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REPARADOR DE BRECHAS II

Copyright 2022 Rita Salomé


Categoria: Vida Cristã

Primeira edição — 2022


Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução total ou
parcial sem a permissão
escrita dos editores.

Autora: Rita Salomé

Transcrição: Amanda dos Santos


Sonia Marlene Pinto

Fotografia: Daniel e Verônica Siqueira

Projeto Gráfico e editorial: Dream Books Editora

Coordenação editorial: Filipe Mouzinho


AO MEU DEUS
Gratidão ao meu Poderoso e Soberano Deus, meu
melhor e maior amigo, razão da minha existência, que
me deu a vida natural e espiritual, que apesar de todas as
minhas falhas continua me fazendo sonhar crendo que
d’Ele e apenas d’Ele vem tudo o que precisamos para
a realização dos nossos sonhos e conquistas. É lindo ver
aqui escrito a coragem e o sustento vindo do teu Altar e
do teu Espírito. Gratidão pelas horas de intimidade, por
vezes te procurar e encontrar em Ti a minha sustentação
e a minha renovação. É tão maravilhoso saber que onde
eu vou estás sempre Presente comigo.
E além de tudo Pai Amado e Eterno, posso dizer em
quantos idiomas possíveis o quanto “Eu Te Amo!”.

“Ek het jou lief; Ek is lief vir jou; Ich liebe dich; Ana Behibak;
Wǒ ài nǐ; Sarang Heyo; Mwen renmen ou; Jeg Elsker Dig; Je
t’aime; Te quiero / Te amo; Szeretlek; I love you: Ti amo; Jag
alskar dig; eu te amo Pai Amado!”
Agradecimentos

Ao meu filho Eduardo Gonçalo, empréstimo de Jesus,


gratidão a Jesus pela tua vida e pelo teu grande amor, por
me dividires com tribos, povos e nações.
À minha família linda e maravilhosa, meus pais, ir-
mãos, cunhados e sobrinhos que tanto amo, gratidão a
Jesus pelo carinho e pela vossa paciência e consideração
pela minha vida.
Aos meus filhos de coração, espalhados pelos 4 cantos
do mundo, gratidão eterna pelo vosso amor e dedicação
à minha vida e Ministério.
Aos meus intercessores, quantos joelhos dobrados em
oração, quantas horas meu Deus..., é só Ele para vos re-
compensar.
Aos meus amigos Reparadores de Brechas, muito
obrigada por tudo.
Meus amigos Apóstolos, Pastores, Bispos, Profetas,
Missionários, Evangelistas e Mestres espalhados desde
Austrália até Angola, obrigado por acreditarem em mais
um sonho e também por apoiarem o meu Ministério.
Agradecimento especial à minha irmã Maria Linete,
como eu te amo mana e minha amiga, obrigada por faze-
res a minha e a tua função junto dos nossos pais e irmãos,
que Deus te recompense poderosamente.
Prefácio

O “Reparador de Brechas II – A Intimidade” levou-


-me a enxergar um novo ângulo da intercessão no Corpo
de Cristo. A maioria dos livros que li sobre ser um inter-
cessor traz uma visão geral sobre como se mover nesse
ministério árduo que o Senhor Jesus estabeleceu para
sua Noiva aqui neste mundo. Considero que Deus tem
as suas maneiras e os seus caminhos para nos conduzir
dentro de cada ângulo do Reino.
Todavia, consigo perceber que este livro tem mais
que uma gramática acerca do assunto; ele traz consigo
uma vida vivida no seu dia a dia, pautada diretamente na
“Sombra do Onipotente”.
A Pastora Rita Salomé foi bastante amável em nos
proporcionar segredos do seu caminhar com Cristo. Nas
páginas de seu livro, ela compartilha como o seu minis-
tério é pautado único e exclusivamente na Proteção que
vem do Alto.
Assim, este livro nos leva por uma série de caminhos e
de curvas carregadas de milagres e experiências divinas,
que, somente aqueles que verdadeiramente optaram por
andar nas pisadas do Bom Mestre, podem desfrutar.
Dentre tantas pontuações contidas sobre como o Se-
nhor nos guarda quando verdadeiramente Ele nos chama
para algo na sua Seara, quero destacar um dos pontos da
minha surpresa ao ler esse livro: “as casas de intercessão”.
Estas casas são preparadas por Deus em vários luga-
res desse planeta, em especial na Europa, e, servem como
verdadeiras fortalezas para o Ministério dessa nobre pas-
tora que tem se tornado uma voz profética do Reino, nes-
tes anos na face da Terra.
O “Reparador de Brechas II – A Intimidade” vem
como um grito de orientação testemunhal para todos
aqueles que querem sair de uma leitura acerca do assun-
to intercessão, e tão somente, poder sentir as verdades
vividas na vida de um verdadeiro intercessor.
Que o Senhor possa guardar a cada dia a vida dessa
mulher dos Céus e lhe proporcionar sabedoria e temor
do alto, para que a inspiração não venha cessar para o
próximo livro.

Apóstolo José Pedro


Sênior da Trigo Church.
Sumário

INTRODUÇÃO........................................................... 11
CAPÍTULO 1
ACIMA DAS CIRCUNSTÂNCIAS,
ESCOLHA ROMPER ............................................... 15
CAPÍTULO 2
NÃO HÁ MAIS NADA QUE EU DESEJE .... 45
CAPÍTULO 3
PROSSEGUINDO PARA O ALVO ................. 103
CAPÍTULO 4
CONCLUSÃO ....................................................... 137
Introdução

Quem leu o primeiro livro sobre o Reparador de Bre-


chas, um testemunho de milagres e restauração, deve ter
observado que na última página da Conclusão está escri-
to o meu pedido a todos para que aguardassem o segun-
do livro, e que orassem ao Pai Eterno sobre isso. Pois é, a
sua e a minha oração foram respondidas. Este exemplar
que está nas suas mãos agora é prova de que se pedirmos
e não duvidarmos, sendo também já parte do sonho de
Deus para a nossa vida, ele se realiza. Quando fui desa-
fiada a escrever o primeiro livro eu lembro que Deus co-
locou no meu coração escrever três livros, o Testemunho,
a Intimidade e o Desgaste de um reparador de brechas.
O primeiro já foi editado, publicado e distribuído,
agora este fala sobre a Intimidade, e já está nas suas mãos,
e crendo no Senhor o terceiro também sairá porque to-
dos juntos oraremos e pediremos ao Pai Eterno para que
faça um caminho.

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REPARADOR DE BRECHA II

Escrever sobre a intimidade com Deus, só pode fazer


quem tem, é algo que não pode ser descrito e nem copia-
do se não tivermos a intimidade como um estilo de vida.
Como podemos dizer que conhecemos a Deus se nunca
entramos no quarto com Ele?

“Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua


porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secre-
to, te recompensará publicamente.”
(Mateus 6:6)

Como escutar Deus, sem ter intimidade? Precisamos


saber que quando Ele nos chama é para nos relacionar-
mos, para que possamos conhecer a Deus profundamen-
te. Não existe afirmar que é do Senhor sem O conhecer
intimamente. As próximas páginas levarão a um coração
que ama a intimidade e que dessa intimidade tira e recebe
ensinamentos profundos e uma vontade de estar sempre
aos pés do Senhor como Maria estava quando escolheu
a melhor parte. As brechas são reparadas depois de um
caminho de busca e entrega que se resume a um clamor
feito dentro de uma intimidade desejada, de um coração
quebrantado e um espírito contrito, dispostos e ansiando
a cumprir e a conhecer cada vez mais, toda e qualquer
coisa que Deus lhe pedir.

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RITA SALOMÉ

“Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída,


como a alva, é certa; e Ele a nós virá como a chuva, como chuva
serôdia que rega a terra.”
(Oséias 6:3)

Desfrute não apenas daquilo que pode ter, mas do que


pode ser. Não seja apenas filho, servo, ministro, seja ínti-
mo d’Ele. Lembre-se sempre que a leitura de qualquer
livro deve ser sempre acompanhada da Bíblia ao lado.
Que Deus abençoe a sua leitura!

Rita Salomé

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CAPÍTULO 1

Acima das
circunstâncias, escolha
romper

1.1 COMO ESTÁ O SEU RELACIONAMENTO?

N
os tempos difíceis que estamos vivendo, Deus
tem nos alertado sobre a intimidade com Ele.
Essa intimidade gera vitória, traz fruto e um
crescimento contínuo. Não adianta termos um crescimen-
to por partes, ou seja, crescer apenas quando estamos com
dor, com problemas para nós insolúveis e depois quando
tudo passa, se resolve, ficamos estagnados! Precisamos ter
um crescimento contínuo. Porque o nosso foco não é viver
bem apenas aqui na terra, persistir no caminho para que
depois de não estarmos aqui, possamos estar na glória com
Jesus. A nossa inconstância nos afasta do foco e do propó-
sito. Em relação a isso, o Senhor trouxe ao meu coração
uma palavra diferente para um tempo como este que vive-
mos. Ele dizia: “Filha, todo o mundo tem relacionamento
comigo! Todo o mundo! Quem respira tem relacionamen-

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REPARADOR DE BRECHA II

to comigo por causa do fôlego de vida!”. Mas, são poucos


os que têm um relacionamento em Deus. Entendem a di-
ferença? N’Ele só tem quem O aceita. N’Ele só tem quem
quer ter uma de vida de vitória. N’Ele só tem quem quer
crescer espiritualmente. N’Ele só tem quem quer trans-
formação. Agora, COM ELE todo o mundo tem! Princi-
palmente as pessoas que querem mudanças, essas têm um
relacionamento COM ELE, apenas, mas as que desejam
transformação buscam n’Ele, e isso é muito diferente. Eu
perguntei: “Pai, como é que vou passar essa mensagem
para o povo, qual é a Escritura que posso transcrever?”.
E Deus me direcionava para Asafe. Até aqui eu já havia
lido o Salmo 73 inúmeras vezes, até porque os versículos
25 e 26 fazem parte do meu devocional quase diariamen-
te, mas nunca tinha prestado atenção como Deus me fez
ver para eu escrever aqui. Se lermos o Salmo 73 a parte
dos versículos 1-12 repararemos que Asafe estava na fase
do relacionamento com Deus “qualquer um”. Por quê?
Ele tinha comunhão com Deus e reconhecia o seu poder,
vemos lendo a Palavra, ele tinha um reconhecimento de
que Ele era Deus, havia amor por Deus, mas ele não ti-
nha uma intimidade profunda com Deus. Porque se a ti-
vesse saberia que Deus é justo, que o sol tanto nasce para
os ímpios como para os salvos. Que Deus na sua infinita
sabedoria designou o livre-arbítrio como opção de esco-
lha e a responsabilidade dela será sempre de quem toma
a decisão. E é nessa diferença que reside a vitória que nós
precisamos, que não é obtida apenas quando tem sol, não
é uma vitória só quando é sábado e nem é uma vitória
só quando é feriado. Nós precisamos de um estilo de vida

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RITA SALOMÉ

em Deus. Para isso necessitamos ser transformados na in-


timidade em Deus. Por quê? Muitos dizem que têm essa
intimidade. Talvez, caro leitor, você esteja pensando assim:
“eu tenho aquele meu espaço em que converso com Deus,
apenas eu e Ele”. Mas te pergunto, que tipo de intimidade
você tem? Porque não basta só ter intimidade, precisamos
saber como agir dentro dela. Porque são dois “P’s”. Ou
você entra em um relacionamento com Deus através de
uma intimidade de PEDINTE, ou entra em Deus em
uma intimidade PROFUNDA. Então, não adianta en-
trarmos na intimidade, buscar estar em Deus, e che-
gar só apresentando uma lista e dizer quero isto, quero
aquilo..., isto é uma intimidade de pedinte que apenas
move circunstâncias, mas não traz amadurecimento.
Agora, quando obedecermos ao que está escrito em
Mateus (6:33): “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua
justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”, observare-
mos que a vontade de Deus é mais importante e ela deve
sempre estar em primeiro lugar. Quando o ser humano
busca o Reino de Deus acima de tudo, Deus cuida das
suas necessidades. Nada deve ser mais importante do que
Deus e o seu Reino. Não quer dizer que não podemos
pedir, até porque Deus tem prazer em abençoar os seus
filhos. O que não devemos fazer é apenas chegar na Sua
Presença e dizer Pai, eu preciso disso, preciso daquilo.
Não! Necessitamos buscá-Lo, adorá-Lo acima de qual-
quer coisa e, para isso, a mentalidade de pedinte, e de
mendicância precisa sair da nossa vida. Ela precisa de-
saparecer, porque necessidades sabemos que vamos ter
sempre entre nós!

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REPARADOR DE BRECHA II

Não foi isso que Jesus falou quando os discípulos o


indagaram indignados sobre o desperdício do óleo?

“Pobres vocês vão ter sempre, mas o Filho de Deus, o Noivo, Ele
não permanecerá sempre conosco! Porquanto sempre tendes convosco
os pobres, mas a mim não me haveis de ter sempre.”
(Mateus 26:11)

Então, é necessário que tenhamos um relacionamen-


to n’Ele e não com Ele apenas. Com Ele todos têm, basta
dar conta que respiram. Precisamos ir além disso. Para
um reparador de brechas, é primordial o relacionamen-
to correto com Deus na intimidade. Pois isso servirá de
crescimento e acrescentará uma maior desenvoltura nas
obras que Deus for colocando em sua mão.
Ao analisarmos o Salmo 73, vemos que Asafe, nos
versículos de 1-12, desenvolve o relacionamento ape-
nas com Deus. Começa por glorificar a Deus pelo que Ele
é, e logo a seguir começa a observar os homens que eram
“homens ricos, homens de posses”, que não estavam nem
aí para Deus, mas, entretanto, prosperavam. Deus está
interessado que todos se salvem. Quando estamos des-
viados, desobedientes, desajustados, completamente fora
da órbita, Deus não manda ninguém nos lançar uma
bomba. Então, por que haveríamos de mandar lançar
uma bomba para os outros? Mas, chegamos a este tipo
de mentalidade porque só nos relacionamos com Ele, não
buscamos a vitória n’Ele.
Devemos entrar na presença de Deus não apenas
para expor os nossos defeitos, mas para nos limpar e para

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RITA SALOMÉ

dizer “Pai, eu quero ser aquele vaso que tem profundi-


dade para receber o tesouro que Tu falas na Tua Palavra
para que a glória não seja nossa, mas seja Tua! Eu preciso
ser esse vaso e, para isso, não posso ser raso, nem racha-
do e muito menos torto”. Não podemos desejar apenas
a mudança, porque ela não nos leva a lado nenhum. A
transformação sim! Quando chegamos em um país, tempo
e lugares novos, é sempre uma oportunidade de zerarmos
tudo o que passou e fazermos algo diferente. E melhor do
que tudo, é fazermos esse algo diferente, sempre na presença
de Deus, porque os nossos passos são direcionados por Ele.
Perder todos aqueles vícios, os nossos achismos, a
força do nosso braço e vamos ter com Ele para entender
o propósito pelo qual Ele nos tirou de um lugar e nos
colocou em outro. Pergunto a Deus qual o propósito de
eu ter voltado para a Europa, conheço apenas em parte,
mas preciso que Ele crie um caminho para eu conseguir
atingir esse propósito e conseguir fazer aquilo que o Se-
nhor quer. Como vou criar esse caminho? Adorando-O
acima de qualquer coisa, entrando na presença d’Ele e di-
zendo: “Pai, manifesta a Tua glória sobre mim, manifesta
a Tua graça sobre mim, manifesta a Tua autoridade sobre
mim, manifesta o Teu querer sobre mim, manifesta a Tua
sabedoria sobre mim, manifesta a Tua visão sobre mim
e não os meus olhos, nem a minha vista”. E aí eu vou de
encontro ao projeto que Ele tem. É a única forma.
Precisamos ler em Ezequiel (47:1-8): “Depois disto
me fez voltar à porta da casa, e eis que saíam águas por debaixo do
umbral da casa para o oriente; porque a face da casa dava para o
oriente, e as águas desciam de debaixo, desde o lado direito da casa,

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REPARADOR DE BRECHA II

ao sul do altar. E ele me fez sair pelo caminho da porta do Norte,


e me fez dar uma volta pelo caminho de fora, até à porta exterior,
pelo caminho que dá para o oriente e eis que corriam as águas do
lado direito. E saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um
cordel de medir; e mediu mil côvados, e me fez passar pelas águas,
águas que me davam pelos artelhos. E mediu mais mil côvados, e me
fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; e outra
vez mediu mil, e me fez passar pelas águas que me davam pelos
lombos. E mediu mais mil, e era um rio, que eu não podia atraves-
sar, porque as águas eram profundas, águas que se deviam passar
a nado, rio pelo qual não se podia passar. E disse-me: Viste isto,
filho do homem? Então levou-me, e me fez voltar para a margem do
rio. E, tendo eu voltado, eis que à margem do rio havia uma grande
abundância de árvores, de um e de outro lado. Então disse-me: Estas
águas saem para a região oriental, e descem ao deserto, e entram no
mar; e, sendo levadas ao mar, as águas tornar-se-ão saudáveis.”
No início foram feitas aquelas medidas e havia uma
terceira medida que não tinha mais como a pessoa respi-
rar porque tinha que nadar e era profundo. Mas, depois
disso, o anjo pega e traz a pessoa para a margem. Porque
quando ela entrou era só semente, mas agora está saindo
e vendo árvores! Quando cheguei no Brasil, eu era só se-
mente, agora vejo as árvores.
Na sua vida, talvez dentro destes anos aqui, existem
algumas sementes que você precisa ver as árvores, mas
para vê-las é necessário entrar na Presença do Senhor, se
anular completamente e dizer Pai, é apenas a Tua von-
tade, porque se não for o Senhor eu não vou dar conta.
Uma das coisas que eu aprendi nesse caminho de matu-
ridade é o prazer de dizer não. E de dizer sim, quando

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RITA SALOMÉ

é tempo de dizer sim. É o não do amadurecimento, é o


não da maturidade, é o não de dizer até aqui eu posso
ir, daqui para a frente é o tempo de parar e começar a
observar como Deus faz. Isso é maturidade!
Asafe, até metade do Salmo 73, queixava-se com Deus
de tal maneira que era um absurdo, ele quase tornou-se um
policial de Deus. Ele não precisa da nossa ajuda para detec-
tar o que não está bem com a Sua própria criação. Ele quer
a nossa fidelidade para que a Sua criação veja o nosso tes-
temunho e seja transformada, amadureça, cresça e vá para
a multiplicação do “Ide”. Ele quer que o nosso testemunho
alcance as pessoas. Então, Asafe até o versículo 21 sai de
um relacionamento COM DEUS e entra em um relacio-
namento EM DEUS. Quando temos relacionamento EM
DEUS, sabemos que a criação que está ao lado, que é o
nosso próximo, há de entrar no mesmo altar que estamos
entrando e ser transformado da mesma forma que estamos
sendo. Podemos pensar que isso é quase impossível, mas
basta crermos que Deus é o Senhor de tudo, todas as coisas
cooperam para Ele e Ele está no controle de todas as coisas.
Ele não precisa de nós para saber o que está errado.
Asafe chegou a essa parte de dizer “Meu Deus, eu pa-
reço um animal com o meu desejo, que se refere ao meu
coração, está amargurado. O meu rim que representa a
minha vontade, ele está com picadas, ou seja, está oscilan-
do. Não está mais no Teu propósito”. Ele chegou a esse
ponto porque só se relacionava COM DEUS. Ele passou
a se relacionar EM DEUS, no versículo 23, onde ele re-
conhece e diz, “Todavia, estou de contínuo contigo, Tu me
seguras pela mão direita”. Deus não comparou o reino dos

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REPARADOR DE BRECHA II

céus e aquilo que Ele quer com a Noiva igual à amizade.


Ele comparou igual ao casamento, porque é essa intimida-
de que Deus quer ter conosco. Por isso, Ele não nos cha-
mou para um relacionamento com o Reino em termos de
amizade. Podemos até ser amigos d’Ele, mas a prestação
de contas que Ele quer é o que se passa dentro de um ca-
samento. Quando, Asafe diz “Deus, Tu estás de contínuo
comigo e Tu me seguras pela mão direita”, jamais cami-
nharemos segurando a mão de quem não tem intimidade
conosco. Tenho de caminhar com quem eu tenho aliança,
com quem sou íntima. É por isso que o relacionamento
de Asafe com Deus muda. Passa de COM para EM. Pri-
meiro era só COM, mas a partir do versículo 23, pas-
sa a ser EM DEUS. Porque n’Ele, reconhece que apesar
de tudo o que possa acontecer com o ímpio, não há nada
que ele deseje aqui na terra que não seja Deus. Isto é EM
DEUS, já não é apenas COM. Eu olho, eu vejo, eu quero,
eu desejo, mas entro para o altar e digo “Deus, EM TI, o
que queres?”. Porque o EM, faz-nos sair de um lugar para
o outro, faz-nos desejar muito mais. Foi o que aconteceu
com Asafe, ele concluiu que não valia a pena olhar para
os ímpios, para as situações que estão à sua volta, porque
estava a tornar-se numa pessoa amargurada, rixosa, o tipo
de pessoa de quem nos afastamos, porque desgasta.
Asafe se deu conta de tal maneira, que a partir do
versículo 23 até o versículo 28, Deus o acompanha na
intimidade, porque ele pede para andar de mãos dadas.
Mão direita é o relacionamento com Deus, mão esquerda
é o relacionamento com o (a) esposo (a). Mão direita é o
relacionamento com o Sol da Justiça, com Aquele que

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RITA SALOMÉ

está sentado à direita de Deus Pai, mão esquerda é o re-


lacionamento de intimidade que temos com o(a) nosso
(a) esposo (a) e, também, a forma como vamos gerir as
nossas emoções. Mão direita fala de Jesus e de Ministério.
É por isso que Ele é a destra da justiça, Ele é o que está
sentado à destra de Deus Pai e que intercede por nós, não
está sentado à esquerda de Deus Pai. É por isso que Asafe
muda o relacionamento com Deus.
Precisamos mudar o nosso relacionamento com Deus.
Nós precisamos analisar a nossa vida, o nosso interior,
pedir ao Espírito Santo que transforme na nossa vida, a
mentalidade ou a intimidade de PEDINTE, dos queixu-
mes, daquilo que não vai bem, do que não suportamos,
nem aguentamos. Precisamos ardentemente mudar isso!
Para cada um de nós, temos pelo menos quatro pessoas
a observar o nosso comportamento e, através do nosso
testemunho, essas quatro pessoas, pelo menos, precisam
aceitar a Jesus. Adore ao Senhor acima de qualquer coi-
sa, pois assim saberemos que antes de chegarmos em
qualquer lugar, o nosso testemunho chegará primeiro.

1.2 EXAMINE-SE O HOMEM A SI MESMO

“Examine-se, pois, o homem a si mesmo...”


(1 Coríntios 11:28a)

A salvação é individual. Então quando desejamos rom-


per, devemos ter consciência de que o esforço é individual
e requer intimidade com o nosso Único e Suficiente Salva-
dor. Não conseguiremos romper se o nosso Deus não for

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REPARADOR DE BRECHA II

o nosso maestro. Apesar de casados ou não, vamos olhar


apenas para nós e não para o esposo ou esposa, namora-
do ou namorada que está ao nosso lado. Somos nós, in-
dividualmente, que Deus quer que rompa apesar das di-
ficuldades, críticas, queixas, Deus quer que saibamos que
n’Ele, podemos todas as coisas. “Examine-se o homem a
si mesmo antes de comer deste pão e beber deste cálice.”
Ele está a chamar-nos para uma intimidade com Ele que
nos ajudará a romper, mas ao mesmo tempo é necessário
examinarmo-nos a nós mesmos.
Não é A ou B, somos nós diante do Senhor. Por isso,
Deus diz “antes de comer do meu pão e beber do meu
cálice”, antes de teres acesso a mim na intimidade, analisa
o seu coração, o seu caráter, e a sua personalidade. Só par-
ticipa da mesa quem é íntimo. Não tem como romper os
vínculos sem ver onde temos falhado, errado, o que temos
prestado atenção na vida dos outros, o que temos tomado
conta que não nos diz respeito. É isto que necessitamos re-
parar no nosso coração. Ninguém vai para o céu de boleia
ou carona. Ninguém vai para o inferno porque fulano deu
mau testemunho, porque beltrano não se posicionou e nós
nos enganamos com isso. Vamos por conta de nossas esco-
lhas. Porque ou estamos na igreja por causa de Jesus ou dos
homens. Jesus é o bom testemunho, nós não temos argu-
mentos de largar o que quer que seja para ser uma escolha
a nos impedir de entrar no céu. Não temos esse tipo de
argumento. Ele diz “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a
toda a criatura, aquele que crer e for batizado será salvo” (Marcos
16:15-16). Ele não diz “Olha, se a pessoa que eu man-
dar falar, não der provas daquilo que Eu tenho feito...”.

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RITA SALOMÉ

Não! Quem foi para a cruz foi Jesus, não foi a pessoa que
estamos olhando. Precisamos tomar atitudes conforme a
Palavra, não conforme aquilo que pensamos. É por isso
que Deus nos está chamando para romper, para sair deste
lugar que estamos.
As pessoas ouvem falar de nós, do nosso nome, e já
sabem qual é o tipo de reação que vamos ter, sabem
qual é o tipo de comportamento que vamos ter... Saia
desse lugar. Rompa. Há quanto tempo temos o mesmo
comportamento? É hora de romper, de dar um bas-
ta nessa situação. Seja transformado à luz da Palavra,
mas para isso, é preciso ter intimidade. Não adianta
dizer “Pastora, eu não entendo a Palavra, quanto mais
a transformação?”. Não entende a Palavra, busque de
Deus, peça ao Espírito Santo. Sabe por quê? Jesus foi,
mas, enviou o Espírito Santo para estar conosco. En-
tão ora, foi o Espírito Santo que inspirou os homens a
escreverem a Palavra, e Ele vai começar a ajudar na
sua compreensão e entendimento.
Examine-se o homem a si mesmo. Não é examina o es-
poso a mulher, e a mulher o esposo. Não! É examine-se o
homem, ou a mulher, a si mesmo! Escrevi esta palavra exa-
minando a minha própria vida. Não é porque eu sou super-
mulher na frente de vocês. Não, examinando a minha pró-
pria vida, as minhas atitudes, examinando aquilo que ainda
precisa ser transformado! Quero em mim o suave cheiro do
Senhor e não repetir sempre as mesmas coisas e erros. Nós
temos essa possibilidade porque dentro de nós habita o Es-
pírito Santo de Deus, mas vai de nós ter atitude, vai de nós
querer mudar, desejar ser transformado.

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REPARADOR DE BRECHA II

Mas, se quisermos continuar da mesma forma que esta-


mos, é claro que podemos, é uma escolha, é o livre-arbítrio
que nos foi dado, porém, mais lá à frente vamos ver qual a
consequência de continuarmos iguais. E sabe qual é? Na-
quele dia, se tivermos de chamar por Ele, vamos ter de ouvir
a resposta “Apartai-vos de mim que não vos conheço”. Ago-
ra, se Ele tiver de nos chamar, Ele vai dizer o seguinte, “serva
ou servo fiel, no pouco foste fiel e sobre o muito te colocarei,
entra no meu descanso”. Prefiro, com toda a certeza, a 2ª
parte. Então, eu sigo com a transformação, com as mudan-
ças, eu sigo para que Deus opere em mim o que Ele quer.
Eu sei que sou falha, que erro, mas não quero que as pessoas
olhem para mim e me conheçam pelas respostas da minha
alma! Eu quero que elas me conheçam pelas respostas que o
Espírito Santo de Deus dá ao meu espírito. Tem diferença!
Não é o muito falar ou falar bonito. As atitudes, onde estão?
Palavras toda a gente fala! As atitudes, o comportamento, o
testemunho, chegam primeiro que as palavras.
Um exemplo, José foi um rompedor.
Deus colocou à sua frente 7 obstáculos para ele transpor
e tornar-se um rompedor. José saiu de filho de Jacó para
príncipe do Egito, saiu de escravo para príncipe do Egito,
saiu de vendido pelos irmãos para aquele que manteve o
plano até ele vencer a morte. Foi dado como morto, lançado
numa cisterna, foi decretada a morte dele, mas foi com a
morte que ele confrontou. Ele foi colocado, depois desses
obstáculos todos, como rompedor na hora certa, no lugar
certo, para aquela geração não passar fome.
Quais são os teus obstáculos? Apresenta-os para Deus!
No que é que temos dificuldade para não sermos trans-

26
RITA SALOMÉ

formados? O que é que está a barrar o nosso crescimento


dentro da Palavra? Apresenta a Deus e depois vamos ver
quem colocou cada um dos obstáculos. Quem pôs essas
coisas para podermos ultrapassar?
José tinha 7! Primeiro, os irmãos; segundo, os ismaeli-
tas; terceiro, Potifar; quarto, a mulher de Potifar; quinto,
o guarda da prisão; sexto, o padeiro e sétimo, o copeiro
de Faraó. 7 obstáculos. Ele desistiu no primeiro? No se-
gundo, terceiro, quarto, quinto, sexto ou sétimo obstácu-
lo? Não! Ele tornou-se príncipe do Egito sem ser egípcio.
Deram-lhe o anel que significa selo. Depois de Faraó, era
José! Nem Potifar! Era José! Como é que dizemos que não
conseguimos mudar e sermos transformados em Deus? Al-
guns não estão encontrando a reta para mudar porque tem
um lugar que Deus não entra conosco. Sabe qual é? O do
orgulho, por isso, não encontramos a porta para mudar.
Ele não está lá. Já viram Deus emaranhado no orgulho?
Mais uma vez, não! Orgulho por não admitirmos que ao
longo dos anos tudo torna-se a mesma coisa, não tem nada
de novo. De não admitirmos que nestes anos todos, não
temos dado liberdade ao Espírito Santo para agir em nossa
vida. O nosso altar secreto está como pedinte, entramos no
quarto e fechamos a porta e começamos “Pai, eu preciso
disso, muda aquilo, Pai olha a minha esposa, olha o meu es-
poso”. Mas, nós mesmos entrarmos no altar e reconhecermos
as nossas falhas, não conseguimos! Por quê? Orgulho. Vamos
examinar, tal como diz a Bíblia. Examinar a nós mesmos!
Há um tempo fui surpreendida por uma palavra que
fiquei em estado de choque. Deus disse “a tua geração vai
ser responsabilizada pela falta de joelhos que a geração que

27
REPARADOR DE BRECHA II

te segue não tem. Vocês não têm pregado aquilo que tenho
mandado. Vocês não têm dado testemunho daquilo que te-
nho operado na vossa vida. E, principalmente, vocês não
querem mudar. Então vão dar conta da geração que se se-
gue”. A geração dos nossos filhos é uma geração indolente,
é uma geração que quando aperta chora, se torna almatica
– é aquela geração que toma as decisões através dos sentidos
da alma, que é a sede dos desejos, das emoções e da vonta-
de – uma geração sem joelho, é uma geração sem Palavra,
porque nós não semeamos isso. É difícil, somos muito ata-
refados, estamos muito preocupados e ocupados. Quando
Deus me disse isso, perguntei “Pai, o que devo fazer para
mudar essa história?”. Ele disse “Sai falando, sai pregando.
Se já pregavas, prega mais. Se já ministravas, ministra mais.
Chama a atenção desse povo, vai e diz que Eu estou dando
uma nova oportunidade para haver mudança”. Examinem-
-se! Os dias são maus! Hoje vemos as pessoas, amanhã não
vemos mais. Hoje estamos com as pessoas, amanhã não es-
tamos mais! Então, examina o teu coração nesse dia mau!
Não é julgar A ou B, é o nosso próprio coração! Deus está
a chamar-nos como rompedor. José tinha tudo para desistir,
porém, nunca desistiu. Nós enganamo-nos. O fato de estar-
mos na igreja, não quer dizer que não tenhamos de fazer es-
colha. A igreja, só por virmos, não garante a nossa escolha.
Em todo o momento precisamos escolher.
Em Lucas (23:39-43) está escrito: “E um dos malfei-
tores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o
Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós. Respondendo, porém, o outro, re-
preendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma
condenação? E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que

28
RITA SALOMÉ

os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. E disse a Jesus:
Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. E disse-lhe
Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”.
Então, o fato de Jesus estar presente, não implica que
não tenhamos de escolher. É o livre-arbítrio. Porque Deus
não é capataz, Ele é um Deus de amor que respeita as nos-
sas escolhas. Então, necessitamos romper! Temos de levar a
nossa alma ao lugar de descanso, para pastos verdejantes e
deixá-la lá apenas um tempo. Porque ninguém cresce sem
passar dificuldades. Ninguém amadurece sem passar por
etapas. E ninguém cresce espiritualmente em Deus sem ven-
cer obstáculos. Agora precisamos identificar na nossa vida o
seguinte: se estes obstáculos foram colocados por Deus ou
fomos nós que os colocamos por causa das nossas escolhas?
Examine-se o homem a si mesmo! Não olhe para a direita
nem para a esquerda. Olha para o teu próprio coração, para
as tuas atitudes, para as tuas palavras, para o teu posicio-
namento, para os teus queixumes, para os teus achismos...
Olha para ti mesmo! Eu estou olhando para mim! O que
interessa ficar em pânico ao ver o que está acontecendo nes-
tes dias? E dizer “vou voltar para a minha zona de conforto
e me esconder de tudo”. A nossa zona de conforto é debaixo
das mãos do Senhor e para isto é preciso deixá-Lo entrar em
lugares que até agora tínhamos fechado para Ele. Lugares
estes que nós próprios sabemos exatamente o que temos fe-
chado para supostamente o Senhor não ver. Deus é tão inte-
ligente e sábio que Ele não faz a comparação com o amigo,
mas sim com o pai. Ele não se apresenta como amigo, mas
como Pai. Ele dá o Seu Filho em resgate da Noiva. Rompa!
Saia desse lugar!

