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Formação Contínua - transporte passageiros

CAM

Certificação de Aptidão de Motoristas

Regulamentação da atividade

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ÍNDICE

1. Regulamentação relativa ao transporte de passageiros 3


1.1 Regulamentação nacional e internacional 3
1.2 Transporte de grupos específicos 6
1.3 Equipamentos de segurança a bordo do autocarro 7
1.4 Cintos de segurança 9
1.5 Carga do veículo 10
Anexo I – DL 3/2001 (alterado pelo DL 90/2002) 30
Anexo II – Lei n.º 27/2010 40

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1. Regulamentação relativa ao transporte de passageiros

1.1 Regulamentação nacional e internacional

Regulamentação nacional

O Decreto-Lei n.º 3/2001,de 10 de Janeiro, alterado pelo Decreto-Lei 90/2002, estabelece o regime jurídico dos
transportes rodoviários de passageiros. Teve como principal objetivo concentrar a legislação que se encontrava dispersa
por vários diplomas e uniformizar as regras aplicáveis ao transporte de passageiros, por forma a contribuir para uma
dinamização do sector e das empresas face à concorrência interna e externa.

Assim, fixou regras comuns de acesso à catividade, tanto para os transportes nacionais de passageiros como para os
internacionais, tendo em vista garantir níveis qualitativos mais elevados na prestação de serviços e no campo do acesso
ao mercado. Foram introduzidas algumas medidas inovadoras, por forma a possibilitar o exercício efetivo da catividade.

A regulamentação aplica-se aos transportes rodoviários de passageiros, efetuados por meio de veículos automóveis
construídos ou adaptados para o transporte de mais de nove pessoas, incluindo o condutor.

A catividade de transporte público rodoviário de passageiros ou por conta de outrem só pode ser exercida por empresas
licenciadas para o efeito pelo IMTT.

O licenciamento na catividade de transportes públicos nacionais ou internacionais de passageiros é titulado por um alvará
ou por uma licença comunitária, respetivamente, emitidos por prazo não superior a cinco anos, intransmissíveis e
renováveis mediante comprovação de que se mantêm os requisitos de acesso à catividade e só pode ser concedido a
sociedades comerciais, cooperativas e empresas públicas ou de capitais públicos que comprovem reunir os requisitos de
acesso à catividade.

Compete ao IMTT organizar o registo das empresas licenciadas que realizem os transportes de passageiros.

Os transportes públicos nacionais de passageiros só podem ser realizados por empresas licenciadas pelo IMTT.

A realização de serviços regulares só pode realizar-se mediante contrato escrito entre a empresa transportadora e a
entidade interessada na prestação de serviços, o qual, para além de identificar as partes, deve mencionar a categoria de
utentes e indicar o itinerário, a frequência e as paragens. Durante a realização de serviços regulares especializados, o
contrato ou a sua cópia autenticada deve estar a bordo do autocarro.

Os serviços ocasionais devem realizar-se ao abrigo de um documento descritivo do serviço ou folha de itinerário, o qual
deve estar a bordo do autocarro, devidamente preenchido e numerado, onde conste a identificação do transportador e do
organizador, a finalidade do serviço e o respetivo itinerário, com indicação das localidades de origem, destino e de tomada
e largada de passageiros, bem como as datas de início e termo da viagem. Os autocarros a utilizar nos serviços
ocasionais e nos serviços regulares especializados devem ostentar dísticos identificativos do respetivo serviço.

Os veículos afetos ao transporte público de passageiros estão sujeitos a licença a emitir pelo IMTT. As licenças dos
veículos caducam nos casos de não aprovação do veículo em inspeção periódica ou de falta de seguro automóvel
obrigatório.

As pessoas singulares ou coletivas que pretendam efetuar transportes nacionais particulares ou por conta própria
devem estar munidas de um certificado a emitido pelo IMTT, cujo prazo de validade não pode ser superior a cinco anos.

Os serviços regulares do transporte de passageiros entre Portugal e qualquer país não membro da União
Europeia estão sujeitos ao regime de autorização prévia, salvo disposição em contrário, estabelecida por acordo bilateral
ou convenção multilateral. Não precisam de autorização os serviços ocasionais na forma de circuitos em porta fechada,
efetuados por transportadores estabelecidos em qualquer país não membro da União Europeia, desde que efetuados ao
abrigo de uma folha de itinerário.
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Não são permitidos os transportes de passageiros com origem e destino no território português, realizados por
transportadores estabelecidos em qualquer país não membro da União Europeia, salvo autorização do IMTT.

Sugere-se a consulta do Decreto-Lei n.º 3/2001 (alterado pelo Decreto-Lei 90/2002) – anexo I

Regulamentos internacionais

O Regulamento n.º 1073/2009, de 21 de Outubro de 2009, estabelece regras comuns para o acesso ao mercado
internacional dos serviços de transporte em autocarro.

Este regulamento aplica-se aos transportes internacionais de passageiros em autocarro efetuados no território da
Comunidade, assim como às deslocações em vazio desses veículos no âmbito desses transportes.

Para efeitos do presente regulamento, aplicam-se as seguintes definições:

Transportes internacionais:
- As deslocações de um veículo cujos pontos de partida e de chegada se situam em dois Estados-Membros diferentes,
com ou sem trânsito por um ou vários Estados-Membros ou países terceiros;
- As deslocações de um veículo cujos pontos de partida e de chegada se situam no mesmo Estado-Membro, com
tomada ou largada de passageiros noutro Estado-Membro ou num país terceiro;
- As deslocações de um veículo com origem num Estado-Membro com destino a um país terceiro, e vice-versa, com
ou sem trânsito por um ou vários Estados-Membros ou países terceiros; ou
- As deslocações de um veículo entre países terceiros, atravessando em trânsito o território de um ou mais Estados-
Membros;

Serviços regulares: serviços que asseguram o transporte de passageiros com frequência e percurso determinados, e em
que os passageiros podem ser tomados e largados em paragens previamente estabelecidas;

Serviços regulares especializados: serviços regulares, independentemente de quem os organiza, que asseguram o
transporte de determinadas categorias de passageiros com a exclusão de outros;

Serviços ocasionais: serviços que não correspondem à definição de serviços regulares, incluindo serviços regulares
especializados, e cuja característica principal é assegurarem o transporte de grupos constituídos por iniciativa de um
comitente ou do próprio transportador;

Transportes por conta própria: operações efetuadas com fins não lucrativos nem comerciais por uma pessoa singular
ou coletiva, em que a catividade de transporte constitui apenas uma catividade acessória dessa pessoa singular ou
coletiva, e os veículos são propriedade dessa pessoa singular ou coletiva ou foram por ela adquiridos a prestações ou
foram objeto de contrato de locação financeira de longa duração, e são conduzidos por um membro do pessoal dessa
pessoa singular ou coletiva ou pela própria pessoa singular, ou por pessoal empregado ou ao serviço da empresa
mediante obrigação contratual;

Estado-Membro de acolhimento: um Estado-Membro em que um transportador opera, distinto do Estado-Membro de


estabelecimento do transportador.

Operações de cabotagem: serviços de transporte rodoviário nacional de passageiros por conta de outrem, efetuados a
título temporário por um transportador num Estado-Membro de acolhimento, ou a tomada e a largada de passageiros no
mesmo Estado-Membro, durante um serviço internacional regular, de acordo com as disposições do presente
regulamento, desde que tal não seja o objetivo principal desse serviço.

Os transportes internacionais de passageiros em autocarro são efetuados a coberto de uma licença comunitária emitida
pelas autoridades competentes do Estado-Membro de estabelecimento.

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As autoridades competentes do Estado-Membro de estabelecimento entregam ao titular o original da licença comunitária,


que deve ser conservado pelo transportador, e o número de cópias certificadas correspondente ao número de veículos
utilizados para transporte internacional de passageiros de que o titular da licença comunitária dispõe.

Cada um dos veículos do transportador deve ter a bordo uma cópia certificada da licença comunitária, que deve ser
apresentada sempre que for solicitada pelos agentes responsáveis pelo controlo.

A licença comunitária é emitida por períodos renováveis que não podem exceder dez anos.

Os serviços regulares com origem num Estado-Membro e com destino a um país terceiro, e vice-versa, estão sujeitos a
autorização, em conformidade com o acordo bilateral entre o Estado-Membro e o país terceiro e, se for caso disso, com o
Estado-Membro de trânsito, enquanto não tiver sido celebrado o necessário acordo entre a Comunidade e o país terceiro
em causa.

A autorização para realização de serviços regulares é emitida em nome do transportador e não pode ser transferida
por este a terceiros. No entanto, um transportador que tenha recebido uma autorização pode, mediante o consentimento
da autoridade competente do Estado-Membro em cujo território se situa o ponto de partida («autoridade emissora»),
efetuar o serviço por intermédio de um subcontratado.

O prazo máximo de validade de uma autorização é de cinco anos. Esse prazo pode ser reduzido, quer a pedido do
requerente, quer de comum acordo entre as autoridades competentes dos Estados-Membros em cujo território os
passageiros são tomados ou largados.

A autorização deve especificar:


- O tipo de serviço;
- O itinerário do serviço, nomeadamente o ponto de partida e o ponto de chegada;
- O prazo de validade da autorização;
- As paragens e os horários.

A autorização habilita o seu titular a efetuar serviços regulares nos territórios de todos os Estados-Membros em que se
situa o itinerário do serviço.

Os Serviços ocasionais isentos de autorização devem ser efetuados ao abrigo de uma folha de itinerário. Os
transportadores que efetuem serviços ocasionais devem preencher a folha de itinerário antes de cada viagem.

Da folha de itinerário devem constar, pelo menos, os seguintes elementos:


- O tipo de serviço prestado;
- O itinerário principal;
- O transportador ou os transportadores em causa.

Os transportadores rodoviários de passageiros por conta de outrem que sejam titulares de licença comunitária ficam
autorizados, nas condições fixadas no presente capítulo e sem discriminação em razão da nacionalidade ou do local de
estabelecimento, a efetuar as operações de cabotagem

São autorizadas operações de cabotagem para os seguintes serviços:


- Serviços regulares especializados, desde que estejam cobertos por um contrato celebrado entre o organizador e o
transportador;
- Serviços ocasionais;
- Serviços regulares efetuados durante um serviço regular internacional, nos termos do disposto no presente
regulamento, por um transportador não residente no Estado-Membro de acolhimento, com exceção dos serviços de
transporte que satisfaçam as necessidades de um centro ou aglomeração urbanos ou as necessidades de transporte
entre esse centro ou aglomeração e os arredores. As operações de cabotagem não podem ser executadas
independentemente desse serviço internacional.

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As operações de cabotagem sob a forma de serviços ocasionais são efetuadas ao abrigo de uma folha de itinerário, que
deve seguir a bordo do veículo e ser apresentada sempre que solicitada pelos agentes responsáveis pelo controlo. A folha
de itinerário deve conter os seguintes elementos de informação:
- Pontos de partida e de chegada do serviço;
- Datas de início e de fim do serviço.

