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DÁ-ME TUAS VESTES

Um Chamado à Santidade

1ª Edição: 2018

Texto
Maria Aparecida Teles Rocha
Coordenação Editorial
Maria Antonia Rivera Jurado
Edição
Marcio Augusto Prates
Maria Antonia Rivera Jurado
Revisão
Lela Costa
Dirlene de Melo
Revisão final
Equipe editorial MCM
Capa, Diagramação e Projeto Gráfico
Linkon Leonis Rodrigues

T269d Teles, Cida


Dá-me tuas vestes: um chamado à santidade / Maria Aparecida
Teles Rocha; coordenação editorial: Maria Antonia Rivera Jurado;
edição: Maria Antonia Rivera Jurado, Lela Costa, Marcio
AugustoPrates; Revisão: Divina Maria Gundim, Dirlene Gabriela de
Melo, Lela Costa,. – 1. ed. – Trindade-GO: MCM, 2018.
136 p. ; fots.

Inclui bibliografia
ISBN - 978-85-93530-30-2
1. Vestes – Aspectos simbólicos. 2. Santidade. 3. Louvor e
Adoração. 4. Fidelidade. 5. Justiça. I. Título.
CDU: 248

Publicado no Brasil por:


MCM Publicações
Rua Santo Antônio, 230 – Centro.
Trindade (GO), Brasil.
CEP: 75388-769
Telefone: (62) 3505-7872

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ou por qualquer meio, sem autorização prévia ou por escrito do
autor. A violação dos direitos autorais (Lei nº ٩.٦١٠/٩٨) é crime
estabelecido pelo Artigo ٤٨ do Código Penal.
Vestes de Louvor
Vem renovar o meu amor a ti, Senhor
Quero viver na tua santidade
Dá-me tuas vestes de louvor.
Oh, vem encher esse lugar
Derrama fogo no altar
Vem acender meu coração!
Oh, oh, Espírito
Oh, oh, Espírito
Oh, oh, Espírito de Deus
Atende meu clamor!
(Ministério Vida de Adoração, 2011)
AGRADECIMENTOS
“Em todo o tempo ama o amigo; e na angústia nasce o irmão!” Provérbios 17:17

A primeira vez que ouvi o texto acima, eu ainda era uma


adolescente. Na época, não tinha o entendimento da profundidade do
versículo. Mas, no decorrer da minha vida, esse provérbio tem se
tornado uma grande verdade e a cada dia ganha um maior e mais
profundo significado.
Então, agradeço a Deus, que colocou você nessa caminhada.
Continue sendo a palavra dura, necessária no momento da
obstinação ou a palavra amiga, quando eu precisar de cuidado. Mas,
antes de tudo, continue a ser usado por Ele para me manter no
caminho de onde nunca devo sair, que é a plena e absoluta vontade
de Deus!
Agradeço àqueles que foram, são ou serão meus alunos na
Escola de Adoradores e na Escola de Caráter e Missões da MCM
(Missão Cristã Mundial). Alguns têm suas digitais impressas neste
livro. Vocês me inspiram e me desafiam a ser melhor a cada dia,
permitindo ao Senhor tratar o meu caráter, para que timidamente
possa um dia dizer: “Sejam meus imitadores, assim como eu sou de
Cristo”.
Às minhas meninas da UNATI (Universidade Aberta à Terceira
Idade), pelo amor que tem feito toda a diferença na minha vida.
Quando eu crescer, quero ser igualzinha a vocês!
Tenho sim amigos mais chegados que irmãos. Se você me
considera assim, saiba que esse agradecimento é também a você!
DEDICATÓRIA
A Deus que, na criação, entendeu que o homem não poderia
estar só e criou a mulher. Realmente, Ele faz tudo perfeito!
Ao meu amado esposo, Edinho. A intimidade e intensidade do seu
relacionamento com o Senhor me inspiram a buscá-lo mais. Muitos
dos segredos que o Senhor te revelou, você os confiou também a
mim e o resultado está em nossas mãos.
Aos meus netos Lucas, Estevão e Heitor, a quem eu amo com o
mais profundo do meu ser. Vocês são a continuação da nossa
história!
A todas as “Marias”, que assim como eu, desejam estar aos pés
do Senhor
PREFÁCIO
Ao falar para Jesus: “Dá-me Tuas Vestes!”, eu preciso parar e
entender o que estou pedindo. As vestes do Senhor têm um
componente prioritário que abre a porta para a eternidade: A
obediência. Mas, por quê?
Bem, a Palavra de Deus diz no capítulo 5 de Hebreus, que
mesmo sendo filho “Jesus aprendeu a obediência pelas coisas que
sofreu”. Ele se sujeitou à vontade do Pai espontaneamente, veio à
terra e padeceu. Essa submissão absoluta a Deus é a característica
principal de sua identidade e aquilo que o diferencia de nós até hoje.
Mesmo em forma de homem e vivendo entre humanos, Jesus estava
revestido de uma obediência ímpar. Portanto, quando eu digo “Dá-
me tuas vestes”, isso significa: “Reveste-me de Tua obediência. Dá-
me um espírito obediente e submisso ao teu querer” (Salmos 51:12)
Mas, o que tem isso a ver com a forma como nos vestimos? Pois
bem, na preparação para a leitura deste livro, a primeira coisa a
entender é que, em se tratando de moda e vestimenta, ambas têm
uma ligação íntima e profunda com a vontade de Deus.
Consequentemente, isso está relacionado com obediência, tal como
veremos mais à frente.
Poeticamente, podemos dizer que o Espírito do Senhor “reveste
dele mesmo aos obedientes” (Efésios 4:24), àqueles que creram no
seu senhorio e, portanto, se submetem à vontade dEle. Uma
vestimenta que segundo Apocalipse 19:8, está diretamente ligada a
“fazer justiça na Terra”. Mas, o que significa isso?
De acordo com as escrituras, é justo que eu esteja revestida da
nova natureza, da mesma forma que é justo que ajude a quem
precisa (Atos de Justiça) e que entenda a perfeita vontade de Deus
para a minha vida. Ou seja, assim como o Filho obedeceu ao Pai e
se submeteu à sua vontade perfeita, faço justiça, obedecendo a Ele
nas direções que tem para mim.
“Dá-me Tuas Vestes”, portanto, tem a ver com fazer justiça!
Falando especificamente em relação à mulher, se ela entendesse
seu papel, agiria com muito mais autenticidade e singularidade. Não
há necessidade de que, através da sua vestimenta, a mulher tente
parecer mais poderosa, glamorosa ou qualquer coisa do tipo.
Segundo John Piper, “o sentido último da verdadeira feminilidade é
transmitir a glória de Jesus de uma maneira que não seria possível
se ela não existisse”1.
Ao ler este livro, me permito estar em um lugar único, com
entendimento do meu lugar na sociedade ao me vestir, não com
distrações ou tolices. Se entender que com isso tenho um papel, uma
função e um propósito, me vestirei de acordo com a vontade perfeita
de Deus. Vestir-se tem a ver com o papel nobre da mulher. Nada
vulgar, porém, nobre.
“Dá-me Tuas Vestes” fala de uma rendição ao Amado do nosso
jardim, dizendo: “Eu quero ser alguém que obedece e se submete à
tua vontade perfeita”. Ou seja, alguém que vestido da maneira de
Deus, pratica atos de justiça e entende o papel de se vestir com
nobreza, atraindo a glória dEle para qualquer lugar na sociedade.
Portanto, “Dá-me Tuas Vestes” apresenta o desafio de trazer a
glória do Filho de Deus, o Senhor Jesus, para onde eu estiver na
Terra!
Dá-me Tuas Vestes! Quero me parecer contigo, Senhor.
Juliana Rodrigues
Pastora
PIPER, John. O Sentido Último da Verdadeira Feminilidade. Disponível em:
<http://voltemosaoevangelho.com>. Acesso em maio de 2018.
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
A BELEZA SEGUNDO O PADRÃO DE DEUS
CAPÍTULO 2
AS PRIMEIRAS VESTES
CAPÍTULO 3
A MODA QUE DITA O MODO
ENTRANDO NO MUNDO DA MODA
UMA ESTILISTA EM BUSCA DE UM SÓCIO
CAPÍTULO 4
TROCANDO MINHAS VESTES!
CAPÍTULO 5
SANTIFICAÇÃO DOS SENTIDOS
RESPONDENDO ÀS PERGUNTAS QUE ELE ME FEZ
CAPÍTULO 6
EM BUSCA DO REINO DE DEUS
VESTES DE LINHO PURÍSSIMO
CAPÍTULO 7
CONQUISTANDO O CORAÇÃO DO REI
CAPÍTULO 8
ELE ME ADORNA PARA SI
GRANDE DIA
CAPÍTULO 9
AS BODAS DO CORDEIRO
II PARTE
COMO TUDO COMEÇOU
VERDADE - ALTA FUSÃO
INTEGRIDADE - VASOS DE BARRO
SERVIÇO - TIRE AS SANDÁLIAS DOS PÉS
BONDADE - JARDIM: UM LUGAR DE ENCONTRO
FIDELIDADE - DAVI: DE PASTOR A GRANDE REI
JUSTIÇA - ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU
CONCLUSÃO
COM QUE VESTES ENTRAREI NO SANTUÁRIO DO REI?
NOTA DA AUTORA
INTRODUÇÃO
Se pudesse definir este livro em poucas palavras, eu diria:
“santidade” e “justiça”. Ele é para todos os que anseiam conhecer o
Senhor e viver em sua presença.
Sabemos que nossos pecados e iniquidades fazem separação
entre nós e Deus, nos impedindo de estar diante dEle, pois é “Santo,
Santo, Santo”. Contudo, lá no princípio, quando o relacionamento
íntimo entre Pai e filho deixou de existir, impedindo a imagem e
semelhança de Deus em nós, Ele manifestou a sua graça:
Quando Adão e Eva pecaram, Deus lhes fez vestes para cobrir
sua nudez. Quando libertou Israel do cativeiro egípcio, o Senhor
ensinou a Moisés como fazer vestes especiais para o Sumo
sacerdote, a fim de que este pudesse entrar na sua presença,
representando o povo.
Quando Jesus esteve entre nós, permitiu que retirassem suas
vestes e sua nudez foi exposta pelos nossos pecados, para depois
derramar na cruz o único sangue capaz de limpar as nossas vestes.
Creio ser o momento de olharmos para nós mesmos,
percebendo que estamos nus e não somos capazes de cobrir
nossa nudez. No entanto, para que Deus possa cobrir-nos, é
necessário nos despir das nossas próprias vestes, do velho homem,
pois Deus não remenda pano novo em roupa velha, já que o novo
romperia o velho e a rotura ficaria maior (Marcos 2:21).
Se nos despirmos da antiga criatura, o Senhor tem para nós,
vestes de linho finíssimo que Ele mesmo conquistou na cruz. Quando
Jesus voltar, estará vestido de uma veste talar e trará consigo novas
vestes para todos aqueles que o aguardam. Por fim, estaremos com
Ele para sempre! Mas devemos estar vigilantes:
“Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas
roupas, para que não ande nu, e não se vejam a sua nudez” (Apocalipse 16:15)

É necessário entendermos que nossas vestes revelam nossa


identidade e que por meio de um estilo de vida marcado pela
santidade do Senhor, revelaremos o Seu Reino invisível, pois o
tornaremos visível em nós! Deus tem me ensinado algo e me
comissionou a trazer a público o que em secreto tem revelado a mim.
E é o que pretendo compartilhar nos capítulos seguintes.
CAPÍTULO 1
A BELEZA SEGUNDO O PADRÃO DE DEUS

“Enganosa é a beleza e vã a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa sim
será louvada” (Provérbios 31:30).

Qual é o conceito de beleza? Quem ou que define isso? De


tempos em tempos, muda-se esse padrão. Não existe neutralidade
na variação quanto ao que se apresenta como belo ou adequado a
uma determinada época ou lugar.
Assim, toda criação tem uma intenção e apresenta conceitos
como verdades, buscando estabelecer ou atender determinados
padrões sociais. Contudo, sabemos que nada disso têm a Bíblia
como referência.
Existe um ditado popular que diz: “Quem ama o feio, bonito lhe
parece”. Isso mostra que a beleza vai muito além do que os nossos
olhos podem ver. Portanto, como cristãos, o nosso conceito de
beleza não pode ser orientado pelo padrão estético estabelecido
pelo mundo. Sabemos que existe algo superior a essa sazonalidade
humana.
Quando falamos de padrão de beleza feminina, não existe melhor
referência do que o livro de Cantares. Ali, é descrita a mulher como
mulher, com suas formas, cabelos e tudo aquilo que foi feito pelo
próprio Deus e que independe de qualquer fator externo.
Por exemplo, em Cantares 4:1-7, é possível perceber o que é
belo na visão do noivo. Ele ama e deseja a sua noiva por aquilo que
ela realmente é, sem artifícios e sem motivação externa. Ele, de
forma extraordinária, simplesmente exalta os atributos naturais dela.
Na revelação da sua pessoa e santidade, Deus abre os meus
olhos. Assim, fico livre para usar ou não qualquer coisa, desde que
essa escolha me aproxime do Senhor. Quando isso acontece, passo
a ser ciente de que a minha aparência e identidade também revelam
a imagem dEle em mim. Como o conheço, procuro buscar aquilo que
me fará linda e agradável aos seus olhos. Ele se preocupa com tudo
em mim! E eu o escolho!
Qual é, então, o ideal de beleza para Deus? Como está escrito
em Provérbios 31:30, o Espírito Santo declarou, por meio de
Salomão, que a beleza é enganosa e vã é a formosura, já que a
mulher que realmente será louvada, é aquela que teme ao Senhor. Aí
está o padrão.
De acordo com isso, a busca pela beleza deve se basear nos
princípios eternos que agradam a Deus e não nos padrões sociais
efêmeros, estabelecidos pelos homens. O Senhor é quem deve
direcionar e motivar toda e qualquer escolha que eu possa fazer, seja
uma roupa, um adereço ou qualquer outro item. Isso fala de
motivação!
Quando Deus me fez, havia um objetivo. Ele é o meu noivo, o meu
Amado, a minha razão de existência. Portanto, Jesus se interessa
por tudo o que é importante para mim. Tenho de ser bonita para
atrair o olhar daquele que me fez!
Creio que Deus tem curas profundas em relação à mulher, pois foi
invadida pelos padrões de beleza socialmente estabelecidos e
acabou perdendo a sua essência, a sua identidade. A maioria das
mulheres necessita se libertar do ideal de beleza que o mundo lhe fez
acreditar como único e abrir o seu entendimento a uma beleza
superior. Uma formosura que começa dentro e, posteriormente, será
evidente por fora.
Assim, aquela aparência que se tornou uma prisão para a mulher,
lentamente perderá a sua força e, finalmente, ela poderá sentir a
liberdade de ser linda, unicamente para o seu Senhor. Mas, esse
processo de cura começa quando ela é despida pelo próprio Senhor,
pois a nudez diante dEle, lhe permitirá ver-se como verdadeiramente
é.
Não se trata simplesmente de abandonar um estilo e adotar
outro, sem compreender o sentido verdadeiro para uma
transformação. Isso seria religiosidade. Trata-se de uma busca
pessoal. É o próprio Pai quem deve trazer a você novas vestes de
entendimento, com significados construídos no seu íntimo pelo
Espírito Santo. É algo entre você e Deus. E não entre você a moda
ou a tendência da temporada! Tudo começa quando somos tocados
e constrangidos pela santidade.
“(...) eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono... Serafins estavam por
cima dEle... E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos
Exércitos. Toda a Terra está cheia da sua glória... Então, disse eu: Ai de mim! Pois estou
perdido; porque sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de
impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos. Porém, um dos
serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com
uma tenaz; com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que isso tocou os teus lábios; a
tua iniquidade foi tirada e expiado o teu pecado” (Isaías 6:1-7).

Quando Deus nos toca, começamos a nos amar, porque nos


vemos como Ele nos vê e entendemos o quanto nos ama!
Começamos a amar aquilo que o Senhor gerou em nossa vida e não
mais aquilo que foi se compondo - com o decorrer do tempo -
segundo os padrões do mundo, que sempre impõem o que se deve
ou não usar. Nesse sentido, vale uma pergunta para reflexão: Onde
está o Senhor nas suas escolhas?
No momento em que somos tocados por Jesus, passamos a
escolher a partir de quem Ele é e de quem nós somos Nele. Isso
determina o nosso nível de acesso até onde queremos ou podemos
ir. Na verdade, deixamos de fazer escolhas e começamos a
obedecer. E aí não queremos mais nada, pois a obediência nos
aproxima de Deus!
Fomos criados à Sua imagem e semelhança e isso deve ser
visível em nós todo o tempo! O Senhor não errou quando nos fez.
Por isso, não necessitamos depender de artifícios externos, de
máscaras e enfeites para ser belos. Só precisamos dele!
No entanto, quando o homem pecou, um processo de
desconstrução da imagem de Deus em nós teve início. Tudo
começou quando o homem e sua mulher perceberam que estavam
nus!!!
CAPÍTULO 2
AS PRIMEIRAS VESTES

“A nudez inadequada do homem revela uma imagem de Deus prostituída, pois apontava
em primeiro plano o corpo e não sua essência ou identidade eterna” (Pastor Edinho
Rocha)2

Os capítulos 1 e 2 de Gênesis relatam o processo de criação de


todas as coisas a partir da Palavra de Deus. Contudo, no sexto dia,
Deus criou algo, não mais unicamente pela sua Palavra, mas a partir
de algo que já havia sido criado: o barro. Então o Senhor formou o
homem e soprou nele o fôlego da vida, tornando-o alma vivente.
Apesar do que a maioria das pessoas acreditam, o homem foi
criado antes que o jardim fosse plantado (Gênesis 2:7-8), e Deus o
envolveu no processo de formação do lugar onde fora colocado, pois
devia cultivá-lo e guardá-lo.
Todas as tardes, o Senhor estava com o casal, ambos estavam
nus, mas não se envergonhavam na presença de Deus (Gênesis
2:25). Antes de pecarem, isso era o normal, de fato, a única
restrição de comportamento que tinham era não comer da árvore do
conhecimento do bem e do mal, pois nesse dia morreriam (Gênesis
2:16-17). No entanto, Eva comeu do seu fruto e o deu ao seu
marido, então tudo mudou: os seus olhos se abriram!
De repente, Adão e Eva perceberam que estavam nus e ficaram
tão envergonhados pela sua nudez que tentaram se cobrir
parcialmente. Porém, ao ouvir a voz do Senhor, o sentimento de
medo e vergonha persistiu, então eles se ocultaram rapidamente
para não serem vistos por Deus (Gênesis 3:9-10). Mas ninguém
pode se esconder para sempre dEle.
No final, mesmo após a repreensão pela desobediência, o próprio
Deus teve misericórdia deles e lhes fez vestes de pele. Então o
primeiro animal teve que ser morto para cobrir a vergonha do erro
humano. De acordo com Vincent Alsop3, ao fazer cintas, eles só se
cobriram parcialmente. Deus, porém, tinha concepções adequadas
da necessidade deles e lhes fez uma roupa que os cobrisse por
completo, mas para isso era preciso que alguém morresse.
No seu livro Deus, o Estilista4, Jeff Pollard escreve que antes da
queda do homem, a sua nudez era boa, porquanto assim Deus o
criara. A roupa era desnecessária, uma vez que não havia do que se
envergonhar. Mas, ao se rebelar contra Deus, o pecado entrou no
homem e, com ele, também a vergonha. Como resultado disso, Deus
teve que lhe cobrir a nudez. Ou seja, o que antes era inocente e
bom, tornou-se motivo de humilhação e aflição para o restante das
suas vidas.
Apesar da misericórdia de Deus naquela hora, o pecado
continuava tendo as suas consequências. Após cobrir a nudez deles,
o Senhor os expulsou do jardim. Se eles comessem do fruto da
árvore da vida, a humanidade ficaria morta espiritualmente pelo resto
da eternidade, sem chance alguma de redenção.
Mas, fora do jardim, o homem devia continuar fazendo
vestimentas para si. Inicialmente, o propósito delas era cobrir o
corpo, especialmente as partes íntimas, assim como protegê-lo das
condições climáticas. Porém, com o passar dos séculos, o que tinha
um aspecto meramente prático, tornou-se um veículo de expressão
individual.
O propósito das vestes não era mais cobrir a nudez do homem,
mas exteriorizar conceitos e identidades, assim como sinalizar um
determinado status social e a capacidade aquisitiva dos seus
usuários. Assim, em lugar da aprovação de Deus, o homem passou a
buscar a aprovação humana, então nasce o que denominamos como
MODA.
Olhando para séculos de história, é possível perceber como, nas
diversas culturas, os comportamentos de indivíduos e grupos foram
modelados significativamente em função de ideais de vida e beleza
socialmente preestabelecidos. Hoje não é diferente. A opinião da
sociedade continua tendo grande poder sobre o indivíduo, inferindo
direta e indiretamente não só nos seus comportamentos de
consumo, mas na forma em que enxerga a si mesmo e o mundo ao
redor.
A expressão inicial: “eu preciso”, foi substituída gradativamente
pela expressão “eu quero!”, e o que era uma necessidade, tornou-se
um objeto comercial. Então, a engrenagem social e os
comportamentos de consumo passaram a ser direcionados por
anseios pessoais, pela ostentação, a satisfação do desejo dos olhos
e a vaidade da vida. Coisas que, no fundo, não são mais do que
sintomas da necessidade humana de autoafirmação.
Apesar dos ensinamentos de Jesus, essa situação não é
diferente nas esferas cristãs, porquanto os seus indivíduos continuam
se permitindo ser social e culturalmente influenciados. Muito embora,
antes de vaidade, consumismo e ostentação, a Palavra de Deus nos
aponta em direção à decência, a modéstia e o bom senso (I Timóteo
2:9). Conceitos que segundo o dicionário passam pela “ausência de
vaidade, despretensão, falta de ambição, simplicidade, pudor,
decência, moderação”.
Se a Bíblia traz um direcionamento como esse, por que, então,
temos tantas roupas e acessórios quando, na verdade, poucas
seriam suficientes? Muitas mulheres se orgulham pelos inúmeros
sapatos e bolsas que têm, mas será que esse é o caminho a se
perseguir? Parece que inclusive sendo cristãos, teimamos em estar
presos na necessidade de comprar todos os artigos efêmeros que a
moda dita. Por isso, será que estamos tendo entendimento das
nossas escolhas em relação ao que agrada ou não o coração do
Senhor?
Afinal, você sabe quem dita a moda que está usando? Vejamos a
seguir...