29
REPARADOR DE BRECHA II

Olha para a tua alma como Davi olhou no Salmo 103.


Olha e, se preciso, olha para o espelho para vermos a nossa
imagem refletida e fale “Obedece, porque o Espírito aqui
é que comanda”. É necessário! Acorda, desperta! Recorda
quando Deus fechou a terra, conseguimos fazer alguma coi-
sa na nossa própria força, a não ser entrar na casa de banho,
ir para a sala e comer, chegar a hora de dormir e ir para
o quarto? Conseguimos fazer mais alguma coisa para além
disso? Vamos continuar a brincar com Deus? Não somos
donos de nada, tudo é emprestado. Respiração, filhos, tudo
nos é emprestado. Abra essa porta! Deixe Deus entrar em
todas essas áreas da tua vida. Deixa-o ser Deus! Não tente
usar as coisas de Deus para que as pessoas vejam em ti algu-
ma coisa. Se deixarmos Deus ser Deus na nossa vida, não
precisaremos de usar muletas. Ele mesmo irá se encarregar
de falar para todos quem nós somos n’Ele e não em nós
mesmos, mas n’Ele! Isso é o mais importante!
Precisamos agir como Ele manda, não conforme nós
queremos. Obedeça! Rompa! Apesar das dificuldades, rom-
pa! Apesar das injustiças, rompa! Apesar das nossas opi-
niões, rompa! Apesar do que as pessoas falam, rompa! Saia
do lugar e vá para o lugar que Deus te colocou! Rompa!
Não interessam as opiniões, pois elas não nos levam para
o céu. O que nos leva para o céu é uma vida consagrada
a Deus e a prioridade de amar a Deus acima de qualquer
coisa. Se não for para viver o sozo de Deus, por que será
que estamos passando por tudo isto? O sozo de Deus é Sal-
vação, é Cura, é Libertação. É esse sozo que Deus tem para
nós aqui na terra. Eu resolvi romper, porque o “não” eu já
tinha! O que vai mudar é o novo que Deus tem para mim!

30
RITA SALOMÉ

Quando decidimos romper, não é na força do nosso braço,


mas o braço do Senhor junto com o nosso!

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os


vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vos-
so culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede
transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experi-
menteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”
(Romanos 12:1,2)

1.3 ACIMA DAS CIRCUNSTÂNCIAS, ESCOLHA


ROMPER

“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as prática, asseme-
lhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha.”
(Mateus 7:24)

Falamos sobre Asafe, que é o relacionamento COM e


EM DEUS; falamos sobre a intimidade que, tantas vezes,
é uma intimidade de pedinte e não de profundidade; den-
tro desta intimidade profunda e de pedinte mostramos
alguns exemplos que tem a ver com aquela pessoa que
quer romper, onde falamos de José.
Agora vou falar sobre Davi, Rute, Neemias, Ana e Es-
ter. São 5 pessoas que, junto com José, resolveram rom-
per. Não têm todas o mesmo testemunho, são pessoas que
foram usadas por Deus ou, pelo menos, creram em Deus
em determinadas fases da vida delas e romperam.
Vamos falar de Bíblia, porque é a Palavra de Deus
que nos convence, que nos tira de um lugar e coloca em

31
REPARADOR DE BRECHA II

outro. Vamos falar o que aconteceu e o que tem aconte-


cido ao longo dos tempos.
Ninguém diz que Deus mudou porque Ele é imutável;
o que Ele fez há 2.000 anos atrás, continua fazendo. Se
Ele operou com José, com Davi, com Neemias, por que
não vai operar conosco? Qual é a dificuldade que Ele
tem? Nenhuma. Mas, qual é a dificuldade que nós temos
de deixar Deus operar? Toda, porque de vez em quan-
do a velha natureza caída manifesta-se. E quando ela se
manifesta, Deus não entra. Nós é que precisamos saber
exatamente o que queremos da nossa vida, porque ao co-
nhecermos Deus, deparamo-nos com algo da presença
de Deus que é completo. É o “sozo” de Deus, ou seja, a
Salvação, a Cura e a Libertação.
Se não entramos nisso completamente, não é um pro-
blema de Deus, mas nosso. Ninguém rompe em Deus sem
ter intimidade com Ele, sem saber quem Ele é, sem ter
uma amizade profunda com Ele. Porque o que for rom-
pido fora da presença de Deus, é feito na força do braço
e na aparente espiritualidade da alma. Isto traduz-se em
enfado e peso. Mas, quando é com Deus, nós recebemos
o fardo d’Ele que é leve e suave, porque Jesus já pagou o
preço e nós prosseguimos em conhecê-Lo, a Sua virtude,
a Sua ressurreição e aí conseguiremos triunfar!
Onde é que temos deixado a nossa vida, para Deus
nos moldar para rompermos? O que está a faltar? O que
está a travar o agir de Deus na nossa vida? Há quantos
anos já conhecemos Deus e usamos as mesmas atitudes,
as mesmas palavras, os mesmos achismos, as mesmas ra-
zões e quando uma pessoa olha para o nosso testemunho,

32
RITA SALOMÉ

ela ainda está lá atrás. As misericórdias de Deus se renovam


a cada dia. O que está a acontecer conosco?
O Covid-19 chegou para definir o antes e o depois. Se
não aproveitarmos esta mudança, significa que a situação é
muito mais séria na nossa vida. Se não aproveitarmos esta
mudança do dia que Deus zerou a terra, do dia que Deus
fechou tudo, do dia que Deus disse “entra para o quarto
que eu quero conversar contigo”, se ainda estamos à espera
disso, quando já passou, imagine quando soar a trombeta.
Vamos estar onde? Vamos escutar o quê? Quanta Palavra
já foi ministrada e o que estamos a fazer com isso? Porque
é a Palavra que cura, liberta, sara. O que estamos a fazer
com isso? Por que as pessoas olham para nós e dizem “lá
vem ela com esse discurso”? Por que as pessoas olham para
nós e lembram das palavras, não do ponto de vista positi-
vo, mas do ponto de vista negativo? A resposta é simples,
porque não rompemos! Sempre as mesmas coisas, sempre
as mesmas mentiras, sempre os mesmos “tristemunhos”,
sempre o mesmo jeitinho... Não rompe porque não tem
relacionamento com Deus! E se tiver, é o relacionamento
de pedinte: entra no altar e diz “Pai, eu quero, eu quero, eu
quero... Eu preciso, preciso, preciso...”.
Quando foi a última vez que entramos no altar e disse-
mos “Pai, não estou a precisar de nada, só quero sentir o Teu
abraço e a Tua presença”. Quando foi a última vez?
Rute é uma mulher com a qual me identifico bastan-
te. Ela tinha vários obstáculos. O primeiro obstáculo era
o fato de ser estrangeira; o segundo obstáculo é que era
idólatra; o terceiro é que ela vai para dentro da casa de
uma família de judeus; o quarto é que ela tinha de se

33
REPARADOR DE BRECHA II

adaptar àquilo que foi procurar e aceitou como marido;


o quinto, foi a morte do marido; o sexto, a sogra vem e
propõe-lhe regressar para aquilo que ela já era antes.
Diante destes obstáculos, Rute só sabia que tinha de
avançar, não sabia o porquê. A parte de trás ela já tinha,
o não ela já tinha, a casa do pai ela já tinha, os deuses do
pai ela já tinha, a forma do pai e da mãe se comportarem
ela já tinha, já sabia. Rute tinha tudo isto, nós temos tudo
isso: conhecemos a casa do nosso pai, sabemos como os
nossos irmãos se comportam, sabemos como a nossa fa-
mília se comporta, sabemos como somos crucificados nos
almoços de domingo, de Natal... sabemos isso tudo! O
que estamos a fazer para romper? Nada! Porque enquan-
to eu puder chegar com a minha alma e lamentar daquilo
que vem da minha casa, eu só aceito mentira! Mentira,
porque a Cruz só vale alguma coisa na nossa vida quan-
do damos testemunho dela. Se ela entrou na nossa vida,
essas coisas ficaram para trás, somos mais do que vence-
dores, damos conta de dar outro tipo de testemunho. Se
não estamos a dar nosso testemunho é porque queremos
chamar a atenção de pessoas que estão na mesma linha
de pensamento, na mesma posição em que nos encon-
tramos, que ainda não romperam com a vida de pedinte.
Rute podia ter ficado ali. Ela podia ter dito não! Po-
dia ter tomado a mesma decisão da cunhada, a Orfa.
Ela podia ter dito “vim para esse povo, estou a sair mais
miserável, vou voltar para casa do meu pai porque nem
marido tenho, não tenho filho, não tenho ninguém”.
Mas ela não quis, porque simplesmente resolveu ser
transformada! Porque, ao longo dos anos que permane-

34
RITA SALOMÉ

ceu na casa de Noemi, ela recebeu material que ela não


transformou em informação como a Orfa. Orfa trans-
formou o material em informação. Assim, na hora da
decisão, o que ela fez? Retornou.
Rute não, ela pegou aquele material, aquelas lições
preciosas e disse “eu quero ver a origem dessa mulher,
se ela me sustentou esse tempo todo, eu preciso ir com
ela até ao final. Não interessa o que vai me acontecer, o
não eu já tenho mesmo. Não interessa, tenho de ir em
frente”. No livro de Rute, lemos uma comovente história
de conversão, determinação, coragem, lealdade e fideli-
dade. A benignidade, a bondade e o amor entre Rute e
sua sogra Noemi, nos inspiram a refletir sobre relaciona-
mentos tanto dentro como fora da família. Tanto como
Rute optou em aprender mais, ou como Orfa que decidiu
retornar aos seus.
Quantas vezes já me deparei com esta situação? O
não eu já tenho, a situação difícil já estou a passar, a fome,
a dificuldade... Por que eu tenho de voltar? Vou prosse-
guir! Não posso voltar para a minha casa dessa forma.
Que testemunho vou dar daquilo que o meu Deus fez?
Fui eu que optei por não fazer, não foi Deus que mandou.
É nisso que temos de ficar atentos. Orfa optou por não
fazer. Foi-lhe dado o mesmo que Rute, mas uma escolheu
prosseguir e a outra resolveu retornar. Uma só reciclava,
a outra renunciou. E, hoje em dia, só se quer reciclar por-
que quando aperta, eu volto para onde dão carinho para
a minha alma. Eu vou para o lugar seguro.
Quando casamos não fazemos reciclagem, mas re-
nunciamos! Então, nem sempre quando tem a parte da

35
REPARADOR DE BRECHA II

renúncia, podemos fazer disso um estilo de vida. Porque


já renunciamos a casa da nossa mãe e do nosso pai. Não
podemos fazer disso um hábito. Temos de ter em atenção
que somos chamados como agentes transformadores e
capacitadores de milagres. Não podemos ficar nessa po-
sição o tempo todo, porque não fomos tiradas da cabeça
para não comandar o nosso marido, não fomos tiradas
dos pés para o marido não fazer de nós empregadas, mas
fomos tiradas do lado, somos ajudadoras. Nós não somos
a estrutura, porque quem sustenta o edifício é a estrutura.
É por isso que estamos batendo a cabeça em lugares que
Deus não está mandando estarmos. Quando pegamos na
estrutura e trocamos de lugar, mandamos a estrutura ser
parede e passamos nós, mulheres, a ser estrutura. O que
acontece? A casa cai!

“Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as prática é como


um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha.
Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram
contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na
rocha. Mas quem ouve estas minhas palavras e não as prática é
como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a
chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra
aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda”.
(Mateus 7:24-27)

Todas as vezes que roubamos alguma coisa da au-


toridade, a casa cai! Uma pessoa que quer romper não
rouba a autoridade de quem é autoridade. Uma pessoa
que quer romper não quebra princípios, mas sabe exata-

36
RITA SALOMÉ

mente o que Deus fez e diz na Sua Palavra. Uma pessoa


que quer romper, respeita espaços, respeita limites e sabe
exatamente qual o seu papel neste mundo! Uma mulher
não pode dizer que veio para ser homem e nem o homem
pode dizer que veio para ser mulher. Nasceu mulher é
mulher, nasceu homem é homem!
Rute fez uma coisa muito interessante. Ela não roubou a
autoridade de ninguém, principalmente da sogra. Ela sub-
meteu-se a uma aliança que, mesmo sem saber para onde
haveria de ir, mesmo sem saber como ia terminar, mesmo
sem saber em que lugar iria dormir, ela colocou Deus no de-
vido lugar e simplesmente foi! Um rompedor, quando Deus
manda sentar não procura o tipo de cadeira, nem o lugar
ao qual vai se sentar, simplesmente senta! Quando Deus diz
come, não procura o tipo de comida, apenas come! Não es-
tamos a romper porque já é cultural, falamos demais e fa-
zemos de menos. Chegamos ao ponto de entrar em oração
com Deus e dizer “Pai, eu amo-Te, és maravilhoso, venho
aqui apresentar a causa do meu marido... está assim, está as-
sado, mas sabes Deus o mau-feitio, a personalidade própria
que ele sempre teve...”.
Se Rute tivesse pegado as palavras que ouviu da so-
gra, do marido e do cunhado durante o tempo que es-
tiveram vivos, e tivesse simplesmente transformado isso
em informação, ela não teria feito parte da genealogia de
Jesus Cristo. Nós não sabemos por que Deus nos trouxe
até aqui.
Neemias tinha vários obstáculos. Primeiro, ele não
estava no seu próprio país, tinha sido levado cativo, es-
tava em um outro lugar quando ele recebe o recado do

37
REPARADOR DE BRECHA II

primo. E a primeira coisa que ele pergunta é como estão


as coisas na sua terra. O primo responde que estão em
grande aflição e humilhação, estão a passar uma grande
vergonha e não sabem como fazer porque os muros estão
caídos, as portas foram queimadas. Ninguém consegue
acreditar que aconteceu aquilo em Jerusalém.
Neemias olhou para a situação e aquilo podia tornar-
-se um grande obstáculo. Primeiro, porque ele prestava
serviço ao rei; segundo, ele era cativo, tinha sido levado
prisioneiro e isso poderia ter-se tornado um grande obs-
táculo. Ele podia ter dito para Deus que estava ali preso e
que não iria conseguir fazer absolutamente nada daque-
le lugar. Para que vou lá fazer a Tua obra? Ele poderia
ter dito que não ia, que estava muito bem ali no palácio,
comendo do bom e do melhor. Mas ele não fez, mesmo
sabendo que o rei poderia tornar-se um obstáculo. Ele
pediu o favor a Deus, mas antes dele pedir favor a Deus,
como rompedor, ele colocou Deus no lugar que lhe era
devido. Ele disse “se eu quiser vitória e se eu quiser rom-
per, Deus tem que andar sempre no lugar que lhe é devi-
do”. Ele chegou, dobrou o seu joelho, humilhou-se, pediu
perdão a Deus pelos seus antepassados, pelos seus pais e
por ele. Conduziu Deus ao lugar que lhe era devido.
Um rompedor nunca anda com Deus atrás. Deus
anda sempre à frente porque Ele é que vai determinar o
tamanho da nossa vitória e o lugar que temos de tomar
para ter essa vitória. Então, Deus não pode ficar atrás,
nem ao lado e, principalmente, dentro do nosso coração,
Ele não pode ficar no subúrbio. No nosso coração, Ele tem
de ficar na cidade e em toda a parte do nosso país dentro

38
RITA SALOMÉ

do coração. Não podemos deixar nenhum quarto fechado


dentro do nosso coração, Ele tem que entrar em tudo!
A primeira coisa que Neemias disse foi “Senhor, o meu
povo tem faltado contra o Senhor, os meus pais têm renegado o Se-
nhor, ...”. Ele foi fazendo uma oração geracional.
Quando rompemos, quem vai na nossa frente é o Se-
nhor. Quando rompemos e saímos do lugar, as pessoas
ficam desesperadas para que voltemos, porque ao romper
quem vai à nossa frente é Deus.
Quando Deus não nos chama para fazer nada, Ele
está à espera de darmos alguns passos e quando não nos
percebemos que temos de dar alguns passos, ficamos
numa situação muito triste. Mas, quando Ele nos chama
para falar conosco em particular, Ele vai nos disciplinar,
mas, essa disciplina, é o amor imensurável que Ele tem
pela nossa vida. Caso contrário, não teríamos saída, solu-
ção para mais nada.
Neemias tinha estes obstáculos todos, mas colocou
Deus no devido lugar, e foi diante do rei. Quando che-
gou, o rei já tinha o coração trabalhado e passou as cartas
e disse-lhe que podia ir e que não havia problema desde
que não ficasse o tempo todo em Jerusalém, pois precisa-
va voltar. O rei abriu as portas para ele.
Tem algo interessante na vida de Neemias que é o
nosso maior medo. Neemias quando chegou em Jerusa-
lém para reconstruir os muros, não derrubou o que estava
caído. O nosso maior medo de nos entregarmos a Deus
é d’Ele nos mudar completamente e nós não sabermos
mais quem somos. Deus não fará isso, porque precisamos
ter pontos na nossa identidade que identifiquem duas coi-

39
REPARADOR DE BRECHA II

sas: primeiro, que tirem a vontade de pecar por conta do


lugar de onde fomos arrancados; segundo, exaltem Deus
por aquilo que Ele tem feito na nossa vida. São coisas que
Ele não vai tirar, que é para podermos lembrar.
Neemias não começou a reconstrução dos muros re-
tirando os entulhos, não tirou o resto das pedras, não! Ele
construiu por cima! Ele edificou por cima do que já estava.
Outra coisa, ele não construiu com tijolo, e aqui está a reve-
lação que precisamos: queremos tijolo para ser rápido, para
não dar trabalho e para ser igual. Tijolo é máquina, pedra é
caráter. Ele construiu com pedra para afinar o caráter. Está
dentro da igreja e já sabe que vai ser afinado pelo irmão do
lado, com o irmão de trás e da frente. É pedra com pedra; as
pedras não são iguais. O nosso irmão vai encaixar naquilo
que não damos conta para fazer.
Pessoa que rompe tem de saber que Deus não vai fa-
zer com todos aquilo que está a fazer contigo. Pessoa que
rompe tem de saber que Deus vai nos afinar com a pessoa
do lado, que nós não somos uma ilha para crescermos
sozinhos. Somos um povo que Ele fez para termos comu-
nhão. Então, não vale a pena pensar que vamos crescer
sozinhos. Ele vai colocar uma pedra do nosso lado para
nos afinar. O nosso irmão expõe aquilo que em nós pre-
cisa ser corrigido. É pedra afinando pedra. Até a pessoa
que menos fala, quando ela fala atinge a veia principal.
Ela não fala, mas é pedra. Até aquela que fala demais está
a tratar-nos na nossa essência. É pedra que está a afinar.
Ana: Segundo o texto bíblico, Penina era fértil e tinha
filhos enquanto a outra esposa, Ana não gerava descen-
dentes para Elcana. Penina foi uma chata, uma mulher

40
RITA SALOMÉ

insuportável, mas era necessária para gerar fé em Ana


para que ela desejasse que o milagre nascesse, Samuel!
Foi preciso Penina para Ana romper. Por isso, são precisas
essas coisas que nos estressam.
Vou falar do homem que foi desprezado e largado e
tornou-se um rei. Os filhos das trevas sabem mais de nós
do que nós de Deus, sabem mais do poder que nós temos
e que nós não sabemos. Os filhos das trevas desejam aqui-
lo que nós temos e não podem porque só com o caminho
que percorremos: reconhecer o Senhor Jesus como Se-
nhor e Salvador e abandonar as velhas práticas. Os filhos
das trevas sabem tudo isso, enquanto nós sabemos um
pouquinho e nesse pouquinho colocamos uma semente
de orgulho, tornamo-nos religiosos, tornamo-nos profe-
tas de revelagem, tornamo-nos tudo! Precisamos chamar
a atenção de Deus! Precisamos ver no Espírito o que Deus
tem para nós. Precisamos buscar Deus. Não podemos fu-
gir da revelação que Deus nos está a dar; é Ele que está a
falar! Precisamos ter discernimento para saber se é Deus
que está a falar ou não. Examina o que está à tua volta,
leva diante de Deus e faz a prova!
Davi teve uns obstáculos incríveis: primeiro, por de-
trás das ovelhas que cuidava e protegia, foi esquecido,
lembraram dele na hora do almoço quando o profeta o
mandou chamar. Segundo urso; terceiro, leão; quarto, os
próprios irmãos; quinto, Saul; sexto, Golias; sétimo, foi
consagrado com um rei dentro do palácio, teve de es-
perar o rei ser removido, já com a consagração de rei.
Sendo rei deram-lhe um exército de bandidos, ladrões e
o quartel-general era uma caverna. Mas, Davi faz uma

41
REPARADOR DE BRECHA II

das maiores operações que as pessoas leem e não dão va-


lor na Bíblia: a honra declarada. Davi faz parte de uma
estrutura de honra declarada. O pai dele manda-o para
a frente de batalha levar comida, para seus irmãos mais
velhos que haviam sido alistados como soldados. Os ce-
reais eram para os irmãos porque eles conheciam o pão
da casa, mas o queijo era para o capitão dos irmãos para
ele ser honrado e poupar a vida deles. Davi foi e quando
chegou, o irmão diz “já vens tu?” . Obstáculo!
Davi poderia ter ido embora, mas não fez isso porque
um rompedor não vive das circunstâncias que está a pas-
sar. Ele procura saber de Deus qual o propósito, objetivo
daquilo que está a passar. Nunca vi ninguém fixar casa no
vale, quando o vale é lugar de passagem. Nunca vi nin-
guém morar no deserto, quando o deserto é lugar de pro-
va. Em um lugar de passagem ou em um lugar de prova
não se constrói casa. Constrói-se casa debaixo das asas do
Onipotente, constrói-se casa no lugar que Deus nos dá,
constrói-se casa para estabelecer raiz na igreja que Deus
nos colocou. O resto é lugar de passagem.
Somos derrotados como rompedores porque cons-
truímos casa em lugares de passagem e em desertos. O
povo tentou construir casa durante 40 anos no deserto e
todos morreram: murmuração, fofoca, ingratidão, menti-
ra, injustiça, falsidade, derrota, desobediência, insubmis-
são. Construir casa em deserto!
Construir casa em vale: estrutura de vento, não sa-
bemos para onde sopra, nem para onde vai, nem o
que está a acontecer, porque é uma estrutura de vento.
O vento bate no vale porque as montanhas cercam o

42
RITA SALOMÉ

vale; lugar de passagem acaba tornando-se lugar de


morte, porque apanha-se de todos os lados e nem sabe-
mos o que está a acontecer. Morre! A nossa casa tem de
ser construída nas asas do Onipotente, debaixo do Seu
abrigo. A casa física que nós temos só resiste se a casa
espiritual estiver estruturada.
Davi: desprezado, largado, foi convidado pelo profeta
a juntar-se na mesa da própria família, quando o pai é
que devia chamar. Tornou-se rei e a coisa mais interes-
sante de Davi depois da honra, sabe o que é? Ele foi um
assassino, ele foi um adúltero, mas ele teve uma das pe-
ças fundamentais que, hoje em dia, nos trai com muita
facilidade, por isso, Deus não entra em lugares que nós
estamos... O coração!
Para ser um rompedor como Davi precisamos fazer
aquilo que queremos que as pessoas nos façam a nós,
seguindo a preciosa Regra de Ouro “Não faças aos outros
o que não queres que seja feito a ti; e deseja para os outros o que
desejas e esperas para ti mesmo”. Se queremos ser perdoa-
dos, devemos perdoar primeiro; se queremos ser ama-
dos, devemos amar primeiro; se queremos ser aceitos,
devemos aceitar primeiro. Não dá para ter dois pesos
e duas medidas. Precisamos perdoar para que amanhã
as pessoas também nos perdoem. Precisamos começar
a aceitar o outro para que amanhã as pessoas também
nos aceitem. Caso contrário, não conseguimos. Se já
tivéssemos a estatura de varão perfeitíssimo, já nem
aqui estaríamos. Com o perigo de nos contaminarmos,
Deus já nos teria levado. Se continuamos aqui, temos
arestas para limar.

43
REPARADOR DE BRECHA II

Um rompedor faz aquilo que quer que seja feito nas


outras pessoas, porque ele primeiro dá o exemplo.
Davi foi aceito na presença de Deus; tornou-se o rei
porque tinha um coração ensinável. Não dá para rom-
per se o nosso coração não for ensinável. Não dá para
romper se não reconhecermos as mazelas que temos
caído; não dá para romper se não deixarmos o orgulho
na Cruz; não dá para romper se não deixarmos a vaida-
de na Cruz. Não é o fato de falarmos baixo, de sermos
tranquilos, que faz de nós pessoas humildes. Não! Faz
de nós pessoas controladas. Nada tem a ver com humil-
dade. É difícil, mas se tivermos comunhão com Deus,
intimidade com Deus, tudo isto será fácil, porque quem
nos dirige é Deus e não nós.

44
CAPÍTULO 2

Não há mais nada que


eu deseje

2.1 O VASO QUE GUARDA O TESOURO

D
esde que somos chamados por Deus, nos
tornamos filhos, amigos, servos, coopera-
dores, adoradores, ministros, embaixadores,
representantes e por aí vai, mas a base de todos estes atri-
butos é sermos vasos sabendo que Ele é o oleiro. Nesse
tempo de dia mau em que a nossa identidade tem sido
forjada e transformada, se torna vital não só reforçarmos
que somos vasos, mas também como as nossas atitudes e
posicionamentos nos fazem saber que tipo de vasos que-
remos representar o reino. Lembrando que não existe a
mínima possibilidade de o vaso ser usado sem passar pelo
processo de transformação e de restauração do oleiro. Na
verdade, sempre ficamos na expectativa de uma palavra
profética, mas esquecemos que cada palavra que sai da
boca de Deus para a nossa vida estará sempre fundamen-
tada numa estrutura de oração, posicionamento e confir-

45
REPARADOR DE BRECHA II

mação da identidade. Essa estrutura acontece tanto den-


tro como fora do vaso. Tantos desistem no decorrer deste
processo porque não tem certeza de que tipo de vaso são.
As palavras de 2 Coríntios (4:7), confirmam essa estru-
tura: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a
excelência do poder seja de Deus, e não de nós”.
E a de 2 Timóteo (2:20-21) também confirma:
“Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata,
mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para
desonra. De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso
para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado
para toda a boa obra”.
O capítulo de 2 Timóteo 2 está dividido em duas
partes 1-13 “O bom soldado de Cristo” e 13-26 “Obrei-
ro aprovado”, a primeira fala do lugar onde Deus deposi-
ta a sua Palavra e a Unção do Espírito Santo. A segunda
é a chave dos dois maiores alicerces na estrutura de um
filho de Deus, o bom soldado e o obreiro aprovado. Pau-
lo ensina e fala para Timóteo sobre as duas funções que
têm honra. Existem pelo menos 4 tipos de vasos, ouro,
prata, madeira e barro, uns são para honra e outros para
desonra. As vezes nos enganamos com as nossas atitudes
diante de tantas situações dentro e fora da igreja, e com a
descrição que se segue poderemos facilmente identificar
que tipo de vaso somos, sabendo que Deus quer apenas o
vaso de barro para ser transformado. Porque presta aten-
ção em algo muito importante:

> Vaso de ouro – Quebra, mas não desfaz (vaso es-


culpido)

46
RITA SALOMÉ

> Vaso de prata – Quebra e não desfaz (vaso esculpido)


> Vaso de pau – Quebra e não desfaz (vaso esculpido)
> Vaso de barro – Quebra e desfaz (vaso moldado)
– Moldado > Quebra e desfaz, recebe e dá.
– Esculpidos > Desfaz, mas não quebra, e só dá, nada
recebe.

Diante da presença d’Ele só pode ficar quem se que-


bra e se desfaz, porque são as duas coisas fundamentais
do trabalhar de Deus em nossa vida.
Os termos quebrar e desfazer parecem um paradoxo
atribuído ao Senhor, ELE quebra, mas não se quebra por-
que o Senhor concerta, restaura, restitui, abre e renova, mas,
quando Deus quebra está simplesmente desfazendo levantes
contrários para dar vitória e crescimento à sua igreja.
Existem na palavra algumas coisas que vemos Deus
quebrar:

1) O arco forte (1 Samuel 2:4)


O cântico de Ana revela a vitória sobre Penina, de-
pois de tanta humilhação e críticas Ana ora ao Senhor e
o arco do forte foi quebrado.

2) Laço do passarinheiro (Salmos 124:7)


Para dar livramento aos seus servos, Deus quebra o
laço armado pelo passarinheiro, laço é uma conotação de
embaraço e passarinheiro é símbolo de satã.

47
REPARADOR DE BRECHA II

3) Portas de bronze (Isaías 45:2)


Além de ungir Ciro para cumprir os seus propósitos,
quebrou os obstáculos que se apresentam intransponíveis
para oferecer restauração ao seu povo.

4) Vaso de barro (Jeremias 18:4)


Fala da fragilidade humana e da soberania de Deus
5) Braços do ímpio (Salmos 37:17)
Desarmar o inimigo seu, quebra o braço do inimigo.
6) Cadeias (Atos 16:26)
Não há cadeias que Deus não possa quebrar para li-
bertar o mais vil pecador.

