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Jean Jacques Rousseau

O Emílio e a Educação
Prof. Dra. Patricia Tolentino Czech
Biografia
• Jean-Jacques Rousseau foi um importante filósofo, teórico
político e escritor suíço.
• Nasceu em 28 de junho de 1712 na cidade de Genebra
(Suíça) e morreu em 2 de julho de 1778 em Ermenoville
(França).
• É considerado um dos principais filósofos do iluminismo,
sendo que suas ideias influenciaram a Revolução Francesa
(1789).
Estado de natureza
“O homem é o bom selvagem inocente”
• Neste estado o homem nasce livre, pois ainda não houve
corrupção.
• Figura do bom selvagem - o ser humano em seu estado natural,
não contaminado por constrangimentos sociais 
• Para Rousseau, a história da humanidade culmina com a
legitimação da desigualdade [política e econômica] entre os
homens.
• Como consequência, ocorre a destruição da liberdade natural e
fixa-se a propriedade privada, sujeitando o gênero humano ao
trabalho, a miséria e a servidão – pacto ilegítimo ou coercitivo.
• Para Rousseau, a função da educação se
caracterizava por uma concepção de mundo
baseada na igualdade, no respeito ao
indivíduo, não impondo a este nenhum
padrão institucional de aprendizado que o
moldasse ao ambiente social vigente.
Educação
• A educação deveria ser desenvolvida no
cotidiano dos afazeres laborais, sem
restrições ou métodos preestabelecidos.
• A liberdade e a igualdade, propostas no
método de Rousseau, evidenciavam o sonho
de construir uma sociedade democrática que
só poderia ser concretizada com o
desenvolvimento de uma educação plena.
• A educação enquanto
processo imanente de
formação do homem tem,
como seu ponto de partida,
a realidade da natureza
humana.
• É um conceito de educação
como sendo um processo
natural e espontâneo, um
autodesenvolvimento, uma
evolução criadora.
• A educação torna-se um processo natural e mistura-se com
a vida.
• Faz parte dela e não se constitui em uma preparação para
um futuro distante de infância. Ela se faz a todo o momento,
em todo lugar.
• Conferindo liberdade às forças naturais, o filósofo transforma
o processo de desenvolvimento na possibilidade de usufruto
de uma vida racional, produtiva, útil, enfim, criativa, em
atendimento às satisfações correspondentes.
• Centraliza, pela primeira vez, o
tema da infância na educação.
Rousseau
• A partir dele a criança não será
mais considerada um adulto em
inaugurou um
miniatura; ela vive em um mundo novo pensamento
próprio que é preciso compreender: educacional
o educador para educar deve fazer-
se educando de seu educando;
• A criança nasce boa, o adulto, com
sua falsa concepção da vida, é que
perverte a criança
• Pedagogia democrática centrada na liberdade, na
igualdade e na fraternidade
• Processo de ensino-aprendizagem tem como eixo
norteador uma relação dialógica que permite desenvolver
conteúdos vinculados aos interesses reais dos alunos,
métodos que proporcionem o desenvolvimento das
competências e habilidades do educador e do educando,
diagnosticando seus avanços e dificuldades, tendo em
vista o processo pedagógico qualitativo.
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Emílio ou da
educação

