Web indicados no Anexo VI.
6
ESTATUTO DAS MERCADORIAS
O estatuto aduaneiro das mercadorias1 tem um papel fundamental no domínio aduaneiro: para
explicar os vários procedimentos aduaneiros, é essencial compreender esse estatuto, prova do
qual poderá ser exigida.
– mercadorias comunitárias e
– mercadorias não-comunitárias.
Mercadorias comunitárias:
Mercadorias não-comunitárias:
• todas as outras mercadorias, incluindo mercadorias comunitárias que tenham perdido este
estatuto.
NB: As mercadorias comunitárias cujo estatuto comunitário não possa ser provado, quando
exigido, são consideradas mercadorias não-comunitárias.
As circunstâncias em que pode ser estabelecido o estatuto comunitário das mercadorias (se for
caso disso) são as seguintes:
1
Artigo 4º, nºs 6-8, do Código Aduaneiro Comunitário (CAC)
7
(3) as mercadorias são objecto de transbordo num país terceiro para um meio de
transporte distinto do de carregamento inicial e a coberto de um novo documento de
transporte. O novo documento de transporte deve ser acompanhado de cópia do
documento original referente ao transporte entre o Estado-Membro de partida e o
Estado-Membro de destino.
• um talão de caderneta TIR ou livrete ATA4 exibindo a sigla T2L e visado pela Alfândega;
2
Artigos 5º e 9º-12º, Apêndice II, da Convenção; n.º 1 do artigo 314º-C do DAC - Disposições de
aplicação do Código Aduaneiro Comunitário
3
Ilhas Anglo-Normandas, Ilhas Canárias, Departamentos Ultramarinos Franceses: Guadalupe, Martinica,
Guiana e Reunião, Monte Athos, Ilhas Åland
4
O livrete ATA é um documento aduaneiro internacional utilizado para a importação temporária de
mercadorias destinadas a fins específicos, por exemplo apresentações, exposições e feiras, como
material profissional e amostras comerciais.
8
• o Documento Administrativo de Acompanhamento (DAA), previsto no Regulamento
(CEE) n.º 2719/92, para mercadorias em livre prática sujeitas a impostos especiais de
consumo;
Os documentos e regras que estabelecem o estatuto das mercadorias não podem ser utilizados
para mercadorias cujas formalidades de exportação foram cumpridas (excepto no caso de
mercadorias para exportação para um país da EFTA ou de Visegrado ao abrigo do
procedimento de trânsito T2) ou que foram sujeitas ao regime de aperfeiçoamento activo
(sistema de draubaque).
• nome do navio;
• local de descarga.
• a designação comercial normal das mercadorias, com um grau de pormenor suficiente para
permitir a sua identificação;
9
• a massa bruta em quilogramas;
– ‘C’ (equivalente a T2L), para mercadorias cujo estatuto comunitário pode ser
provado;
– ‘F’ (equivalente a T2LF), para mercadorias cujo estatuto comunitário pode ser
provado, expedidas de, para ou entre partes do território aduaneiro da
Comunidade em que não são aplicáveis as disposições da Directiva 77/388/CEE;
PROCEDIMENTOS SIMPLIFICADOS
Desde que sejam preenchidas certas condições, as autoridades aduaneiras podem autorizar
uma pessoa, o “expedidor autorizado”, a utilizar documentos T2L e documentos comerciais
como documentos de prova do estatuto sem que para isso os tenha de apresentar para visto à
estância competente (ver também página 29, ‘Expedidor autorizado’).