Enfim, amados, Deus quando quer agir, ELE quebra


tudo para fazer melhor e dá a vitória que precisamos.

Somos quebrados por ELE no nosso caráter e


personalidade por causa de:
– Desobediência e infidelidade
– Rebeldia e idolatria
– Insubmissão e impetuosidade
– Achismo e modismos
– Razões, orgulho e falsidade
– Direitos, usurpação e manipulação
– Quebra de princípios, propósitos
– Distrações e impulsividade
– Murmuração, contenda, fofoca
– Mentiras, imaginações e fantasias
– Prostituições carnal e espiritual

48
RITA SALOMÉ

Olha só o detalhe, somos quebrados porque as leis do


reino de Deus não são iguais as do mundo.

No Reino

1. Para viver precisa morrer


2. Para receber precisa dar
3. Para subir tem que descer
4. Para o reino só existe teocracia

Somos quebrados porque:


– O resultado da cruz não comporta argumentos.
Somos esmagados nas nossas opiniões e ações, a cruz
é bem clara e diante dela perdemos argumentos. Ama-
dos, quantas vezes colocamos Deus em nossas ações e ati-
tudes. No início declaramos que é para a glória de Deus,
no meio é para todo mundo ver, e no final é apenas para
a nossa própria satisfação. Então, como tantas vezes ten-
tamos misturar, por isso somos quebrados e desfeitos. No
início em Gênesis (2:7): “E formou o Senhor Deus o homem
do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem
foi feito alma vivente”.

Ele usou apenas o barro, não misturou com prata,


ouro ou madeira, então por que tantas atitudes nossas
pertencem a estes vasos? Como queremos ser vasos de
honra para toda boa obra se não nos sujeitamos à Sua
palavra e a Sua vontade?

49
REPARADOR DE BRECHA II

CARACTERÍSTICAS DOS VASOS


1. Vaso de Ouro
Chama atenção pela sua beleza e glamour. Indepen-
dente de ser ouro velho ou novo, é notável a sua presen-
ça em todos os ambientes, visível de qualquer ângulo.
Jamais diminui o brilho ou a força da sua emblemática
existência. Como é um vaso muitíssimo elegante, não
se adapta a todos os ambientes, na verdade os elemen-
tos que fazem parte de um determinado espaço é que
devem se adaptar a esse tipo de vaso. As pessoas com
esta característica de vaso de ouro normalmente ado-
ram posição de destaque e são líderes de pequenos gru-
pos dentro da igreja ou do ambiente que se encontram.
Jamais se misturam, apesar de saberem que algumas
pessoas com personalidade e níveis de status social dife-
rente poderiam certamente fazer uma excelente combi-
nação, mas por falta do glamour são reduzidos a nada.
Pessoas assim são pautadas pelo orgulho e vaidade, e
normalmente têm problemas com o complexo de su-
perioridade, e outra, elas só mudam o ambiente, não
transformam. Como Deus pode ter dentro destes vasos
a Presença que se despojou de toda a sua Soberania
para salvar a raça humana?

2. Vaso de Prata
Vaso oportunista, na ausência do ouro ele se apresen-
ta como a falsa humildade dizendo, “não tem ouro, mas
tem prata, é só uma questão de brilho”. Quanto mais
brilho, mais ele se consciencializa da sua importância até
porque a sua mistura e socialização é mais fácil que o de

50
RITA SALOMÉ

ouro devido a sua falsa humildade. Devido a sua boa mis-


tura com outros vasos, ele sempre consegue um bom en-
quadramento por causa do “politicamente correto” em
todas as ocasiões, principalmente na ausência do ouro.
Outra situação, esse tipo de vaso tem conhecimento da
sua harmonização em ambiente que está presente, então
ele tira proveito disso para aflorar o seu destaque porque
ele tem consciência que a mistura com outros vasos lhe
dá uma excelente projeção. Os vasos de prata têm na sua
personalidade fácil adaptação em um ambiente oportu-
nista. Quase tudo para eles se resume a oportunidade,
de se projetar, de vencer sem esforço e principalmente
a falsa humildade de se dar aparentemente com todos
faz dele um político em todas as situações. Agradar para
conquistar constitui um dos maiores atributos deste vaso,
o que faz dele um viciado em ativismo dentro da igreja,
porque devido a politicagem e a sua falsa humildade, ele
se alimenta de elogios. Como Deus pode ter dentro destes
vasos a Presença que se despojou de toda a sua Soberania
para salvar a raça humana?

3. Vaso de Madeira
Se considera bastante humilde, o seu lugar preferido
é no meio dos seus, já que tem absoluta consciência que
sozinho fica quase sempre desenquadrado. Sempre junto
com outros vasos de madeira também, até porque no seu
coração este tipo de vaso nunca fica bem com a mistura
de outros tipos. Então tudo que ele faz chama o grupo e

51
REPARADOR DE BRECHA II

é bem fechado, seu emocional está sempre virado para


o complexo de inferioridade. Se esforça bastante quan-
do é chamado para fazer algum evento, sempre com o
lema “não brilhamos, mas temos um lugar só para nós”.
Pessoas que se identificam com o vaso de madeira amam
farpas e piadinhas. Sempre em todas as situações quan-
do não são bem recebidas se sentem excluídas automa-
ticamente. Falam sempre pejorativamente. Este tipo de
vaso ornamenta espaços que até trazem harmonia entre
diferentes tipos do mesmo material, mas entre todos o
comportamento é o mesmo complexo de inferioridade. A
falsa humildade por se sentir desvalorizado por ser ma-
deira faz dele uma pessoa que se fere com tudo e por
nada, aceita a opinião e a crítica dos outros em parte e
sempre avalia do ponto de vista de ser o “parente pobre”,
como a palavra do autor da vida poderá estar dentro de
um vaso deste tipo?

4. Vaso de Barro
O barro está presente desde a criação do homem. Ele
pode estar em todo tipo de ambientes, desde o glamour
até o rústico, a sua posição permanece a mesma. Mas a
sua presença é sempre notada as vezes pelo tamanho, cor
e modelo e faz com que a paisagem mude ou seja mesmo
transformada. Outra característica deste vaso é que ele
sabe que perde o seu valor quando tem uma rachadura
ou se ficar torto, e piora se for colado. Mas por mais do-
loroso que seja, melhor é quebrar e fazer de novo, porque

52
RITA SALOMÉ

as marcas e a cola nunca disfarçam as imperfeições. Pre-


cisamos sempre nos lembrar do início, quando Deus fez
o homem, tirou do barro. Não vemos Ele misturando o
barro com ouro, prata ou madeira. Por esta razão fracas-
samos, quando sendo barro usamos atributos específicos
de quem é de ouro, prata e madeira. Na palavra de 2
Coríntios (4:7), lembra que a glória é de Deus, apenas!
Dentro da igreja o vaso de barro deve estar atento ao
que a palavra de Deus diz, jamais adquirir características
dos outros vasos. Devemos saber que não basta ser barro.
Para suportar o tesouro devemos ter intimidade, profun-
didade e nos sujeitarmos ao oleiro que é o nosso Deus.
Queridos, não podemos nos esquecer de que só o barro
pode ser moldado; prata, ouro e madeira, são esculpidos.
Dentro da intimidade aprendemos o caminho da re-
núncia e mudança que traz a transformação.
Para podermos chegar até ao vaso da boa obra e de hon-
ra, precisamos analisar algo: “Tantas vezes queremos ser va-
sos de prata, ouro e madeira, quando somos apenas barro”.

Vaso de barro – Renúncia


Vasos de ouro, prata e madeira – Descarta
A igreja tem descartado coisas, mas, não renuncia.

Renúncia: É destruir e não pegar mais.


Descartar: É desconsiderar, mas quando há uma mu-
dança que não resulta, pega tudo de novo.
Neste momento de leitura o Espírito Santo deve
estar trazendo à sua memória coisas que precisam ser

53
REPARADOR DE BRECHA II

renunciadas na sua vida, coisas e situações que foram


apenas descartadas e não passaram pelo processo da
cruz porque eram de estimação, este é o momento de
parar tudo e fazer um exame sincero do seu coração.
Ore e peça a Deus para sondar o seu interior. Já ouvi
pessoas dizerem que passaram pelas águas do batismo,
mas não conseguiram sepultar por completo as suas ma-
zelas. Sabe o porquê disso? Porque o seu objetivo infeliz-
mente era só o descarte. Quando não agradar a palavra
de concerto, volta e pega tudo de novo. Amados, grita-
mos e ousamos falar que temos vida de intimidade com
Deus, mas até dentro da intimidade apenas pedimos e
pedimos. Precisamos buscar profundamente ao Senhor
e buscar o Seu reino e sua justiça e todas as outras coisas
nos serão acrescentadas. Mas até isso se torna precário
quando não conseguimos permanecer firmes e resisti-
mos à mudança que gera transformação. Deus procura
vasos que guardem o tesouro.

“A intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais ele dará


a conhecer a sua aliança.”
(Sl 25:14)

2.2 O CAMINHO DE UM REPARADOR DE


BRECHAS
Este capítulo é muito particular, ele fala da minha
caminhada de intimidade e transformação nas mãos do
oleiro que só terminará na escolta para o céu ou com
a Sua volta. Eu estava de férias no Nordeste do Brasil,
em uma viagem enviada por Deus devido ao cansaço de

54
RITA SALOMÉ

agendas. Eu e mais três profetas. Pensava que era férias,


mas passamos de tudo desde lidar com cura e libertação,
salvação e lutar contra o inferno. Mas este momento que
você passará a ler nas próximas linhas não foi progra-
mado por nós, mas por Deus. Eu e a profeta Vera Canal
acordamos às 4h15min, o sono havia sumido. Descemos
e fomos para a sala e depois do bom dia e a paz do Se-
nhor, começamos a conversar quando de repente ela diz,
Rita pega o gravador porque senão daqui a pouco não
lembramos de mais nada... E assim começou.
Até nos momentos do reparador de brechas, ele acha
que não está a orar, que está em piloto automático, que
está a fazer as coisas normais do dia a dia, naturais, e, às
vezes, pensa que não está com o pensamento em Deus,
será que desviei da fé? Não é isso. Acontece que Deus está
dando um tempo para descansar n’Ele. É como apanhar
um avião em que o piloto vai descansar e coloca no au-
tomático. Quando coloca no automático, quem dirige o
avião é Deus, porque as engrenagens são todas d’Ele.
E no reparador de brechas, quem dirige todo o pro-
cesso de vida dele é Deus! A minha cabeça faz um mon-
te de coisas ao mesmo tempo. Quando relaxa, quando
paro de pensar, de ser ativa? Porque a nossa mente não
consegue ser passiva, ela é ativa, mas dentro da atividade
ela pode ser passiva a Deus. Então, quando é que a mi-
nha mente está boa para receber as mensagens do céu?
Quando estou a lavar e estender a roupa, ou arrumar a
casa, aí é que me desligo da minha área profissional, da
minha área ministerial e aí, do nada, Deus começa a tra-

55
REPARADOR DE BRECHA II

zer as informações. Por quê? Muitas pessoas perguntam,


como conseguir ouvir a Deus? Elas não conseguem ouvir
a Deus e então vão fazendo, tomando atitudes porque
acham que Ele não está a falar com elas.
Mas, não é porque Deus não fala com elas, é por-
que elas não colocaram suas mentes no piloto automá-
tico para ouvi-Lo. Na verdade, se a pessoa não estiver
prestando atenção, talvez ela não ouça a voz do Senhor.
Com isso em mente, uma boa maneira de reconhecer
que Deus está respondendo suas orações é oferecendo
orações de gratidão a Ele.
Outra forma usada normalmente por Deus é quando
Ele vai dizer coisas que a pessoa tem que fazer, porém, Ele
usa outros para transmitir suas mensagens. Outra coisa
interessante, é aquele reparador que já está bem selado,
ele sabe que não precisa chorar, nem ficar se lastimando;
o reparador não se importa quando alguém faz algo para
ele, porque não diz respeito mais a ele, mas a Deus! É
a própria pessoa que planeja e executa o mal ao outro
que sofre o dano, que passa as injustiças, os egoísmos, o
roubo da unção e do prestígio. Sim, porque o reparador
de brechas é alguém que tem prazer em acolher, usa sua
capacidade para defender, influenciar, proteger, libertar,
aliviar. O reparador de brechas é alguém que promove a
liberdade com o uso das palavras.
Muitos dizem: “Isto porque ele é admirado, como
é que essa pessoa conseguiu isso e eu não?”. Ouve-se
muitos crentes dizerem “é porque ele paga o preço”. É
horrível ouvir isso, porque ninguém paga nada, Deus
já pagou para nós. Então, ele vai ter de produzir e

56
RITA SALOMÉ

dentro disso, vai ter alguns danos, algumas quedas, o


que é natural de quem está a arriscar. Porque se não
arriscarmos, não vamos ter nada! Neste contexto, um
reparador de brechas tem de ser desprovido totalmente
da vaidade. Se ele tiver os dois, não vai ser mais repa-
rador, Deus tira do cargo. Na verdade, reparadores de
brechas são extremamente raros e cada dia vão ficando
mais raros, porque eles têm de permanecer inteiros e
firmes! Então nesse contexto, ele vai ajudar o outro, ele
vai fazer as coisas para o outro, mas como uma coisa
normal, natural, como se ele estivesse indo a uma loja
comprar ou vender, ter um comércio, ter uma atividade
normal. Para ele, isso faz parte da função dele. E se ele
for um excelente profissional, ele vai ser um excelente
reparador de brechas porque tem isso intrínseco dentro
da função dele. O reparador de brechas precisa estar in-
teiramente enxertado dentro de Deus, porque Deus dá
dons para ele, Deus traz luz sobre ele, dons que ele nem
usou, mas que estão lá. Para o reparador de brechas, a
cada coisa que ele fizer, a cada palavra, a cada atitude,
a cada oração, começa a ser admirado pelos outros e as
pessoas perguntam como fazem para chegar nesse nível.
Já ouvimos, muitas vezes, a frase “quando crescer quero
ser igual a você”. Então, ninguém é igual a ninguém,
cada um é diferente. Se para ser igual aos outros é ter
um padrão, o padrão do reparador é ele ter o “Padrão
de Deus”. Portanto, as pessoas começam a admirar e a
se aproximar... Porque se me aproximo de alguém que
tem tudo isto que eu não possuo, posso assim ser amigo

57
REPARADOR DE BRECHA II

dela. Se sou amigo dela, vou elogiar e assim inicia-se o


processo de bajulação.
Como aquela pessoa que tem a unção de Deus, ela
pratica como parte de um ritual com o intuito de exer-
cer influência espiritual, muitas vezes com a finalidade de
abençoar ou até mesmo curar. De certa forma, ela fica
meio solitária, tem muitas pessoas ao seu redor, mas no
máximo um ou dois amigos. Porque tudo o que a pessoa
fala tem peso: outra pode falar a mesma coisa que ela
e não garante nada, mas quando ela fala é diferente e
acontece. Então, essas pessoas ficam junto para poder as-
similar, para ver se conseguem tirar alguma coisa, porque
já perceberam que não vão ter o que ela tem. Normal-
mente, são pessoas sutis, de fala mansa, supersimpáticas,
super educadas. A cobra é assim, ela vem arrastando-se
na sutileza até que ela dá o bote. Aí, a primeira coisa que
vão tentar fazer é desconstruir a nossa identidade, distor-
cem partes do que dizemos, vão usar a linguagem, as ati-
tudes, para nos destruir. Porque tornamo-nos um perigo.
Só que, quando começam a nos desconstruir, eles tentam
usar a mesma linguagem do reparador, então dizem “vou
dar conta de pregar, vou dar conta de falar ou vou dar
conta de ministrar”. Há visões que para nós não signifi-
cam nada, mas que Deus manda entregar para a pessoa
que está à nossa frente do jeito que Ele mandou falar. En-
tão, as pessoas que não têm essa interação com Deus, que
não são reparadores, distorcem a visão. A pessoa que nos
vai observando, vai absorvendo coisas que temos porque
quer ser você, ou melhor do que você. E para isso vai ter
de nos eliminar e, vai ao ponto de distorcer a nossa identi-

58
RITA SALOMÉ

dade. Começa a minar e a desconstruir aquela pessoa e a


coisa que ela faz de maior perfeição é falar mal do outro,
escondido dela. Tudo isso para desconstruir o reparador.
De manhã falamos com alguém, ela te atende com um
sorriso, no outro dia vamos falar com a pessoa, já vira a
cara do nada. Aqui percebemos que já existe uma conta-
minação. Ela consegue profetizar, consegue se sobressair
nas igrejas, nos lugares, porque têm pessoas como ela que
vão ouvir o que ela vai falar. Assim consegue formar a
plateia dela, formar o povo dela. Quando ela desconstrói,
ela monta todo o cenário até nos pôr para fora. Aconte-
ce que neste processo que muitos vão passar e muitos já
passaram, Deus pega no reparador de brechas e começa
a permitir dentro dele incertezas, questionamentos para
Ele reparar a brecha que ainda está aberta dentro dele.
Deus permite que, muitas vezes, essas pessoas sejam usa-
das como lixa para nos alinhar. Então, o reparador tem
de estar pronto. Deus pega as brechas que temos dentro
de nós e Ele começa a trabalhar. Se formos bons ouvintes
e entendermos este processo de Deus e não ficarmos a
lamentar, a chorar ou a pedir para morrer, vamos olhar
para Deus e perguntar “E agora, o que vamos fazer?”. E
Deus vai dar a posição. Às vezes, Ele fica calado muitos
dias, muitos meses e depois do nada, quando estamos re-
laxados no piloto automático, Ele dá a resposta. Quando
ela vem, sabemos que esse pedaço está curado, já está
pronto. Deus dá respostas depois de um processo que Ele
trabalhou conosco e vê que já estamos prontos para ouvir
Dele. A brecha que estava dentro de nós já foi reparada,
Ele mesmo reparou. Às vezes, Deus levanta outras pes-

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REPARADOR DE BRECHA II

soas e que não vamos precisar falar nada porque elas vão
dar a resposta de Deus e pôr-nos a refletir. Ele faz isto
com o reparador de brechas para ir alinhando. Vamos
na Igreja A, B ou C, ouvir outras pessoas e, no meio de
200 falas que parecem não interessar, vai haver um pon-
to, uma vírgula que vai agregar nas 200 falas e nos vai ali-
nhar. Neste alinhamento, Deus está a trabalhar conosco
para estarmos prontos lá para a frente.
Quando as pessoas nos desconstroem e tomam para
elas, é como se nós e aquela pessoa fossemos pintores de
casa. Deus dá para ela um pincel e põe-na a pintar o ro-
dapé e dá-nos um rolo para pintarmos lá em cima. Ou
seja, a distância é enorme. Elas pensam que estão lá em
cima, mas continuam pintando o rodapé. Quando já pin-
tamos lá em cima e Ele já nos mandou para o 1º andar
para pintar e vai-nos subindo. Não é fácil. Há pessoas
dentro deste processo que Deus está reparando “o repa-
rador de brechas”, tirando-o do choro, das lamentações,
Ele coloca pessoas nesse processo que caminharão conos-
co e vai nos analisando também. São diferentes daquelas
que vão tomando e vão arrancar de nós, isolar, pôr para
fora e tomar o nosso lugar. É uma estratégia delas.
Mas, tem outras pessoas que se aproximam de nós
e andam conosco, que vão tentar ser amigas, nos aben-
çoando de várias formas, com presentes aparentemente
desprovidos de qualquer intenção, mas é uma estratégia.
A rede que elas trabalham para poderem nos atrair para
elas, através de um outro processo infame é chamado
“gratidão”, até elas nos enredarem e enlaçarem. Com
isto, fazem com que trabalhemos para elas. Colocam-nos

60
RITA SALOMÉ

na linha de frente para trabalhar porque sabem que não


somos preguiçosos, não temos medo, não somos egoístas e
nem vaidosas. Elas sabem disto e nos colocam para fazer
tudo para elas, enquanto elas sentam e nos usam como
escravos delas. Deus vai permitindo porque Ele quer tra-
balhar conosco. Através desta situação e do que Deus nos
deu, a pessoa pensa que nos dominou e que, realmente,
somos escravos dela, mas não percebe que, através disso,
Deus traz inúmeras pessoas para estar conosco e Ele nos
lança como flechas para essas pessoas e conecta-nos a um
outro número de pessoas que percebem essa situação e
ficam indignadas e dizem “um dia eu vou estar com essa
pessoa, eu vou ajudar a pessoa dessa forma e não de ou-
tra forma”.
Esse ciclo termina porque o reparador de brechas já
está bem treinado, porque a pessoa pensa que é ela que
faz, mas é Deus que está a treinar. Porque na maioria
das vezes, o reparador de brechas percebe que está sendo
usado e fica indignado, reage até com vontade de acabar
com tudo, ou de morrer. Então, Deus trabalha essa parte
dele, essa indignação, e o alinha. Este tipo de indignação
é lícita.
Mas não é correto nos indignarmos com o que Deus
está a fazer conosco e nós cobrarmos de Deus. E Ele diz
“olha para a pessoa que está perto de ti, está a manipu-
lar-te, está a fazer-te de capacho dela, da igreja, de tudo”.
Todo mundo percebe, menos nós porque paramos para
reclamar com Deus. Em vez de usarmos o sentimento, a
raiva, a dor e ficarmos a murmurar com Deus, Ele fala
“Filha acorda, não é Comigo que tens de fazer isso, tens

61
REPARADOR DE BRECHA II

de fazer contigo mesma e te posicionares, porque quem


te dá presentes sou Eu, quem te dá as condições sou Eu.
Então para e sai disso”. Até que chega uma hora que não
saímos e Deus diz “deixa-te libertar porque não dás con-
ta sozinha porque estás a usar sentimento humano. En-
tão, Eu vou te tirar”. Por exemplo: estamos numa mesa
e Deus dá-nos uma porção dobrada, mas aquela pessoa
vem e puxa o nosso prato e põe migalhas. E nós conten-
tamo-nos com as migalhas e achamos que estamos a ser
beneficiados por essas migalhas, mas ela tomou a nos-
sa porção dobrada. Chega um ponto que o Senhor fala
“agora já entendeste, já estás pronta, no meu conceito,
para começares a voar, sair dessa pessoa”.
Porque a primeira situação, a pessoa arrancou de ti,
ela se aproximou, te analisou, viu como se fazia, pegou a
tua técnica, que foi Deus que te deu, pegou todo o teu jei-
to e para ela poder fazer mais precisava te expulsar para
os outros não perceberem. Ela diz para todos que é mui-
to melhor que você e nós não podemos ficar lá para as
pessoas perceberem. Ela arma situações, coloca-nos para
fora, humilha, tem de nos desgastar para nos sentirmos
um nada, para que ela possa se sobressair.
A segunda situação, a pessoa chega perto, sabe que
não dá conta de fazer isso, então ela seduz, dizendo que
é muito boa, que vai cuidar de nós, que somos uma “coi-
tadinha que precisa ser cuidada”. Então, o preço que ela
cobra é o nosso serviço, o nosso trabalho, porque o ser
humano não faz nada de graça para ninguém. Como
na primeira situação já apanhamos muito, então nesta
segunda situação agradecemos a Deus por ter coloca-

62
RITA SALOMÉ

do alguém para cuidar de nós. Então, dentro de nós, da


nossa gratidão, começamos a trabalhar para essa pessoa.
Quando as dificuldades vêm, tornamo-nos ingratos com
Deus, começamos a cobrar de Deus. Mas, na primeira si-
tuação, Deus cuida das brechas mais horrorosas dentro de
nós. Na segunda situação, Deus começa a aprimorar nos
dons, nos talentos, naquilo que Deus quer que fiquemos
capacitados para toda boa obra. E Ele começa a mostrar
para as outras pessoas que o que temos é original, é au-
tenticado. E mostra aos demais que aquela pessoa que
diz que está a cuidar de nós é, na verdade, um carrasco.
Nós sozinhos por causa da nossa gratidão trabalhamos
para essa pessoa até à exaustão, porque vai-nos explorar
o tempo todo. Até no descanso, ela nos lembra que temos
de trabalhar para ela. Ela levanta outras pessoas para
nos ajudar, mas fica com os louros da vitória, mas nesse
processo, Deus está nos treinando para avançar, está na
elaboração dos nossos dons, aproveitando para nos ama-
durecer naquilo que depois virá através de nós.
Nessas duas situações, a pessoa que comanda está
debaixo do governo de Jezabel – com sua personalidade
cruel, manipuladora e sedutora. É capaz de tudo para
conseguir seus objetivos, suas respostas são camufladas.
Na primeira situação ela traça a teia, arranca as coisas,
corta a teia e nos deita fora. Na segunda situação, ela
lança a teia e vai nos enfiando na carne nos deixando
sem comida, vai nos sugando porque estamos trabalhan-
do demais para ela. Então, não damos mais conta de sair
sozinhos, mas é aí que Deus entra em ação e nos liberta.
Ele cria uma situação e nos puxa. Quando Deus nos ar-

63
REPARADOR DE BRECHA II

ranca, essa segunda pessoa vai tentar nos destruir junto


das outras com as quais andamos. Vai dizer para elas que
nos ajudou e que somos ingratos. Que era uma falsa gra-
tidão que tínhamos por ela, porque estava nos ajudando,
porém, na realidade era exploração e não percebíamos.
Quando saímos e paramos de trabalhar para ela, en-
tão passa a fase de denegrir a nossa imagem. É a segun-
da desconstrução da nossa identidade. Ela lança dúvidas
e começa a falar para todas as pessoas, sobre quem nós
somos e se era mesmo de Deus o talento e os dons que
possuímos. Porque para ela, se nós não servirmos mais,
então não serviremos para mais ninguém! Como servi-
mos a muitas pessoas e algumas são, realmente, de Deus,
elas vão perceber que tem algo de errado. Começam a
questionar e a buscar e descobrem a verdade. O outro
grupo de pessoas que, aparentemente, também são de
Deus, mas estando já contaminadas se colocarão do lado
do governo jezabélico. A língua bifurcada de cobra que
na frente fala uma coisa e por trás fala outra, funciona,
mas não por muito tempo. Porque vai chegar uma hora
que aquela pessoa que caiu na lábia, vai voltar atrás e
perceber que há algo errado. O reparador de brechas
sustenta-se durante todo esse tempo porque tem conteú-
do que Deus dá para ele e que é original. Aquele que o
explorava não tem sustentação, então vai ficar com meia
dúzia de pessoas com ele. Continuando até o fim da vida
a pintar rodapé, enquanto o outro já está no 2º andar,
começa a subir degraus.
No reparador de brechas, a primeira característica,
é a de ser arrancado as coisas dele de forma dura; e a

64
RITA SALOMÉ

segunda, é ser explorado. Decorrendo destas duas situa-


ções, Deus ensina o reparador de brechas a dizer não!
Porque até então o reparador de brechas não dizia “não”.
Na primeira situação, tinha dentro do reparador de bre-
chas um pouco de vaidade, um pouco de orgulho. Então,
ele aparecia em todo lugar, e era elogiado. Quando nessa
situação, a pessoa desconstrói a imagem do reparador de
brechas, aí Deus começa a matar o orgulho e a vaidade.
Na segunda parte, Deus trabalha o processo de rejeição
que ele tem dentro, de dores que passou, de se sentir um
coitado por Deus aparentemente não fazer nada por ele.
Deus trata desses aspectos nessa situação, até que o liber-
ta daquele opressor. Nessas duas situações, Deus ensina-
-lhe a dizer “não, e não se envolva”! Deus não o torna um
egoísta, mas um observador. Quando vê as situações, ele
sente misericórdia, mas não pode exercer uma misericór-
dia por parte dele. Porque nas duas primeiras situações,
ele tinha misericórdia, ele tinha dor do outro, ele estava
ferido, havia uma mistura na alma. Deus agora limpou-o,
refinou o ouro, forjou a espada. Ele está refinado e como
tal não tem mais como misturar-se em coisas sujas, e sem
posicionamento. Então, ele vai ver alguém que tem um
problema e vai ficar com pena, mas vai orar “Senhor, em
nome de Jesus, resolve o problema dele”. Até a sua ora-
ção muda completamente.
Primeiro, nas duas situações, o reparador de brechas,
essa pessoa que Deus forjou, entrava na batalha do outro,
dava-se mal, enquanto o outro saía bem e falava mal dele.
Passadas essas situações, a oração muda completamente:
“Senhor, ele é teu filho, está a passar por isso, como in-

65
REPARADOR DE BRECHA II

tercessor ou por misericórdia, Senhor resolve o problema


dele”. Nessas situações, o reparador de brechas, não tinha
tratamento, tinha o sentimento e emoção tudo mistura-
do, e errava até no tipo e no tempo de ajudar a reparar!
Na maioria das vezes, Deus estava a tratar com o outro
e ele impedia e se metia. Agora, ele só pede para Deus
ter misericórdia e tem vezes que nem isso ele pode orar.
Nesse processo, o mais interessante é que ele nunca mais
vai misturar os seus sentimentos com os do outro. Ele está
inteirinho e com tudo reparado pelo próprio Deus.
Nesse tratamento, como o reparador de brechas tem
feridas e está a ser tratado, ele sente necessidade de ter
muitas pessoas ao seu lado. Depois de passar esses dois
processos, ele só aceita que chegue perto dele quem já
passou pelo crivo de Deus. Não é qualquer pessoa que
consegue chegar perto dele. Ele percebe a saliva, a baba,
o gestual, as vestimentas, tudo. Deus ensina-o a lidar com
as pessoas, elas vão achar que o reparador é admirável,
mas não têm coragem de tentar nada contra ele, porque
no final desse processo, Deus dá uma armadura total-
mente diferenciada para ele.
Na primeira situação, as pessoas chegavam e arran-
cavam pedaços dele, ele não tinha a armadura forjada.
Na segunda situação, por ele não ter armadura, o outro
puxou-o pela mão, amarrou-o na madeira e o colocou
para trabalhar. Na terceira situação, depois de todo esse
processo, a armadura do reparador repele as pessoas que
têm planos ocultos e de aproveitamento. Deus faz ao re-
dor daquela pessoa um cerco tão grande para que nin-
guém chegue perto. Só vai chegar perto dele os que têm

66
RITA SALOMÉ

afinidade e que estão na mesma classe dele. Porque Deus


não vai nos tirar lá de baixo e nos colocar lá em cima e
deixar que um pintor de rodapé, volte a se aproximar de
nós. As pessoas vão admirar, vão reconhecer que temos
um selo de autenticidade de Deus, elas vão ser generosas
conosco, não com o intuito de comprar, mas, simplesmen-
te, porque Deus fala “essa tem o meu selo, pode abrir os
tesouros e entregar para ela porque Eu estou ordenando.
Porque se abrir os tesouros e entregar para ela, Eu vou
encher muito mais os seus tesouros”. Já é um processo de
Deus conosco.
Os nossos caminhos já não terão pedras e nem pe-
dregulhos, porque já conseguimos passar por eles. Deus
muda a nossa vestimenta, fomos ensinados, nesses dois
processos que passamos, a não valorizar coisas que não
tenham nenhuma importância. Deus nos habilita a com-
prar, a vender, a administrar, a falar e a olhar para as
pessoas de cima para baixo, mas não numa questão de
orgulho. É antes uma leitura que se faz na qual consegui-
mos discernir o que está por dentro. Estamos preparados
para o quente, para o frio, para o morno, para a água sal-
gada, para a água doce, para o deserto, para o fogo, para
a floresta, porque não vamos nos moldar a nada, mas va-
mos saber analisar o ambiente, a situação, a atmosfera. E,
dentro dessa análise, sabemos o que Deus requer daquela
atmosfera, daquele lugar. Porque antes, no primeiro mo-
mento, não tínhamos essa capacidade, estava tudo den-
tro de nós. Agora, nesse último momento, entramos nas
atmosferas de uma forma dentro da lógica de Deus, do
agir de Deus, dentro do olhar e da visão de Deus, olha-

