t 2

EDIÇÃO
R E V I S T A

DE
PSICANALISTA
De Psicalia para Psicalia

O papel Social da
PSICANÁLISE
na Sociedade Atual

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SA - 25155

PDH

PSICANÁLISE
na Sociedade
Assinatura Gratuita ANO 1 2º Edição
FEITA PRA VOCÊ E POR VOCÊ !
 ÍNDICE

OBJETIVO DA REVISTA............................................................................................. 03
MENSAGEM DO DIRETOR........................................................................................ 04
PSICANÁLISE CONTEMPORÂNEA: PRÁTICA PSICANALÍTICA ATUAL................. 05
CONHECIMENTO PSICANALÍTICO A FAVOR DA SOCIEDADE.............................. 09
FORMATURA TURMA 2............................................................................................. 12
A MINHA DOR ........................................................................................................... 13
NOVOS PSICANALISTAS SAPDH.............................................................................16
FORMATURA TURMA 3..............................................................................................17
NOVOS PSICANALISTAS SAPDH.............................................................................18
FREUD A FOUCAULT: PONTOS DE CONVER. ENTRE PSI. E FILOSOFIA............ 21
O PAPEL SOCIAL DA PSICANALISE NO ATENDIMENTO PSICOSSOCIAL........... 27
O MAU ESTAR NA PANDEMIA.................................................................................. 32
A INFLUÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE NA SAÚDE MENTAL E AS POSSÍVEIS
CONTRIBUIÇÕES NA PSICANÁLISE....................................................................... 41
O EFEITO DA ESTÉTICA SOCIAL NA ABORDAGEM PSICANALÍTICA..................48

t 2
EDIÇÃO

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SA
PDH
 ITA
ATU 1ª Edição
A GR
UR
IS NA
T OBJETIVO DESSA
AS REVISTA
A Revista Papo de Psicanalista,
nasceu de observarmos a
necessidade de termos um material
de relevância em que os nossos
professores, mestres e doutores
pudessem se expressar através da
escrita, mas não só aos mestres,
também ao novos psicanalista que
estão se formando e que precisam de
expor tudo aquilo que tem
descoberto com a psicanálise. A
revista Papo de Psicanalista, vem
como uma oportunidade para todos
exporem conceitos dentro da
psicanálise com o olhar particular de
cada pessoa, tanto aquelas que já
possuem uma larga experiência,
quanto com aqueles que estão
iniciando nessa tão maravilhosa
carreira.

Nosso slogan é: “A revista feita

para você e por você!”

Queremos levar essa política bastante a sério, a revista vem com esse propósito
bastante definido e iremos prezar para que isso possa ser o diferencial dela.

FEITA Para pegar a 1ª Edição

PRA VOCÊ
E POR VOCÊ !
03
 Mensagem do Diretor
Presid. da Sociedade Psicanalítica SAPDH

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SA
PDH

A Sociedade Psicanalítica SAPDH, foi criada com um único objetivo:

fazer a psicanálise ser conhecida e respeitada por todos em nosso Brasil.

Temos nos esmerado bastante, para que esse objetivo aconteça e todos os dias
criamos e solidificamos ações importantes que estão acontecendo em toda parte do
nosso Brasil.

Fica feliz, em cada dia mais ver pessoas que buscam a psicanálise como uma
abordagem certeira para ajudar ao próximo.

Essa Revista é um forma de propagarmos essa

mensagem.

“ Ve n h o a q u i a g r a d e c e r a t o d o s q u e
colaboraram para que ela pudesse se tornar
realidade mais uma vez”.
Vamos pra Cima! Dir. Emerson Crispim

ENCONTRO PSICANALÍTICO
PREVENÇÃO AO SUICÍDIO t
05

HDP
5152 -
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C

21 DE SETEMBRO AS 20:00H
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 Setembro
Psicanálise Contemporânea:
prática psicanalítica atual
O presente artigo aborda a Psicanálise até
os dias atuais e sua implicância na prática
psicanalítica.
Em se tratando de prática psicanalítica,
muitas concepções, de diferentes autores,
apareceram relativizando as correntes já
existentes da psicanálise até os dias atuais,
porém em outras formulações há distorções e/
ou desentendimentos conceituais.
Psicanálise contemporânea e a sua divisão
didática em 3 categorias:
A valorização dos aspectos psíquicos marcou a
psicanálise ortodoxa, onde os sonhos sempre
foram uma ferramenta preciosa. A análise tinha
como principal foco, os desejos proibidos
edipianos reprimidos no inconsciente. A
técnica era rígida e com muitas sessões
semanais, o principal objetivo era a solução dos
sintomas das neuroses.
Sociedade SAPDH
Revista Papo de Psicanalista 2º Edição
N a psicanálise clássica o foco amplia, ao
invés de apenas neuroses, trata psicoses.
A análise se preocupava com a interpretação
de emoções arcaicas, fantasias inconscientes e
mecanismos de defesa primitivos. As sessões
passam a ser mais longas, com 4 ou 5
encontros semanais.
N a psicanálise contemporânea, o foco é
nos vínculos estabelecidos entre
Analista e paciente/ analisando. Vínculo esse
que remete à relação mãe/ bebê e permite a
evolução a partir do psiquismo infantil. Assim
o analista exerce uma função marcante. Para
isso, faz- se necessário que o analista busque
uma formação multidisciplinar, para que
possa entender e atender melhor seus
pacientes, em sua prática psicanalítica.
Penso que, em decorrência da demanda
clamar por um psicanalista pluralista, torna-se
05
 Setembro Revista Papo de Psicanalista 2º Edição

primordial e necessário que as diferentes
formas, vertentes e modelos de se fazer e pensar
psicanálise, dialoguem entre si, visando o bem
do analisando, pois cada um é único e com
demandas e necessidades diferentes.
o outro apenas como um objeto para seu
usufruto. Seria apenas no horizonte macabro
de um corpo a ser infinitamente manipulado
para o gozo que o outro se apresenta para o
sujeito no horizonte da atualidade.”(p.25).

A perspectiva do analista na Psicanálise Visão Atual da Psicanálise sobre

Contemporânea Psicopatologias
Por intermédio do que nos foi colocado,

O ponto de vista do analista deve priorizar torna-se possível supor que isso também está
essa pluralidade. Ela passa pelas por trás das psicopatologias atuais. Por isso
diferentes formações e informações que também, torna- se necessário estarmos atentos
buscamos e adquirimos ao longo da vida e pelas para uma escuta da atualidade,em nossa
diversas áreas do conhecimento, e deve-se prática psicanalítica, respeitando sempre a
buscar a interação e integração, quando se fizer nova demanda emergente.
necessário, lembrando que também deve
acompanhar o que acontece na sociedade, na
qual o analisando está inserido, para que se R ahel escreve sobre encontrar um idioma
para cada analisando, criar a análise de
tenha uma escuta sensível aos movimentos do cada um e também, sobre criar uma
contemporâneo. Em relação à necessidade
dessa escuta sensível, duas formas de
subjetivação foram citadas nas obras de
Birman (2001):
“O que justamente caracteriza a subjetividade
na cultura do narcisismo é a impossibilidade de
poder admirar o outro em sua diferença radical,
já que não consegue se descentrar de si mesma.
Referido sempre a seu próprio umbigo e sem
poder enxergar um palmo além do próprio
nariz, o sujeito da cultura do espetáculo encara

Sociedade SAPDH 06
 Setembro Revista Papo de Psicanalista 2º Edição

comunicação bem singular. A prioridade deve
ser dada ao uso que o analisando pode fazer
com a interpretação que o analista oferece. “O
corpo é uma aquisição que tem início em uma
soma que terá que receber cuidados, para se
transformar em corpo.” ( Rahel repensando
conceitos de Winnicott sobre psicossomática).
Novos métodos e pensamentos na
Psicanálise Contemporânea
Muito está sendo pensado, estudado e
pesquisado. A psicanálise está em profunda
introspecção, no sentido de urgir fazer emergir
um retorno crítico à respeito dos grandes
autores, em especial às obras do Dr. Freud que,
através de sua genialidade, deixou um legado
de seres pensantes e altamente dispostos a
desenvolver, cada vez mais, essa grande
ciência, chamada psicanálise.
seu fazer, pensando sempre na melhoria da
prática psicanalítica.
Essa é a mágica da psicanálise, buscar por
meios extra, multidisciplinares, pluralistas
para que favoreça o analisando.
“O pai na teoria e na clínica
contemporânea” (pág. 157 ), diz:
“…Como André Green, entre outros autores,
nos faz ver, a apaixonante aventura de
construir uma nova psicanálise freudiana
contemporânea, inaugurada pelos
movimentos pluralistas, está em curso. Temos
a fortuna de estar convidados a participar dela.
Concebê- la (e praticá-la) como uma matriz
disciplinar aberta, como um novo e renovador
programa de investigação, é talvez uma das
melhores maneiras de inscrevermo- nos
subjetivamente nela e de enriquecê- la

C ada vez mais e mais psicanalistas se unem

em grupos de estudo, para dialogarem
coletivamente.”

sobre a teoria e a prática clínica, de forma O psicanalista, comprometido com seu

pluralista, porém levando em consideração trabalho, estará buscando sempre uma
todo o legado deixado por Freud e seus melhor prática psicanalítica.
discípulos, fiéis e desertores, pois todo o
material torna-se de substancial importância e
relevância para o atual pensar psicanalítico e o

Sociedade SAPDH 07
 Setembro Revista Papo de Psicanalista 2º Edição

Conclusão: também através de

Como está a Psicanálise pensamento crítico, na escrita Psi. Rogério Santana
hoje? de um texto, livro ou artigo,
dentre outras formas de - Vice-Pres. da SAPDH
- Supervisor Didata
T e n d o e s s a v i s ã o , o s divulgação da sua jornada
p s i c a n a l i s t a s psicanalítica.
contemporâneos, estão
- Psicanalista Clínico
- Escritor
participando ativamente de um Assim, torna-se imperioso - Palestrante
novo ápice da psicanálise, na lembrar que psicanálise é - Professor
medida em que formulam psicanálise, e ela requer o uso
novos pensamentos, observam do divã, para que o analisando Siga em Nossas Redes
e fazem a escuta analítica de possa divagar livremente e não
forma única, voltada para devemos fugir disso, pois isso Instagram:
a u x í l i o d o a n a l i s a n d o , é fundamental para a prática rogersantana4493
enriquecendo-se através da psicanalítica, senão estaremos
Facebook:
p l u r a l i d a d e d e s e u s praticando ou até criando(
Roger Santana
conhecimentos e saberes e pensem nisso, pode ser uma
participando suas experiências inovação) outra forma de
aos outros psicanalistas e psicoterapia.

