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1.

INTRODUÇÃO

O inquérito policial é uma etapa fundamental do sistema de investigação


criminal no Brasil. Ele consiste em uma série de diligências e procedimentos realizados
pela polícia, visando reunir elementos de prova para subsidiar a apuração de um crime e
a eventual responsabilização penal do autor.
Os princípios norteadores do inquérito policial são diretrizes fundamentais que
devem orientar a atuação dos órgãos de investigação e dos agentes responsáveis pela
condução do inquérito. Esses princípios são essenciais para garantir a legalidade,
eficiência, imparcialidade e respeito aos direitos fundamentais dos envolvidos no
processo penal.
Legalidade: O princípio da legalidade estabelece que o inquérito policial deve
ser realizado em conformidade com as normas jurídicas e os princípios constitucionais,
assegurando a proteção dos direitos individuais e coletivos.
Oficialidade: O inquérito policial é um procedimento oficial, ou seja, é
conduzido pelas autoridades policiais legalmente constituídas, como delegados de
polícia. Essas autoridades têm o poder e o dever de realizar as diligências necessárias
para a investigação dos crimes.
Indisponibilidade: O princípio da indisponibilidade determina que o inquérito
policial não pode ser arquivado ou encerrado sem uma justificativa fundamentada. A
autoridade policial deve realizar todas as diligências necessárias para a elucidação dos
fatos, independentemente do interesse das partes envolvidas.
Indutividade: O inquérito policial deve ser conduzido de forma imparcial e
objetiva, buscando indícios e provas tanto em favor quanto contra o investigado. A
investigação deve ser orientada pela busca da verdade dos fatos, sem preconceitos ou
pré-julgamentos.
Contraditório: O princípio do contraditório assegura o direito das partes
envolvidas no processo penal de se manifestarem, apresentarem argumentos, provas e
contestarem as evidências coletadas durante o inquérito policial. Isso permite a
participação efetiva e equilibrada de todos os envolvidos no processo.
Inquisitividade: O inquérito policial possui natureza inquisitiva, ou seja, a
autoridade policial possui ampla iniciativa na coleta de provas e na condução da
investigação. Ela pode determinar a realização de diligências, ouvir testemunhas,
analisar documentos e tomar todas as medidas necessárias para a formação de sua
convicção.
Sigilo: O sigilo é um princípio essencial para o bom andamento das
investigações. O inquérito policial deve ser conduzido de forma sigilosa, a fim de evitar
a interferência indevida nas apurações e proteger a integridade dos envolvidos. No
entanto, em alguns casos, é possível haver o levantamento do sigilo para garantir o
acesso à informação e o exercício do contraditório.
Esses princípios norteadores do inquérito policial no Brasil têm como objetivo
garantir a lisura, a transparência e a efetividade das investigações criminais, buscando
equilibrar a necessidade de punição dos culpados

O referencial teórico deste projeto de pesquisa será embasado na seguinte forma:

revisão bibliográfica sobre a legislação brasileira que trata dos princípios norteadores e como
eles se relacionam com a investigação criminal.

A metodologia deste projeto de pesquisa será dividida em duas etapas a seguir: revisão
bibliográfica: será realizada uma revisão bibliográfica sobre os temas descritos no referencial
teórico, buscando informações em livros, artigos científicos, legislação, jurisprudência e outras
fontes relevantes; e com base nas informações coletadas na revisão bibliográfica e nas
entrevistas, será realizada uma análise acerca dos princípios norteadores do inquérito policial.
Serão identificadas eventuais falhas ou excessos na utilização do inquérito policial, bem como a
indicação de caminhos para uma investigação criminal mais efetiva e garantista.

Além disso, é relevante ressaltar os princípios fundamentais que norteiam o


inquérito policial, tais como o princípio da oficialidade, que confere à autoridade
policial a responsabilidade pela iniciativa e condução das investigações; o princípio da
indisponibilidade, que impede que a autoridade policial desista ou arquive o inquérito
sem justificativa adequada; o princípio da indutividade, que orienta a autoridade policial
a buscar ativamente as informações necessárias para a elucidação do fato investigado; o
princípio do contraditório, que garante às partes envolvidas o direito de se manifestarem
e contestarem as provas apresentadas; o princípio do sigilo, que assegura a
confidencialidade das diligências e informações durante o curso das investigações; e o
princípio da inquisitividade, que atribui à autoridade policial o papel ativo na busca pela
verdade dos fatos.