Os transportadores que efetuem um serviço regular, com exceção dos serviços regulares especializados, devem emitir um
título de transporte, individual ou coletivo, que indique:
- Os pontos de partida e de chegada e, se for caso disso, o regresso;
- O prazo de validade do título de transporte;
- O preço do transporte.

O título de transporte deve ser apresentado sempre que for solicitado pelos agentes responsáveis pelo controlo.

1.2 Transporte de grupos específicos

Transporte de crianças

Designa-se transporte de crianças o transporte coletivo de crianças e jovens até aos 16 anos, de e para os
estabelecimentos de educação e ensino, creches, jardins-de-infância e outras instalações ou espaços em que decorram
atividades educativas ou formativas, designadamente os transportes para locais destinados à prática de atividades
desportivas ou culturais, visitas de estudo e outras deslocações organizadas para ocupação de tempos livres.

A segurança no transporte de crianças é uma matéria que tem vindo a preocupar os governos mais recentes,
nomeadamente quando é realizado por empresas para esse fim contratadas. Atendendo à fragilidade destes utentes Foi
criado um regime jurídico que estabelece regras claras e objetivas para o transporte escolar.

A regulamentação aplica-se ao transporte de crianças realizado em automóvel ligeiro ou pesado de passageiros, público
ou particular, efetuado como catividade principal ou acessória, salvo disposição em contrário. Para os efeitos do disposto
no número anterior, entende-se por catividade acessória aquela que se efetua como complemento da catividade principal
da desenvolvida pela entidade transportadora. Por dificuldades de ordem logística, o transporte efetuado em táxi e
transportes públicos regulares de passageiros não ficam sujeitos a estas regras, salvo se estes forem especificamente
contratualizados para o transporte de crianças.

O exercício a título principal da catividade de transporte de crianças só pode ser efetuado por entidades titulares de alvará
emitido pelo IMTT, válido pelo prazo de cinco anos, intransmissível e renovável por idêntico período.

Os automóveis utilizados no transporte de crianças estão sujeitos a licença, emitida pelo IMTT, válida pelo prazo de
dois anos e renovável por igual período.

Os automóveis utilizados no transporte de crianças devem estar identificados com um dístico e ostentar uma placa com o
número do respetivo alvará.

A condução de automóveis afetos ao transporte de crianças só pode ser efetuada por motoristas que possuam um
certificado emitido pelo IMTT, válido por cinco anos.

A renovação do certificado de motorista é concedida mediante verificação da manutenção dos requisitos e da frequência
de uma Acão de formação complementar, com a duração mínima de vinte horas.

No transporte de crianças é necessária a presença de um acompanhante adulto designado por vigilante, a quem
compete zelar pela segurança das crianças. São assegurados, pelo menos, dois vigilantes quando:
a) O veículo automóvel transportar mais de 30 crianças ou jovens;
b) O veículo automóvel possuir dois pisos.

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A cada criança corresponde um lugar sentado no automóvel, não podendo a lotação do mesmo ser excedida. Nos
automóveis com mais de nove lugares, as crianças menores de 12 anos não podem sentar-se nos lugares contíguos ao
do motorista e nos lugares da primeira fila. Excetuam-se do disposto no número anterior os automóveis que possuam
separadores de proteção, devidamente homologados, entre o motorista e os lugares dos passageiros.

Todos os lugares dos automóveis utilizados no transporte de crianças devem estar equipados com cintos de segurança,
devidamente homologados, cuja utilização é obrigatória, nos termos da legislação específica em vigor.

Os automóveis utilizados no transporte de crianças devem estar equipados com tacógrafo devidamente homologado. Os
motoristas de transporte coletivo de crianças em veículos ligeiros ficam sujeitos às regras sobre tempos de condução e de
repouso aplicáveis aos condutores de veículos pesados de passageiros.

Na realização do transporte de crianças os automóveis devem transitar com as luzes de cruzamento acesas.

Os motoristas devem assegurar-se de que os locais de paragem para tomada ou largada de crianças não põem em
causa a sua segurança, devendo, quando os automóveis estiverem parados, acionar as luzes de perigo. A tomada e a
largada das crianças devem ter lugar, sempre que possível, dentro de recintos ou em locais devidamente assinalados
junto das instalações a que se dirigem.

Os automóveis devem parar o mais perto possível do local de tomada ou largada das crianças, não devendo fazê-lo nem
no lado oposto da faixa de rodagem nem nas vias desprovidas de bermas ou passeios, a não ser que não seja possível
noutro local, devendo, neste caso, as crianças, no atravessamento da via, ser acompanhadas pelo vigilante, devidamente
identificado por colete retrorrefletor e com raqueta de sinalização, devidamente homologados.

Legislação aplicável:
Lei 13/2006, alterada pela Lei 17-A/2006
Despacho 26348/2006, alterado pelo despacho 2716/2007
Despacho 10011/2007
Despacho 12668/2006
Despacho 24433/2006
Despacho 25879/2006
Portaria 1350/2006

1.3 Equipamentos de segurança a bordo do autocarro

Os automóveis pesados de passageiros devem estar equipados com um extintor de incêndio, colocado próximo do banco
do condutor.

Nos automóveis pesados de passageiros das categorias II e III, só com lotação sentada, para além do extintor referido no
número anterior deve existir um outro colocado na metade posterior do veículo.

Quando o veículo for de dois pisos, deve existir ainda um outro extintor no piso superior, colocado na zona central do
veículo.

Os extintores devem ser adequados para fogos das classes A, B e C e ter capacidade não inferior a 4 kg.

Os extintores devem estar colocados de forma claramente visível e a sua localização estar assinalada através de setas
indicadoras adequadas, no caso de existir obstrução visual impossível de remover.

A localização de qualquer extintor deve ser assinalada através de pictograma adequado, colocado junto ao mesmo,
sempre que possível em posição elevada em relação ao extintor.

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O pictograma referido no número anterior deve ser de cor contrastante e facilmente visível a uma distância de 3 m,
identificando, de modo inequívoco, o aparelho a que se refere.

Os extintores podem estar protegidos contra o roubo ou vandalismo, desde que tal não impeça os passageiros de lhes
aceder com facilidade em caso de emergência.

Os veículos alimentados a gás devem estar permanentemente providos de extintores, ainda que se encontrem
estacionados ou em operações de manutenção, devendo ser assegurada a sua substituição por outros com iguais
características, sempre que sejam retirados por motivo de carregamento ou outro.

Os automóveis ligeiros de passageiros afetos ao transporte público de passageiros devem possuir um aparelho extintor
adequado para fogos das classes A, B e C com capacidade não inferior a 2 kg.

Nos veículos referidos no número anterior, os extintores devem estar colocados no habitáculo em posição facilmente
acessível, ou na bagageira, nos casos em que devido às dimensões do habitáculo a colocação daquele aparelho no
interior do veículo possa constituir risco para o exercício da condução ou para a segurança dos passageiros.

Os extintores não podem apresentar qualquer dano físico, devendo encontrar-se completamente carregados e em
condições de imediata utilização.

Todas as instruções de utilização dos extintores, bem como as marcas e inscrições relativas às suas características,
devem apresentar-se perfeitamente legíveis e em bom estado de conservação.

As instruções ou indicações de utilização dos extintores devem estar redigidas em língua portuguesa.
Não são admitidos extintores que contenham hidrocarbonetos halogenados.

Os extintores devem apresentar indicação da data da respetiva validade, estabelecida pelo seu fabricante ou pela
entidade responsável pela sua manutenção.

Só podem ser utilizados nos automóveis afetos ao transporte público de passageiros extintores que se encontrem dentro
do prazo de validade.

Os automóveis utilizados no transporte público de passageiros devem possuir extintores de incêndio em condições de
imediato funcionamento, colocados em locais bem visíveis e de fácil alcance.

Entende-se por:
a) Extintor portátil: aparelho destinado a ser transportado e utilizado manualmente, contendo um agente extintor que,
por Acão de uma pressão interna, pode ser dirigido para o fogo;
b) Agente extintor: substância contida no extintor que provoca a extinção do fogo.

No transporte de crianças, para além do extintor, o veículo deve estar equipado com uma caixa de primeiros socorros
colocada no interior do habitáculo do veículo, em local facilmente acessível.

Características da caixa:
a) A caixa deve ser resistente ao choque e o seu material não deve afetar o respetivo conteúdo;
b) Não deve possuir arestas cortantes que possam provocar ferimentos;
c) Deve ser de cor viva e contrastante;
d) Deve estar devidamente identificada através da inscrição «Caixa de primeiros socorros» e possuir indicações sobre
o seu conteúdo em língua portuguesa e validade do respetivo conteúdo quando aplicável;
e) Deve possuir sistema de fecho;
f) Deve ser hermética;
g) O respetivo conteúdo não deve cair quando a caixa é inclinada a um ângulo de 30° relativamente a um plano
horizontal.

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Conteúdo mínimo da caixa:


a) Um rolo adesivo (para manter as compressas fixas sobre o ferimento);
b) Vários pensos rápidos (para pequenos ferimentos);
c) Vários pensos de compressão (gaze) de diversos tamanhos (para compressão ou para manter os ferimentos
protegidos);
d) Várias compressas para queimaduras de diversos tamanhos (para ferimentos de maior dimensão);
e) Várias ligaduras elásticas de diversos tamanhos (para manter as compressas fixas sobre o ferimento);
f) Uma manta de primeiros socorros de tamanho mínimo de 2100 mm×1600 mm, em poliéster metalizado ou outro
material de características equivalentes, em embalagem fechada (para proteção contra o frio e o calor);
g) Várias compressas para feridas (para proteger ferimentos abertos);
h) Várias ligaduras triangulares (para imobilizar zonas corporais fraturadas);
i) Uma tesoura (para cortar roupa);
j) Vários pares de luvas descartáveis, em embalagem fechada (para proteção contra infeções);
l) Um manual de primeiros socorros;
m) Uma lista do conteúdo da caixa de primeiros socorros com indicação da matrícula do veículo.

1.4 Cintos de segurança

O Código da Estrada determina a obrigatoriedade de utilização dos cintos de segurança, tanto pelo motorista como pelos
passageiros desde que existam.

Quem não utilizar o cinto de segurança, ou o utilizar incorretamente é sancionado com coima de 120 a 600 euros.

Mas mais importante que a sanção o passageiro deve perceber que a utilização do cinto de segurança é fundamental para
a sua segurança. Em caso de impacto ou de uma travagem brusca certamente minimizará as consequências de uma
eventual projeção.

Contudo, esta regra não está ainda interiorizada pelos portugueses. Talvez por circularem num veículo de grandes
dimensões se sintam mais protegidos. Contudo, devem lembrar-se que mesmo os passageiros transportados em
autocarros sofrem projeção em caso de acidente.

A utilização do cinto de segurança tem ainda a vantagem de minimizar as deslocações dos passageiros no interior do
autocarro durante a viagem.

Os passageiros de automóveis pesados de passageiros devem ser informados de que, quando se encontrem sentados e
os veículos estejam em marcha, são obrigados a usar o cinto de segurança. A informação a que se refere o número
anterior deve ser dada por um dos seguintes modos:
a) Pelo condutor;
b) Pelo revisor, guia ou pessoa nomeada chefe de grupo;
c) Por meios audiovisuais;
d) Através da colocação nos assentos de pictograma adequado.