Pr. Edson Leonel Rocha, Pastor do Ministério de Adoração EE-taow e da MCM (Missão
Cristã Mundial); professor da Escola de Caráter e Missões.
Vincent Alsop. The sinfulness of strange apparel em puritan sermons 1659 – 1689 em seis
volumes, Volume III. p. 494 (apud POLLARD, 2006, p. 20).
POLLARD, Jeff. Deus, o Estilista – O Padrão Bíblico para a Modéstia Cristã. 1ª edição.
Tradução: Francisco Welington Ferreira. Editora Fiel – Missão Evangélica Literária. São José
dos Campos – SP, 2006. PDF.
CAPÍTULO 3
A MODA QUE DITA O MODO

“Estilo é a forma de dizer quem você é sem precisar usar uma só palavra” (Anônimo)
Como vimos anteriormente, ao falarmos em MODA5, estamos nos
referindo a um mecanismo de regulação social que, por séculos, tem
norteado as escolhas dos indivíduos. Ela costuma indicar aquilo que
deve ser consumido, utilizado, usado ou feito para que alguém possa
ser visto ou aceito socialmente.
Durante séculos, as roupas e acessórios foram dotadas cada vez
mais de significados, até se tornarem um meio de comunicação não
verbal. Com o passar do tempo, estilos, formas e materiais
diferentes, permitiram identificar, através das peças, posições
sociais, políticas, religiosas e morais dos usuários. Daí a importância
de conhecer, ainda que brevemente, a influência que a moda tem tido
nos indivíduos no decorrer da história.
Em culturas antigas como a egípcia, a chinesa ou a bizantina, os
tecidos eram considerados diferenciadores de classes. O linho e a
seda6, por exemplo, eram reconhecidos símbolos de poder e
riqueza, associados principalmente à realeza dado o seu alto custo.
Conforme aponta Andreia Oliveira, a moda não é algo estático,
mas um fenômeno em constante mudança7. Um exemplo disso é que,
enquanto na Grécia antiga, o padrão de beleza feminina era pele
branca, seios fartos, coxas grossas e cintura larga, na Roma do
século I a.C., a mulher ideal tinha busto pequeno e quadril largo.
A preocupação das romanas pela aparência era tanta que, para
alcançar o padrão, nos primeiros anos da adolescência, as meninas
apertavam os seios com as chamadas “faixas mamilares” (Almeida,
2017, p.120), modificando assim os seus corpos segundo a moda,
uma situação muito comum nos nossos dias.
De fato, ao olhar a descrição de Rute Salviano8 sobre a antiga
Roma, não foi difícil perceber a similaridade dessa sociedade com a
nossa sociedade atual. Havia uma excessiva preocupação com a
aparência, no que se refere a roupas, cabelos, maquiagem,
perfumes e cuidado corporal, e o corpo, antes coberto, podia ser
exposto quase nu em banhos públicos.
Contudo, na idade média, os parâmetros sociais, culturais e
religiosos mudaram novamente e a moda fez um chamado ao recato.
Toda nudez era considerada como pecaminosa e, o conceito de belo,
atrelou-se às virtudes morais e espirituais. No entanto, séculos mais
tarde, o destaque das formas e a exposição do corpo feminino
(conforme o modelo grego), entraram novamente em vigor e
permaneceram até o final do século XVIII.
Segundo Oliveira, nessa época o desenvolvimento têxtil foi muito
significativo. As roupas chegaram a ser tão exageradas, que podiam
inclusive dificultar o andar, mas todos se esforçavam por ser belos
segundo os padrões da época, incluindo os homens. Traços
essenciais da virilidade masculina foram substituídos ou apagados
das vestimentas.
Os vestuários masculino e feminino acabaram se igualando na
riqueza de cortes e ornamentos. Eles ataviavam-se, tanto quanto as
mulheres, com maquiagem, saltos e perucas. Aqui podemos ver
como, desde aquela época, as fronteiras entre ambos os sexos já
começavam a ser enfraquecidas. Nascem os conceitos de luxo,
status e sofisticação.
Mais à frente, em plena revolução industrial (Século XX), houve
uma mudança radical de atividades e pensamentos, os quais
delinearam o caminho da moda contemporânea. As praias passam a
ser vistas como lugares para diversão, pelo que surge a necessidade
da roupa de banho.
Não havia forma de dar liberdade de movimento aos banhistas,
sem expor os seus corpos, então a sociedade começou a se despir
novamente. O paradigma muda novamente e uma briga entre o
encobrimento do corpo (visão de Deus) e a sua exposição
(necessidade humana) é desatada. Em palavras de Pollard, trata-se
de “um conflito violento entre o Deus Santo, como estilista de roupas,
e homens pecaminosos, na mesma função” (2006, p.36).
As pernas e as costas foram sendo despidas progressivamente.
Nos anos 20, o padrão de beleza propunha uma silhueta sem curvas,
lisa. Buscando a sua igualdade com os homens, as mulheres também
adotaram o cabelo curto, além de beber, fumar e sair de casa para
trabalhar. No entanto, a moda tende a mudar rapidamente e, 10 anos
mais tarde, as curvas femininas são novamente ressaltadas.
Aparecem no mercado novos tecidos elásticos que permitem
maior exposição das formas e, mesmo debaixo das roupas, o corpo
podia ser amplamente exposto, acentuado e explorado. Então o
corpo virou uma mercadoria e, consequentemente, “Jovens
encantadoras (...) se tornaram um item padrão da comercialização,
que negociava tudo, desde veículos até campanhas políticas”
(POLLARD, 2006, p. 44).
Décadas mais tarde, a moda feminina mudou novamente,
voltando para a figura lisa e sem curvas de antes. Num mesmo
século, se o alvo era serem consideradas belas, uma hora as
mulheres tinham que ser magras, outra hora ter curvas e, pouco
tempo depois, voltar a ser magras novamente!
Consegue perceber como a moda tem ditado o modo por
séculos? Como ela modifica padrões quase ditatorialmente, sem
motivo ou razão lógica? E mais, pode ver a forma em que as
pessoas, nós, temos sido cativas das suas tendências arbitrárias?
Com o surgimento do movimento hippie nos anos 70’, a roupa
passa a ser um mecanismo de expressão de rebeldia, contestação,
liberdade sexual e ideológica. Um grande instrumento de luta e
revolta! O umbigo foi exposto e, logo depois, grandes cavas
revelaram os quadris. A partir desse momento, a moda tornou-se um
veículo de expressão ideológica9. Para Agostinho, um dos pais da
igreja:
“Vestes supérfluas são piores do que a prostituição, porque esta corrompe apenas a
castidade, mas aquelas corrompem a natureza da pessoa”.

Nas décadas seguintes, não houve mais uma única verdade na


moda. Enquanto o silicone ganhava espaço entre as mulheres, o
homem começou a permitir-se ser vaidoso. Por fim, a mídia ditou o
ritmo do novo milênio e incentivou rápidas mudanças de
comportamento.
Anorexia e bulimia foram trazidas à discussão, devido à
incidência crescente entre as adolescentes que buscavam corpos
perfeitos, para usar as roupas da época. Os barrotes da prisão da
aparência somente se fortaleceram, impondo aos prisioneiros uma
busca interminável por resultados fantasiosos, vistos, somente em
capas de revista.
Embora seja um princípio - radicalmente oposto - à modéstia
cristã descrita em 1 Timóteo 2:9, como pode se ver na história da
moda, o principal propósito desta não tem sido preservar a dignidade
do corpo, mas cativar o desejo dos espectadores através da sua
exposição. Durante séculos, grandes homens de Deus advertiram
sobre essa influência da moda na formação e desenvolvimento da
sociedade. Jeff Pollard (2006) trouxe no seu livro algumas dessas
alertas:
“Há muito tempo, a vaidade tem sido acrescentada às roupas, com modas e maneiras
de vestir levianas, tolas e lascivas”. John Owen, século XVII.
“Por que muitas mulheres saem de casa com ombros desnudos e seios à mostra? É
para honrar a Deus e adornar o Evangelho? Tornar o Cristianismo atraente e fazer os
pecadores desejarem a salvação? Não, pelo contrário, elas o fazem para satisfazer suas
próprias concupiscências. Creio que Satanás tem atraído mais pessoas ao pecado de
impureza, por meio do esplendoroso desfile de roupas requintadas, do que poderia ter
atraído sem a utilização de tais roupas”. John Bunyan, século XVII.
“As mulheres devem servir a Cristo usando roupas que expressem humildade, renúncia,
castidade e sobriedade; nunca usá-las como armadilha para os homens”. Richard
Baxter, século XVII.

Nessas frases, vemos que gerações e gerações de pessoas,


tanto crentes quanto descrentes, têm sido regidas pela voz do
homem caído e não pela palavra de Deus, mesmo sem perceber. Em
definitiva, não se trata de uma questão atual.
Logo, é absolutamente inquestionável a grande influência da moda
nas nossas vidas, inclusive, subconscientemente. Assim, em vista da
nossa responsabilidade como filhos de Deus, este é o momento
oportuno de se confrontar os modelos “ideais” propostos como
padrão para nós.
10

Entrando no mundo da moda


Diante de tudo isso, o Senhor me desafiou a escrever, dizendo
que eu deveria aprender sobre as Suas Vestes de santidade, no
lugar de simples figurinos de dança. Eu devia ser uma boca
profética!
Encarregou-me de ministrar na vida de uma geração que Ele
mesmo está levantando em nossa nação. Pessoas que, segundo Ele,
“não se contaminarão com as iguarias do rei deste mundo”, mas
buscarão intensamente a Sua santidade.
Mas Ele me conhece! O Senhor Jesus sabia que para conseguir
responder à Sua direção nesta área (até então desconhecida para
mim), eu precisava me inserir de alguma forma no mundo da Moda.
E, para isso, Ele mesmo colocou uma pessoa no meu caminho, a
Noemy.
Antes de conhecê-la, convidou-me para ministrar num
acampamento para adolescentes, e sem me dar maiores
explicações, também pediu as minhas medidas pelo telefone.
Somente depois eu fui saber que ela era estilista. Sem dúvida,
aquela programação foi uma das peças-chave deste livro!
Segundo a sua multiforme sabedoria, Deus nos conectou para
vivermos uma nova fase diante dEle, nos disse: - “É tempo de
começar”. Agora entendo que Ele estava se referindo a um tempo de
mudança, mas também de entendimento do que significa trocar as
vestes! Deus deu a ela uma revelação tão profunda e surpreendente
sobre isso, que entendo ser necessária a transcrição exata do que
ela me relatou. Portanto, deixarei que ela mesma conte como
aconteceu.

Uma estilista em busca de um sócio


Aquele dia eu estava buscando uma resposta de Deus para
um empreendimento que estava ardendo em meu coração…
Estava muito empolgada, e com a certeza de que Ele tinha algo
grande para mim, porém, não sabia o que era ao certo. Havia
um tempo de busca pelo Senhor que nos envolvia a todos na
igreja. Buscamos santificação por vários dias, e, finalmente, Ele
veio!
Eu, uma estilista de 33 anos, (atuando havia 12 anos na
profissão), estava buscando um sócio rico e empreendedor, que
tivesse recursos para começar uma marca de sucesso, e o
achei... Na verdade, enquanto estava sentada no chão da Igreja,
Jesus, meu Salvador, meu Redentor, se apresentou como meu
sócio empreendedor.
Foram alguns minutos da presença do Rei, o qual, com a voz
mais doce e suave do seu Santo Espírito, soprou no meu ouvido
o que eu deveria fazer com a capacidade de criar que Ele
mesmo me deu.
Por anos, onde trabalhei as pessoas me perguntavam: “De
onde vêm tanta inspiração e boas ideias?” Bem, naquela noite,
de maneira clara, Deus disse: “Esse dom é meu! Deve ser
usado para mim e para o meu Reino”. Ali, a minha motivação se
converteu a Jesus. De repente, eu não queria mais ficar rica
nem ter sucesso. Só conseguia pensar em promover o Reino de
Deus.
Como estilista, sempre pesquisei o comportamento humano e
as tendências que influenciavam as artes, o cinema, a
arquitetura, a música, etc. Observava o estilo de quem era
influente nas mídias sociais, e interessava-me por tudo o que
envolvia aos olhos humanos e tangia ao consumo. Assim fazia a
roupa que as pessoas queriam usar!
Foi então que Deus me mostrou, como num filme, todas as
peças que criei! Roupas voltadas para mulheres adultas, feitas
para agradar ou confirmar a sua “necessidade carnal” de marcar
a cintura, destacar o busto, ou deixar a postura mais alta,
satisfazendo assim sua autoestima.
O público-alvo, na maioria, eram mulheres independentes, de
25 a 30 anos, que buscavam admiração e desejavam atrair os
olhares masculinos. Elas tinham desejo de sucesso e riqueza
em suas carreiras profissionais, e necessitavam traduzir isso
nas suas vestes. Mas o Senhor me disse:
“Eu te criei para criar para mim! E no que você deve se
basear, está na Bíblia , nas minhas vestes de santidade e
pureza. Isso deve ser vestido em você. Essa mesma roupa será
procurada por uma geração que se despertará e será
constrangida pela minha santidade”.
A partir disso, creio que o Senhor nos propõe um novo modo
de pensar em relação ao nosso consumo em todas as áreas e, a
minha, é a moda. Ele me pediu para escrever a sua Palavra
dentro das peças, porque preciso saber e ter compromisso com
ela. Assim, sua verdade será anunciada; caso contrário, poderia
envergonhar o Evangelho do Reino de Deus!
Eu apenas pensei: “Que tecidos?”, e Ele disse: “Aqueles que
apontam para mim”. Seda e linho puríssimo eram algumas das
coisas que vinham à minha mente. Mas na Palavra, passei a
achar cores, materiais, significados e tudo o que aponta e
promove o Reino de Deus.
A partir daquele dia, não sabia mais o que vestir. Eu sabia,
por exemplo, o que significava uma estampa de “animal-print”
(tão usada e desejada pelas mulheres) e a sensualidade que ela
trazia. Mas até ter aquela conversa com Jesus, nada disso me
incomodava, porque não tinha visto a santidade do Senhor
nesse ponto.
Porém, depois disso, me apaixonei pelas suas vestes de
linho puro e seda, além de suas sandálias… Eu não prestava
para mais nada neste mundo! Como fazer? Ele foi muito
específico.
Lembro-me de lhe perguntar: “Deus, temos muitas marcas
cristãs que fazem camisetas legais com a sua Palavra
destacada em letras garrafais.
Marcas de roupa para mulheres cristãs. Elas estão erradas”?
Ele me respondeu: “Eu quero a minha Palavra dentro do
coração, e não somente para que outras pessoas vejam, o que
deve “gritar” a minha Palavra são suas atitudes”!
Essa nova veste foi gerada dentro do meu coração. Fui
constrangida com a santidade do Senhor, para que eu pudesse
sempre estar diante dEle. “Com que roupa entrarei na sua
presença?”. Sem uma revelação direta dEle, tudo isso parece
religiosidade. Mas quando o Senhor te constrange, esse
entendimento gera vida e liberdade.
Sentia-me livre para vestir a verdade e ler a Palavra em mim.
Criar tudo o que o Pai me pedisse e vestir tudo o que me
mandasse. As mulheres são os detalhes de Deus. Tudo em nós
atrai o seu olhar. Tudo deve ser para Ele!
Noemy11
Diante do que o Senhor me disse, somado ao relato anterior, eu
mesma tenho estudado a Palavra e me atentado para todas as
experiências vividas tanto por mim quanto pelas pessoas com as
quais me relaciono, tentando compreender cada vez mais sobre
santidade. Por isso, será em busca do entendimento do que são as
vestes que o Senhor quer, que iremos caminhar em diante.

O que Falam Tuas Vestes?


(Pri de Luz)
Vestes de louvor,
Vestes de adoração,
Vestes de gratidão ou

Vestes de reclamação,
Vestes de rebeldia,
Ofensa ao Criador!

Vestes de pureza,
Vestes de clareza,
Vestes de santidade ou

Vestes de prostituição,
Vestes de confusão,
Vestes de libertinagem...

Quais são as vestes que usas


Para cobrir tua nudez?

São vestes que expressam


Tua feiura interior
Ou que realçam
Tua beleza no exterior?

Falam as vestes o tempo todo,


Como palavras, elas proclamam

O que pensas,
No que crês,
São sermões
Quer queiras ou não!

Disponível em: <https://conceito.de/moda>. Acesso em setembro de 2018.


Segundo Juliana Sayuri, a Rota da Seda, que ia da China à Roma, foi a mais importante
ligação comercial e cultural entre Oriente e Ocidente, por centenas de anos, de modo que
pode ser considerada uma precursora da ideia de comércio mundial. Fonte: História dos
Tecidos – Idade Antiga e Média. Disponível em: <http://textileindustry.ning.com>. Acesso:
12/2017.
OLIVEIRA, A. A História do Vestuário: Os Costumes de Cada Época. Disponível em:
<https://www.cpt.com.br>. Acesso em dezembro de 2017.
ALMEIDA, Rute Salviano. Vozes Femininas no Início do Cristianismo. São Paulo: Hagnos,
2017.
Nesse cenário moral caótico, o advento da pílula anticoncepcional deu à mulher o controle
sobre a sua vida sexual, e a geração de filhos. O comando de multiplicação que Deus deu à
humanidade em Gênesis 9:1 começa a ser evadido socialmente.
Croqui de uma das roupas do Ateliê Roupas do Céu. Maringá – PR. Fonte: Acervo da
estilista.
No dia seguinte a esse “encontro” com Jesus (05/02/206), Noemy publicou algo em sua
página do Facebook o seguinte texto: “Achei o Sócio! O melhor Amigo, o Conselheiro, o
criador das melhores ideias, o dono do ouro e da prata. Às vezes, a gente aceita o Jesus da
cruz, e deixa Ele lá… Ontem, eu comecei o dia procurando alguém para começar e acabei o
dia entendendo que Ele já havia começado tudo! Até uma empresa, com um propósito
específico, assim como Ele tem para a vida de cada um de nós. Qual é seu sonho, seu
talento, sua empresa, seu empreendimento? Esse é seu ministério. É através dele que as
pessoas conhecerão o amor maravilhoso de Deus! Meu trabalho, meu ministério! É por isso
que eu amo tanto o que faço… E faço! Ao infinito e além! Quem entender e quiser se juntar a
nós será bem-vindo! O retorno sobre o investimento será eterno!”.
ESSE DIA, EU CIDA, COMPLETEI 50 ANOS E ESSE SINAL FOI PROFÉTICO NA MINHA
VIDA.
CAPÍTULO 4
TROCANDO MINHAS VESTES!
Vem Senhor Jesus, tu és bem vindo neste lugar. As sandálias eu tirei, minhas vestes eu
limpei, só pra te ver... só pra te ver” (Marcus Salles).

Desde o ano 2000 o Senhor me comissionou não só a dançar,


mas a escrever e dirigir mais de 17 espetáculos de dança e teatro
cristãos, todos eles direcionados à pregação do evangelho através
da arte. Quando Deus tratou pela primeira vez comigo sobre vestes,
disse que eu precisava entender primeiro, para poder ensinar. Então,
gradativamente, Ele me trouxe as revelações necessárias para que,
baseada no entrelaçamento de diversos princípios bíblicos, eu
pudesse compartilhar essa revelação com você nestas páginas. Mas
tudo começou com uma simples frase: “Não são figurinos, são
vestes!”.
Sempre vi nossos figurinos muito além de belas roupas feitas de
tecido brilhante. Como mencionei em capítulos anteriores, as roupas
são veículos de expressão, contudo, antes de eu mesma entender a
respeito disso, para mim, aqueles figurinos tinham um significado,
uma voz, uma identidade. Era como se, desde antes de falar comigo
sobre vestes especificamente, o Espírito Santo já me alertasse para
algo que viria em um determinado tempo.
Ao assistirem nossas coreografias, as pessoas percebiam e
comentavam sobre o quanto os nossos figurinos eram diferentes.
Isso me levou a pensar em trabalhar com a produção comercial
deles em 2016. Contudo, esse não era o plano e muito menos o
propósito do Senhor. Quando estava prestes a dar início à nossa
confecção, no mesmo dia, Ele se manifestou e disse literalmente:
“Não é nada disso! Não são figurinos, são vestes! Quando Adão pecou, fiz para ele uma
vestimenta, a fim de cobrir a sua nudez! Estude o assunto, porque se refere à santidade.
Eu estou levantando uma geração neste país que não irá se alimentar com as iguarias do
rei, mas irá buscar a minha face. Quero que você ensine a eles sobre novas vestes, as
minhas vestes!”.