2. O manifesto deve ser aprovado pela Alfândega previamente à sua utilização e deve conter,
no mínimo, as seguintes informações:
10
(3) local e data de carregamento das mercadorias,
– ‘C’ (equivalente a T2L), para mercadorias cujo estatuto comunitário pode ser
provado;
– ‘F’ (equivalente a T2LF) para mercadorias cujo estatuto comunitário pode ser
provado, expedidas de, para ou entre partes do território aduaneiro da
Comunidade em que não são aplicáveis as disposições da Directiva
77/388/CEE;
PROCEDIMENTOS NORMAIS
5
Artigo 76º do CAC e artigos 253º-278º do DAC
11
Procedimentos simplificados para o trânsito
12
Procedimentos aduaneiros comunitários seleccionados
Mercadorias:
apresentadas à
Alfândega no porto
C
A B D E
Mercadorias sujeitas a um
Mercadorias Mercadorias Mercadorias não- Mercadorias Mercadorias regime de trânsito
comunitárias ou em comunitárias comunitárias armazenadas numa exportadas da CE
trânsito zona franca
Mercadorias
transportadas através da
Comunidade para o local
de desalfandegamento
PROCEDIMENTO
Todas as mercadorias que cheguem a um porto comunitário devem ser descarregadas num
cais aprovado pela Alfândega e apresentadas às autoridades aduaneiras. Essa apresentação
deve ser feita:
6
Um serviço de linha regular autorizado pode igualmente transportar mercadorias não-comunitárias ou
mercadorias comunitárias para, de ou entre partes do território aduaneiro da Comunidade em que não
são aplicáveis as disposições da Directiva 77/388/CEE (IVA). Nestes casos, deve ser emitida uma
declaração de trânsito T1 ou T2F, respectivamente, e se se aplicar o procedimento normal de trânsito,
deve ser prestada uma garantia.
7
Artigos 37º-57º do CAC
14
• pela pessoa que introduziu as mercadorias no território aduaneiro da Comunidade; ou
• pela pessoa que assume a responsabilidade pelo transporte das mercadorias daí em diante.
Os elementos relativos aos cais aprovados podem ser obtidos junto das autoridades aduaneiras
nacionais dos Estados-Membros8.
Declaração sumária
As mercadorias devem ser apresentadas junto com uma declaração sumária, conforme
descrito adiante para a situação B.
Não.
8
Artigos 182º-189º do DAC
15
SITUAÇÃO B:
PROCEDIMENTO
Declaração sumária
As mercadorias devem ser apresentadas junto com uma ‘declaração sumária’, contendo as
informações que as identificam. A declaração deve normalmente ser entregue na mesma
estância aduaneira a que foram apresentadas as mercadorias e deverá ser feita:
• pela pessoa que assume a responsabilidade pelo transporte das mercadorias daí em diante;
A Alfândega poderá aceitar documentos comerciais ou registos informáticos, desde que estes
contenham os elementos necessários. São exemplo de documentos comerciais aceitáveis:
• conhecimentos;
• listas de carga;
• manifestos; e
Para se saber que documentos comerciais são aceitáveis, deverá contactar-se a estância
aduaneira do local de descarga.
16
São permitidas operações de baldeação/aliviamento?
Os cais e armazéns de trânsito existentes nos portos podem ser aprovados para fins de
depósito temporário, sob reserva de determinadas condições. Estas podem obtidas junto das
autoridades aduaneiras nacionais dos Estados-Membros.
17
SITUAÇÃO C:
Uma zona franca é uma zona especial do território aduaneiro da Comunidade, na qual:
As zonas francas variam segundo a forma como são efectuados os controlos aduaneiros.
Basicamente, as zonas francas podem ser controladas de dois modos9:
Quando uma zona franca é fechada, os controlos são fundamentalmente exercidos numa
barreira física (vedação). Neste caso, classifica-se de zona franca de ‘controlo do tipo I’.
Quando uma zona franca é um espaço aberto, os controlos são fundamentalmente exercidos
de acordo com os requisitos do regime de entreposto aduaneiro. Neste caso, classifica-se de
zona franca de ‘controlo do tipo II’.
Em princípio, podem ser colocadas numa zona franca mercadorias de todos os tipos,
independentemente da sua qualidade e origem, sem prejuízo da legislação noutros domínios
(e.g. exclusão de mercadorias sujeitas a restrições por motivos de segurança, etc.). As
autoridades aduaneiras podem igualmente exigir que as mercadorias que apresentem perigo
ou possam deteriorar outras mercadorias ou que necessitem, por outras razões, de instalações
especiais, sejam colocadas em locais especialmente equipados para as receber.
PROCEDIMENTO
9
Artigos 166º-181º do CAC e artigos 799º-814º do DAC; Lista das zonas francas em: JO C 50/2002
18
marítima. Em geral, as mercadorias que entram numa zona franca de controlo do tipo I não
carecem de apresentação às autoridades aduaneiras nem de uma declaração aduaneira.