67
REPARADOR DE BRECHA II

mos e sabemos exatamente onde estamos a pisar, com


quem estamos a falar, sabemos exatamente com quem
podemos contar. Tornamo-nos pessoas extremamente se-
letivas, não porque somos seletivas, mas porque Deus nos
ensinou como selecionar.
Como seletiva, a primeira coisa que Deus ensinou foi
a dizer “não”! Quando ela diz não, a armadura dela é
ativada; é como se o não fosse uma palavra-chave para
ativar. O olhar, a análise, a armadura ficam em estado
de alerta e quando diz “não” ela é ativada e não per-
mite que aquele a quem dissemos “não” tente burlar e
entrar de alguma forma. Porque Jezabel, estuda uma for-
ma, não dá certo, ela vai tentar de outra maneira e assim
sucessivamente. Quando dizemos “não”, a armadura já
acende toda a sua proteção e não tem como ela entrar de
outra forma. Nesse ponto, o reparador aprendeu a lutar,
aprendeu a arte do ataque e da defesa. Aprendeu que
na solidão, que o estar só não significa literalmente isso,
mas sim estar em stand by, estar em estado de alerta e que
Deus está a trazer mais informação para ele. Porque, no
primeiro momento, se ele estivesse só, chorava e dizia que
ninguém o amava, buscava o amor do homem, das pes-
soas, o reconhecimento dos outros. Neste ponto agora,
as pessoas não têm nada para oferecer para ele. Então,
é Deus que vem, preenche e traz. Quando sentir uma
necessidade específica, Deus vai buscar lá no seu banco
de dados e traz o fulano para sanar essa necessidade; e vai
atender esse reparador.
Tem o reparador que Deus dá visão estratégica. Cada
reparador tem a sua capacidade, a sua particularidade e

68
RITA SALOMÉ

aqui, alguns reparadores, têm a especialidade de repa-


rar feridas da alma. Outros têm capacidade de reparar
outras áreas, na conclusão do livro estão descritos de-
poimentos de 7 reparadores, todos de diferentes áreas.
Mas todo reparador de brechas é um estrategista. Deus
ensina-o a ver o todo e quando olha, ele analisa o todo.
Ele sabe que aquela pessoa, aquele outro reparador de
brechas está com um problema em determinada área que
nem ele próprio sabe que está a precisar de ajuda, de
orientação. Esse é o estrategista.
É o reparador que dentre os reparadores, é uma clas-
se que Deus deu tão pouco que são mais raros ainda.
Esse tipo de reparador é aquele que vive, praticamente,
no anonimato. É específico para aquilo. Os reparadores
dos reparadores, muitas vezes, não entendem isso porque
ainda não chegaram a certo nível. Ainda é “estagiário”
nessa função. Acredito que já finalizaram esses estágios e
que Deus vai dando conhecimento, vai enchendo. E, em-
bora se olhe para dentro e se ache que não temos nada,
na hora certa Deus dá o comando e aquele conhecimento
vai ser usado. É muita coisa que Deus dá, muito conhe-
cimento. Deus ativa o que precisamos quando estamos
prontos para usar. São coisas que Ele dá e nós não sabe-
mos para que servem, não temos entendimento, mas na
hora certa Ele descortina tudo. Ele vem e trabalha em
nós. Mas isso, Deus só começa a desengavetar quando
esse ciclo está pronto. Com esse ciclo pronto, vamos ser
ativados em conhecimento, Ele vai nos conectar com pes-
soas que nos vão fazer transitar por todos os lugares sem
nenhum esforço, sem nenhuma cobrança. Porque vão re-

69
REPARADOR DE BRECHA II

conhecer em nós o selo que Deus colocou e sabem que


isso é intocável, que se eles se atreverem a chegar perto, a
nossa armadura vai colocá-los para fora; segundo, Deus
vai fazer acerto com eles diretamente.
Neste ponto, Ele vai mostrar que não podemos retro-
ceder em nada, nem com as pessoas. Não se pode rea-
tivar amizades que se foram, não podemos buscar pes-
soas que se foram, não podemos buscar situações que se
foram. Não podemos fazer igual ao povo de Israel que
queria o alho e a cebola depois de terem sido colocados
em liberdade. Não podemos mais retroceder, só temos
de avançar. Agora é o tempo das portas abertas corre-
tas. Pessoas, chaves, amizades selecionadas e escolhidas
e não precisamos, muitas vezes, ligar para ninguém por-
que o próprio Deus providencia. Nesse ponto, o repa-
rador já está dentro da maturidade total espiritual que
Deus deseja. Agora sim, ele vai trabalhar de uma forma
totalmente diferente, vai trabalhar na liberdade, porque
ele já foi liberto. Dentro dessa liberdade, as coisas vêm
naturalmente para ele. Não precisa mais forçar a barra
de nada, não precisa falar nada. No reino espiritual, o
sangue de Jesus quando vem sobre a pessoa é como uma
tinta fluorescente. Andamos no reino espiritual, como
se fosse por uma rua muito larga, uma feira com mui-
tas pessoas que vão de lá para cá e vice-versa, ou seja,
naquele lugar passa tudo, demônios, anjos. Mas o que
está com o sangue é fluorescente e indica para aqueles
demônios que não pode chegar perto dele e ele é assim
respeitado. O sangue de Jesus vem no reino espiritual e
condiciona a pessoa a ser respeitada e temida. Então, o

70
RITA SALOMÉ

reparador de brechas que já está nesse nível, não precisa


se preocupar com mais nada.
No final desse processo, ele sobe sozinho, vai lá para
cima porque o finalzinho do processo, do segundo pro-
cesso, é a hora da transformação. Sim, ele irá se trans-
formar como a Águia, que representa a proximidade de
Deus, considerada a mensageira divina. Representa a
proteção espiritual, uma pessoa com talento, perspicácia,
inteligência e com excelente visão.
A primeira coisa que a Águia irá fazer, será quebrar
o bico, ela muda a palavra, muda o coração, vai mudar
as atitudes, vai parar de ter pena dela. Pega toda a rou-
pagem velha, troca e dá novas roupas, novas estratégias,
novas armas. Quebra o bico, bate o bico na pedra, ar-
ranca as penas e nascem as penas novas e o voo dela é
espetacular. Está pronta, zerada para uma nova etapa e
assim somos nós.
Nunca mais pense que está sendo vaidoso, ou que
não merece estar onde você está agora nesse momento.
Primeiro, porque não somos uma máquina de trabalho;
segundo, não trabalhamos para os outros e agora enten-
demos que estamos a fazer do jeito que Deus está orde-
nando. Quando voltarmos a olhar de onde saímos, en-
contraremos tudo em uma desordem, de informações, de
palavras, leis, tudo. E vamos olhar para aquilo e nada nos
dirá respeito porque já aprendemos a transitar. Lembra da
sua armadura, vamos analisar e saber como passar e quando
passarmos, irão dizer “como é que ela conseguiu passar?”.
Agora é hora de receber e de entender o que é ser res-
peitada, porque antes o respeito, sentíamos como se não fos-

71
REPARADOR DE BRECHA II

semos merecedores e, na verdade, não éramos. Agora não, é


totalmente diferente! As pessoas vão andar e nos sentir dife-
renciados porque o selo, o certificado está aqui, nítido.
Então, temos estes dias para estar no piloto automá-
tico, assim as informações que vamos precisar já estarão
a ser geradas em nós através da Palavra de Deus e do
Espírito Santo. Houve uma cura, somos outra pessoa.
Saímos do processo de prisão e Deus continua o processo
de treinamento conosco. Para ser reparador de brechas,
antes de tudo, é preciso entender a linguagem de Deus
direcionada para nós. Para ser um reparador de brechas,
temos que aprender a tolerância e ouvir certas coisas,
mas isto não significa abaixar a cabeça. Com essa arma-
dura, não vamos mais absorver tantas coisas como antes.
Começamos a não dar importância a certos problemas
que agora nos parecem insignificantes, a pessoas, pala-
vras, situações. Então...? Qual é o próximo lugar e local
para reparar até a volta do Senhor Jesus?

“E os que de ti procederem edificarão as antigas ruínas; e levanta-


rás os fundamentos de geração em geração; e chamar-te-ão repara-
dor das roturas, e restaurador de veredas para morar”.
(Isaías 58:12)

2.3 ALTAR, LUGAR DE INTIMIDADE E


TRANSFORMAÇÃO
Escrever algo que as pessoas vivenciaram é fácil, pois
é só ir ao Google ou acessar o YouTube e, logo, encontra-
mos muitos testemunhos. Temos que testemunhar o que
vivemos em Deus e com Deus. Testemunhos são muito

72
RITA SALOMÉ

bons mas são úteis quando vivenciados. 2017 foi um ano


de agenda cheia, muitas igrejas, muitos lugares e muitas
noites e dias na estrada e nos ares. Foi um ano muito bom
e muito generoso que Deus me ofertou, mas, já no seu
final, eu vinha acusando algum cansaço, mas atribuía, na
sua maioria, às viagens e mudanças. Neste mesmo ano, o
Senhor já vinha sinalizando uma parada longa e diferen-
te, cujo motivo era limpeza do templo, mudança do óleo
da estrutura e um aprendizado para a confirmação da
identidade e fase de maturidade espiritual. Agora, posso
transcrever como testemunho o que eu passei de março
a dezembro de 2018. Cheguei ao país que Deus tinha or-
denado que viesse e, como era hábito, sempre depois de
chegar a um lugar, perguntava o seguinte: o que é para
fazer, Pai? O que posso usar aqui? Quais são as armas
necessárias? O que vou pregar? E nada, silêncio, silêncio,
era a resposta, apenas silêncio. Subi ao monte de oração
e perguntava até que a resposta chegou: “não tem ne-
nhuma agenda Rita. Há apenas você. É o teu tempo.
Tempo de transformação, de tratamento, tempo de res-
tauração e tempo de cura. Vou tocar até no teu físico,
mas Eu estarei contigo!”.
Amados, ouvi a palavra, tremi e temi porque eu co-
nheço um pouco o meu Pai e, por isso, pensava, ai prova,
ai Jesus, mas fiquei quieta. Davi teve de passar pelo urso,
que pesava 720 kg, pelo leão, com 240 kg, e Golias, com
150 kg, e conseguiu estar apenas atento à altura porque
o peso não era prioritário porque peso por peso, pensaria
no leão e no urso, mas o foco era a altura para não falhar
o alvo. Março passou, abril passou, e eu perguntava, era

73
REPARADOR DE BRECHA II

assolada por terremotos de pensamentos, fortes touros de


Basã, angústias de morte me cercaram porque apesar de
eu ter “as casas de pão”, que já irei explicar, onde poderia
fazer várias coisas, este era um momento único jamais
vivido, terrível, tenebroso, sem saber o que viria e onde
bateria. Alguém me falou bem alto, desliga o Brasil para
não ficares no meio, nem lá nem cá. Cortei algumas liga-
ções com o Brasil e fiquei pior, me recordo de como na
época fui bastante mal interpretada e até mesmo critica-
da, passei por situações muito difíceis que não edificam e
nem vale transcrever porque apenas o inimigo ganharia
destaque, nada mais. Passei esse tempo buscando respos-
tas e saídas em Deus com jejum e oração.
Quando estamos a atravessar turbulências e ventos
fortes, trazemos sempre à lembrança o que nos dá espe-
rança. Usei todas as armas espirituais que conhecia de
acordo com a palavra de Deus. Busquei e busquei até que,
dia 06 de maio de 2018, tive um sonho lá pelas 5h50min.
Queridos, eu não sou de sonhar, costumo dizer que dur-
mo correndo para acordar logo e gerar expectativa nas
misericórdias de Deus.
Sonhei que estava diante de um grandíssimo mar,
olhava e via muitos submarinos. Havia de todas as co-
res, modelos e tamanhos. Era lindo de se ver, mas a mi-
nha atenção foi para os três submarinos gigantes e mui-
to imponentes. Os três juntos formavam o bico de uma
seta, eram grandes e davam para ver a sua formatura na
água. Era claramente uma seta e os outros iam se colo-
cando dos lados acompanhando o formato dos subma-
rinos gigantes… era lindo! E no meu pensamento corria

74
RITA SALOMÉ

a seguinte ideia: “Meu Deus, como é difícil ficar fecha-


da em um espaço desses limitado”. Pensei no ar que se
respirava, casas de banho, refeições, higiene pessoal, li-
xos etc., perdi-me a imaginar como seria lá dentro. De
repente, eu já estava dentro de um desses submarinos
gigantes. Estava dentro de uma sala que parecia a sala
de comando do submarino. Chamaram-me à atenção
duas coisas: um lado do submarino era em vidro forte e
a sala com tantos botões estava impecavelmente limpa.
Continuava a observar tudo quando, de repente no meu
lado esquerdo, apareceu um homem muito bem-vestido,
com roupas cinzas de inverno. Estava bastante nervoso,
movimentava-se muito e tinha um cheiro muito diferen-
te. Prestei alguma atenção nele e, logo depois, detive-me
no vidro porque notei que o submarino tinha iniciado
o mergulho e que o mar ia ficando com a água mais
escura. De repente, os motores do submarino pararam
e eu ouvi uma voz forte e potente a dizer: “Alguém está
dentro deste submarino que não faz parte desta viagem.
Por favor, vamos retornar à superfície para que seja re-
tirada”. O submarino começou a subir e as águas a cla-
rear novamente e eu pensava “entrei aqui e não vou sair
desse jeito”. Entraram naquela sala de comando quatro
marinheiros muito bem-vestidos de branco. A roupa era
impecável e eu pensei que não era eu que tinha aquele
cheiro forte. Eles dirigiram-se ao homem e tiraram-no
do submarino. Lembro-me da fúria estampada no ros-
to daquele homem contra mim e o submarino voltou a
mergulhar e pude ver as águas mudarem de cor, nova-
mente ficarem escuras e eu preocupada com o vidro.

75
REPARADOR DE BRECHA II

Cheguei perto e era tão forte, tão forte, igual a toda a


estrutura do submarino e fiquei em paz. Pensei que, já
que estou aqui, vou aproveitar e conhecer. Continuei a
ver as águas cada vez mais escuras e mais fundo. E acor-
dei… As minhas amigas e os meus amigos íntimos sa-
bem que Deus tantas vezes dá-me sabedoria para inter-
pretar alguns sonhos para a Sua honra e glória. Acordei
e disse que agora teria chegado a minha vez e que Deus
me daria a interpretação. Minimamente, eu já sabia a
resposta, só que precisava de muito mais profundidade.
Orei e busquei…
Amados, Deus estava a mostrar-me o que Ele faria
nos próximos meses que se seguiram.

Interpretação:
Seta – significa direção.
Submarino – fala de decisão.
Homem inquieto – fala de distrações, roubo, obstácu-
los do inimigo etc.
Oceano – significa lugar de profundidade no cresci-
mento e conhecimento, escola de Deus.

Aprendizado:
Vidro – aponta para o que vem no futuro.

No fundo do mar:
Antes o submarino voltou à superfície para remover o
intruso: quando Deus inicia o processo, Ele mesmo tira todo
o impedimento. Porque é com Ele o tratamento direto.

76
RITA SALOMÉ

Mergulho:
É no Espírito para buscar as coisas de Deus, profun-
didade de riquezas.

Lá embaixo tem os “sós”:


S – sonar serve para nunca se perder e ser ouvido.
S – satélite serve para ser direcionado, fica no alto.

O tempo estava estabelecido. Quando vamos para a


profundidade, precisamos apenas de duas coisas: escutar e
obedecer O Cabeça, Cristo. A partir desse sonho, tudo ficou
muito claro. Quantos de nós que pregamos a Palavra, não
queremos voltar para a margem? Para muitos, voltar para
a margem é sinal de derrota e de fracasso. Não, é sinal de
início de uma mudança de nível que vai proporcionar maior
intimidade que resultará em amadurecimento.

“E mediu mais mil, e era um rio, que eu não podia atravessar,


porque as águas eram profundas, águas que se deviam passar a
nado, rio pelo qual não se podia passar. E disse-me: Viste isto,
filho do homem? Então levou-me, e me fez voltar para a margem
do rio. E, tendo eu voltado, eis que à margem do rio havia uma
grande abundância de árvores, de um e de outro lado.”
(Ezequiel 47:5-7)

Quando você e eu entramos na água, não éramos ár-


vores, éramos sementes. Ao longo da trajetória passamos
por tanta coisa que, ao mergulharmos, sentimo-nos tão
bem porque acumulamos feitos, tipos, tiques, toques e de-
pois entramos no automático e já não prestamos atenção

77
REPARADOR DE BRECHA II

a intimidade e à profundidade. Já sabemos tudo, por isso,


ao voltar para a margem encontramos árvores, retor-
namos à margem e temos responsabilidade, de dar algo
novo, de buscar um novo tipo de alimento que não é o
mesmo da semente. Por estes dias, depois de tanta prova,
Deus falou-me algo mais importante:

“Abrirei rios em lugares altos, e fontes no meio dos vales; tornarei


o deserto em lagos de águas, e a terra seca em mananciais de água.
Plantarei no deserto o cedro, a acácia, e a murta, e a oliveira; porei
no ermo juntamente a faia, o pinheiro e o álamo. Para que todos
vejam, e saibam, e considerem, e juntamente entendam que a mão
do Senhor fez isto, e o Santo de Israel o criou”.
(Isaías 41:18-20)

Temos várias árvores, mas vou dedicar-me à oliveira,


que é uma árvore que mais tipifica um filho de Deus. A
oliveira chega a atingir 6 metros e tem uma raiz que pode
ir de 6 a 7 metros em busca de água. Nada consegue bar-
rar uma oliveira, ela cresce entre pedras e rochas e vai
rompendo até encontrar água. Como oliveira em Jesus,
nós vamos rompendo onde Ele quer. Outra característica
da oliveira é que quando é cortada, nascem 5 troncos.
Sobrevive em terrenos onde poucas sobrevivem. Tem
longevidade no crescimento. Todas estas características
assemelham-se ao nosso crescimento. Observe a parte na
qual ela é podada e nascem 5. Se te tiraram alguma coisa,
nada vai diminuir, pelo contrário, vai crescer mais forte e
frutificar. Bênção de Deus não soma, multiplica!

78
RITA SALOMÉ

A oliveira cresce em terreno difícil, nós estamos pre-


parados para viver dificuldades porque podemos tudo
n’Ele que nos fortalece. Mas onde quero chegar é na par-
te da prensa:

1. Azeite: era para o templo (adoração)


2. Azeite: alimentação
3. Azeite: iluminação
4. Azeite: purificação

Quando mergulhamos na profundidade e intimida-


de com Deus é para um aprendizado muito pessoal. Na
verdade, é como a oliveira, vamos para o fundo, para a
prensa, o Senhor muda o óleo ou tira de nós a primeira
prensa que é a adoração, o templo, a estrutura. Este óleo
é mudado por Deus, é prensado por Ele. Este óleo é que
produzirá os outros três.
A primeira prensa é feita no nosso interior (prova-
dos – adorando; esmagados – adorando; podados – ado-
rando), para depois podermos, através dele, produzir os
outros três óleos exteriores: a alimentação (boa Palavra,
pregação), que liberta, cura, salva. A Iluminação, através
do nosso testemunho e posicionamento; a purificação,
em todo o momento buscamos em santidade o Senhor.
Então, o primeiro óleo é Deus mudando-me, oh, prova
difícil, ainda com ventos de opinião, e dos caminhos que
pregamos, com algumas folhas que vieram junto (favores,
pessoas e compromissos), vamos para a primeira prensa
que é a mais doída. Mas ela servirá de exemplo para que

79
REPARADOR DE BRECHA II

pessoas possam continuar a acreditar na palavra e no tes-


temunho que pregamos.
Tenho vivido tanto em Deus nesses últimos meses que
precisaria de mais páginas para contar. Algo posso dizer,
a minha identidade, nesse 4º ciclo que estou a atraves-
sar, está sendo confirmada em Deus. Amados, não é fácil
voltarmos, principalmente dependendo da altura que nos
encontrarmos torna-se em alguns casos indesejável, mas
nada podemos fazer porque é d’Ele o Ministério, é d’Ele
a unção, é d’Ele a capacidade e é d’Ele a sustentação.
Melhor fazer do jeito d’Ele do que construirmos torres
para estabelecermos um relacionamento com Ele quan-
do é o Céu que tem primazia.
Ninguém pula níveis em Deus, nem Jesus pulou, Ele
veio e cumpriu tudo. Muitos quando vem para Cristo
querem permanecer anos e mais anos no lugar de des-
canso, nos pastos verdejantes e águas tranquilas, como
queremos falar de experiência sem experimentar? Eu não
posso falar de paraquedismo sem experimentar a sensa-
ção e o sabor do vento do paraquedas abrir ou não, tenho
que saltar, pois fazer apenas alguém sentar e me explicar
não adiantará a mesma coisa se não passar pelo ato do
salto. Quantos de nós que pregamos e ensinamos devía-
mos parar e ir para um lugar de intimidade profunda para
tirar a armadura e iniciar a cura de feridas e a mudança
de óleo da estrutura. Quantos de nós não somos sinceros
e ignoramos os sinais do céu. Precisamos passar por isso,
mas se você é aquela pessoa que nem precisa de um lugar
para se afastar, porque não pode ou por qualquer outro
motivo que só você sabe, mas ainda assim reorganiza o

80
RITA SALOMÉ

seu altar para você não receber o alerta: “Para e vai para
o quarto” a vida na sala é muito boa, todo mundo vê, mas
é o quarto que sustenta a sala. Entrar no quarto todos os
dias não é o mesmo que permanecer horas e horas. O
que você está falando? Precisamos estar atentos com a
próxima geração, é necessário deixar algo para essa ge-
ração que quer que “tudo venha na mão” e “se não der
como eu desejo, mudo de igreja ou faço do meu jeito, o
importante é brilhar”. Porque estamos clamando por avi-
vamento e nada ou quase em nada somos transformados
para que Deus possa mandar o avivamento. Percebi que
os processos que passamos em Deus nos fazem crescer
e sempre quando cumprimos a sua vontade amadurece-
mos cada vez mais.
Depois de quase 20 anos viajando e pregando, come-
cei a perceber que se eu buscasse mais Deus em uma inti-
midade profunda, a minha vida espiritual seria bem mais
intensa e constante.
Em 2 Crônicas (5:13-14), “E aconteceu que, quando eles
uniformemente tocavam as trombetas, e cantavam, para fazerem ou-
vir uma só voz, bendizendo e louvando ao Senhor; e levantando eles
a voz com trombetas, címbalos, e outros instrumentos musicais, e
louvando ao Senhor, dizendo: Porque ele é bom, porque a sua benig-
nidade dura para sempre, então a casa se encheu de uma nuvem, a
saber, a casa do Senhor; E os sacerdotes não podiam permanecer em
pé, para ministrar, por causa da nuvem; porque a glória do Senhor
encheu a casa de Deus”, esse é um dos motivos do meu altar
secreto e da nossa intimidade. Eu quero viver o que fala a
palavra de Deus, onde estão os milagres e as marcas que
deixaremos para as gerações que se seguem? Eu desejo

81
REPARADOR DE BRECHA II

deixar marcas, eu preciso te buscar mais. Depois de tan-


ta prova, alinhamento da parte de Deus, aceitei buscar
o altar de forma como Ele desejava sem pressa, sem ter
palavra para pregar no dia seguinte, no próximo culto, na
próxima cidade e ou no próximo país. Decidi buscar ape-
nas o secreto com e em Deus. Semente eu já tenho, deixei
o meu filho no altar do Senhor e fui fazer a obra, deixei a
minha casa, e todo o meu conforto para o “Ide de Jesus”,
o resto era bem mais fácil. Deus fez uma habitação onde
poderíamos ter intimidade com Ele, não é por acaso que
essa casa tem um número maiores de quartos do que de
salas. Porque o melhor para se estar é dentro do quarto, o
altar secreto que gera o altar público. Deus construiu uma
habitação que tem 9 quartos e 5 salas. Temos 9 quartos
para buscarmos os dons que Ele tem e temos 5 salas onde
os ministérios poderão manifestar a unção d’Ele em nós.
Entrei para o quarto, chorei muito, teve uma madrugada
que chorei durante 2 horas na Casa de Bruxelas, já vou
explicar o que é a casa de Bruxelas. Chorei, pedi perdão,
veio sobre mim uma gratidão tão grande pela salvação,
pela vida, pela família e principalmente por eu ter volta-
do para a margem e ter visto algumas das árvores. Uma
delas é este livro, que era uma semente quando eu come-
cei a minha caminhada. Entrar no quarto para nós que
temos uma longa estrada é um avivamento pessoal.
Deixar o Senhor me curar da rejeição, da solidão,
do desprezo, do engano nas agendas, das promessas não
cumpridas, dos aproveitamentos das pessoas, da zomba-
ria, da defraudação, do descrédito, da falta de uma pala-
vra oportuna, curada da cobrança, foi e tem sido muito

82
RITA SALOMÉ

bom para mim, tudo isso me fez guerreira e não vítima.


Para algumas pessoas, ao longo de nossa caminhada,
descobrimos que temos prazo de validade, para outras
somos condutores de um grande ônibus, fazemos as pa-
ragens e prosseguimos, e para outros ainda somos como
família, fazemos parte da mesa. Hoje quem está pregan-
do aqui ou ali é o que importa para algumas pessoas, mas
para Deus o que mais vivifica é o nosso posicionamento
face ao céu. Porque se estivermos em dia com o céu, a
terra se alinha. Quando entramos no quarto de intimida-
de com Deus temos uma mesa preparada, um verdadeiro
banquete e essa arma do inferno é totalmente derrotada.
Porque buscamos a presença de nosso Pai Altíssimo. Sua
presença nos preenche e em vez de servos visitados pela
ingratidão de Abinadabe – o maior erro de Abinadabe
foi ficar com a Arca do Senhor em sua casa, porém, não
demonstrar nenhum encargo, respeito por ela. Para ele,
aqueles vinte anos foram um peso, foi apenas um cargo,
algo que se faz por obrigação –, e por outro lado, somos
visitados pela gratidão de Obede-Edom – que recebeu a
Arca do Senhor em sua casa, onde a mesma permaneceu
por apenas três meses, porém, quando a Arca entrou, a
benção do Senhor veio junto. A família mudou, os filhos
foram curados, a cidade começou a prosperar.
Afaste-se da sala, apenas visite-a quando for chamado
do céu para isso ou se houver necessidade, mas de resto
senta-te para aprender e confirmar o que está sendo fala-
do no quarto. Em Ezequiel (47:1-6), vemos o anjo trazer
para a margem, isto é, para novos começos e para tal,
a posição que devemos ter é a de sentar-se e nunca de

83
REPARADOR DE BRECHA II

ficar em pé, o máximo que seja os joelhos dobrados para


recebermos o novo de Deus. Sentada para receber reve-
lação e aprendizado para sustentar o altar de avivamento
pessoal que Deus quer trazer para influenciar gerações.
Mas tantas vezes resistimos a cadeira porque achamos
que não devemos aprender mais nada, que somos cheios
e que já não adianta mais aprender, resultado disso são
repetições não para o aprendizado, mas porque nada de
novo mais temos.
Quando Deus sinalizou o quarto, eu prontamente
respondi “eu não tenho casa para fazer isso, Deus, lem-
bra?”. Eu te dei tudo. As vezes o nosso atrevimento se
torna uma estranha ousadia, Deus não sabia que eu não
tinha casa? Durante todos esses anos, em algumas cir-
cunstâncias, Ele me fazia parar em lugares estratégicos e
eu não entendia o porquê. Eu tinha que parar em alguns
países e em algumas cidades, e havia alguns países que eu
voltava várias vezes por ano. E eu me sentia bem por vol-
tar, saía destes lugares renovada, alguns mais do que ou-
tros. Hoje eu sei o que eram estas passagens obrigatórias.
Eram casas de refúgio e de intimidade, todas elas tiveram
um papel muito importante para mim. Deus construiu
um abrigo em várias partes do mundo para mim. Meu
Deus, como tantas vezes O limitamos.
Para terminar aqui o meu testemunho, duas coisas,
primeiro, não tenha medo de segurar na mão do Anjo
e voltar para a margem, pois vai encontrar coisas muito
interessantes; segundo se for o tempo de parar e entrar
para o quarto, faça-o, use a sala apenas para se sentar e
escutar a confirmação dos novos começos que tem sido

84
RITA SALOMÉ

ensinado no quarto. Só isso vai te fazer vencer o desgaste.


Lembra algo muito importante, ouvi alguém dizer que
“o secreto que só Deus vê gera recompensas que
só Deus dá”.

2.4 AS CASAS DE PÃO E DE INTIMIDADE EM


VÁRIAS PARTES DE MUNDO

EUROPA

1. A Casa de Bruxelas
Essa casa é a primeira a ser mencionada porque foi
nela que se deram os novos começos que transformaram
a minha vida, e revelaram grandes planos do calendário
do meu Senhor para mim. Não era uma casa muito vi-
sitada, aliás, até pouco conhecida. A Bélgica era apenas
mais um país para mim e nem fazia sentido os novos co-
meços, mas para Deus era o lugar ideal. Fui visitada por
Ele com muita paz, com lágrimas de gratidão a Ele e com
a restituição de forma amadurecida de novos planos para
o meu Ministério. Nessa casa iniciei, novamente, a tra-
jetória da única coisa que faço com muito amor e muito
zelo, ganhar almas e reparar veredas. Foi também um
tempo em que Deus criou a minha nova imagem e trou-
xe-me à lembrança sonhos, profecias e alguma estabili-
dade que precisava para esse novo tempo. E pensar que
eu não gostava da Bélgica, vinha e passava e sempre dizia
no meu coração “país estranho esse, frio, seco e muito
quieto, que lugar chato, dizia tantas vezes que fazia escala
ou até quando permanecia nele por algum tempo”. Me

85
REPARADOR DE BRECHA II

pronunciava nesse sentido, não da casa de Bruxelas, mas


do próprio país, tanto que quando as pessoas me pergun-
tavam sobre o lugar, eu logo tratava de desencorajar por-
que eu achava o lugar frio e apesar de estar a Comissão
Europeia ajudando-me e orientando-me, para mim era
um lugar inseguro. Mas, agora curada, dá-me prazer em
voltar a esse lugar, não só pelos irmãos, mas pelas lem-
branças valiosas que sempre recordarei com lágrimas de
gratidão e alegria vividas nesse tempo novo. Aqui tam-
bém nasceu uma criança do ponto de vista natural, uma
linda menina, Alice, que ajudou a marcar e a vincar o
novo começo. Em Deus sempre existem vários novos co-
meços para nós seus filhos, chamando atenção de que o
horizonte não é o ponto final, existe sempre algo a mais.