Treinamento Ao Vivo
Setembro Amarelo
Mês de Valorização a Vida!
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SAPDH

21 DE SETEMBRO AS 20:00H

ENCONTRO PSICANALÍTICO t

PREVENÇÃO AO SUICÍDIO
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 Setembro Revista Papo de Psicanalista 2º Edição

Conhecimento Psicanalítico a Por: Psi. EFIGENIO PEREIRA

favor da Sociedade.
E xerço uma função cotidiana que já faz mal que apenas cresce todos os dias.
mais de 15 anos, me dedico em tempo
integral, e com o conhecimento psicanalítico
pude entender melhor, algumas problemáticas A
través do conhecimento Psicanalítico a
nossa abordagem, ela melhorou
que muitas pessoas vivem e não conseguem significativamente, podemos entender melhor
superar. as pessoas e com isso ter resultados mais
significativos em nossas abordagens.

Analisando e estudando muitos casos que Através de ações comunitárias, palestras,

chegam a nós todos os dias, descobrimos que a
maioria dos problemas que as pessoas vivem
hoje é um problema de auto imagem e traumas
internos que muitos vivem e que na verdade
nem sabe a real razão delas.
treinamentos e ajuda pessoal, conseguimos
alcançar e orientar as pessoas sobre a
necessidade do bem estar psicológico.

N osso trabalho voluntário, tem alcançado

milhares de pessoas todos os anos, onde
interagimos com as comunidades mais carentes
e um trabalho de base feito com as crianças e
adolescentes, podemos perceber que muitos
fatores traumáticos são instalados no psique
desde a sua tenra infância. Pensando sobre isso,
desenvolvemos ações nessas comunidades para
levar orientação acerca desses problemas e
também conscientizar lideranças sobre esse

Sociedade SAPDH 09
 PARCERIA SAPDH COM OAB
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SUBSEÇÃO COTIA/SP
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Ao meio Dr. Ricardo Rodrigues Diretor da OAB Subseção Cotia, a direita Dr. Carlos Miramonte e a esquerda o Dir. SAPDH Efigenio Pereira

A parceria que firmamos com a Subseção da

OAB na cidade de Cótia-SP. da celebramos
um trabalho de extrema relevância para as
pessoas que vem com necessidade de
atendimento dos profissionais que ali atendem e
agora com esse serviço Psicossocial para o
suporte emocional dessas pessoas que na maioria
sofrem agressões que causam traumas que se não
tratado pode levar traumas por toda vida.

Mais uma vez, queremos agradecer ao Presidente

Dr. Ricardo Rodrigues a Sociedade Psicanalítica
SAPDH através do Diretor Regional o Psi.
Efigênio Pereira iniciou esse grande projeto de
atendimento para pessoas que mais precisam de
assistência psicossocial.

Acreditamos que projetos como esse, podem

fazer toda diferença na vida de milhões de pessoas
que necessitam de acolhimento e ajuda por ter
passado por agressividade, tanto físicas como
psicológicas.

WWW.SOCIEDADEPSICALITICA.ORG
 ASSISTA AS ENTREVISTAS
NA INTEGRA

ENTREVISTA COM A DIRETORA SILVIA CURSINO

OAB - SUBSEÇÃO COTIA - Presidente da Comissão de Violência Domestica

ENTREVISTA COM DIRETOR EFIGÊNIO PEREIRA PAPO DE MULHERES DA SAPDH

Conversei com o nosso Dir. Regional o
Psicanalista Efigênio Pereira onde falamos
de levar a Psicanálise para fora do Setting
Analítico e como isso pode ser benéfico para
toda sociedade.
A Diretora Jessica e Lucialda, converaram
com a Diretora Silva Cursino em papo muito
solto e descontraido.
Assista na Integra essa Entrevista.

WWW.SOCIEDADEPSICALITICA.ORG
Setembro Revista Papo de Psicanalista 2º Edição

FORMATURA DA TURMA 2021.2

PARA ASSISTIR ESSA FORMATURA, VÁ NO

YOUTUBE E PESQUISE: SAPDH FORMATURA TURMA 2

MENSAGEM DO DIRETOR
DR. EMERSON CRISPIM C

SA
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C omo diretor da SAPDH,

me sinto muito honrado
e feliz por ver essa grande
conquista, conquista dos
Alunos, conquista da nossa
Sociedade que se empenhou
muito para dar uma formação
diferenciada e acima de tudo
o carinho que todos os alunos
tiveram conosco.
S ei que isso é apenas o
começo para todos os
recém formados psicanalistas,
e para nós também como
sociedade temos uma grande
jornada pela frente, mas o que
nos move é o desafio de sermos
cada dia melhores.

Sociedade SAPDH 12
 Setembro
A MINHA DOR!
Jéssica Crispim
DIRETORA SOCIEDADE PSICANALÍTICA SAPDH
S ou Jéssica Crispim,sou
m ã e , e s p o s a
, G R A D U A D A E M
ADMINISTRAÇÃO
PSICANALISTA,E ARBITRA
EM DIREITO, DELEGADA
EM DIREITOS HUMANOS-
fundadora da SAPDH,
Sociedade de análises
Psicanalítica e tema para ser abordado nessa nascimento, é uma questão
Desenvolvimento Humano.
E sse tema " A minha Dor "
me pulsou ao coração em
compartilhar com vocês caros
leitores e amantes da
psicanálise ,sobre a visão e a
projeção da dor de cada ser
humano , cada um defende e
explicar da forma como ele se
sente com os acontecimentos
que causaram esse tipo de
sentimento , sendo ela a dor
física e a psíquica .
21 DE SETEMBRO AS 20:00H
Revista Papo de Psicanalista 2º Edição
Quem nunca escutou essa
frase?
-Só eu sei o que eu passei !
Ninguém pode senti-la em
nosso lugar.
Ninguém, senão aquele que a
-Ninguém me entende ! sente, pode descobrir e,
-Quando doeu foi em mim ! finalmente, saber o que ela tem
-Eu não merecia ter passado a dizer.
por isso ! A dor é constitutiva do nosso
ser, por isso com ela nos
Por esse motivo escolhi esse c o n f r o n t a m o s d e s d e o
segunda edição da nossa existencial.
revista Papo de Psicanalista ...
A dor é um dos temas É
um rompimento, uma
separação, uma violência,
presentes na psicanálise uma perda. Psiquicamente é
s e g u n d o F r e u d , a D o r é algo que se desorganiza, fica
subjetiva, é uma experiência desregrado. Juan-David Nasio
única, mesmo que seja de (2008) se refere a três fases da
natureza universal, pois não formação da dor, sendo elas:
existe entre os seres humanos fase de ruptura ou dor de
quem não a tenha vivenciado. lesão, fase da comoção, fase da
Ainda que se repita, a dor que reação defensiva do eu ou dor
cada um experimenta é d e r e a g i r. E x i s t e u m a
i n d i v i d u a l , é s i n g u l a r. d i f e r e n ç a e n t r e d o r e
ENCONTRO PSICANALÍTICO
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05
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Setembro Amarelo
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 Setembro
sofrimento, esses termos se
distinguem da seguinte
maneira: a dor, seja ela corporal
ou, psíquica, remete a causas
que a provocam, é uma
emoção bem delimitada e
determinada, enquanto que o
sofrimento remete a uma
perturbação mais global,
provocada por uma excitação,
geralmente, violenta. A dor
pode não ser sempre nociva,
pode servir de alerta, de sinal
para mostrar que algo no corpo
ou na psique não está bem.
A rticulando as duas formas
de excitação, a externa e a
pulsional, Freud aborda a
distinção entre a dor corporal e
dor psíquica. Para a psicanálise,
o corpo no qual se inscreve a
dor física é o corpo erógeno, o
corpo que, ao ser investido pela
libido do ego, torna-se um eu-
corpo, ou um corpo-sujeito.
Freud articula a passagem da
dor corpórea para a dor
psíquica com a transformação
Revista Papo de Psicanalista
do investimento narcísico em
investimento de objeto.
Segundo Nasio, “ao contrário
da dor física causada por um
ferimento, a dor psíquica
ocorre sem agressão aos
tecidos. O motivo que
desencadeia não se localiza na
carne, mas no laço entre aquele
que ama e o seu objeto
provocado pelo amado.”
(NASIO, 1997, p. 32)
Do ponto de vista
metapsicológico, a dor é um
afeto que exprime na
consciência a percepção pelo
EU do estado de comoção
pulsional (trauma) pela ruptura
corporal do eu, como no caso
da dor física, mas, pela ruptura
súbita do laço que nos liga ao
outro eleito. O que rompe o
laço amoroso e causa dor e
desespero no eu é a perda do
ser amado ou o seu amor. Para
Freud, o amor é sempre a
premissa insuperável dos
nossos sofrimentos, já dizia
Sociedade SAPDH
2º Edição
ele: “quanto mais se ama, mais
se sofre.
A dor psíquica é um sentimento
provocado não exclusivamente
pela perda de um ser amado,
também pode ser dor de
abandono, dor de humilhação,
e dor de mutilação. É difícil
definir o sentimento da dor
psíquica, que mal é
apreendido, escapa a razão.
U m exemplo que pode
interferir no psiquê
humano e causar um efeito de
dor é a agressão verbal, ela
causa danos físicos porém
estudos comprovam que o que
é dito causa traumas tão
grandes quanto uma agressão
física ou sexual. Essa
afirmação foi relatada em abril
de 2016 pela Mental Harvard
Health. Palavras muito fortes,
de cunho pesado e ditas
diversas vezes geram
transtorno pós-traumático e
por incrível que pareça, no
mesmo grau do que um
problema psicológico de um
soldado.
Q uando a criança recebe
esse tipo de abuso na
infância a formação do seu
cérebro também pode ser
afetada, no estudo realizado,
puderam constar que adultos
que sofreram agressão verbal
14
 Setembro Revista Papo de Psicanalista 2º Edição

durante seu desenvolvimento
possuem as regiões do
subiculum e pré subiculum 4%
menor do que adultos que não
passaram pelos mesmos
traumas e a região do
hipocampo também mostra
redução de 6%. Isso significa
que durante o período infantil, a
pessoa que passou pelo trauma
usou a área de seu cérebro para
se defender do estresse muito
mais do que as outras crianças,
o que na fase adulta reduz sua
capacidade de combater o
estresse.
ele age como um vírus, no
primeiro olhar não notamos o
quanto a pessoa está mal
porque ele está começando a se
instalar em seu organismo, mas
ao se desenvolver ganha
proporções assustadoras. E no
caso psicológico esse tipo de
violência faz com que o
paciente realmente acredite
que ele não é capaz ou não tem
merecimento.
Veja abaixo alguns tipos de a c o m p a n h a m e n t o d o
violência psicológica:
Isolamento relacional;
maiores, pois o cérebro das
crianças são como esponjas
que aprendem e se alteram com
mais facilidade, ele se
desenvolve conforme a
maneira que é utilizado. Então,
a orientação e tratamento
correto podem auxiliar a
diminuir ou extinguir as
situações traumáticas
garantindo uma fase adulta
mais saudável.
Para tal finalidade, o
Psicanalista, terapeuta e a
mudança de comportamento
de quem causa o estresse