Entende-se por:
a) «Cinto de segurança» o conjunto de precintas com fivela de fecho, dispositivos de regulação e peças de fixação,
suscetível de ser fixado no interior de um automóvel e concebido de maneira a reduzir o risco de ferimento para o
utente, em caso de colisão ou de desaceleração brusca do veículo, limitando as possibilidades de movimento do seu
corpo;
b) «Conjunto do cinto» a montagem que engloba cinto de segurança e qualquer dispositivo de absorção de energia ou
de retração do cinto;
c) «Sistema de retenção para crianças» o conjunto de componentes, que pode incluir uma combinação de precintas ou
componentes flexíveis com uma fivela de aperto, dispositivo de regulação, acessórios e, nalguns casos, uma cadeira
adicional e ou um escudo contra impactes, capaz de ser fixado a um automóvel, sendo concebido de modo a
diminuir o risco de ferimentos do utilizador em caso de colisão ou de desaceleração do veículo através da limitação
da mobilidade do seu corpo.

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Os cintos de segurança devem ser usados com a fivela de fecho apertada, devendo a precinta subabdominal estar
apertada, colocada numa posição baixa sobre as coxas, e a precinta diagonal, caso exista, repousada sobre o ombro e
cruzar o tórax, não podendo ser colocada debaixo do braço ou atrás das costas.
Estão isentas da obrigação do uso do cinto de segurança, as pessoas que possuam um atestado médico de isenção
por graves razões de saúde, passado pela autoridade de saúde da área da sua residência. O titular do atestado médico
deve exibi-lo sempre que solicitado pelas entidades fiscalizadoras.
Quando o uso de cinto de segurança se revele inconveniente para o exercício eficaz de determinadas atividades
profissionais, o presidente do IMTT pode dispensar o uso daquele acessório, a requerimento do interessado que
comprove devidamente a inconveniência do uso do mesmo.
Independentemente do despacho referido no parágrafo anterior, ficam dispensados do uso obrigatório do cinto de
segurança dentro das localidades:
a) Os condutores de veículos de polícia e de bombeiros, bem como os agentes de autoridade e bombeiros quando
transportados nesses veículos;
b) Os condutores de automóveis ligeiros de aluguer, letra A, letra T ou taxímetro.
Numa colisão a 50 Km/h, para uma criança que não esteja devidamente protegida, equivale a uma queda de um terceiro
andar. Importa, pois garantir que utilizam sistema de retenção adequado ao seu tamanho e peso, o qual terá de estar
corretamente instalado para que se torne eficaz.
Os sistemas de retenção para crianças são classificados em cinco grupos:
Os sistemas de retenção para crianças podem ser de duas classes:
a) Classe integral, que compreende uma combinação de precintas ou componentes flexíveis com uma fivela de fecho,
dispositivos de regulação, peças de fixação e, em alguns casos, uma cadeira adicional e ou um escudo contra
impactes, capaz de ser fixado por meio das suas próprias precintas integrais;
b) Classe não integral, que pode compreender um dispositivo de retenção parcial, o qual, quando utilizado juntamente
com um cinto de segurança para adultos passado em volta do corpo da criança ou disposto de forma a reter o
dispositivo, constitui um dispositivo de retenção para crianças completo.
As crianças que excedam 36 kg de peso devem utilizar o cinto de segurança e dispositivo elevatório que permita a
utilização daquele acessório em condições de segurança.
As crianças com deficiência que apresentem condições graves de origem neuromotora, metabólica, degenerativa,
congénita ou outra podem ser transportadas sem o sistema de retenção, desde que os assentos, cadeiras ou outros
sistemas de retenção tenham em conta as suas necessidades específicas e sejam prescritos por médico da
especialidade.

1.5 Carga do veículo

Os veículos pesados deverão ter no seu interior dispositivos para o transporte de bagagem. Contudo, por uma questão de
comodidade e de segurança, deve guardar-se no interior da viatura apenas bagagem de mão.
Os volumes de maior dimensão devem ser colocados nos compartimentos de bagagem da viatura. Em regra o
compartimento de carga situa-se na parte inferior da viatura. Contudo existem viaturas que dispõem de sistema de
armazenamento de carga suspensos na traseira da viatura, o que atrelam reboque.
O transporte no tejadilho da viatura é permitido, mas está a cair em desuso.
Antes de iniciar a viagem o motorista deve certificar-se que a bagagem ficou bem acondicionada e que não se
movimentará durante o percurso. No caso menos habitual da bagagem ser transportada no tejadilho do autocarro deve
garantir que não existe qualquer hipóteses desta vir a soltar-se.

Deve verificar ainda se a porta do compartimento de bagagens ficou corretamente fechada. A abertura desta porta em
andamento pode trazer consequências gravíssimas para a segurança, não só pela projeção da bagagem, mas também
pelo facto de a própria porta poder vir a atingir os outros utentes da via.

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Anexo I

Decreto-Lei n.º 3/2001, e 10 de Janeiro


(alterado pelo Decreto-Lei n.º 90/2002

CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1.o
Âmbito

O presente diploma aplica-se aos transportes rodoviários de passageiros, efectuados por meio de veículos automóveis
construídos ou adaptados para o transporte de mais de nove pessoas, incluindo o condutor.

Artigo 2.o
Definições

1 — Para efeitos do disposto no presente diploma e legislação complementar, considera-se:


a) Autocarro: o veículo automóvel construído ou adaptado para o transporte de passageiros com lotação superior a nove
lugares, incluindo o condutor;
b) Transportes nacionais: os serviços de transporte rodoviário que se realizem, na totalidade do seu percurso, em território
português;
c) Transportes internacionais: os serviços de transporte rodoviário que, implicando o atravessamento de fronteiras, se
desenvolvam parcialmente em território português;
d) Cabotagem: os transportes nacionais realizados por transportadores não estabelecidos no território português;
e) Transporte público ou por conta de outrem: o transporte de passageiros, oferecido ao público ou a certas categorias de
utentes, que nos termos da alínea seguinte se não classifique como particular;
f) Transporte particular ou por conta própria: o transporte efectuado sem fins lucrativos ou comerciais por uma pessoa
singular ou colectiva, desde que:
O transporte constitua apenas uma actividade acessória;
Os veículos sejam da propriedade dessa pessoa singular ou colectiva, ou por ela tenham sido adquiridos em regime de
locação financeira ou de contrato de locação a longo prazo, e sejam conduzidos por um elemento do pessoal dessa
pessoa singular ou colectiva ou pelo próprio, quando se tratar de pessoa singular;
g) Serviços regulares: aqueles que asseguram o transporte de passageiros segundo itinerário, frequência, horário e tarifas
predeterminados e em que podem ser tomados e largados passageiros em paragens previamente estabelecidas;
h) Serviços regulares especializados: os serviços regulares que asseguram o transporte de determinadas categorias de
passageiros com a exclusão de outros, nos quais se incluem, nomeadamente, os transportes:
De estudantes entre o domicílio e o respectivo estabelecimento de ensino;
De trabalhadores entre o domicílio ou ponto de encontro previamente designado e o respectivo local de trabalho;
i) Serviços ocasionais: os serviços que asseguram o transporte de grupos de passageiros previamente constituídos e com
uma finalidade conjunta, organizados por iniciativa de terceiro ou do próprio transportador;
j) Documentos de controlo: os documentos exigidos para a realização de transportes de passageiros pela regulamentação
nacional e pela regulamentação comunitária ou por convenção internacional sobre transportes rodoviários de passageiros,
nomeadamente autorizações, contratos, folhas de itinerário, certificados e licença do veículo.
2 — Para efeitos da alínea f) do número anterior, considera-se contrato de locação a longo prazo o que se celebra por
período superior a um ano.

CAPÍTULO II
Acesso à actividade
Artigo 3.o
Licenciamento da actividade

1 — A actividade de transporte público rodoviário de passageiros ou por conta de outrem só pode ser exercida por
empresas licenciadas para o efeito pela Direcção-Geral de Transportes Terrestres (DGTT).
2 — O licenciamento na actividade de transportes públicos nacionais ou internacionais de passageiros só pode ser
concedido a sociedades comerciais, cooperativas e empresas públicas ou de capitais públicos que comprovem reunir os
requisitos de acesso à actividade.
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3 — O licenciamento para o exercício da actividade de transporte público nacional ou internacional de passageiros é


titulado por um alvará ou por uma licença comunitária, respectivamente, emitidos por prazo não superior a cinco anos,
intransmissíveis e renováveis mediante comprovação de que se mantêm os requisitos de acesso à actividade.
4 — A DGTT procederá ao registo das empresas licenciadas que realizem os transportes de passageiros previstos neste
diploma, nos termos da lei em vigor.

Artigo 4.o
Requisitos de acesso à actividade

São requisitos de acesso à actividade a idoneidade, a capacidade técnica e profissional e a capacidade financeira.

Artigo 5.o
Idoneidade

1 — A idoneidade é aferida pela inexistência de impedimentos legais, nomeadamente condenação pelos ilícitos previstos
no n.o 2, quando praticados pelos administradores, directores ou gerentes.
2 — São consideradas idóneas as pessoas relativamente às quais se não verifique algum dos seguintes impedimentos:
a) Proibição legal para o exercício do comércio;
b) Condenação, com trânsito em julgado, por crime de tráfico de estupefacientes, por branqueamento de capitais, por
fraude fiscal ou aduaneira;
c) Condenação, com trânsito em julgado, por crimes de falência intencional, de apropriação ilegítima ou de administração
danosa;
d) Condenação, com trânsito em julgado, por crime contra a propriedade, em pena não inferior a 2 anos;
e) Condenação, com trânsito em julgado, por crime de corrupção e tráfico de influência;
f) Condenação, com trânsito em julgado, na medida de interdição do exercício da profissão, independentemente da
natureza do crime;
g) Condenação, com trânsito em julgado, pela prática de concorrência ilícita ou desleal;
h) Condenação, com trânsito em julgado, por infracções graves e repetidas à regulamentação sobre tempos de condução
e de repouso ou à regulamentação sobre a segurança rodoviária, nos casos em que seja decretada a interdição do
exercício da profissão;
i) Condenação, com trânsito em julgado, por infracções cometidas no exercício da actividade transportadora às normas
relativas ao regime das prestações de natureza retributiva ou às condições de higiene e segurança no trabalho, à
protecção do ambiente e à responsabilidade profissional, nos casos em que seja decretada a interdição do exercício da
profissão.
3 — Para efeitos do presente diploma, a aplicação da sanção acessória de suspensão de licença ou alvará para o
exercício da actividade da empresa implica que os administradores, directores ou gerentes, que tenham responsabilidade
específica pela área do transporte e estejam em exercício de funções à data da prática das infracções, fiquem impedidos
de assumir idêntica responsabilidade noutra empresa, pelo mesmo período de tempo.