A observância dos princípios norteadores do inquérito policial no Brasil é de suma


importância, pois assegura que o procedimento seja conduzido de maneira apropriada,
respeitando os direitos e garantias individuais do investigado. Isso não apenas promove
a justiça, mas também protege os direitos fundamentais do cidadão. A efetividade do
inquérito policial e a busca pela justiça no país dependem diretamente do cumprimento
desses princípios.
“Mais grave que a transgressão a uma norma é a violação a um princípio na medida em
que não se está a ofender um mandamento específico obrigatório, mas a contrariar um
sistema de comandos.”
é importante ressaltar que a violação de um princípio é ainda mais grave do que a
transgressão a uma norma específica, uma vez que implica em contrariar todo um
sistema de comandos

Se princípios jurídicos são vetores de interpretação de normas, conforme Carvalho


(1998), princípios constitucionais funcionam como mandamentos nucleares de um
sistema jurídico que compõem o espírito e servem de critério para a exata compreensão
e inteligência das suas normas, Mello (2021), conferindo estrutura e coesão ao
ordenamento jurídico. É na conjugação com os seus princípios que os preceitos
constitucionais têm seu sentido exato encontrado, de maneira tal que as normas não
expressadas cabalmente pelo legislador constituinte se tornam explícitas ou
explicitáveis, leciona Miranda (1991).

No que tange aos princípios jurídicos, destaca-se a visão de Carvalho (1998), que os
considera como vetores de interpretação das normas. Nesse sentido, os princípios
constitucionais são entendidos como mandamentos essenciais que compõem o cerne de
um sistema jurídico, conforme apontado por Mello (2021). Esses princípios
desempenham um papel fundamental na estruturação e coesão do ordenamento jurídico.
Além disso, é através da conjugação com esses princípios que os preceitos
constitucionais encontram seu sentido preciso. Segundo Miranda (1991), tal conjugação
permite que as normas que não foram expressamente definidas pelo legislador
constituinte sejam tornadas explícitas ou passíveis de explicitação.

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Elementos de Direito Administrativo. Ed. RT, São
Paulo, 1980, p. 230.

CARVALHO, Welinton Sousa de. Despedida Arbitrária no Texto Constitucional


de 1988. Curitiba, Juruá, 1998. p. 27.
Editora, 1991, T. II. 111

P. 450-451 de MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo.


309 P. 226-227 de M

MIRANDA, Jorge de. Manual de Direito Constitucional. Coimbra, Coimbra Editora,


1991, T.II.

O inquérito policial desempenha um papel crucial no sistema de justiça, atuando como


uma ferramenta essencial para garantir uma persecução penal efetiva e justa. Sua
principal função é buscar e reunir elementos de autoria e materialidade dos delitos,
fornecendo assim uma base sólida para a acusação por parte do Ministério Público.
Além disso, o inquérito policial desempenha um papel fundamental na proteção dos
direitos e garantias individuais, evitando que pessoas inocentes sejam injustamente
colocadas no polo passivo de um processo penal indevido.

O inquérito policial, por sua conexão direta com a paz social e a proteção da sociedade,
desempenha um papel fundamental na garantia das liberdades individuais,
especialmente aquelas dos investigados. Sendo assim, é regido pelos princípios
consagrados na seção dos direitos e garantias fundamentais do artigo 5º da Constituição
Federal.
Ademais, é imprescindível que o inquérito policial observe os princípios estabelecidos
no Código de Processo Penal e demais leis infraconstitucionais, em consonância com a
política processual penal adotada pela República Federativa do Brasil. O não
cumprimento desses princípios pode acarretar prejuízos à ação penal, comprometendo
sua função de instrução e fundamentação.
Dessa forma, podemos identificar uma série de princípios que norteiam o inquérito
policial. Entre eles, destacam-se os princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade, eficiência, celeridade e controle. Além disso, são igualmente
relevantes os princípios infraconstitucionais, tais como o princípio da economia
processual, oficialidade, impulso oficial, indisponibilidade, verdade real, não-
contraditoriedade e imparcialidade.
Esses princípios, juntos, estabelecem os fundamentos para um inquérito policial
transparente, eficaz e justo, garantindo a preservação dos direitos individuais dos
envolvidos e contribuindo para o fortalecimento do sistema de justiça.

