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LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR

Imunidades tributárias:

São proibições absolutas para a realização de certas situações jurídicas ou a produção de certos
efeitos jurídicos. No campo tributário, as imunidades de impostos estão concentradas no art.
150, inciso VI da Constituição. Ali, podemos encontrar:

a) imunidade recíproca (Art. 150 alínea "a" e §§ 2o. e 3º CF.). Vedação dos entes estatais
instituírem impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. Lembre-se
que a imunidade em tela não se aplica ao patrimônio, à renda e aos serviços
relacionados com exploração de atividade econômica reguladas pelo direito privado ou
em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário. Essa
imunidade além da Administração Direta, também alcança as Autarquias e Fundações
(Art. 150 § 2º).

O STF decidiu, por exemplo, que o Município de São Paulo é imune ao IOF em suas aplicações
financeiras:

RE 233497 / SP - SÃO PAULO


Relator: Min. MOREIRA ALVES
Órgão Julgador: Primeira Turma

EMENTA: IOF. Aplicação de recursos de Prefeitura Municipal no mercado financeiro. Imunidade do art.
150, VI, "a", da Constituição Federal. - Esta Primeira Turma, ao julgar o RE nº 196.415, que versava
hipótese análoga à presente, assim decidiu: "TRIBUTÁRIO. IOF. APLICAÇÃO DE RECURSOS DA PREFEITURA
MUNICIPAL NO MERCADO FINANCEIRO. IMUNIDADE DO ART. 150, VI, "A", DA CONSTITUIÇÃO. À ausência
de norma vedando as operações financeiras da espécie, é de reconhecer-se estarem elas protegidas pela
imunidade do dispositivo constitucional indicado, posto tratar-se, no caso, de rendas produzidas por bens
patrimoniais do ente público. Recurso não conhecido." Recurso extraordinário não conhecido.

Autarquias e Fundações: O § 2º do art. 150 da CF estende a imunidade recíproca ao patrimônio,


à renda e aos serviços das autarquias e das fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
desde que vinculados às suas finalidades essenciais ou sejam delas decorrentes.

b) imunidade sobre templos religiosos (alínea "b" e § 4o.). Vedação dos entes estatais
instituírem impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as
finalidades essenciais das entidades mantenedoras de templos de qualquer culto.

Súmula 724 STJ. Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao


IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150,
VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas
atividades essenciais de tais entidades.
Maçonaria - A imunidade tributária conferida pelo art. 150, VI, b, é restrita
aos templos de qualquer culto religioso, não se aplicando à maçonaria, em
cujas lojas não se professa qualquer religião. IV - Recurso extraordinário
parcialmente conhecido, e desprovido na parte conhecida. (RE 562351,
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em
04/09/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-245 DIVULG 13-12-2012 PUBLIC 14-
12-2012)

c) Vedação dos entes estatais instituírem impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços
relacionados com as finalidades essenciais dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e
de assistência, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei (art. 14 do CTN):
requisitos descriminados pelo art. 14 do CTN: a) não distribuam qualquer parcela de seu
patrimônio ou de sua rendas, a titulo de lucro ou participação no seu resultado; b)
apliquem integralmente, no pais, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos
institucionais .c) mantenham escrituração de sua receitas e despesas em livros e
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Segundo Roque Antonio
Carrazza, a alusão ao papel da imprensa possui uma explicação histórica: “O governo,
durante o Estado Novo, impedia que os jornais de oposição recebessem papel de
imprensa. Esta pratica arbitraria teria inspirado o Constituinte de 1946 a proibir que as
pessoas políticas tributassem, por via de imposto, o papel destinado exclusivamente à
impressão de jornais, periódicos e livros”.