A partir daquele dia, tudo o que eu pensava saber sobre figurinos


caiu por terra! Comecei a estudar a Palavra do Senhor, buscando o
entendimento que Ele queria trazer. Cada viagem, cada imagem,
cada música, cada tema proposto em congressos, tudo passou a
revelar-se a mim, como peças de um grande quebra-cabeça, o qual
Deus estava me propondo montar. O conjunto apontava unicamente
para a manifestação do Reino dEle na Terra.
Em 2016, muitos dos eventos em que participamos, profetizavam
o estabelecimento do Reino de Deus na terra. Esse foi o caso de um
congresso nacional de Adoração e Missões, chamado Encontro
Profético12, cujo tema, nesse ano especificamente, foi “Assim na
Terra como no Céu”, baseado no texto de Mateus 6:10. Desta vez, a
criação dos figurinos aconteceu de forma diferente.
O Senhor dirigiu a confecção de cada um deles e eu busquei
obedecer em cada detalhe, embora o entendimento dos significados
viesse lenta e processualmente. Deus usou algumas perguntas feitas
a Noemy para me trazer entendimento sobre as novas vestes.
Segundo ela, a cada pergunta feita por Jesus, a Sua santidade
lhe trazia mais e mais constrangimento. Era temor aliado a tantos
outros sentimentos. A sua alma não estava à vontade com isso, mas
tinha total certeza de que Ele é santíssimo, e nenhuma das peças
que tinha confeccionado até então, tinha buscado promover a pessoa
santa e linda do seu Senhor.
As perguntas de Jesus foram muito específicas e, como veremos
posteriormente, elas estão relacionadas ao que as mulheres usam
comumente no dia a dia:
● Com esses batons vermelhos e esses olhos marcados, as
mulheres podem cantar para mim?
● Com qual esmalte podem oferecer sacrifícios?
● Com sandálias de salto nos pés, elas podem dançar
comigo?
● Que perfume exalarão em minha presença?
● Com que roupa podem entrar no Santo dos Santos e me
adorar?
Alguma vez se arrumou para ir a um encontro com alguém? Se
sim, consegue lembrar quanto tempo gastou trocando uma e outra
vez de roupa até ter certeza de que agradaria completamente àquela
pessoa? Então, se num encontro comum, o mais importante é o que
o outro vai pensar de mim, por que a opinião do Senhor não deveria
pesar naquilo que eu escolho todos os dias? Afinal, não fui eu quem
decidiu viver na sua presença diariamente e adorar somente a Ele?
Conforme vemos nas escrituras, Deus sempre foi especifico com
seu povo em relação a vestes e acessórios, especialmente, os
usados para adoração. Um claro exemplo disso é a meticulosa
feitura da vestimenta do sumo sacerdote: um requisito indispensável
para quem fosse ministrar diante do Senhor no lugar santíssimo
(Êxodo 28:4-29).
Ele se interessa demais em cada detalhe, no que se refere às
nossas escolhas, você não acha?
Diante disso, quero novamente lhe convidar a empreender sua
própria busca a respeito dos assuntos deste livro. Espero que em
oração e leitura bíblica, o Espírito Santo estabeleça no seu interior
os Seus princípios eternos. Imagino que sem uma revelação da parte
do Senhor, alguns trechos deste livro poderiam ser mal interpretados
como religiosidade. Mas lhe asseguro, não é o caso.
Este livro é um chamado à revisão dos nossos conceitos, à nossa
libertação do sistema e dos paradigmas de beleza! Um convite para
voltarmos ao princípio - ao sexto dia da criação - quando nossa
história como humanos começou, onde já éramos naturalmente
belos. Pois o mesmo dia que o Senhor disse: “Façamos o homem, a
nossa Imagem e semelhança!”, Ele mesmo assinou o seu trabalho
dizendo: “é muito bom!”.
Congresso promovido pela MCM (Missão Cristã Mundial), celebrado anualmente na cidade
de Trindade, Goiás. Para maior informação consultar: https://mcmpovos.com/pt-
br/eventos/encontro-profetico.
CAPÍTULO 5
SANTIFICAÇÃO DOS SENTIDOS

“A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu
corpo terá luz” (Mateus 6:22).

O Senhor Jesus se preocupa com cada detalhe das nossas vidas


e, aos seus olhos, até as pequenas coisas fazem parte fundamental
da nossa adoração a Ele.
Vemos isso refletido nas vestes do sumo sacerdote. Elas eram
tão importantes na adoração e culto ao Senhor, que sua confecção
era extremamente meticulosa em todos os aspectos. Deus deu a
Moisés uma série de instruções precisas sobre o design, as cores,
os materiais e as técnicas que deviam ser observadas à risca, pois
cada uma tinha um significado especial para Ele.
Isso foi exatamente o que o Senhor Jesus fez conosco nos
eventos de 2016! Ele falava de tipos de tecidos, cores e formas,
deixando claro aquilo que lhe agrada e aquilo que não. Esse
processo passou por muitas fases, até que depois de analisar
profundamente as vestes sacerdotais (e compará-las com as minhas
próprias vestes), finalmente tive um ponto de partida para as
confecções13.
Outro direcionador significativo para os figurinos foram aquelas
perguntas da Noemy. Cada uma apontava para algo exterior, para o
que as pessoas veem quando olham para nós. Porém, mesmo
quando o exterior revela a intenção do coração, eu não achava que
aquelas perguntas se referissem somente a algo externo.
Deus vê o coração. Na verdade, o exterior, nada mais é do que a
manifestação daquilo que está dentro. O exterior é visível ao homem,
mas só o Senhor é capaz de ver e verdadeiramente conhecer o
interior (Romanos 8:27). Então, afinal, a que se referiam aqueles
questionamentos?
Pois bem, se lemos cuidadosamente, elas não somente estão
ligadas à motivação interior, mas também apontam para alguns dos
órgãos que nos permitem nos relacionar com o mundo exterior: boca,
mãos, olhos, nariz e pés. Aquilo denotava uma clara relação entre os
cinco sentidos e a santidade. Então comecei a entender.
O princípio de Santidade ao Senhor é tão importante, que Ele
mesmo mandou gravá-lo numa placa de ouro puro para colocá-la no
turbante do sumo sacerdote (Êxodo 28: 36). Na testa dele, todo
mundo veria que era um homem separado para o Senhor, pois
quando a Bíblia fala em santificação, está se referindo a uma
consagração para uso exclusivo de Deus. Isso inclui também os
membros do corpo:
“Da mesma forma que vocês costumavam oferecer seus vários membros como
escravos à impureza e à desordem, que conduzem a mais desordem, ofereçam agora
seus membros como escravos à justiça, que conduz ao processo de tornar santo,
separar para Deus.” Romanos 6:19 (Versão Judaica).14

Como vimos no capítulo três, ao longo da história, partes


estratégicas do corpo foram decoradas com objetos específicos, a
fim de tornar o corpo mais atraente, sensual e desejável (tanto para
o sexo oposto, como para pessoas do mesmo sexo). Assim, não
somente roupas e acessórios, mas também sapatos15 e cosméticos,
tornaram-se instrumentos primários na sedução dos olhares.
Esse é o caso do batom16. Durante séculos, colorir a boca esteve
tão associado à sensualidade e às más intenções, que o seu uso
chegou a ser proibido em alguns países. Na Grécia, por exemplo,
durante o século II, existia uma lei que proibia as mulheres de utilizar
pigmentações na boca antes do casamento. Na Inglaterra do século
XVII, esta prática era também proibida, pois dizia-se que as moças
que se valiam desse recurso, tinham um grande poder de sedução,
capaz de enganar os homens .
No artigo “A Santificação dos Sentidos” (MILHOMENS, 2013),
identificamos pontos importantes no entendimento dessa relação
entre os membros, os sentidos e a santidade. Por meio dos cinco
sentidos, nosso corpo interage com o mundo exterior. Eles são a
porta para a alma, lugar da nossa personalidade, pensamentos,
sentimentos e vontade.
“Os sentidos do nosso corpo, em si, não provocam o bem ou o mal. São servos
destituídos de vontade. São necessários à comunicação e à vida. Sem eles,
permaneceríamos em trevas absolutas e apenas vegetaríamos sobre a Terra. O uso que
fazemos deles é que determina sua bênção ou maldição” (MILHOMENS, 2013).17

Com o advento do pecado, em lugar de sermos alimentados e


dirigidos por Deus, passamos a nos guiar por tudo o que é tangível e
palpável, menos pelo Espírito Santo. Os nossos sentidos se
tornaram o alimento da nossa alma! Então, quando ouvimos a voz da
serpente olhamos para o fruto, sentimos o seu cheiro e, ao tomá-lo
em nossas mãos, o experimentamos, saciando o desejo gerado em
nosso interior.
A nossa alma é composta por três elementos principais: Mente
que aponta para os pensamentos; Emoções, que tem a ver com os
sentimentos; Vontade, relacionada ao querer. Daí a necessidade de
vivermos um processo de regeneração dos sentidos.
Definitivamente, a santidade se evidenciará em nosso corpo, quando
deixarmos tudo o que nos afasta de Deus. Que sejamos
descontaminados para que, no nosso espírito, possamos
experimentar o agir de Deus.
Respondendo às perguntas que ele me fez
Depois de entender sobre a importância da santificação dos
sentidos, estava pronta para voltar às perguntas que nos foram
feitas pelo Senhor. Realmente fiquei impressionada, quando os meus
olhos se abriram e percebi a relação delas com os cinco sentidos do
corpo humano: Paladar, visão, tato, olfato e audição. Veja só:

“Com esses batons vermelhos as mulheres podem cantar para


mim?”
Batons destacam a boca, órgão através do qual, não só
experimentamos os sabores - sentido do gosto -, mas também nos
comunicamos com o mundo exterior. Foi o próprio Senhor o criador
dela, mas como nós a temos usado? É dela que saem as palavras,
as quais expressam o que está coração, e isso é tão importante,
que, não em vão, a Bíblia diz que “o que contamina o homem não é o
que entra na boca, mas o que sai dela” (Mateus 15:11). Então
pergunto, da sua boca tem saído bênção ou maldição?
Em Provérbios 10:11, vemos que “a boca do justo é fonte de vida,
mas a violência cobre a boca dos perversos”. De acordo com o
texto, aquilo que falamos associa-nos ao grupo dos justos ou ao dos
perversos, não há um ponto intermediário! Para Deus, as nossas
palavras são algo muito sério. Todavia, se temos falhado com as
nossas bocas, como podemos nos santificar?
Pois bem, de acordo com a experiência do profeta Isaías, quando
nos colocamos diante do Senhor e Ele tem uma missão para nós, Ele
mesmo pode santificar os nossos lábios, assim como purificou os
dele com brasas vivas do seu altar (Isaias 6:5-7).
“Com esses olhos marcados as mulheres podem cantar para
mim?”
O objetivo do delineador é realmente destacar o olhar, pelo que
esta pergunta aponta especificamente para os olhos. Graças à
visão, as imagens podem ser capturadas e enviadas ao cérebro,
para que este faça o reconhecimento e a interpretação delas18. A
frase “Os olhos são a janela da alma” não existe por acaso. Eles têm
a mesma função das janelas: quando estão abertos, trazem luz.
Fechados, impedem que ela entre (Mateus 6:22 - 23).
Muitas vezes, estamos “à beira do caminho” e nem percebemos o
quanto precisamos do toque do Senhor para que nossos olhos sejam
abertos e possamos ver! Da mesma forma que acontece com a
purificação das nossas bocas, somente Jesus poderá nos fazer
enxergar novamente. Esse é o exemplo que aprendemos em Marcos
10:46-52, com Bartimeu, o cego de Jericó.
Aquele homem encontrava-se mendigando na beira do caminho
quando ouviu que Jesus, o conhecido operador de curas e milagres,
estava perto. Então, ainda que perdido entre a multidão, o cego
ousada e incessantemente clamava ao mestre: ”tem misericórdia de
mim!”, sem importar-se com as repreensões das pessoas ao seu
redor. Finalmente, a sua fé e perseverança renderam fruto: o seu
salvador o chamou.
Ele levantou-se imediatamente e, deixando para trás a sua capa,
foi com bom ânimo a um encontro pessoal com o Senhor. Este lhe
perguntou: “o que queres que eu te faça?”, e a petição dele foi direta
e clara: “Que eu veja!”. Diante disso, sem maiores rodeios, Jesus lhe
concedeu a visão dizendo: “vai, a tua fé te salvou”, então o cego
passou a ser o seu seguidor.
Que tenhamos a mesma disposição de coração desse cego!
Quem, sem duvidar, ao ser chamado livrou-se imediatamente de tudo
o que o impedia de ir até Jesus. E mais, que ao sermos interrogados
sobre o que precisamos, que peçamos visão. Se pedirmos ao
Senhor, com fé, a restauração dos nossos olhos, com certeza a sua
resposta será: “Efatá!” Que se abram!. Só quando somos purificados
pelo Senhor, o seu propósito para as nossas vidas começa a ser
cumprido.

“Com qual esmalte as mulheres podem oferecer sacrifícios?”


Esmaltes apontam, neste caso, para nossas mãos, com as quais
temos contato com aquilo que tocamos. Isso se dá através do tato,
o sentido que nos permite perceber vibrações e toques, com a ajuda
de neurônios sensoriais.
Quando o Senhor chamou Moisés para libertar o Seu povo do
Egito, Ele perguntou-lhe o que tinha em suas mãos, referindo-se ao
cajado que usava cotidianamente no pastoreio (Êxodo 4:1-2). Nessa
história, podemos ver como o instrumento que Deus usou para se
glorificar diante dos egípcios foi precisamente algo que Moisés já
possuía. Por isso, o Senhor nos pergunta hoje: “o que você tem em
suas mãos?”. E mais, elas estão limpas para utilizar o que você tem?
Para cumprir os Seus propósitos eternos, Ele poderá usar o que
tem confiado especificamente a você (talento, destreza, habilidades,
etc.), pois está ligado diretamente ao propósito para o qual o criou.
Contudo, é imprescindível que as suas mãos e coração sejam
purificados pelo Senhor, porquanto somente assim poderemos subir
ao monte do Senhor (Salmo 24:3-4).
Então, se você quer cumprir o propósito de Deus para sua vida e
quer se consagrar a Ele, mas sente que as suas mãos não estão tão
limpas como deveriam, se aproxime de Jesus e peça essa
santificação, certamente, Ele vai te sarar como fez com o homem da
mão mirrada (Marcos 3:1-5).

“As mulheres podem dançar comigo usando sandálias de


salto?”
Esta pergunta aponta para os pés, os quais permitem ao homem
se movimentar por diversos espaços e ter contato com o lugar onde
pisa através do tato. Quando Deus falou com Moisés, a sua primeira
ordem foi que tirasse as sandálias dos pés, já que o lugar onde
pisava era santo (como é todo lugar onde Deus está). Só depois, o
profeta pôde permanecer na presença dEle e ouvir a Sua voz (Atos
7:33 -34).
O Senhor tinha visto o sofrimento do povo e ouvido o seu clamor,
pelo que decidiu descer pessoalmente para libertá-lo. Contudo, para
executar essa grande missão, Ele mesmo comissionaria um simples
mortal, que por sua vez deveria estar descalço. Curiosamente, Deus
deu a mesma ordem a Josué, antes de lhe dar a conquista da terra
prometida.
Obedecer ao comando de descalçar-se tem a ver com rendição,
sujeição, temor e entrega. Lastimosamente, se essa não for a
disposição daquele que se diz adorador, definitivamente não lhe será
possível estar diante de Deus no Santo dos Santos.
Só o Senhor pode nos conduzir ao lugar que reservou para nós,
só Ele sabe o que devemos fazer para entrar e permanecer na sua
santa presença! Se você não está conseguindo caminhar até Ele,
lembre-se daquele paralítico, cujos amigos o levaram na presença de
Jesus para ser curado (Lucas 5:19-30). Assim como esse homem,
você também tem um amigo fiel que pode conduzi-lo até Jesus para
que os seus pés sejam restaurados: O Espírito Santo de Deus.

“Que perfume as mulheres exalarão em minha presença?”


Perfumes apontam para o nariz, para o nosso olfato, sentido que
usamos na identificação de fragrâncias. Simultaneamente, esta área
do corpo encarrega-se de filtrar o ar que respiramos, aquecê-lo e
umidificá-lo para que possa chegar aos pulmões, permitindo assim a
vida.
O magnífico simbolismo disso é que, ao lermos a história da
criação, vemos que na criação de Adão o Senhor usou precisamente
as narinas dele para soprar nelas o fôlego de vida. Foi assim que o
homem passou a ser uma alma vivente (Gênesis 2:7), embora o
espírito de Deus fosse retirado dele depois por causa do pecado.
Curiosamente, após Sua morte e ressurreição, Jesus apareceu
aos seus discípulos e o primeiro que fez foi assoprar neles o seu
Espírito (tal como fizera com Adão) antes de enviá-los a cumprir o
seu propósito (João 20:21-22). Portanto, vemos que só é possível
vivermos e cumprirmos aquilo que Deus determinou para nós, se
tivermos o sopro do seu Espírito, sem Ele, o nosso esforço não será
mais do que uma obra natural e limitada. Palha que não resistirá à
prova do fogo.

“Com qual roupa as mulheres podem entrar no Santo dos


Santos e me adorar?”
Quando estava concluindo este livro, uma das filhas amadas que
o Pai me confiou compartilhou uma experiência que teve com Ele na
noite anterior. No momento da adoração, ela entendeu que não
estava com uma roupa adequada e me pediu um lenço para se
cobrir. Estava constrangida, pois Jesus tinha falado para ela:
“A minha Igreja está como você, sem jeito para adorar, porque suas vestes não estão
adequadas!”.

Então eu me pergunto: como poderemos entrar no Santo dos


Santos para adorar, se ao escolhermos a roupa para vestir,
queremos trazer outra mensagem que não seja santidade de Deus?
O exterior reflete o que está no nosso coração. Se somos separados
para o Senhor, o que expressamos com nossa roupa é consequência
do seu Reino em nós. Deus quer gerar novas vestes, que indiquem
quem somos nEle, por isso diz à igreja:
“Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo… Vestes brancas para te
vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez” (Apocalipse 3:18).

No artigo “A Vestimenta que Agrada a Deus”, Dennis Allan afirma


que a mulher é uma das mais belas obras do Senhor. Essa beleza
atrai olhares e isso não viola os princípios da Palavra. No entanto, é
necessária uma avaliação em todas as nossas escolhas e com as
vestimentas não é diferente. Para o autor: “O excesso de vaidade
danifica nosso testemunho, traz vergonha ao Evangelho de Cristo,
apaga nossa consciência à voz e obra do Espírito Santo e,
separando-nos de Deus, impede nossa comunhão com Ele” 19.
Devemos nos vestir de uma maneira que mostre ao mundo nossa
feminilidade e não nossa sexualidade. Essa diferenciação só será
possível se analisarmos a questão à luz da Palavra de Deus. Meu
corpo não é para ser exposto. Ele tem dono! Chama-se Jesus
Cristo...
Finalmente, percebi que faltava um dos sentidos: A audição. Qual
dessas perguntas apontava para ela, ou seja, para os nossos
ouvidos? Diretamente, nenhuma! Só existe um lugar onde teria a
resposta, naquele que é o autor e consumador da minha fé. Então,
como Habacuque, fiquei na torre de vigília sobre a fortaleza e me
atentei para ouvir o que Deus diria, e Ele me respondeu dizendo:
“Escreve a visão”.
“O Senhor Deus me deu uma língua erudita, para que eu saiba dizer a seu tempo uma
boa Palavra ao que está cansado. Ele desperta-me todas as manhãs, desperta o meu
ouvido para que ouça, como um discípulo. O Senhor Deus me abriu os ouvidos e eu
não fui rebelde; não me afastei para trás” (Isaías 50:4 e 5).

A audição é responsável pela percepção e interpretação de sons.


“Quem tem ouvidos, ouça!”. Quantas vezes essa frase aparece nas
Escrituras? Bem, o senhor Jesus a repetia sempre que ensinava,
pois ainda que muitos o ouvissem, sabia que poucos o estavam
escutando.
Àqueles últimos, dizia-lhes que Deus lhes tinha sido concedido
saber os mistérios do reino de Deus, embora aos de fora
simplesmente lhes falasse por parábolas, para que: vendo, não
percebessem e ouvindo-as não as entendessem. Nesse caso,
certamente converteriam e os seus pecados lhes seriam perdoados
(Marcos 4:11 - 12).
Na Bíblia , o significado da palavra “ouvir” remete, diretamente,
ao sentido da audição, ou seja, é aquilo que o ouvido capta. Já o
verbo “escutar” corresponde ao ato de ouvir com atenção, a fim de
entender o que está sendo captado, compreendendo e processando
a informação internamente. O segundo “ouvir” da frase (“Quem tem
ouvidos ouça”) está ligado à disposição de obedecer, mudar, agir.
Quando estudamos as sete cartas do livro de Apocalipse,
percebemos que, a primeira condição para receber a bênção
designada a cada Igreja, é ouvir o que o Espírito diz: “Quem tem
ouvidos escute”; “Quem tem ouvidos compreenda”; “Quem tem
ouvidos ouça”.
Se você chegou até esse ponto da leitura, é porque apesar da
dureza da mensagem, algo o tem impelido a continuar até o fim.
Glória a Deus por isso! Sei que pode parecer um discurso retrógrado
e extremamente duro, que vem de encontro algo muito defendido no
nosso tempo, a liberdade. Tanto que a mídia e o mundo nos dizem
constantemente: “o corpo é seu, faça dele o que quiser!”.
Não obstante, para os verdadeiros cristãos, adoradores de Jesus
Cristo, o nosso corpo já foi comprado por um alto preço, e não mais
nos pertence. Ele é o lugar de habitação do Espírito do próprio
Deus, que é “Santo, Santo, Santo”. Por isso, de acordo com a Bíblia
, se nascemos de novo Nele, devemos glorificá-lo também no nosso
corpo, porquanto é propriedade do Senhor (1 Coríntios 6:19 - 20).
Diante de tudo o que tem sido dito anteriormente, quero ressaltar
mais uma vez que estes ensinamentos não provêm de mim. A própria
Palavra de Deus é clara a respeito deste tema. Porém, a decisão é
sua, simplesmente: “Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça”.
Mas, se a sua decisão é perseverar para a eternidade, custe o
que custar, e agradar àquele que lhe chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz, pode se dizer que, acima de tudo, a sua busca
pessoal é pelo reino de Deus. Então, os capítulos seguintes são para
você.
Para mais informação sobre o tema, consulte o capítulo: As vestes de um adorador, no meu
livro anterior: “Caminhos em Busca do Santo dos Santos” (2015). Disponível em:
<https://mcmloja.com/livros/36-caminho-em-busca-do-santo-dos-santos.html>
Bíblia Judaica Completa: O Tanakh (AT) e a B’rit Hadashah (NT) / Tradução do original para o
Inglês: David H. Stern; Tradução do Inglês para o Português: Rogério Portella, Celso
Eronides Fernandes. São Paulo: Editora Vida, ٢٠١٠.
De acordo com Guilherme Mota, mesmo que originalmente fossem uma peça masculina na
corte de Luiz XIV (rei da França de 1643 a 1715), atualmente, os sapatos de salto alto são um
item chave para a sensualidade feminina. Estudos indicam que se trata do elemento que
mais desperta a libido e o fetiche nos homens. Fonte: Como Surgiu o Salto Alto. Disponível
em: <https://super.abril.com.br/historia/como-surgiu-o-salto-alto/>. Acesso em maio de 2018.
Fonte: História do Batom. Disponível em: <http://www.historiadetudo.com/batom>. Acesso em
maio de 2018.
MILHOMENS, V. A Santificação dos sentidos, 27 de Dezembro de 2013. Fonte:
<https://guiame.com.br/gospel/mundo-cristao/santificacao-dos-sentidos-valnice-
milhomens.html> Acesso em outubro de 2018.
MODA de Pintar os Olhos do Egito até Hoje. Disponível em: <https://blog.e-
lens.com.br/moda-de-pintar-os-olhos-do-egito-ate-hoje/>. Acesso em maio de 2018.
Disponível em: <https://www.estudosgospel.com.br/estudo-biblico-polemico-dificil/a-
vestimenta-que-agrada-a-deus.html>. Acesso em maio de 2018.
CAPÍTULO 6
EM BUSCA DO REINO DE DEUS
“Venha o teu Reino, seja feita a tua vontade, assim na Terra como no céu” (Mateus 6:10)

Em toda a história da humanidade, diversos homens detiveram o


poder, e, ao governar sobre outros homens, foram constituídos como
reis. Em consequência, nasceram os reinos sobre a terra. Diferente
dos outros povos, Israel não tinha um rei, mas o próprio Deus reinava
sobre eles por meio de seus profetas. No entanto, a nação não
entendeu esse lugar de honra, cuidado e proteção, então pediu sobre si
um rei humano (I Samuel 8:4-5).
O Senhor os advertiu sobre as consequências de sua escolha, mas
independente dessas consequências, Israel continuava desejando ser
como todas as outras nações. Desde então, foram dominados e
subjugados inúmeras vezes por muitos povos, até que um dia,
clamaram por um libertador.
Quando o Rei da glória, Jesus, veio a Israel, ele proclamava e
manifestava um Reino que não era deste mundo (João 18:36a), mas de
um mundo espiritual, interior, invisível, intangível, onde a vontade do
homem está submissa à vontade do Pai. Porém, o seu povo não o
reconheceu (João 1:10-11). Eles o rejeitaram e entregaram à morte,
pois continuavam ansiando um rei terreno, um guerreiro libertador,
assim como quando pediram um rei pela primeira vez.
Entretanto, àqueles que o reconheceram como o Messias, filho de
Deus, Ele mesmo lhes concedeu as primícias do seu Santo Espírito
para que fossem pelo mundo pregando o evangelho. Em função disso,
assim como o nosso Senhor, fomos chamados a manifestar o seu
Reino aqui na terra.
Para tanto, como cristãos, não podemos permitir que seja o pecado
quem reine em nós, nem obedecer aos seus desejos com os nossos
membros. Pelo contrário, de acordo com Paulo, antes que tornar eles
instrumentos de iniquidade, nós devemos apresentá-los a Deus como
instrumentos de justiça (Romanos 6:12-14).
Toda vez que não nos conformamos com os padrões deste século,
estamos manifestando ao mundo que sobre nós, filhos de Deus, há um
reinado totalmente diferente. Aí sim, poderemos dizer: venha a nós o
teu reino Jesus! A necessidade da manifestação desse Reino, sempre
era um ponto crucial naquilo que o Senhor falava para nós, e disse
ainda: “Vocês perderam o caminho, a justiça e a alegria de vestir-se do
meu Reino!”.
Ao falar conosco sobre essas vestes do reino, Ele descreveu uma
grande quantidade de peças para serem confeccionadas. Estas tinham
não só tecidos e cores específicas, mas uma série de textos bíblicos
que deveriam ser bordados dentro deles, com uma única finalidade:
que aquele que as vestisse, se responsabilizasse pelo que diz
acreditar. Como disse, tudo apontava sempre para o anúncio do Reino
de Deus e da pessoa de Jesus.
No entanto, entre todos os ensinamentos que envolveram a escrita
desse livro, a que mais me chamou a atenção foi a urgência do Senhor
de que compreendêssemos o que significa “sarar a terra” para que o
Reino Dele se manifeste!
“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face
e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus
pecados, e sararei a sua terra” (2 Crônicas 7:14).