O professor de psiquiatria
do Hospital McLean,
Martin Teicher, responsável
pela pesquisa, aponta as áreas
afetadas do cérebro devido à
agressão verbal e afirma que
essas pessoas afetadas possuem
modificações no QI verbal,
sintomas de transtornos de
ansiedade, depressão e
dissociação.
Atos de agressão psicológica
Ameaças até mesmo de morte; emocional é imprescindível,
Discriminação;
Humilhações;
não só para quem foi afetado,
mas também para o agressor....
Desrespeito;
Rejeição;
Intimidação. E sse é o papel fundamental
para uma sociedade
equilibrada ,tratando ambos ,
A boa notícia! pois na psicanálise
conseguimos identificar os
H á e s p e r a n ç a d e comportamentos que levaram
recuperação, pois o muitas das vezes aquele
cérebro guiado de forma a g r e s s o r a a g r e d i r

O maior terror da agressão

psicológica/ verbal é que
correta consegue modificar inconscientemente o outro... é
suas respostas quanto às como se fala aquela frase que
experiências usamos quando falamos algo
que passou. sem pensar no reflexo causado
Se a agressão ao outros '' falei brincando...
f o r t r a t a d a "Foi sem querer "
l o g o n o

Jéssica Crispim
início, ainda
na infância,
as chances de DIRETORA SOCIEDADE PSICANALÍTICA SAPDH
sucesso são
a i n d a 71 98784-5112

Sociedade SAPDH 15
Setembro Revista Papo de Psicanalista 2º Edição

LISTA DOS NOVOS PSICANALISTA CLÍNICOS

Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui!

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BO BO BO BO BO BO BO BO
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Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia

Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui!

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Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia

Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui!

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Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui!

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PDH PDH PDH PDH PDH

Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia

Parabéns C

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 Setembro Revista Papo de Psicanalista 2º Edição

FORMATURA DA TURMA 2021.3

PARA ASSISTIR ESSA FORMATURA, VÁ NO

YOUTUBE E PESQUISE: SAPDH FORMATURA TURMA 3

MENSAGEM DO DIRETOR
C

SA
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- 25155

PDH
0
DR. EMERSON CRISPIM

V er tantas pessoas
realizando esse grande
sonho, que é iniciar nessa tão
nobre carreira que é a
Psicanálise, eu fico muito
feliz em saber que de alguma
forma fizemos parte dessa
história que está apenas
começando.
Q uero parabenizar, todos os
alunos que foram da
Turma 3 de Formação em
Psicanálise que inicio no ano
de 2021.
Foram muitas lutas e grandes
dificuldades, mas no final deu
tudo certo. Parabéns à todos!

Sociedade SAPDH 17
Setembro Revista Papo de Psicanalista 2º Edição

LISTA DOS NOVOS PSICANALISTA CLÍNICOS

Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui!

C C C C C C C 0
BO 0 BO 0 BO 0 BO 0 BO 0 BO 0 BO
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PDH PDH PDH PDH PDH PDH PDH

Sou Psicalia Sou Psicalia

Maria Rosa Crescente
Sou Psicalia Sou Psicalia
Renata santana Gama Lima
Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia
Virjânia Almeida dos Santos
Diccharles Costa silva Cesar Henrique da Cruz MARCO ANTONIO DILLY KLEBSON ALVARENGA MIRANDA

Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui!

C 0 C 0 C 0 C 0 C 0 C 0 C
BO BO BO BO BO BO 0
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SA SA SA SA SA SA SA
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PDH PDH PDH PDH PDH PDH PDH

Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia
Gislaine Gomes Sgarbi Maria Zélia Oliveira Edna Gomes de Silva Araújo Marcio Ribeiro dos Santos PEDRO PAULO NOGUEIRA Maria do Socorro Cenir Avelino de Gouveia

Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui!

C 0 C 0 C 0 C 0 C 0 C 0
BO BO BO BO BO BO
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SA SA SA SA SA SA
PDH PDH PDH PDH PDH PDH

Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia
Aparecido Bonfim Silva de Brito Elisangela Cunha Vasconcelos Andrade Márcia Martins Dos Santos EDMARCIO DA PAIXÃO ARAÚJO Rose Karam Alves EVERALDO CARLOS CUSTÓDIO DE DEUS

Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui!

C 0 C 0 C 0 C 0 C 0 C 0
BO BO BO BO BO BO
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Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia
Virginia Maria Goerll Henriques Marcus Welber Baird Luiz Carlos Farias Sidnei rocha Martins Ramon Silva de Brito Mara Silvia Nogueira Baird

Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui! Csegui!

C 0 C 0 C 0 C 0 C 0 C 0
BO BO BO BO BO BO
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Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia Sou Psicalia
Manoel Fausto de Oliveira Filho Luciana Cristina Lacerda Anne Cristine de Abreu Arejano João Pereira da Costa Neto Maria Dulcimar Batista LUSINETE BAPTISTA AFFONSO GHIRALDI

Parabéns
Por essa GRANDE conquista!
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DE PSICANÁLISE CLÍNICA

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 Setembro
De Freud a Foucault:
pontos de convergência entre Psicanálise e Filosofia
C erta vez, Freud afirmou
que “o homem não é o
q u e e l e p e n s a s e r ” . Ta l
afirmação cria corpo quando o
pai a psicanálise escreve um
texto intitulado “Uma
dificuldade na Psicanálise”,
onde ele traz à tona o que ele
denomina como as três
doenças narcísicas da
humanidade, ou ainda, nas
palavras de Slavoj Zizek, “as
três humilhações sofridas pelo
homem”.
A primeira, diz respeito a
Nicolau Copérnico, que
no Séc. XVI demonstrou que a
Terra gira em torno do Sol,
privando o ser humano da idéia
de que éramos o centro do
universo. Embora exista
atualmente uma vertente
alienada, que afirma que a terra
Revista Papo de Psicanalista 2º Edição
é plana, não passa de um
resquício psíquico relacionado D essa forma, Freud, com
sua nova ciência, chega
a egos arraigados que não deslocando o eixo do homem
aceitam sua inferioridade em relação a ele próprio,
frente ao universo. trazendo à tona verdades que
abalaram profundamente a
A segunda, diz respeito a sociedade, verdades estas que
Charles Darwin, quando c a u s a r a m u m i m e n s o
demonstrou que emergimos da desconforto. E nada é mais
evolução cega e nos tomou desconfortável do que quando
nosso lugar de honra frente aos nossas certezas inabaláveis são
seres vivos, gerando grande abaladas.
revolta por parte de quem
acreditava e acredita no neste contexto que a
criacionismo divino. É Psicanálise constrói seus
A
alicerces, no desconforto, no
terceira, diz respeito ao tudo que a pessoa acredita que
próprio Freud, quando é a sua certeza e de repente
d e s c o b r i u o p a p e l passa a perceber que essas
predominante do inconsciente certezas não vêm a ser; na
e m p r o c e s s o s p s í q u i c o s , desconstrução dos egos, e isso
revelando que nosso eu, não não é uma imposição dita
manda nem mesmo na própria diretamente pelo analista.
casa. Muito pelo contrário, é o
Sociedade SAPDH 21
 Setembro Revista Papo de Psicanalista 2º Edição

próprio paciente que, quando tornou-se uma referência e pensamento de Michel

investigado e questionado de uma importante ferramenta na Foucault, devemos entender
maneira correta, passa a construção de possíveis sua vida pessoal e o que o levou
e n x e rg a r s u a s v e r d a d e s . verdades, de possíveis a ser quem é na história da
Certamente, para que isto conceitos relacionados à filosofia e da antropologia
ocorra, não existe uma pílula essência humana. moderna.
Michel Foucault nasce em
15/10/1926 em Poitiers,
França. Filho de Paul Foucault,
um importante cirurgião, que
não só acreditava que o filho
seguiria seus passos na
medicina como impunha isso a
ele. Entretanto, os planos de
Michel Foucault eram outros,
gerando assim um
relacionamento extremamente
conturbado e abusivo
milagrosa que a pessoa tome e emocionalmente.
Dentro desta linha de
no dia seguinte ela esteja Outro ponto de afetação nesta
raciocínio, somos incumbidos
curada e apta para viver sua relação pai e filho, era a
de trazer à baila o filósofo,
vida tranquilamente. homossexualidade de
psicólogo e antropólogo
Foucault, onde o próprio
francês, Michel Foucault.
A Psicanálise é um processo de filósofo descreveu que seu pai
o via como um delinquente.
vida, é um olhar profundo para
si mesmo, é um questionar-se Q
uando falamos em
Foucault, falamos de uma
N e s t a é p o c a , a
homossexualidade era crime
d i a r i a m e n t e , é u m pessoa que conseguiu, dentre
questionamento do mundo a tantas intempéries pessoais, passível de prisão em muitos
todo momento. países europeus.
ser um “arqueólogo do
conhecimento” e, os pontos

E é nesse momento que que movimentam toda sua

u m a o u t r a c i ê n c i a , construção literária estão E m 1948, não aguentando a
pressão emocional,
Michel Foucault tenta o
existente desde a Grécia relacionados à saúde mental, à
antiga, une-se perfeitamente l o u c u r a , a o p a p e l suicídio e é internado pelo pai
com a Psicanálise. Esta ciência preponderante do poder no ser em um hospital psiquiátrico.
é Filosofia. Neste local tem uma breve
humano e uma forte crítica aos
Desde os tempos mais remotos moldes de encarceramento. estadia, mas suficiente para
existem questionamentos no que começasse a conjecturar
sobre a loucura e o modo de
ser humano, e a Filosofia, por
meio de grandes pensadores, Mas, para entendermos
um pouquinho mais o
tratamento aplicado nestes