Artigo 6.o
Capacidade técnica e profissional

1 — A capacidade profissional consiste na existência de recursos humanos que possuam conhecimentos adequados para
o exercício da actividade de transportes de passageiros, atestados por certificado de capacidade profissional.
2 — A capacidade profissional deve ser preenchida por um administrador, director ou gerente que dirija a empresa em
permanência e efectividade ou, no caso de empresas públicas ou serviços municipalizados, pela pessoa que tenha a seu
cargo a direcção do serviço de exploração de transportes da empresa.
3 — A capacidade técnica será definida por portaria do membro do Governo responsável pela área dos transportes.

Artigo 7.o
Reconhecimento da capacidade profissional

1 — Será emitido pela DGTT um certificado de capacidade profissional para transportes rodoviários de passageiros,
nacionais ou internacionais, consoante o caso, às pessoas que:
a) Obtenham aprovação em exame sobre as matérias referidas na lista do anexo I ao presente diploma, que dele faz parte
integrante;
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b) Comprovem curricularmente uma experiência prática de pelo menos cinco anos como administradores, directores ou
gerentes de uma empresa de transportes rodoviários de passageiros, nacionais ou internacionais e obtenham aprovação
em exame específico de controlo sobre as matérias referidas no anexo I.
2 — Os exames a que se refere o número anterior serão realizados, em conformidade com regulamento aprovado por
portaria do membro do Governo responsável pela área dos transportes, de acordo com as regras constantes do anexo II
ao presente diploma.
3 — As pessoas diplomadas com curso do ensino superior, ou outro curso reconhecido oficialmente, que implique bom
conhecimento de alguma ou algumas das matérias referidas na lista do anexo I ao presente diploma podem ser
dispensadas do exame relativamente a essa ou a essas matérias.
4 — A DGTT reconhecerá os certificados de capacidade profissional para transportes rodoviários de passageiros emitidos
noutros Estados membros da União Europeia, desde que atestados pela respectiva autoridade competente.

Artigo 8.o
Capacidade financeira

1 — A capacidade financeira consiste na posse dos recursos necessários para garantir o início da actividade e a boa
gestão da empresa.
2 — As empresas devem dispor de um capital social mínimo de 100 000 euros para efeitos de início da actividade e,
durante o exercício, de um montante de capital e reservas que não seja inferior a 5000 euros por cada veículo licenciado
que possuam, quer em regime de propriedade, quer tenha sido adquirido em regime de locação financeira ou por contrato
de locação a longo prazo.
3 — A comprovação do disposto no número anterior é feita, para efeitos de início de actividade, por certidão do registo
comercial de que conste o capital social e, durante o exercício da actividade, por duplicado ou cópia autenticada do último
balanço apresentado para efeitos do imposto sobre o rendimento de pessoas colectivas (IRC) ou por garantia bancária.

Artigo 9.o
Dever de comunicação

1 — As empresas devem comunicar à DGTT as alterações ao pacto social, designadamente modificações na


administração, direcção ou gerência, bem como mudanças de sede, no prazo de 30 dias a contar da data da sua
ocorrência.
2 — A cessação de funções do responsável pelo serviço de exploração de transportes da empresa, quando este assegure
o requisito de capacidade profissional, deve ser comunicada à DGTT no prazo referido no número anterior.

Artigo 10.o
Falta superveniente dos requisitos de acesso à actividade

1 — Os requisitos de acesso à actividade são de verificação permanente, devendo as empresas comprovar o seu
preenchimento, sempre que lhes for solicitado.
2 — A falta superveniente de qualquer dos requisitos de acesso à actividade deve ser suprida no prazo de um ano a
contar da data da sua ocorrência.
3 — Decorrido o prazo previsto no número anterior sem que a falta seja suprida, caduca a licença comunitária ou o alvará
para o exercício da actividade.

CAPÍTULO III
Acesso e organização do mercado
Artigo 11.o
Transportes públicos nacionais de passageiros

1 — Os transportes públicos nacionais de passageiros só podem ser realizados por empresas licenciadas nos termos do
artigo 3.o e de acordo com as regras definidas pelo presente diploma, sem prejuízo do disposto no artigo 12.o e na
regulamentação comunitária relativa a cabotagem.
2 — Na realização de transportes públicos de passageiros podem ser utilizados autocarros da propriedade plena do
transportador ou que este detenha a outro título, seja em virtude de contrato de locação financeira ou de mero contrato de
locação.

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Artigo 12.o
Serviços regulares

A realização de serviços regulares rege-se pelas regras de acesso e organização do mercado previstas por legislação
especial, salvo no que se refere ao licenciamento de veículos.

Artigo 13.o
Serviços regulares especializados

1 — Os serviços regulares só podem realizar-se mediante contrato escrito entre a empresa transportadora e a entidade
interessada na prestação de serviços, o qual, para além de identificar as partes, deve mencionar a categoria de utentes e
indicar o itinerário, a frequência e as paragens.
2 — Durante a realização de serviços regulares especializados, o contrato ou a sua cópia autenticada deve estar a bordo
do autocarro.

Artigo 14.o
Serviços ocasionais

1 — Os serviços ocasionais devem realizar-se ao abrigo de um documento descritivo do serviço ou folha de itinerário, o
qual deve estar a bordo do autocarro, devidamente preenchido e numerado.
2 — Do documento descrito deve constar a identificação do transportador e do organizador, a finalidade do serviço e o
respectivo itinerário, com indicação das localidades de origem, destino e de tomada e largada de passageiros, bem como
as datas de início e termo da viagem.

Artigo 15.o
Licenciamento de veículos

1 — Os veículos a afectar ao transporte público de passageiros estão sujeitos a licença a emitir pela DGTT.
2 — As condições de licenciamento e os requisitos dos veículos são definidos por portaria do membro do Governo
responsável pela área dos transportes, sem prejuízo da legislação aplicável a transportes turísticos.
3 — As licenças dos veículos caducam nos casos de não aprovação do veículo em inspecção periódica ou de falta de
seguro automóvel obrigatório.

Artigo 16.o
Identificação do serviço

Os autocarros a utilizar nos serviços ocasionais e nos serviços regulares especializados devem ostentar dísticos
identificativos do respectivo serviço.

Artigo 17.o
Certificado para transportes particulares

As pessoas singulares ou colectivas que pretendam efectuar transportes nacionais particulares ou por conta própria
devem estar munidas de um certificado a emitir pela DGTT, cujo prazo de validade não pode ser superior a cinco anos.

Artigo 18.o
Transportes em Portugal e países terceiros e cabotagem

1 — Os serviços regulares do transporte de passageiros entre Portugal e qualquer país não membro da União Europeia
estão sujeitos ao regime de autorização prévia, salvo disposição em contrário, estabelecida por acordo bilateral ou
convenção multilateral.
2 — Sem prejuízo do princípio da reciprocidade, não carecem de autorização os serviços ocasionais na forma de circuitos
em porta fechada, efectuados por transportadores estabelecidos em qualquer país não membro da União Europeia, desde
que efectuados ao abrigo de uma folha de itinerário.
3 — Não são permitidos os transportes de passageiros com origem e destino no território português, realizados por
transportadores estabelecidos em qualquer país não membro da União Europeia, salvo autorização da DGTT.
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4 — As autorizações a que se refere o n.o 1 deste artigo são concedidas pela DGTT para a parte do percurso situada em
território português.

Artigo 19.o
Documentos que devem estar a bordo do autocarro

Durante a realização de transportes rodoviários de passageiros devem estar a bordo do autocarro, designadamente, a
cópia certificada da licença comunitária ou a cópia do alvará, comprovativos da habilitação do transportador e, consoante
o tipo de serviço, os documentos a que se refere a alínea j) do n.o 1 do artigo 2.o

CAPÍTULO IV
Fiscalização e regime sancionatório
Artigo 20.o
Fiscalização

1 — São competentes para a fiscalização do cumprimento do disposto no presente diploma as seguintes entidades:
a) Direcção-Geral de Transportes Terrestres;
b) Inspecção-Geral de Obras Públicas, Transportes e Comunicações;
c) Guarda Nacional Republicana;
d) Polícia de Segurança Pública.
2 — As entidades referidas no número anterior podem proceder junto das pessoas singulares ou colectivas que efectuem
os serviços a que se refere o presente diploma a todas as investigações e verificações necessárias para o exercício da
sua competência fiscalizadora.
3 — Os funcionários com competência na área da fiscalização e no exercício de funções, desde que devidamente
credenciados, têm livre acesso aos locais destinados ao exercício da actividade das empresas.

Artigo 21.o
Contra-ordenações

1 — As infracções a que se referem os artigos 23.o a 30.o do presente diploma constituem contra-ordenações.
2 — A tentativa e a negligência são puníveis.

Artigo 22.o
Processamento das contra-ordenações

1 — O processamento das contra-ordenações previstas neste diploma compete à DGTT.


2 — A aplicação das coimas é da competência do director-geral de Transportes Terrestres.
3 — A DGTT organizará o registo das infracções cometidas nos termos da legislação em vigor.

Artigo 23.o
Realização de transportes por entidade não licenciada

A realização de transportes públicos nacionais ou internacionais de passageiros por entidade não licenciada é punível
com coima de 750 a 3750 ou de 5000 a 25 000 euros, consoante se trate de pessoa singular ou colectiva.

Artigo 24.o
Falta de licenciamento ou de requisitos dos veículos, de dísticos e de certificado

1 — A realização de transportes de passageiros por meio de veículo sem a licença a que se refere o artigo 15.o do
presente diploma é punível com coima de 500 a 2500 euros.
2 — A inobservância dos requisitos dos veículos a que se refere o n.o 2 do artigo 15.o do presente diploma é punível com
coima de 375 a 1875 euros.
3 — A falta do dístico a que se refere o artigo 16.o do presente diploma é punível com coima de 250 a 1250 euros.
4 — A realização de transportes nacionais particulares ou por conta própria sem o certificado a que se refere o artigo 17.o
é punível com coima de 250 a 1250 euros.

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Artigo 25.o
Infracções aos serviços regulares especializados

1 — A realização de serviços regulares especializados sem o contrato a que se refere o artigo 13.o do presente diploma e
o artigo 6.o do Regulamento (CE) n.o 12/98, de 11 de Dezembro de 1997, é punível com coima de 750 a 3750 euros.
2 — A falta de menção de qualquer dos elementos obrigatórios do contrato, referidos no artigo 13.o e no n.o 2 do artigo
2.o do Regulamento (CE) n.o 12/98, de 11 de Dezembro de 1997, designadamente a categoria de utentes, itinerário,
frequência ou paragens, é punível com coima de 375 a 1875 euros.

Artigo 26.o
Infracções aos serviços ocasionais

1 — A realização de serviços ocasionais sem a folha de itinerário a que se refere o artigo 14.o do presente diploma ou o
artigo 6.o do Regulamento (CE) n.o 12/98, de 11 de Dezembro de 1997, é punível com coima de 500 a 2500 euros.
2 — O preenchimento incorrecto das folhas de itinerário a que se refere o número anterior é punível com coima de 250 a
1250 euros.