Por força dos princípios anteriormente explicitados, sobretudo os da legalidade, oficialidade e


do impulso oficial, uma vez praticado um fato tipificado em lei como criminoso, surge para o
Delegado de Polícia um dever de investigação desse mesmo fato, visando a apuração da sua
autoria, bem como da sua materialidade e das circunstâncias envolvidas na sua prática.

Caso não seja instaurado o inquérito policial ou, ainda que instaurado, não sejam bem
conduzidas as investigações, buscando-se alcançar a sua finalidade, estarão a autoridade
policial e os demais policiais envolvidos na instrução do inquérito policial sujeitos a
responsabilização criminal e administrativa (disciplinar).

Por outro lado, há que se falar em um direito da autoridade policial em realizar essa
investigação, de vez que, enquanto servidor público e cidadão, tem o Delegado de Polícia
interesse em ver restabelecida a paz social por meio da repressão à prática ilícita violadora da
norma de conduta a todos imposta.

Por tais motivos, estando sujeito aos citados princípios constitucionais e infraconstitucionais,
há que se destacar que o inquérito policial, antes visto como procedimento de exercício do
poder autoritário do Estado, tendente a violar os direitos do investigado, deve ser encarado
hoje como instrumento de defesa da cidadania e da dignidade da pessoa humana,
característica que revela a verdadeira função social do inquérito policial moderno.

Com efeito, realizando-se a investigação policial de forma responsável e com observância dos
princípios elencados no presente trabalho, de modo a conhecer o fato criminoso em grau
suficiente para afirmar a existência do crime e da sua autoria, com vistas a justificar o
processamento ou o não-processamento de determinada pessoa a quem se imputa o fato
criminoso, evitando-se que acusações infundadas prosperem, torna-se o inquérito policial
utilizável, inclusive, para a defesa do(s) investigado(s), principalmente caso a Polícia Judiciária
reúna provas ou indícios veementes da sua não-participação ou da inexistência de crime.

De se destacar, a título de exemplo, o recente "caso Francenildo", onde um inquérito policial


inicialmente instaurado para se apurar a movimentação financeira de um caseiro que havia
denunciado irregularidades envolvendo o então Ministro da Fazenda, foi convertido em
investigação na qual constatou-se a violação do sigilo bancário daquele mesmo caseiro,
promovida a mando do Ministro da Fazenda, culminando no formal indiciamento deste último
e concluindo-se pela regularidade da movimentação financeira do caseiro.

Da mesma forma, na denominada Operação Curupira, em que foram investigados servidores


do IBAMA suspeitos de favorecerem madeireiros em desmatamentos praticados no Mato
Grosso, dentre os quais o Gerente Executivo do Ibama naquele Estado, constatou-se, durante
os vários meses de investigação promovida pela Polícia Federal, o não-envolvimento daquele
servidor com a quadrilha investigada, fato expressamente mencionado, fundamentadamente,
na representação feita pelo Delegado de Polícia Federal que presidia o caso. Não obstante, o
Ministério Público Federal, inadvertidamente, representou pela prisão temporária do citado
Gerente, pedido deferido pela Juízo Federal, tendo o mesmo Gerente Executivo do IBAMA se
valido do resultado das investigações feitas pela Polícia Judiciária da União para requerer e
conseguir a revogação da sua prisão, conforme amplamente divulgado pelos meios de
comunicação, à época.

Por tudo isso, sobretudo em casos como estes aqui mencionados, não há como negar que o
inquérito policial constitui atualmente mais que "mera peça informativa" do órgão acusador
estatal, destacando-se a sua importância na apuração da verdade real, de vez que é voltado
para a apuração imparcial de práticas criminosas, constituindo, quando bem conduzido,
verdadeiro instrumento de defesa da cidadania e dignidade da pessoa humana.

