Você está na página 1de 11

Pedro Henrique Ferreira Guimarães – 3º Período FAMERV 2023/2

Neuroanatomia

Tronco encefálico
 O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se
ventralmente ao cerebelo;
 Na sua constituição entram corpos de neurônios que se agrupam em núcleos e fibras
nervosas que, por sua vez, se agrupam em feixes denominados tratos, fascículos ou
lemniscos;
 Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou emitem fibras nervosas que
entram na constituição dos nervos cranianos;
 Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão no tronco encefálico;
 O tronco encefálico se subdivide em: bulbo, situado caudalmente,; mesencéfalo,
situado cranialmente; e ponte, situada entre ambos;

 Denomina-se formação reticular uma agregação mais ou menos difusa de neurônios


de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a
parte central do encéfalo;
 A formação reticular tem, pois, uma estrutura que não corresponde exatamente à da
susbtância branca ou cinzenta, sendo, de certo modo, intermediária entre elas;
 Trata-se de uma região muito antiga do sistema nervoso, que, embora pertencendo
basicamente ao tronco encefálico, se estende um pouco ao diencéfalo e aos níveis mais
altos da medula, onde ocupa pequena área do funículo lateral;
 No TE, ocupa uma grande área, preenchendo todo o espaço que não pé preenchido
pelos tratos, fascículos e núcleos de estrutura mais compacta;
 Esses grupos de neurônios constituem os núcleos da formação reticular com funções
distintas. Entre esses destacam-se os seguintes:
A) Núcleos da rafe: conjunto de nove núcleos, entre os quais um dos mais importante
é o núcleo magno da rafe, que se dispõe ao longo da linha mediana em toda a
extensão do tronco encefálico. Os núcleos da rafe contêm neurônios ricos em
serotonina;
B) Locus ceruleus: localiza-se no assoalho do IV ventrículo, este núcleo apresenta
neurônios ricos em noradrenalina;
C) Área tegmentar ventral: situa-se na parte ventral do tegmento do mesencéfalo,
contém neurônios ricos em dopamina.
 A formação reticular possui conexões amplas e variadas. Além de receber impulsos
que entram pelos nervos cranianos, eles mantém relações nos dois sentidos com o
cérebro, o cerebelo e a medula;
 Além das conexões com essas estruturas no sistema nervoso, a formação reticular
também mantém conexões com os núcleos dos nervos cranianos.

Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA)


 O sono e vigília dependem de um mecanismo localizado no tronco encefálico;
 Uma série de pesquisas mostrou que esses mecanismos envolvem a formação reticular;
 Assim, verificou-se que um animal acorda quando se estimula a formação reticular;
 Concluiu-se que existe, na formação reticular, um sistema de fibras ascendentes que
têm uma ação ativadora sobre o córtex cerebral;
 Criou-se, assim, o conceito de Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA);
 Sabe-se hoje que o SARA é constituíduo de fibras noradrenérgicas do locus ceruleus,
serotoninérgicas dos núcleos da rafe e colinérgicas da formação reticular da ponte;
 Na trasnsição entre o mesencéfalo e o tálamo, o SARA se divide em um ramo dorsal e
outro ventral. O ramo dorsal termina no tálamo que, por sua vez, projeta impulsos
ativadores para todo o cótex cerebral. O ramo ventral dirige-se ao hipotálamo lateral e
recebe fibras histaminérgicas do hipotálamo posterior e, sem passar pelo tálamo, este
ramo se dirige diretamente ao córtex, sobre o qual tem ação ativadora.