Sociedade SAPDH 22
 Setembro Revista Papo de Psicanalista 2º Edição

locais. doença mental traçando na sociedade no último

paralelos entre a história, a milênio. Sua análise tem início

A cultura e a sociedade
s s i m , c a r o l e i t o r,
percebemos onde está
localizado o fio da meada da
construção e o molde de todo o
pensamento foucaultiano. A
ele foi imposto o exílio à outra
margem da sociedade, a
margem da marginalidade e do
encarceramento, mas não por
ser propriamente louco, e sim
por ser diferente, por agir
diferente dos moldes que a
sociedade de sua época
impunha.
A partir deste momento todo o
seu discurso é voltado para o
desvio, a sexualidade, a
loucura e os mecanismos de
poder.
Foucault, diferente de outros
acadêmicos de sua época,
estudava “in loco” a sociedade
e os problemas que a afetavam.
Assim como Sócrates,
Foucault desceu à Ágora
(praça), e juntou-se aos
movimentos da vida, da cidade
e do mundo e dessa forma
conseguia ler as pessoas e seus
s e n t i m e n t o s f r e n t e à s posteriormente, em 1961,
adversidades.
contemporânea”.
P ouco antes de escrever
este livro, no ano de 1951,
o filósofo francês teve contado
com as ideias do filósofo
alemão Friedrich Nietzsche,
fato este que teve um forte
impacto em seu pensamento.
Nietzsche, antes de ser o
conhecido filósofo que é, era
Filólogo e professor
catedrático da Universidade
suíça da Basiléia, e todo seu
processo de escrita é baseado
na “genealogia”, ou seja,
baseado na busca pela essência
das coisas, onde o fato, em si,
tem início. Um exemplo disso
é quando ele escreve o livro
“Genealogia da Moral”, onde
faz uma profunda pesquisa
crítica, desde o princípio dos
tempos, sobre quando a moral
foi estabelecida como lei na
sociedade.
F oucault, por sua vez, adere
a esta prática e
escreve sua tese de doutorado
que tem por título “A História
no Séc. XIII e se estende até o
final do Séc. XIX. Dentro dessa
análise o filósofo traz à tona os
vários papéis que a loucura
desenvolveu ao longo da
história e o quanto ela foi usada
como ferramenta de poder,
dentro da moral vigente de
cada época. Ele nos mostra que
na Baixa Idade Média e início
do Renascimento a figura do
“louco” era romanceada, usada
como artifício das artes e até
mesmo como os conhecidos
“bobos da corte”, ou seja, a
moral vigente da época usava a
figura do louco como uma
forma de entretenimento das
côrtes.
Q uando inicia a transição
entre o Renascimento e o
Iluminismo, a figura do louco
se transforma, tornando-se
uma ferramenta de “limpeza”
da sociedade. É nesta época
que surge, o que ficou
conhecido como “o grande
internamento europeu”, onde
a figura do louco agora estava
associada a prostitutas,
mendigos, alcoólatras,

E m 1953, Foucault escreve da Loucura na Era Clássica” e

o livro “Doença mental e que se torna um de seus mais
Psicologia”, considerado um célebres e importantes livros.
homossexuais, filhos pródigos
e assassinos. Assim, todas
essas pessoas foram intituladas
texto revolucionário dentro da Neste livro, Foucault elabora “loucas” e internadas em
Psicologia, no qual ele propõe u m a f o r m a d e antigos leprosários que há
“novas formas de se conceber a “arqueogenealogia” da loucura séculos estavam fechados e

Sociedade SAPDH 23
 Setembro
foram reabertos com a criação
do Hospital Geral de Paris, no
início do Séc. XVII, e que
centralizava essa espécie de
hospitais que, na verdade,
tratava-se de grandes
“presídios”, onde as pessoas lá
internadas não recebiam
nenhuma espécie de cuidados
médicos e viviam de forma
sub-humana, tratados na
maioria das vezes, pior que
animais.
F oucault, em sua
arqueologia unida à
genealogia, nos mostra o
quanto a moral instituída em
cada época tem papel
predominante na tomada de
decisões. O grande
internamento foi na verdade
uma ferramenta usada por
parte dos três poderes
dominantes à época,
Monarquia, Clero e Burguesia,
que tinham em comum o molde
Iluminista de criar uma
sociedade livre dos
“problemas sociais” mirando
Revista Papo de Psicanalista
apenas o alcance de tudo que
era racional, de tudo que era
perfeito frente aos olhos de
quem regia os códigos morais.
D esta forma a Igreja teve
como aprisionar “os
mais necessitados”, fazendo
crer que ela era caridosa com
os pobres, dando-os teto e
alimento. Assim, os
necessitados “não estariam
mais nas ruas praticando
mendicância. Logo, a
sociedade, que via as ruas
“limpas” dessas pessoas,
acreditava ou fazia de conta
que a Igreja era perfeita dentro
do cumprimento de seu papel
social. No âmbito econômico,
a Burguesia passou a lucrar
muito ao ter mão de obra
escrava na indústria têxtil e
outros afins, pois dentro de
alguns destes 'hospitais” o
“ócio” não era aceito. Já no
âmbito político, o
internamento representava a
“paz social”, pois o grande
problema sem solução estava
Sociedade SAPDH
2º Edição
trancafiado a sete chaves. Logo
sua política teria alcançado a
perfeição. Ledo e infeliz
engano.
A o tratarmos a
problemática da moral,
devemos nos ater por um
momento à etimologia do que é
Moral, Moralidade e
Moralismo. Percebemos que é
de vital importância
e n t e n d e r m o s e
contextualizarmos tais
conceitos, pois são eles que
regem o enquadramento do
sujeito na sociedade.
Vejamos então:
Moral: a moral é um conjunto
de regras, costumes e formas
de pensar de um grupo social,
que define o que devemos fazer
ou não em sociedade. O termo
moral tem origem no latim
morales, cujo significado é
'relativo aos costumes'”.
M oralidade: é um
conjunto de princípios
individuais ou coletivos. Tem a
ver com o bem, com o bom
convívio social. É julgar, pelos
seus princípios, se uma coisa é
certa ou não para você.
Moralidade não tem nada a ver
com os outros. Não é uma
maneira de julgar a vida alheia
segundo seus próprios
parâmetros.
24
 Setembro
M oralismo: [Filosofia]
Religião. Doutrina que
afirma ser a moral um valor
universal e necessário para a
percepção da realidade, em
detrimento dos demais valores.
[Por extensão] Ação de
m a n i f e s t a r, a t r a v é s d a s
palavras e/ou ação, uma
preocupação demasiada com
questões de teor moral,
geralmente mostrando juízo de
valor ou preconceito para com
os demais;
C onsiderando essas
diferenças entre Moral,
Moralidade e Moralismo, fica
evidente que o moralismo é um
problema que nos parece
muitas vezes intransponível,
pois está incutido na mente das
pessoas. Ele é uma pústula que
assola a sociedade ocidental há
séculos e tornou-se
preponderante na atualidade,
pois o momento histórico no
Revista Papo de Psicanalista
qual estamos inseridos, este
fator está a tornar-se
patológico, gerando distúrbios
p s i c o l ó g i c o s e que, dessa forma, consigamos
comportamentais nos
indivíduos.
Nesse ponto retornamos à
Psicanálise por percebemos o
quanto a moral Iluminista nos
legou um grande problema.
Este problema é o medo que as
pessoas têm quando o assunto
é saúde mental. É como se,
com o passar do tempo, foi
forjada a ideia de que se o
sujeito procurar ajuda quando
não está bem mentalmente, ele
será internado e expurgado da
sociedade.
A tualmente as campanhas
de conscientização a
respeito de saúde mental estão
por toda parte e nós, enquanto
psicanalistas, sentimos na pele
a dificuldade em tratar desse
Sociedade SAPDH
2º Edição
assunto com pessoas leigas.
Nosso grande trabalho está em
desmistificar este tema para
nos aproximar do maior
número de pessoas possível,
auxiliando-os em suas dores
emocionais.
A ssim sendo, espero que
você, que está lendo este
artigo, entenda a importância
de unirmos Filosofia,
Psicanálise, Antropologia e
tantas outras ciências que
forem necessárias e assim
formarmos um forte arcabouço
mental. Precisamos
compreender profundamente a
sociedade em que vivemos, os
variados problemas e
questionamentos que
assolaram a humanidade e que,
infelizmente, ainda hoje
recaem sobre nós.
Daiely Fanchin
Mestra em Psicanálise, Bacharel em
Turismo, Filósofa especialista em
Nietzsche e Psicanalista Clínica
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 Setembro Revista Papo de Psicanalista 2º Edição

O papel Social da Psicanalise

no Atendimento Psicossocial
O interesse crescente que a
psicanálise vem
despertando na sociedade
brasileira não pode ser
creditado apenas ao sofrimento
causado pela pandemia de
covid-19 – embora,
c o n s i d e r a n d o a s
consequências sociais,
o melhor instrumento de que
dispomos para compreender o
sofrimento psíquico, não
espanta que haja um desejo
cada vez maior de acesso a esse
saber. Em contrapartida,
fenômenos que cresceram na
contemporaneidade, como o
ódio segregador racista, sexista
favorecer o acesso, a cada um
que sofre psiquicamente, ao
que há de singular em seu
desejo, provocando muitas
vezes abalos nas
subjetividades alienadas aos
imperativos familiares,
religiosos, grupais, sociais e
políticos vigentes.

políticas e econômicas da
desastrosa gestão sanitária em
nosso país, ele só tenha
aumentado desde então. Por
um lado, o Brasil ocupa, há
muitos anos, lugar de destaque
no pódio dos países que mais
consomem antidepressivos e
benzodiazepínicos no mundo
e, como a teoria psicanalítica é
E o psicanalista é aquele
que, antes de se oferecer à
escuta do sofrimento do outro,
passou ele mesmo por essa
visitação do próprio
i n c o n s c i e n t e
“infamiliar”.Entendendo a
Psicanálise SocialSabe-se que
o estudo psicanalítico, com os
ensino teóricos de Freud, com
a interpretação dos problemas,
recalques, sonhos, chistes,
oriundos do inconsciente, tem
como escopo auxiliar os
indivíduos em busca de um
autoconhecimento e
e religioso, o suicídio de consequente melhora da vida
adolescentes e a desesperança cotidiana.
de um futuro melhor, exigem a
sofisticação dos nossos modos
de pensar e compreender o
mundo em que vivemos.
A o passo que, possibilita
uma “cura pela fala”, um
retorno a origem dos
p r o b l e m a s , u m
A e x p e r i ê n c i a aprofundamento na
psicanalítica tem como p r o c e d ê n c i a d o s
um dos seus objetivos maiores sintomas.Cabendo ao analista,