No âmbito dos princípios jurídicos, especialmente os da legalidade, oficialidade e


impulso oficial, surge para o Delegado de Polícia o dever de investigar um fato
criminal, buscando esclarecer sua autoria, materialidade e circunstâncias envolvidas. A
falta de instauração adequada do inquérito policial ou sua condução inadequada pode
resultar em responsabilização criminal e administrativa para as autoridades policiais
envolvidas.
Por outro lado, a autoridade policial tem o direito de realizar essa investigação, pois,
como servidor público e cidadão, ela tem interesse em restabelecer a paz social,
reprimindo práticas ilícitas que violam as normas de conduta impostas a todos.
Portanto, é importante destacar que o inquérito policial, antes visto como um
procedimento autoritário do Estado que viola os direitos do investigado, deve ser
compreendido hoje como um instrumento de defesa da cidadania e da dignidade
humana. Quando realizado de forma responsável, com base nos princípios
mencionados, o inquérito policial se torna utilizável até mesmo em defesa do
investigado, especialmente quando a Polícia Judiciária reúne provas ou indícios
contundentes de sua inocência ou da inexistência do crime.
Um exemplo notório é o caso do "caso Francenildo", no qual um inquérito policial
inicialmente instaurado para investigar a movimentação financeira de um caseiro que
denunciou irregularidades envolvendo um ministro da Fazenda resultou na constatação
da violação do sigilo bancário do caseiro, promovida a mando do ministro. Em outra
situação, na Operação Curupira, que investigou servidores do IBAMA suspeitos de
favorecer madeireiros em desmatamentos no Mato Grosso, constatou-se, após meses de
investigação da Polícia Federal, que um gerente executivo do IBAMA não estava
envolvido com a quadrilha investigada, fato expressamente mencionado pelo Delegado
de Polícia Federal responsável pelo caso.
Diante disso, é inegável, principalmente em casos como esses mencionados, que o
inquérito policial vai além de ser apenas uma peça informativa do órgão acusador
estatal. Sua importância reside na busca pela verdade real, pois é direcionado à
imparcial apuração de práticas criminosas, tornando-se, quando conduzido de maneira
adequada, um verdadeiro instrumento de defesa da cidadania e da dignidade humana.

Referências:

 Mello, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 27ª


ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2010.
 Carvalho, Matheus. Direito Administrativo. 35ª ed. São Paulo: Atlas, 2021.
 Miranda, Jorge. Manual de Direito Constitucional. 5ª ed. Coimbra:
Coimbra Editora, 1991.

De acordo com Nucci (2017), é de suma importância que o Estado exerça o


poder de punir o autor de uma infração penal, visando assegurar a estabilidade e a
segurança coletiva, conforme preconizado na Constituição (art. 5º, caput, CF). Para
alcançar esse objetivo, é necessário contar com uma atividade investigatória controlada,
legal e transparente. Nesse contexto, o inquérito policial assume o papel de principal
instrumento no campo penal, tendo como finalidade estruturar, fundamentar e
estabelecer a justa causa para ação penal.
É fundamental ressaltar que:

2. JUSTIFICATIVA

O presente projeto de pesquisa tem como objetivo realizar uma análise acerca
dos princípios norteadores do inquérito policial no Brasil. A pesquisa se justifica pela
relevância do tema, uma vez que o inquérito policial envolve a atuação do Estado na
investigação de crimes e, portanto, é fundamental que seja realizado em conformidade
com os direitos fundamentais dos cidadãos. A pesquisa nesse tema permite analisar se os
princípios norteadores estão sendo devidamente observados, identificando eventuais
lacunas ou desafios na proteção desses direitos. Ademais, os princípios norteadores do
inquérito policial têm influência direta na qualidade das investigações criminais. Uma
pesquisa nessa área pode identificar boas práticas, falhas e obstáculos que podem afetar
a efetividade das investigações. Os resultados obtidos podem contribuir para o
aprimoramento dos procedimentos investigativos, promovendo uma justiça mais
eficiente e justa. Considerando ainda que esse tema possui relevância acadêmica, sendo
objeto de estudo e debate no campo do Direito e da Ciência Policial, além de contribuir
para o conhecimento nessa área, é enriquecedor para a comunidade acadêmica por
fornecer subsídios teóricos e práticos para futuras pesquisas.
Em suma, uma pesquisa sobre os princípios norteadores do inquérito policial no
Brasil é justificada pela sua importância na garantia dos direitos fundamentais, no
aprimoramento das investigações criminais e na contribuição para o conhecimento
acadêmico e reformas legislativas.