2. A Casa de Paris
Paris, uma linda cidade, cheia dos seus pormenores
e encantos, lugares turísticos lindos, mas para mim Paris
é mais do que isso, é o lugar de um dos meus quartos de
guerra que tenho na Europa. Na casa onde se localiza o
quarto de guerra, é um lugar com muita oração onde eu
entro e fico horas e horas lendo, orando e estudando a
Palavra. Este quarto é pequeno e lindo porque ele tem as
medidas de um altar secreto, só cabe uma pessoa. Deus
visita-nos e encoraja-nos a prosseguir. Mostra-nos coisas
na palavra com tanta simplicidade que a nossa expressão
é aquela, “meu Deus, já li isso tantas vezes e nunca tinha
visto desse modo”. Nesta casa, pude ver e dizer: “Deus
lembrou-se de mim, Ele tem me ensinado, que tudo co-
meça e termina n’Ele, quantas vezes nos esquecemos dis-

86
RITA SALOMÉ

so?”. Quantas vezes olhamos apenas para a conquista do


território e nem entramos na intimidade para buscarmos
os despojos desta conquista no reino espiritual. Esta casa
pertence a um casal lindo de pastores e intercessores que
têm na hospitalidade um dos seus principais atributos na
qualidade de servir o reino. Nos sentimos tão descansa-
dos que na hora de voltarmos para a estrada fica muito
difícil. Aqui somos tratados como embaixadores do reino
no verdadeiro sentido da palavra, faz justiça a cidade que
ela pertence, Paris – cidade da gentileza.

3. A Casa de Lisboa
Lugar de mudança de penas, arrancar as cascas das
feridas, espaço físico com características espirituais para
sermos cuidados. Nessa casa, sempre que eu chego, en-
contro no meu quarto (quarto de profeta), na minha
cama, tudo renovado e o novo simboliza preparação para
mais uma caminhada. Na casa de Lisboa quando chega-
mos tem pijama novo, roupa interior nova, sapatos, casa-
cos, mala, cremes, tudo o que precisamos para a próxima
etapa. Chamo-a de casa da mudança de penas, porque
lá podemos ser o que somos, rir, brincar, descontrair e,
ainda, comer pizza e pipocas. A casa de Lisboa é uma
casa de cuidado íntimo e com muito amor e zelo, quan-
tas vezes me senti constrangida pelo amor, mas principal-
mente pela sensação de bem-estar não só natural como
espiritual. Tudo sempre limpo, preservado, preparam
aquilo que gostamos de comer. Essa casa tem uma torre
de encorajamento, aqui somos aprimorados a seguir os
sonhos, a lutar e a prosseguir, isso nos faz querer trans-

87
REPARADOR DE BRECHA II

portar tudo isso para todo lugar. Nessa casa se coloca na


mesa as revelações de Deus e são compartilhadas. Tam-
bém se fala de grandes sonhos que tantas vezes Deus nos
visita. Aqui é diferente, tem o dia da segunda-feira, o dia
do “santo pastor”, aquele dia livre, para passear e arejar
a cabeça, muito bom mesmo. Saímos para visitar Lisboa
e os seus lindos e pitorescos lugares. Saímos de carteira e
voltamos felizes com compras, as vezes só pelo prazer de
“bater perna”, só Deus sabe os detalhes de mimos sem vi-
ciar. Aqui também tem uma máxima “Não somos víti-
mas, somos guerreiras do Senhor Jesus” by Pastora
Abdna Augusto.

4. A Casa de Espinho A
A casa do suprimento financeiro e de apoio. Eu não
encontro palavras para falar desta casa e de todos, fal-
tam-me palavras para agradecer tudo o que têm feito
por mim. Qualquer coisa que escrever aqui não seria
o justo nas palavras para descrever a minha gratidão a
Deus por essa família, eles são a verdadeira descrição
do que precisar, dinheiro, medicamentos, roupas, tem
nessa casa. O cuidado vai desde o pormenor de férias e
até ao chá diário das 17h, sempre regado com palavra,
muita oração e sempre cheia de incentivos para a mi-
nha caminhada com Deus. Aqui também se fala muito
de saúde e bem-estar com o Templo do Espírito Santo
(nosso corpo), um zelo precioso para estarmos bem para
a caminhada. Encontramos o apoio da oração da ma-
drugada e muito cuidado com pequenos detalhes. Aqui
tem acessórios para nos ajudar a sermos treinados para

88
RITA SALOMÉ

lutar em qualquer lugar, é uma característica que per-


tence ao ministério gerido por esse lindo lugar. Desde
fisioterapia até nutricionista, passando pela preparação
física, tudo é tremendo, perfeito, uma casa de amor,
cuidado e zelo, tudo isso numa dose recomendada da
mais absoluta discrição e confiança. Quando queremos
dormir mais um pouco, fazer pão de queijo, cozinhar e
dar boas gargalhadas, vamos para o refúgio de Cane-
do, anexo da casa de Espinho, um paraíso com ovelhas,
cachorros, cabritos, ratos etc., um pequeno jardim zoo-
lógico. Espinho representa um porto seguro, apesar de
estar localizada perto do mar, na verdade é banhada
por ondas do mar com o mesmo nome da cidade, é um
lugar de muita paz e segredos bem guardados. Povo hos-
pitaleiro, quando regressamos a Espinho sabemos que
estamos em casa verdadeiramente.

5. A Casa de Espinho B
Casa do refrigério, do bom descanso e de gente muito
simpática e hospitaleira, mais de 8 anos vindo repousar
neste lugar, o amor e o cuidado são os mesmos. Aqui dor-
me-se, aqui ora-se, faz-se experiências, lembramos a ges-
tão de uma casa natural. Aqui se ri de tanta coisa, mas,
também, alinha-se muita coisa. É, também, uma casa
com um grande depósito de oração, de coisas, de malas
e caixas, lugar de guardar manualidades depois da vida
de servir para o reino é o que gosto mais de fazer. Do jei-
to que arrumas as tuas coisas assim encontras, ninguém
mexe e nem revista para sondar nada, Deus é perfeito
nos detalhes. As minhas malas encontram aqui um abri-

89
REPARADOR DE BRECHA II

go provisório e de paz. Nessa casa, todos os dias temos


breves notícias para rir, há sempre novidade, é um “ai
Jesus”, também se exercita os cozinhados e experimenta-
-se receitas do fundo do baú, simplesmente maravilhosa.
Obrigado Jesus pelo amor e cuidado, só o Pai do Céu
para retribuir.

6. A Casa de Condeixa
Esta casa é muito diferente das outras em tudo. Aqui
quando batemos a porta já existe uma preparação para
retirar todo o cansaço da viagem no físico e no espiri-
tual. Para além de ser gerida por pastores que têm um
grande testemunho de vitória e conquista de território,
é como se fosse um lugar em que a nossa esperança
chegasse no final do nosso tanque de reserva e aí nessa
casa fosse completamente cheia. É um lugar de esperan-
ça. Parece Oséias (2:15) “Ali devolverei a ela as suas vinhas,
e farei do vale de Açor uma porta de esperança. Ali ela me res-
ponderá como nos dias de sua infância, como no dia em que saiu
do Egito”. Tudo se renova. Nos alimentamos de um pão
não só espiritual como físico. A preocupação que se tem
em pequenos detalhes é impressionante. Nos sentimos
muito bem nesse lugar. Só tenho a referir um detalhe,
sempre que vou a essa casa eu tenho prazo para ali es-
tar, é como se Deus determinasse que não poderia ficar
mais. Outra coisa, o carregar de baterias nessa casa se dá
no Monte. Na verdade, poderia se chamar da “Casa do
Monte”. Sempre tem uma subida ao monte para selar
o tanque cheio de novo. Lugar de novos sapatos e vigor
para a caminhada e a mudança de país, gratidão a Je-

90
RITA SALOMÉ

sus, meus amigos, por vossas vidas. Aqui até as crianças


e os jovens são motivo de grande gozo e muita alegria
para o retorno a estrada, que Deus vos recompense por
todo vosso carinho, e pelo vosso cuidado pela minha vida.

7. A Casa da Suíça A
A casa da filha do coração que não se esquece uma
amizade que nasceu antes mesmo de ter sido chamada
para missão na Suíça, já se vão quase 21 anos. Foi uma
das fases difíceis da minha vida no início porque havia
deixado o meu Isaque para trás e tive que cuidar de um
Isaque novo que nasceria naquele lugar. Passei dias de
muito choro, lembro que esta casa ficava em um vale e
dava a janela do meu quarto para as montanhas suíças, os
lindos e sufocantes Alpes e eu olhava, tentando entender
Atos (7:49), “O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés.
Que espécie de casa vocês me edificarão? diz o Senhor, ou onde seria
meu lugar de descanso?”. Observava se os Dedos de Deus fos-
sem apenas os Alpes Jesus, nunca consegui imaginar. Isso
definia meus dias enquanto ajudava essa casa que cres-
cia em graça e conhecimento. Esse lugar tornou-se um
ponto obrigatório de passagem ainda hoje quando vou à
Suíça, até porque criei vínculos muito fortes que foi alian-
ça realmente estabelecida por Deus. Ali, depois de tantos
anos se cuida com muito zelo de todas as necessidades,
existe realmente um suprimento quando estou muito
longe de Portugal onde mora o meu Isaque, ali abraço e
cuido para trazer a memória o que me traz a esperança.
Quantas vezes o Doegue, inimigo da minha alma tentou
destruir essa casa, com invejas, intrigas, palpites e muito

91
REPARADOR DE BRECHA II

ciúme, mas quando algo nasce no coração de Deus é im-


possível ser derrubado. É um lugar de oração na madru-
gada e uma companhia para subir no monte para buscar
ao Senhor e um incentivo para prosseguir na caminhada.
Lugar muito tranquilo e cuidado. Jesus muito obrigada,
não tenho palavras pela gratidão e reconhecimento deste
país no meu crescimento espiritual.

8. A Casa da Suíça B
Esta casa foi durante anos abrigo nos meus primeiros
anos de missão na Suíça. Fui enviada por Deus para ajudar
dentro desse lugar. Tempos muitos diferentes de adaptação
de início de missão. Agora ao recordar, tudo se encaixa di-
reitinho, sem nenhuma sombra de dúvida. Deus agiu dentro
de mim nesse lugar de forma muito profunda. Me ajudou a
confirmar a minha renúncia deixada no Monte Moriá. A
pessoa dessa casa precisava de um cuidado especial. Mas
também recebi, não só doei, era impressionante as necessi-
dades supridas, e também as grandes descobertas na parte
espiritual. Foi um tempo de muito aprendizado pela doação
sem preço e sem tempo pessoal. Aprendi que o próximo de-
veria receber o tratamento de Lucas (10:29), “Mas ele, que-
rendo justificar-se, perguntou a Jesus: ‘E quem é o meu próximo?’”. Foi
um tempo inesquecível, recompensador e de muito aprendi-
zado e principalmente como já referi, na forma de doar e de
aprender a receber. Eu agradeço do fundo do meu coração
pelo tempo vivido nessa casa. O autor da vida transformou
toda a história. Continuo indo a essa casa onde se contam
muitos sonhos e se faz muita oração e um muito bom ma-

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RITA SALOMÉ

carrão. Casas e pessoas que marcaram grandes mudanças


na minha caminhada pelo cuidado, carinho e zelo.

9. A Casa da Irlanda
Essa foi uma das últimas casas da Europa antes de ter-
minar a escrita deste livro. É uma casa que tem uma parti-
cularidade muito interessante que só pode vir de Deus, tem
trigêmeos, cheios de vida e de muito barulho. Ficar nesse lu-
gar nos faz ver primeiro as mudanças que Deus realiza, mas
também o que podemos fazer pela sua obra independente
do lugar que Ele nos direciona. A Irlanda não é um país
muito fácil não só a nível de clima como também espiritual.
É um lugar de inúmeros desafios onde devemos estar muito
atentos em todos os níveis. O povo dessa casa tem muita
sede de saber de Deus, lá funciona um pouco como esponja,
uma coisa é certa, se não tiver conteúdo em Deus, não visite
essa casa porque as perguntas terão de ser respondidas a luz
da Palavra, por isso precisa de conteúdo. Foi um tempo dife-
rente e de bom ensino, mas também aprendi muitas coisas.
Ela tem dois pisos na estrutura física, o engraçado é ouvir o
trio de gêmeos descer ou subir as escadas, “oh meu Deus,
todas as vezes eu pensava que a escada estava a desabar,
mas não, era o jeito das crianças subirem e descerem cor-
rendo mesmo”. Outro fato acontecia às 6h, me acordavam
batendo na minha porta. “Pastora queremos café (risos)”,
se não fechasse a porta, aqueles três rostinhos surgiam na
porta da Pastora Rita. Íamos tomar café às 6h da manhã,
um frio imenso, meu Deus, às vezes eu descia, outras vezes
eu mandava eles descerem para esperar e dormia de novo

93
REPARADOR DE BRECHA II

(risos). Mas eu sei que aprendi muito nesse tempo e nessa


casa. Graças a Deus por tudo.

AMÉRICA DO SUL – BRASIL


1. A Casa de Petrópolis
Casa do monte, de oração e de descanso. Casa da co-
mida e de debate espiritual. Casa de aprendizado e de mui-
ta discussão, mas também, é a casa de alegria, muito riso
e das novidades. Trocamos muitas coisas dentro do nosso
aprendizado em Deus. As vezes passo por lá só para dormir
e descansar literalmente, e ser cuidada. Também algumas
feridas são limpas nesse lugar. Existe um quarto de profeta,
muito cheiroso e limpíssimo. Casa de novidades desde o ves-
tir até aos estilos de pregações. Hum, já ia quase me esque-
cendo, nesse lugar temos tempo para tudo, desde pregações
até filmes e muita culinária. Aqui estuda-se muito a Pala-
vra e trocamos muitas experiências e revelações da parte do
Senhor. Depois de me recuperar pego, o avião ou o carro
para mais alguns quilômetros. Sempre se sobe ao monte
para orar, buscar e depois discute-se a Palavra. É a casa de
manos, amigos mais chegados que irmãos. Mesmo longe de
Petrópolis, esses irmãos se preocupam desde a oração até os
conselhos, é sempre um cuidado e zelo muito grande.

2. A Casa no Espírito Santo, Vitória (El Dourado)


Casa de restauração e de cura de feridas das batalhas.
Aqui tira-se a armadura e passa-se o unguento para a cura
das feridas. Lugar atípico, mas que Deus usa para gerar o
novo e carregar baterias, limpar armas e todo o equipamen-
to. Existe uma grande particularidade, tem um altar de ora-

94
RITA SALOMÉ

ção diário. Esta casa não tem Tv. Não tem muitas coisas
para distrair a nossa atenção. A todo o momento pedimos
anjos para guardarem aquele lugar porque, um General da
batalha quando tira a armadura para curar as feridas, o lu-
gar tem de ser bem guardado porque maior a experiência,
maior o ataque do inimigo contra nossa vida. Casa onde o
refrescar é no vale da bênção em oração. Às vezes, muitos
de nós quando viajamos demais, não nos damos conta das
feridas, às vezes tão profundas das batalhas, e mesmo assim
continuamos com a armadura, apesar de que ela mesma se
torna com o passar do tempo um obstáculo para curar as
feridas e ainda nos machuca mais. Vamos levantando tan-
to peso nosso, das pessoas, dos ambientes, países, enfim, de
todos os lugares..., que colocar azeite para curar as feridas é
impossível. Se não tirarmos a armadura em algum momen-
to, ela mesmo começa a nos ferir. O Apóstolo Paulo fez essa
comparação em Efésios (6:10-18):
“Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder. Vistam
toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas
do diabo, pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes
e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as
forças espirituais do mal nas regiões celestiais. Por isso, vistam toda a
armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer
inabaláveis, depois de terem feito tudo. Assim, mantenham-se firmes,
cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça
e tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz. Além
disso, usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas
as setas inflamadas do Maligno. Usem o capacete da salvação e a
espada do Espírito, que é a palavra de Deus. Orem no Espírito em

95
REPARADOR DE BRECHA II

todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente,


estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos”.

Devemos também ponderar esse fato que um soldado


ferido tinha de se despir de todo aquele uniforme para
ver o grau de profundidade do ferimento, assim também
somos nós no espiritual. Casa em que se descansa sem ar-
madura e somos guardados por causa da oração, casa de
general de intercessão. Enfim, casa de reforço espiritual.

3. A Casa de Goiânia A
A casa administrativa, de aconselhamento, suprimen-
to e de escudeiros. Muito zelo e cuidado das pessoas que
vivem nesta casa com a minha vida. Quando chego sin-
to-me em casa mesmo. Tudo é resolvido, tudo é tratado,
tudo é revisado, desde documentos até as malas. Temos
o nosso café depois do almoço que é um momento mar-
cante todos os dias, fazemos questão desse tempo, entre
alegria e pensamento, abordamos e expomos ideias e re-
solvemos, rimos, nos assustamos e rimos de novo, e assim
continuamos. À noite nos sentamos no sofá e começamos
a descortinar tantos assuntos que vão decorrendo pela
noite adentro. O quarto que foi gentilmente preparado
para mim serve de um lugar aprazível para busca, entre-
ga e estudo diante do altar do Senhor. Quantas revelações
proféticas Deus me ensinou nesse lugar? Não consigo
enumerar. Amo esta casa. Ela tem uma particularidade,
mesmo sem eu estar dentro dela, a família zela pela mi-
nha vida até de longe, o amor deles me envolve. Aquelas
pessoas que Deus coloca em nosso caminho parece que

96
RITA SALOMÉ

nos conhecem de anos e anos. É uma aliança de Deus


com essa família. São meus escudeiros, sem mais palavras
para poder definir. Em cada espaço tem palavra e oração,
tem risos e trapalhices, enfim, tem unguento, tem Jesus.
Tem um pátio que se percorre em oração e um sol quente
que nos faz levantar muito cedo para orar, ao meio-dia e
a hora nona é impossível. Como amo estar entre vocês.

4. A Casa de Goiânia B
Essa casa foi uma casa de refúgio durante muitos anos
no Brasil. Gente boa e disponível, amável, casa limpa,
com integridade e muita generosidade. Sabe aquele lugar
que nos recebe quando não temos mais nenhum outro
para ir? Que nos abre as portas a qualquer hora? Aqui
tem sempre muito sorriso, divertimo-nos muito. Quando
tudo fica apertado, fazemos campanha com os hinos da
Harpa Cristã, o qual amo muito. Uma casa muito di-
ferente e cheia de aprendizado para quem quer crescer
em Deus em termos de batalha espiritual. Casa do arte-
sanato, mãos de ouro e da perfeição. Deus o Senhor faz
cada coisa. Vivenciamos e não nos apercebemos de muita
coisa. No final quando saímos e fazemos uma breve re-
trospectiva de tudo, concluímos o grande amor de Deus
por nós, é tudo muito interessante e lindo.

5. A Casa de Caldas Novas e Goiânia C


A Casa de descanso. Mas aqui se estuda, se prega e se
ministra. Tem um pessoal muito importante nessa casa. Tem
o mérito de lembrar-nos que nunca devemos desistir. E que
Deus sempre nos justificará no tempo que Ele achar oportu-

97
REPARADOR DE BRECHA II

no. Aqui se descansa no sentido literal da palavra. Desde as


águas quentes até ao escaldante sol e a sombra refrescante,
tudo criado por Deus para um merecido descanso. Eu amo
esses dois filhos do meu coração. Tenho observado o que
Deus tem feito na vida deles sempre que regresso a esse lu-
gar, consigo observar o crescimento espiritual dos dois. Essa
casa nos traz à memória muitas palavras proféticas e nos
recorda sempre o tempo de lapidação para virarmos o vaso
que Deus quer honrar. Água quente, sol temperado, café e
tapioca muito gostosos, tudo com muito carinho e dedica-
ção. Agora em Goiânia nada mudou, é paragem obrigató-
ria. Mas o que dá prazer é ver no que Deus tem transforma-
do vocês e o vosso ministério!

6. A Casa do Rio de Janeiro (Bangú)


Casa de unção, presença e cuidado de Deus nos de-
talhes. Meu Deus, gosto dessa casa devido à sua Presen-
ça, não que não haja nas outras, mas aqui é diferente.
Pode chover canivetes, tiros, a casa do Rio de Janeiro, em
Bangú ninguém entra ou sai sem receber oração. Tem
sempre a sua Presença. Existe ali um altar de louvor e
gratidão a Deus. O mover profético é uma realidade, mas
aquele versículo de Filipenses (4:13) “Posso todas as coi-
sas em Cristo que me fortalece”, é uma constância nessa casa.
Tremendo estar lá, ri-se, chora-se, canta-se, ora-se e la-
menta-se. Come-se na hora, fora da hora, tem brigadeiro
e tem palha italiana e muito bolo de mandioca, o meu
preferido. Todavia, a revelação do Senhor é na cozinha,
no quarto, na sala, no banheiro, em todos os cômodos.
Muito interessante mesmo. Quando chega a hora de sair

98
RITA SALOMÉ

fica a pergunta “quando eu regresso à casa de Bangú,


Senhor?”. Aqui somos o que não somos em outro lugar...
felizes orando, gemendo orando, tristes orando, sorrindo
orando, sofrendo orando, é tudo. Obrigado, Jesus!

7. A Casa de Curitiba
A casa de Curitiba é a minha entrada para o Sul do
Brasil, passagem obrigatória tanto de avião como de ôni-
bus. Na verdade, são duas casas integradas em uma só,
são lugares de tratamento de beleza natural que reflete
no espiritual. Mãe e filha, duas amigas lindas que eu te-
nho mais chegadas que irmãs. Uma vai me buscar quan-
do chego em Curitiba e dá aquele tratamento especial
logo de entrada, e a outra completa em termos de tra-
tamento de imagem pessoal com requinte e do melhor.
Deus é o máximo, Ele nos dá tudo em detalhe, nada é de
qualquer maneira. Aqui também tem a parte espiritual,
ou monte, ou igreja para recuperar as forças e ajustar a
descida para o Estado de Santa Catarina e outros. A ale-
gria vivida aqui nestas casas reflete a importância que faz
um reparador de brechas quando chega com água fresca
do céu para uma nova mensagem de vigor espiritual para
mudanças de vidas. Quando saio, levo comigo desde um
excelente cheiro no natural, no meu espírito levo força e
ânimo para os próximos lugares. Jesus como eu te amo,
gratidão pelo teu cuidado.

8. A Casa de Joinville
Casa da novidade e aplicação de todo o aprendiza-
do. Casa de amigos, onde somos colocados à prova no

99
REPARADOR DE BRECHA II

extremo diante de muitas situações. Casa de pão, de cui-


dado e zelo, mas, também, é uma casa de longa amizade
em Deus, quase 18 anos passamos muitas provas juntos,
situações que servem hoje de ensinamento e de boas
lembranças. Os amigos dessa casa são para sempre. De
qualquer parte do mundo podemos ter certeza de que
Joinville sempre se preocupa em saber e se for preciso
alguma coisa, sempre se envia para onde quer que me
encontre. Obrigada, amigos.
Eu gostaria de mencionar aqui no Brasil pessoas que
me ajudaram em oração e visitas diárias das quais não
deixam de ter toda a importância, e em várias partes
do mundo pessoas que me ajudaram muito, mas que de
alguma forma perdi o contato, não faz dessas pessoas
menos importantes na minha vida, tanto fazem que me
lembrei delas e por isso faço questão de ser grata a Deus
por suas vidas, pois foram precisas para o meu desenvol-
vimento e crescimento.
Termino dizendo o seguinte: deixei a minha casa e fui
servir a Deus. Por um tempo, Ele concedeu-me estas ca-
sas. Sei que existe uma mudança no coração de Deus em
relação a sonhos, e que em breve ou quem sabe em um
outro livro poderei já vos falar da minha nova casa, mas a
minha gratidão agora vai para todos os amigos mais che-
gados que irmãos que moram nessas casas e não só estes,
pois existem outros que não moram, mas que fazem parte
da minha vida e que me acompanham na minha cami-
nhada. Este livro é todo de vocês que estiveram presentes
nesses quase 25 anos de crescimento, desde Angola até a
Austrália. Sou grata a Deus por todos vocês terem feito

100
RITA SALOMÉ

parte das páginas deste livro e da minha vida. As expe-


riências negativas serviram para não serem repetidas e as
positivas servem para melhorar cada vez mais até à volta
do Senhor ou da nossa partida para a glória. Muito obri-
gada a todos, que Deus vos abençoe e vos sustente nessa
longa maratona que é a caminhada cristã. Já leu uma vez
este livro, leia de novo. A primeira vez é a descoberta, a
segunda é o aprendizado e a terceira é a implementação
para dar fruto.

“Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão
grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atra-
palha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a
corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e
consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta,
suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita
do trono de Deus. Pensem bem naquele que suportou tal oposição
dos pecadores contra si mesmo, para que vocês não se cansem nem
se desanimem. Na luta contra o pecado, vocês ainda não resistiram
até o ponto de derramar o próprio sangue. Vocês se esqueceram da
palavra de ânimo que ele lhes dirige como a filhos: ‘Meu filho, não
despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreen-
são, pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a
quem aceita como filho’”.
(Hebreus 12:1-6)

101
CAPÍTULO 3

Prosseguindo para o
alvo

3.1 LEVANTE-SE COM O QUE SOBROU...

P
ara todos nós que cremos em Deus sabemos
que nossa esperança n’Ele jamais é frustrada
e em todo tempo Deus sempre age em nossa
vida e em nossas escolhas. Nesse agir d’Ele sempre nos
deparamos com duas situações, a primeira é que somos
parte da resposta do problema que estivermos passando,
e, Ele vai trabalhar naquilo que ainda restou em nós. Esta
palavra me faz nunca desistir e mesmo cansada tantas ve-
zes sei sempre que haverá algo mais que ainda resta para
Deus continuar o processo que está realizando na minha
e na sua vida, Ele jamais perde o controle. Aqui vai uma
lista de coisas que ainda restou em nossa casa espiritual para
que sejamos levantados debaixo do braço forte do Senhor:

103
REPARADOR DE BRECHA II

1 – Estrutura profética – azeite na botija (2


Reis 4:1-7)
Em 2 Reis (4:1-2) “E uma mulher, das mulheres dos filhos
dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu;
e tu sabes que o teu servo temia ao SENHOR; e veio o credor, para levar
os meus dois filhos para serem servos. E Eliseu lhe disse: Que te hei de
fazer? Dize-me que é o que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem
nada em casa, senão uma botija de azeite”, nós vemos uma viúva
vivendo dias maus, turbulentos e de muitas incertezas igual
aos dias de hoje. Ao lembrar a história dessa viúva, de como
foi vitoriosa porque com o que sobrou Deus operou o que
ela precisava para viver no futuro sem dívidas com os filhos.
Talvez caro leitor, você esteja neste momento passando por
esse dia mau em uma situação idêntica, depois de ler essas
linhas que seguem se dará conta de que Deus tem sempre
respostas para todas as situações que nos afligem e que ja-
mais devemos esquecer que Ele quer que sejamos parte da
solução e resposta do que Ele quer liberar. Eu te pergunto
hoje e agora, o que ainda restou na sua casa para ser a base
do milagre que precisa?

2 – Estrutura de fé – o leite morno, manta,


funda e pedras (Juízes 4:18-21 e 1 Samuel 17)
Quantas vezes Deus nos manda fazer coisas simples
para derrubar gigantes e nos esquecemos da simplicidade,
precisamos usar coisas simples até para os que ainda vão se
levantar contra a nossa vida. Tudo nas mãos de Deus resulta
em conquista, não interessa o tamanho, basta que a mão de

104
RITA SALOMÉ

Deus esteja junto. Ainda sobrou leite, manta, funda e pe-


dras, retrata a história de dois gigantes, um por patente de
exército e outro pela estatura física. Gael foi a mulher que
derrubou o general Sísera, com leite morno e uma man-
ta, ela conseguiu matar esse homem grande do exército
que pertencia a Hazor cujo Rei era Jabim. Na situação de
Davi ele conseguiu atingir o gigante Golias com uma funda
e pedras. Qualquer um dos dois não tinham capacidades
naturais de derrubar esses inimigos, tanto a mulher mesmo
diante do homem cansado ele podia resistir a ela e vencer,
Golias pelo seu porte esmagaria Davi com certeza, mas a
estrutura de fé que ainda havia restado na vida dos dois fez
com que cressem que Deus iria se fazer presente no ato da
execução. Gael e seu povo tinha boas relações com o povo
judeu, então sabia das conquistas e de quem era Deus, ela
apenas confiou. Davi vinha de uma batalha contra um urso
e um leão, o que era o gigante Golias de 150 quilos para ele?
Nada, ele sabia que o mesmo Deus que o havia sustentado
na luta contra os outros seres, o sustentaria agora contra o
gigante, e simplesmente moveu a estrutura de fé, avançou e
venceu. O Senhor estava com Davi. O motivo pelo qual o
Senhor estava com Davi é simples: Davi buscava a Deus e
mantinha um relacionamento com Ele.
Eu quero te recordar que ainda existe na minha e na
sua vida esta estrutura de fé – que significa e expressa a
confiança, credibilidade, crença – que nos faz crer que
o nosso Deus começou a boa obra e vai terminar, então
creia e você receberá. Ainda não veio a palavra final de

105
REPARADOR DE BRECHA II

Deus. Creia também que o alicerce de fé que restou em


nós é baseado na certeza, confiança, perseverança, fideli-
dade e obediência.

3 – Estrutura ministerial – a gentileza de re-


conhecer um ministério (II Reis 4:9-11)
Meu amado leitor, saiba sempre reconhecer quem
olhou para a sua terra quando era apenas pedra, mato
e sequidão. Como a ingratidão nos cega e nos traz am-
nésia. Hoje olhamos para as flores que crescem no nosso
jardim e nos esquecemos quem trouxe água e quem acre-
ditou e colocou adubo e tratou a terra quando gritavam
que ela apenas servia para entulho. Aquela mulher olhou
para aquele homem e viu que era “um santo homem de
Deus”. Ela não mencionou o nome, mas se atentou para
a estrutura que representava o profeta e fez um quarto
para ele para que pudesse repousar sempre que por ali
passasse. Saber que foi Deus que colocou a pessoa na
nossa estrada para nos ajudar já nos responsabiliza em
relação a gentileza e a forma como deveremos proceder.
Ainda sobrou essa estrutura dentro de nós, “o cuidar
de quem Deus envia para nos ajudar”.
Este é um tempo em que os verdadeiros enviados
por Deus serão reconhecidos como fala em Apocalipse
(12.11) “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra
do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte”. Com
todas as limitações e erros como seres humanos, ainda há
quem se disponha a renunciar, ir e ajudar.

106
RITA SALOMÉ

“Gentileza gera gentileza”. “Cuide e ame, ain-


da restou isso dentro de você”!

4 – Estrutura de honra – o queijo (1 Samuel


17:17-21)
O pai de Davi deu uma ordem para ele levar manti-
mentos para os irmãos que estavam no campo de batalha,
para os filhos enviou 10 pães e grãos tostados, mas para
os capitães mandou queijo. Jessé quis honrar os capitães
que lideravam. A honra é uma valorização de princípios
para o homem e uma estrutura designada por Deus. A
honra é um pilar com características muito interessantes:

5 – A honra tem quatro partes que constituem


a sua sustentabilidade

- Princípio
“Honra ao Senhor com os teus bens e com a primeira parte de
todos os teus ganhos.” (Provérbios 3.9)

- Preço
“Para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não
honra o Filho, não honra o Pai que o envio.” (João 5:23)

- Propósito
“Portanto, daí a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo;
a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, hon-
ra.” (Rm 13.7)

107
REPARADOR DE BRECHA II

- Prosperidade

“Riquezas e honra estão comigo, assim como os bens duráveis e a


justiça.”
(Provérbios 8.18)

1. A honra tem memória


Em 2 Samuel (9:3) “E disse o rei: Não há ainda alguém
da casa de Saul para que eu use com ele da benevolência de Deus?
Então disse Ziba ao rei: Ainda há um filho de Jônatas, aleijado de
ambos os pés”. Nós vemos Davi trazendo a memória a sua
aliança estabelecida com Jonatas no passado.