O nosso arrependimento aqui, se revela uma condição para que


Deus sare a terra. Ele confiou a nós toda a natureza, mas ela tem sido
destruída pelo próprio homem, em sua busca incessante de ter mais do
que os outros. Por causa dessa ambição, o homem não somente tem
destruído o mundo perfeito que Deus fez para ele cuidar, mas também
os seus próprios semelhantes. Compreendi que havia um novo
entendimento a ser desvendado a nós do que significa para Deus a
manifestação do seu Reino na terra.
Foi naquele tempo, e em meio a essa busca por respostas para as
inúmeras dúvidas geradas, que o Senhor trouxe uma direção
específica, porém difícil de compreender: “Borde no antebraço
esquerdo: Romanos 8 e, nos ombros: “Santo, Santo, Santo!”.
Diante disso, passei a estudar com atenção esse capítulo de
Romanos, mas desde a perspectiva das verdades, até então,
reveladas a nós. Durante a leitura, percebi que o ponto de partida era o
verso 19: “A ardente expectativa da criação aguarda a manifestação
dos filhos de Deus”.
Quem são os filhos de Deus e o que os define ou qualifica como
tais? Perguntei-me. Não podemos simplificar um conceito tão profundo
simplesmente citando alguns versículos. Se Deus nos pede para
agirmos como filhos, precisamos entender como sermos filhos, pois, só
assim, estabeleceremos o “Reino do nosso Pai”.
Todos os seres humanos foram criados filhos de Deus. No entanto,
o pecado de Adão rompeu essa relação e fez com que essa condição
inicial do homem se perdesse. Assim, no dia que pecamos, perdemos a
paternidade. Mas, mesmo que o homem deixasse de ser filho, Deus
não deixou de ser pai! Por isso, Ele mesmo providenciou Um Caminho,
por meio da adoção, para restaurar nossa condição de filhos.
“Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob
a lei, Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. E,
porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama:
Aba, Pai. Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de
Deus por Cristo” (Gálatas 4:5-7).

Só através dessa adoção podemos ser conduzidos de volta à


paternidade de Deus, porém, a verdadeira prova de que realmente
houve essa filiação sobrenatural com Ele, é a manifestação do seu
Reino em nós e através de nós. O mais incrível disso, é que até o
universo aguarda esta manifestação, pois ele também será liberto,
tomando parte na gloriosa liberdade dos filhos de Deus (Romanos
8:20-21).
Na verdade, o propósito do Senhor sempre foi que a humanidade
reinasse sobre toda a criação. No entanto, da mesma forma que Adão
cedeu o domínio em relação à Terra, Satanás continua recebendo
poder para agir na vida das pessoas, por meio do pecado. Sabemos
que Deus poderia ter destruído o diabo e suas hostes com uma
palavra, já na origem de todas as coisas. Porém, Ele optou por
derrotar as trevas através de sua autoridade delegada ao homem,
criado à sua imagem e semelhança.
Segundo Erwin Macmanus20, cientistas dizem que o movimento das
asas de uma borboleta na América do Sul poderia ser a causa primária
de uma avalanche na Antártida. A Bíblia nos mostra isso quando relata
que o pecado de um homem e sua mulher ocasionou uma ruptura em
toda a história da humanidade e da própria natureza.
O simples (mas proibido) fato comer do fruto da árvore do
conhecimento do bem e do mal, constituiu a causa primária da fome
nos desertos, dos tsunamis que engolem comunidades inteiras, dos
terremotos que sacodem a Terra e da força imprevisível e violenta da
natureza.
Mas Deus quer restaurar todas as coisas, e para isso Jesus veio
buscar e salvar o que se havia perdido. Ele outorgou novamente ao
homem, domínio e autoridade na cruz! Tanto nós, que temos as
primícias do Espírito, quanto a criação, gememos e suportamos
angústias, aguardando a adoção de filhos e a redenção do nosso corpo
mortal.
Esse nascimento vem de Deus. Somos nascidos nEle. Porém, só
podemos desfrutar dessa filiação a partir do momento em que a nossa
vontade se torna compatível com a do Senhor. Sabemos que “todo
aquele que é nascido de Deus não vive pecando” (1 João 3:9). É na
busca constante por santificação que manifestamos que pertencemos
ao seu Reino.
Ser filho é reconhecer que alguém tornou sua vida possível e se
sacrificou a si mesmo para que hoje você pudesse ser o que é. Ser
ciente disso é também carregar consigo a responsabilidade de
representar àquele que lhe deu uma nova chance de viver. Mas não de
qualquer maneira. De acordo com as escrituras, a amizade com o
mundo e tudo o que ele representa, significa diretamente uma inimizade
com Deus (Tiago 4:4). Diante disso: “Andemos no Espírito, para que
não satisfaçamos às concupiscências da carne” (Gálatas 5:16).
À luz da Bíblia , a forma que nos comportamos evidencia claramente
aquilo ao que estamos nos submetendo e consequentemente, se
somos ou não filhos de Deus. Para Paulo, aqueles que andam segundo
os seus próprios desejos e paixões, estão visivelmente inclinados e
dominados pelas coisas da sua carne. Isso, em termos eternos, é algo
muito sério.
Paulo deixa claro que a inclinação para os desejos da carne
representa sem dúvidas, inimizade contra Deus. Quem anda segundo a
carne, não se sujeita à Palavra, NEM CONSEGUE FAZÊ-LO, logo,
também não consegue agradar a Deus (Romanos 8:7 - 8).
Em contrapartida, aqueles que se inclinam para o que é do Espírito,
para a vida, não estão mais sob o jugo dos seus desejos naturais, e
contra esses não há nenhuma condenação (Romanos 8:1) O seu ser,
corpo e alma, está submetido por amor à vontade e autoridade do seu
Senhor e salvador: Jesus Cristo. Esses receberam o poder de serem
chamados filhos de Deus e são os que, habitualmente, vemos
manifestando e estabelecendo o Reino dEle sobre a terra (Romanos
8:5-6-14).
Apesar de estarmos no mundo, não podemos ser como o mundo diz
que devemos ser, nem sermos conduzidos pelas suas tendências e
imposições, a escolha sempre será nossa. Nada obstante, tanto no
antigo quanto no novo testamento, pode se ver que as nossas escolhas
não só mostram quem somos verdadeiramente (se filhos de Deus, ou
não), mas também, se encarregarão de nos conduzir a um destino, aqui
na terra e também na eternidade.
Lembremos que a palavra Santidade significa separação PARA o
Senhor. Isso, mais do que a prática de uma religião ou um falatório
vazio, precisa se evidenciar em tudo o que fazemos, escolhemos,
pensamos, agimos e dizemos, pois a Bíblia é clara: sem santificação,
ninguém verá a Deus (Hebreus 12:14).
Precisamos tornar santo o nosso procedimento, a fim de sermos
semelhantes a Jesus, transformando o nosso pensamento e renovando
a nossa mente, segundo a natureza do Senhor (Romanos 12:2). É
preciso discernir e viver o seu Reino em nosso dia a dia, nos revestindo
dEle.
“Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as
obras do corpo, vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos
de Deus… E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é Ele
que segundo Deus intercede pelos santos” (Romanos 8:13 e 14:27).

Jesus disse que, para sermos seus discípulos, deveríamos negar a


nós mesmos, tomar a nossa cruz e segui-lo (Lucas 9:23). Precisamos,
portanto, nos oferecer a Deus como sacrifício vivo e santo. Para isso,
Ele mesmo nos deixou o Espírito Santo, pois é Ele quem nos convence
do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8), e também nos ajuda em
nossas fraquezas, intercedendo por nós com gemidos inexprimíveis
(Romanos 8:26). Mas, o que tinha a ver isso com o antebraço
esquerdo e as vestes que estávamos confeccionando?

No Antebraço Esquerdo: “Romanos 8!”


Pois bem, quando recebi essa palavra, imediatamente tentei
entender por que o Senhor indicou o antebraço esquerdo, pelo que
comecei a buscar versículos bíblicos que fizessem alusão a esse lado.
Finalmente, identifiquei que o lado esquerdo, normalmente, não está
relacionado a algo bom. Veja comigo:
Em Eclesiastes 10:2, por exemplo, diz que “o coração do sábio está
à sua direita, mas o coração do tolo está à sua esquerda”. Assim
também, durante o grande julgamento das nações descrito em Mateus
25, Jesus “colocará as ovelhas à sua direita, mas os bodes à
esquerda”, os quais, por sua vez, representam aqueles que não fazem
atos de justiça. Já o capítulo 48 de Gênesis, que relata o encontro de
Jacó com José e os filhos dele, evidencia que a bênção é repassada
pela mão direita.
Se esse lado não representa algo positivo na Bíblia , por que
Romanos 8 devia ser escrito no antebraço esquerdo da nova veste?
Ao imaginar a sua confecção de acordo com essas especificações, de
repente, veio ao meu coração a armadura de Deus descrita em Efésios
6. Nas armaduras comuns, cada componente tem um propósito
específico, bem como um lugar a ser colocado.
Esta armadura especificamente apresenta elementos, tanto para
ataque, como para defesa. As sandálias dos pés, por exemplo, são
apresentadas como uma arma de ataque, pois fazem referência à
proclamação do evangelho, ou seja, ao “Ide de Jesus” ao território
inimigo. Já na mão, empunhamos a espada do Espírito da Palavra (um
armamento de defesa e ataque ao mesmo tempo).
Mas ao olharmos para o lado contrário à espada, encontramos o
Escudo da fé, uma arma de defesa pessoal com a qual podemos
apagar os dardos inflamados do maligno.

Espada e escudo. Fonte: Acervo pessoal.

Meditando sobre isso percebi que, habitualmente, enquanto a


espada fica no lado direito, o escudo costuma ficar no antebraço
esquerdo. Então comecei a compreender o significado do comando do
Senhor! Além de ser uma arma de defesa, o escudo é um elemento
de identificação, pois o brasão real costumava estar gravado nele,
assim, já de cara, o cavaleiro mostrava aos inimigos a qual reino
pertencia.
Sabemos que todo exército tem diante de si um estandarte, cujo
brasão representa a imagem única de uma infinidade de guerreiros,
sendo o símbolo da unidade, por isso fortalece esse exército. Na Bíblia
, o Senhor é o nosso estandarte e todos nós somos um nEle! Ou
seja, não estamos sozinhos nesta guerra! Fazemos parte de um grande
exército, que representa o Reino dos céus e, à frente dele, está nosso
Deus, o Senhor dos exércitos.
Há uma guerra declarada aos filhos de Deus, desde a fundação do
mundo, quando Deus comissionou, pela primeira vez o homem, ainda
no Jardim do Éden a ser fecundo, se multiplicar, sujeitar e dominar a
terra (Gênesis 1:28). Para tanto, Deus gerou uma armadura para os
seus filhos, a fim de que possamos resistir o dia mau e, finalmente,
havendo feito tudo, continuar firmes.
Mas lembre-se, a nossa luta não é contra carne nem sangue
(Efésios 6:11-12), portanto, em cada batalha contra o inimigo e seus
ardis, o nosso principal escudo é Jesus. É a fé nEle o que nos protege
em cada ataque, é a nossa identidade de filhos de Deus o que nos une
como irmãos e nos faz mais fortes, mas também é o novo nascimento
nesse Reino celestial, o que nos faz manifestá-lo espontaneamente
aonde quer que formos. No entanto, essa transformação de vida só
têm início em nós, com a revelação da Sua santidade no nosso interior.
“Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente
na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo; Como filhos obedientes, não
vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; Mas,
como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira
de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou Santo” (I Pedro 1:13-16).
Nos Ombros: Santo, Santo, Santo!.
A palavra “Santo” tem origem hebraica: (‫“ )קדוש‬Qadash” ou
“kadosh”. O seu significado é “sagrado, consagrado, separado”. Como
veremos a seguir nas escrituras, Deus sempre separou umas coisas de
outras e as reservou para si.
No livro de Gênesis (2:2-3), pode se ver que a criação de tudo foi
feita por Deus durante seis dias, mas o sétimo, Ele mesmo o santificou
para descansar da obra que fizera, ou seja, o separou para si.
Inclusive, após o dilúvio, ao citar a descendência de Noé, o texto diz
que eles foram separados segundo suas famílias e suas línguas, em
suas terras, em suas nações. Mais à frente, na construção da Torre de
Babel, Deus também fez separação entre os povos e os espalhou por
toda a Terra.
A partir de Abraão, Isaque e Jacó, Deus formou para si uma nação.
No entanto, para que fossem os seus representantes na terra, aquelas
pessoas deveriam se separar, consagrando-se ao Senhor e seguindo
os seus preceitos. Então lhes disse:
“Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis a
minha propriedade peculiar entre todos os povos, porque toda a Terra é minha. Vós me
sereis reino de sacerdotes e nação santa” (Êxodo ٦-١٩:٥).

Foi por meio de Moisés, que Deus trouxe diversas orientações, a


fim de revelar sua santidade àquele povo e lhes ordenou: “ser-me-eis
santos, porque eu, o SENHOR, sou santo, e vos separei dos povos,
para serdes meus” (Levítico 20.26). Essas direções foram escritas no
livro de Levítico, cujo pensamento principal é a santidade do Senhor e
do homem. Este contém a lei dos sacerdotes de Levi (tribo de Israel
separada para exercer a função sacerdotal).
A questão da separação é tão importante no livro todo que, no
capítulo 19, ressalta-se a importância de não misturar coisas, algumas
aparentemente insignificantes. A Bíblia de Estudo Dake21, comenta:
“Deus queria que Israel mantivesse pureza em todos os níveis. A separação deveria
caracterizar cada faceta da vida do povo, da pureza do gado às espécies de semente que
poderiam semear em seus campos. Até o tecido da roupa das pessoas deveria ser puro. Se
esse tipo de separação deveria ser mantido nos mínimos detalhes, quanto mais em se
tratando de se miscigenar com nações pagãs” (p.217).

O que significa “ser separado”? Trata-se de algo sem mistura,


escolhido por Deus para um propósito específico. A contaminação
iniciada na nossa natureza humana por Adão é purificada mediante a
santificação que o Senhor Jesus começa em nós, quando nascemos de
novo. É fato que a santificação me afasta do pecado e me aproxima de
Deus. Todavia, é esse relacionamento com Ele, o que me leva a tomar
atitudes de consagração, pois a sua presença e amor me constrangem,
fazendo-me aborrecer o pecado, de forma quase espontânea.
Jesus viveu como homem sobre a terra, e nunca pecou. Ele é o
nosso referencial! A santidade é um processo pelo qual nos
aproximamos de Deus e é por meio do seu Espírito Santo em nós que
a cada dia podemos nos tornar mais parecidos com Ele e fazer a sua
vontade. Conforme explica Romanos 12, para experimentar a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus, é necessário renovar a nossa
mente (Metanoia), pois, só assim, seremos transformados
(Metamorfose). Em síntese, quanto mais eu me santifico, maior a
possibilidade do Senhor me revelar a Sua santidade, já que Ele mesmo
disse: “Mostrarei a minha santidade àqueles que se aproximarem de
mim” (Levítico 10:6).
Quando o Senhor falou conosco a respeito de um padrão santo em
se tratando de produção do que vestir, afirmou que tudo o que era
necessário está na Bíblia , em suas vestes de santidade e pureza.
Quanto aos tecidos a serem usados, Ele foi enfático: “Aqueles que
apontem para mim! Linho puríssimo e Seda pura!”. Sobre elas e sobre
a sua importância, falaremos mais à frente.
Vestes de linho puríssimo
Ao longo de toda a Bíblia , pode se ver como diversos
acontecimentos e pessoas estão associados à pessoa de Jesus, e,
essa relação pode ser identificada através de algo chamado tipologia. A
área encarregada de estudar as figuras e símbolos (terrenos), com os
quais, Deus procura princípios do mundo espiritual. Graças à repetição
desses símbolos e dos seus respectivos significados, sabemos que,
em toda a Bíblia , Jesus é o tema central. Dentre os personagens
ligados à Sua pessoa, encontramos alguns que usaram vestes de linho,
como as sacerdotais.
Esse foi o caso de José, filho de Jacó, quem passou de pastor de
ovelhas a governador de Egito, por causa da sua fidelidade
incondicional para com Deus. Ele era muito amado pelo seu pai, e
recebeu dele uma túnica talar, sem costura. Isso despertou o ódio dos
seus irmãos, embora, mais tarde, se tornasse o seu salvador.
Tinha 30 anos de idade quando recebeu de Faraó autoridade sobre
todo o Egito, pelo que recebeu dele uma veste de linho fino, como
símbolo do seu poder (Gênesis 41:40-42). Mas, o que deu a o José
direito de usar uma veste de linho fino? Pois bem, o faraó reconheceu a
sabedoria de Deus em José, e isso lhe fez ganhar uma grande
autoridade, representada por uma nova veste que só a realeza
costumava usar (Gênesis 41:38-39).
Outro personagem que tinha vestes de linho como símbolo de
autoridade, foi o sumo sacerdote, Arão, quem foi levantado por Deus
para representar o povo diante dEle e para ser Sua voz entre as
pessoas. O Sumo Sacerdote tinha que usar veste de linho, sem
costura, para ministrar perante o Senhor. Mas, o que deu aos
sacerdotes o direito de usarem uma veste de linho fino?
Os levitas foram separados pelo próprio Deus para o oficio, mas
deviam obedecer à risca as suas ordens de consagração, a fim de que,
intercedendo pelo povo, eles mesmos não se contaminassem com a
sua iniquidade e fossem consumidos pela santidade do Senhor. Então
os antigos escravos hebreus deviam se transformar em “um reino de
sacerdotes e uma nação santa”, através da Palavra de Deus, para que
pudesse estar na presença dEle.
Diante disso, vemos que aquela posição de proximidade a Deus
também exigia um alto padrão de pureza e santidade, não só
cerimonial, mas moral.
Outro personagem que usou vestes de linho, foi o profeta Samuel.
Ele viveu no meio de uma geração que não ouvia ao Senhor, mas cada
um fazia o que achava mais certo. Este profeta foi gerado no ventre de
uma mãe estéril, quem o consagrou a Deus em agradecimento pelo
favor recebido. Samuel ministrava perante o Senhor, e desde menino,
era vestido com uma estola sacerdotal de linho feita pela sua mãe, ano
após ano (1 Samuel 2:18 e 19)
Agora, o que deu a Samuel o direito de usar uma veste de linho
fino? Simples, enquanto crescia, o profeta reverenciava ao Senhor com
o seu comportamento e consagração, como está escrito, Deus honra
àqueles que O honram (1 Samuel 2:26-30).
Naquela época, outro homem que usou vestes de linho foi o rei Davi.
Enquanto ainda era um jovem pastor, foi achado por Deus adorando
por trás das malhadas. Tempo depois, com 30 anos de idade, Davi se
tornou rei sobre todo o Israel, e usou uma estola sacerdotal, quando
trouxe a arca de volta para Jerusalém. Nesse dia, ele dançou
alegremente e com todas suas forças diante do Senhor, vestido de
linho puro (2 Samuel 6:12-14).
Mas, o que deu a este rei o direito usar uma veste de linho? Pois
bem, a respeito dele, Deus mesmo disse: “Achei a Davi, filho de Jessé,
homem conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade”
(Atos 13:22).
Por último, temos o Senhor Jesus. Assim como José e Davi, ele
iniciou seu ministério aos 30 anos de idade. No dia da sua crucificação,
os soldados tomaram as vestes de Jesus e as dividiram, contudo, por
causa da qualidade da sua túnica, eles não a destruíram, mas lançaram
sortes sobre ela, para saber com quem ficaria (João 19:23 -24).
Mesmo que Jesus usasse vestes diferentes durante a sua morte e
crucificação, aquela túnica chama em especial a nossa atenção, uma
vez que, assim como a de José e Arão, esta também não tinha
costuras. Tal como aponta Norbert Lieth22, esse fato fala de
indivisibilidade. Ou seja, indica que o seu sacerdócio não pode ser
dividido com ninguém. Ele é o único eterno Sumo Sacerdote, e além
dEle, não há nenhum outro mediador entre Deus e os homens (1
Timóteo 2:5 e 6).
Após a sua morte, Ele foi enrolado em lençóis de linho com aromas
(o mesmo tecido que constituía as paredes do Tabernáculo). A lei foi
cumprida e o Cordeiro - sem mácula - tinha sido imolado por nós! Já no
céu, Jesus foi visto vestido de uma veste talar, cingido à altura do peito
com um cinto de ouro (Apocalipse 1:12 e 13). Mas o que deu a Ele o
direito de usar uma veste de linho fino?
O trecho de Filipenses 2:5-11 resume tudo. Mesmo tendo a
natureza divina, Ele não se valeu do fato de ser Deus, mas abriu mão
da glória e o poder que, por direito, lhe pertenciam. Então,
voluntariamente, passou de rei a servo, vivendo uma vida comum como
qualquer ser humano. Ele foi humilde e obediente a Deus até o fim, por
isso, após cumprir a sua missão na terra, o seu Pai lhe deu a mais alta
honra e o colocou acima de tudo. Por causa disso, um dia, diante do
nome de Jesus Cristo, todas as criaturas existentes cairão de joelhos e
dirão que Ele é o Senhor, para a glória de Deus Pai.
E nós? Temos o direito de uma veste de linho fino?
Sabemos que toda pessoa que nasce de novo, é chamada a despir-
se do velho homem e a se vestir do novo, ou seja, a se revestir do
Senhor Jesus Cristo (Romanos 13:14). Somente esses constituem a
noiva do Cordeiro e, de acordo com a Palavra, a ela lhe foi dado vestir-
se de linho finíssimo, resplandecente e puro (o qual representa os atos
de justiça dos santos), para ataviar-se para as bodas do cordeiro
(Apocalipse 19:7-8).
Muitos conjecturam sobre o que vem a ser “atos de justiça”. E a
resposta foi dada por uma mãe a seu filho, em Provérbios 31. Esse
texto é muito conhecido por descrever à mulher virtuosa, contudo, se
observamos com atenção, ele traz quatro versículos que descrevem
obras justas que os crentes devem fazer:
● Abrir a boca a favor do mudo, pela causa de todos que são
designados à destruição (8).
● Julgar retamente e fazer justiça aos pobres e aos
necessitados (9).
● Abrir a mão ao pobre e estender as mãos ao necessitado
(20).
● Abrir a boca com sabedoria, para falar da lei da clemência
(26).
Isso é o que Deus espera da igreja, pois essas são as atitudes da
noiva com a qual Jesus vai se casar para um dia governar às nações.
No capítulo a seguir, veremos como, na história de Israel, existiu uma
grande mulher que tipificava essa noiva perfeita.
Uma das coisas mais lindas da sua história de entrega e
transformação é que o dia que teve que tomar uma postura de vida ou
morte, ousou se colocar a serviço do seu povo e do seu Deus, mesmo
que lhe custasse a vida. O seu nome era Ester!
MACMANUS, E. Uma Força em Movimento: A Espiritualidade que Transforma a Cultura.
Tradução: Omar de Souza. São Paulo: Garimpo, 2009.
Bíblia de estudo Dake. Rio de Janeiro. CPAD, ٢٠٠٩.