3. PROBLEMATIZAÇÃO

O Inquérito Policial é um procedimento administrativo informativo, cujo


objetivo é investigar a presença de infrações penais e o responsável pela infração, tendo
como finalidade, reunir informações fundamentais para obter a materialidade e
evidências da autoria de um determinado crime. No entanto, essa prático tendo sido alvo
de críticas quanto à sua efetividade na proteção de direitos fundamentais dos indivíduos.
Diante disso, surgem problematizações, tais como:
Quais são os desafios e lacunas na aplicação dos princípios norteadores do inquérito
policial no Brasil e como eles afetam a efetividade das investigações criminais?
Como a falta de observância dos princípios norteadores do inquérito policial no Brasil
impacta a garantia dos direitos fundamentais dos envolvidos no processo penal?
Quais são as principais dificuldades enfrentadas na aplicação dos princípios norteadores
do inquérito policial no Brasil, considerando aspectos legais, institucionais e
operacionais?
Quais são as possíveis soluções e melhorias que podem ser implementadas para garantir
uma maior aderência aos princípios norteadores do inquérito policial no Brasil e
fortalecer a investigação criminal no país?

4. HIPÓTESE
Com base na revisão bibliográfica foram formuladas as seguintes hipóteses:

1. A falta de clareza na interpretação e aplicação dos princípios norteadores do


inquérito policial no Brasil contribui para lacunas e desafios na efetividade
das investigações criminais.
2. A não observância dos princípios norteadores do inquérito policial no Brasil
pode resultar em violações dos direitos fundamentais dos envolvidos no
processo penal, comprometendo a justiça e a equidade do sistema de justiça
criminal.
3. As principais dificuldades na aplicação dos princípios norteadores do
inquérito policial no Brasil envolvem entraves legais, como a falta de
atualização da legislação, limitações institucionais, como a falta de recursos
e infraestrutura adequados, e desafios operacionais, como a sobrecarga de
casos e a falta de capacitação dos profissionais envolvidos.
4. A implementação de soluções e melhorias, como o aprimoramento da
legislação de inquérito policial, investimentos na capacitação e treinamento
dos agentes de investigação, e o fortalecimento da integração entre as
instituições envolvidas no processo penal, pode contribuir para uma maior
aderência aos princípios norteadores e fortalecer a investigação criminal no
Brasil.
Essas hipóteses fornecem direcionamentos específicos para a pesquisa,
permitindo explorar os desafios, impactos, dificuldades e possíveis soluções
relacionadas aos princípios norteadores do inquérito policial no Brasil.

5. OBJETIVOS:
5.1 GERAL
Analisar a aplicação dos princípios norteadores do inquérito policial no Brasil,
identificando desafios, impactos e possíveis soluções para fortalecer a efetividade das
investigações criminais.
5.2 ESPECÍFICO
1. Investigar os desafios e lacunas na aplicação dos princípios norteadores do
inquérito policial no Brasil, considerando aspectos legais, institucionais e operacionais.
2. Avaliar como a falta de observância dos princípios norteadores do inquérito
policial no Brasil impacta a garantia dos direitos fundamentais dos envolvidos no
processo penal.
3. Identificar as principais dificuldades enfrentadas na aplicação dos princípios
norteadores do inquérito policial no Brasil, levando em consideração aspectos legais,
institucionais e operacionais.
4. Propor soluções e melhorias que possam ser implementadas para garantir uma
maior aderência aos princípios norteadores do inquérito policial no Brasil e fortalecer a
investigação criminal no país.
5. Analisar o papel da legislação, das instituições envolvidas e das práticas
operacionais na aplicação dos princípios norteadores do inquérito policial no Brasil.
6. Avaliar experiências internacionais e boas práticas relacionadas à aplicação
dos princípios norteadores do inquérito policial, buscando subsídios para aprimorar o
sistema brasileiro.