Sociedade SAPDH 27
 Setembro
ao avaliar os sintomas
existentes, tratar suas causas,
apoiando na redução dos
mesmos e cooperando para a
origem de uma sociedade que
se entenda mais e
consequentemente se torne
mais saudável mentalmente.
Ademais, pode-se
afirmar que a
Psicanálise é uma
pseudociência que
se ocupa das
particularidades e
subjetividades do
ser humano.Sendo
assim, tem como
estudo principal o
indivíduo inserido
num contexto
social, em que a subjetividade
não pode ser avaliada sem a
conexão com toda a realidade
social envolta. Por assim ser,
cabe incluir a Psicanálise não
só no campo da Filosofia,
Psicologia, mas na Sociologia
também, haja vista que cada
ser humano está enlaçado com
a sociedade e com isso acaba
que gera uma influência no
âmbito social.
P sicanálise Social e a
análise Destarte, um
sujeito que participa de uma
análise com um psicanalista e
faz parte de todo processo de
transferência, questionamento,
reavaliação de seus atos, nesse
Revista Papo de Psicanalista
hiato do tratamento, sem
dúvidas, muda seu modo de
visão de mundo. Por conta
disso, ocorreram mudanças
também na maneira em que o
analisando lida com o seu meio
social, quais sejam: familiares,
amigos, colegas de trabalho,
gerando uma influência que
ultrapassa toda a barreira do
consultório e da relação
analista x analisando, mas que
reverbera positivamente ou
não na sociedade como um
todo.
D iante disso, a Psicanálise
e o tratamento
psicanalítico são essenciais
para toda uma coletividade de
pessoas, já que auxilia no
e n t e n d i m e n t o d o
comportamento, do passado e
da estrutura familiar de cada
um, o que é de suma
importância para o
autoconhecimento e para a
manutenção da saúde mental
Sociedade SAPDH
2º Edição
dos indivíduos.
Por assim ser, a Psicanálise tem
uma importância gigantesca e
tem o dever de alcançar todas
as classes sociais, já que
problemas de saúde mental não
selecionam classe econômica.
R e s t a n d o
demonstrada a
necessidade do
tratamento
psicanalítico ser
disseminado em
toda a sociedade
sem distinção e
com vistas de tentar
driblar a
desigualdade
social, tanto do
ponto de vista
econômico de acesso aos
consultórios e planos de saúde,
tanto do acesso às informações
e benefícios trazidos por uma
análise.
A terapia da Psicanálise
Social é algo que ainda é
tratado, por alguns, como uma
incógnita, como algo que não
transforma, uma visão retrógra
da de que as terapias, no geral,
são tratamentos que devem ser
aplicados a “loucos” apenas. E
não algo que deveria ser
acessível a todos, como mais
uma fonte de qualidade de vida
e de tratamento para quaisquer
traumas, depressões, fobias,
28
 Setembro Revista Papo de Psicanalista 2º Edição

toc’s, enfim, gerando uma infância e a Psicanálise o que notória a importância da

explanação e definição de
como a mente humana
ultrapassa apenas a
consciência.
de certa forma origina um
ambiente mais propício à
verdade, ao cuidado, ao ouvir,
ao entendimento maior do
comportamento humano,
socialização da Psicanálise, ou
seja, torná-la objeto de estudo e
aplicação em todos os setores
sociais.

P artindo do pressuposto de
que muitas de nossas
atitudes, que parecem sem
sentido, estão na verdade
envoltas e formadas pelo
inconsciente de cada um. Não
restam dúvidas de que para a
humanidade, o advento da
Psicanálise, auxiliou numa
maior compreensão dos
sentimentos das pessoas,
gerando uma inovação em
todos os setores, inclusive
pedagógico.
Posto que, a compreensão das
crianças e adolescentes e dos
seus comportamentos, o
entendimento de que algumas
atitudes derivam da formação e
da fase que estão passando,
com certeza incentivam um
maior entendimento e uma
avaliação mais qualificada e
com diretrizes de cuidado e
observação de cada ato e seu
significado.
formado por essa parte que
com certeza foi pré-moldada
pela Psicanálise.
F azendo com que, assim
como a acessibilidade à
educação, saúde, segurança,
Pois, Freud ao se importar e esta necessidade esteja
estudar as fases da criança e também entre os tipos de
não deixar a infância como um tratamento primordiais para
“borrão”, mas analisando o todos, bem como que o Estado
cunho sexual das atitudes e os próprios profissionais
infantis, acabou por incentivar entendam que a Psicanálise
o olhar para a criança como um possui sim seu cunho social, ao
ser humano, com vontades, passo que auxilia e
desejos, problemas, proporciona uma elucidação
pensamentos, originando uma do comportamento humano.
maior inserção no meio social.
Considerações finais
O entendimento da
importância da Psicanálise Sou Psicalia
vem sendo disseminado desde
s e u c r i a d o r, F r e u d , q u e
inicialmente não teve muita
aceitação, pela sociedade, das
suas ideias e inovações.
Mas que, atualmente, tem
espalhado por todo o mundo
seus conceitos, sendo estes

G e r a n d o a s s i m , u m aplicados usualmente mesmo

a c o m p a n h a m e n t o destoando do seu real
pedagógico mais satisfatório e significado.
C

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enlaçado com o seio familiar, o O presente artigo foi escrito

por Lucialda Cardoso
que de certa forma, incentiva Fato esse que, traz à tona, o Psicanalista Clínica, com foco
um diálogo maior entre os quanto a Psicanálise foi e ainda no social. Email:
lucycardosomk@gmail.com
responsáveis pelo estudante e precisa ser acessível a todos,
Tel: (11) 97339-2848
pela instituição de ensino.A em todos os âmbitos. Restando

Sociedade SAPDH 29
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MELAINE
KLEIN

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Especialização de 10 meses

Estrutura de Estudos
1. Da antropologia social para a psicanálise
2. Evoluções da técnica Kleniana
3. Conceito de fantasia em Freud e Klein
4.sobre a linguagem Kleniana
5.tipos de experiência invejosa
6. Travestismo em análise
7.Experiências clínicas de identificação projetiva
8. A reação terapêutica negativa
9. Evolução do pensamento revisão geral e visão pessoal
10. Investigando casos clínicos

A NETFLIX DOS
PSICANALISTAS
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 Setembro Revista Papo de Psicanalista 2º Edição

P ara vivermos em
sociedade existem várias
exigências culturais,
renúncias dos nossos
impulsos e desejos pessoais
em busca do equilíbrio.
Porém todos esforços
realizados individualmente a
favor do coletivo são
abalados quando lidamos
com uma pandemia, um vírus
mortal que rapidamente
modifica o mundo como
conhecemos.

E ssas questões resultaram

em isolamento social e
agora no caminho contrário,
voltar ao convívio social.
Freud já dizia sobre esse
assunto que apesar de lhe
resultar impossível viver o
isolamento, o ser humano
costuma ser mais intolerante
ainda aos sacrifícios que
supõe a vida em sociedade.
Vale lembrar que Freud traz
reflexões importantes na sua
obra “O mal-estar na
civilização”, escrita em 1929-
1930, acerca do papel da
cultura na condução do mal-
estar, mesmo com o passar
dos anos se faz extremamente
atual.
A presença do Covid19
sacode o ajuste
sintomático que a gente faz da
realidade. E isso compete
tanto ao real, simbólico e
imaginário na estrutura
psíquica de cada indivíduo
que nos conduz para o
despertar de uma nova
realidade. Esta comoção nos
trás a necessidade de aceitar
esta nova realidade
relacionada a nossa finitude,
nossas incertezas perante um
vírus desconhecido, a busca
da ciência pela cura e
tratamentos adequados,
fome, crise econômica,
guerra.
N unca houve tanto foco
na saúde mental como
atualmente e nosso resultado
até aqui é um estado de
angústia mental de forma
coletiva. Casos de ansiedade,
depressão, suicídio, entre
outros fatores. E não estamos
falando somente do
isolamento social, mas
também dos profissionais de
saúde que estão a frente dessa
batalha e das pessoas curadas
que convivem agora com as
sequelas da doença.
T odas essas questões
resultam em extremo
impacto no estado emocional
e psicológico, principalmente
pela forma como a pandemia
aconteceu, a morte de pessoas
próximas sem um velório,
uma despedida digna, pessoas
perdendo seus empregos,
desestabilização social. Não
precisamos somente retornar
a nossa rotina, mas
principalmente, acima de
tudo retornar a nossa

32
 Setembro
estabilidade emocional.
Nesse sentido, a psicanálise
tem um papel importante
nessa Nova Ordem Mundial.
E stamos de fato vivendo
um trauma social, um
momento que nunca vivemos
antes e por esse motivo
perdemos o equilíbrio, pois
não fomos preparados para
essa experiência. A
Psicanálise nos traz reflexões
do nosso passado que
contribuem para o agora, não
nos permite antecipar ou
prever o futuro, mas nos
ensina a viver em nosso
tempo atual, seria o nosso
tempo lógico. Podemos
buscar formas de ressignificar
e viver no tempo atual.
Para tanto, precisamos
elaborar caminhos, dentro
dessas mudanças adaptamos
o atendimento da terapia para
ferramentas online
beneficiando não somente a
segurança quanto a
Revista Papo de Psicanalista 2º Edição
pacientes. Atualmente, além
das terapias online, a internet
está repleta de vídeos, sites e
contas nas redes sociais que
focam no assunto da saúde
mental.
A terapia online funciona,
o fato é que seja online
ou presencial, no final do
século XIX Freud descobriu
que a fala podia ser um
transmissão do vírus, mas importante instrumento de
também reduzindo custos cura e transformação,
nesse momento da economia, especialmente das doenças da
dessa forma também mente. Surgiu assim a
favorecendo o social psicanálise, mesmo com as
reduzindo valores e tornando intensas transformações no
o atendimento na Clínica
Psicanalítica favorável a
todos.
mundo ao longo dos anos,
continua viva e contribuindo
satisfatoriamente com a
Sociedade Atual.
E ncontramos formas para
a aproximação do eu para
c o m o o u t r o ; d a
Janaína Xavier
Psicanalista Clínica
transformação do mal-estar e
Pós-graduada em
do bem-estar; e, sobretudo, a
Neuropsicanálise
reinventar o humanismo, cuja
Insta: @psi.janainaxavier
base esteja na confiança da
população em seguir em
frente, se adaptar e se
reinventar.
Estamos sempre nos
adaptando para nossa
sobrevivência, o mais
interessante é que a terapia à
distância pode não ser um
conceito totalmente novo.
Sigmund Freud pode ter sido
o primeiro a usar esse
método, se comunicando por
meio de cartas com os seus
33
 Forjando novos terapeutas para
os tempos atuais

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O que você vai aprender nesse Curso!