Controlo do tipo II: As mercadorias a colocar em zonas francas de ‘controlo do tipo II’ têm
de ser apresentadas à Alfândega (incluindo a entrega de uma declaração sumária) e ser
objecto de uma declaração aduaneira. A entrada física de mercadorias numa zona franca do
tipo II por si só não lhes confere o estatuto de mercadorias de zona franca.
Controlo do tipo I: As mercadorias colocadas numa zona franca deste tipo devem dar
entrada na ‘contabilidade de existências’, a qual deve ser aprovada pelas autoridades
aduaneiras. A contabilidade de existências deve permitir a identificação das mercadorias pela
Alfândega e registar os respectivos movimentos. Para esse efeito, deve incluir elementos
como a designação das mercadorias e a sua quantidade e as referências dos documentos de
transporte.
As mercadorias objecto de transbordo no interior de uma zona franca não têm de dar entrada
na contabilidade de existências. Os documentos relativos à operação de transbordo devem,
contudo, estar à disposição da Alfândega.
Controlo do tipo II: As mercadorias colocadas numa zona franca deste tipo devem
igualmente dar entrada na ‘contabilidade de existências’, permitindo que a Alfândega as
identifique e controle os seus movimentos. A informação que deve figurar nessa contabilidade
é contudo bastante mais detalhada do que a exigida para as zonas francas do tipo I, já que nela
se baseia toda a actividade de fiscalização da Alfândega. Assim, na contabilidade de
existências devem figurar as seguintes informações:
Quando as mercadorias saem de uma zona franca para serem introduzidas em livre prática, o
procedimento aplicável é o mesmo que para a situação B. Se as mercadorias forem sujeitas a
um regime de trânsito, o procedimento aplicável é o mesmo que para a situação E. Excepto
em certos casos, não é necessária a declaração aduaneira para mercadorias não-comunitárias
reexportadas de uma zona franca, bastando a notificação prévia das autoridades aduaneiras.
Esta notificação é desnecessária caso se trate da reexportação de mercadorias
não-comunitárias que não foram descarregadas ou que são objecto de transbordo.
Relativamente às mercadorias comunitárias exportadas de uma zona franca, o procedimento
aplicável é o mesmo que para a situação D.
19
SITUAÇÃO D:
MERCADORIAS EXPORTADAS DA CE
• a fiscalização dos movimentos das mercadorias que podem ser objecto de licenças,
proibidas ou sujeitas a restrições e
Procedimento normal
• alteração de contrato e
20
O facto de a estância aduaneira se encontrar fechada quando da operação de exportação não é
motivo aceitável para a apresentação da declaração de exportação noutro local.
• informar a referida estância do início das operações de carga e da sua duração estimada,
com pelo menos 24 horas de antecedência ou no prazo eventualmente fixado pelas
autoridades aduaneiras.
Quando as mercadorias são declaradas para exportação num Estado-Membro mas saem do
território aduaneiro da Comunidade via outro Estado-Membro, deve normalmente
21
acompanhá-las até à estância de saída um exemplar 3 do DAU devidamente visado (para
indicar que já foram cumpridas no país de exportação as formalidades de exportação relativas
à remessa considerada).
No entanto, quando mercadorias a exportar por mar são entregues à companhia de navegação
para transporte ao abrigo de um contrato de transporte único, a estância competente do local
de entrega das mercadorias é igualmente a estância de saída.
Não é obrigatório que o exemplar 3 do DAU acompanhe as mercadorias para além da estância
de saída. O documento de transporte (por exemplo, a guia de remessa ou o manifesto)
receberá o carimbo “EXPORT”, a vermelho, da Alfândega na estância de saída. Passa então a
ser, para a Alfândega, a prova de que foi dada autorização de saída das mercadorias para
exportação, bem como o comprovativo comercial de que as mercadorias foram exportadas da
Comunidade.
Nos casos em que, para mercadorias serem exportadas, se deva utilizar um procedimento de
trânsito comunitário, a estância de partida visará todos os exemplares do documento de
trânsito com o carimbo ‘EXPORT’ a vermelho, após o que o exemplar 3 do DAU será
igualmente visado e entregue à pessoa que apresentou as mercadorias.