Bulbo

 O bulbo, ou medula oblonga, tem a forma de um tronco de cone cuja extremidade


menor continua caudalmente com a medula espinhal;
 Não existe uma linha de demarcação nítida entre medula e bulbo. Considera-se que o
limite entre eles está em um plano horizontal que passa imediatamente acima do
filamento radicular mais cranial do primeiro nervo cervical, o que corresponde ao nível
do forame magno do osso occipital;
 O limite superior do bulbo se faz em um sulco horizontal visível no contorno ventral do
órgão, o sulco bulbo-pontino, que corresponde à margem inferior da ponte;
 A superfície do bulbo é percorrida longitudinalmente por sulcos que continuam com os
sulcos da medula; Estes sulcos delimitam as áreas anterior (ventral), lateral e posterior
(dorsal) do bulbo, que, vistas pela superfície, aparecem como uma continuação direta
dos funículos da medula;
 Na área ventral do bulbo observa-se fissura mediana anterior, e de cada lado dela
existe uma eminência alongada, a pirâmide, formada por um feixe compacto de fibras
nervosas descendentes que ligam as áreas motoras do cérebro aos neurônios motores
da medula, que recebe o nome de trato corticoespinhal;
 Na parte caudal do bulbo, fibras deste trato cruzam obliquamente o plano mediano
em feixes interdigitados que obliteram (apagam, suprimem) a fissura mediana anterior
e constituem a decussação das pirâmides;
 Entre os sulcos lateral anterior e posterior, temos a área lateral do bulbo, onde se
observa uma eminência oval, a oliva, formada por uma grande massa de substância
cinzenta, o núcleo olivar inferior, situado abaixo da superfície;
 Ventralmente à oliva emergem, do sulco lateral anterior, os filamentos do nervo
hipoglosso (XII par craniano);
 Do sulco lateral posterior emergem os filamentos radiculares, que se unem para
formar os nervos glossofaríngeo (IX par) e vago (X par), além dos filamentos que
constituem a raiz craniana ou bulbar do nervo acessório (XI par), a qual se une com a
raiz espinhal, proveniente da medula;
 A metade caudal do bulbo ou porção fechada do bulbo, é percorrida por um estreito
canal, continuação direta do canal central da medula. Este canal se abre para formar o
IV ventrículo, cujo assoalho é, em parte, constituído pela porção aberta do bulbo;
 O sulco mediano posterior termina a meia altura do bulbo, em virtude do
afastamento de seus lábios, que contribuem para a formação dos limites laterais do
IV ventrículo. Entre este sulco e o sulco lateral posterior está situada a área posterior
do bulbo, continuação do funículo posterior da medula e, como este, dividida em
fascículo grácil e fascículo cuneiforme pelo sulco intermédio posterior;
 Os fascículos cuneiforme e grácil são constituídos por fibras nervosas ascendentes,
provenientes da medula, que terminam em duas massas de substância cinzenta, os
núcleos grácil e cuneiforme, situados na parte mais cranial dos respectivos fascículos,
onde determinam o aparecimento de duas eminências, o tubérculo do núcleo grácil,
medialmente, e o tubérculo do núcleo cuneiforme, lateralmente;
 Em virtude do aparecimento do IV ventrículo, os tubérculos do núcleo grácil e do
núcleo cuneiforme afastam-se lateralmente como os dois ramos de um V, e
gradualmente continuam para cima com o pedúnculo cerebelar inferior, formado por
um grosso feixe de fibras que fletem dorsalmente para penetrar no cerebelo.
Ponte
 Ponte é a parte do TE interposta entre o bulbo e o mesencéfalo;
 Está situada ventralmente ao cerebelo e repousa sobre a parte basilar do osso
occipital e o dorso da sela túrcica do esfenóide;
 Sua base, situada ventralmente, apresenta estriação transversal em virtude da
presença de numerosos feixes de fibras transversais que a percorrem;
 Estas fibras convergem de cada lado para formar um volumoso feixe, o pedúnculo
cerebelar médio, que penetra no hemisfério cerebelar correspondente;
 No limite entre a ponte e o pedúnculo cerebelar médio, emerge o nervo trigêmeo (V
par craniano; esta emergência se faz por duas raízes, uma maior, ou raiz sensitiva do
nervo trigêmeo, e outra menor, ou raiz motora do nervo trigêmeo;
 Percorrendo longitudinalmente a superfície ventral da ponte, existe um sulco, o sulco
basilar, que aloja a artéria basilar;
 A parte ventral da ponte é separada do bulbo pelo sulco bulbo-pontino, de onde
emergem, de cada lado, a partir da linha mediana, o VI, o VII e o VIII pares cranianos:
- Nervo Adbudente (VI par craniano): entre a ponte e a pirâmide do bulbo;
- Nervo Vestíbulo-coclear (VIII par craniano): emerge lateralmente, próximo a um
pequeno lóbulo do cerebelo, denominado flóculo;
- Nervo facial (VII par craniano): emerge medialemente ao VIII par, com o qual mantém
relações muito íntimas;
Obs: Entre os dois últimos nervos referidos, emerge o nervo intermédio, que é a raiz
sensitiva do VII par, de identificação difícil nas peças rotineiras.