6. REFERENCIAL TEÓRICO:

6.1 Inquérito Policial: conceito e características

O inquérito policial é um procedimento de fundamental importância no sistema


de justiça criminal brasileiro. Por meio desse instrumento, busca-se reunir elementos de
prova para subsidiar a atuação do Ministério Público na persecução penal. Neste
sentido, examinaremos os conceitos e características do inquérito policial, com base nas
visões dos principais doutrinadores do direito brasileiro.
Surgido no século XIX com a denominação de inquérito policial, através da Lei
2033 de 20 de setembro de 1871, o inquérito policial é uma fase preliminar do processo
penal, em que a autoridade policial investiga a ocorrência de um crime e reúne
elementos de prova para embasar uma eventual denúncia ou acusação criminal. Nessa
etapa, a polícia realiza diligências, como oitivas de testemunhas, interrogatórios,
perícias, busca e apreensão, entre outras medidas necessárias para a investigação.
Segundo Capez (2017), o conhecimento voluntário ou instigado, por parte da
autoridade policial, de um ato com aparência de criminoso, tem-se o nome de notitia
criminis ou notícia do crime, e é a partir daí que essa autoridade dá início às
investigações.
Sobre a notícia do crime, nas palavras de Ana Flávia Messa:
A notícia do crime pode chegar à autoridade policial pelas seguintes formas:
a) Coercitiva: por meio da condução e da apresentação à Delegacia de uma
pessoa presa em flagrante. b) Imediata ou direta ou espontânea ou
inqualificada: por meio das atividades rotineiras (por exemplo, ronda) ou de
comunicação não formal, como no caso de denúncia anônima ou feita pela
imprensa falada ou escrita. Sobre denúncia anônima, há dois
posicionamentos: 1) não impede a instauração do inquérito policial, desde
que a autoridade policial se certifique da idoneidade da comunicação; 2)
impede a instauração do inquérito policial, sendo inconstitucional, por violar
o artigo 5º, IV da Constituição Federal” (Messa, Ana Flavia. Curso de Direito
Processual Penal. Saraiva, 2014, p. 233).

A Delegacia de Polícia que recebe a notícia de um crime deve iniciar


formalmente o procedimento de investigação criminal por meio de inquérito policial, o
qual se inicia por meio de uma portaria.
Sobre o inquérito policial é importante expor seu conceito:

É o conjunto de diligências realizadas pela polícia judiciária para a apuração


de uma infração penal e de sua autoria, a fim de que o titular da ação penal
tenha condições de ingressar em juízo dispondo de elementos informativos
(CPP, art. 4º). Trata-se de procedimento persecutório de caráter
administrativo instaurado pela autoridade policial. Tem como destinatários
imediatos o Ministério Público, titular exclusivo da ação penal pública (CF,
art. 129, I), e o ofendido, titular da ação penal privada (CPP, art. 30); como
destinatário mediato tem o juiz, que se utilizará dos elementos de informação
nele constantes, para o recebimento da peça inicial e para a formação do seu
convencimento quanto à necessidade de decretação de medidas cautelares.
(CAPEZ, 2022, p. 49).

Capez entende, que o inquérito policial tem dupla finalidade: proporcionar


elementos de prova para a acusação e assegurar o exercício do direito de defesa do
investigado. Durante a investigação, a autoridade policial deve buscar a verdade dos
fatos, coletando elementos que confirmem ou descartem a autoria e a materialidade do
crime.
Hoje em dia, o inquérito policial está concretizado no artigo 4º e seguintes do
decreto lei nº 3.689 de 03 de outubro de 1941 (código de processo penal) sendo
revelado no texto legal do artigo citado que “a polícia judiciária será exercida pelas
autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a
apuração das infrações penais e sua autoria”. O texto que traz regulamentação da polícia
judiciária civil foi devidamente recepcionado pela Constituição Federal de 1988 em seu
artigo 144 e parágrafos e é de extrema importância para o processo penal, conforme
preceitua o professor Aury Lopes Júnior:
A investigação preliminar é uma peça fundamental para o processo penal. No
Brasil, provavelmente por culpa das deficiências do sistema adotado (o
famigerado inquérito policial), tem sido relegada a um segundo plano. Apesar
dos problemas que possam ter, a fase pré-processual (inquérito, sumário
diligências prévias, investigação etc.) é absolutamente imprescindível, pois
um processo penal sem a investigação preliminar é um processo irracional,
uma figura inconcebível segundo a razão e os postulados processo irracional,
uma figura inconcebível segundo a razão e os postulados básicos do processo
penal constitucional” (Junior, Aury Lopes. Direito Processual Penal. Saraiva,
2014, p. 188).

afirma que o Estados pode e deve punir os autores de atos criminosos,


afiançando a estabilidade e a segurança da sociedade prevista no texto da Constituição
(artigo 5º, CF), podendo, e evidentemente controlando, operações legais e transparentes.
E nesse sentido, o inquérito policial é a principal ferramenta investigativa no campo
criminal e têm como finalidade principal estruturar, justificar e justificar os atos
criminosos. Neste contexto, os seguintes pontos devem ser observados:

O inquérito é um meio de afastar dúvidas e corrigir o prumo da investigação, evitando-se o


indesejável erro judiciário. Se, desde o início, o Estado possuir elementos confiáveis para agir
contra alguém na esfera criminal, torna-se mais raro haver equívocos na eleição do autor da
infração penal. Por outro lado, além da segurança, fornece a oportunidade de colher provas
que não podem esperar muito tempo, sob pena de perecimento ou deturpação irreversível
(ex.: exame do cadáver ou do local do crime). (NUCCI, 2017, p. 103)

A afirmação de que o inquérito policial é inquisitório é baseada em uma das características


intrínsecas desse procedimento investigatório. No contexto jurídico, o termo "inquisitório"
refere-se à natureza do processo em que há uma concentração de poderes e prerrogativas na
figura da autoridade responsável pela investigação.

No caso do inquérito policial, a condução e a direção das investigações são realizadas pela
autoridade policial, geralmente representada pelo delegado de polícia. Essa autoridade
possui amplos poderes para realizar diligências, coletar provas, ouvir testemunhas e
determinar as medidas necessárias para a elucidação dos fatos. Nesse sentido, a figura da
autoridade policial desempenha um papel central e ativo na busca pelas informações
relacionadas ao crime.

Ao contrário do que ocorre no sistema acusatório, em que as funções de investigação e


acusação são separadas, no inquérito policial o poder de investigar e acusar é exercido pela
mesma autoridade. Isso faz com que a autoridade policial assuma uma postura mais ativa na
busca pela verdade, determinando e conduzindo as investigações de acordo com seu juízo de
valor e sua discricionariedade.

No entanto, é importante destacar que a classificação do inquérito policial como inquisitório


não significa que ele seja totalmente desprovido de garantias e limitações. No sistema
jurídico brasileiro, existem normas e princípios que buscam assegurar a observância dos
direitos fundamentais dos envolvidos, como o contraditório, a ampla defesa e a presunção
de inocência.

Portanto, ao afirmar que o inquérito policial é inquisitório, é necessário compreender que


essa característica se refere à concentração de poderes e prerrogativas na autoridade policial
responsável pela investigação, mas não implica na ausência de limites e garantias processuais
para proteger os direitos dos investigados.

Caracteriza-se como inquisitivo o procedimento em que as atividades persecutórias se concentram nas


mãos de uma única autoridade, a qual, por isso, prescinde, para a sua atuação, da provocação de quem
quer que seja, podendo e devendo agir de ofício, empreendendo, com discricionariedade, as atividades
necessárias ao esclarecimento do crime e da sua autoria. É característica oriunda dos princípios da
obrigatoriedade e da oficialidade da ação penal.

2.2 Princípios norteadores do inquérito policial


2.2.1 Legalidade
2.2.2 Oficialidade
2.2.3 Indisponibilidade
2.2.4 Indutividade
2.2.5 Contraditório
2.2.6 Inquisitividade
2.2.7 Sigilo
2.3 Evolução histórica do inquérito policial no Brasil

Para a confecção do trabalho foi necessário realizar uma revisão bibliográfica


ampla e sistemática sobre o tema, buscando obras de referência, artigos científicos,
legislação, jurisprudência e doutrina especializada. A revisão bibliográfica ajudou a
embasar teoricamente o estudo e subsidiou a construção dos objetivos e da problemática
da pesquisa. A pesquisa bibliográfica é um ponto de partida essencial em qualquer
trabalho científico, permitindo que o pesquisador explore e adquira conhecimento sobre
o tema em questão. Segundo Fonseca (2002), esse tipo de pesquisa tem como objetivo
primordial a busca por dados relevantes, proporcionando uma base sólida para a
investigação.
A pesquisa qualitativa busca compreender os aspectos subjetivos e os porquês
por trás dos fenômenos, sem se limitar à mensuração de valores e trocas simbólicas.
Conforme apontado por Gerhardt e Silveira (2009), os dados utilizados nessa
abordagem são não-numéricos, sendo esse aspecto secundário. O foco principal da
pesquisa qualitativa é aprofundar a compreensão de uma organização ou grupo social,
sem permitir que o pesquisador faça julgamentos ou deixe seus preconceitos ou crenças
interferirem no processo de pesquisa, como destaca Goldenberg (1997).

O presente estudo utiliza fontes primárias e referências teóricas, na qual para responder
às perguntas do artigo, será feito uma pesquisa documental e bibliográfica de
abordagem
qualitativa. A pesquisa documental se trata de fontes com objetivos específicos,
podendo ser primária com finalidade de responder à pergunta em análise de dados,
reunindo dados
redundante para devidas análises.