Nota: Os documentos e regras que estabelecem o estatuto das mercadorias não podem ser
utilizados para mercadorias cujas formalidades de exportação foram cumpridas (excepto no
caso de mercadorias para exportação para um país da EFTA ou de Visegrado ao abrigo do
procedimento de trânsito T2) ou que foram sujeitas ao regime de aperfeiçoamento activo
(sistema de draubaque10).
A exportação de certas mercadorias é proibida ou está sujeita a restrições. Podem ser obtidas
informações detalhadas junto das autoridades aduaneiras nacionais dos Estados-Membros.
10
Mercadorias no seu estado inalterado objecto de formalidades aduaneiras quando da exportação para
países terceiros com vista ao apuramento do regime de aperfeiçoamento activo para obtenção de
reembolso ou dispensa do pagamento dos direitos aduaneiros.
22
SITUAÇÃO E:
Além destas duas funções principais, o regime de trânsito é também utilizado para transferir
de uma parte do território aduaneiro para outra mercadorias que estão sujeitas a outro regime
aduaneiro suspensivo ou em relação às quais esse regime foi apurado (embora existam
procedimentos de transferência alternativos).
As regras de trânsito aplicam-se até que as mercadorias cheguem a uma estância de destino
autorizada (ou ao destinatário autorizado). As mercadorias podem ser sujeitas ao regime de
trânsito comunitário quando entram na Comunidade ou a um procedimento de trânsito
internacional12 antes de entrarem na Comunidade.
11
Ver atrás
12
Normalmente, regime de trânsito comum ou TIR
23
• ou respeitem a remessas de mercadorias a descarregar no território aduaneiro da
Comunidade e que são transportadas conjuntamente com mercadorias a descarregar num
país terceiro;
Uma caderneta TIR é válida para uma única operação TIR. Uma vez esta concluída, a estância
aduaneira de destino das mercadorias devolverá ao motorista a caderneta TIR devidamente
visada.
Trânsito comunitário
13
E, com excepções, às destinadas a Andorra e São Marinho.
24
O regime de trânsito comunitário tem início na estância de partida e termina com a
apresentação das mercadorias e da declaração de trânsito14 à estância de destino (ou ao
destinatário autorizado). Um exemplar devidamente visado da declaração de trânsito é
devolvido pela Alfândega à estância de partida (ou a uma estância centralizadora do
Estado-Membro de partida). Ao recebê-lo, a Alfândega do Estado-Membro de partida apurará
a declaração de trânsito e desonerará o responsável principal das suas obrigações, salvo se
tiver sido constatada uma irregularidade.
Trânsito comum15
Quando se utilize o regime de trânsito comum para mercadorias comunitárias sujeitas a uma
medida comunitária que envolva a sua exportação para um país da EFTA ou um país terceiro
via o território de um país da EFTA, e.g. produtos agrícolas comunitários (mercadorias PAC),
as mercadorias devem ser sujeitas ao ‘procedimento T1’.
Note-se que, no âmbito do regime de trânsito comum, não há, para o transporte marítimo,
‘serviços de linha regulares autorizados’ nem procedimentos simplificados de trânsito.
Este é o procedimento que devem utilizar os operadores que ainda não dispõem de
experiência do regime nem são elegíveis para um procedimento simplificado ou que são
utilizadores ocasionais do regime de trânsito. O procedimento normal de trânsito envolve:
14
O termo “declaração de trânsito" tem dois sentidos: 1. O acto pelo qual uma pessoa manifesta, da forma
prescrita, a sua intenção de sujeitar mercadorias ao regime de trânsito; 2. O(s) documento(s) utilizado(s)
como declaração de trânsito, i.e. “formulários da declaração de trânsito”.
15
Convenção CE/EFTA relativa a um regime de trânsito comum, de 20 de Maio de 1987
16
Países da EFTA (Associação Europeia de Comércio Livre): Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein.