O STF entende que essa imunidade pode ser estendida a filmes e ao papel fotográfico,
utilizados na impressão de livros, jornais e periódicos, mas não para os equipamentos e
outros insumos utilizados (Súmula 657 STF)

As listas telefônicas são também imunes (RE-101441 / RS)

Até mesmo álbum de figurinhas e apostilas foram considerados imunes (RE 221239/SP

A publicação de anúncios e publicidade em jornais é imune ao imposto sobre serviços


de qualquer natureza (RE 91662/SP)

***Livro eletrônico: O STF definiu que a imunidade de que trata o art. 150, VI, d, da
Constituição, portanto, alcança o livro digital (e-book). TESE DA REPERCUSSÃO GERAL.
Em relação ao tema nº 593 da Gestão por Temas da Repercussão Geral do portal do STF
na internet, foi aprovada a seguinte tese: “A imunidade tributária constante do art. 150,
VI, d, da CF/88 aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes
exclusivamente utilizados para fixá-lo.” (RE 330817, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI,
Tribunal Pleno, julgado em 08/03/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL -
MÉRITO DJe-195 DIVULG 30-08-2017 PUBLIC 31-08-2017)

e) Incentivo musical

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à


União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

...

VI - instituir impostos sobre:

...

e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras


musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por
artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os
contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)

f) ouro como ativo financeiro e cambial – (ICMS 153 § 5º CF, 155 §2º. X, c, CF)

g) imóveis rurais pequenos e os destinados a reforma agrária (art. 153 § 4º CF)

h) ITBI: não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio


de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos
decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses
casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou
direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; (art. 156, § 2º I CF)

Princípios Constitucionais Tributários

Legalidade:

Garante que nenhum tributo será instituído, nem aumentado, a não ser através de lei;

CF/88 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;


Entende-se que o art. 97 do Código Tributário Nacional é exaustivo na enumeração das matérias
reservadas ao tratamento por lei:
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:

I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;

II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I
do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;

IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21,
26, 39, 57 e 65;

V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para


outras infrações nela definidas;

VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou


redução de penalidades.

§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em


torná-lo mais oneroso.

§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a
atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.

Prazo de Pagamento: Interessantes decisões do Supremo Tribunal Federal, permitindo a


alteração do prazo de pagamento do tributo por decreto (RE 182.971 e RE 193.531), sem ofensa
à legalidade.

Base de cálculo IPTU: “Somente por via de lei, no sentido formal, publicada no exercício
financeiro anterior, é permitido aumentar tributo, como tal havendo de ser considerada a
iniciativa de modificar a base de cálculo do IPTU, por meio de aplicação de tabelas genéricas de
valorização de imóveis, relativamente a cada logradouro, que torna o tributo mais oneroso. (RE
234.605, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 8-8-2000, Primeira Turma, DJ de 1º-12-2000.)

Lei Complementar: Em regra, a lei a ser utilizada para criação de tributo é a ordinária, exceto:

A) imposto sobre grandes fortunas


B) competência residual
C) empréstimos compulsórios
D) normas gerais em matéria de legislação tributaria
E) regular limitações constitucionais ao poder de tributar etc
Exceções: a constituição Federal também prevê exceções à reserva a lei formal, ou seja, pode-se
alterar a alíquota (e não a base de cálculo), do tributo nos limites da lei, dos seguintes tributos:
• Imposto de Importação – II
• Imposto de Exportação – IE
• Imposto sobre Operações Financeiras – IOF
• Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI
• CIDE combustíveis
• ICMS combustíveis

Anterioridade:

Disposto na alínea “b” do inciso III do artigo 150 da Constituição Federal, trata-se de princípio
exclusivamente tributário. De acordo com esse princípio, a lei que cria ou majora (aumenta)
determinado tributo, ao entrar em vigor, fica com sua eficácia suspensa até o início do próximo
exercício financeiro, quando, só então, produzirá todos os seus efeitos próprios.

Clausula Pétrea: Em uma de suas mais importantes decisões, o Supremo Tribunal Federal
reconheceu que o princípio da anterioridade constitui garantia individual do contribuinte, não
podendo ser subtraído ou afastado nem por emenda à constituição (ADIN 939). Na oportunidade,
a Emenda 3, de 1993, foi declarada inconstitucional ao tentar viabilizar a cobrança do IPMF,
estabelecendo nova exceção ao princípio da anterioridade, ainda no ano de 1993.

CF/88 - Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...

III - cobrar tributos:

...