Artigo 27.o
Infracções à regulamentação comunitária

As infracções às normas sobre transportes internacionais previstas no Regulamento (CEE) n.o 684/92, de 16 de Março,
com a redacção dada pelo Regulamento (CE) n.o 11/98, de 11 de Dezembro de 1997, são puníveis nos seguintes termos:
a) A realização de transportes internacionais particulares ou por conta própria sem certificado, com coima de 500 a 2500
euros;
b) A realização de quaisquer serviços de transporte internacional sem a cópia autenticada da licença comunitária, com
coima de 1250 a 6250 euros;
c) A realização de serviços regulares sem autorização, com coima de 1250 a 6250 euros;
d) O não cumprimento dos itinerários e horários, durante a realização de serviços regulares, com coima de 1000 a 5000
euros;
e) A realização de serviços regulares especializados sem contrato, com coima de 750 a 3750 euros;
f) A realização de serviços ocasionais sem a folha de itinerário ou com esta incorrectamente preenchida, com coima de
500 a 2500 euros;
g) A não emissão do título de transporte, com coima de 100 a 500 euros.

Artigo 28.o
Infracções sobre transportes entre Portugal e países terceiros

As infracções ao disposto no artigo 18.o do presente diploma são puníveis nos seguintes termos:
a) A realização dos serviços regulares sem a autorização a que se refere o n.o 1, com coima de 1250 a 6250 euros;
b) A realização de serviços ocasionais sem a folha de itinerário a que se refere o n.o 2 ou com esta incorrectamente
preenchida, com coima de 500 a 2500 euros;
c) A realização dos serviços de cabotagem sem a autorização a que se refere o n.o 3, com coima de 1250 a 6250 euros.

Artigo 29.o
Falta de apresentação de documentos

1 — A não apresentação dos documentos a que se refere o artigo 19.o no acto da fiscalização é punível com as coimas
previstas, caso a caso, no presente diploma, salvo se, até ao termo do prazo fixado para a contestação no processo
contra-ordenacional, for comprovada a existência do documento não apresentado.
2 — A mera falta de apresentação dos documentos, referida no número anterior, é punível com coima de 75 a 375 euros.

Artigo 30.o
Falta de comunicação

O não cumprimento do dever de comunicação previsto no artigo 9.o do presente diploma é punível com coima de 125 a
625 euros.
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Artigo 31.o
Sanções acessórias

1 — Com a aplicação da coima, pode ser simultaneamente decretada a sanção acessória de suspensão de autorizações,
licenças e alvarás, quando o transportador tiver praticado três das infracções referidas nos artigos 24.o, n.os 1 e 2, 25.o,
n.o 1, 26.o, n.o 1, e 27.o, alíneas b) e d), durante o prazo de um ano a contar da data da primeira decisão condenatória,
quando definitiva e exequível, ou da data do pagamento voluntário da coima.
2 — A suspensão de autorizações, licenças e alvarás terá a duração máxima de um ano.
3 — A aplicação da sanção acessória prevista no n.o 1 implica o depósito na DGTT dos respectivos documentos, sem o
que os mesmos serão apreendidos.

Artigo 32.o
Infractores não estabelecidos em Portugal

1 — Se o infractor não for estabelecido em Portugal e não pretender efectuar o pagamento voluntário da coima, deve
proceder ao depósito de quantia igual ao valor máximo da coima prevista para a contra-ordenação praticada.
2 — O pagamento voluntário será efectuado pelo valor mínimo da coima, em numerário ou por outros meios de
pagamento em curso legal em Portugal.
3 — O depósito deve ser efectuado no acto da verificação da contra-ordenação e destina-se a garantir o pagamento da
coima em que o infractor possa vir a ser condenado, bem como das despesas legais a que houver lugar.
4 — Se, no acto da verificação da contra-ordenação, o infractor não puder proceder ao pagamento voluntário ou ao
depósito, mas declare que o pretende fazer, ser-lhe-á concedido um prazo para o efeito até ao termo do primeiro dia útil
posterior ao da infracção, sendo-lhe apreendidos todos os documentos relativos ao veículo e à realização do transporte e
emitidas guias de substituição com validade até o termo daquele prazo.

Artigo 33.o
Imobilização do autocarro

1 — A falta de pagamento voluntário ou do depósito nos termos do artigo anterior implica a imobilização do autocarro, que
se manterá até à efectivação do pagamento ou do depósito ou até à decisão absolutória.
2 — Para efeitos de imobilização do veículo, os agentes de fiscalização podem ordenar a sua deslocação para local
apropriado e proceder ao bloqueamento ou selagem de órgãos essenciais do veículo, devendo, sempre que necessário,
colaborar no encaminhamento dos respectivos passageiros.
3 — No acto de imobilização será preenchido um documento, cujo original será apenso ao auto de notícia e umduplicado
entregue ao condutor, o qual deve conter a identificação do veículo e do condutor, bem como a descrição dos factos que
deram origem à imobilização.
4 — São da responsabilidade da entidade que realiza o transporte os danos eventualmente resultantes da imobilização do
autocarro, salvo os que forem causados por acções não necessárias à operação de imobilização imputáveis aos agentes
de fiscalização.

Artigo 34.o
Produto das coimas

O produto das coimas será distribuído da seguinte forma:


a) 20%para a DGTT, constituindo receita própria;
b) 20% para a entidade fiscalizadora;
c) 60% para o Estado.

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CAPÍTULO V
Disposições finais e transitórias
Artigo 35.o
Modelos de licenças e outros documentos

Os modelos das licenças, alvarás, autorizações, dísticos, folhas de itinerário e certificados a que se refere o presente
diploma, que não estejam previstos em regulamentação comunitária ou em acordos bilaterais ou convenções multilaterais,
são aprovados por despacho do director-geral de Transportes Terrestres.

Artigo 36.o
Afectação de receitas

Constituem receita própria da DGTT os montantes que vierem a ser fixados, por despacho conjunto dos Ministros do
Equipamento Social e das Finanças, para as inscrições nos exames a que se refere o artigo 7.o e para a emissão de
certificados, licenças, alvarás, autorizações e outros documentos de controlo referidos no presente diploma.

Artigo 37.o
Serviços municipalizados

Sem prejuízo do disposto no n.o 2 do artigo 6.o do presente diploma, o regime do acesso à actividade, previsto no capítulo
II, não se aplica à actividade de transportes desenvolvida directa e exclusivamente por serviços municipalizados.

Artigo 38.o
Cancelamento de autorizações e concessões

Em caso de caducidade da licença comunitária ou do alvará, serão canceladas as autorizações para transportes
internacionais de passageiros em autocarro e as concessões de carreiras de transporte colectivo de passageiros de que a
empresa seja titular.

Artigo 39.o
Remissão

As referências feitas em quaisquer diplomas, actos, contratos e quaisquer outros instrumentos legais a normas revogadas
pelo presente diploma consideram-se feitas ao mesmo.

Artigo 40.o
Disposição transitória

Sem prejuízo do disposto no artigo 10.o, será emitido um alvará às empresas que, à data da entrada em vigor do presente
diploma, já estejam habilitadas para o exercício da actividade de transportes nacionais rodoviários de passageiros.

Artigo 41.o
Legislação revogada

1 — São revogados os seguintes diplomas:


a) Os Decretos-Leis n.os 229/92, de 21 de Outubro, e 53/92, de 11 de Abril, e respectiva legislação complementar;
b) Os artigos 51.o e 52.o do Regulamento de Transportes em Automóveis, aprovado pelo Decreto n.o 37 272, de 31 de
Dezembro de 1948;
c) A Portaria n.o 959/87, de 26 de Dezembro.
2 — Até 31 de Dezembro de 2002 permanece em vigor o disposto na Portaria n.o 959/87, de 26 de Dezembro, na parte
aplicável ao transporte de passageiros em veículos de mercadorias.»

Artigo 42.o
Entrada em vigor

O presente diploma entra em vigor 30 dias após a data da sua publicação.


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ANEXO I
Lista das matérias referidas no artigo 7.o

Os conhecimentos a tomar em consideração para efeitos de reconhecimento da capacidade profissional devem incidir,
pelo menos, nas matérias abaixo mencionadas.

Os candidatos a transportador devem possuir o nível de conhecimentos e aptidões práticas necessário para dirigir uma
empresa de transporte rodoviário de passageiros.

O nível mínimo de conhecimentos, a seguir indicado, não pode ser inferior ao nível 3 da estrutura dos níveis de formação
previsto no anexo à Decisão n.o 85/368/CEE, isto é, uma formação adquirida com a escolaridade obrigatória
complementada por formação profissional ou formação técnica complementar, ou por formação técnica escolar ou de
outro tipo de nível secundário.

A —Elementos de direito civil


1 — Conhecer os principais contratos correntemente utilizados nas actividades de transporte rodoviário, bem como os
direitos e obrigações deles decorrentes.
2 — Ser capaz de negociar um contrato de transporte juridicamente válido, nomeadamente no que respeita às condições
de transporte.
3 — Ser capaz de analisar uma reclamação do cliente relativa a danos causados aos passageiros ou às suas bagagens
resultantes de um acidente ocorrido durante o transporte ou relativa a danos devidos a atraso, bem como os efeitos dessa
reclamação, quanto à sua responsabilidade contratual.

B — Elementos de direito comercial


1 — Conhecer as condições e formalidades necessárias para exercer o comércio e as obrigações gerais dos
comerciantes (registo, livros comerciais, etc.), bem como as consequências da falência.
2 — Possuir conhecimentos suficientes sobre sociedades comerciais, formas e regras de constituição e funcionamento.

C — Elementos de direito social


1 — Conhecer o papel e o funcionamento das diferentes instituições sociais que intervêm no sector do transporte
rodoviário (sindicatos, comissões de trabalhadores, delegados do pessoal, inspecção do trabalho, etc.).
2 — Conhecer as obrigações das entidades patronais em matéria de segurança social.
3 — Conhecer as regras aplicáveis aos contratos de trabalho relativos às diferentes categorias de trabalhadores das
empresas de transporte rodoviário (forma dos contratos, obrigações das partes, condições e tempo de trabalho, férias
pagas, remuneração, rescisão do contrato, etc.).
4 — Conhecer as disposições do Regulamento (CEE) n.o 3820/85 e do Regulamento (CEE) n.o 3821/85, bem como as
respectivas medidas práticas de aplicação.

D — Elementos de direito fiscal


1 — Conhecer as regras relativas ao IVA aplicável aos serviços de transporte.
2 — Conhecer as regras aplicáveis a impostos de circulação dos veículos.
3 — Conhecer os impostos sobre certos veículos utilizados para o transporte rodoviário de passageiros, bem como às
portagens e direitos de utilização cobrados pela utilização de certas infra-estruturas.
4 — Conhecer os impostos sobre o rendimento.

E — Gestão comercial e financeira da empresa


1 — Conhecer as disposições legais e práticas relativas à utilização de cheques, letras, promissórias, cartões de crédito e
outros meios ou métodos de pagamento.
2 — Conhecer as formas de crédito (bancário, documentário, fianças, hipotecas, locação financeira, aluguer, facturação,
etc.), bem como os respectivos encargos e obrigações delas decorrentes.
3 — Saber o que é o balanço, modo como se apresenta e capacidade de o interpretar.
4 — Ser capaz de ler e interpretar uma conta de ganhos e perdas.
5 — Ser capaz de analisar a situação financeira e rentabilidade da empresa, nomeadamente com base nos coeficientes
financeiros.
6 — Ser capaz de preparar um orçamento.