LIETH, Norbert. As Seis Vestes de Jesus. Disponível em:


<https://www.estudosgospel.com.br/estudo-biblico-pascoa/pascoa-as-seis-vestes-de-
jesus.html>. Acesso em maio de 2018.
CAPÍTULO 7
CONQUISTANDO O CORAÇÃO DO REI

“O rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres e ela alcançou perante ele favor e
benevolência mais do que todas as virgens; o rei pôs-lhe na cabeça a coroa real e a fez
rainha em lugar de Vasti” (Ester 2:17).

No terceiro ano em que o rei Assuero reinou sobre a Pérsia, ele


ofereceu um grande banquete. Durante seis meses, ele exibiu todas
as suas riquezas, bem como o luxo e o esplendor da sua glória para
todos os oficiais e servidores. Depois, um banquete nos jardins do
palácio para todos os moradores de Susã, tanto ricos quanto
pobres. A rainha Vasti ofereceu também um banquete para as
mulheres dos convidados.
No sétimo dia do banquete, o rei ordenou que fossem buscar a
rainha, que deveria comparecer com a coroa na cabeça. Vasti era
muito bonita e Assuero queria que os nobres e os convidados
admirassem sua beleza.
Mas ela negou-se a obedecer à direção dada e isso o deixou
furioso. Antes de tomar qualquer decisão, o rei consultou os
entendidos em questões de leis e costumes. Ao relatar aos seus
conselheiros aquilo que havia acontecido, perguntou: - De acordo
com a lei, o que deve ser feito?
A resposta foi: O que a rainha fez foi uma ofensa não somente
contra o senhor, mas também contra os homens de todas as
províncias do reino. Quando as mulheres souberem do que fez a
rainha, desprezarão os seus maridos. Por toda parte, elas não os
respeitarão e eles ficarão zangados (Ester 1:13-18).
Após essa consulta, Vasti foi banida da presença do rei e cartas
foram enviadas por todo o reino, ordenando que os maridos fossem
chefes de suas casas e que tivessem sempre a última palavra.
Depois de um tempo, quando já havia sido apaziguada a ira do
coração de Assuero, ele se lembrou do que Vasti havia feito, bem
como do que havia sido decretado a seu respeito. Então, os seus
servos disseram-lhe que era necessário buscar para ele uma nova
esposa.
Para isso, de todas as províncias do seu reino, seriam trazidas à
Fortaleza de Susã moças virgens e formosas, as quais ficariam aos
cuidados de Hegai, o camareiro do rei. Elas seriam preparadas e
ataviadas apropriadamente para se encontrar com o rei, e aquela
que agradasse os olhos dele, reinaria em lugar de Vasti (Ester 2:2-4)
Havia um judeu, cujo nome era Mordecai, que fora transportado
entre os cativos de Jerusalém. Ele levou consigo uma jovem bela e
formosa, que criara como filha, chamada Hadassa, a qual viria a se
tornar a rainha Ester:
Muitas moças foram levadas para Susã, entre elas estava
Hadassa. A moça pareceu formosa aos olhos de Hegai, o eunuco
responsável pela preparação das moças, assim que alcançou graça
perante ele. Por causa disso, este se apressou em lhe dar os seus
enfeites e os seus quinhões, como também em dar-lhe sete moças
escolhidas da casa do rei. Depois, junto com elas, a hospedou no
melhor lugar da casa das mulheres (Ester 2:8 e 9).
A partir desse tempo, Ester passou por um processo de 12
meses de preparação, com óleos e perfumes, a fim de, no dia certo,
estar com Assuero. Depois desse tempo, a escolhida deveria ser
chamada diante do rei e tinha o direito de levar tudo o que quisesse.
Ao passar a noite com ele, a moça passaria a ser considerada uma
de suas concubinas e moraria em outro harém.
Consegue perceber neste relato que não é possível se
chegar ao rei de qualquer jeito? Ester se entregou por completo a
uma transformação intensa. Durante seis meses, foram usados nela
perfumes de mirra23 e, no restante do ano, outros perfumes e
produtos de beleza. Observando na Bíblia , a mirra representa um
símbolo especial para Deus.
Ela não somente foi a primeira essência escolhida por Ele para
produzir o azeite da unção do Tabernáculo. A mirra também esteve
presente na vida de Jesus, tanto no seu nascimento, sendo um dos
presentes dos magos, quanto na sua morte, como um dos aromas
colocados entre os lençóis que o envolveram para o sepultamento.
Ela tem alto poder antisséptico e anti-inflamatório. Portanto, ela cura
e purifica! Até na antiga Pérsia, a purificação era necessária para
poder entrar nas câmaras do rei.
Quando chegou o momento de Ester se encontrar com o rei, no
lugar de escolher o que levar, ela buscou o conselho de Hegai, isto
fala de humildade e submissão. Contrariamente ao que todos
pensariam, ele indicou a Ester que não se enchesse de adornos,
para que a sua beleza natural atraísse a Assuero. Então ela
submeteu-se às orientações e, consequentemente, o fruto da sua
obediência foi a conquista do coração do rei.
Vemos aqui duas belas mulheres, com dois posicionamentos
diferentes: Vasti, demasiadamente confiante em sua própria beleza,
se rebelou à ordem do seu esposo. Ester, por sua vez, se mostrou
totalmente submissa, tanto a Mordecai, por entender que ele sabia o
que era o melhor a ser feito, e depois a Hegai, pois ele conhecia o
coração do rei e, portanto, compreendia o que ela deveria fazer para
conquistá-lo.
Apesar da beleza de ambas, as consequências das suas
decisões foram bem diferentes. Por causa da sua soberba e
rebeldia, Vasti perdeu o trono que lhe pertencia. Mas, em virtude da
submissão de Ester aos seus cuidadores, a coroa finalmente foi
colocada na sua cabeça.
Hoje somos como Ester e fomos entregues aos cuidados do
Espírito Santo, o único que pode nos levar diante do Rei da Glória.
Mas como vimos, não podemos entrar na presença do Rei dos reis
sem antes passar por um processo de purificação!
Havia uma rainha eleita e o seu nome é Israel. No entanto, assim
como a rainha Vasti, ela não honrou o seu rei. Em vista disso,
através do sangue de Jesus, nós poderemos um dia usar a sua
coroa depois de nos casar com o Senhor nas bodas do cordeiro.
Verdadeiramente precisamos de Suas vestes de santidade!
Significa “amargo” - Trata-se de uma resina extraída da árvore chamada “cammíphora”, que
nasce em uma região semidesértica do norte da África e Mar Vermelho, sendo símbolo da
resistência. Contém ainda propriedades antissépticas - Substâncias desinfetantes e estão
ligados à prevenção contra contaminações e doenças relacionadas com micro-organismos,
CAPÍTULO 8
ELE ME ADORNA PARA SI

“Regozijar-me-ei muito no Senhor; a minha alma se alegrará no meu Deus; porque me


vestiu de roupas de salvação, cobriu-me com o manto de justiça” (Isaías 61:10)

Conforme vimos no capítulo anterior, houve um propósito para a


árdua preparação e transformação de Ester: casar-se com o rei.
Essa figura do casamento é usada frequentemente nas Escrituras
para representar também a relação entre o Senhor e seu povo. No
antigo testamento, Deus é o marid, e Israel a esposa, já no novo,
Cristo é apresentado como o noivo e a Igreja é a noiva dEle.
Quando uma noiva está prestes a se casar, ela escolhe com
muita antecipação o vestido, acerta uma e outra vez todos os
detalhes para a cerimônia e, finalmente, no grande dia, ela se arruma
especialmente para agradar ao coração do seu noivo. Esse
processo de preparação não acontece de um dia para outro nem de
qualquer jeito. O casamento é pensado e organizado com
antecedência para que, no dia, tudo seja perfeito.
Mas, de acordo com a Bíblia , toda a beleza da noiva, a igreja,
vem unicamente do seu noivo: Jesus. Tal como nos mostra a
linguagem figurada de Ezequiel 16:4, Deus encontrou Israel como
uma menina recém-nascida abandonada, a qual resgatou e cobriu a
sua nudez com seu próprio manto.
Deus a cuidou durante anos, até que enfim cresceu. Então Ele
decidiu fazer uma aliança de casamento com ela (Ezequiel 16:8),
assim como a aliança eterna que Cristo firmou conosco por toda a
eternidade, pois não há (nem haverá) nada que possa nos separar
do seu amor (Romanos 8:35).
A mesma preparação pela qual Ester passou para se casar com
o rei, é a que Deus fez com Israel e a que Jesus faz conosco através
do Seu Espírito Santo. Como diz Ezequiel 16:9-10, Deus nos limpa,
nos unge com perfume e nos da vestes novas, a fim de que
estejamos preparados para nos encontrar com Ele. Uma veste de
santidade de linho finíssimo e seda pura!
Apocalipse 19 diz que nos foi dado vestes de um linho finíssimo,
resplandecente e puro, que faz parte dos adornos da noiva, o que se
evidencia em nossas vidas quando praticamos os atos de justiça.
Antigamente, tais atavios eram tão significativos, que muitas das
vezes faziam parte do dote pago pelo noivo no momento em que o
compromisso do casal era firmado. Uma vez aceitos os adornos, a
noiva era separada única e exclusivamente para aquele homem.
Da mesma forma, o Senhor alimentou à menina dos seus olhos,
Israel, e a vestiu de linho finíssimo e seda. Ele a ornou com joias de
ouro e prata, colocando finalmente uma coroa de glória sobre a sua
cabeça (Ez 16:11-13). E, da mesma forma que aconteceu com
Ester, a amada figurada aqui também foi promovida à condição de
rainha depois de se casar com o rei.
“Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus, porque me
vestiu de vestes de salvação, me cobriu com o manto de justiça, como um noivo que se
adorna com atavios e como noiva que se enfeita com as suas joias” (Isaías 61:10).

No caso da sua noiva, em lugar de mandar um eunuco, o Senhor


Jesus não transfere a responsabilidade a ninguém. Ele mesmo pagou
o dote dela com o seu próprio sangue (Isaías 53:5), a cuida
diariamente através do seu Espírito e a alimenta com seu corpo, pois
Ele também é o Pão da Vida (João 6:35).
No entanto, quando Israel se tornou formosa, esqueceu-se
daquele que a amou primeiro e a fez tão bela, quando ninguém a via.
Buscou para si outros deuses em lugar do seu Amado, lhes
oferecendo o que o Senhor formou nela. Se prostituiu, entregando a
outros tudo o que o Senhor lhe deu: o ouro, a prata, os vestidos de
linho, as joias e o perfume, assim como o alimento com o qual a
sustentava (Ezequiel 16:14 e 19).
Mas o amor de Deus excede todo e qualquer entendimento.
Apesar de Israel ter se contaminado com o mundo, após um
processo de purificação, o Senhor se lembrou da aliança que fez
com ela e restaurou a sua sorte. Então lhe propôs uma nova aliança
para a eternidade:
“Porquanto com amor eterno te amei; por isso, com benignidade te atraí. Ainda te
edificarei e serás edificada, ó virgem de Israel! Ainda serás adornada com os teus
tamboris e sairás nas danças dos que se alegram... Então, a virgem se alegrará na
dança, como também os jovens e os velhos juntamente; tornarei o seu pranto em
alegria, os consolarei e lhes darei alegria em lugar de tristeza” (Jeremias 31:3 e 4,13).

Esse foi o motivo pelo qual Jesus veio ao mundo: resgatar sua
noiva. Veio ao mundo uma vez, subiu ao céu, mas antes prometeu
que retornaria.
Que Ele nos encontre como uma noiva que se preparou para o
casamento, como uma “Igreja gloriosa, sem mácula nem ruga, nem
coisa semelhante, porém santa e sem defeito”. Então perseveremos
com alegria e corramos com esperança esta carreira que nos é
proposta, para que mais uma vez, nesse dia, nós possamos dizer
sim a Ele.
GRANDE DIA
(Grace)

Venha, venha ver a noiva


Vestindo o puro linho
Ela está se aprontando
Pra o grande rei

Põe no coração as vestes


De santidade adorna
Sua cabeça com, simplicidade

Em lugar de sacrifícios
Misericórdia
Tem nas mãos a chama acesa da vida e amor

Abraçada com justiça ela espera


Ansiosamente
Essa noiva sou eu

Venha, venha ver o noivo


Vestindo o puro linho
Ele está as portas
É o grande rei
Tem no, coração as vestes
De santidade adorna
Sua cabeça com, simplicidade

Em lugar de sacrifícios
Misericórdia
Tem nas mãos a chama acesa
Da vida e amor

Abraçado com justiça


Ele espera
Ansiosamente
Este noivo é Jesus!

(O Vem das cinco canções, 2016)


CAPÍTULO 9
AS BODAS DO CORDEIRO

“Regozijemo-nos, alegremo-nos e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do


Cordeiro e já a sua esposa se ataviou” (Apocalipse 19:7).

Antes de subir ao céu, nosso Senhor e rei Jesus disse que, no


tempo oportuno, viria nos buscar para se casar conosco. Enquanto
isso, a igreja, sua noiva, deveria aguardar vigilante o seu retorno,
pois viria de repente por ela.
No entanto, quando lhe perguntaram sobre o dia que voltaria,
Jesus disse que somente o Pai sabia disso (Mateus 24:36). Mas que
o nosso coração não devia se angustiar. O Senhor nos assegurou
que na sua casa havia espaço suficiente para todos e que
simplesmente iria preparar o lugar. Em breve, estaria de volta para
nos levar a morar junto dEle (João 14:1-3).
Mas, no final de contas, o que Jesus queria dizer com isso?
Sabemos que era 100% Deus, então, por que afirmou que “somente
o Pai sabia sobre quando Ele voltaria”? Fiz-me esse questionamento
por diversas vezes, até que o Senhor, em tempo oportuno, me
ensinou o seguinte.
Se quisermos compreender os ensinamentos de Jesus,
precisamos buscar o entendimento das suas raízes judaicas, afinal,
Ele era judeu. Além disso, os evangelhos foram escritos por homens
muito diferentes (um coletor de impostos, um servo, um médico e um
pescador), os quais viveram no mesmo período histórico. Portanto,
os seus escritos consideravam, e muito, o contexto histórico,
religioso e cultural dos seus leitores.
Sabemos pela tradição rabínica que, nos tempos em que Jesus
esteve na terra, os casamentos eram o resultado de uma negociação
entre as famílias dos noivos. A fim de acertar os detalhes, o noivo ia
à casa do pai da noiva com três itens nas mãos:
● Um contrato, onde deveria figurar cada detalhe pertinente
àquela união, bem como tudo o que o rapaz estava disposto a fazer
para desposar a moça.
● Um dote, quantia a ser paga no momento do fechamento do
contrato, cujo valor jamais poderia ser barato, pois expressava o
quanto aquele homem estava disposto a pagar por ela.
● Duas taças de vinho, que deveriam ser colocadas sobre a
mesa, logo após o rapaz e o pai da moça terminarem de acertar os
detalhes. Ao ser chamada para a reunião (já que até aquele
momento não havia participado) a moça se depararia com as taças.
Se tomasse a taça em suas mãos e bebesse o vinho, ela estaria
concordando em ser desposada por aquele que se dispunha a pagar
tão alto preço por ela.
Só a partir daquele momento, o jovem pagava o dote e antes de
ir embora dizia algo como: “Vou preparar-vos um lugar. E, quando eu
for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim
mesmo, para que onde eu estiver, estejais vós também” (João 14:2-
3). Reconhece esse texto?
Então o jovem retornava à casa de seu pai, com a finalidade de
construir dois lugares: Uma “Khupá”, tenda sob a qual se realizaria
o casamento e uma Câmara nupcial, onde deveria estocar
provisões, já que depois de casar, ali passaria sete dias com sua
noiva. É o lugar onde consumasse o casamento.
O mais incrível que essa tradição nos permite saber é que o noivo
não poderia se casar com a sua noiva a qualquer hora, somente
quando aqueles aposentos estivessem terminados. Contudo, o pai
dele era o juiz encarregado de decidir quando a obra estava
realmente pronta. Talvez se a avaliação da qualidade da construção
fosse atribuída ao filho, este poderia fazer de qualquer jeito para
voltar rapidamente a buscar a moça.
Por causa disso, se alguém, vendo o noivo trabalhando para
concluir sua câmara nupcial, perguntasse a ele quando seriam as
bodas, o mais comum é que a sua resposta fosse algo como:
“Daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas
unicamente meu pai” (Mateus 24:36).
Mas eles não ficavam completamente desligados. Enquanto
construía, o rapaz enviava seu melhor amigo para a casa da noiva, a
fim de prepará-la para as bodas, ensinando-lhe tudo a respeito do
noivo.
Enquanto esperava pacientemente, ela devia usar um véu toda
vez que saísse de casa, sinalizando que ela era comprometida,
consagrada a alguém. Dessa forma outros jovens não se
aproximariam com outras propostas de casamento, pois saberiam
que alguém havia pago um preço por ela e, certamente, voltaria para
buscá-la.
A noiva também deveria ter sempre consigo uma lâmpada com
óleo, pois se o noivo chegasse tarde da noite, ela estaria pronta para
viajar com ele imediatamente, assim que solicitada. Todas as suas
irmãs, melhores amigas e todos os demais que desejassem
participar das bodas, eram também orientados a ter lâmpadas com
reserva de óleo.
Finalmente, ao terminar a câmara nupcial, o noivo convocava seus
amigos e com eles voltava para buscar sua futura esposa. Isso
deveria acontecer à noite, a fim de surpreendê-la. Todas as noivas
judias eram roubadas durante a noite por aquele que a amou tanto, a
ponto de pagar um alto preço por ela. Portanto, deveriam dormir
vestidas de noiva, tendo suas lâmpadas de óleo prontas e o véu à
mão.
Quando os jovens amigos do noivo se aproximavam da casa da
noiva, um grito deveria ser dado, um sinal como: “Aí vem o esposo,
saí-lhe ao encontro” (Mateus 25:6). Ao ouvir o grito, a noiva deveria
acender sua lâmpada, tomar seu véu e sair ao encontro dele,
juntamente com suas irmãs e amigas que iriam participar das bodas.
Ao chegar à casa do pai do noivo, o casal deveria entrar na câmara
nupcial e trancar a porta!
Após os noivos se tornarem um só, as celebrações começavam e
duravam a semana toda. Haveria um delicioso jantar, essa ceia
marcava a festa do casamento. Ali a noiva se apresentava já sem
véu, pois era considerada uma mulher casada. Logo após a ceia o
casal deveria partir, não permanecendo mais tempo na casa do pai
do rapaz. Os noivos deveriam voltar às mesmas ruas de onde a
moça fora raptada. Então todos conheceriam a face da noiva,
porquanto o véu já havia sido retirado!
Como o jovem veio à casa da noiva, Jesus veio à Terra, a fim de
pagar o preço do nosso resgate. Ao crermos nEle como Salvador e
Senhor de nossas vidas e aceitarmos o seu sacrifício, tomamos
sobre nós o seu sangue, a taça de vinho. Assim, nos tornamos sua
noiva, recebendo a vida eterna como um dote e cumprindo um
contrato que foi firmado por nós desde a fundação do mundo. Por
isso:
“Esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo... não
vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; mas,
como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa
maneira de viver... Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro,
que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver... Mas com o precioso sangue de
Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (I Pedro 1:13-19)
II PARTE
COMO TUDO COMEÇOU

“Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias, e Deus
escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes, e Deus escolheu as
coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são,
para que nenhuma carne se glorie perante Ele” (I Coríntios 1:27-29).