Formular um diagnóstico analítico bem sistemático, e flexível do seu paciente
no aporte da sua atuação como terapeuta.

1. Porque diagnóstico? e Diagnóstico Psicanalítico do caráter

2. Tipo de caráter na visão da Psicanálise em personalidade.
2.1 Personalidades antissociais2.2 personalidades narcisista
2.3 Personalidades esquizoides2.4 Personalidades paranoide
2.5 Personalidades maníacas depressivas
2.6 Personalidades obsessivas
2.7 Personalidades histéricas e funcionamento dissociativo

Dr. Rogério Santana

Psicanalitista Clínico
Vice Diretor da SAPDH
 Setembro
A Psicanálise é um
referencial fundamental
para entender certos aspectos
da subjetividade humana que
vem contribuindo nas
demandas da atualidade e nos
sofrimentos psíquicos
trazendo um olhar e uma
escuta específica sobre os
movimentos sociais.
N a contemporaneidade, a
Psicanálise assume um
outro papel, deixando de ser
exclusivamente clínica e
individualista, aquela onde
em seu divã, é explorado os
conteúdos latentes do
inconsciente do sujeito, que
fala das suas angústias,
medos , fantasias e as
particularidades das questões
sexuais que o atormentam
enquanto ser social, passando
Revista Papo de Psicanalista
a ser uma Psicanálise
Participativa. Aliás, desde a
sua criação, o Pai da
Psicanálise Sigmund Freud,
nunca quis que a mesma fosse
apenas um cuidado mental do
inconsciente das pessoas.
Para ele, o inconsciente diz
respeito a uma dimensão da
subjetividade humana como
um todo, e que está presente
nos grupos, nas instituições,
nas dinâmicas sociais, na
cultura e também nas
estruturas políticas.
N esse contexto, vemos
que o campo de estudo
de Freud sobre o
comportamento humano,
tornou-se um modelo de
análise sociológica, fazendo
com que seja percebido que a
Psicanálise dialoga com
2º Edição
diferentes campos do saber e
com diferentes espaços, que
perpassam o de um
consultório.
O analista por sua vez ,
precisa entender que nos
dias atuais tem uma
comunidade de interesse
entre o discurso e a
democracia, deixando de ser
um analista fechado em sua
reserva crítica, assumindo
então o papel de um analista
que participa e que é sensível
as formas de segregação, que
é capaz de entender qual foi a
sua função e qual lhe
corresponde agora.
N a obra "Totem e Tabu"
(1913), Freud aplica a
Psicanálise a diferentes
campos, como arqueologia,
35
 Setembro Revista Papo de Psicanalista 2º Edição

antropologia e a religião nos

auxiliando na compreensão
sobre o papel do indivíduo na
civilização distinguindo as
origens e as transformações
dos laços sociais.

E m outra obra, uma das

mais importantes de
Freud , " O Mal-Estar da
Civilização (1930), ele lança
uma tese que a vida em
sociedade causa sofrimento,
ela causa Mal-Estar gerado
pelo impedimento da
realização das nossas pulsões
mais primitivas.Ele aponta os
conflitos vividos pelos
indivíduos na sociedade,
dando ênfase a organização
desses indivíduos em
civilização que resulta em
infelicidade por requerer
desses sujeitos renúncias de
suas pulsões, o que
regulamenta suas convenções
interpessoais. Portanto, o
Papel Social da Psicanálise, Elizângela Silva
tornou-se imprescindível Pedagoga
Pós-graduada em Educação Inclusiva
para fazer com que os Mestre em Ciências da Educação
indivíduos consigam Colunista do Blog Notícias 360graus
percebe-se como seres Psicanalista Clínica e Didata

integrantes dessa sociedade e Cel / Zap: (81) 993773739

a conviver de maneira Instagram: elizangela.silva03
emocionalmente saudável
com os males gerados por ela .

36
 MESTRADO
SA
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PDH
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EM PSICANÁLISE
PROFISIONAL LIVRE
INFORMAÇÕES: 71 99338-7050
O Mestrado Profissional Livre da SAPDH, tem como objetivo
formar Docentes MESTRES com perfil caracterizado pela
capacidade de geração de valor para toda sociedade.

✅ DURAÇÃO DO CURSO: ÁREAS DE CONCENTRAÇÕES:

12 meses, totalizando 1.200 horas. ✔ Sexualidade e terapia de casal
✅ INVESTIMENTO: ✔ Neuropsicanalise
✔ Análise comportamental
12 Mensalidades de R$150,00.
✔ Tanatologia
✅ MODALIDADE DO CURSO 100% ON-
LINE - EAD Método de Ensino:
O Curso é realizado na modalidade de EAD.

O que estudaremos nesse Módulo 3

1. Neuroses
12 meses é 24 encontros. 2. Histerias
3. Depressões
4. Psicoses
Módulo 1 5. Pacientes Somatizadores
1. Evolução História da Psicanálise 6. Perversões
2.Psicoterapia e Psicanálise: semelhança e diferença 7. Homossexualidade
3. As sete escolas de Psicanálise
4. A Psicanálise Contemporânea
Módulo 4 - Técnica
1. Entrevista Inicial: Indicações e contra -indicações
Módulo 2 2. O que mudou nas " regras técnicas " Legadas por Freud?
1. Estrutura e o funcionamento do psiquismo 3. O Setting ( enquadre)
2. A formação da Personalidade 4. Resistências
3. O grupo Familiar: Normalidade e Patologia da Função 5. Contra-Resistência
Materna 6. Impasses: Reação Terapêutica Negativa
4. Trauma e Desamparo 7. Transferências
5. As pulsões do Id 8. Contra-Transferencia
6. As pulsões do Ego 9. A comunicação não verbal na situação Psicanalítica
7. Os mandamentos do Superego 10. O silêncio na situação Psicanalítica
8. Inveja: Pulsão ou Defesa 11. A atividade Interpretativa
9. Posições: A posição Narcisista 12. A face Narcisista da sexualidade Édipica
10. Vínculos: O vínculo do reconhecimento 13. Insight - elaboração -cura
11. Sonhos: Formação e Funções 14. Fundamentos Psicanalíticos com crianças e
12. O Espelho na Teoria e Na prática Psicanalítica Adolescentes
15. Psicoterapia Analítica de grupo
16. Condições Necessárias para um Analista
17. Influência da didática no ensino superior.
 Setembro
E sse texto tem como
escopo filosofar sobre
este assunto, que permeia
as sociedades humanas em
sua essência. A política faz
parte do contexto holístico
das civilizações, nada é
construído em nossas
sociedades senão pela prática
política. Simples escolhas do
nosso cotidiano contêm
conotações políticas, desde a
seleção de um representante
de condomínio até as escolhas
dos mais altos escalões do
Estado, todas as ações em
sociedade têm seus princípios
fundamentados na política.
Revista Papo de Psicanalista
A psicanálise vem de
encontro a esse contexto, para
tentar, de certa maneira,
equilibrar a balança entre o
permitido e o não permitido
dentro de determinada
sociedade, trabalhar com as
frustrações da psique,
moldando o indivíduo ao
melhor convívio social.
Política e psicanálise andam
de mãos dadas, em outro
momento são antagônicas,
discorreremos sobre a seguir.
D esde os primórdios das
civilizações humanas,
as pessoas procuram se
2º Edição
organizar em sociedades.
Essas sociedades possuem
delimitações intangíveis
(leis) que são moldadas
conforme a necessidade de
alguns, ou da maioria, de
acordo com o sistema político
ou de governo vigente.
E ssas barreiras ou
delimitações, por vezes,
promovem frustração dos
desejos que estão
intimamente enraizados na
natureza humana, o que Freud
trataria como ‘mal estar da
civilização’. As repressões
dos desejos causam, muitas
38
 Setembro Revista Papo de Psicanalista 2º Edição

vezes, comportamentos não Há um pouco de política psiquiatria. 16 de dez. de

aceitos pela sociedade e suas
regras preestabelecidas,
culminando, por fim, em
traumas, doenças
psicológicas, déficits
cognitivos e um sem número
de psicopatias causadas pela
repressão das demandas do
ID em questão.
também no cerne da
psicanálise, quando a
segunda tenta sanar ou
amenizar o sofrimento da
psique, procurando moldar o
ser humano ao convívio em
sociedade.
E nfim, política e
psicanálise fazem parte
2016.
(1930[1929]) O mal estar na
civilização. Edição Standard
Brasileira das Obras
Completas de Sigmund
Freud, vol. XXI. Rio de
Janeiro: Imago, 1996

A psicanálise procura
amenizar os efeitos
causados por essas privações,
impostas pelas regras de ‘boa
convivência’, aos desejos e a
satisfação do prazer exigido
por nossa condição humana.
A politica, por sua vez, seria a
causadora das psicopatias,
através da imposição das
regras de convívio social, que
se não cumpridas, levam a
sanções que se adequam
conforme a gravidade dos
atos cometidos.
de nossas vidas, com o
propósito de promover a boa
convivência, estabelecendo
regras e limites, moldando
nossos atos, lapidando nosso
ser. Isto é o que nos define
como civilização, o que nos
define como seres humanos.
Bibliografia
São Paulo: Companhia das
letras. (Trabalho original
publicado em 1914). Freud,
S. (2011) Psicanálise e
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Psicalia
Maria Rosa Crescente
Psicopedagoga

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 Sociedade SAPDH
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Psicanálise Contemporânea
Você é Psicanalista e deseja fazer parte da
Sociedade SAPDH?