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou;

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

***Exceções ao princípio da anterioridade: (Art. 150 § 1º CF):

• Imposto de importação;
• Imposto de exportação;
• Imposto sobre produtos industrializados;
• Imposto sobre operações financeiras;
• Impostos extraordinários de guerra;
• Empréstimos compulsórios somente aqueles instituídos em caso de guerra externa ou sua
iminência e em caso de calamidade pública;
• Contribuições para financiamento da seguridade social (art. 195 § 6º CF).
• CIDE combustíveis – art. 177, § 4º, I, b, CF
• ICMS combustíveis – art. 155, § 4º IV, c, CF

Súmula 669 STF: Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se
sujeita ao princípio da anterioridade.
***Principio Anterioridade Nonagesimal: nenhum tributo poderá ser exigido antes de decorridos
noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o
disposto na alínea b (anterioridade). Exceção:

 Emp. Compulsórios para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade


pública, de guerra externa ou sua iminência;
 Imposto de importação;
 Imposto de exportação;
 Imposto de renda;
 Imposto de operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores
mobiliários;
 impostos extraordinários de guerra.
 fixação de base de cálculo: propriedade de veículos automotores. propriedade predial e
territorial urbana

Prorrogação de alíquota

“TRIBUTÁRIO. ICMS. MAJORAÇÃO DE ALÍQUOTA. PRORROGAÇÃO. INAPLICABILIDADE DO


PRAZO NONAGESIMAL (ARTIGO 150, III, C, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL). RECURSO
EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E PROVIDO. 1. A Lei paulista 11.813/04 apenas prorrogou a cobrança
do ICMS com a alíquota majorada de 17 para 18%, criada pela Lei paulista 11.601/2003. 2. O prazo
nonagesimal previsto no art. 150, III, c, da Constituição Federal somente deve ser utilizado nos casos de
criação ou majoração de tributos, não na hipótese de simples prorrogação de alíquota já aplicada
anteriormente. 3. Recurso extraordinário conhecido e provido para possibilitar a prorrogação da cobrança
do ICMS com a alíquota majorada.” (Supremo Tribunal Federal. RE 584100 / SP - SÃO PAULO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. ELLEN GRACIE Julgamento: 25/11/2009 Órgão Julgador: Tribunal
Pleno)

O art. 104 do CTN e o Principio da Anterioridade

“Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte aquele em que ocorra a sua publicação os
dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:
I – que instituem ou majoram tais impostos;
II – que definem novas hipóteses de incidência;
III – que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte,
e observado o disposto no art. 178”.

Há de se ressaltar que o ultimo julgamento do STF entendeu-se que a revogação de isenção se


equipara a criação ou a majoração de tributo, sendo apenas a dispensa legal do pagamento de exação
já existente, de forma que o tributo volta a ser imediatamente exigível, sendo aplicável o principio
da anterioridade .

Irretroatividade:

a lei tributária só vale em relação a fatos geradores ocorridos depois do início da vigência da lei
que os houver instituído ou aumentado;

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:

...

III - cobrar tributos:


a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado;

Apresenta-se como exceção ao princípio o art. 106 do CTN e a súmula 584 STF:

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:

I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de


penalidade à infração dos dispositivos interpretados;

II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:

a) quando deixe de defini-lo como infração;

b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão,


desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de
tributo;

c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo
da sua prática.

Súmula 584 STF: "Ao Imposto de Renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-
se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração".

Isonomia:

a lei, em princípio não deve dar tratamento desigual a contribuintes que se encontrem em
situação equivalente; Segundo SACHA CALMON NAVARRO COÊLHO, "... o princípio da igualdade
da tributação impõe ao legislador: (a) discriminar adequadamente os desiguais, na medida de
suas desigualdades; (b) não discriminar entre os iguais, que devem ser tratados igualmente" 1.

capacidade contributiva:

o tributo deve ser cobrado de acordo com as possibilidades de cada um, tratar os desiguais de
modo desigual;

Art. 145. ...

...

1 COELHO. Sacha Calmon Navarro. Comentários à Constituição de 1988 - Sistema Tributário. 5a. Edição.
Forense. Pág. 328
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária,
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte

Existe duas correntes doutrinárias a respeito do princípio:

• Cap. contributiva subjetiva - aptidão individual de determinado contribuinte para


concorrer com os gastos públicos. O Fisco verifica no cálculo geral qual a riqueza da
pessoa, pessoa física ou jurídica e cobra pelo que possui.