Rousseau cria um aluno


imaginário, sendo ele o
Emílio, e no decorrer dos
capítulos mostra como
uma criança deveria ser
educada.
• Emílio, ou Da Educação é uma obra filosófica sobre a natureza do
homem, escrita por Jean-Jacques Rousseau em 1762, que disse
“Emílio foi o melhor e mais importante de todas minhas obras,”
• Rousseau pensa um processo educativo que leve em conta o
desenvolvimento sensitivo, cognitivo e moral para Emílio. Para
tanto, divide-o em diferentes fases:
• lactância (até 2 anos), infância (de 2 a 12), adolescência (de 12 a
15), mocidade (de 15 a 20) e início da idade adulta (de 20 a 25).
• Para a pedagogia, interessam particularmente os três primeiros
períodos, para os quais Rousseau desenvolve sua ideia de Educação
como um processo subordinado à vida, isto é, à evolução natural do
discípulo, e por isso chamado de método natural.
• O sentido da palavra natureza assume três possíveis
significados ao longo de sua obra:
• O primeiro opõe-se àquilo que é social.
• O segundo, como tudo o que é valorização das necessidades
espontâneas das crianças e dos processos livres de
crescimento.
• O terceiro, como exigência de um contínuo contato com um
ambiente físico não urbano e, por isso, considerado mais
genuíno.
• Tudo o que não temos ao nascer e de que precisaremos
quando grandes nos é dado pela educação. Essa educação
vem-nos da natureza, ou dos homens ou das coisas. O
desenvolvimento interno de nossas faculdades e de nossos
órgãos é a educação da natureza; o uso que nos ensinam a
fazer desse desenvolvimento é a educação dos homens; e a
aquisição de nossa própria experiência sobre os objetos que
nos afetam é a educação das coisas.
• Com uma educação livre, no campo, sob os auspícios da natureza
e, principalmente, sob suas condições adversas e sob intempéries,
Rousseau esperava que surgisse em Emílio a vontade pela educação.
• Ele não deveria ser ensinado de forma dogmática, como era na
escola tradicional, por preceptores tradicionais que ensinavam
lições com planos preestabelecidos
• Sua didática compreendia o ensino a partir da necessidade: “[...]
vede que raramente cabe a vós propor o que ele deve aprender;
cabe a ele desejá-lo, procurá-lo, encontrá-lo; cabe a vós colocá-lo
ao seu alcance, fazer habilmente nascer esse desejo e fornecer-lhe
os meios de satisfazê-lo”.
• Um dos objetivos do livro era criticar
a educação elitista de seu tempo, que
tinha nos padres jesuítas os expoentes.
• Rousseau condenava em bloco os
métodos de ensino utilizados até ali,
por se escorarem basicamente na
repetição e memorização de
conteúdos, e pregava sua substituição
pela experiência direta por parte dos
alunos, a quem caberia conduzir pelo
próprio interesse o aprendizado.
• Mais do que instruir, no entanto, a
educação deveria, para Rousseau, se
preocupar com a formação moral e
política.
• Rousseau queria, com sua proposta, levar Emílio para fora
dos ambientes urbanos da época, para que ele não se deixasse
influenciar por aquilo que o autor chamava de corrupção, a
saber, a forma como era praticada a religião, especialmente
o cristianismo católico e a política, para ele tirânica, pré-
revolucionária, da corte de Luís XVI.
• Não há escola em Emílio, mas a descrição, em forma vaga de
romance, dos primeiros anos de vida de um personagem
fictício, filho de um homem rico, entregue a um preceptor
para que obtenha uma educação ideal.
• O jovem Emílio é educado no convívio com a natureza,
resguardado ao máximo das coerções sociais.
• O objetivo de Rousseau, revolucionário para seu tempo, é não
só planejar uma educação com vistas à formação futura, na
idade adulta, mas também com a intenção de propiciar
felicidade à criança enquanto ela ainda é criança.
O tema fundamental
do Emílio consiste na
teorização de uma educação
do homem enquanto tal (e
não do homem como
cidadão) através
de seu “retorno à
natureza”, ou seja, à
centralidade das
necessidades
mais profundas e essenciais
da criança, ao respeito pelos
seus ritmos de crescimento
e à valorização das
características
específicas da idade infantil
(CAMBI, 1999, p. 345).
• O objetivo do mestre é interferir o menos
possível no desenvolvimento próprio do
jovem, em especial até os 12 anos,
quando, segundo Rousseau, ele ainda não
pode contar com a razão.
• O filósofo chamou o procedimento de
Educação negativa, que consiste, em suas
palavras, não em ensinar a virtude ou a
verdade, mas em preservar o coração do
vício e o espírito do erro. Desse modo,
quando adulto, o ex-aluno saberá se
defender sozinho de tais perigos.
• Desta forma é possível “[...] formar um
homem livre, capaz de se defender contra
todos os constrangimentos.
• E, para formar um homem livre, há
apenas um meio: tratá-lo como um ser
livre, respeitar a liberdade da criança.”
Emílio ou o da educação
• Em sua teoria Rousseau alega
que a criança deve ser criada
no campo, distante das
cidades para que assim ela não
seja corrompida pelos vícios
das mesmas.
• Ele afirma que a curiosidade
e/ou desejo de aprender deve
surgir da criança e não de seu
tutor e pais, ou seja, ela
demonstra qual o momento
certo dela aprender
determinadas coisas.
Não se conhece a
infância; no caminho
das falsas idéias que se
têm, quanto mais se
anda, mais se fica
perdido. Os mais sábios
prendem-se ao que aos
homens importa saber,
sem considerar o
que as crianças estão
em condições de
aprender.
Procuram sempre
o homem na criança,
sem pensar no que ela
é antes de ser
criança (ROUSSEAU,
2004, p. 4).
• A educação não passa de um trabalho de
vigilância em torno da criança, com o fim de criar um
ambiente propício à expansão de sua vitalidade que, por si
mesma, não havendo causas perturbadoras, se desenvolveria
no sentido da maior perfeição.
Ciclo de reflexões em torno do
pensamento de Rousseau
• Apresentação de artigos selecionados
• 2 artigos por dia
• Divisão dos grupos e ordem de apresentação
• Início dia 20/09
Seguimos!

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