Fui chamada para dançar diante do Senhor aos 33 anos de idade.


Muito velha? Bem, também pensei isso quando Ele me chamou, mas
como disse antes, Deus escolheu as coisas fracas para confundir as
fortes, para que, no final, que ninguém se gloriasse perante Ele (I
Coríntios 1:27-29)
Não podia dar outra resposta ao meu Senhor, a não ser Sim.
Então deixei o caminho aberto para que Ele se revelasse, segundo o
seu propósito, na minha vida. Desde então, estou a serviço do Reino,
ministrando em todos os lugares onde Ele me envia. Mas, em 2016
fui desafiada mais uma vez por Jesus, quando me disse que devia
ensinar a essa nova geração sobre as vestes de Santidade dEle.
Mesmo que desde o início soubesse que falaria sobre vestes,
sentia que o que o Senhor queria me ensinar, ia muito além dos meus
figurinos! Como uma atalaia, me atentei para todos os detalhes do
que estava ao meu redor. Deus fala conosco em todo o tempo, das
mais variadas formas, nos trazendo entendimentos e ensinamentos,
mas sempre visando um propósito maior.
Parecia que Ele deixava pistas para mim nos lugares por onde
andava, me entregando peça por peça, exatamente no momento
propício. Em definitiva, todos os lugares onde ministrei, as pessoas
que conheci e cada experiência vivida, fizeram parte crucial dessa
construção. até que, finalmente, a mensagem foi tomando forma.
Ele não me mostrou tudo de uma vez só. Na verdade, percebi
uma dinâmica progressiva de revelação e construção, como uma
espécie de quebra-cabeça. Armei muitos deles na minha vida. Alguns
deles chegam a ser tão grandes, que por momentos queremos
desistir, contudo, persistimos, e ao ver aquelas maravilhosas
imagens completas, sentimos que valeu a pena todo o tempo e
esforço empregados. Esse foi o mesmo sentimento que tive na
elaboração deste livro.
Assim como sucedia com os quebra-cabeças ou nas brincadeiras
de “caça ao tesouro” que fazia com os meus filhos, este desafio de
Deus demandou de mim uma atenção e análise minuciosas, tanto
para juntar as pistas que Ele me dava, quanto para resolver e
organizar os enigmas que cada uma propunha. Mas nas brincadeiras
com os meus filhos Deus me ensinou algo: organização e
persistência eram condições indispensáveis para chegar ao objetivo.
Só aí vemos a recompensa do nosso esforço. Veja comigo como
esse grande tear chamado “DÁ-ME AS TUAS VESTES”, foi tecido
de versículos, experiências e revelações, como com inúmeros fios e
cores, até se tornar o chamado à santidade que hoje você tem nas
mãos.

AS VESTES E AS COLUNAS DO CARÁTER DE JESUS


“A Sabedoria já edificou a sua casa, já lavrou as suas sete colunas” (Provérbios 9:1)

Durante o tempo em que estava escrevendo DÁ-ME TUAS


VESTES, o Senhor Jesus me dava novas pistas e informações para
decifrar a mensagem que compunha cada página deste livro.
Nessa época, tive a oportunidade de ler outro livro sobre as
Colunas do Caráter de Jesus, e, à medida que me aprofundava na
iluminação que Deus trouxe aos seus autores, pude perceber que,
surpreendentemente, havia uma relação entre os pilares do seu
caráter e os significados dos nossos figurinos(que mais tarde,
passariam a ser chamados de vestes). No texto, a Santidade é
apresentada como viga mestra, sendo sustento e suporte para as
outras seis.
Se observarmos o versículo de Provérbios citado acima,
perceberemos que a palavra “Sabedoria” está escrita com letra
maiúscula. Essa palavra faz referência à pessoa de Jesus, conforme
Provérbios 8:22-31.
“Deus estabeleceu como padrão para a humanidade o caráter de
Jesus, que tem como colunas sete características: Santidade,
verdade, justiça, bondade, fidelidade, serviço e integridade. A
pessoa do Mestre, seu temperamento, suas atitudes, sua linguagem
e tudo o que lhe diz respeito estão sustentados por esses pilares”
(Rodrigues & Prates, 2018, p. 119).
Ou seja, essas sete colunas, nada mais são do que os requisitos
necessários para alcançar as vestes que o Senhor preparou para
nós. Entretanto, não podemos nos esquecer de que a base de tudo
isso deve ser o amor. Assim como adverte o apóstolo Paulo, nós,
seres humanos, podemos ter melhores qualidades possíveis e fazer
as melhores obras de justiça, porém, se o fundamento disso tudo
não for o amor, nada seremos, de nada nos aproveitaria (I Coríntios
13:1-3).
O apóstolo João disse: “amados, se Deus assim nos amou,
também nós devemos amar uns aos outros” (I João 4:11). Portanto,
mais do que um simples conceito, nosso amor precisa ser prático.
Devemos expressá-lo mediante atitudes, para que outras pessoas
possam ser tocadas e transformadas, assim como nós mesmos
fomos alcançados um dia.
Então, motivados pelo amor que mora em nós, precisamos viver
em busca da santidade, pois sem ela ninguém verá o Senhor
(Hebreus 12:14).
Qual é o sentido de se trabalhar para Deus e, no final da corrida,
ser reprovado e não receber o maior de todos os prêmios? Não
conhecer Ele próprio face a face? Ser santo e viver no amor devem
ser os alvos de todo cristão, pois, pela Palavra, entendemos que as
outras colunas sustentarão a estrutura, porém, todas convergem
para a santidade com base no amor de Deus.
À vista disso, detalharemos cada um desses pilares e a
relação com as vestes que os representam, evidenciando seus
significados e relacionando-os ao que o Senhor tem nos
ensinado até agora.
“Santifica-os na verdade. A tua palavra é a verdade” (João 17:17)

De acordo com o dicionário Michaelis, quando falamos em


verdade, estamos nos referindo ao que está em conformidade com
os fatos, com a realidade. Em se tratando de uma representação de
algo, a verdade fala da exatidão, o rigor e a fidelidade desta “cópia”
em relação à original. Num sentido figurado, a verdade pode se
referir a um caráter próprio, que distingue algo ou alguém.
A palavra grega para verdade é aletheia, a qual também pode ser
traduzida como realidade, sendo este o termo que Jesus utilizou
quando disse: “Eu sou o caminho, a Verdade e a Vida”, ou seja, Ele
é a própria realidade. Daí a importância de conhecê-lo mais e mais a
cada dia, pois à medida que descubro quem é Jesus, também
descubro que eu sou realmente e o propósito para o qual fui criado.
Outro termo grego que expande a nossa compreensão sobre este
tema, é a palavra Cristão, que significa “Pequeno Cristo”. Portanto, o
verdadeiro cristão é o que representa a Cristo, ou seja, uma
pequena cópia dEle. Em vista disso, se como cristãos queremos
representar Cristo e o seu reino verdadeiramente, o único caminho a
seguir é sermos como Ele, aliás, sermos um com Ele.
“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim e Eu em ti; que também eles
sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (João 17:19;21).

Para explicar mais a fundo sobre a relação que deseja ter


conosco, o Senhor usou como exemplo a fundição de dois metais,
em um figurino chamado “Alta Fusão”.
VERDADE - ALTA FUSÃO

A ideia toda nasceu do testemunho de um pastor durante um


culto. Na ocasião, ele relatou que estava sozinho na oficina onde
trabalhava como serralheiro e começou a falar com Deus. Então
perguntou a Deus, por que nem sempre podia ouvir a Sua voz. Antes
de dar-lhe uma resposta, o Senhor lhe pediu que unisse dois
pedaços de metal e depois tentasse separá-los novamente.
Após obedecer ao comando, o homem puxou fortemente, mas
imediatamente soube que separar ambas as peças seria impossível.
Então, o Senhor lhe disse: - “Sempre que for um comigo, assim
como esses metais estão, você poderá ouvir a minha voz”.
Quando o pastor terminou de testemunhar, o Senhor me disse: -
“Faça um figurino chamado Alta Fusão!”.
Diante desse desafio proposto pelo Senhor, fui em busca do
entendimento dessa palavra, que era nova para mim. Em seu artigo,
Renata Pedroso nos traz um conceito de Alta Fusão:
“Técnica que veio do Antigo Egito, usada na produção de joias, também chamada de
micro fusão ou fundição por cera perdida. O princípio é basicamente o mesmo da
produção em ouro e prata. Começa com a elaboração da matriz, normalmente feita
artesanalmente por modelistas ou máquinas de micro usinagem” 24 .

Esse é um momento muito importante do processo, pois a


elaboração da matriz está diretamente ligada ao resultado das
peças. Depois disso, é hora de produzir o molde de silicone, que
será usado em grande escala durante toda a produção. Após
posicionar o modelo dentro do molde, os dois são colocados em uma
estufa, onde o silicone sofre um processo chamado vulcanização.
“Isso faz com que o silicone fique macio, porém, não mais moldável”.
Fiquei extasiada naquele momento, quando veio à minha mente o
momento da criação do mundo. O “Haja de Deus” gritou em minha
mente e quando veio à minha memória que o mundo e tudo o que
nele há, menos o homem, foi criado por uma única palavra; meu
coração saltou dentro de mim, que para eu e você termos sido
criados, não bastou apenas uma palavra, mas sim, o toque
cuidadoso, perfeito e detalhado das potentes mãos de Deus!
A Bíblia nos relata que o Senhor criou todas as coisas a partir do
som da Sua voz. No entanto, no momento da criação do homem, o
Senhor o fez com suas próprias mãos. Disse Deus: “Façamos o
homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança… E criou
Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e
mulher os criou” (Gênesis 1:26 - 27).
Ao tomar do barro e moldar o homem, podemos ver o Senhor
gerar “artesanalmente” a primeira matriz, Adão. Ao soprar em suas
narinas o fôlego de vida, Deus impartiu de Si mesmo com a Sua
criação, se tornando um com o homem. “Imagem e semelhança”
gerando uma matriz perfeita, a fim de povoar a Terra! No entanto,
apesar da perfeição da matriz, no momento da criação ela foi
danificada pelo pecado. O relacionamento foi quebrado e o jardim
não o comportava mais. O homem perdeu sua essência, sua
identidade, pois a comunicação com aquele que lhe dava vida foi
interrompida.
Assim, a matriz que era perfeita não gerou mais descendência à
imagem e semelhança de Deus e sim à sua própria imagem.
Estamos, por natureza, separados do Senhor e o que deveria ser
refletido em nós está distorcido. Por isso, Jesus veio ao mundo como
homem, para que os planos divinos se cumprissem na sua plenitude
e a humanidade pudesse ser religada a Deus através do sacrifício na
cruz. Como diz na carta de romanos, assim como um só pecado
condenou todos os seres humanos, assim também, por um só ato de
justiça, veio a graça sobre eles, permitindo-lhes acesso à vida eterna
(Romanos 5:18).
Da mesma forma que homem e mulher se tornam “um” a partir do
casamento, Deus quer que sejamos “um” com Ele, exatamente como
é com o Filho. “Por esse motivo, o homem deixará pai e mãe e se
unirá à sua mulher; e os dois se tornarão uma só carne. Esse é um
mistério grandioso; refiro-me, contudo, à união entre Cristo e a
Igreja” (Efésios 5:31 - 32).
Quando aceitamos sobre nós a justiça de Jesus, somos
reconciliados com Deus e sua imagem em nós é restaurada. Por
meio do Espírito Santo que habita em nosso interior e nos faz “um”
com Ele. Indivisíveis! Inseparáveis!
PEDROSO, Renata. Alta fusão. Disponível em: http://renatapedroso.com/alta-fusao. Acesso
em dezembro de 2017.
INTEGRIDADE - VASOS DE BARRO
Quando pensamos em integridade, temos a ideia de algo
completo, sem defeito, inteiro. Ao falarmos de pessoas íntegras,
esperamos encontrar qualidades como justiça, reta conduta, honra e
ética. Imaginamos um ser humano que não se vende por situações
momentâneas, que não infringe normas e leis, que não prejudica
ninguém por nenhum motivo. Eu diria que, infelizmente, são pessoas
raras no mundo em que vivemos.
Há alguns meses, participei de uma ministração25 baseada nas
três perguntas existenciais da humanidade: “Quem sou eu?”; “Para
que nasci?”; “Para onde vou?”. Para cada pergunta, o Senhor tem
uma resposta!
O homem pergunta: - Quem sou eu e qual é a minha origem?
O Senhor responde: - Você é um ser criado à minha imagem e
semelhança, feito do pó da terra. O dia que soprei nas suas narinas
o fôlego de vida, você passou a ser uma alma vivente (Gênesis 2:7).
O homem pergunta: - Para que eu nasci? Qual é o propósito da
minha existência?
O Senhor responde: - Você foi criado para participar diretamente
da minha obra na Terra, pois eu te criei em Cristo Jesus para boas
obras, as quais, preparei de antemão para que você andasse nelas
(Efésios 2:10).
O homem pergunta: - Para onde eu vou? Qual é o destino da
minha alma?
O Senhor responde: - A escolha é sua! Eu enviei meu filho ao
mundo para que todo aquele que nEle cresse, não perecesse, mas
tivesse a vida eterna. Aquele que acreditar em Jesus não será
condenado, porém, quem não crer já está condenado (João 3:16-
18).
São três questões diferentes: Origem, propósito e destino. No
entanto, creio que existe ainda algo a ser respondido.
O homem pergunta: - Como chegar a esse lugar?
Mais uma vez, Deus toma a iniciativa ao fazer um convite: -
Levanta-te e desce à casa do oleiro. Lá, te farei ouvir as minhas
palavras.
Na Bíblia , o profeta Jeremias aceitou esse desafio. Ele de fato
desceu à casa do oleiro e observou que, enquanto este fazia vasos
de barro, um deles quebrou-se na sua mão, mas ele o refez. Diante
disso, o Senhor disse para ele: - “Não poderei Eu fazer de vós como
fez esse oleiro?” Acredito que esse processo de produção do vaso
descrito em Jeremias 18:1-6, aponta para o processo de Deus em
nós.

Vasos de barro - Nas Mãos do Oleiro

Deus falou a Jeremias, comparando-o ao material, do qual fez o


homem, o barro. E chamou sua atenção sobre quem define sua
forma final, o Oleiro, que sabe o propósito para o qual o vaso foi
formado, mesmo antes deste existir. “Pois os teus olhos me viram a
substância ainda informe; e no teu livro foram escritos todos os meus
dias; cada um deles escrito e determinado, quando nenhum deles
havia ainda” (Salmos 139:16).
Mesmo que seja necessário quebrar o vaso, o oleiro – no nosso
caso, o próprio Deus - fará outro, conforme o que lhe parecer bem.
Ele sabe o que é melhor para nós! Na nossa independência do
Senhor, cometemos o grave erro de questionar aquele que sabe o
fim desde o começo. “Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus
replicas? Porventura, a coisa formada dirá ao que a formou: Por que
me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro para da
mesma massa, fazer um vaso para honra e outro para desonra?”
(Romanos 9:20 - 21).
Precisamos entender que o vaso em si não tem nenhum valor
aparente. Porém, o tesouro, que é o próprio Deus, habita em nós,
que somos de barro, para que a excelência do poder seja dEle e não
nossa. Quando nos permitimos estar nas mãos do Oleiro, Ele nos
molda segundo os padrões do céu e não segundo a ótica do mundo.
Aquilo que usamos ou fazemos aponta para o que cremos ou
quem somos, uma vez que “a boca fala do que o coração está cheio”
(Lucas 6:45). Assim, quando fizer escolhas, lembre-se que fomos
marcados por Cristo ao sermos comprados por alto preço. É uma
questão de identidade, portanto, tudo em nós deve manifestar o
Reino dEle sobre a Terra! “Ou não sabeis que o vosso corpo é o
templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus e
que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom
preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo” (I Coríntios 6:19-20).
Existe uma razão e um propósito para cada um dos vasos
criados. Mas o que eles contêm? De que estão cheios? O que
exalam e derramam? Eu tenho buscado responder a esses
questionamentos. Afinal, que perfume eu tenho exalado diante de
Deus?
No livro de Cantares, a noiva disse para o seu noivo: “As
mandrágoras exalam o seu perfume e às nossas portas há todo o
gênero de excelentes frutos, novos e velhos; ó Amado meu, eu os
guardei para ti.” Cantares 7:13. Os perfumes têm um significado
especial na Bíblia . No Antigo Testamento, havia um perfume próprio
para se entrar na presença do Senhor. Ele costumava receber e
apreciar esse aroma, que tinha tão especial valor.
“Disse mais o Senhor a Moisés: Toma especiarias aromáticas, estoraque, onicha e
galbano; essas especiarias aromáticas e o incenso puro, em igual proporção; e disso
farás incenso, um perfume segundo a arte do perfumista, temperado, puro e santo...
coisa santíssima vos será. Porém, o incenso que fareis conforme essa composição, não
o fareis para vós mesmos; santo será para o Senhor. O homem que fizer tal como esse
para cheirar será extirpado do seu povo” (Êxodo 30:34-38).

O perfume reflete diretamente nossa personalidade, nossa


essência e nossas intenções. Ele pode dizer muito sobre o que se
está pretendendo, seja no dia a dia ou em um evento especial. Cada
um de nós tem uma essência que o Senhor fez. Às vezes,
precisamos passar por alguns processos que Ele mesmo permite, a
fim de que seja extraído o bom perfume. “E graças a Deus, que
sempre nos faz triunfar em Cristo e por meio de nós manifesta em
todo o lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque para Deus
somos o bom perfume de Cristo” (II Coríntios 2:14 - 15). A produção
de perfume pode se dar por três processos diferentes: Destilação,
Absorção ou Extração26.

Destilação - O Fogo que Purifica

Por meio do calor, ocorre a separação das substâncias que


compõem uma mistura homogênea, até que evaporem os
componentes que constituirão o perfume. A Bíblia diz, em Provérbios
27:21: “O crisol é para a prata e o forno para o ouro; e o homem é
provado pelos louvores que recebe”. No momento em que estava
escrevendo este capítulo, recebi o texto abaixo:
“Os últimos anos têm sido de crise. Conversamos nas filas da vida e essa palavra
aparece mais de uma vez. O dicionário é o lugar das palavras mortas. A palavra ganha
vida em seu uso cotidiano. A raiz do nome! Crisol tem como raiz vocabular a palavra
‘crise’, que remonta ao sânscrito e ao grego. No primeiro, significa ‘purificar’; já para os
gregos, significa ‘tomar uma decisão’. Somos constituídos naquilo que falamos e naquilo
que falam de nós.
Enquanto o crisol é o local da purificação, onde nosso caráter passa pelas mais altas
temperaturas e pelos mais dolorosos processos de separação, ele também é local de
‘tomar uma decisão’. Tomar uma decisão ganha mais significado no crisol. A produção
de quem somos será positivamente considerada quando o que precisar ser deixado para
trás tomar o seu destino. Renúncias, dolorosas renúncias! Todas fazem parte do crisol.
É necessário que a rachadura do nosso ‘status quo’ aconteça e, então, venha à tona a
crise. A crise é o lugar onde mundos são destruídos, onde precisaremos juntar os
pedaços ou chorar por não poder juntá-los. É o lugar onde melhor poderemos nos ver, na
crueza dos nossos sentidos. É onde derrubamos árvores que nos são tão queridas e que
agora precisam ser combustível para o fogo que permitirá a vinda do novo. É
possivelmente na crise que renascemos mais fortes, que crescemos significativamente.”

Oliveira, Jonathan27

O Senhor nos permite passar por situações, para que o nosso


caráter seja forjado. Nosso Deus é fogo consumidor! Só o fogo
pode nos purificar e extrair nossas escórias, para permitir que Seu
perfume seja exalado através de nós.

Absorção – O Óleo da Unção que Cura

Quando a matéria-prima utilizada na produção do perfume, não


resiste ao processo de calor, são acrescentados óleos e gorduras
aquecidos. Em seguida, todo material é filtrado em um tecido, e a
parte sólida resultante dessa filtragem é lavada com álcool, o que
resultará no aroma desejado.
“Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel. Ele
não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando
forem tentados, lhes providenciará um escape, para que o possam suportar” (I Coríntios
10:13).

O Pai nos conhece e o seu amor é demonstrado quando nos trata


individualmente, para que de nós exale um aroma agradável a Ele.
Por isso, é dito: “Venha, voltemos para o Senhor. Ele nos
despedaçou, mas nos trará cura. Ele nos feriu, mas sarará nossas
feridas” (Oséias 6:1). Quando somos sinceros sobre nossas falhas,
Sua graça pode saná-las. O que encobre as suas transgressões
jamais prosperará (Provérbios 28:13), pois, todas as coisas estão
descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar
contas (Hebreus 4:13).
“Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada e cujo pecado é coberto. Bem-
aventurado o homem a quem o Senhor não atribui a iniquidade e em cujo espírito não há
dolo. Enquanto guardei silêncio, consumiram-se os meus ossos pelo meu bramido
durante o dia todo. Porque, de dia e de noite, a tua mão pesava sobre mim; o meu humor
se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado, e a minha iniquidade não
encobri. Disse eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a
culpa do meu pecado” (Salmos 32:1-5).

O livro de Atos, ao descrever os últimos momentos do Senhor


Jesus sobre a terra, relata que, estando com eles, determinou-lhes
que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a
promessa do Pai, que, disse Ele, de mim ouvistes (Atos 1:4).
O Senhor, conhecendo e amando Seus filhos, sabendo de nossos
limites, veio habitar em nós, para que pudéssemos resistir no dia
Mal. Verdadeiramente, Ele tomou sobre Si todas as nossas dores e
enfermidades... O castigo que nos traz a Paz estava sobre Ele, e
pelas suas pisaduras fomos sarados (Isaías 53:4-5).