A Sociedade Psicanalítica SAPDH, tem realizado ações

importantes para promover a psicanálise contemporânea, onde
temos celebrado parcerias e criado projetos ousados para
poder destacar essa abordagem terapêutica que por mais de
um século tem ajudado pessoas de todas as partes do mundo.

Você é Psicanalista e está sem uma sociedade para lhe ajudar

com seu crescimento, a SAPDH está de braços abertos para te
receber e juntos fazermos o diferencial nessa geração.

WWW.SOCIEDADEPSICALITICA.ORG
 Setembro
E ste foi o tema de minha
tese de doutorado. Exigiu
ampla e árdua pesquisa de
bibliografia científica
publicada ao longo destes 100
anos de existência da
psicanálise e das mudanças que
se sucederam na área científica
desde Freud. Sintetizar a obra
de 120 páginas de pesquisa
para publicar neste periódico
foi outro desafio. Espero ter
alcançado êxito e possibilitar
uma leitura entendível aos
nossos leitores da família
SAPDH, me colocando a
d i s p o s i ç ã o p a r a
esclarecimentos sobre o tema.
P ara iniciar esta matéria,
relembro que, todo
psicanalista tem clareza quanto
a área da abrangência técnica e
metodológica da psicanálise
clínica, assim como da ética em
seguir os passos e orientações
Revista Papo de Psicanalista
técnicas que envolvem estes
procedimentos. Tais temas
são amplamente tratados e
esclarecidos nos cursos de
formação. Isto posto,
entendemos que toda
instituição psicanalítica séria,
que zela por sua idoneidade
formadora, irá primar para
que estes postulados sejam
rigorosamente atendidos.
Buscará evitar enxertar
qualquer recheio estranho a
técnica cientificamente
comprovada como eficaz no
alcance da saúde mental dos
indivíduos que a buscam
como tratamento
psicoterápico. Portanto, esta
pesquisa buscou identificar a
interrelação entre psicanálise,
espiritualidade e saúde
mental, buscando identificar
as contribuições possíveis
nesta relação, considerando a
preservação do arcabouço
2º Edição
teórico, metodológico prático
da técnica psicanalítica, fiéis
aos postulados científicos
comprovados enquanto
tratamento psicoterapêutico
analítico, mantendo-os
intactos e invioláveis.
F reud dedicou-se a estudar
as relações entre religião
e psicanálise em seu tempo
devido a manifestações que se
apresentavam em seu
trabalho clínico. Suas
observações sempre se
dirigiam a instituição igreja e
não ao sentimento espiritual
de pertencimento ao divino.
Afirmava que, a Psicanálise
não é a favor, nem contra
religião, uma vez que, uma
existe independente da outra.
Seus estudos focavam a
religião como organização
cultural e social enquanto
“igreja”, ou seja, as regras, os
41
 Setembro
seus rituais e as demandas
provenientes destas que se
manifestavam em seus
pacientes. Dizia que, este
fenômeno cultural e social
podia ser observado e
medido, sendo que os
identificava de forma
significativa como
causadores dos sintomas nos
casos de histeria. Já os
sentimentos espirituais e o
relacionamento com Deus,
Freud se abstinha de estudar,
a v a l i a r, o p i n a r, o u s e
posicionar a respeito. Isto
pode ser verificado em sua
troca de correspondência com
o amigo Roman Rolland, que
o critica por não ter abordado
o aspecto espiritual em sua
obra, ou sentimento oceânico
que acomete a todo ser
humano. Em resposta a
Rolland, Freud confessava se
sentir incapaz de avaliar e
investigar cientificamente tal
variante, por limitação da
ciência rudimentar de sua
época. Justificava que num
futuro próximo a ciência
avançaria tecnologicamente,
possibilitando esta
Revista Papo de Psicanalista
investigação cientifica do
fenômeno espiritual.
Argumentava ser tema por
demais complexo e profundo,
incapaz de ser testado ou
comprovado. Freud buscou
qualificar o fenômeno
religioso, usando-se dos
arcabouços rústicos da
ciência de sua época, que
sabia serem insuficientes,
comparando-os a fenômenos
mentais. Nesta analogia
pobre de recursos, considerou
a religião uma ilusão: “[...] as
ideias religiosas são ilusões
insuscetíveis de provas”
(Freud, [1927] 1976, p. 44). O
que ele queria dizer com isso?
Que os fenômenos religiosos
e os sentimentos religiosos
não podiam ser aferidos,
definidos, comensurados,
medidos. Que pertenciam a
um campo desconhecido da
ciência até aquele momento.
Que as pessoas se
relacionavam com Deus sem
o verem, sem o tocarem, ou
terem provas reais e
cientificas de sua existência.
Acreditavam na providência
2º Edição
divina deste “Pai” que os
amava e protegia. Por isso
usou o termo ilusão, por não
e x i s t i r u m “ p a i
“materialmente e sim na
mente, nos sentimentos dos
indivíduos. Lhe pareceu ser o
termo mais correto
cientificamente para àquele
momento. Uma ilusão que
não podia ser considerada
como patológica porque o
crente ou praticante de sua fé
mantinha a conexão com a
realidade, com o mundo real.
Esta sua colocação é pontual
quanto a diferenciar o
fenômeno religioso dos
transtornos psíquicos que são
acompanhados de ilusões,
criadas na mente do doente
mental com uma ruptura com
a realidade. A espiritualidade
não promove ruptura da
realidade nem déficit de
desempenho dos indivíduos.
S egundo Valeria Fonseca
(2018) em estudos sobre
este tema, na prática clínica,
não existem diretrizes claras
para se distinguirem crenças
religiosas “normais” de
delírios religiosos
“patológicos”. A atual
definição de delírio, do DSM-
5, isenta completamente a
doutrina religiosa da
patologia. Do ponto de vista
individual, uma abordagem
dimensional do pensamento
delirante (enfatizando a
convicção, a preocupação e a
extensão, em vez do
conteúdo) pode ser útil para
examinar o que é e o que não é
42
 Setembro Revista Papo de Psicanalista 2º Edição

patológico. Quando as
crenças são compartilhadas
pelos outros, a idiossincrática
pode-se tornar normalizada.

L acan considera a religião

um campo indestrutível
do humano, onde persistem as
“verdades eternas”, ou seja,
de estrutura. Tais afirmativas
de Freud e Lacan informam-
nos da importância da
religião. A falta de um sentido
um operador de novas real é o lugar onde Deus está,
absoluto para aquilo que nos
formas. A preocupação que ainda que morto e é, nesse
sustenta na vida está no
temos é [...] no que se refere lugar, que se instaura a fé que
fundamento da própria
ao sentido, eles conhecem um move montanhas e pode, não
estrutura dos seres falantes, o
bocado. São capazes de dar apenas “salvar” mas, ser um
real. Talvez, por isso, Lacan
um sentido realmente a instrumento de destruição da
tenha assinalado numa das
qualquer coisa: à vida vida.
citadas conferências em
humana, por exemplo. São
Bruxelas, que a “religião
formados nisso. Desde o A indicação de Freud é clara:
triunfará: [...] se a psicanálise
começo, tudo o que é religião Não existe uma regra de
não triunfar sobre a religião, é
consiste em dar um sentido às ouro que se aplique a todos:
porque a religião é
coisas que outrora eram as todo homem tem de descobrir
inquebrantável”. E ainda que,
coisas naturais. [...] e a por si mesmo de que modo
“a psicanálise não triunfará:
religião vai dar um sentido às específico ele pode ser salvo.
sobreviverá ou não” (Lacan,
coisas mais curiosas, àquelas [...] Nisso, sua constituição
2005, p. 65). Acrescenta para
pelas quais os próprios psíquica desempenhará papel
concluir seu posicionamento:
cientistas começam a sentir decisivo, independente das
“Não triunfará apenas sobre a
uma ponta de angústia. A circunstâncias externas
psicanálise, triunfará sobre
religião vai encontrar para (Freud, [1930] 1976, p. 103).
muitas outras coisas. É
isso sentidos truculentos Freud reconhecia que este
inclusive impossível
(Lacan, 2005, p. 65-66). sentimento religioso, assim
imaginar quão poderosa é a
Consideramos que, diante da como, as regras oriundas
religião” (Lacan, 2005, p. 65).
falência de ideais e utopias, os desta organização,
Embora religião e igreja
quais antes sustentavam a promoviam uma maior
sejam distintas, é difícil para
entrada das novas gerações na organização no processo
o discurso religioso
vida adulta, no mercado e na civilizatório, afastando a
sobreviver fora da igreja.
vida política, a religião está humanidade do caos e da
pronta para acolher os barbárie. Temia que, sem a
S egundo Coelho dos
Santos (2008) a tentativa
de se dar sentido à vida, gira
corações dos não
esperançosos e oferecer-lhes
religião o homem reduziria o
processo civilizatório
sentidos para apaziguá-los, construído em milênios à
em torno do vazio estrutural,
impedindo-os de perceber o destruição em pouco tempo.
decorrente da falta de sentido
que não funciona, o real. O Considerava que a
e este deve permanecer como