2. A honra fere
A situação do sacerdote Eli em 1 Samuel (2:30) “Por-
tanto, diz o Senhor Deus de Israel: Na verdade tinha falado eu que a tua
casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém
agora diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram
honrarei, porém os que me desprezam serão desprezados”.

3. A honra tem destino profético


Em Ester (6:6-9) “E, entrando Hamã, o rei lhe disse: Que se
fará ao homem de cuja honra o rei se agrada? Então Hamã disse no seu
coração: De quem se agradaria o rei para lhe fazer honra mais do que
a mim? Assim disse Hamã ao rei: Para o homem, de cuja honra o rei
se agrada, tragam a veste real que o rei costuma vestir, como também o
cavalo em que o rei costuma andar montado, e ponha-se lhe a coroa real
na sua cabeça. E entregue-se a veste e o cavalo à mão de um dos prínci-

108
RITA SALOMÉ

pes mais nobres do rei, e vistam delas aquele homem a quem o rei deseja
honrar; e levem-no a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoe-se diante
dele: Assim se fará ao homem a quem o rei deseja honrar!”
Hamã fez de tudo para prejudicar Mordecai, o que
ele não sabia era que a pessoa que ele odiava pertencia ao
povo escolhido de Deus.
Por que a honra se tornou em um pilar que sobrou?
Por ela representar uma das chaves para Deus escrever
um memorial. Nós vemos o Apóstolo Paulo em Gálatas
(6.17) falar de marcas, e em Juízes (6-7) Gideão falando
de sinais. Tanto as marcas como os sinais seguem para o
túmulo com o homem, mas o memorial para além de ser
Deus a escrever, só Ele pode transmitir entre as gerações.
A Bíblia descreve em Josué (4) um memorial, passaram
em seco no rio e colocaram 12 pedras, a água tapou as
pedras, só quem sabe o que se passou desde a colocação
das pedras até ao dia de hoje é o Senhor e foi passando de
geração em geração até chegar aos nossos dias.
Interessante em Êxodo (3:15) “e Deus disse mais a Moi-
sés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor Deus de vossos pais,
o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a
vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração
em geração”. Fala de um memorial que o próprio Deus fez.

5 – Estrutura de testemunho – sobraram gra-


vetos (Atos 28:3-6)
Os gravetos na nossa vida apontam para testemunho.
Podemos falar do que Deus continua fazendo na nossa

109
REPARADOR DE BRECHA II

vida independentemente de ser dia mau ou não, só o fato


de estarmos vivos e podermos testemunhar da presença
de Deus em nossa caminhada é uma vitória. Os grave-
tos não aparecem do nada, são produzidos por árvores e
usados para deixar o fogo aceso. A Bíblia faz uma com-
paração entre outras, sobre árvores que representam pes-
soas. Com base nisso abordarei aqui a palavra em Isaías
(41:18-20): “Abrirei rios em lugares altos, e fontes no meio dos
vales; tornarei o deserto em lagos de águas, e a terra seca em manan-
ciais de água. Plantarei no deserto o cedro, a acácia, e a murta, e a
oliveira; porei no ermo juntamente a faia, o pinheiro e o álamo. Para
que todos vejam, e saibam, e considerem, e juntamente entendam que
a mão do Senhor fez isto, e o Santo de Israel o criou”.
Temos 7 tipos de árvores que no seu comportamen-
to, suas características e ambiente fazem toda a diferença
como produtoras de gravetos que servirão de testemunho
tanto na minha como na vossa vida. Um detalhe, elas
não são árvores de deserto, mas foram lá plantadas para
serem provadas:

1 - Cedro do Líbano:
É sustentável, raiz profunda e forte. Cresce mais de
30 m. Em Cristo temos a capacidade de resistir, nossa
raiz está fundamentada na palavra. Tempestade não der-
ruba, sua madeira era usada para construção de navios,
templos e palácios. A sua capacidade de resistir nos faz
pensar que nós com Jesus não fomos feitos para desistir e
nem morrer no deserto. Crescemos muito porque fomos

110
RITA SALOMÉ

chamados para lugares altos de adoração, oração, revela-


ção e colocados por cima e não por baixo, por cabeça e
não por cauda.

2 - Acácia:
Esta é uma árvore de madeira não perecível, por isso
era usada para construir elementos espirituais, servia
para fazer:

- A arca
- A mesa
- O Altar

Como servos, esta árvore na nossa vida refere-se


a como somos transportadores da Presença de Deus
(Arca), da comunhão que devemos ter com os irmãos
(Mesa), e da intimidade com o Espírito Santo (Altar).
Esses três elementos devem fazer parte da nossa vida
na caminhada com Jesus. A Acácia não apodrece, assim
como nós não vamos apodrecer no deserto, pois ele será
sempre um lugar de passagem, somos provados nele,
mas não permanecemos.

3 - Murta:
Árvore que cresce em terreno pedregoso. Quando
prensada, ela produz um óleo que serve para perfumar.
Assim somos nós, somos esmagados em tempos de prova,
mas produzimos um perfume de adoração a Ele e não

111
REPARADOR DE BRECHA II

podemos produzir cheiro da amargura, tristeza ou raiva,


produzimos um bom aroma em cuja etiqueta está escrito
“n’Ele posso todas as coisas”, por isso somos Murta.

3 - Cipreste:
Quando processado, ele serve para a fabricação de
vários produtos terapêuticos. Ele tem função de curar fe-
ridas e estancar hemorragias. Fomos feitos para curar e
não para abrir feridas. Deus não nos chamou para ser-
mos cactos, nos chamou para sermos Cipreste. O graveto
desta árvore jamais multiplicará o veneno de fofoca etc.,
ele simplesmente estancará todo o sangue contaminado.
O poder de estancar sangrias impede que o que está a
nossa volta se destrua. Estamos aqui como filhos de Deus
não para alimentar guerras, mas para trazer a paz.

4 - Olmeiro:
Árvore forte, flexível e suporta impactos. Quase nin-
guém conhece, mas todos conhecemos a árvore que é
sustentada por ele, a Videira que estende os seus ramos
sobre o Olmeiro, contribuindo de forma grandiosa para
o seu crescimento. O Olmeiro tipifica a igreja, nós que
servimos nela, os cooperadores somos os sustentadores da
Videira. Tantas vezes vemos pessoas nas igrejas se sen-
tindo injustiçadas por não serem reconhecidas, hoje por
favor, se sinta livre você faz parte de uma estrutura de
sustentação que não é vista por homens, mas por Deus.
Você é o Olmeiro da sua liderança, por isso Deus te deu

112
RITA SALOMÉ

uma flexibilidade e resistência incríveis, mas é para sus-


tentar a Videira.

5 - Pinheiro:
Esta árvore onde ela está, melhora e ornamenta o am-
biente que se encontra. Sua principal característica é a sua
alta resistência ao fogo. Tantas vezes escutamos testemunhos
de pessoas que nos veem passar tanta prova e nos admiram
porque resistimos e ainda permanece em nós o brilho de
Jesus, porque somos como o Pinheiro, passamos pelo fogo,
resistimos e onde somos colocados todos se admiram pela
fidelidade de Jesus na nossa vida em nos manter de pé.

6 - Oliveira:
Tem uma raiz de 6 a 7 metros e com essa profundi-
dade nada consegue parar a Oliveira, ela cresce entre pe-
dras, rochedos, ninguém consegue barrar porque ela vai
rompendo até achar água. A Oliveira é comparada com
os cristãos que devem crescer em graça e conhecimento.
Os gravetos desta árvore não se contentam apenas com
o que têm, vão conhecendo e prosseguindo em conhecer
Jesus e a sua morte e ressurreição.
Qual é o graveto que você está produzindo e que
ainda restou como testemunho? Poderia me aprofundar
mais sobre essas árvores e continuar a comparação com
o tipo de pessoas que devemos ser para produzir bom
testemunho tanto para a nossa vida como para aqueles
que nos rodeiam.

113
REPARADOR DE BRECHA II

7 – Estrutura de milagres – 5 pães e 2 peixi-


nhos (João 6:5-15)
Ainda sobrou a estrutura de milagres na nossa vida.
E para isso devemos saber ou recordar as condições para
que ocorra esse milagre em nossas vidas. Duas coisas im-
portantes para que ele seja um fato naquilo que preci-
samos que seja realizado por Deus estão descritas em 2
Reis (4:1-7).

- Entra e fecha a porta


- Vai tudo bem

Quantas vezes Deus inicia o processo do milagre e a


primeira coisa que fazemos é “sentir” de falar no grupo
de amigos algo que ainda está em processo, logo depois,
em vez de gerarmos o milagre, nos frustramos porque
abortamos o milagre. Ao entrar e fechar a porta e, ou a
boca, é para não haver derrota logo no início e quando
perguntarem como vai a nossa situação, abre a boca e
responda, vai tudo bem, mesmo que pareça estar morto
ou parado, Deus ainda não colocou o ponto final. Ainda
existe milagre na sua vida, creia e receba.

8 – Estrutura de adoração – unguento perfu-


mado (Lucas 7:36-38)
Amados leitores, precisamos que Deus mude o óleo
dentro de nós. Tantas vezes queremos usá-lo de forma
contínua sem cumprir o processo da renovação. Nos es-

114
RITA SALOMÉ

quecemos que só teremos óleo novo quando formos para


o lagar de Jesus. Tantas vezes não nos vemos como Oli-
veira e até nem nos lembramos que precisamos descer
até ao lagar para ser extraído o azeite novo. Temos muita
dificuldade com recomeços, mas devemos entender que
em Deus existem tantos recomeços, a começar com o
pecado. Todas as vezes que o praticamos, ao pedir per-
dão, se torna um recomeço. E recomeçar é a chave de
alinhamento em todos os processos da nossa vida e da
maratona que nos leva até ao céu. Quando eu entendi
isso, pude discernir o grande e profundo amor de Deus
por almas. Nossa maior resistência e derrota reside em
tantas vezes não querermos recomeçar abandonando os
velhos hábitos. Eu como reparadora de brechas, Deus me
conduz igual Ele fez com Ezequiel (47:6-7). Entramos,
passamos pelos processos e em todos eles criamos hábitos,
costumes, e no último estágio o anjo nos traz de volta à
margem, é aqui que gigantes, valentes e generais caem,
resistem e já cheios de alguns hábitos vão se movendo no
automático e tantas vezes o recuar é para vermos e escu-
tarmos os testemunhos e ver o quanto as pessoas cresce-
ram, porque quando as deixamos eram apenas sementes
e quando retornamos já são árvores altas. Quando eu en-
tendi isso, parei de fazer cara feia e coração triste.
É difícil voltar e ver algumas coisas que até podiam
ser feitas de outra maneira, mas talvez por falta de algu-
ma sensatez e excesso de zelo, damos conta dos erros e
serve de aprendizado para a nossa maturidade e perce-

115
REPARADOR DE BRECHA II

bemos que até mesmo seguindo o caminho com Deus e


podendo todas as coisas n’Ele, jamais podemos esquecer
que ainda estamos no mundo não sendo do mundo e
que ainda passamos aflições mesmo junto do Pai, e que
sempre a todo o tempo é tempo de novos recomeços.
Mude o seu unguento e deixa o Pai te dar óleo novo. Na
sua presença e no teu altar secreto de intimidade é pos-
sível. Concluo aqui dizendo “prepare-se para entregar
o seu ontem para alguém hoje”, lembrando sempre de
onde fomos tirados para darmos oportunidade a quem
está a nossa frente com dificuldades. Jamais se esque-
ça de quem um dia foi usado por Deus, acreditou na
sua terra quando ela era seca, dura e cheia de abrolhos
e espinhos. Outra coisa, para subir é necessário descer
e para viver em Deus precisamos sempre morrer para
nós. Quando Deus te chamar, responda apenas “eis-me
aqui”, e logo descobrirás quem tu és. Renuncie o seu di-
reito de apressar Deus. Ele é o Senhor do tempo. Lem-
bre-se, se somos filhos de Deus, não podemos ser repro-
vados naquilo que o mundo aprova. Eles são aprovados
na conduta e nós somos reprovados na postura, eles são
aprovados na personalidade e nós reprovados no ca-
ráter, eles são aprovados em rejeitar o preço da cruz e
nós somos reprovados em fazer da cruz um modismo
e não um estilo de vida. Em Deus nada mudou, Ele
continua sendo o mesmo, o que é que ainda te restou?
Apenas lembra e onde foi que viu Jesus pela última
vez e recomece.

116
RITA SALOMÉ

3.2 PARA UM TEMPO COMO ESTE


Os dias que estamos vivendo servem para nos prepa-
rarmos e ajudar a equiparmos o corpo de Cristo para a
vinda do Senhor Jesus. Este é um tempo de decreto igual
ao que a Rainha Ester enfrentou. Fiz questão de escrever
sobre este tema porque a todo o momento é um tempo
de passar por ajustes de forma que possamos entender os
níveis de crescimento em Deus.
Na palavra de Ester (4:14-17) diz o seguinte: “Por-
que, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento de outra
parte sairá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e
quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino? Então
disse Ester que tornassem a dizer a Mardoqueu: Vai, ajunta a todos
os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais
nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas
servas também assim jejuaremos. E assim irei ter com o rei, ainda
que não seja segundo a lei; e se perecer, pereci. Então Mardoqueu foi,
e fez conforme a tudo quanto Ester lhe ordenou”.
O tempo de decreto que a rainha Ester enfrentou, a
igreja e consequentemente todos nós temos vivido, tur-
bulência muito forte, mas também é uma ocasião para
buscarmos a nossa intimidade com Deus de forma in-
cessante e incansável, por isso tempo de luta é também
tempo de intimidade e altar secreto. Tempo difícil,
mas de novos recomeços, de entrega e compromisso
gerando foco e executando propósitos. Enfim, tempo
de buscar a face de Deus sabendo que a última palavra
virá d’Ele. Depois de uma tempestade vem a calma-

117
REPARADOR DE BRECHA II

ria, mas também vem a fase de rescaldo para saber


quais foram os prejuízos, mas principalmente no que
resultou e no que aprendemos com a passagem dela.
Não adianta querermos ser apenas ouvidos nas nos-
sas súplicas quando o nosso propósito deve ser único e
simplesmente buscá-Lo, prosseguir em conhecê-Lo, a
Ele e a Sua ressurreição. De onde virá a cura, a paz, a
salvação e a libertação? Se não O conhecermos, como
queremos que Ele faça milagres? Se não temos certeza
do que Ele pode fazer. Só podemos pedir ou desejar
alguma transformação se conhecermos quem pode
fazer. Então este é o tempo de conhecer para quem
nunca conheceu e para quem já conhece é o tempo
de buscá-Lo não como gerenciador de bênçãos ape-
nas, mas como o Único, Suficiente Salvador e Senhor,
esperando d’Ele tudo o que precisamos e desejando o
crescimento que nos levará a um nível maior de cresci-
mento e amadurecimento. Depois da tempestade vem
a calmaria, eu creio que depois de tudo isso viveremos
dias de um grande avivamento e uma grande visitação
do Espírito Santo de Deus.
Também este é o momento de desejarmos a beleza
da transformação que está no evangelho da cruz. É ne-
cessário que nos apercebamos das mudanças que geram
transformações que estão ocorrendo com o propósito de
que seja feita e cumprida a vontade de Deus para a salva-
ção, cura e libertação de almas. Alguma coisa está sendo
transformada a nossa volta. Tempo novo em que veremos

118
RITA SALOMÉ

Deus se movimentar como nunca visto para que o seu


desejo seja cumprido. Para um tempo como esse vemos
duas estruturas se movendo no âmbito espiritual:

1. A ilustre desconhecida: Em 2 Reis (5:1-4)


nós vemos o agir de Deus: “E Naamã, capitão do exército
do rei da Síria, era um grande homem diante do seu SENHOR, e
de muito respeito; porque por ele o SENHOR dera livramento aos
sírios; e era este homem herói valoroso, porém leproso. E saíram
tropas da Síria, da terra de Israel, e levaram presa uma menina
que ficou ao serviço da mulher de Naamã. E disse esta à sua
senhora: Antes, o meu senhor, estivesse diante do profeta que está
em Samaria; ele o restauraria da sua lepra. Então foi Naamã e
notificou ao seu senhor, dizendo: Assim e assim falou a menina que
é da terra de Israel”.
Apesar do propósito de Deus ser a cura de Naamã,
Ele colocou no cenário uma moça simples da qual a Bí-
blia não menciona nem o nome, mas a quem eu carinho-
samente apelidei de “ilustre desconhecida”, para ajudar
um general cheio de vitórias e de medalhas, porém, le-
proso. O processo do general Naamã começa quando
ele passa a ser moço de recado. Ele teve que transmitir
para o rei a fala da empregada da sua esposa, “antes,
o meu senhor, estivesse diante do profeta que está em
Samaria; ele o restauraria da sua lepra”. Não era ape-
nas diante do “homem Eliseu”, mas diante da estrutura
profética que ele representava. Naamã se encontra com
essa estrutura profética que descreve a beleza de Deus

119
REPARADOR DE BRECHA II

em meio a prova, depois de todo o processo, Naamã


recebe a cura. Uma situação difícil para um homem va-
lente, vencedor de grandes batalhas, mas leproso. De
tudo isso, ainda juntamos os constrangimentos causa-
dos pela doença, a tristeza, a dor e a rejeição pública.
Mas a situação dele muda quando ele de general passa
a menino de recado, e podemos ver que os mergulhos
de Naamã já são processos de uma mudança ocorrida
antes. Ele teve que descer ao nível de quem ele havia
capturado para o serviço da sua esposa, teve de dar esse
recado ao rei. Ele, mesmo sendo um homem tão pode-
roso teve que se curvar diante da “ilustre desconhecida”
que foi colocada por Deus no lugar e na hora certa. Eu
e você, caro leitor, fazemos parte desse grupo de ilustres
desconhecidos que Deus quer usar para os “Naamãs”,
que um dia foram grandes generais dentro não só das
estruturas de fora da igreja como dentro delas e que
por alguma situação se contaminaram e se distraíram
e acabaram leprosos, só que o problema somos nós não
entendermos a mensagem de Deus a esse respeito e di-
ficultarmos a compreensão da mesma e a consequente
ação decorrente disso. O que muda na nossa vida é o re-
sultado da transformação que passamos quando recebe-
mos o agir de Deus sobre tudo o que nos pertence. Para
um tempo como esse Deus está levantando estruturas
proféticas que cumprirão os propósitos para aos quais
estão sendo solicitadas. Em nenhum momento vemos a
serva dizendo o nome de Eliseu, ela chamou de profeta,

120
RITA SALOMÉ

portanto se dirigiu à estrutura que estava por trás de Eli-


seu, a que direciona, cura e liberta. Para este momento
Deus levantará profetas gerados na intimidade com Ele
que abrirão a boca da parte do Senhor contra este mal
que vivemos. Aquela menina mostra o caminho da es-
trutura que vai trazer a cura, mas para Naamã chegar
a ela, inicia um processo de se curvar diante de quem
ergueu ela, Deus. Ele vai até o profeta reconhecendo
que aquilo que ele representava era a única saída para
a sua situação. Esse é o tempo dessa estrutura se levan-
tar, não vemos no vale de ossos secos o agir de outras
estruturas a não ser a profética. Então Deus tem nos
chamado para um tempo como esse para ir até aquela
pessoa que já se perdeu, não sabe mais como agir e se
esqueceu da última vez que viu Jesus por perto, para
ir até aos desesperados, perdidos, leprosos, e trazer
sobre eles uma palavra de direção sobre o que vai
trazer esperança, cura, libertação e salvação, o solo
de Deus.

2. O Deus da segunda oportunidade: Em 2


Reis (13:21) a Bíblia diz o seguinte: “Depois morreu Eliseu,
e o sepultaram. Ora, as tropas dos moabitas invadiram a terra à
entrada do ano. E sucedeu que, enterrando eles um homem, eis que
viram uma tropa, e lançaram o homem na sepultura de Eliseu; e,
caindo nela o homem, e tocando os ossos de Eliseu, reviveu, e se
levantou sobre os seus pés”.

121
REPARADOR DE BRECHA II

Quantas vezes o inimigo usa pessoas para decretar o


nosso fim? Elas dizem para nós que não tem mais jeito
e nada mais vai resultar, que estamos mortos para tudo,
que Deus jamais responderá ao nosso clamor e nunca
virá ao nosso socorro. Quantas vezes olhamos para as
circunstâncias e vemos que realmente não tem mais jei-
to. Exatamente como o tempo que estamos vivendo, de
onde nos virá o socorro? Qual é a direção do monte
Sião? Senhor, o que fazer quando não sabemos mais o
que fazer? Esse homem estava morto, a Bíblia não diz
que tipo de vida ele havia levado antes da sua morte,
mas tem algo que podemos ter a certeza, Deus se ma-
nifestou na vida dele como o Deus da segunda chance.
Exatamente como o tempo que estamos vivendo, Deus
está manifestando mais uma oportunidade para nós
diante de tudo o que está a nossa volta. Segundo a escri-
tura acima, o homem estava sendo enterrado em um dia
de invasão inimiga, não era num dia normal, era um dia
de muita preocupação, medo, dor e tristeza, exatamente
como os dias atuais. Deveria ser um funeral normal e
comum, nem quem estava atacando e nem quem estava
fazendo o funeral se lembrou que o túmulo aberto tinha
ossos que já haviam representado uma estrutura proféti-
ca. Com a pressa de escapar da invasão, ninguém olhou
para baixo, para o fundo do túmulo onde estavam os
ossos do profeta Eliseu. Quantos inimigos de Deus que
são nossos projetam a nossa destruição e nosso funeral,
gritam e fazem um alarido quando Deus ainda não disse

122
RITA SALOMÉ

basta. Pode até ter sido decretado, mas nos esquecemos


de quem tem poder para vencer a morte. A viúva vinha
com seu filho dentro do caixão, todo mundo chorando
e triste, mas a morte se encontrou com o autor da pró-
pria vida e ela teve que recuar. A morte está tentando se
instalar nos seus sonhos e na sua família, apresenta para
ela o autor da vida. A estrutura que ressuscita tem no
milagre o agir do próprio Deus. Tem a fé e o “Sobre”
d’Ele. O natural era fazer o funeral, era o fim, mas só
que o Sobre d’Ele apareceu e virou Sobrenatural e re-
viveu. Amados, entremos na sua intimidade ativando
o sozo de Deus na nossa vida que produz os frutos de
árvore plantada junto a ribeiros de água, que dará seu
fruto na estação própria e tudo o que já havia sido per-
dido devido a situação de morte será entregue de vol-
ta, a oração pegue de volta, a sua saúde tanto natural
como espiritual pegue de volta, a comunicação que foi
cortada com o céu peça perdão, se arrependa e pegue
de volta. O jejum que você já não faz a muito tempo
vai te limpar por dentro e vai projetar fora, pegue de
volta. Pegue de volta a leitura da Palavra porque vai te
posicionar no tempo certo e restaurar o teu momen-
to e alicerçar as suas conquistas em Cristo. Olhe para
baixo e enxergue os seus joelhos dobrados e os pés de
Jesus, ainda não é o nosso fim, grite para o Senhor
da segunda oportunidade, tenha apenas atenção ao
seguinte, “o que você fazia antes, não faça mais”, se
reveja no recomeço.

123
REPARADOR DE BRECHA II

A Palavra em Jeremias (1:11-12) diz “Ainda veio


a mim a palavra do Senhor, dizendo: Que é que vês, Jeremias?
E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. E disse-me o Senhor:
Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la”.
Devemos confiar que Deus zela pela sua palavra para
cumprir, operando Ele quem impedirá, Ele não é ho-
mem para que minta e nem filho do homem para que
se arrependa, operando Ele quem impedirá? Saiba de
uma coisa, esse é um tempo que vivemos a confirmação
de identidade de quem realmente temos sido, porque a
criação espera ardentemente a manifestação dos filhos
do reino, lembra de uma coisa, aquilo que amamos nos
tornamos, tempos como esses confirmarão o que nós
mais amamos.
Esse é também um tempo que portas de evangelismo
e da esperança serão abertas numa restauração da inti-
midade e estamos sendo convocados por uma forte inter-
venção do Espírito Santo para nos movermos nessa estru-
tura profética para trazer cura, restauração, ressuscitação
e salvação e uma grande manifestação do agir de Deus
em nossas vidas enquanto agentes de milagres na vida
das pessoas que já perderam tudo e cuja esperança foi
reduzida a nada, igual Naamã tinha tudo para celebrar,
mas suas vestes eram de morte e luto. Lembre-se sempre,
nossa passagem aqui na terra é vivida como uma mara-
tona, segundo Hebreus (12:1-2): “Portanto nós também,
pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas,
deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e

124
RITA SALOMÉ

corramos com paciência a carreira que nos está proposta, Olhando


para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe es-
tava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se
à destra do trono de Deus”.
Esse tipo de corrida tem cansaço, desgaste, câimbras,
desânimo e frustrações e por tudo isso você até pode di-
minuir a marcha, mas jamais parar, pode até diminuir
a velocidade, mas nunca olhe para trás senão vai se dis-
trair e a estátua de sal será o seu estado final. Não sinta
saudades do “antes”, do início da caminhada, mas viva
a expectativa de chegar ao fim porque é a parte mais im-
portante dessa maratona. Existem várias etapas na nos-
sa vida durante essa corrida, que são escritas em placas
dentro do nosso coração, mas para mim e para você, a
nossa placa deve ser mantida viva e testemunhada com os
nossos posicionamentos. Hoje é o dia de entregar no altar
do Senhor o que resta de Naamã na minha e na sua vida.
Que o nosso coração queime por Jesus.
Lembra no teu coração da palavra escrita em Jó
(23.14) que diz “Sendo assim, ele cumprirá o que está decidido a
meu respeito e todos os demais planos que tem consigo”.

3.3 A PRESENÇA DE DEUS

“Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o


SENHOR a Abrão, e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso,
anda em minha presença e sê perfeito”.
(Gênesis 17:1)

125
REPARADOR DE BRECHA II

Anda na minha presença e sê perfeito, nos dias que


temos vivido tem sido difícil constatar isso, andar na
Presença de Deus. Aquele que anda com Deus se torna
diferente das outras pessoas. Ele manifesta a própria
vida do Senhor na sua história e através da sua vivên-
cia diária. Deus criou o homem com o propósito de ter
um relacionamento com Ele. Mesmo vivendo tempos
difíceis, a Presença de Deus veio para andarmos com
Ela, mas onde a temos colocado em nossa vida? Até
quando mais situações vão sendo vividas por você que
aparentemente te manterão crendo que o seu estilo de
vida mesmo com a Presença de Deus, te levará à nova
Jerusalém? Na parábola de Lucas (15) encontramos
três situações que se passam com a Presença de Deus,
na primeira situação nós lemos que a ovelha se perde
junto ao Pai, na segunda a dracma se perde dentro da
casa do Pai e a terceira, que é a do filho pródigo, ele
resolve se afastar do Pai. As três situações tinham a
Presença, só que o lugar na nossa vida faz com que de-
terminadas escolhas que fazemos nos levem para longe
com vitória ou para uma vida de derrota, elas fazem a
diferença. Quantos de nós andamos na Presença ape-
nas em assuntos que nos convêm, que são do nosso
interesse ou assuntos que dão para esconder as ervas
daninhas de um jardim fechado e a muito não visitado
pela Presença de Deus. Outras demonstram ter a Pre-
sença apenas quando saem de casa para fora, porque
de casa para dentro é o caos total. Estamos tão distraí-

126
RITA SALOMÉ

dos com tanta coisa que nos habituamos à Presença


de Deus e inúmeras vezes A desejamos apenas como
socorro. E quando Ela não responde, nos apercebe-
mos que em várias situações já se retirou por causa
de prioridades. Anda na minha Presença e sê perfeito.
Priorizamos Deus apenas para a solução de problemas.
Sansão estava habituado a Presença de Deus. Nasceu
debaixo de orientações específicas de Deus, separado
com um voto de nazireu.

“Na cidade de Zora vivia um homem da tribo de Dan, chamado


Manoá. A sua mulher nunca pôde dar-lhe filhos, mas um dia
o anjo do Senhor apareceu-lhe e disse: ‘Ainda que tenhas
sido estéril durante tanto tempo, em breve conceberás e terás um
filho. Não bebas vinho nem qualquer outra bebida alcoólica, nem
comida que não seja ritualmente pura. O cabelo do teu filho nunca
deverá ser cortado, pois será um nazireu de Deus, mesmo logo desde
o nascimento; ele começará a salvar Israel dos filisteus’”.
(Juízes 13:1-5)

Porém houve de sua parte uma permissividade e foi


fazendo coisas que jamais podia fazer para quem havia
sido escolhido e nascido já debaixo de um voto, mas ape-
sar de tudo o que passou, no final da sua vida, mesmo
preso e cego conseguiu vencer os seus inimigos, mais
do que todo o tempo da sua vivência. Vamos ver outros
exemplos com mais detalhe na Bíblia do que fizeram com
a Presença de Deus.

127
REPARADOR DE BRECHA II

1. Abinadabe (Se acomodou com a Presença


de Deus) (1 Samuel 7:1-2)

“Então vieram os homens de Quiriate-Jearim, e levaram a arca


do SENHOR, e a trouxeram à casa de Abinadabe, no outeiro;
e consagraram a Eleazar, seu filho, para que guardasse a arca
do SENHOR. E sucedeu que, desde aquele dia, a arca ficou em
Quiriate-Jearim, e tantos dias se passaram que até chegaram vinte
anos, e lamentava toda a casa de Israel pelo Senhor.”

Encontramos aqui que na casa de Abinadabe a Pre-


sença de Deus, que se tornou em um hábito, não tinha
muita importância e nem honra. Todos os dias durante
20 anos a Arca, a Presença de Deus esteve em sua casa.
A Arca quando está presente traz plenitude de saúde,
cura, salvação, libertação, porém, na casa de Abinada-
be, trouxe morte. Seus filhos Eleazar, Uzá e Aiô, foram
designados para servirem. Imagina a situação, 20 anos
entrando e saindo de casa vendo a Arca do Senhor, que
simbolizava a Presença de Deus e Abinadabe simples-
mente deveria ser como muitos de nós nesse tempo, dei-
xamos tudo para amanhã. As vezes temos o ambiente
criado por Deus, o tempo do milagre, a estratégia e de
repente devido ao livre-arbítrio e a liberdade de esco-
lha, adiamos a mudança que gera transformação para
a nossa vida e escolhemos aceitar o sozo de Deus para
a próxima. Mas para alguns acaba a possibilidade de
haver uma próxima. Abinadabe tinha em casa a Arca, a

128
RITA SALOMÉ

Presença. 20 anos é uma vida, não são 20 meses e nem


20 dias. Ele não deu a devida importância a quem esta-
va presente. Como os nossos filhos, veêm e fazem o que
nós fazemos, somos como um espelho para eles, devido
a força e o poder do sangue acabam cometendo os mes-
mos erros que nós enquanto pais. Por isso, nossa maior e
mais importante herança não pode ser apenas dinheiro.
Todo mundo pode deixar uma herança financeira, mas
a herança espiritual da parte de Deus é a única que dei-
xa memorial.
Eleazar servindo diante da Arca e Uzá e Aiô condu-
tores do carro da junta de bois que transportaria a Arca.