Países de Visegrado: Hungria, Polónia, República Checa e República Eslovaca
25
• a apresentação das mercadorias à Alfândega para exame, quando é feita a declaração de
trânsito;
O responsável principal indica a sua intenção de realizar uma operação de trânsito efectuando
uma declaração de trânsito. Compete-lhe apresentar as mercadorias intactas (com selos
intactos, se for caso disso) juntamente com a declaração de trânsito à estância de destino (ou
ao destinatário autorizado) no prazo fixado, bem como o pagamento dos direitos e de outras
imposições aplicáveis em caso de irregularidade. Compete-lhe ainda a prestação de uma
garantia que cubra o montante dos direitos e demais imposições, cujo pagamento fica
suspenso durante o movimento das mercadorias, salvo se houver dispensa de garantia.
É do interesse do prestador de serviços obter dos seus clientes declarações escritas relativas às
remessas, incluindo o estatuto das mercadorias17.
Note-se que só os ‘serviços de linha regulares autorizados’ podem ser elegíveis para os
procedimentos simplificados de trânsito, devendo contudo estar preenchidos os seguintes
critérios:
17
Seria conveniente os prestadores de serviços constituírem um seguro para a eventualidade de receberem
dos seus clientes informações erróneas, que lhes permita recuperar eventuais direitos cobrados pela
Alfândega.
26
• o requerente da autorização deverá estar estabelecido na Comunidade;
Desde que todas as condições estejam preenchidas, o ‘serviço de linha regular autorizado’
pode ser autorizado a fazer uso de uma das seguintes simplificações18:
A garantia normal de trânsito é uma garantia isolada que cobre uma única operação de
trânsito. Um operador pode, contudo, ser autorizado, sob certas condições, a utilizar uma
garantia global ou uma dispensa de garantia para várias operações de trânsito.
18
Note-se que nem todas estas simplificações serão pertinentes para os serviços de linha regulares
autorizados. São todavia aqui referidas, já que, num contexto intermodal de que o transporte marítimo
de curta distância faça parte, poderão ser utilizados outros modos de transporte.
19
Artigos 379º a 384º do DAC
27
Quando o responsável principal num procedimento de trânsito comunitário é uma autoridade
pública (uma pessoa colectiva de direito público ou uma instituição de direito público), não é
necessária garantia. Todavia, se a autoridade pública se rege pelo direito privado (e.g. uma
sociedade por quotas ou uma sociedade anónima), não há dispensa de garantia20.
• terem sido estabelecidas por Governos ou Estados, um dos quais, pelo menos, seja
Estado-Membro da Comunidade Europeia;
Para que se possa fazer uso desta simplificação, as listas de carga devem satisfazer os
seguintes critérios:
(1) ser emitidas por empresas que utilizem, na sua escrita, um sistema de
tratamento electrónico ou automático de dados;
(2) estar concebidas e ser preenchidas de modo a poderem ser utilizadas sem
dificuldade pelas autoridades competentes.
Selos especiais22
Esta autorização é válida apenas para operações de trânsito com início no país que a emitiu.
A autorização deve ser redigida em pelo menos dois exemplares, um dos quais é conservado
pelas autoridades competentes, e deve ser apresentada sempre que o solicite a estância de
partida.
20
N.º 4 do artigo 189º do CAC
21
Artigo 385º e Anexo 44A do DAC
22
Artigo 386º e Anexo 46A do DAC
23
Artigo 387º do DAC
28
Expedidor autorizado
Destinatário autorizado
Esta simplificação permite que um operador receba mercadorias nas suas instalações ou
outros locais especificados sem ter de apresentar essas mercadorias e os exemplares 4 e 5 da
declaração de trânsito à estância de destino.
24
Artigo 398º do DAC
29
Procedimento simplificado do nível I - Manifesto(s)
Carregamento do navio
T1
Manifesto Mercadorias não-
comunitárias
Trânsito comunitário
Estância de Acompanha as
partida mercadorias
30
Procedimento simplificado - Nível I
Apenas serviços de linha regulares autorizados
Garantia desnecessária
Companhia de navegação = responsável principal
Manifesto individual = declaração de trânsito
Navio
Manifesto de
carga, para
todas as
mercadorias
31
Procedimento simplificado - Nível 1
Apenas serviços de linha regulares autorizados
Garantia desnecessária
Companhia de navegação = responsável principal
Manifesto individual = declaração de trânsito
Navio
Manifesto de
carga, para
todas as
mercadorias
32
SIMPLIFICAÇÃO DO NÍVEL 125
Para que um ‘serviço de linha regular autorizado’ possa utilizar o procedimento simplificado
do nível 1 terá de ser obtida a autorização das autoridades competentes. A companhia de
navegação será o responsável principal pelos movimentos considerados, ficará vinculada às
regras de trânsito e deverá utilizar como declaração de trânsito o manifesto do navio.