 A parte dorsal da ponte não apresenta linha de demarcação com a parte dorsal da
porção aberta do bulbo, constituindo, ambas, o assoalho do IV ventrículo;

IV Ventrículo
 A cavidade do rombencéfalo tem forma losângica e é denominada quarto ventrículo,
situada entre o bulbo e a ponte, ventralmente, e o cerebelo, dorsalmente;
 Continua caudalmente com o canal central do bulbo e cranialmente com o aqueduto
cerebral, cavidade do mesencéfalo por meio do IV ventrículo se comunica com o III
ventrículo;
 A cavidade do IV ventrículo se prolonga de cada lado para forame os recessos laterais.
Esses recessos se comunicam de cada lado com o espaço subaracnóideo por meio das
aberturas laterais do IV ventrículo, também chamadas forames de Luschka;
 O assoalho do IV ventrículo tem forma losângica e é formado pela parte dorsal da
ponte e da porção aberta do bulbo. O assoalho limita-se:
- ínfero-lateralmente: pedúnculos cerebelares inferiores e tubérculos do núcleo grácil
e do núcleo cuneiforme;
- Súpero-lateralmente: pedúnculos cerebelares superiores (feixes de fibras nervosas
que convergem para penetrar no mesencéfalo);

 A metade cranial do teto do IV ventrículo é constituída por fina lâmina de substância


branca, o véu medular superior, que se estende entre os dois pedúnculos cerebelares
superiores.
Mesencéfalo
 O mesencéfalo interpõe-se entre a ponte e o diencéfalo;
 É atravessado por um estreito canal, o aqueduto cerebral, que une o III ao IV
ventrículo;
 A parte do mesencéfalo situada dorsalmente ao aqueduto é o teto do mesencéfalo,
enquanto que a parte localizada ventralmente ao teto estão os dois pedúnculos
cerebrais que, por sua vez, se dividem em uma parte dorsal, predominantemente
celular, o tegmento, e outra ventral, formada de fibras longitudinais, a base do
pedúnculo cerebral;
 Em uma secção transversal do mesencéfalo, vê-se que o tegmento é separado da base
por uma área escura, a sustância negra, formada por neurônios que contém melanina;
 Em vista dorsal, o teto do mesencéfalo apresenta quatro eminências arredondadas, os
colículos superiores e inferiores;
 Caudalmente a cada colículo emerge o IV par craniano, o nervo troclear; O nervo
troclear é o único dos pares de nervos cranianos que emergem dorsalmente,
contorna o mesencéfalo para surgir ventralmente entre a ponte e o mesencéfalo;
 Os colículos se ligam a pequenas eminências ovais do diencéfalo, os corpos
geniculados;
 O colículo inferior se liga ao corpo geniculado medial (faz parte da via auditiva);
 O colículo superior se liga ao corpo geniculado lateral (faz parte da via óptica);
 Os pedúnculos cerebrais aparecem como dois grandes feixes de fibras que surgem na
borda superior da ponte e divergem cranialmente para penetrar profundamente no
cérebro; delimitam, assim, uma profunda depressão triangular, a fossa
interpeduncular, limitada anteriormente por duas eminências pertencentes ao
diencéfalo, os corpos mamilares.

Você também pode gostar