A pesquisa bibliográfica baseia-se em referências teóricas já analisadas e publicadas,


seja em meio eletrônico como páginas web sites, ou escritos como artigos científicos e
livros.

Todos os trabalhos científicos necessitam iniciar com uma pesquisa bibliográfica, pois
através dela o pesquisador irá conhecer o assunto. Com esse tipo de pesquisa o principal
objetivo é buscar dados no qual se procura (FONSECA, 2002).

A pesquisa qualitativa busca esclarecer o porquê das coisas sem precisar mensurar
valores e trocas simbólicas, os dados utilizados são não-numéricos, ou seja, não é esse o
foco principal (GERHARDT; SILVEIRA, 2009). A abordagem qualitativa tem como
foco principal o aprofundamento de uma organização ou compreensão de um grupo
social, nesta circunstância, o pesquisador não pode fazer julgamentos, e nem sobressair
seus preconceitos ou crenças para interferir na pesquisa (GOLDENBERG, 1997).

O estudo abordado tem como proposta, a utilização de método bibliográfico e


documental, partindo de leis e teorias gerais, concluindo-se pelo raciocínio das
premissas
pertinentes ao estudo, inserida de acordo com o tema proposto, relacionando a
viabilidade da aplicação do Termo Circunstanciado de Ocorrência lavrado pela Polícia
Militar do Estado de Mato Grosso. Será verificado mediante a análise de referencial
bibliográfico e a partir de legislação, acórdão e demais referencial que seja relacionado
ao estudo, denominando como fonte primária.

A pesquisa documental busca integrar um rol de pesquisa dispersas, fazendo assim as


devidas análises após ser juntadas e conferindo uma nova importância como fonte de
consulta (PRODANOV; FREITAS, 2013). Os documentos oficias como leis, acórdão,
livros, artigo científico e demais legislação o estudo pretende fazer uma pesquisa
documental, abordando os pontos relevantes quanto a legalidade do policial em sua
atuação diante a uma ocorrência de menor potencial ofensivo, fazendo assim garantir os
direitos fundamentais e constitucionais.
Busca-se a atuação do policial na atividade em foco a celeridade na atuação processual,
analisando e descrevendo de acordo com a pesquisa desenvolvida.

O presente estudo tem como objetivo de demonstrar ainda demonstrar que além
das características comuns do inquérito policial de ser procedimento sigiloso, escrito,
inquisitivo, obrigatório e indisponível, também é regido por princípios norteadores
como o da oficialidade, do impulso oficial, do inquisitório, da economia processual,
celeridade e brevidade, do controle, da imparcialidade do Delegado de Polícia e demais
agentes envolvidos na investigação, e com maior relevância pelo princípio da verdade
real, utilizando métodos bibliográficos e documentais. A pesquisa se baseará em leis,
teorias gerais e referências relacionadas ao tema proposto, com o intuito de analisar as
premissas pertinentes ao estudo.

Para alcançar esse objetivo, serão utilizados documentos oficiais, como leis,
acórdãos, livros e artigos científicos, constituindo uma pesquisa documental que
permitirá integrar diferentes fontes dispersas, conferindo-lhes uma nova importância
como fonte de consulta (PRODANOV; FREITAS, 2013). Por meio dessa abordagem,
serão explorados os pontos relevantes relacionados aos princípios norteadores do
inquérito policial, com o propósito de garantir os direitos fundamentais e
constitucionais.
Além disso, busca-se analisar a função do inquérito policial com foco nos
princípios constitucionais e infraconstitucionais, descrevendo e analisando os resultados
obtidos de acordo com a pesquisa desenvolvida.

Escolha do tema e sua delimitação Agosto Junho


2 Formulação do Problema de Pesquisa Agosto Dezembro
3 Redação da Justificativa Agosto Dezembro
4 Estabelecimento das Hipóteses ou Questões
norteadoras
Agosto Dezembro
5 Estabelecimento dos Objetivos Agosto Dezembro
6 Descrição da Metodologia Agosto Dezembro
7 Elaboração da Fundamentação teórica Agosto Novembro
8 Registro das Referências Agosto Novembro
9 Redação final do Projeto de Pesquisa Agosto Dezembro
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