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7 — Conhecer as diferentes componentes dos seus preços de custo (custos fixos, custos variáveis, fundos de exploração,
amortizações, etc.) e ser capaz de calcular por veículo, ao quilómetro ou à viagem.
8 — Ser capaz de elaborar um organigrama e organizar planos (relativos a todo o pessoal da empresa, planos de
trabalho, etc.).
9 — Conhecer os princípios de estudos de mercado (marketing), promoção de venda dos serviços de transporte,
elaboração de ficheiros de clientes, publicidade, relações públicas, etc.
10 — Conhecer os diferentes tipos de seguros próprios dos transportadores rodoviários (seguros de responsabilidade),
bem como garantias e as obrigações daí decorrentes.
11 — Conhecer as aplicações telemáticas no domínio do transporte rodoviário.
12 — Ser capaz de aplicar regras relativas às tarifas e à formação dos preços nos transportes públicos e privados de
passageiros.
13 — Ser capaz de aplicar regras relativas à facturação do serviço de transporte rodoviário de passageiros.

F — Acesso ao mercado
1 — Conhecer a regulamentação sobre transportes rodoviários por conta de outrem para a locação de veículos industriais,
para a subcontratação, nomeadamente as regras relativas à organização oficial da profissão, ao acesso à mesma, às
autorizações para os transportes
rodoviários intracomunitários e extracomunitários, ao controlo e às sanções.
2 — Conhecer a regulamentação relativa ao estabelecimento de uma empresa de transporte rodoviário.
3 — Conhecer os diferentes documentos exigidos para a execução dos serviços de transporte rodoviário e ser capaz de
instaurar procedimentos de verificação para garantir a presença, tanto na empresa como a bordo dos veículos, de
documentos conformes referentes a cada transporte efectuado, nomeadamente os documentos relativos ao veículo, ao
motorista ou às bagagens.
4 — Conhecer as regras relativas à organização do mercado dos transportes rodoviários de passageiros.
5 — Conhecer as regras para criação de serviços de transporte e ser capaz de elaborar planos de transporte.

G — Normas técnicas e de exploração


1 — Conhecer as regras relativas aos pesos e às dimensões dos veículos nos Estados membros, bem como os
procedimentos relativos aos transportes excepcionais que constituem derrogações a essas regras.
2 — Ser capaz de escolher, em função das necessidades da empresa, os veículos e os seus elementos (quadro, motor,
órgãos de transmissão, sistemas de travagem, etc.).
3 — Conhecer as formalidades relativas à recepção, matrícula e controlo técnico dos veículos.
4 — Ser capaz de estudar as medidas a tomar contra a poluição do ar pelas emissões dos veículos a motor e contra o
ruído.
5 — Ser capaz de elaborar planos de manutenção periódica dos veículos e do seu equipamento.

H — Segurança rodoviária
1 — Conhecer as qualificações exigidas aos condutores (carta de condução, certificados médicos, atestados de
capacidade, etc.).
2 — Ser capaz de realizar acções para se certificar de que os condutores respeitam as regras, as proibições e as
restrições de circulação em vigor nos diferentes Estados membros (limites de velocidade, prioridades, paragem e
estacionamento, utilização das luzes, sinalização rodoviária, etc.).
3 — Ser capaz de elaborar instruções destinadas aos condutores respeitantes à verificação das normas de segurança
relativas ao estado do material de transporte, do equipamento e da carga e à condução preventiva.
4 — Ser capaz de instaurar procedimentos de conduta em caso de acidente e de aplicar os procedimentos adequados
para evitar a repetição de acidentes e infracções graves.
5 — Possuir conhecimentos elementares da geografia rodoviária dos Estados membros.

ANEXO II
Organização do exame para obtenção de capacidade profissional

1 — O exame para obtenção de capacidade profissional é constituído por um exame escrito obrigatório, que poderá ser
completado por um exame oral, para verificar se os candidatos a transportadores rodoviários possuem o nível de
conhecimentos exigidos nas matérias indicadas no anexo I.
2 — O exame escrito obrigatório é constituído pelas duas provas seguintes:

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2.1 — Perguntas de escolha múltipla com quatro respostas possíveis, perguntas de resposta directa, ou uma combinação
dos dois sistemas;
2.2 — Exercícios escritos/análise de casos.
A duração mínima de cada uma das duas provas é de duas horas.
3 — No caso de ser organizado um exame oral, a participação nesse exame fica subordinada a aprovação nas provas
escritas.
4 — A atribuição de pontos a cada prova fica subordinada ao seguinte critério:
4.1 — Se o exame incluir uma prova oral, a cada uma das três provas não poderá ser atribuído menos de 25% do total
dos pontos do exame nem mais de 40%;
4.2 — Se for organizado apenas um exame escrito, a cada prova não poderá ser atribuído menos de 40% do total dos
pontos de exame nem mais de 60%.
5 — No conjunto das provas, os candidatos devem obter pelo menos uma média de 60%do total dos pontos do exame. A
pontuação obtida em cada prova não pode ser inferior a 50% dos pontos atribuídos à mesma, podendo contudo ser
reduzida a 40%numa única prova.

ANEXO II

Lei n.º 27/2010


de 30 de Agosto

Estabelece o regime sancionatório aplicável à violação das normas respeitantes aos tempos de condução, pausas e
tempos de repouso e ao controlo da utilização de tacógrafos, na actividade de transporte rodoviário, transpondo a
Directiva n.º 2006/22/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de Março, alterada pelas Directivas n.os
2009/4/CE, da Comissão, de 23 de Janeiro, e 2009/5/CE, da Comissão, de 30 de Janeiro. A Assembleia da República
decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1.º
Objecto

1 — A presente lei transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2006/22/CE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 15 de Março, alterada pelas Directivas n.os 2009/4/CE, da Comissão, de 23 de Janeiro, e 2009/5/CE, da
Comissão, de 30 de Janeiro, na parte respeitante a:
a) Regime sancionatório da violação, no território nacional, das disposições sociais constantes do Regulamento (CE) n.º
561/2006, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de Março;
b) Controlo, no território nacional, da instalação e utilização de tacógrafos de acordo com o Regulamento (CE) n.º
3821/85, do Conselho, de 20 de Dezembro, e da aplicação das disposições sociais constantes do regulamento referido na
alínea anterior.
2 — A presente lei regula, ainda, o regime sancionatório da violação das disposições sociais constantes do
Acordo Europeu Relativo ao Trabalho das Tripulações dos Veículos que Efectuem Transportes Internacionais Rodoviários
(AETR).
3 — O regime estabelecido no capítulo III é também aplicável a infracções cometidas no território de outro Estado que
sejam detectadas em território nacional, desde que não tenham dado lugar à aplicação de uma sanção.

CAPÍTULO II
Aplicação e controlo das disposições sociais comunitárias no domínio dos transportes rodoviários e do AETR
SECÇÃO I
Aplicação das disposições sociais comunitárias e do AETR
Artigo 2.º
Aplicação da regulamentação nacional

1 — Em caso de transporte efectuado inteiramente em território português, o condutor ao serviço de empresa neste
estabelecida está sujeito à regulamentação colectiva de trabalho aplicável que preveja tempos máximos de condução

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menos elevados ou pausas ou períodos de repouso mais elevados do que os estabelecidos na regulamentação
comunitária ou no AETR.
2 — Na situação prevista no número anterior, o incumprimento de normas aplicáveis da regulamentação nacional que
corresponda simultaneamente a infracção ao disposto em norma dos artigos 19.º a 21.º é sancionado nos termos da
presente lei.

Artigo 3.º
Registo manual por condutor de veículo matriculado em país terceiro

O condutor de veículo pesado matriculado em Estado que não seja membro da União Europeia nem Parte Contratante do
AETR, não equipado com tacógrafo conforme à legislação comunitária ou ao AETR, deve registar manualmente em folha
diária de modelo análogo à utilizada nos termos desse Acordo, o seguinte:
a) Os tempos de condução;
b) Os tempos de outras actividades profissionais além da condução;
c) As pausas e os tempos de repouso.

SECÇÃO II
Controlo da aplicação das disposições sociais comunitárias e do AETR
Artigo 4.º
Modalidades de controlo

1 — Os controlos da aplicação das disposições sociais comunitárias e do AETR são realizados na estrada e nas
instalações das empresas.
2 — Os controlos devem incidir sobre, pelo menos, 3 % dos dias de trabalho dos condutores abrangidos pelos
regulamentos referidos no artigo 1.º
3 — Dos dias de trabalho controlados, um mínimo de 30 % deve corresponder a controlos na estrada e um mínimo de 50
% deve corresponder a controlos nas instalações das empresas.
4 — Os controlos efectuados nas instalações das autoridades competentes, com base em dados solicitados às empresas,
equivalem a controlos efectuados nas instalações destas.

Artigo 5.º
Controlo na estrada

1 — Os controlos na estrada devem ocorrer em diferentes locais e a qualquer hora, abrangendo uma parte da rede
rodoviária com a extensão necessária, com vista a prevenir que as entidades controladas evitem os locais de controlo.
2 — Os controlos são efectuados através de rotação aleatória que tenha em vista um equilíbrio geográfico adequado,
sendo instalados pontos de controlo em número suficiente nas estradas ou na sua proximidade, nomeadamente em
estações de serviço e locais seguros nas autoestradas.
3 — Os controlos na estrada são realizados em simultâneo com as autoridades de controlo transfronteiriças, pelo menos
seis vezes por ano, mediante coordenação nos termos da alínea a) do artigo 10.º
4 — Os controlos incidem sobre todos ou parte dos elementos referidos na parte A do anexo à presente lei, de que faz
parte integrante.
5 — Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 7.º, os controlos são realizados sem discriminação, nomeadamente, em
razão:
a) Do país de matrícula do veículo;
b) Do país de residência do condutor;
c) Do país de estabelecimento da empresa;
d) Da origem e destino da viagem;
e) Do tipo de tacógrafo, analógico ou digital.
6 — Os agentes encarregados da fiscalização devem dispor de:
a) Uma lista dos principais elementos a controlar, nos termos da parte A do anexo à presente lei;
b) Um equipamento normalizado de controlo que permita descarregar dados da unidade do veículo e do cartão de
condutor a partir do tacógrafo digital, ler e analisar dados ou transmiti-los a uma base central para análise, e controlar as
folhas do tacógrafo.
7 — Sempre que o controlo efectuado na estrada a condutor de veículo registado noutro Estado membro indicie infracção
para cuja prova sejam necessários outros elementos além dos transportados no veículo, é solicitada a informação em falta
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ao organismo referido no artigo 10.º, o qual providencia junto do organismo congénere do Estado membro em causa a
obtenção da informação pertinente.