• nome do navio;
– a referência do conhecimento;
25
Artigo 447º do DAC
33
Procedimento simplificado do nível II - Manifesto único
APENAS serviços de linha regulares autorizados
Garantia desnecessária
Companhia de navegação = Responsável principal
Manifesto único para todas as mercadorias = Declaração de trânsito
Obtenção da autorização
das autoridades competentes
Carregamento do navio
TF
T1
Manifesto
único
TD
x
(exportação)
Porto de descarga
34
Procedimento simplificado - Nível 2
Garantia desnecessária
Companhia de navegação = responsável principal
Manifesto individual = declaração de trânsito
Navio
Apresentação de um exemplar do
manifesto às autoridades no porto de
destino
35
PROCEDIMENTO DO NÍVEL 226
• já estiverem sujeitas a um regime de trânsito formal (T1, T2, T2F, caderneta TIR, livrete
ATA, formulário 302 NATO, etc.); ou
A sigla "TD" deve ser inscrita à frente de cada uma das adições que integra o manifesto único
ou o manifesto de grupagem. Em todos os casos, a companhia de navegação inscreverá a sigla
"TD" no conhecimento ou outro documento comercial pertinente, junto com uma referência
ao regime efectivo, a data do documento de trânsito ou transferência e a denominação da
estância aduaneira de partida. O operador que utiliza o procedimento de trânsito (ou
transferência) é responsável pelos movimentos considerados.
A companhia de navegação deve registar o estatuto das remessas nos seus registos comerciais
e cópias dos manifestos.
26
Artigo 448º do DAC
36
Estão previstos outros ‘casos especiais’?
Quando várias remessas de mercadorias transportadas por mar são objecto de grupagem, cada
adição da grupagem deve ser objecto de contrato entre o expedidor e a empresa de grupagem.
Constitui prova desse contrato a guia de remessa, o conhecimento do transitário,
nomeadamente no modelo aprovado pela Federação Internacional de Agentes Transitários
(FIATA), ou outro documento comercial acordado entre ambos.
A remessa grupada deve ser ainda objecto de um manifesto específico, preparado pela
empresa de grupagem, consistindo numa descrição analítica de todos os volumes que
integram a remessa com as referências de cada guia de remessa, conhecimento ou outro
documento comercial, consoante o caso.
(1) número, natureza, marcas e números de referência dos volumes e massa bruta
em quilogramas;
27
Não válido para o transporte de mercadorias perigosas, que devem ser declaradas separadamente.
37
• a companhia de navegação aplicará, para efeitos do trânsito comunitário, o estatuto mais
elevado constante da lista de carga a todas as mercadorias que integram a remessa grupada.
38
Lista de definições
39
São Pedro e Miquelon e Mayotte
– a Grécia
– a Irlanda
– a Itália, com excepção dos municípios de
Livigno e Campione d'Italia, bem como das
águas nacionais do lago de Lugano situadas
entre a margem e a fronteira política da zona
entre Ponte Tresa e Porto Ceresio
– o Luxemburgo
– o território europeu dos Países Baixos
– Portugal
– o Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda
do Norte, bem como as Ilhas
Anglo-Normandas e a Ilha de Man
– a Suécia
40
Associação Europeia de Grupo de países que compreende a Islândia, a Noruega, a
Comércio Livre (EFTA) Suíça e o Liechtenstein
41
Estância de destino Estância aduaneira autorizada onde as mercadorias e o
documento de trânsito devem ser apresentados para pôr
fim ao regime (ver também destinatário autorizado)
42
Responsável principal O titular da autorização de utilização do procedimento de
trânsito comunitário externo
43
combinações do maço de oito exemplares consoante a
finalidade a que se destinem.
Lista de carga especial Documento comercial que pode ser utilizado em lugar
dos formulários suplementares do DAU como
complemento do DAU quando a remessa diz respeito a
várias adições
44
Declaração de trânsito Acto pelo qual uma pessoa manifesta, nas formas e
modalidades prescritas, a vontade de sujeitar mercadorias
ao regime de trânsito.