• Cap. contributiva objetiva - revela-se com o próprio bem. O sistema para o qual
interessa o fato a ser tributado, individualizado. Ex.: quem tem Ferrari presume-se que
supostamente deve pagar imposto (IPVA). Para o Estado não interessa se a pessoa tem
condição financeira de pagar imposto. Para Roque Carrazza no Brasil a Capacidade
contributiva é absoluta. Predomina a objetiva (absoluta) porque mesmo no Imposto de
Renda não há uma consideração individual, mas as manifestações de riqueza como
objetos. As manifestações de riquezas são fatos individuais.

Meios de exteriorização do princípio da capacidade contributiva:

• Seletividade: IPI: Art. 153...§ 3º - O imposto previsto no inciso IV: I - será seletivo, em
função da essencialidade do produto; ICMS: Art. 155...§ 2.º O imposto previsto no inciso
II atenderá ao seguinte: III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das
mercadorias e dos serviços;

• Proporcionalidade

• Progressividade: IR: Art. 153...§ 2º - O imposto previsto no inciso III: I - será informado
pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;
ITR: Art. 153...§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: I - será progressivo e terá suas
alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;
IPVA: Art. 155...§ 6º O imposto previsto no inciso III: II - poderá ter alíquotas diferenciadas
em função do tipo e utilização. IPTU: § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que
se refere o art. 182, § 4º, inciso II 2, o imposto previsto no inciso I poderá: I - ser progressivo
em razão do valor do imóvel; e II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e
o uso do imóvel

2 Art. 182...§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado,
que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I - parcelamento ou edificação
compulsórios; II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III - desapropriação
com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo
de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros
legais.
vedação do confisco:

o tributo deve ser razoável, não podendo ser tão oneroso que chegue a representar um
verdadeiro confisco; O problema reside na definição do conceito, na delimitação da ideia, como
limite a partir da qual incide essa vedação. Neste ponto, somente o exercício doutrinário e
jurisprudencial, atento aos casos concretos e a evolução legislativa, poderá firmar parâmetros
mais precisos para o disposto no art. 150, inciso IV da Lei Maior. A Constituição Federal não
prevê a aplicação deste princípio às multas, só ao fenômeno jurídico da incidência. Contudo, o
artigo 5º da Constituição traz a intangibilidade do direito de propriedade, o que gera o não
confisco por multas

Esta última premissa foi consagrada pelo Supremo Tribunal Federal no reconhecimento da
inconstitucionalidade da contribuição previdenciária dos servidores públicos federais no
absurdo patamar de 25% (vinte e cinco por cento) (ADInMC 2.010).

Por outro lado, o Supremo Tribunal Federal já decidiu pela aplicação do princípio às multas ou
penalidades tributárias no percentual de 300% (trezentos por cento) sobre o valor da
mercadoria no caso de não emissão de nota fiscal no ato de venda (ADInMC 1.075). Hugo de
Brito Machado abordando o princípio constitucional do não confisco, sustenta que em relação
aos impostos incidentes sobre o patrimônio, o melhor critério para indicar o caráter
confiscatório é a renda provável que o bem tributado pode gerar. então: "Se o imposto tiver
alíquota superior à renda que se pode razoavelmente esperar seja produzida pelo patrimônio,
sobre o qual incide, será confiscatório. Por outro lado, um imposto com alíquota inferior àquele
limite, mesmo que o contribuinte, por inabilidade como administrador, ou por qualquer outro
motivo, não aufira renda para o respectivo pagamento, e tenha por isto de privar-se de parte de
seu patrimônio, não será considerado confiscatório."

Andrei Veloso, citando Klaus Tipke, identifica que um tributo será confiscatório quando:

a) inviabiliza o desenvolvimento das atividades empresariais;

b) absorve todos os rendimentos do patrimônio e do trabalho;

c) sacrifício da própria substância do patrimônio;

d) priva cidadão dos meios necessários de sua substância;

e) imposto de sucessão esvazia o direito sobre a herança 3

Uniformidade geográfica:

3VELLOSO, Andrei Pitten. Constituição Tributária interpretada. São Paulo: Atlas, 2008, p. 163.
O tributo da União deve ser igual em todo território nacional, sem distinção entre os Estados.