Artigo 6.º
Controlos nas instalações das empresas

1 — Os controlos nas instalações das empresas são programados por cada uma das autoridades encarregadas dessa
fiscalização, tendo em conta os diferentes tipos de transporte e de empresas, e têm lugar sempre que sejam detectadas
nos controlos de estrada infracções graves ou muito graves aos regulamentos referidos no artigo 1.º
2 — Os controlos nas instalações das empresas incidem sobre os elementos referidos no anexo à presente lei.
3 — Os agentes encarregados da fiscalização devem dispor de:
a) Uma lista dos principais elementos a controlar, de acordo com o disposto no anexo à presente lei;
b) Um equipamento normalizado referido na alínea b) do n.º 6 do artigo anterior;
c) Um equipamento específico, dotado de software que permita verificar e confirmar a assinatura digital associada aos
dados e estabelecer o perfil de velocidade do veículo previamente à inspecção do tacógrafo.
4 — Os agentes encarregados da fiscalização têm em conta, durante todas as fases do processo de controlo e
fiscalização, todas as informações respeitantes às actividades da empresa noutros Estados membros que tenham sido
prestadas pelos organismos de ligação desses Estados membros.
5 — Aos controlos efectuados nas instalações das autoridades competentes aplica-se o disposto nos números anteriores.

Artigo 7.º
Sistema de classificação de riscos

1 — Os membros do Governo responsáveis pelas áreas a que pertencem as autoridades encarregadas da fiscalização
estabelecem, por portaria conjunta, um sistema de classificação de riscos.
2 — O sistema referido no número anterior estabelece o grau de risco das empresas, tendo em consideração o número e
a gravidade das infracções previstas na presente lei, cometidas pelas empresas, e de acordo com a regulamentação
comunitária sobre a matéria.
3 — O rigor e a frequência do controlo dependem do grau de risco em que as empresas sejam classificadas.

Artigo 8.º
Conservação de documentos

A empresa deve conservar, pelo menos durante um ano, os documentos, os registos dos resultados e outros dados
relevantes relativos aos controlos efectuados nas suas instalações ou na estrada, fornecidos por agentes encarregados da
fiscalização.

Artigo 9.º
Fiscalização

A fiscalização do cumprimento das disposições sociais comunitárias no domínio dos transportes rodoviários e do AETR é
assegurada, no âmbito das respectivas atribuições, pelas seguintes entidades:
a) Autoridade para as Condições do Trabalho;
b) Guarda Nacional Republicana;
c) Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, I. P. (IMTT, I. P.);
d) Polícia de Segurança Pública.

Artigo 10.º
Organismo de coordenação e ligação

1 — Compete ao IMTT, I. P., enquanto organismo de coordenação e ligação:


a) Assegurar a coordenação das acções efectuadas ao abrigo do n.º 3 do artigo 5.º, com os organismos congéneres dos
outros Estados membros;
b) Transmitir à Comissão Europeia os elementos estatísticos bienais, nos termos dos n.os 1 e 2 do artigo 17.º do
Regulamento (CE) n.º 561/2006, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de Março;
c) Assegurar a disponibilização de informações nos termos do artigo 11.º
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2 — O IMTT, I. P., disponibiliza aos organismos de coordenação e ligação dos outros Estados membros as informações
referidas no n.º 3 do artigo 19.º do Regulamento (CEE) n.º 3821/85, do Conselho, de 20 de Dezembro, e no n.º 2 do artigo
22.º do Regulamento (CE) n.º 561/2006, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de Março, pelo menos de seis em
seis meses e em caso de pedido específico.
3 — O IMTT, I. P., promove, pelo menos uma vez por ano, em conjunto com os organismos de coordenação e ligação dos
outros Estados membros:
a) Programas de formação sobre melhores práticas para os agentes encarregados da fiscalização;
b) Intercâmbio entre o seu pessoal e o dos organismos de coordenação e ligação dos outros Estados membros.

Artigo 11.º
Recolha e divulgação de dados estatísticos

1 — As entidades responsáveis pela fiscalização recolhem, organizam e remetem anualmente ao IMTT, I. P., em formato
digital, os dados respeitantes a essa actividade, designadamente os seguintes:
a) No que respeita ao controlo na estrada:
i) O tipo de via pública, nomeadamente auto-estrada, estrada nacional ou estrada secundária, em que foi realizado o
controlo;
ii) O país de matrícula do veículo controlado;
iii) O tipo de tacógrafo, analógico ou digital utilizado;
b) No que respeita ao controlo nas instalações das empresas:
i) O tipo de actividade de transporte, nomeadamente internacional ou nacional, de passageiros ou de carga, por conta
própria ou por conta de outrem;
ii) A dimensão da frota da empresa;
iii) O tipo de tacógrafo, analógico ou digital utilizado.
2 — O IMTT, I. P., publicita os dados estatísticos recolhidos de acordo com o número anterior e transmite-os à Comissão
Europeia, de dois em dois anos.

CAPÍTULO III
Responsabilidade contra-ordenacional
SECÇÃO I
Regime geral
Artigo 12.º
Regime geral da responsabilidade contra-ordenacional

1 — O regime dos artigos 548.º a 565.º do Código do Trabalho é aplicável às contra-ordenações previstas na presente lei,
com as adaptações previstas no artigo 14.º
2 — O regime do procedimento das contra-ordenações laborais e de segurança social é aplicável às contra-ordenações
previstas na presente lei.

Artigo 13.º
Responsabilidade pelas contra-ordenações

1 — A empresa é responsável por qualquer infracção cometida pelo condutor, ainda que fora do território nacional.
2 — A responsabilidade da empresa é excluída se esta demonstrar que organizou o trabalho de modo a que o condutor
possa cumprir o disposto no Regulamento (CEE) n.º 3821/85, do Conselho, de 20 de Dezembro, e no capítulo II do
Regulamento (CE) n.º 561/2006, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de Março.
3 — O condutor é responsável pela infracção na situação a que se refere o número anterior ou quando esteja em causa a
violação do disposto no artigo 22.º
4 — A responsabilidade de outros intervenientes na actividade de transporte, nomeadamente expedidores, transitários ou
operadores turísticos, pela prática da infracção é punida a título de comparticipação, nos termos do regime geral das
contra-ordenações.

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Artigo 14.º
Valores das coimas

1 — A cada escalão de gravidade das contra-ordenações laborais corresponde uma coima variável em função do grau da
culpa do infractor, salvo o disposto no artigo 555.º do Código do Trabalho.
2 — Os limites mínimo e máximo das coimas correspondentes a contra-ordenação leve são os seguintes:
a) De 2 UC a 9 UC em caso de negligência;
b) De 6 UC a 15 UC em caso de dolo.
3 — Os limites mínimo e máximo das coimas correspondentes a contra-ordenação grave são os seguintes:
a) De 6 UC a 40 UC em caso de negligência;
b) De 13 UC a 95 UC em caso de dolo.
4 — Os limites mínimo e máximo das coimas correspondentes a contra-ordenação muito grave são os seguintes:
a) De 20 UC a 300 UC em caso de negligência;
b) De 45 UC a 600 UC em caso de dolo.
5 — A sigla UC corresponde à unidade de conta processual, definida nos termos do Regulamento das Custas
Processuais.
6 — Em caso de transporte de mercadorias perigosas ou de transporte pesado de passageiros, os limites mínimos e
máximos da coima aplicável são agravados em 30 %.

Artigo 15.º
Destino das coimas

1 — O produto das coimas aplicadas reverte para as seguintes entidades:


a) 50 % para a Autoridade para as Condições do Trabalho;
b) 25 % para o Fundo de Acidentes de Trabalho;
c) 15 % para a entidade autuante;
d) 10 % para o IMTT, I. P.
2 — No caso em que a Autoridade para as Condições do Trabalho seja a entidade autuante, o valor a que se refere a
alínea c) do número anterior reverte para o Fundo de Acidentes de Trabalho.

Artigo 16.º
Apreensão de folhas de registo

As folhas de registo de tacógrafo ou de livrete individual de controlo que indiciem a existência de qualquer infracção
prevista na presente lei devem ser apreendidas pelo autuante e juntas ao auto de notícia correspondente.

SECÇÃO II
Contra-ordenações em especial
Artigo 17.º
Idade mínima

Constitui contra-ordenação grave o exercício da actividade de condutor ou de ajudante de condutor por quem não tenha
completado a idade mínima prevista na regulamentação comunitária aplicável ou no AETR.

Artigo 18.º
Tempo de condução

1 — O tempo diário de condução que exceda o previsto na regulamentação comunitária aplicável ou no AETR constitui
contra-ordenação classificada como:
a) Leve, sendo inferior a dez horas;
b) Grave, sendo igual ou superior a dez horas e inferior a onze horas;
c) Muito grave, sendo igual ou superior a onze horas.
2 — O tempo diário de condução alargado que exceda o previsto na regulamentação comunitária aplicável ou no AETR
constitui contra-ordenação classificada como:
a) Leve, sendo inferior a onze horas;
b) Grave, sendo igual ou superior a onze horas e inferior a doze horas;
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c) Muito grave, sendo igual ou superior a doze horas.


3 — O tempo semanal de condução que exceda o previsto na regulamentação comunitária aplicável ou no AETR constitui
contra-ordenação classificada como:
a) Leve, sendo inferior a 60 horas;
b) Grave, sendo igual ou superior a 60 horas e inferior a 70 horas;
c) Muito grave, sendo igual ou superior a 70 horas.
4 — O tempo de condução total acumulado que exceda o previsto na regulamentação comunitária aplicável ou no AETR
constitui contra-ordenação classificada como:
a) Leve, sendo inferior a 100 horas;
b) Grave, sendo igual ou superior a 100 horas e inferior a 112 horas e 30 minutos;
c) Muito grave, sendo igual ou superior a 112 horas e 30 minutos.

Artigo 19.º
Tempo de condução ininterrupta

1 — O período de condução ininterrupta que exceda o previsto na regulamentação comunitária aplicável ou no AETR
constitui contra-ordenação classificada como:
a) Leve, sendo inferior a cinco horas;
b) Grave, sendo igual ou superior a cinco horas e inferior a seis horas;
c) Muito grave, sendo igual ou superior a seis horas.
2 — O incumprimento da pausa de modo a que esta seja inferior aos limites mínimos de duração previstos na
regulamentação comunitária aplicável ou no AETR constitui contra-ordenação classificada como:
a) Leve, sendo a diferença até 10 %;
b) Grave, sendo a diferença igual ou superior a 10 % e inferior a 30 %;
c) Muito grave, sendo a diferença igual ou superior a 30 %.