45
ANEXO I
• O requerente não pode ter cometido infracções graves ou repetidas à legislação aduaneira
ou fiscal
• O requerimento deve ser apresentado por escrito, assinado e datado, e deve incluir os
elementos de prova exigidos28 e indicar qual o procedimento simplificado solicitado
Para as mercadorias ‘não introduzidas em livre prática’ transportadas num ‘serviço de linha
regular autorizado’ são necessárias a documentação relativa ao trânsito comunitário e uma
garantia. Para mercadorias sujeitas aos procedimentos simplificados de trânsito dos níveis 1 e
2 não é necessária garantia.
28
Informações sobre os registos contabilísticos da actividade comercial e a frequência com que é utilizado
o regime de trânsito e outras informações úteis para que a autoridade competente possa determinar se as
obrigações previstas podem ser cumpridas.
29
Ver espécime no Anexo V
30
Este conceito de serviço regular não deve ser confundido com a expressão "serviço regular" utilizada no
sector dos transportes marítimos.
31
Artigo 313º-A do DAC
46
Quais as vantagens do ‘serviço de linha regular autorizado’?
Se a maior parte da carga transportada for constituída por mercadorias T1, um ‘serviço de
linha regular autorizado’ implicará um maior volume de documentação aduaneira do que um
serviço da categoria "outros".
Afretamentos parciais
Nota importante:
47
Em tais casos, a prova do estatuto das mercadorias no porto comunitário de destino final
consiste num documento T2L, emitido e autenticado pelas autoridades competentes, em
última instância no porto de transbordo.
48
ANEXO II
32
Regulamentos (CEE) nºs 2913/92 e 2454/93 do Conselho, artigos 253.º-278.º
49
ANEXO III
O estatuto aduaneiro das mercadorias deve ser indicado nos manifestos da forma a
seguir indicada.
50
como documento comprovativo do estatuto, a pedido da companhia de navegação,
de um manifesto com o indicador "C".
51
ANEXO IV
33
Associação Europeia de Comércio Livre: Países membros - Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein.
Países de Visegrado: Hungria, Polónia, República Checa e República Eslovaca
52
53
ANEXO V
54
ANEXO VI
União Europeia
http://europa.eu.int/comm/taxation_Customs/Customs/Customs.htm
Direcção-Geral Fiscalidade e União Aduaneira (TAXUD) da União Europeia
http://europa.eu.int/comm/taxation_Customs/Customs/transit/index_en.htm
Sítio Web "Trânsito" da TAXUD
Alemanha: http://www.Zoll-D.de/
Customs Information Centre: mailto:info@zoll-infocenter.de
Áustria: http://www.bmf.gv.at/
Bélgica: http://www.minfin.fgov.be/index.html
Bulgária: http://www.customs.government.bg/
Chipre: http://www.mof.gov.cy/ce
Dinamarca: http://www.toldskat.dk/
Eslovénia: http://www.carina.si
Espanha: http://www.aeat.es/inicio.htm
Estónia: http://www.customs.ee/
Finlândia: http://www.tulli.fi/
França: http://www.finances.gouv.fr/DGDDI/
Grécia: http://www.gsis.gov.gr/
Hungria: http://www.vam.hu/
Irlanda: http://www.revenue.ie/
Islândia: http://www.tollur.is/english/default.htm
Itália: http://www.finanze.it/dogane/
Letónia: http://www.vid.gov.lv/
Lituânia: http://www.cust.lt/
Luxemburgo: http://www.etat.lu/DO/
Malta: http://www.business-line.com/depofcus/
Noruega: http://www.toll.no/
Países Baixos: http://www.belastingdienst.nl/
Polónia: http://www.guc.gov.pl/
Portugal: http://www.dgaiec.min-financas.pt/sitedgaiecinternet/index.html
Reino Unido: http://www.hmce.gov.uk/
National Advice Service: 0845 010 9000
República Checa: http://www.cs.mfcr.cz/
República Eslovaca: http://www.colnasprava.sk/
Roménia: http://www.customs.ro/
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Suécia: http://www.tullverket.se
Suíça: http://www.zoll.admin.ch/
Turquia: http://www.gumruk.gov.tr/
Outros:
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