“E puseram a Arca de Deus em um carro novo, e a levaram da


casa de Abinadabe, que está em Gibeá; e Uzá e Aiô, filhos de Abi-
nadabe, guiavam o carro novo.”
(2 Samuel 6:3)

“E, chegando à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de


Deus, e pegou nela; porque os bois a deixavam pender. Então a ira
do Senhor se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta im-
prudência; e morreu ali junto à arca de Deus.”
(2 Samuel 6:6-7)

Atenção aos versículos de 2 Samuel (6:6-7), a Arca


estava em cima do carro de bois, ela inclinou-se um pou-
co e Uzá colocou a mão, imagina se o próprio Deus não
daria conta de se firmar? O que aconteceu com Uzá foi

129
REPARADOR DE BRECHA II

o que ele viu o pai fazer, havia temor em Abinadabe, mas


não o suficiente para honrar a Presença, então colocar
a mão na Arca não era quase nada e acabou fulmina-
do! A Presença de Deus estava ali, mas não tinha o valor
que lhe era devido. 20 anos depois a Arca foi retirada e
em vez de vida com abundância deixou morte. Acontece
quando Deus não é valorizado, em vez de vida vem a
morte, principalmente a espiritual. A Presença de Deus
está em todo o lugar, mas devemos analisar nas nossas
vidas qual é o lugar e a importância que ela tem!

2. Obede-Edom (Valorizou e honrou a Presen-


ça de Deus) (2 Samuel 6:10-12)

“E não quis Davi retirar para junto de si a Arca do Senhor, à


cidade de Davi; mas Davi a fez levar à casa de Obede-Edom, o
geteu. E ficou a Arca do Senhor em casa de Obede-Edom, o geteu,
três meses; e abençoou o Senhor a Obede-Edom, e a toda a sua
casa. Então avisaram a Davi, dizendo: Abençoou o Senhor a casa
de Obede-Edom, e tudo quanto tem, por causa da Arca de Deus;
foi, pois, Davi, e trouxe a Arca de Deus para cima, da casa de
Obede-Edom, à cidade de Davi, com alegria.”

Obede-Edom valorizou tanto a Presença e no prazo


de 3 meses Deus o abençoou e a sua casa. O que são três
meses? Pouquíssimo tempo, mas ele colocou Deus no seu
devido lugar e não foram precisos 20 anos, na verdade foi
apenas três meses, nem um ano, muito tremendo isso. Meu

130
RITA SALOMÉ

caro leitor, o que você tem feito com a Presença de Deus


na sua vida? São tantas as pessoas que querem escrever
por cima de páginas já escritas. Apagar o que já foi escrito
é poder de Deus. Escrever por cima do que está escrito é
atrapalhação, aflição da alma do homem e armadilha do
inferno. Mas não ignore a Presença de Deus na sua vida.
Quando Ela está presente nossa vida é transformada, mas é
necessário ser colocada no seu lugar devido. Se é para per-
doar, perdoe e deixe Deus apagar as suas páginas de con-
denação para poderes continuar a reescrever e recebendo
as misericórdias do Senhor a cada manhã. Obede-Edom
reconheceu a Presença e foi poderosamente abençoado,
ele e a sua família. Larga a leitura por uns momentos e
entra no seu quarto e analisa toda a sua alma com muito
cuidado, pedindo ao Espírito Santo que traga a sua me-
mória tudo que te dá esperança e caminhe renovando a
sua aliança com a Presença de Deus, deixando que o sozo
de Deus venha sobre feridas e posicionamentos, gerando
transformação sobre as mesmas conversas, pensamentos,
queixas e atitudes que só produzirão derrota sobre a sua
vida. Rompa consigo mesmo. São tempos do dia mau, é
necessário que o meu e o seu testemunho amadureçam.
Rompa com a justiça própria, mesmas situações e ações.
Não seja um museu onde apenas se guardam recordações
de tempos que já não voltam mais e cuja função é a repe-
tição diária de lembranças em dia de visita. Você é templo
do Espírito Santo de Deus, não armazene coisas velhas e
vencidas. Valorize a Presença de Deus na sua vida!

131
REPARADOR DE BRECHA II

3. José e Maria (Habituados com a Presença


de Deus) (Lucas 2:42-51)
“E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume
do dia da festa. E, regressando-os, terminados aqueles dias, ficou o me-
nino Jesus em Jerusalém, e não o soube José, nem sua mãe. Pensando,
porém, eles que viria de companhia pelo caminho, andaram caminho de
um dia, e procuravam-no entre os parentes e conhecidos; E, como o não
encontrassem, voltaram a Jerusalém em busca dele. E aconteceu que,
passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores,
ouvindo-os e interrogando-os. E todos os que o ouviam admiravam a sua
inteligência e respostas. E quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe
sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu
ansiosos te procurávamos. E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis?
Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai? E eles não
compreenderam as palavras que lhes dizia. E desceu com eles, e foi para
Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no seu coração todas
estas coisas.”
José e Maria estavam tão habituados com a Presença
que quando ela faltou, saíram e procuraram em um dia
e encontraram depois de três dias. Qual foi a última vez
que você caminhou com Jesus? Maria e José se habitua-
ram igual nós fazemos hoje, e tentam fluir assim. Estamos
habituados com o mover de Deus que tantas vezes não
buscamos e pensamos que tudo o que estamos sentindo
ainda é fruto da Presença, quando Ela já ficou lá atrás.
Vamos para o culto e não nos preparamos antes porque
sabemos já a dinâmica do culto. Já sabemos que se can-
tarem certas e determinadas músicas, “sentiremos” ar-

132
RITA SALOMÉ

repios, e queremos movimento quando apenas é a nossa


alma se beneficiando. Eles jamais podiam imaginar que
Jesus havia ficado no templo. Quantos de nós oramos,
nos dedicamos, mas porque não é feito com o coração
inteiro e nem sincero, acabamos como o Rei Amazias,
simplesmente mortos. Prestamos atenção em detalhes,
mas não edificamos a nossa intimidade porque já conhe-
cemos o movimento. Aprenda aonde você vai, vai com
Jesus. Onde você estiver esteja com Jesus. Qualquer lugar
que permaneceres, permaneça com Jesus. Valorize a Pre-
sença de Deus, sem Ela nada somos!

4. Rute (Fez uma aliança para conhecer a Pre-


sença de Deus)
Rute, mulher decidida que escutou durante 10 anos
sobre a Presença, relacionada com Belém, terra de pão.
Ela escolheu prosseguir para conhecer a Presença que ela
ouvia contar de tal maneira que fez parte da genealogia
dela. Rompeu de tal maneira que para sempre foi lem-
brada como a moabita que deixou toda a idolatria, e já
na terra de Belém Deus a curou, restaurou e restituiu.
Rute desejou romper porque o passado ela já conhecia,
precisava de algo mais e novo. Observe a declaração da
aliança dela com a sogra.

“Disse, porém, Rute: Não me instes para que te abandone, e deixe


de seguir-te; porque onde quer que tu fores irei eu, e onde quer que
pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o

133
REPARADOR DE BRECHA II

meu Deus; Onde quer que morreres morrerei eu, e ali serei sepulta-
da. Faça-me assim o Senhor, e outro tanto, se outra coisa que não
seja a morte me separar de ti. Vendo Noemi, que de todo estava
resolvida a ir com ela, deixou de lhe falar.”
(Rute 1:16-18)

5. Ester (Foi ensinada sobre a Presença de Deus,


mas nunca tinha experimentado o seu Poder)

“Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento de


outra parte sairá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perece-
reis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?
Então disse Ester que tornassem a dizer a Mardoqueu: Vai, ajunta
a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não
comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e
as minhas servas também assim jejuaremos. E assim irei ter com
o rei, ainda que não seja segundo a lei; e se perecer, pereci. Então
Mardoqueu foi, e fez conforme a tudo quanto Ester lhe ordenou.”
(Ester 4:14-17)

Ester tinha sido ensinada sobre a Presença de Deus


através de seu primo Mordecai. Passou de Hadassa, a
órfã, para Ester, a rainha por intervenção da Presença.
Mas o ouvir falar não basta. Precisamos tantas vezes ser-
mos provados na identidade do que Deus ordena. No
tempo oportuno ela foi chamada para participar e ser a
porta para um milagre, salvar o seu próprio povo da mor-
te. Foi necessário jejum e oração para levantar a mão do
Rei Assuero, mas foi o agir de Deus que fez.

134
RITA SALOMÉ

Ser rompedor passa por uma vontade de ser transforma-


do de tal maneira que possamos caminhar transparentes não
só diante de Deus como de nós próprios. Quantas vezes du-
rante algum tempo eu já menti para mim mesma? Enquanto
fiz isso Deus não me tratou naquilo que precisava. Amadureci
depois de inúmeras visitas a casa do oleiro. Quando eu acei-
tei que precisava fazer tudo em obediência a Deus e não da
minha maneira tanto nas coisas grandes como nos detalhes,
comecei a crescer ainda mais e foram transformadas áreas da
minha vida que trouxeram para mim um nível de amadure-
cimento que até hoje eu mesma me auto examino e penso
“Rita, quem te viu, hein”, mas precisei ir à casa do oleiro e
até agora vou sempre que precisar e necessitar. Rute, Ester,
Sansão, podiam se acomodar. Uma voltava para Mabel, a ou-
tra ignorava a sua descendência e o outro ainda se limitaria a
morrer sem arrependimento. Mas Rute, durante 10 anos ou-
viu falar ainda em Moabe para depois conhecer o seu agir em
Belém, onde viveria por causa da Presença. Ester podia temer
pela sua vida diante do rei, mas priorizou quem havia muda-
do o seu estado de órfã desconhecida à rainha. Sansão passou
pelo primeiro corte de cabelo onde foi tirada toda a sua honra
e virtude. Mas a raiz voltou a nascer e ele conheceu o agir da
Presença como uma segunda oportunidade e pediu “Senhor
dá-me mais uma chance”. Todos colocaram em sua vida ain-
da com dificuldades, Deus no lugar que lhe era devido. E na
sua vida, qual é o lugar que Deus tem ocupado? Lembra de
Asafe? Enquanto ele tinha um relacionamento apenas com
Deus, ele conseguiu ser:

135
REPARADOR DE BRECHA II

- Observador dos ímpios


- Juiz para condenar injustos
- Policial dos violentos
- Carrasco dos soberbos
- Invejoso dos ricos

Mas enquanto ele não entrou no santuário, não se


apercebeu do seu relacionamento com a Presença. Até
chegar ao santuário ele parecia um animal embrutecido,
amargurado de coração e seus rins oscilavam. Depois de
se relacionar em Deus, se apercebe que o ímpio podia ser
afinal tão pobre que só tinha dinheiro. Vemos no Sal-
mos (73:23-25) uma das mais profundas declarações de
aliança e reconhecimento da Presença de Deus.

“Todavia estou de contínuo contigo; tu me sustentaste pela minha


mão direita. Guiar-me-ás com o teu conselho, e depois me receberás
na glória. Quem tenho eu no céu senão a ti?, e na terra não há
quem eu deseje além de ti.”
(Salmos 73:23-25)

O nosso relacionamento com e em Deus deve ser


uma prioridade na nossa vida para que possamos romper
e vencer todo o tipo de fortaleza que se levante para nos
fazer parar e errar o caminho para a Nova Jerusalém!
Coloque o seu foco na intimidade com o Senhor e seja
um(a) rompedor(a).

136
CAPÍTULO 4

Conclusão

4.1 PEDRAS DO MEU ALTAR RESTAURADO E


EDIFICADO

C
omo tudo na nossa vida tem sempre algo mais
até Deus dizer basta, neste livro também não
farei uma conclusão normal. Vou escrever aqui
a praticidade que aplico numa das edificações do meu al-
tar com Deus e no capítulo a seguir, o caro leitor poderá
desfrutar de um básico devocional direcionado para a nossa
intimidade com o amigo Espírito Santo. Dando sempre a
liberdade de acrescentar o que Deus te revelará e você mes-
mo poderá desenvolver o seu diário de oração com Deus.
Precisamos entender sobre o contato do homem com Deus
no Espírito. Como ministros e filhos para Deus, ministramos
ao seu coração, porém, a base de comunicação permanece
inalterada: O altar. Não mudou e não mudará a forma de se

137
REPARADOR DE BRECHA II

apresentar a Deus. O altar é tudo que precisamos para ter a


intimidade com o Senhor. Ministrarmos e sermos ministra-
dos por Ele. Em Salmos (73:25) Asafe faz uma declara-
ção tremenda para quem deseja ter um altar de intimidade,
“Quem tenho eu no céu senão a ti? E na terra não há quem eu
deseje além de ti”. Eu comecei a buscar a Deus dessa for-
ma. Quando li esse Salmo, comecei a introduzir nas minhas
orações a mesma declaração de Asafe, mas não fiquei por
aí. Vamos a 1 Reis (18:30-32) “Então disse Elias a todo o povo:
Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; e restaurou o altar do
Senhor, que estava quebrado. E Elias tomou as doze pedras, conforme o
número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual veio a palavra do Senhor,
dizendo: Israel será o teu nome. E com aquelas pedras edificou o altar em
nome do Senhor;”, eu uso no meu altar de edificação e restaura-
ção o simbolismo das doze tribos, não as pedras no sentido
físico, mas o significado do nome de cada filho de Jacó. Ao
leres as linhas que se seguem encontraras não só as doze
tribos como também a presença da herança de José que eu
deixei ficar propositadamente para enriquecer ainda mais a
tua intimidade. Podes usar Manassés e Efraim também!

1ª Pedra – Rúben significa “eis um filho” (Gê-


nesis 29:32)
“Rúben” deriva da palavra hebraica “reê” que signifi-
ca “ver”. No meu altar eu recordo a Deus das promessas
na minha vida e na vida dos meus. Deus, Aquele que me
Vê e me conhece, sabe daquilo que tenho falta. Eis um
filho também fala de expectativa no gerar. A chegada de

138
RITA SALOMÉ

um filho faz parte de todo um conjunto baseado no pen-


samento, concebimento, gestação e o nascimento. Nes-
ses quatro pilares reside a restauração das promessas na
minha vida, onde o tempo para todas as coisas se move
dentro dessa estrutura formada por esses quatro pilares.
Na sua oração, lembra a Deus de todas as promessas, mas
também tenha especial atenção que para nós as coisas são
quase sempre dentro do poder do momento e em Deus é
sempre um processo.

2ª Pedra – Simeão significa “ouvindo” (Gêne-


sis 29:33)
“Simeão” deriva do radical hebraico “chama” que sig-
nifica “ouviu”.
No meu altar essa pedra ativa a minha fé porque sei
que Deus ouvirá as minhas preces do mesmo jeito que
fez quando Simeão nasceu. Ouviu o Senhor para produ-
zir testemunho em mim. Essa é uma pedra muito impor-
tante a ser restaurada. Por ela trazer um testemunho de
que Deus ouve as nossas petições, que elas jamais cairão
em solo vazio. Mas depois da resposta é necessário bra-
darmos com o nosso testemunho para que mais pessoas
conheçam e venham a conhecer o Nosso Jesus.

3ª Pedra – Levi significa “unido” (Gênesis


29:34)
“Levi” é um termo hebraico derivado de “liva”, que
significa “ligado”.

139
REPARADOR DE BRECHA II

Levi fala de aliança de relacionamento. Como é im-


portante clamarmos por relacionamentos saudáveis. Não
só entre os homens, mas também entre Deus e os ho-
mens. Quantas vezes frequentamos a igreja e a parte de
relacionamento mais próxima com o irmão é a sua nuca,
todos os dias de culto muda. Na minha intimidade eu
clamo ao Senhor para que Doegue não mate e nem con-
tamine os meus relacionamentos. Que jamais eu venha
de forma propositada destruir, magoar ou defraudar al-
guém. Tenho orado contra as armadilhas do inimigo que
servem para danificar alianças. Que não haja aproveita-
mento das pessoas e nem da minha parte contra o reino
que representamos. Que não faça nada do meu jeito mas
da maneira de Deus.

4ª Pedra – Judá significa “louvor” (Gênesis 29:35)


“Judá” vem do radical hebraico “hodaá”, que significa
“louvor”.
Deus habita no meio do louvor do seu povo. Esta pe-
dra deve ser restaurada no nosso altar secreto. Não é por
acaso que esta tribo era a maior em número de povo. O
louvor ao Rei seja ele vocal ou instrumental, qualquer que
seja o ritmo ou a melodia deve brotar no mais íntimo do
ser humano como a maior expressão de reconhecimen-
to, gratidão e reverência ao nosso Deus. No meu altar
esta pedra vem junto com a profunda limpeza da rua que
leva ao coração de Deus que se chama quebrantamento.
Nada deve impedir o nosso louvor. Em João (4:24), Ele

140
RITA SALOMÉ

não diz que busca pastores, profetas, missionários, Ele diz


que busca verdadeiros adoradores que o adorem em Es-
pírito e em verdade. Não é só cantar, é um estilo de vida
que nos posiciona em Deus.

5ª Pedra – Dã significa “juiz” (Gênesis 30:5-6)


Também fala de um autojulgamento. Quantas ve-
zes nós julgamos nas pessoas atitudes das quais conhe-
cemos muito bem porque elas fazem parte da nossa
personalidade e corremos o risco de sermos tão injus-
tos como a inocência da pessoa que passou pelo nosso
crivo? Quantas vezes fazemos isso? Esta pedra sempre
vai gerar em nós uma estrutura de arrependimento
que nos levará a julgar e autoanalisar a nossa própria
vida e a intimidade com Deus. Devemos lembrar nes-
sa pedra de Davi quando ele disse, “Senhor sonda o meu
coração e vê se tem algum caminho mau, retira-o e me leva a
um caminho bom”. Na oração, lembre-se de pedir que
haja uma purificação dos pensamentos, olhos, ouvidos,
boca, mente, coração e do corpo.

6ª Pedra – Natali significa “lutando” (Gênesis


30:7-8)
Esta pedra eu uso percebendo que a minha luta ocor-
re a três níveis:
- Individual: ataque contra a nossa carne
- Familiar: contra a unidade
- Igreja: para a conquista de vitória à espera do noivo

141
REPARADOR DE BRECHA II

Nessa luta fala de armas que devemos usar:

As armas comuns:
- Oração
- Intercessão que gera salvação
- Batalha espiritual para a consolidação da vitória

As armas coletivas:
- Jejum
- Bíblia
- Posicionamento

As armas de uso tático:


- Fé
- Palavra de Deus
- Sangue de Jesus
- Espírito Santo

As armas para romper ciladas:


- Louvor
- Oração em línguas

Uniforme de combate:
- Armadura de Efésios (6:12-18)

Durante o uso desta pedra, eu intercedo e luto em


Deus por tudo que Ele já me concedeu.

142
RITA SALOMÉ

7ª Pedra – Grade significa “herança e/ou boa


fortuna” (Gênesis 30:10-11)
Sem uma morte não pode haver testamento, por von-
tade da pessoa todos os seus bens são deixados e dire-
cionados para alguém. Amados, nós fazemos parte do
testamento herdado através de Jesus, somos herdeiros e
coerdeiros com Cristo Jesus. Essa pedra precisa ser res-
taurada no nosso altar porque tantas vezes transcorremos
a nossa herança e vivemos de maneira dissoluta. Nas ve-
zes que estamos diante de situações que já temos venci-
das por Jesus e somos incapazes de reivindicar porque
desconhecemos as linhas do testamento. Sabemos do
testamento, mas não vivemos dele. Mesma coisa de se
ter uma grande fortuna nas mãos, mas por desconhe-
cimento passamos a nossa vida pobre, esta pedra res-
taurada nos leva a orar e a pedir a Deus que nos ajude
a tomar posse de tudo o que é nosso dentro da Sua
Palavra e Suas Promessas.

8ª Pedra – Asher significa “feliz” (Gênesis


30:12-13)
A alegria do Senhor é a nossa força. Quando ela se
apodera de nós, ficamos como descrito no Salmos 126,
ficamos com a nossa boca cheia de riso e a nossa língua
de cânticos por coisas que o Senhor tem feito. Precisamos
dessa alegria para testemunhar as circunstâncias que,
apesar delas existirem, nós nos alegramos em confiar ple-
namente em Deus. Seja alegre porque foste chamado e

143
REPARADOR DE BRECHA II

escolhido para o tempo que se chama hoje. Deixa fluir de


seu espírito a alegria transparente e superabundante do
Senhor na sua vida e no seu chamado. Com Deus e em
Deus temos provas, mas sem Deus temos o caos.

9ª Pedra – Issacar significa “recompensa”


(Gênesis 30:17-18)
“Issacar” vem da palavra hebraica “sachar”, que signi-
fica “recompensa”.
A recompensa é o fruto de algo que fazemos, quer
em nosso favor ou em favor de outros. Essa pedra fala-
-nos de um comprometimento da nossa parte baseada
na confiança em Deus. Sempre que eu oro sobre isso,
consigo entender que: primeiro, tudo o que fazemos em
contagem de nossos dias em Deus será como memorial e
depois quando nós fazemos por amor a Ele, sabemos que
não deve nada a ninguém e que na hora d’Ele haverá a
nossa justa recompensa.
Eu quero falar de Issacar em Gênesis (49:14-15):
“Issacar é jumento de fortes ossos, deitado entre dois fardos. E viu ele
que o descanso era bom e que a terra era deliciosa, e abaixou o seu
ombro para acarretar, e serviu debaixo de tributo”.
Nós vemos a bênção de seu pai Israel chamá-lo de
“jumento”. Tantas vezes nós analisamos os inícios e nos
esquecemos que eles servem de direção, mas não avaliam
a nossa persistência e perseverança na caminhada que
vai determinar o fim dela. Pode ter sido um jumento no
início, mas no final termina como o “comandante do

144
RITA SALOMÉ

tempo”, como vemos em 1 Crônicas (12:32): “E dos


filhos de Issacar, destros na ciência dos tempos, para saberem o que
Israel devia fazer, duzentos de seus chefes e todos os seus irmãos, que
seguiam a sua palavra”.
Não é o início, mas o final que é importante. Não sei
como iniciaste, mas no seu altar traz à memória tudo que
te dá esperança para que persistas na caminhada. Não
interessa o que decretaram sobre a sua vida nessa pedra,
apresente ao Senhor lembrando disso que a sua recom-
pensa estará no perseverar e no confiar.

10ª Pedra – Zebulom significa “morada” (Gê-


nesis 30:19-20)
“Zebulom” deriva da palavra hebraica “zevul”, que
significa “local de moradia”.
Falar de morada sempre me leva a habitação de Deus
que somos. Nesses tempos difíceis, nós como vasos que
transportamos o tesouro da sua palavra e a força do seu
testemunho devemos cuidar com excelência dessa mora-
da. Ao mesmo tempo que sou morada, existem outros
que também são e todos juntos fazemos parte da grande
congregação que se chama igreja. Essa é a hora que deve-
mos levantar um clamor em favor da igreja, para que não
sejamos parte de um hábito ou de uma rotina, mas que
possamos ser parte de uma igreja com testemunho, atitu-
de e fidelidade nos princípios da palavra de Deus. Preci-
samos na nossa oração clamar para que seja derrubado
todos os “modismos”, que são apenas meras estratégias

145
REPARADOR DE BRECHA II

humanas para tentarmos acessar o espiritual em Deus. A


igreja precisa dar testemunho da sua identidade em Cris-
to. Estamos nos preparando para a volta de Cristo, pre-
cisamos nos alinhar com o que o céu está falando. Como
é importante restaurar essa pedra com base na convicção
do que cremos e na fidelidade do que vivemos.

11ª Pedra – José significa “aquele que acres-


centa” (Gênesis 30:22-24)
Essa pedra no meu altar secreto eu uso para pedir a
Deus sobre promessas e bênçãos feitas para a minha vida.
Prosperidade e fidelidade, resultam em vitória e exalta-
ção dentro da família e publicamente. Deus jamais nos
abandonará. José foi direcionado pelo Senhor através de
sonho, para mais tarde se tornar a pessoa que salvaria
um povo de morrer de fome. Uma característica da
bênção que vem da parte do Senhor é a capacidade
que ela tem de multiplicar, fazendo que as gerações fu-
turas possam usufruir, assim foi com os dois filhos que
vamos ler a seguir.

Manassés significa “que faz esquecer” (Gê-


nesis 41:51)
Esse filho mais velho de José veio para criar um cami-
nho para que o perdão aos seus irmãos por tudo que fize-
ram José passar fosse uma realidade. Quando ele diz que
Deus fez esquecer tudo que passou, ele levantou um me-
morial em Manassés para que fosse para sempre lembra-

146
RITA SALOMÉ

do que as cicatrizes criam um caminho de perdão, com


o foco de livramento. Ore para que o perdoar os outros
seja um estilo de vida. Sabendo que o que gerarmos em
nosso coração vai dar fruto para a nossa descendência e
servirá para ser recordado, já que se tratando de perdão,
acionará a caneta de Deus no quesito da honra e fará que
sejamos lembrados quando formos citados em todos os
lugares. Custou muito, perdoa. Doeu bastante, perdoa.
Foi um preço alto demais, perdoa. O perdão é uma das
bandeiras da cruz e é uma das marcas mais fortes da Gra-
ça de Deus. Perdoe e siga Jesus.

Efraim significa “fruto duplo ou frutífero”


(Gênesis 41:52)
Depois do perdão vem a colheita. Descobrimos que o
perdão não só liberta como traz paz e descanso, gerando
a estrutura que nos traz uma colheita frutífera. Sabe o
que é interessante? Efraim não é só fruto duplo, ele tam-
bém multiplica, que linguagem do céu, não é mesmo?
Multiplica para que a descendência da sua descendência
possa usufruir. Entenda, tem sempre quem é chamado
para iniciar. Nesse caso foi José, através de um sonho foi
chamado para servir e livrar o seu povo de morrer de
fome! Sua atitude e posicionamento durante a sua cami-
nhada gerou a segunda marca do perdão, frutificação.
No seu altar, ore agradecendo a Deus pela multiplicação
e pelo entendimento do qual eu e você fomos chamados,
para sermos frutíferos.

147
REPARADOR DE BRECHA II

12ª Pedra – Benjamim significa “filho da mi-


nha mão direita” (Gênesis 35:16-18)
Raquel teve José e depois engravidou de mais um ho-
mem. Quando começam as dores de parto, a situação se
complica e nasce o bebê. Raquel antes de morrer dá o nome
de Benoni, que significa filho das dores, mas seu pai muda o
nome para Benjamim, o filho da mão direita. Sempre que
penso nisso elevo os meus olhos para Jesus. Ele é o filho que
está sentado à direita de Deus. Mas também esta pedra me
fala de família. É muito interessante, começamos com Ru-
bén, eis um filho e terminamos com o filho da mão direita.
Tudo sobre gerar em Jesus resulta em família. Não tem ou-
tro modo. Nas 12 Tribos vemos sempre que a família é um
lugar de aprendizado muito forte e que nos leva a resultados
que poderão produzir bons ou maus frutos. No meu altar
secreto, eu oro sobre essa pedra, para que haja uma estru-
tura em mim que produza um grande e bom testemunho
para a minha família, independente do que estiver passando
ou vivendo minha fé, fidelidade e equilíbrio em Deus deve
trazer exemplo que outros da minha família possam seguir e
testemunhar por gerações.
Fiz questão de concluir assim porque em Deus tem
sempre algo mais, jamais poderemos concluir a sua obra
em nossas vidas, quem conhece Deus sabe que é eterno.
Mas é só um pouco da minha intimidade diante do Pai.
Te recordo de algo muito importante, você só descansa
quando aprende a conhecer a Deus. Todo o nosso esforço

148
RITA SALOMÉ

deve ser em Deus para que o nosso memorial seja não só


escrito, mas também lembrado!

4.2 DEVOCIONAL

Dia 1 – Espírito Santo, a promessa

“Num desses encontros, enquanto comia com eles, deu-lhes esta


ordem: “Não saiam de Jerusalém até que o Espírito Santo venha
sobre vocês em cumprimento da promessa do Pai, conforme eu disse
a vocês. Pois na verdade, João batizou com água, mas vocês serão
batizados com o Espírito Santo dentro de poucos dias.”
(Atos 1:4-5)

O Espírito Santo na nossa vida é uma promessa de Je-


sus na nossa caminhada cristã. As pessoas, tanto os após-
tolos quanto os que caminhavam com Jesus não saíram
para o “IDE” antes que fosse derramado sobre eles o Es-
pírito Santo! Através dele, seremos conduzidos a cumprir
o nosso chamado. Sem ele não há propósito, sem o Espí-
rito Santo não seremos frutíferos.
O Espírito Santo é o próprio Espírito de Deus, que
ressuscitou Jesus dentre os mortos. Ele sempre esteve pre-
sente desde a eternidade. Antes Deus tinha comunhão
com o homem no jardim, com a entrada do pecado atra-
vés do homem, Ele passou a habitar em templos (Taber-
náculo), mas esse tempo terminou com a vinda de Jesus.

149
REPARADOR DE BRECHA II

Agora a promessa de sua presença, o Espírito Santo faz


de nós a sua habitação.

“E ensinando-os a obedecer a tudo que tenho ordenado a vocês, e lem-


brem disso: eu estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos. ”
(Mateus 28:20)

Fazer referência ao Espírito Santo é uma agradável


oportunidade nesse início de devocional pelo fato de es-
tarmos lidando com o nosso Deus. Ele é o criador de to-
das as coisas, entretanto, esse Deus uno e Todo Poderoso
nos dá o privilégio de sermos sua habitação, isso é ma-
ravilhoso. Com bastante clareza Jesus disse: “... Se alguém
me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos
para ele e faremos nele morada” (João 14:23). O cristão não
experimenta somente a presença do Espírito Santo, mas
também do Pai e do Filho.
Neste primeiro dia foi escolhido o nosso maravilhoso
conselheiro porque Ele nos dirigirá para fora deste des-
gaste com uma nova porta de Esperança Oséias (2:15)
onde entraremos por ela e encontraremos pastos verde-
jantes e águas tranquilas. O Espírito Santo é o único que
pode nos encher e nos capacitar a sair de uma situação de
desgaste e abatimento total.

Dia 2 – Espírito Santo, da paz


“O senhor é a minha proteção! O altíssimo a minha
morada segura!”

150
RITA SALOMÉ

“Prestem atenção a este fato: O Senhor separa o homem obediente


para viver ao seu lado, é por isso que Ele me ouve quando oro e
peço ajuda”!
(Salmos 4:3)

A obediência move o coração de Deus, nos Sal-


mos (4) podemos ver quando fala sobre não pecarmos
quando sentimentos contrários tomam o nosso ser, fala
quando estamos a sós para ouvirmos nossa consciên-
cia, que o Espírito da paz gerará calma e confiança, e
assim podemos oferecer sacrifícios de louvor agradá-
veis ao Senhor.
Davi declara nesse mesmo Salmo que a perfeita paz
que é gerada pela confiança no Senhor o faz descansar
em segurança, esse é um trabalho em conjunto nosso e
do Espírito Santo.
Há uma palavra, nós devíamos crer!
As más notícias podem até chegar, mas não vão per-
manecer, pois cabe a nós rejeitá-las e simplesmente con-
fiar e descansar em Deus, nossa obediência que agrada o
coração do Pai, é ter a atitude de fé!
“Em paz me deito e durmo, pois, o Senhor me faz
seguro”.