Artigo 20.º
Períodos de repouso

1 — O período de repouso diário regular inferior ao previsto na regulamentação comunitária aplicável ou no AETR
constitui contra-ordenação classificada como:
a) Leve, sendo igual ou superior a dez horas e inferior a onze horas;
b) Grave, sendo igual ou superior a oito horas e trinta minutos e inferior a dez horas;
c) Muito grave, sendo inferior a oito horas e trinta minutos.
2 — O período de repouso diário reduzido inferior ao previsto na regulamentação comunitária aplicável ou no AETR
constitui contra-ordenação classificada como:
a) Leve, sendo igual ou superior a oito horas e inferior a nove horas;
b) Grave, sendo igual ou superior a sete horas e inferior a oito horas;
c) Muito grave, sendo inferior a sete horas.
3 — Caso o período de repouso diário regular seja gozado em dois períodos e um ou ambos sejam inferiores ao previsto
na regulamentação comunitária aplicável ou no AETR constitui contra-ordenação classificada como:
a) Leve, sendo a duração em falta inferior a uma hora;
b) Grave, sendo a duração em falta igual ou superior a uma hora e inferior a duas horas;
c) Muito grave, sendo a duração em falta igual ou superior a duas horas.
4 — O disposto no n.º 2 é aplicável caso o período de repouso diário do condutor de veículo com tripulação múltipla que
se deve seguir ao termo de um período de repouso diário ou semanal for inferior ao previsto na regulamentação
comunitária aplicável ou no AETR.
5 — O período de repouso semanal regular inferior ao previsto na regulamentação comunitária aplicável ou no AETR
constitui contra-ordenação classificada como:
a) Leve, sendo igual ou superior a 42 horas e inferior a 45 horas;
b) Grave, sendo igual ou superior a 36 horas e inferior a 42 horas;
c) Muito grave, sendo inferior a 36 horas.
6 — O período de repouso semanal reduzido inferior ao previsto na regulamentação comunitária aplicável ou no AETR
constitui contra-ordenação classificada como:
a) Leve, sendo igual ou superior a vinte e duas horas e inferior a vinte e quatro horas;
b) Grave, sendo igual ou superior a vinte horas e inferior a vinte e duas horas;
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c) Muito grave, sendo inferior a vinte horas.

Artigo 21.º
Horário e escala de serviço

O incumprimento das regras relativas ao horário e à escala de serviço previstas na regulamentação comunitária aplicável
constitui contra-ordenação grave.

Artigo 22.º
Dever de informação

O incumprimento, por parte do condutor, do dever de fornecer a cada uma das empresas de transporte para as quais
execute trabalho de condução ou outra actividade elementos relativos a tempo de condução, duração do trabalho
semanal, pausas, tempo de condução ininterrupta e períodos de repouso constitui contra-ordenação grave.

Artigo 23.º
Prémios ou outras prestações complementares ou acessórias

A atribuição de prémios ou outras prestações complementares ou acessórias da retribuição em função das distâncias
percorridas ou do volume das mercadorias transportadas, por modo a comprometer a segurança rodoviária ou estimular o
incumprimento da regulamentação aplicável, constitui contra-ordenação muito grave.

Artigo 24.º
Veículo de transporte regular de passageiros não equipado com tacógrafo

No caso de veículo de transporte regular de passageiros que não esteja equipado com tacógrafo por não estar obrigado à
sua utilização, a falta do horário e da escala de serviço para cada condutor, nos termos da regulamentação comunitária,
constitui contra-ordenação grave.

Artigo 25.º
Apresentação de dados a agente encarregado da fiscalização

1 — Constitui contra-ordenação muito grave a não apresentação, quando solicitada por agente encarregado da
fiscalização:
a) De folhas de registo e impressões, bem como de dados descarregados do cartão do condutor;
b) De cartão de condutor, das folhas de registo utilizadas e de qualquer registo manual e impressão efectuados, que o
condutor esteja obrigado a apresentar;
c) De escala de serviço com o conteúdo e pela forma previstos na regulamentação comunitária aplicável.
2 — Constitui contra-ordenação grave o accionamento incorrecto do dispositivo de comutação.

Artigo 26.º
Integridade e conservação de dados

1 — Constitui contra-ordenação muito grave:


a) A não conservação das folhas de registo pela empresa de transportes durante pelo menos um ano a partir da data do
registo;
b) As impressões incorrectamente efectuadas por cartão danificado ou em mau estado de funcionamento ou que não
esteja na posse do condutor pelo menos um ano a partir da data do registo;
c) A não conservação da escala de serviço com o conteúdo e pela forma previstos na regulamentação comunitária
aplicável, durante um ano após o termo do período abrangido.
2 — Constitui contra-ordenação grave o incumprimento por parte do condutor do dever de conservar ou apresentar à
autoridade autuante os documentos comprovativos da instauração de processos ou de sanções que lhe tenham sido
aplicadas, no prazo de um ano a contar da prática de infracção.
3 — Sem prejuízo do disposto na presente lei, a instalação, utilização de tacógrafos e a transferência e conservação de
dados desse mesmo aparelho são realizadas de acordo com o disposto no Decreto-Lei n.º 169/2009, de 31 de Julho.

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Artigo 27.º
Entrega de elementos de registos ao condutor

Constitui contra-ordenação leve:


a) A não entrega ao condutor de cópia de folhas de registo e de impressões, bem como dos dados descarregados do
cartão do condutor, nos 10 dias posteriores ao pedido;
b) A não entrega ao condutor de veículo de transporte regular de passageiros não equipado com aparelho de controlo de
um extracto da escala de serviço, nos 10 dias posteriores ao pedido.

Artigo 28.º
Imobilização do veículo em caso de infracção

1 — Sempre que o condutor se encontre em infracção às disposições relativas aos tempos máximos de condução ou aos
períodos mínimos de repouso ou de pausa, o autuante deve impedi-lo de continuar a conduzir, procedendo
simultaneamente à imobilização do veículo.
2 — Na situação prevista no número anterior, a imobilização do veículo não se aplica quando for assegurada a
substituição do condutor.
3 — Na situação prevista no n.º 1, a imobilização do veículo cessa imediatamente após ter sido efectuado ou garantido o
pagamento da coima e o impedimento do condutor cessa logo que seja cumprido o período de repouso ou de pausa
exigido.
4 — O controlo do cumprimento da interrupção da condução ou do repouso, durante a imobilização, compete às entidades
policiais, através da apreensão temporária dos documentos da viatura e do condutor.

Artigo 29.º
Pagamento voluntário de coima ou prestação de caução

1 — O responsável pelo pagamento da coima pode efectuar imediatamente o pagamento voluntário da mesma, pelo valor
mínimo previsto para o caso de negligência.
2 — O responsável pelo pagamento da coima que não efectue imediatamente o pagamento voluntário da mesma deve
proceder ao depósito de uma caução.
3 — A caução é prestada pelo valor mínimo da coima estabelecida para o caso de dolo, acrescido de 10 % para despesas
processuais, incidindo esta percentagem apenas sobre o montante da coima correspondente à infracção mais grave em
caso de concurso de infracções.
4 — O pagamento voluntário e a prestação da caução são efectuados em numerário ou outro meio de pagamento
legalmente admitido.
5 — O pagamento voluntário ou o depósito de caução deve ser efectuado no acto de verificação da contra-ordenação,
destinando-se a caução a garantir o pagamento da coima em que o infractor possa ser condenado, bem como das
despesas legais a que houver lugar.
6 — Se o responsável pela infracção não apresentar defesa dentro do prazo legal, o valor da caução converte-se em
pagamento da coima em que for condenado.
7 — A falta do pagamento voluntário da coima e da prestação da caução implica a apreensão provisória de
documentos, nos termos dos n.os 4 e 5 do artigo 173.º do Código da Estrada.
8 — Se, no acto de verificação da contra-ordenação, o responsável pretender pagar a coima ou depositar caução mas não
o puder fazer, ser-lhe-á concedido um prazo para o efeito, procedendo-se à apreensão provisória de documentos, de
acordo com o número anterior, até ao pagamento da coima ou à prestação da caução.

CAPÍTULO IV
Disposições transitórias e finais
Artigo 30.º
Registo de dados

1 — O IMTT, I. P., mantém um registo actualizado da actividade desenvolvida, com base nos dados recolhidos pelas
entidades com competência fiscalizadora, incluindo os relativos aos procedimentos e sanções aplicados em cada caso.
2 — A Autoridade para as Condições do Trabalho comunica ao IMTT, I. P., através de webservices, os dados da
actividade desenvolvida, relativos aos procedimentos e sanções aplicadas em cada caso.

Avenida João Crisóstomo n.º 21 – R/C – Esq. 1050-125 LISBOA Tel. 213 173 300 Fax 213 520 502
www.anieca.pt email: correio@anieca.pt 28
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3 — O registo é de utilização comum pelas entidades com competência fiscalizadora, para efeitos de instrução de
processos contra-ordenacionais relativos a infracções ao disposto nos regulamentos e no AETR referidos no artigo 1.º,
devendo ser celebrados protocolos definindo os procedimentos para a sua utilização.
4 — À recolha, registo e tratamento dos elementos necessários pelas entidades com competência fiscalizadora e para a
instrução dos processos e a aplicação das coimas é aplicável o regime do registo nacional de transportador rodoviário e
das actividades auxiliares ou complementares do sector dos transportes, com as adaptações necessárias, e a legislação
sobre protecção de dados pessoais.

Artigo 31.º
Regiões Autónomas

Os actos e procedimentos necessários à execução da presente lei nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira
competem às entidades das respectivas administrações regionais com atribuições e competências nas matérias em
causa.

Artigo 32.º
Norma revogatória

É revogado o Decreto-Lei n.º 272/89, de 19 de Agosto, alterado pela Lei n.º 114/99, de 3 de Agosto.
Aprovada em 22 de Julho de 2010.

ANEXO
(a que se refere o n.º 4 do artigo 5.º e o n.º 2 do artigo 6.º)
Parte A
Controlos na estrada

Os controlos na estrada incidem, nomeadamente, sobre os seguintes elementos:


1 — Os tempos de condução diária e semanal, as pausas e os períodos de descanso diários e semanais. A verificação
incide sobre: as folhas de registo dos dias precedentes, conservadas no veículo por força do n.º 7 do artigo 15.º do
Regulamento (CEE) n.º 3821/85, do Conselho, de 20 de Dezembro, ou do n.º 4 do artigo 11.º do AETR, e os dados
relativos ao mesmo período, armazenados no cartão do condutor ou na memória do equipamento de registo, ou
registados em folhas impressas.
2 — Os excessos relativamente à velocidade autorizada para o veículo, no que respeita ao período referido no número
anterior. São considerados como tal: para os veículos da categoria N3, os períodos superiores a um minuto durante os
quais o veículo circule a mais de 90 km/h; para os veículos da categoria M3, os períodos superiores a um minuto durante
os quais o veículo circule a mais de 105 km/h.
Integram a categoria N3 os veículos destinados a transporte de mercadorias com peso bruto superior a 12 t e a categoria
M3 os veículos destinados a transporte de passageiros com mais de oito lugares sentados, além do lugar do condutor, e
peso bruto superior a 5 t.
3 — Quando se justifique, as velocidades instantâneas registadas pelo aparelho de controlo durante as últimas vinte e
quatro horas de utilização do veículo.
Parte B
Controlos nas instalações da empresa
Para além dos elementos referidos na Parte A, os controlos nas instalações da empresa incidem sobre os seguintes
elementos:
1 — Os períodos semanais de descanso e os tempos de condução entre esses períodos.
2 — A limitação dos tempos de condução num período de duas semanas consecutivas.
3 — As folhas de registo, os dados da unidade instalada no veículo e do cartão de condutor e as respectivas folhas
impressas.

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