Extração - O Sopro do Espírito que Santifica

À matéria-prima, em forma de pasta perfumada, se adiciona


água e uma substância volátil, que produzirá fragrâncias, as quais
deverão ser combinadas entre si pelo perfumista. Essa pasta
perfumada será acrescida de uma mistura de solventes voláteis, os
quais possibilitarão extrair e dissolver os óleos que são a essência
do perfume.
Ao trazermos esse processo e nos incluirmos nele, conseguimos
entender a formação do perfume por meio da ação de Deus em nós.
Por matéria-prima entendemos o homem, criado por Deus; como
solvente volátil, o Espírito Santo; a pasta perfumada somos nós em
processo de santificação; a ação do Espírito Santo (perfumista) em
nossas vidas nos lava por meio da água que emana do trono de
Deus, extraindo o perfume como só Ele poderia fazer.
“Jesus respondeu: Na verdade, na verdade, te digo que aquele que não nascer da água e
do Espírito não pode entrar no Reino de Deus... O vento assopra onde quer e ouves a
sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai; assim é todo aquele que é
nascido do Espírito” (João 3:5,8).

Jesus nos tornou agradáveis a Deus, pagou o preço por nossos


pecados e nos redimiu. Trouxe regeneração e destruiu tudo o que
nos separava dEle, nos dando, na sua ressurreição, nova vida e
fazendo de nós novas criaturas. Pelo seu sacrifício, no qual fomos
inclusos, o Pai nos recebe como filhos. Hoje não necessitamos de
perfume exterior para o agradarmos, pois o Espírito Santo veio
habitar em nosso interior. “Enchei-vos do Espírito! Porque para Deus
somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se
perdem” (II Coríntios 2:15).
Deus quer nos limpar para que sua essência exale de nós! Não
necessitamos de aroma exterior para sermos agradáveis. Ele tem
um perfume. Tudo em nós precisa exalar o Senhor, começo, meio e
fim! Só assim, estaremos prontos para entrar em seus aposentos,
de antemão preparados para sua noiva.
Palavra ministrada pelo Bispo Nilson César, realizada no Congresso “Eu me deixo curar”, em
abril de 2018, na cidade de Paracatu - MG.
NÚÑEZ, Roberta Hernandez. Cosméticos: A Divina química das fragrâncias. Disponível em:
https://betaeq.com.br/index.php/2016/03/14/cosmeticos-ha-algo-no-ar. Acesso em abril de
2018.
OLIVEIRA, Jonathan. Crisol. Disponível em: <http://www.oasisliterario.com>. Acesso em maio
de 2018.
SERVIÇO - TIRE AS SANDÁLIAS DOS
PÉS

“Disse-lhe o seu Senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre
muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor” (Mateus 25:21).

Servo, no grego, é “doulos” e, no aramaico, é “eved” que


significam “escravo; de propriedade de um senhor; alguém que não
é livre; que não pertence a si mesmo”.
Por duas vezes, Deus fez o mesmo alerta. Dois grandes líderes,
Moisés e Josué, foram levantados pelo Senhor em situações
semelhantes e ambos ouviram: “Descalça as sandálias de teus pés,
porque o lugar em que estás é santo” (Êxodo 3:5 e Josué 5:15).
Esses dois textos apontam para um chamado à submissão, ao
serviço do Senhor. Então eu abro mão das minhas escolhas em
função da missão ou destino que Deus traçou em seu livro para mim.
“Todo cristão é chamado para servir e esse serviço envolve muito mais do que fazer
votos de pés descalços. Trata-se de ter uma vida abnegada e disposta a muitos
extremos por amor ao Senhor” (Rodrigues e Prates, 2018, p. 202).

Moisés foi um líder chamado por Deus para estar diante do seu
povo. Foi criado no Egito como príncipe. No entanto, foi forjado como
servo, cuidando das ovelhas, servindo ao seu sogro. Depois de 40
anos, o Senhor mandou que ele tirasse as sandálias, para que
pudesse cumprir o propósito para o qual havia sido criado. A Bíblia
diz: “Assim, morreu Moisés ali, servo do Senhor, na terra de Moabe,
conforme a Palavra do Senhor” (Deuteronômio 34:5).
Josué, por sua vez, serviu a Moisés por 40 anos e viu as
maravilhas que Deus operou através dele. Depois, liderou o povo em
seu lugar e o fez entrar na Terra Prometida. Antes da primeira
conquista, tirou as suas sandálias diante do Senhor, que ao falar com
ele, o chamou de servo: “E sucedeu, depois da morte de Moisés,
servo do Senhor, que o Senhor falou a Josué, filho de Num, servo de
Moisés” (Josué 1:1).
Ainda em relação ao serviço, o que dizer de Jesus? Ele terminou
seu ministério na Terra lavando os pés dos seus discípulos, se
humilhando diante até daquele que o trairia. Cumpriu todo o seu
ministério como servo.
Indicativos históricos apontam que após o batismo por João
Batista, Jesus abandonou suas sandálias ao lado do rio Jordão.
Qualquer pessoa da época poderia entender aquele gesto, que
expressou que Ele estava abdicando dos seus títulos de Deus, Rei e
Senhor para assumir a forma de servo, pois os escravos andavam
descalços. Andaria o resto de sua vida de pés no chão, para mostrar
a nós que um homem de caráter vive para ser conservo de seus
irmãos (Rodrigues e Prates, 2018, p. 202).
“Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em quem se apraz a minha alma;
pus o meu Espírito sobre ele; ele trará justiça aos gentios” (Isaías 42:1).

Apesar de ser o Rei dos Reis, Jesus veio como servo, sendo, por
sinal, o maior exemplo de servidão. Ficou no anonimato praticamente
durante 30 anos e ao assumir o cumprimento do propósito que o Pai
havia confiado a Ele, tirou as sandálias dos pés. Ao findar seu
ministério na Terra, foi traído, abandonado pelos seus e vendido.
E quanto custou o sacrifício de Jesus por nós? Veja o que diz
Mateus 27:3-5: “Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado,
trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos
sacerdotes e aos anciãos, Dizendo: Pequei, traindo o sangue
inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo. E
ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se
enforcar”.
Jesus foi traído por Judas e o custo dessa traição foi exatamente
o quanto valia um escravo. Quanto à sua vida, ninguém a tirou. Ele a
deu voluntariamente, conforme sua própria Palavra, em João 10.
Deus tem domínio sobre todas as coisas e nem o valor pago por Ele
fugiu ao seu controle. Tanto o preço quanto o destino das moedas foi
profetizado por Zacarias:
“Se parece bem aos vossos olhos, pagai-me o que é devido; caso contrário, não me
paguem! Eis que, então, eles me pagaram o preço de um escravo: Trinta moedas de
prata. E o Senhor me ordenou: Lança isso ao oleiro, esse excelente preço pelo qual fui
avaliado por eles! Em seguida, peguei as trinta moedas de prata e as atirei no Templo do
Senhor, para o oleiro” (Zacarias 11:12-13).

Ele, o Bom Pastor que deu a vida pelas suas ovelhas, foi avaliado
na sua morte por 30 moedas de prata. “Porque o Filho do Homem
também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida
em resgate de muitos” (Marcos 10:45).
Do mesmo modo que os grandes homens de Deus fizeram,
precisamos tirar as sandálias dos nossos pés e nos deixar moldar
pelo Espírito Santo, não nos conformando com o mundo, mas
tomando a forma de servos – servos de orelha furada! Por isso,
devemos “tirar nossas sandálias!”
“Não te chegues para cá; tira os sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é
terra santa” (Êxodo ٣:٥).

Tire as Sandálias dos Pés - Estás em Terra Santa!

Por que tirar as sandálias? Porque, ao fazer isso, abro mão do


meu caminho e o entrego ao Senhor. Alguém que se posiciona assim
não faz o que deseja, mas o que quer o seu senhor. Não utilizar
nenhum tipo de calçado nos pés era uma marca de um servo, que
segundo Êxodo ٢١:٣٢, valia ٣٠ siclos de prata. “Se o boi escornear
um servo ou uma serva, dar-se-á ٣٠ moedas de prata ao seu
senhor; e o boi será apedrejado”.
Moisés, Josué e Jesus tinham algo em comum. Eles foram
levantados para conduzir o povo de Deus a um lugar de destino:
Moisés – Levantado para tirar o povo do cativeiro e conduzi-lo à
Terra Prometida – Salvação e cura.
Josué – Levantado para introduzir o povo na Terra Prometida e
tomar posse desse lugar por meio da guerra – Libertação
Jesus – Levantado para restaurar os perdidos e trazê-los de
volta ao Pai – Santificação.
E nós? Qual é o propósito de Deus para nós? Na estrutura do
Tabernáculo, o principal lugar é o Santo dos Santos, onde o Senhor
se manifestava uma vez por ano. Só o Sumo Sacerdote poderia
entrar diante dEle, de cabeça curvada e pés descalços. Ali é o nosso
lugar!
Não falamos de um lugar natural, até porque sabemos que, no
momento da morte de Jesus, o véu do templo se rasgou. O véu que
nos separava já não nos separa mais. Falamos de um lugar em
Deus, no vale ou no monte; na casa do oleiro ou no jardim; seja onde
for, quando tiramos as sandálias dos pés, nos humilhamos diante do
Senhor, que declaramos ser maior do que nós.
Segundo a lei dada por intermédio de Moisés, um servo deveria
trabalhar durante seis anos e no sétimo, seria livre. No entanto, se
ele amasse ao seu senhor e não quisesse gozar da liberdade a que
tinha direito, iria diante dos juízes, dizendo que abria mão da
liberdade. E se tornaria um servo de orelha furada (Êxodo 21).
Da mesma forma, eu e você precisamos nos dispor a servir ao
nosso Deus e cumprir a missão que Ele nos confiar, como fizeram
Moisés, Josué e o próprio Jesus, que deixou a sua glória e veio em
obediência ao Pai.
“Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti;
assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos
quantos lhe deste. E a vida eterna é esta: Que te conheçam, a ti só, por único Deus
verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Eu glorifiquei-te na Terra, tendo
consumado a obra que me deste a fazer. E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti
mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse” (João 17:1-5)
BONDADE - JARDIM: UM LUGAR DE
ENCONTRO

Quando nos relacionamos com Deus, Ele nos revela a sua


bondade, sendo essa uma característica daquele que tem inclinação
para o bem. Consiste em uma qualidade das pessoas que praticam
boas ações, são benevolentes e amáveis.
Relacionando a bondade com o próprio Deus, Rodrigues e Prates
(2018, p.175) afirmam que ela traz dois significados: O primeiro é o
da perfeição, ou seja, Ele é bom porque exerce muito bem sua
função, aquilo que se deseja dEle, pela sua própria natureza. O
segundo está ligado à sua benevolência, que é a bondade em ação.
Ao entrarmos no jardim e ali permanecermos, o processo de
Deus em nós se estabelece e o fruto do Espírito é formado: “Amor,
alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
mansidão, domínio próprio” (Gálatas 5:22).
Quando se fala em jardim, logo imaginamos flores, frutos,
pássaros, sons de águas, muitas cores, beleza e paz. No entanto,
para que essa harmonia seja estabelecida, esse ambiente precisa
ser cuidado por alguém, o “Jardineiro”’. Ele nos conhece como
ninguém! E, por nos conhecer tão bem, sabe quando precisamos de
água, adubo ou mesmo de uma poda. Isso, muitas vezes, se faz
necessário para produzirmos, além de flores que exalem o seu
perfume, frutos excelentes.
O próprio Jesus disse que pelos frutos reconheceríamos as
árvores. Uma árvore boa não teria como produzir frutos ruins, assim
como uma árvore ruim, não teria como produzir frutos bons. E disse
também que toda árvore que não produzisse frutos bons seria
cortada e lançada ao fogo (Mateus 7:17-20). Precisamos nos
relacionar com o Senhor, para que sejamos transformados à imagem
e semelhança dEle e dar frutos excelentes que durem pela
eternidade. Por isso, precisamos voltar ao Jardim e ali permanecer!
“Eu sou do meu Amado e Ele tem saudades de mim. Vem, ó meu Amado, saiamos ao
campo, passemos as noites nas aldeias. Levantemo-nos cedo de manhã para ir às
vinhas. Vejamos se florescem as vides e se abre a flor, se já brotam as romeiras; dar-te-
ei ali o meu amor. As mandrágoras exalam o seu perfume e às nossas portas há todo o
gênero de excelentes frutos, novos e velhos; ó Amado meu, eu os guardei para ti”
(Cantares 7:11-13)
Jardim – Um Lugar de Encontro

Quando me converti, dizia que ao morrermos, voltaríamos ao


jardim, pois não acreditava que Deus havia feito um lugar tão lindo
apenas para aquele momento inicial da criação. Mas o que tenho
aprendido é que se verdadeiramente nos convertemos, morremos
para nós mesmos e voltamos a esse lugar. Conhecemos ao Senhor e
começamos a viver o céu aqui na Terra, e não apenas quando a
morte nos alcançar.
Da mesma forma que o Senhor vinha conversar com o homem
todos os dias no Éden, o faz até hoje. Porém, precisamos conhecer
a sua voz. Todo jardim tem vozes a se ouvir: A de Deus ou a da
serpente. E tem escolhas a serem feitas: A árvore do conhecimento
do bem e do mal ou a árvore da vida. Somos o resultado do que
comemos. Do que temos nos alimentado?
Deus continua no jardim, quem saiu de lá fomos eu e você. E Ele
providenciou a morte de seu Filho também em um jardim, para que
pudéssemos entender que esse é o nosso lugar! Ao lermos a Bíblia ,
podemos constatar diversos fatos extremamente relevantes, que
aconteceram em um jardim. Todas as nossas decisões têm de sair
desse lugar, estabelecido e organizado por Ele. “O homem bom tira
coisas boas do bom tesouro que está em seu coração; e o homem
mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a boca
fala do que o coração está cheio” (Lucas 6:45).

Éden – Lugar de me Relacionar

Na criação, o Senhor plantou um jardim com as próprias mãos e


ali colocou o homem, para que este pudesse se relacionar com Ele.
Foi também onde comissionou a humanidade pela primeira vez:
“Sede fecundos, multiplicai, sujeitai, dominai” (Gênesis 1:28).
Quando contemplo a criação, imagino o jardim do Éden e percebo
o quão longe está de ser o que o Senhor criou. O homem tem
destruído a natureza, indo contra a Palavra. Ele errou e não cumpriu
a primeira comissão recebida de Deus, entregando esse lugar a
Satanás. É como se déssemos ao inimigo o direito de afrontar ao
próprio Criador e dizer coisas como: “Olhe aí sua criação, destruindo
tudo o que você mandou cuidar!”.
“Elevando-o, mostrou-lhe, num momento, todos os reinos do mundo. Disse-lhe o diabo:
Dar-te-ei toda essa autoridade e a glória desses reinos, porque ela me foi entregue e a
dou a quem quiser” (Lucas 4:5-6)

Éden – Lugar de me Esconder

Foi no jardim, onde todos os dias o Senhor estava, que o homem


se escondeu dEle. O lugar perfeito, feito para relacionamento, se
perdeu e acabou se tornando um lugar de esconderijo. Gênesis 3:8
mostra a consequência do pecado: “Quando ouviram a voz do
Senhor, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da
sua presença”. A exemplo de Adão, ao pecarmos, nossa primeira
reação é nos escondermos.
Quando o homem pecou, pegou folhas e tentou fazer vestimentas,
como forma de esconder sua nudez. O Senhor, por sua vez, imolou
um cordeiro e fez roupas, a fim de cobrir o pecado de Adão e Eva.
Da mesma forma, anos depois, Deus imolou seu próprio Filho para
que pudéssemos voltar ao jardim de relacionamento. Esse é o lugar
do sacrifício perfeito.
Getsêmani – Lugar de Agonia e Traição

Quando chegou o tempo em que Cristo se entregaria por nós, Ele


se reuniu com seus discípulos, lavou-lhes os pés, comeu com eles,
indicou o traidor, alertou a Pedro de que o negaria, além de ter
orado. “Tendo Jesus dito essas palavras, saiu com seus discípulos
para o outro lado do ribeiro de Cedrom, onde havia um jardim e ali
entrou com eles. Judas, o traidor, também conhecia aquele lugar,
porque Jesus ali estivera muitas vezes com os seus discípulos” (João
18:1 - 2).
O trecho citado relata o momento em que Jesus saiu da ceia e foi
para o jardim do Getsêmani. Lá, pediu que Pedro, Tiago e João
orassem com Ele e, demonstrando toda sua humanidade, clamou ao
Pai que “se possível, afastasse o cálice que estava para beber”. Em
seguida, abriu mão da própria vontade em favor da vontade divina.
Em agonia, suou gotas de sangue e, no lugar onde tantas vezes
ensinou seus discípulos, foi traído com um beijo por Judas e
entregue aos sacerdotes (Lucas 22).

Gólgota – Lugar de Morte

No lugar onde Jesus fora crucificado e morto, havia um jardim e


neste, um sepulcro novo, no qual ninguém havia sido sepultado. Da
mesma forma que em um ambiente assim, milhares de anos antes, o
homem tinha pecado e se escondido, o Senhor matou seu próprio
Filho, restaurando o relacionamento quebrado. O Cordeiro perfeito
de Deus foi imolado para nos levar de volta ao lugar de origem.

Jardim do Túmulo – Lugar de Ressurreição


Três dias após a morte de Jesus, algumas mulheres chegaram
cedo ao jardim do túmulo, a fim de cuidar do corpo dEle, porém, não
o encontraram. Quando elas disseram isso aos discípulos, Pedro e
João foram correndo e, por verem o túmulo vazio, voltaram para
avisar os outros. Maria Madalena ficou para trás, junto à entrada do
sepulcro. Ela chorava e questionava acerca do que havia acontecido.
Ao voltar-se para trás, viu Cristo em pé, mas não o reconheceu.
“Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem buscas? Ela, cuidando ser um
jardineiro, disse-lhe: Senhor, se tu o levaste, diz-me onde o puseste e eu o levarei. Disse-
lhe Jesus: Maria!” (João 20:15 - 16)

Aquela que um dia Jesus libertou de sete demônios (Lucas 8:2),


agora está diante dEle, mas não o reconhece, até o momento que
Ele a chama pelo nome: Maria! O olhar e a forma de falar do Mestre
fizeram com que ela olhasse para Ele e o reconhecesse. Que coisa
tremenda! Mais uma vez, o jardim que havia se tornado um
esconderijo, lugar de traição, agonia e morte, é restaurado por meio
Daquele que foi morto, mas ressuscitou! O Senhor gerou para nós
um lugar de resgate!

Jardim – Lugar de Encontrar-me com o meu Amado

Quando nos convertemos verdadeiramente, temos sede e


desejamos ardentemente estar no jardim, onde iremos viver coisas
que temos pedido e buscado, mas que na verdade, não recebemos
por estarmos fora do nosso lugar. Lá somos curados, libertos,
transformados à imagem e semelhança daquele que nos fez. Só
esse relacionamento é capaz de nos transformar.
Ao voltarmos para o jardim, voltamos a nos parecer com “o
Jardineiro”. Assim, imagem e semelhança originais são restauradas.
Somos moldados e transformados por Ele a cada dia. E é nesse
lugar que podemos viver o que está escrito em Gálatas 5:22: “Mas o
fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra essas coisas
não há lei”.
“O meu Amado desceu ao seu jardim, aos canteiros de bálsamo, para apascentar nos
jardins e para colher os lírios” (Cantares 6:2)

Muitas vezes, nosso Amado tem nos esperado no jardim. Ali não
existem intermediários, não existe um sacerdote exterior. Em Cristo,
nós somos os sacerdotes. Descobrimos quem somos, pois o vemos
face a face. “Eu sou do meu Amado e o meu Amado é meu!”
(Cantares 6:3).
Hoje, o próprio Deus te convida: “Volte ao jardim”. Como está
escrito em Isaías 58:11: “O Senhor te guiará continuamente, fartará
a tua alma em lugares áridos e fortificará os teus ossos; serás como
um jardim regado, como um manancial, cujas águas nunca faltam”.
FIDELIDADE - DAVI: DE PASTOR A
GRANDE REI