“O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em


mim, isso fazei: e o Deus da paz será convosco”.
(Filipenses 4:9)

151
REPARADOR DE BRECHA II

Dia 3 – O Espírito Santo, Poder de Deus Para


Propagação do Evangelho

“Mas quando o Espírito Santo descer sobre vocês receberão poder


para serem minhas testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda
Judéia e Samaria e até nos confins da terra”.
(Atos 1:8)

O começo de tudo para nós! Quando somos apresen-


tados a Jesus, nossa vida passa por uma transformação
diária na mudança das nossas atitudes, na renovação da
nossa mente, em tudo o que diz respeito a velha criatura.
O processo de santificação é diário, é feito pelo Espírito
Santo, o entendimento do evangelho de Jesus só acon-
tece a partir do momento que o Espírito Santo passar a
habitar em nós e através d’Ele receberemos poder para
anunciar o evangelho ao mundo todo.
Ele nos usará para falar desse amor transformador de
Jesus Cristo na cruz do calvário, o próprio Deus, através
do Espírito Santo se manifestará em nós com poder para
confirmar nos corações essa verdade, sem ele nada acon-
tece! É importante falar para as pessoas a respeito, para
que a palavra seja confirmada no coração, falar do batis-
mo pelas águas e pelo fogo, que o Espírito Santo venha
queimar em nossos corações até que escutemos o som
que vem do alto.
Após Pentecostes, Pedro já transformado e cheio do
Espírito Santo foi usado por Deus para falar àqueles que

152
RITA SALOMÉ

não compreendiam o que estava acontecendo, onde ha-


via línguas repartidas, onde cada um ouvia falar das ma-
ravilhas do Pai em seu próprio idioma.
Houve salvação naquele dia, existe salvação hoje, seja
cheio do Espírito Santo.

Dia 4 – Espírito Santo, Espírito de Vida

“Portanto o poder do Espírito Santo doador da vida, e eu recebo este


poder por meio de Cristo Jesus, livrai-me da lei do pecado e da morte”.
(Romanos 8:2)

A carta de Paulo aos Romanos (8) fala profundamente


sobre a adoção do Pai por meio de Jesus Cristo, fala so-
bre uma nova identidade que devemos tomar posse e não
mais deixar que nossa mente nos convença do contrário.
Recebemos o Espírito de vida e não somos mais es-
cravos do pecado, somos livres, deixamos nossa natureza
humana (perdão completo) para sermos controlados pelo
Espírito Santo, de escravos do pecado para servos da jus-
tiça de Deus, sermos controlados pelo Espírito demonstra
em atitude seus frutos.
Não somos obrigados a viver como na velha natureza,
somos livres, não somos mais escravos medrosos e servis,
somos filhos de Deus, Ele é o nosso ABBA, o nosso Pai.
Peça ao Senhor para que a sua glória seja manifes-
tada através de sua vida, que o brilho da glória que está
em nós não se apague, mas que seja como um farol que

153
REPARADOR DE BRECHA II

brilhe em meio a escuridão para que outros possam ver a


Jesus e encontrá-lo.
Obrigada Espírito Santo, pelo cuidado e por orar por
nós quando não conseguimos nos expressar como gos-
taríamos, apesar de estarmos correndo riscos de morte,
temos uma história de vitória esmagadora por meio da-
quele que nos amou.

Dia 5 – Espírito de Renovo, novas atitudes ge-


ram novos resultados

“Naqueles dias derramarei o meu Espírito até sobre os meus servos


e minhas servas, e eles profetizarão e farei coisas espantosas na
terra e no céu: Sangue, fogo e colunas de fumaças”.
(Atos 2:18)

Em Atos (2) vemos o cumprir da promessa dada por


Jesus em Atos (1). O Espírito Santo havia sido derrama-
do na vida daquelas 120 pessoas que estavam reunidas
juntamente aos apóstolos, o fluir do Espírito Santo foi tão
impactante que chamou a atenção de pelo menos 3.000
pessoas, uns perceberam o mover onde todos falavam a lín-
gua do Espírito e todos compreendiam em seu próprio idio-
ma o que eles falavam a respeito das maravilhas de Deus.
Quando alguns incrédulos tentaram ridicularizar dizen-
do que eles estavam bêbados, Pedro com sua vida trans-
formada pelo Espírito Santo, falou da Palavra, explicou

154
RITA SALOMÉ

que, o que estava acontecendo já havia sido profetizado


por Joel, e que o próprio Davi havia falado sobre Jesus.
Pedro disse às pessoas aquilo que eles sabiam, confir-
mando que a mensagem santifica em seus corações, Pe-
dro não se alterou como antes, não fugiu e se escondeu,
ele agora falava através do Espírito Santo, falou sobre a ver-
dade da palavra de Deus, é a palavra que gera libertação.
Houve salvação naquele lugar, 3.000 mil pessoas se
renderam ao Senhor Jesus, não consigo imaginar ou
mensurar aquele dia, o impacto em 120 pessoas, buscan-
do, esperando e ansiando por mais do Senhor, foi o céu
na terra.

“Buscar-me-eis e me achareis, se me buscardes de todo o vosso


coração e eu serei achado por vós, diz o Senhor, e mudarei a vossa
sorte.”
(Jeremias 29:12-13)

Dia 6 – Espírito Santo, Espírito de Cura

“Entre vocês há alguém que está doente? Que ele mande chamar os
presbíteros da igreja para que estes orem sobre ele e o unjam com óleo
em nome do Senhor, a oração feita com fé curará o doente, o Senhor o
levantará, e se houver cometido pecados ele será perdoado. Portanto,
confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para
serem curados, a oração de um justo é poderosa e eficaz”.
(Thiago 5:14-16)

155
REPARADOR DE BRECHA II

Em Lucas (21) Jesus fala sobre a oferta da viúva pobre


e seu exemplo de ter dado tudo o que tinha, depois Jesus
falou sobre o fim dos tempos e os sinais que antecedem a
vinda do Senhor, apesar das guerras, perseguições e trai-
ções, Jesus disse que tudo isso daria uma grande oportu-
nidade de que seu testemunho fosse conhecido.
Ele disse que daria a nós as respostas adequadas e a
sabedoria que nenhum dos inimigos poderiam resistir,
fala também sobre as traições de pessoas próximas, mas
que se perseverarmos obteremos vida, Jesus lutou por Ju-
das até o fim, perdoou na cruz os seus algozes, todos, Ele
é o maior exemplo a ser seguido, se queremos ser pareci-
dos com Jesus, devemos agir como Jesus.
E naquilo que não conseguimos compreender, Ele
tem todo o controle, Ele fez a ferida e a ligará, Deus
nos constrói e nos refaz de novo, a prioridade de Deus
não é fazer a nossa vontade, mas fazer-nos mais pare-
cidos com Jesus.

Dia 7 – Espírito de Oração, Curados para


Curar

“Depois que Jó orou por seus amigos, o Senhor o tornou próspero


novamente, na verdade Deus deu a Jó duas vezes mais do que ele
tinha antes”.
(Jó 42:10)

156
RITA SALOMÉ

O livro de Jó nos mostra o quanto Deus nos ama, ao


ponto de não nos deixar da mesma forma como estáva-
mos, para Deus não havia homem como Jó na terra, mes-
mo assim o processo que Jó passou o fez experimentar
algo que ainda não tinha vivido, conhecer Deus mais de
perto, o Senhor o purificou como se purifica o ouro e a
prata, até que Jó o pudesse ver como nunca antes.
No capítulo 42 nos mostra que, onde não havia com-
preensão do quanto Deus nos leva e faz desse percurso
um processo de transformação pessoal que gera ordem
em todo o caos.
“Jó disse: Agora eu compreendo que o Senhor pode fazer todas
as coisas.”
Mostrou a Jó que muitas vezes ele falava coisas que não
entendia, coisas que não conhecia, pois eram maravilhosas
demais para ele antes do processo, antes Jó conhecia a Deus
de ouvir falar, agora ele o via com seus próprios olhos. Ele foi
levado pelo seu próprio Senhor para interceder pelos seus
amigos, Deus o ouviu e atendeu sua oração.
Quando passamos pelo processo com o Senhor, so-
mos curados para também sermos geradores de cura
para os outros. Como o texto diz: “Assim que Jó orou por seus
amigos o Senhor o tornou próspero novamente”.
Deus desfaz para refazer-nos em algo melhor, mais re-
sistentes ao ataque desse mundo, a situação de vergonha,
de dor, más notícias não são o fim, apenas o processo para
Deus nos levar a conhecê-lo com nossos próprios olhos.

157
REPARADOR DE BRECHA II

Dia 8 – Rins e Corações

“Deus justo que sonda os rins, mentes e corações, dê fim a maldade


dos perversos, dê segurança aos que lhe obedecem. Deus é o meu
escudo, Ele me protege, Ele salva as pessoas que tem um coração
puro e sincero diante Dele”.
(Salmos 7:8-9)

Por se localizar mais profundo no corpo, os rins es-


tão entre os órgãos mais insensíveis, ele representa na
Bíblia nossos pensamentos e emoções mais profundas
da personalidade.
Eles estão relacionados com o coração, Jeremias
(17:10) diz: “Eu, o Senhor, sou quem esquadrinha o coração e os
rins e ponho à prova a mente, e isso para dar a cada um segundo os
seus caminhos e segundo o fruto das suas ações”. A doença real
é silenciosa, a hidratação é indispensável, não devemos
esperar ter sede para beber água, a sede significa já a de-
sidratação, eles são órgãos vitais e podem levar a morte se
não forem cuidados, como no exemplo natural dos rins, a
Bíblia fala sobre mentes e emoções.
É necessário vigiar para que pensamentos e/ou sen-
timentos não tratados, dores ou mesmo o pecado não
nos levem à morte espiritual, é necessário beber da água
da vida, o Espírito Santo é essa fonte de águas vivas que
fluem do nosso interior, não devemos esperar ter sede,
simplesmente beba!

158
RITA SALOMÉ

“O Espírito e a noiva dizem: Vem! Quem tiver sede venha, e quem


quiser beba de graça da água da vida”.
(Apocalipse 22:17)

Dia 9 – Intimidade é no Secreto

“Mas quando você orar vá para seu quarto, feche a porta e ore ao seu Pai
que está no secreto, então seu Pai que vê no secreto, o recompensará”.
(Mateus 6:6)

Precisamos ter experiências secretas com o Senhor,


porque elas matam nosso ego e a nossa carne.
O ego ama ser glorificado e a carne ama ser contem-
plada, as boas obras que fazemos Jesus nos orienta em
Mateus (6) que corremos grande risco de perdermos o
galardão pelo simples fato de mostrarmos tudo o que fa-
zemos como troféu.
Muitas vezes acreditamos que falamos como forma
de demonstrar uma vida de intimidade com Deus, mas
essa necessidade de afirmação pode gerar vaidade.
Como nosso Deus conhece nossa natureza pecaminosa,
Jesus orienta para o secreto, para guardarmos nossas emo-
ções, intimidade é no secreto, então para que partilhar?
Como declara a palavra que devemos guardar os nossos
corações, resgate sua intimidade com o Senhor, seja sensível
a sua voz, nossas vidas de testemunho são vistas e guardadas
pelas atitudes e não por palavras somente.

159
REPARADOR DE BRECHA II

Que o Senhor seja glorificado através de nossas vidas.

“Quem se gloriar, glorie-se no Senhor!”


(2 Coríntios 10:17)

Dia 10 – Espírito Santo nos responde através


de Palavras

“E eis que certa mão me tocou, e fez com que me movesse sobre
os meus joelhos e sobre as palmas das minhas mãos. E me disse:
Daniel, homem muito amado, entende as palavras que vou te
dizer, e levanta-te sobre os teus pés, porque a ti sou enviado. E,
falando ele comigo esta palavra, levantei-me tremendo.
Então me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia
em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te
perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por
causa das tuas palavras.”
(Daniel 10:10-12)

No capítulo 10 de Daniel, o próprio Jesus apareceu


para ele.
Daniel teve uma visão com onde Jesus vem ao seu
encontro para confirmar ao coração de Daniel que
suas orações e seu jejum têm sido recebidos por Deus
com alegria.
Daniel quase que não aguentava ver a presença de
Jesus tamanho seu temor, ele o identifica como um ho-
mem vestido de roupa de linho que usava um cinto de

160
RITA SALOMÉ

ouro puro, tinha a pele que brilhava parecido com re-


lâmpagos e olhos como chamas de fogo, seus braços e
pernas como bronze polido e sua voz como o som de
uma grande multidão.
Era uma pessoa impressionante!
Daniel não conseguiu ficar de pé, chegou a desmaiar,
mas o próprio Jesus o tocou e o levantou até que ele esti-
vesse ajoelhado, mesmo com os joelhos e mãos vacilantes.
O Espírito de Jesus veio confirmar ao coração de Da-
niel que suas orações estavam sendo ouvidas e respondi-
das desde o 1º dia, esse já era o 24º dia, e mais do que a
resposta de suas orações, Jesus lhe disse: “Deus o ama muito!
Que a paz esteja com você, tenha força”.
Muitas vezes achamos que somos tão insignificantes,
mas o cuidado e amor do Pai nos constrangem para mos-
trar que Ele nos ama e se interessa por nós.

Dia 11 – Obediência e Adoração

“Porque quando Israel saiu do Egito eu prometi que o meu Espírito


habitaria entre vocês, por isso não fiquem com medo”.
(Ageu 2:5)

O livro de Ageu fala de uma chamada de atenção que


o Senhor dá na nação de Israel, mostrava a falta de in-
teresse pelas coisas que são de Deus, enquanto a casa de
Deus estava em ruínas, as pessoas cuidavam somente de
suas vidas em adquirir conforto e posição, mostrou a con-

161
REPARADOR DE BRECHA II

sequência de suas prioridades, que mesmo trabalhando


muito seu esforço perdia-se como que em um bolso fura-
do. Então Deus os orienta a subir nos montes para trazer
madeira e começarem a reconstruir o templo do Senhor,
e assim o Senhor se alegraria e manifestaria em toda a
sua glória. Se não buscarmos ao Senhor e em conhecer a
sua vontade, nos perdemos nos nossos próprios interesses.
Quando Israel se posicionou em obediência e uma
adoração sincera de todo o coração, o Senhor os aben-
çoou e os encorajou a prosseguir! O Senhor não esperava
por um templo suntuoso, Ele desejava que seu povo se
voltasse para Ele. É muito fácil nos perdermos nos nossos
próprios interesses, mas nós devemos nos voltar para o
Senhor, o autor e consumador da nossa fé.
Deus compara isso dizendo: Quem de vocês pode
lembrar do templo antigo?
Era uma coisa fabulosa, esses que vocês estão cons-
truindo parece insignificante, não desanimem.
Eu vou sacudir os alicerces das nações e encherei
este lugar com a minha glória, a glória desse templo será
maior que a glória do primeiro, e entrará a paz!
Não é a construção do templo em si, é a atitude de obe-
diência e adoração sincera que traz a Glória de Deus.

Dia 12 – O Espírito de Sabedoria e Revelação

“Nunca deixei de dar graças a Deus por vocês. Orei constantemente


por todos vocês, pedindo que Deus, o glorioso Pai de nosso Senhor

162
RITA SALOMÉ

Jesus Cristo lhes dê o espírito de sabedoria para que vejam claramente


e realmente compreendam quem é Cristo e tudo o que fez por vocês”.
(Efésios 1:16-17)

Paulo em sua carta à igreja de Éfeso no capítulo 1 faz


uma explanação sobre o amor de Deus ao enviar a Jesus
para nos salvar, fala sobre seu grande amor por nós, que
Deus sempre teve interesse em que pertencêssemos a Ele
antes de criar o mundo, Ele sempre quis adotar-nos como
filhos amados através de Jesus, foi por meio de sangue
que pela sua abundante graça fomos perdoados e nos deu
o espírito de sabedoria e entendimento.
O propósito de Deus nisso era que louvássemos e dis-
séssemos glórias a Ele por tudo o que fez por nós por causa
de termos confiado em Cristo. Nós fomos marcados com o
Espírito Santo como selo de pertencimento, essa é a nossa
garantia, é o nosso sinal de que somos d’Ele, por isso deve-
mos dar-lhe graças, Paulo diz para orarmos para que seja-
mos inundados pela luz de Cristo para conhecermos essa
esperança e essa herança. O poder de Deus em nós é in-
crivelmente grande, é o mesmo poder que ressuscitou Jesus
dentre os mortos, a honra e a glória pertencem a Jesus! Que
o teu Espírito oh Deus tenha liberdade em nós.

Dia 13 – Torre de Vigia

“Agora vou subir a minha torre de vigia e esperar pela resposta que
o Senhor vai dar a minha queixa”.
(Habacuque 2:1)

163
REPARADOR DE BRECHA II

O profeta Habacuque recebeu uma visão do Senhor


sobre a violência e destruição que o cercava, ele questiona
a Deus o porquê de Deus ter feito ele ver tanta injustiça e
maldade, fala que em sua visão só existem brigas, leis não
são cumpridas, no entanto, o Senhor lhe responde que a
resposta virá em breve e que eles ficarão de boca aber-
ta, fala que seu plano é destruir o destruidor que é um
gerador de medo e de violência, prisões que tem como
próprio Deus sua força.
Mas Habacuque declara que Deus é a sua rocha, por
isso ele disse: “Vou subir a minha torre de vigia (oração) e
esperar pela resposta do Senhor”.
O Senhor fala sobre ter paciência e esperar, pois,
aqueles que confiam no Senhor viverão. Vai chegar o dia
em que toda a terra ficará cheia da glória do Senhor, tal
como as águas cobrem o mar, Habacuque celebra a Deus
pelo plano perfeito, ele declara que o esplendor do Se-
nhor enche a terra. Ele é general de guerra, o Senhor
peleja por nós, precisamos estar na torre de vigia e espe-
rar pela resposta do Pai.

“Embora as figueiras e videiras tenham sido totalmente destruídas


e não haja flores e frutos, embora as colheitas de azeitonas sejam
um fracasso e os campos estejam imprestáveis, embora os rebanhos
morram nos pastos e os currais estejam vazios, eu me alegrei no
Senhor, ficarei feliz no Deus da minha salvação.”
(Habacuque 3:17-18)

164
RITA SALOMÉ

Dia 14 – Espírito de Santidade

“É a boa-nova a respeito de seu filho que tomou a forma huma-


na tendo nascido da linhagem e da descendência de Davi, e que,
mediante o Espírito de santidade foi declarado filho de Deus com
poder ressurgindo dentre os mortos, Jesus Cristo nosso Senhor”.
(Romanos 1:3-4)

Jesus foi vitorioso na cruz por ter sido fiel até o fim
ao Pai, por não pecar, o espírito de santidade que estava
sobre Jesus nos fez filhos de Deus através dessa obediên-
cia e vitória sobre o pecado que através de Jesus fomos
chamados para a obediência da fé.
Temos sido chamados por Jesus para pertencermos
ao Pai, temos acesso ao Espírito Santo que nos ajuda nas
nossas fraquezas.
Que a nossa fé em Jesus seja conhecida em todas as
nações, Paulo falava para a igreja de Roma que quer mui-
to vê-los para repartir ensinamentos, assim animando
mutuamente pela fé.
Devemos cada dia mais olhar para o exemplo de Jesus
e nos alegrar por tamanho amor e entrega e anunciar,
pois, é poder para salvação dos que oram, o justo viverá
pela fé, Paulo fala que não há motivos para as pessoas não
acreditarem no Senhor, pois toda a criação prova que Ele
é real, assim como as criações provam que há um Deus,
precisamos orar para que o entendimento desta verdade
entre nos corações.

165
REPARADOR DE BRECHA II

Dia 15 – Esperança na caverna

“Por isso, Senhor, eu clamo e digo: O Senhor é o meu lugar seguro,


o Senhor é a minha única riqueza na terra dos viventes”.
(Salmo 142:5)

O Salmo de Davi fala um pouco sobre suas emoções


em um período de solidão, sendo perseguido, encontra-
va-se escondido dentro da caverna, ele em alta voz der-
ramou seu coração ao Senhor, falou sobre o que estava
sentindo, o que estava deixando-o triste e angustiado, ele
falou que seus inimigos puseram armadilhas no seu cami-
nho e isso o deixou muito desanimado e triste.
O mesmo Davi que havia matado ursos, leões e gi-
gantes também se entristecia e se angustiava, não quer
dizer que por mais certeza que tenhamos de que o Se-
nhor dos exércitos está conosco, que não passaremos por
dias em que nossa alma, nossas emoções não necessitem
de um socorro, Elias passou por isso, Jesus passou por isso
no Getsêmani.
Um momento de necessidade, de ajuda, um pedido
de socorro não nos faz fracos, mas, mostra o quanto de-
pendemos da misericórdia e da graça do Senhor.
Davi, Elias, Jesus receberam a resposta, o Senhor
nunca nos abandonará quando pedirmos socorro, quan-
do clamarmos por Ele, o exemplo de Jesus transpirou
sangue, pediu que se fosse possível que o Pai passasse o

166
RITA SALOMÉ

cálice, mas sua obediência o levou a vitória esmagadora


sobre a morte.
Elias foi alimentado e cuidado pelo Senhor, Davi foi
chamado como um homem segundo o coração de Deus.
Jesus foi chamado de filho de Davi.
Não existem vitórias sem batalhas, mas a certeza
que devemos ter é que somos mais que vencedores em
Cristo Jesus.

Dia 16 – O Plano Perfeito de Deus

“Que Deus maravilhoso nós temos, como é profunda a riqueza da


sabedoria e do conhecimento de Deus”.
(Romanos 11:33)

Paulo agora exorta os gentios sobre o orgulho de


acharem que por estarem enxertados na árvore (que é
Deus), os judeus que “foram cortados” por conta da sua
incredulidade não são mais bem-vindos, isso é errado!
Paulo mesmo fala de si, por ser Judeu, descendente
de Abraão, da família de Benjamim, ele diz que, embora
muitos Judeus tenham rejeitado a Jesus por conta da sua
incredulidade, muitos outros, como ele próprio, foram
transformados, Paulo diz que por conta do tropeço dos
Judeus, o mundo inteiro foi beneficiado pela salvação em
Cristo Jesus, mas, que seria uma bênção muito maior se
os Judeus se voltassem para Deus.

167
REPARADOR DE BRECHA II

Nós somos enxertos de uma Oliveira brava, mas ago-


ra participamos da seiva da raiz da Oliveira que é o pró-
prio Deus.
O que devemos sempre lembrar é que somos ramos
e não raiz, o fato de estarmos hoje inseridos na árvore
(Deus) não nos põe em uma condição superior de orgu-
lho em relação aos que não estão.
Os Judeus ainda são amados por Deus, pois o seu cha-
mado não pode ser cancelado, vamos orar por Israel para
que venha o tempo do entendimento de quem é Jesus,
que haja salvação em Israel.
Pois: “Todas as coisas vêm única e exclusivamente d’Ele, por
Ele e para Ele” (Romanos 11:36).

Dia 17 – A Fé no Nome de Jesus

“Foi o nome de Jesus que curou este homem, e vocês sabem que ele
era coxo antes, a fé no nome de Jesus, a fé que vem por meio Dele é
que produziu esta cura perfeita, como todos podem ver”.
(Atos 3:16)

No capítulo 3 de Atos fala sobre um homem deficien-


te, um coxo que todos os dias era ajudado por alguém a
ser colocado em frente ao templo às 3 horas da tarde, ao
lado da porta chamada “Formosa”.
Pedro e João perceberam o coxo, o coxo como por
hábito, pediu esmolas para Pedro e João, mas os apóstolos
disseram que não tinham ouro ou prata, mas tinham algo
mais importante para dar.

168
RITA SALOMÉ

O interessante é que Pedro e João pediram para que


ele os olhasse, com certeza aquele homem estaria acos-
tumado a ter um olhar de sujeição para o estado em que
vivia e não olhava para o alto, para onde e de onde vinha
o socorro.
Olhe para nós, olhe para Jesus, pare de olhar para os
problemas e limitações, e em nome de Jesus, o homem foi
curado, Pedro e João o ajudaram a ficar de pé.
Muitas vezes é necessário que além de declarar a
cura, também se ajude a pessoa no processo do milagre.
A palavra diz que: “Com isso Pedro tomou o coxo pela mão e
o ajudou a levantar-se, ao fazer isso os pés e os tornozelos do homem
foram curados e ficaram tão fortes que ele se levantou de um pulo e
começou a caminhar”.
A atitude de se importar com o outro vai muito além
de falar, é preciso suportar, se importar, foi a fé de Pedro e
João que fizeram a diferença na cura do coxo.

Dia 18 – A Verdadeira Felicidade

“(...) Ele faz do Senhor a fonte de alegria, de dia e de noite ele


medita nesta lei e fica imaginando como pode obedecer ao Senhor
mais de perto”.
(Salmo 1:2)

É interessante como o salmista fala do homem que


ama obedecer a Deus, fala que ele é feliz e faz do Senhor
sua fonte de alegria, a comparação vem como o exemplo

169
REPARADOR DE BRECHA II

de uma árvore plantada junto a um rio onde sempre dá


frutos, sempre nutrindo e cumpre seu objetivo.
Jesus é nossa fonte, é como a palavra declara que do nos-
so interior fluem rios de águas vivas, Ele nos nutre, nos sacia,
nos dá os nutrientes necessários para frutificarmos, se não
estivéssemos próximos as fontes das águas seríamos como o
outro exemplo dado no Salmo (1.4), como a palha, a palha é
sem vida, sem propósito, sendo levada pelo vento.
Quando decidimos obedecer às leis do Senhor, sua
Palavra, somos plenos em tudo o que fazemos, pois sua
presença e sua vontade nos fazem seguros, a alegria em
pertencer a um Deus de amor é saber que podemos gerar
alimentos, ser abrigo, ser descanso.
Que a obediência seja sempre uma decisão em nosso
coração.

Dia 19 – Obedecer mesmo quando estamos


no Banquete

“Daniel decidiu firmemente que nunca iria comer a comida ou be-


ber os vinhos que o Rei tinha dado a eles, porque eram coisas proi-
bidas para os Judeu. Ele pediu ao chefe dos oficiais permissão para
comer outros alimentos. Sem Daniel saber Deus tinha colocado no
coração do supervisor uma simpatia e bondade por ele”.
(Daniel 1:8-9)

Olhar para a história de Daniel, de Ananias, Misael,


Azarias e ver o amor por Deus e obediência pelos prin-
cípios do Reino, eles foram feitos escravos por Nabuco-

170
RITA SALOMÉ

donosor, foram levados cativos para a Babilônia, foram


escolhidos por diversos atributos para ficarem ao lado do
Rei, eles eram rapazes de família real, ricos e importan-
tes, fortes, sem defeitos físicos, boa saúde e boa aparência.
Eram rapazes que poderiam “tirar vantagem” de serem
o braço direito do Rei, mas o primeiro teste foi o banquete, o
Rei fazia questão de que eles comessem do bom e do melhor
da dispensa do Rei, entre carnes e vinhos.
Daniel, Ananias, Misael e Azarias, apesar de estarem
no palácio do Rei, eram escravos com novos nomes, mas
nunca se dobraram a nova realidade.
Muitas vezes o diabo nos mantêm escravos tentando
nos comprar com banquetes para esquecermos do tem-
po, da realidade que a verdade liberta, Jesus veio para
nos libertar do cativeiro, se não nos dobrarmos diante do
banquete seremos cuidados pelo Senhor, pois Ele é fiel
até o fim.

Dia 20 – Ser fiel aos princípios do Senhor te


salva e aos que ouvem também

“Mantenha-se vigilante em tudo quanto faz e pensa, permaneça fiel ao


ensinamento e você salvará tanto a você mesmo como aos que ouvem”.
(1 Timóteo 4:16)

Uma vida de obediência gera frutos eternos, é interes-


sante ver nos capítulos 3 e 4 de 1 Timóteo as instruções
de Paulo ao seu filho na fé, o jovem Timóteo.

171
REPARADOR DE BRECHA II

Nessa carta conseguimos perceber que existem algu-


mas situações na igreja de Éfeso onde se encontra Ti-
móteo, haviam pessoas que estavam ensinando doutrinas
falsas, valorizando genealogias, geradores de discussões.
Paulo instruiu sobre o chamado para quem deseja tra-
balhar para que pudesse viver e cumprir o chamado de
Deus em sua vida.
Paulo exorta que aquele que assim o desejar, deverá
ser bom, ter uma vida sem ter o que falar, ser marido de
uma só mulher, trabalhador, cuidadoso, sensato, respei-
tável, receptivo em casa e fora dela, ser mestre nas Escri-
turas, sem vícios, que não seja violento, ser amável, ser
pacífico, não amar o dinheiro, e governar bem sua casa,
Paulo alerta que muitos irão se desviar nos últimos dias,
mas se ele seguir essas instruções e transmitir aos outros,
estaria cumprindo o seu dever como ministro digno. Que
possamos nos dedicar e gastar a nossa vida em conhecer
ao Senhor e a sua Palavra. Que a nossa vida possa refle-
tir Jesus, assim, através de um testemunho de vida outros
conhecerão ao Senhor.

Dia 21 – O conserto começa de dentro (Coração)

“Tomarei bastante cuidado para andar sempre pelo caminho certo, mas
para isso preciso muito da sua ajuda. Quero começar pela minha casa,
minha própria casa, tendo sempre um coração puro e sincero”.
(Salmo 101:2)

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RITA SALOMÉ

Davi quando canta o Salmo (101) diz respeito a algo


muito profundo e assertivo, ele declara que vai proclamar
através de louvores o amor fiel e justo do Senhor.
Ele continua dizendo não somente sobre o que vai
declarar em canções, mas também como será sua vida,
suas atitudes.
Não adianta falar com lábios aquilo que não mos-
tramos em atitudes, Davi em sua oração ao Senhor diz
que vai tomar bastante cuidado para andar no caminho
certo, e pede ajuda ao Senhor, e ele diz que o começo de
tudo é pelos de dentro de sua casa, sua família.
Muitos de nós acreditam que o maior ministério é en-
cher estádios, fazer a diferença nas nações, o principal
ministério que o Senhor nos deu para cuidar, gerar sal-
vação é a nossa própria família. Por que isso custa mais?
Porque dentro de casa não conseguimos manter uma
atitude que não vivemos sempre, dentro de casa o minis-
tério é diário, 24 horas por dia. Por isso Davi pede ajuda
ao Senhor para ter sempre um coração puro e sincero.
Não precisamos ser perfeitos, pois só há um Jesus, mas
n’Ele somos aperfeiçoados dia após dia.
Que em 1º lugar haja salvação em nosso lar, pois através
de uma família transformada teremos cidades, países, na-
ções aos pés de Jesus, nunca desista de sua família, pois foi
ela quem Deus te deu ou te colocou para fazer a diferença.

Oremos todos juntos pelo terceiro livro...

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RITA SALOMÉ

BIBLIOGRAFIA
Bíblia King James.
Bíblia Thompson.
CANAL, Vera. O Caminho de um Reparador
de Brechas.
CERULLO, Morris. Bíblia da Oração. São Paulo:
Central Gospel.
DOMINGUES, Camila. Devocional. Cara de
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HEWARD-MILLS, Dag. Entenda a Hora Silenciosa.
MIGUEL, Wallace. Bíblia Legal.
REBOLLO, David. Protocolos do Rompedor.
Campinas: Dabar.
RUBIM, Renato. O Espírito Santo – O Deus que
Vive em Você.
SOARES, Fernando. Altar, Comunicando com
Deus. Reino do Leão.
TOZER, A. W. Nós Nos Tornamos Naquilo Que
Amamos.

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