CF/88: Art. 151. É vedado à União:

I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico
entre as diferentes regiões do País;

Liberdade de tráfego:

O princípio tratado no art. 150, inciso V da Constituição veda a fixação pelo legislador de
limitações ao tráfego de pessoas ou mercadorias por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais. Segundo Hugo de Brito Machado, "isto não significa devam ser as operações
interestaduais imunes a qualquer tributação. O que não pode haver é agravamento do ônus
tributário pelo fato de ser interestadual, ou intermunicipal, a operação." (Curso de Direito
Tributário. 21a. Edição. Malheiros. Pág. 245).

A Constituição de 1988, ainda no art. 150, inciso V, ressalvou expressamente a possibilidade de


cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público: “150... V -
estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo
Poder Público;”

Resumo das exceções aos princípios

LEGALIDADE ANTERIORIDADE ANT. NONAGESIMAL

II II II

IE IE IE

IPI IPI IR

IOF IOF IOF

CIDE Emp. Comp. Emp. Comp. (Guerra e


combustíveis (Guerra e calamidade)
calamidade)

ICMS Imposto Imposto


combustíveis extraordinário extraordinário

CIDE combustíveis Fixação BC do IPTU e


IPVA

ICMS combustíveis
COMO JÁ FOI COBRADO

02 (OAB-FGV) Caso determinado município venha a atualizar o valor monetário da base


de cálculo do IPTU, tal hipótese
a) deve vir regulada por lei
b) deve vir regulada por lei complementar.
c) enquadra-se como majoração de tributo.
d) poderá ser disciplinada mediante decreto.

3 - (OAB-FGV) Em Direito Tributário, cumpre à lei ordinária:


a) estabelecer a cominação ou dispensa de penalidades para as ações ou omissões contrárias a
seus dispositivos.
b) estabelecer a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão
concedidos em matéria de ISS.
c) estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre adequado tratamento
tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre a definição de tratamento
diferenciado e favorecido para as microempresas e empresas de pequeno porte.

4 - (OAB-FGV) Considere a seguinte situação hipotética: lei federal fixou alíquotas aplicáveis
ao ITR e estabeleceu que a alíquota relativa aos imóveis rurais situados no Rio de Janeiro seria
de 5% e a relativa aos demais Estados do Sudeste de 7%. Tal enunciado normativo viola o
princípio constitucional
a) da uniformidade geográfica da tributação.
b) da legalidade tributária.
c) da liberdade de tráfego.
d) da não diferenciação tributária entre a procedência e o destino do produto.

5 - (OAB-FGV) Visando fomentar a indústria brasileira, uma nova lei, publicada em


18/02/2010, majorou a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), bem como
majorou a alíquota do Imposto sobre Exportação (IE). A partir de que data a nova alíquota
poderá ser exigida para o IPI e para o IE?
a) Imediatamente para ambos.
b) No exercício financeiro seguinte para ambos.
c) 90 dias após a publicação da lei para o IPI e imediatamente para o IE.
d) 90 dias após o exercício financeiro seguinte para o IPI e no exercício financeiro seguinte para
o IE.

6 - O princípio da legalidade não se aplica, em toda a sua extensão:


a) aos impostos de importação e exportação, imposto sobre produtos industrializados e imposto
extraordinário decorrente de guerra
b) aos impostos de importação e exportação, ao imposto sobre produtos industrializados e ao
imposto sobre operações financeiras
c) às taxas e contribuições de melhoria
d) aos impostos de importação e exportação, imposto sobre produtos industrializados e imposto
extraordinário de guerra
2 3 4 5
D A A C
6
B

SUGESTÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR

TEMA: Limitações constitucionais ao poder de tributar

AUTOR Ricardo Alexandre

LIVRO: Direito Tributário

EDITORA: JusPodivm

TEMA: Teoria Geral do tributo

AUTOR Helton Kramer Lustoza e outros

LIVRO: Tributos em Espécie

EDITORA: JusPodivm

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