A fidelidade é evidenciada em toda a Palavra, onde Deus se


empenha em cumprir o que prometeu à humanidade. “Saberás, pois,
que o Senhor teu Deus, Ele é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança
e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os
seus mandamentos” (Deuteronômio 7:9). “Portanto, se formos infiéis,
Ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo” (II Timóteo
2:13).
Fidelidade significa “cumprir um acordo negociado entre duas
partes”. Já a lealdade não exige acordos explícitos ou convenções,
sendo a pessoa responsável em manter sua conduta por meio de
regras próprias, estabelecidas naturalmente pelo seu caráter e
senso de dignidade.28
Quando sou leal, mesmo longe da pessoa com quem estabeleci
um acordo, cumpro a minha parte e permaneço fiel. Foi o que Davi
fez em relação a Jônatas, filho de Saul, demonstrando fidelidade e
lealdade à sua promessa. Tanto que cuidou de Mefibosete, seu filho.
“E disse Davi: Há ainda alguém que tenha ficado da casa de Saul,
para que lhe faça benevolência por amor de Jônatas?” (2 Samuel
9:1). Trouxe-o para comer em sua mesa e lhe devolveu o que lhe
pertencia. “E disse-lhe Davi: Não temas, porque decerto usarei
contigo de benevolência por amor de Jônatas, teu pai; te restituirei
todas as terras de Saul, teu pai, e tu sempre comerás pão à minha
mesa” (II Samuel 9:7).
Algo fundamental a respeito da fidelidade é que ela será provada.
Enquanto fizermos o que a nossa alma desejar, estará tudo bem.
Porém, quando decidirmos andar em obediência ao Espírito Santo,
seremos confrontados. “Seus propósitos não mudam. O que Ele
começou irá terminar, até porque trabalha para cumprir aquilo que se
determinou a fazer. Seus projetos atingem nações, mas também
alcançam seus filhos de forma individual” (Rodrigues e Prates, 2018,
p. 188).
A principal prova da fidelidade de Deus foi a vinda do Messias
para resgatar a humanidade da morte do pecado… Somos feitura de
Deus, que sempre desejou que fossemos como Ele é (Rodrigues e
Prates, 2018, p. 188-189). Enfim, precisamos forjar o nosso caráter
e sermos fiéis a um Deus fiel! Davi foi um grande exemplo de
fidelidade registrado na Bíblia !
“Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eu te tirei do curral, de detrás das malhadas, para
que fosses chefe do meu povo Israel. Estive contigo por toda a parte, por onde foste, e
de diante de ti exterminei todos os teus inimigos. E te fiz um nome como o nome dos
grandes que estão na Terra” (I Crônicas 17:7-8).
Davi – de Pastor a Grande Rei
Mas quem era Davi? Era “um homem segundo o coração de
Deus”. E onde conquistou esse título? Exatamente quando o adorava
por detrás das malhadas, onde ninguém o via, de onde foi tirado
para se tornar soberano sobre Israel. Ele era adolescente e já
ministrava diante do Senhor, tendo as estrelas por testemunha.
Foi ali que o coração do adorador foi forjado, bem como o
coração do guerreiro. Quando teve a coragem necessária para lutar
em defesa de suas ovelhas, o Senhor o livrou das garras do leão e
do urso. Essa mesma coragem Davi demonstrou ao se dispor a lutar
contra Golias, a quem ele derrubou usando apenas uma funda,
apesar do rei Saul intentar substituir suas vestes, conforme (I Samuel
17:38-40)
No entanto, as vestes do adorador não são naturais e sim
sobrenaturais. Sendo assim, não são forjadas diante dos homens,
mas diante do Pai. Na intimidade, eu conheço e recebo o poder do
Senhor para agir intensamente. Se existe uma característica que
reflete quem era Davi é sua intensidade, expressa em seu zelo com
as coisas de Deus, pois entendia que para Ele deveria ser sempre o
melhor.
Autor de pelo menos 73 salmos, por inúmeras vezes, Davi
apontou o quanto o Senhor é fiel. Aliás, o próprio salmista tinha a
fidelidade como uma característica, uma marca muito forte em sua
vida. Podemos ver isso quando observamos o seu posicionamento
em relação às pessoas e situações pelas quais ele passou. Quando
foi ungido pelo profeta Samuel para reinar sobre Israel, o rei ainda
era Saul, a quem serviu como escudeiro e em nome de quem lutou
no exército.
Enciumado, Saul tentou por várias vezes acabar com a vida de
Davi, que havia se tornado conhecido e reconhecido pelo povo. Este,
porém, fugiu para não o afrontar, mesmo porque teve também
diversas chances de o matar. Não o fez por entender que se tratava
de um ungido do Senhor. Demonstrou, assim, fidelidade à unção de
Deus, bem como ao próprio rei, independente do que este tentara
fazer.
Quando Davi intentou fazer uma oferta ao Senhor, lhe ofereceram
a eira de Araúna para edificar ali, dizendo que a ele seria dada. No
entanto, sua resposta foi direta e muito clara: “Não tomarei o que é
teu para oferecer e nem darei holocausto que não me custe nada” (I
Crônicas 21:24).
Sua primeira ação ao se tornar rei sobre todo o Israel foi buscar
a arca do Senhor, da qual, durante o reinado de Saul, não se
valeram. Para levá-la, Davi escolheu os líderes das tribos, pois para
Deus sempre deve ser o que temos de melhor. Colocou-a em uma
tenda, na qual todos tinham acesso e podiam adorar de forma
constante – 24 horas por dia. Estabeleceu turnos de adoração,
separando 288 adoradores, que tangiam os instrumentos que ele
próprio fabricara (II Crônicas 7:6).
Quis construir casa para o Senhor, que não o permitiu, pelo muito
sangue que havia derramado como guerreiro. No entanto, Deus
entregou o projeto de construção do templo a ele, que fez todos os
preparativos para a sua construção. Enquanto a estrutura era
erguida, a arca estava na Tenda de Davi, em Sião, embora o
Tabernáculo ainda estivesse em Gibeom, onde se realizavam
cerimônias e sacrifícios.
O segredo de Davi foi justamente nunca perder o coração de
adorador, mesmo sendo rei. Ele sempre temeu ao Senhor e o amou
mais do que ao trono. “Morreu em ditosa velhice, cheio de dias,
riquezas e glórias” (I Crônicas 29:28). Em sua última oração, mais
uma vez mostrou a sua fidelidade ao Senhor, entregando a Ele honra
e glória, na presença de toda a congregação:
“Bendito és tu, Senhor Deus de Israel, nosso Pai, de eternidade em eternidade. Teu,
Senhor, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto
há nos céus e na Terra; teu é, Senhor, o Reino e tu te exaltaste por cabeça sobre todos.
Riquezas e glória vêm de diante de ti; tu dominas sobre tudo e na tua mão há força e
poder; na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo. Agora, pois, ó Deus nosso,
graças te damos e louvamos o nome da tua glória. Porque quem sou eu e quem é o meu
povo para que pudéssemos oferecer voluntariamente coisas semelhantes? Porque tudo
vem de ti e do que é teu te damos” (I Crônicas 29:10-14).

LEALDADE e Fidelidade são a Mesma Coisa?


Disponível em: <http://purareflexao.blogspot.com.br>. Acesso em maio de 2018.
JUSTIÇA - ASSIM NA TERRA COMO NO
CÉU

Justiça tem a ver com aquilo que se deve fazer de acordo com o
direito, a razão e a equidade, dando a cada um o que lhe é devido. E
o que é devido a nós? A Bíblia diz que “todos pecaram e destituídos
estão da glória de Deus” (Romanos 3:23). “Por meio de Adão, entrou
o pecado no mundo e, pelo pecado, a morte. Assim também a morte
passou a todos os homens. Por isso que todos pecaram” (Romanos
5:12). Portanto, o que merecíamos era a morte. Mas Deus nos deu
seu Filho. “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós;
para que Nele fôssemos feitos justiça de Deus” (II Coríntios 5:21).
Jesus assumiu o nosso lugar de pecadores para nos fazer a sua
justiça. Como falar de merecimento diante de um Deus que
providenciou, por meio do sangue de seu próprio Filho, a justiça para
nós, em lugar do juízo que merecíamos? Por isso, a base dessa
veste está no reconhecimento de quem Deus é e do único Reino em
toda a Terra. O nome do Senhor é exaltado sobre todas as coisas e
declaramos: “Venha o teu Reino, seja feita a tua vontade, assim na
Terra como no céu… porque teu é o Reino, o poder e a glória para
sempre” (Mateus 6:10-13).
Muitas e muitas vezes, ao contemplar esse modelo de oração de
Jesus, destacamos a necessidade de perdão ou a questão da
tentação. Mas o cerne dela é o clamor pelo estabelecimento do
Reino de Deus, que não é comida nem bebida, mas manifesta-se em
poder. Há alguns anos, ouvi uma ministração em um CD e
transcreverei aqui parte do que foi declarado como uma profecia:
“A Bíblia fala sobre governos estabelecidos. Eles são reais e foram alicerçados através
de suas práticas. Nascidos do desejo de se tornarem acima de Deus, observadores da
sua glória, se fundiram em arrogância, elevando-se acima da sua condição, rejeitando o
seu Criador.
Todos os dias, somos seduzidos por esses governos, que nos convidam à perdição de
nossas almas, enfraquecidas tantas vezes pela religiosidade, ganância, avareza,
julgamento, individualidade, soberba de um muito conhecer, despertando em nós o
desejo de construir impérios, eleger reis, repelindo o exemplo de Cristo.
Não precisamos de um novo rei, mas do discernimento para crer que o teu poderoso
Reino deve ser sobre nós, todo e absoluto governo. Ele tem nos chamado à
simplicidade, à unidade e ao amor.
Manifeste o teu senhorio sobre nós. Não seja apenas remidor, não seja apenas nosso
Salvador, mas se torne Senhor das nossas vidas, Senhor das nossas famílias, Senhor
da tua Igreja, Senhor da noiva! Manifesta-te, Senhor de todo o universo, eleva o teu trono
sobre todo trono, sobre a face da Terra, porque queremos declarar que o Senhor é
Senhor das nossas vidas. Reconhecemos: Tu és o Senhor!”29

“Já estou crucificado com Cristo. Agora vivo não mais eu, mas
Cristo vive em mim” (Gálatas 2:20). “Por isso, se a minha justiça não
exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrarei no
Reino dos Céus” (Mateus 5:20). “Se cumprirmos tão somente o que
está na lei, seremos os mais miseráveis dos homens” (I Coríntios
15:19).
Por isso, precisamos que a Sua Justiça, se estabeleça sobre nós!
“Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino, seja feita
a tua vontade, assim na Terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dá hoje;
perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; e
não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, o poder e a
glória, para sempre. Amém” (Mateus 6:9-13).

Assim na Terra como no Céu - A Manifestação do Reino de Deus

A oração chamada de “Pai Nosso” foi dada aos discípulos quando


estes pediram a Jesus que os ensinasse a orar. Repetida por
inúmeras vezes em tantos lugares e até mesmo por credos
diferentes, foi ensinada para que servisse como modelo. No entanto,
quantas pessoas entendem e vivem o que ela diz?
Durante o Sermão do Monte, quando ensinou o “Pai Nosso”,
Jesus trouxe diversos parâmetros a serem observados em busca do
estabelecimento do Reino de Deus. E o que Ele definiu como certo
ou errado há mais de 2 mil anos continuará assim, hoje e sempre.
Por meio da oração, eu abro o meu coração, busco a vontade do
Senhor e manifesto o seu Reino sobre a Terra.
Ao assumir seu ministério entre os homens, Jesus passou a dizer:
“Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos Céus!”. Antes,
porém, que Ele se manifestasse, Deus havia levantado João Batista.
“Naqueles dias, surgiu João Batista pregando no deserto da Judeia.
E dizia: Arrependei-vos, porque o Reino dos Céus está chegando.
Precisamos compreender que o Reino de Deus não é aqui, mas
nós já fazemos parte dele. Somos seus embaixadores e, portanto,
precisamos viver segundo o padrão estabelecido pelo Senhor para
quem entende ser participante deste Reino.
Muitos acreditam estar no Reino de Deus ao adotar os usos e
costumes, as doutrinas e os dogmas ofertados pelas Igrejas. Mas,
infelizmente, ele não está em seus corações, pois desconhecem o
Evangelho de Cristo e, assustadoramente, muitos rejeitam grande
parte de seus ensinamentos. “Porque os que são segundo a carne
inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o
Espírito, para as coisas do Espírito” (Romanos 8:5).
Em Gálatas 5, Paulo reuniu as marcas daqueles que não fazem
parte do Reino, expondo as obras da carne como contraponto ao
fruto do Espírito. Uma das características dos que seguem
verdadeiramente a Deus é o fato de serem livres para o envolvimento
com Ele. “Portanto, vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não
useis, então, da liberdade para dar ocasião à carne… Andai em
espírito e não satisfareis as concupiscências da carne. Porque a
carne milita contra o espírito e o espírito contra a carne” (Gálatas
5:13-17).
Listando uma série de pecados, as obras da carne, Paulo
terminou dizendo que os que cometem tais coisas “não herdarão o
Reino de Deus”. Quando citou, em seguida, o fruto do Espírito, ele
afirmou que “contra essas coisas não há lei e os que são de Cristo
crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências”. Por fim,
disse: “Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito”
(Gálatas 5:21-25).
“E não nos conformemos com esse século, mas renovemos o nosso entendimento, para
que possamos experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos
12:2).

Nós nascemos no seu Reino e o perdemos quando o primeiro


Adão falhou. O segundo Adão, Jesus, veio para remir a humanidade
do pecado e nos trazer de volta ao Reino do Filho. Ele nasceu da
descendência de Davi, que reinou de Jerusalém sobre Israel. O seu
sacrifício o tornou digno de usar uma coroa e reinar sobre toda a
Terra, a partir de Jerusalém.
Quando Jesus voltar, transformará todos os reinos do mundo no
seu Reino e assumirá o trono. Ele reinará para sempre! “O sétimo
anjo tocou a sua trombeta e houve no céu grandes vozes, que
diziam: Os reinos do mundo vieram a ser do Nosso Senhor e do seu
Cristo. E Ele reinará para todo o sempre” (Apocalipse 11:15). O
caminho para o trono é a cruz!
Como dissemos ao longo deste livro, é absolutamente necessário
que sejamos como Jesus, que voluntariamente sejamos servos,
humildes e obedientes a Deus até o fim, assim como Ele foi.
Quando Ele, a nossa vida, se manifestar, então, também nos
manifestaremos com Ele em glória. E poderemos dizer que fizemos o
melhor que podíamos na corrida e, chegamos até o fim conservando
a fé. Nesse momento só estará nos esperando o prêmio da vitória,
que o Senhor, Justo Juiz, dará aos que esperam, com amor, a Sua
vinda (2 Timóteo 4:7-8).
Maranata, ora vem, Senhor Jesus!
Ministração Pra. Cerise Prata, Ministério Tomados pela Glória. CD Manifestação do Reino de
Deus. Composição: Ministério Tomados pela Glória, 2015.
CONCLUSÃO
Com que vestes entrarei no santuário do
Rei?

É lindo ver como Deus nos prepara para algo, mesmo quando nós
não temos noção. Ele sempre nos dá o privilégio de participar da sua
obra. No entanto, Deus nunca nos obriga a nada. Tudo é uma
questão de escolha! Contudo, as suas palavras ficaram gravadas
como um fogo no meu coração:
“Eu estou levantando uma geração nesse país que não irá se alimentar com as iguarias
do rei, mas irá buscar a minha face. Você ensinará a essa geração sobre as Minhas
Vestes de Santidade.”

Diante desse novo desafio, passei a buscar um maior


conhecimento sobre tudo o que se referia à vestes, indo muito além
do que simples vestimentas externas, bem como passei a observar
essa geração que tem “escolhido” o Senhor. Afinal, onde ela estava?
Descobri que ela está diante de nós, em nossas casas, igrejas,
sociedade, enfim, à nossa volta.
Essas pessoas estão olhando para nós, em busca de um modelo
a seguir, por isso creio que elas são nossa responsabilidade! Será
que nós podemos dizer como Paulo: “Sejam meus imitadores, assim
como eu sou de Cristo? Para que isso aconteça, precisamos curar e
restaurar a geração atual, bem como moldar a nova geração,
segundo o padrão do céu, que vai formar a próxima geração?
Quando olhamos para a palavra, encontramos Daniel, que não só
marcou, mas honrou o nome do Senhor no meio daquele que não era
o seu povo. Daniel permaneceu limpo durante todo o seu tempo
exilado na Babilônia, por ter consciência de quem era e de onde
vinha, ele tinha identidade! Por isso, em lugar de se moldar àquele
reino, o influenciou segundo o Reino ao qual ele pertencia, o Reino
de Deus!
Somos chamados a restaurar a imagem e a semelhança
perdidas. Estamos no mundo, mas não somos daqui. Então, o
padrão desse mundo não serve para nós. Precisamos nos desnudar
diante do Senhor, nos submetendo à Sua vontade e permitindo que
Ele gere suas vestes em nós: De dentro para fora. A beleza que vem
de Deus, manifesta a Sua Glória!
“Nossos corpos devem ser dEle, e deve ser usado para promover
Seus planos e propósitos. Nosso dinheiro, nosso futuro, nossas
esperanças e nossos sonhos, tudo enfim, deve estar completamente
submisso à autoridade do nosso Rei. Além disso, existe uma
manifestação terrena, visível, deste Reino que breve virá a esta
Terra, do qual nós faremos parte, se assim o desejarmos” (Dyer,
2010, p. 10)
No entanto, quem não deseja o Reino, não quer santidade. Para
entrar no Reino, preciso olhar para mim, ver se as minhas vestes
estão adequadas, e depois buscar diligentemente transformá-las.
Obediência é o princípio! O domínio da nossa vontade é a chave na
submissão à vontade do Senhor. Portanto, entregue o seu caminho
ao Senhor, porque Ele tem cuidado de você!
Precisamos ser porque Ele é! Santidade é a Sua essência.

Como vimos até aqui, a Bíblia fala de um casamento, o qual irá


acontecer quando o noivo vier nos buscar. Mas, em termos naturais,
o que pensaria seu noivo, se chegasse para se casar com você, mas
te encontrasse vestida com roupas inadequadas? No plano espiritual
acontecerá a mesma coisa. As vestes de Cristo são necessárias
para o casamento com Ele. Essa deve ser a nossa motivação, para
o nosso casamento com Ele. Essa deve ser a nossa motivação, para
suportar tudo e abrir mão de qualquer coisa.
“Mas o que era para mim lucro, isto mesmo tenho como perda por amor de Cristo. Sim,
na verdade, e tudo tenho como perda pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus
meu Senhor, pelo qual perdi todas as coisas, e considero-as como refugo, para ganhar a
Cristo” Filipenses 3:7-8.

O casamento com Ele é o nosso alvo. Portanto, assim como


disse o profeta Isaías, se levante alegremente por causa da
salvação dEle, e deixe que o seu rosto brilhe de felicidade. Permita
que a glória do Senhor brilhe sobre você. Como filhos de Deus e
grandes afortunados, pois, ainda que a terra esteja vivendo nas
trevas, a luz do Senhor está brilhando sobre ti e sobre mim. Na
santidade da sua noiva, é refletida a glória e beleza de Cristo, para
que através dela, muitos creiam que Ele existe e, finalmente,
convertam os seus corações e tenham vida eterna (Isaías 60:1-2).
Hoje, olhando para trás, vejo o caminho percorrido e entendo que
há “tempo para todas as coisas” (Eclesiastes 3:1) e que este é o
momento certo para a publicação deste livro. Trata-se de uma
mudança de mente, na busca por viver a santidade do Senhor em
todas as áreas das nossas vidas, para que as pessoas vejam em
nós as marcas de Cristo. Só assim, poderemos estabelecer o Seu
Reino entre nós, até que Ele volte.
NOTA DA AUTORA

“Se clamares por conhecimento e por inteligência alçares a tua voz, se como a prata a
buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então, entenderás o temos do
Senhor e acharás o conhecimento de Deus” (Provérbios 2:3-5).

Querido leitor, agradeço ao Senhor por ter permitido que você


tivesse esse material em suas mãos, e claro, que chegasse até o
final da sua leitura. Contudo, há algo muito importante que desejo
deixar para sua vida cristã.
Lembra-se das brincadeiras de “quebra-cabeça” e “caça ao
tesouro” que mencionei anteriormente? Pois bem, pela minha
experiência, tenho aprendido que a nossa caminhada cristã também
parece muito com elas! E ainda mais, percebo que a Bíblia é um
mapa cheio de pistas escondidas que Deus nos deixou, a fim de que
pudéssemos chegar ao final da caminhada, onde um grandioso
tesouro nos aguarda: Ele.
A Bíblia é um livro absolutamente fascinante! Aliás, é muito mais
do que um livro. Ela é o nosso manual de instruções! O seu conteúdo
não teve origem no conhecimento humano, e sim, nas revelações
dadas pelo Espírito de Deus durante 1.600 anos, a 40 homens
consagrados e escolhidos por Ele. Somente uma mesma fonte de
conhecimento e inspiração, fariam com que eles falassem a mesma
coisa, mesmo com idiomas, lugares e épocas diferentes. Você não
acha?
Acredito que, só isso, já faz da Bíblia um livro peculiar. Ainda mais
quando vejo todos os dias que, mesmo tendo sido escrita há tantos
séculos, ela continua sendo útil para guiar as nossas vidas com sua
sabedoria milenar.
A Bíblia tem respostas para todas as questões levantadas nas
nossas vidas. Contudo, o seu entendimento precisa de um professor
sobrenatural: O próprio Espírito de Deus, pois algumas vezes,
encontraremos coisas que não entenderemos, a não ser que
busquemos o entendimento no próprio autor.
Infelizmente, é comum que quando nos propomos a ler as
Escrituras, o máximo que conseguimos é uma visão panorâmica dela.
Na maioria das vezes, o único desafio a ser vencido é o tempo
proposto e não a profundidade que a leitura requer de nós, para um
real entendimento das verdades eternas que Deus confiou à
humanidade.
Lemos inadvertidamente textos que julgamos “sem importância”,
mas que são fundamentais. Acredito que é pelo fato de
desconhecermos os fatores históricos, políticos e sociais da época
de Jesus e da cultura judaica, que ensinamentos profundos (e
detalhes que fazem toda a diferença), passam despercebidos aos
nossos olhos.
Isso dificulta conhecermos mais a fundo o que Deus que dizer nas
entrelinhas; mas é exatamente aí que o Senhor nos ensina os
maiores segredos! Em vista disso, quero convidá-lo a considerar na
sua leitura bíblica esses aspectos. Não se dê ao luxo de perder
chaves importantíssimas para compreensão da maior mensagem de
todos os tempos.
Assim, quando Cristo vier buscar a Sua noiva, que Ele nos
encontre, vestidos e ataviados, com lâmpadas acesas e cheias de
óleo!
No amor de Cristo Jesus!
Cida Teles
CREDITOS FOTOS
Foto 1: A beleza segundo o padrão de Deus – Encontro Profético
2018
Foto 2: As primeiras vestes - Internet
Foto 3: A tortura do Espartilho – Larissa Graziele
Foto 4: Croqui Roupa do Céu – Noemy Gesteira
Foto 5: Trocando minhas vestes! – Focus
Foto 6: Santificação dos sentidos – Raíza Martinez
Foto 7: Em busca do Reino de Deus – Focus
Foto 8: O que dizem as tuas vestes? - Focus
Foto 9: Espada e Escudo – Encontro Profético 2015
Foto 10: Vestes de Linho Puríssimo – Focus
Foto 11: Conquistando o Coração do Rei – Acervo Encontro
Profético 2017
Foto 12: Ele me Adorna para Si – Capttar produções
Foto 13: As Bodas do Cordeiro - Jordana Barale
Foto 14: Grande Dia – Pr. Edinho - Jordana Barale
Foto 15: Grande Dia – Pra. Cida - Jordana Barale
Foto 16: Como Tudo Começou - Capttar produções
Foto 17: Alta fusão - Internet
Foto 18: Vasos de barro nas mãos do Oleiro – Larissa Graziele
Foto 19: Tire as sandálias dos teus pés - Jordana Barale
Foto 20: Jardim – Um Lugar de Encontro - Capttar produções
Foto 21: De Pastor a Grande Rei – Acervo Encontro Profético
2016
Foto 22: Assim na terra como no céu - A manifestação da Glória
de Deus
Foto 22: Com que Vestes entrarei no santuário do Rei - Capttar
produções
Foto 23: A revelação da Palavra - Capttar produções
BIBLIOGRAFIA
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