43
 Setembro
espiritualidade religiosa
tornava a vida real
insuportável em vida
suportável para o homem,
nesta relação de crença do
sujeito para com o divino.
Dizia que o homem religioso
acredita e confia em algo que
não pode ser visto, medido e
comprovado, mas o distingue
dos psicóticos, pois não há
rompimento para com a
realidade externa, pelo
contrário, dizia que o homem
não sobreviveria sem esta
crença no divino que o
protege, como um pai a um
filho. Logo não é uma
patologia e sim uma forma de
esclarecer o fenômeno que
estava noutro universo, o da
fé e da crença das pessoas em
um ser superior e divino.
Em sua obra referiu que os
estudos científicos da
religião estavam avançando e
avançariam muito no futuro
de seu tempo, podendo trazer
respostas que lá não se tinha
sobre esta quantidade de
fenômenos que ocorriam
neste universo. Lacan explica
este entendimento de Freud:
“A psicanálise não é contra a
religião e, sim, está numa
outra direção, mas na mesma
estrada: a da vida”. (Lacan,
2005)
A técnica psicanalítica foi
um constructo elaborado
para desvendar as demandas
inconscientes do sujeito.
Então, onde e como
espiritualidade entra nesta
Revista Papo de Psicanalista
discussão nos tempos atuais,
passados já mais de 100 anos
do início da psicanálise? Para
podermos responder a esta
questão faz-se necessário
abordar os progressos que
Freud se referia que com
certeza iriam aflorar nos anos
vindouros a sua existência,
sobre religiosidade e
espiritualidade.
A Pesquisa que realizei,
constatou que há mais
de um século e com maior
incidência investigativa
cientifica nestes últimos 30
anos, o tema espiritualidade e
s a ú d e t e m s i d o
sistematicamente amplo alvo
de estudos. Apesar desta
constatação, evidencie-se
pouca divulgação dos
mesmos junto aos
profissionais da saúde ou
mesmo à população em geral.
A dinamização do trabalho
científico evidenciou
robustas, consistentes e
positivas influências na saúde
mental dos indivíduos que
realizam práticas espirituais
o u r e l i g i o s a s
sistematicamente,
independente de sua
confissão religiosa ou
práticas específicas de fé.
E sta constatação
encaminhou para a
investigação de como tal
evidência pode ser uma
contribuição à psicanálise e
consequentemente, como esta
contribuição possa
influenciar positivamente o
2º Edição
trabalho técnico psicanalítico
do profissional da psicanálise,
assim como, aliviar o
sofrimento dos analisandos.
A orientação da OMS aos
profissionais da saúde
quanto a indicar a prática da
religião ao paciente
E m 1988, a Organização
Mundial de Saúde -
OMS, incluiu o aspecto
espiritual no conceito
multidimensional de saúde,
antes focado somente nos
âmbitos biológico,
psicológico e social.
Justificaram esta inclusão
devido aos inúmeros estudos
científicos comprovando a
eficácia do aspecto espiritual
na recuperação e manutenção
da saúde do paciente. A partir
disso, a abordagem dos
profissionais da saúde para
com o paciente deve
considerar além dos aspectos
biopsicossociais, também os
espirituais, com vistas a
promover os benefícios da
saúde, através da prática
espiritual ao paciente.
Portanto, esta orientação é
destinada também aos
p s i c a n a l i s t a s ,
psicoterapeutas e demais
profissionais da área da
saúde, independente de
crença ou credo religioso.
P odemos entender melhor
a respeito da orientação
da OMS, nos estudos de
Toniol, que envolvem os
documentos da Organização
44
 Setembro
Mundial da Saúde sobre o
aspecto religiosidade entre
1984 e 1988 e após, onde
acadêmicos, técnicos e
políticos se reuniram em
Genebra, Suíça, por ocasião
da 37ª assembleia geral da
instituição. Entre tantas
outras resoluções aprovadas
naquela ocasião, a decisão
WHA37.13, cujo conteúdo
pode ser sintetizado nos
seguintes termos:
“ ...tendo considerado o
relatório da direção geral [da
OMS] sobre a dimensão
espiritual para o “Programa
saúde para todos no ano
2 0 0 0 ” e t a m b é m
acompanhando as indicações
do Comitê executivo sobre a
re s o l u ç ã o E B 7 3 . R 3 , a
assembleia: […] reconhece
que a dimensão espiritual tem
um papel importante na
motivação das pessoas em
todos os aspectos de sua vida.
Afirma que essa dimensão
não somente estimula
atitudes saudáveis, mas
Revista Papo de Psicanalista
também deve ser considerada
como um fator que define o
que seja saúde. Convida
todos seus Estados-membros
a incluírem essa dimensão em
suas políticas nacionais de
saúde, definindo-a conforme
os padrões culturais e sociais
locais (Documento
consultado: A37/33, 15 de
maio de 1984. Arquivos
OMS-grifos originais)
(TONIOL,2017. p. 1)
S eguindo as propostas da
O M S , m u i t a s
universidades passaram a
implantar a disciplina
Espiritualidade em seus
cursos de graduação da área
da saúde (SANTOS, 2018),
(DINO,2019), (COSTA, M.S.
2019).
Em estudo recente nas
universidades feitas por
RIBEIRO, L. S. (2021) o
pesquisador conclui, a partir
dos profissionais
pesquisados, que a
abordagem espiritual está
2º Edição
sendo insuficiente nos cursos
de graduação. Ressalta-se que
a espiritualidade é uma
tecnologia leve e sem custo,
que apresenta evidentes
contribuições para o
enfrentamento de doenças e
para o bem-estar dos
indivíduos e, portanto,
precisa ser difundida e
abordada durante a formação
acadêmica por meio de
atividades eletivas e
obrigatórias. Conclui que a
abordagem transversal da
espiritualidade nas
disciplinas inespecíficas ao
tema e a realidade, não
garante o aprofundamento
necessário que o aluno
precisa para se sentir apto na
aplicação do conhecimento
na prática. Esta constatação,
deixa claro, que também os
cursos de formação
psicanalítica precisam buscar
se adequar e contemplar esta
orientação da OMS em seus
currículos de formação,
buscando alcançar esta
orientação aos pacientes, em
associar a vivência da sua fé
como coadjuvante
terapêutico.
M as, em que momento
abordar com o
analisando da psicanálise este
assunto? A autora destes
estudos e pesquisa sugere que
o mesmo possa ser abordado
durante a primeira entrevista
e anamnese. Ou seja, quando
se preenche os dados na ficha
do paciente, especificamente
no item religião do
45
 Setembro Revista Papo de Psicanalista 2º Edição

analisando. Seria o momento vivenciar, experienciar sua construa seu próprio estilo de
mais propício para analista espiritualidade como ser. Fonseca atenta para o
abordar o tema com o processo coadjuvante cuidado ético, a se levar em
analisando: terapêutico cientificamente conta tais dimensões da

“ -Você tem uma religião?”

Sim( ) Não( )
comprovado e reconhecido
por este organismo. Esse
procedimento respeita a
subjetividade humana. Não se
trata de abordar questões de
crenças dogmáticas, ou
metodologia teórico prática mesmo adentrar no campo

“ - Se sim, qual?”
___________________
“-Você prática sua religião?
S e o analisando diz que não
tem religião, a
intervenção do psicanalista
termina aí, pois a orientação
da OMS se limita em o
profissional da saúde sugerir a
vivência de sua fé, para quem
a tem. Caso não tenha
religião/fé, o profissional da
saúde pela ética deve
respeitar este posicionamento
e nada mais dizer, abstendo-
se de adentrar em minucias do
assunto, ou se alongar no
mesmo. Mas, se ele diz sim,
que possui uma religião e a
prática, o psicanalista pode
fazer a recomendação que a
Organizacao Mundial da
Saúde preconiza, quanto a
importância de o paciente
da associação livre
psicanalítica e os
procedimentos agregados. Há
ainda os teóricos que falam
que, na prática clínica o
discurso religioso faz parte
integrante da vida de muitos
pacientes. Logo, cabe ao
psicanalista fazer a
intervenção quando do
surgimento do tema: “fale
sobre isso” .
C oncordamos com
Fonseca (2018) que
refere que na sua prática
clínica, considera que os
fenômenos da religiosidade e
da espiritualidade, auxiliam
uma escolha pela integridade
psíquica e menor sofrimento
mental, o que conduz o
psicanalista a dirigir o
tratamento junto ao paciente
para que este busque e
teológico místico, mas sim,
de se exercer o cuidado para
com o paciente, considerando
a relevância destas
dimensões, não deixando de
lado o pensamento científico -
uma explicação psicanalítica
e/ou interpretativa, porém ela
também sempre buscará uma
nova compreensão, um novo
sentido, o que vale dizer que o
homem é transcendência em
si e qualquer impedimento
disso teremos como resultado
o adoecimento da vida. Segue
bibliografia de estudos
científicos da neurociência,
da psicologia, da psicanálise e
da psiquiatria que fazem parte
da composição deste
trabalho, comprovando a
i m p o r t â n c i a d a
espiritualidade na saúde
mental do individuo.

Maria do Carmo O. Mombach

Formada pela Universidade FEEVALE em Pedagogia com habilitação
em: Supervisão Escolar, Orientação Educacional, Administração,
Magistério do Ensino Médio(Filosofia, Psicologia, Didática Geral e
Especial); Formada pelo IBPC em Psicanalise Clinica; Pós Graduação
pela FAVENE em Psicologia Clínica; Psicologia Cognitivo
Comportamental; Doutoranda e Mestranda em Psicanálise Clínica
Aplicada à Saúde Mental pela FATEB/SAPDH.

Professora e Psicanalista Clínica.

Instagram: miamombach Cel/Zap: 51980130910

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se conhecer melhor. Perca o
medo de errar e fracassar em
sua jornada. Dê uma nova
chance a si mesma e aprenda a
usar a arte de pensar. Pare de
se punir e nunca mais se
diminua. Aprenda a se ver
com outros olhos e evitar
sofrer com comparações.
Aprenda a penetrar nas
camadas mais profundas de si
mesma, reduzindo o
sentimento de culpa e
insuficiência. Liberte-se de
vez das expectativas alheias e
aprenda a não se preocupar
tanto com as opiniões que os
outros têm a seu respeito.
Revista Papo de Psicanalista
O que venho observando
ao longo desses 25 anos
trabalhando com estética que
esse padrão não atinge só as
mulheres, sim a muitos
homens, crianças e
adolescentes todos são
vítimas dessa ditadura, com
vergonha de sua imagem e
angustiados consomem cada
vez mais produtos em busca
de fagulhas superficiais, as
mulheres não querem
e n v e l h e c e r, p a r e c e q u e
envelhecer é um castigo ,
cada dia as clínicas de
cirurgias plástica,
harmonização facial estão
crescendo nas redes sociais
,se observarmos comerciais
de cerveja ,cigarro, roupas
quase tudo é atrelado a
mulher com pele linda magra
e sorriso perfeito.
A í entra a psicanálise
como podemos ajudar
acolher pessoas, que não
2º Edição
conseguem se olhar no
espelho? As mulheres
adolescentes e crianças
ficam frustrados, muitos
chegam a depressão, o
sofrimento para ter o corpo
perfeito leva muitas mulheres
a morte ,com a psicanálise
conseguimos fazer um
trabalho de resignificar a
mente ,com que vejam as
coisas com a semiótica, (a
forma como você se vê) a
psicanálise tá conseguido
liberar esses padrões, todos
nós temos nosso valor, cada
um tem um tipo de beleza
,acredito que homens,
mulheres ,adolescentes e
crianças deveriam ter um caso
de amor consigo mesmo, um
romance com a própria vida,
pois todas possuem uma
beleza física e psíquica
particulares única. Essa frase
não é um jargão literário ,mas
uma necessidade psiquiátrica
e psicanalítica vital, pois sem
auto estima os intelectuais se
48
 Setembro
tornam estéreis, as
celebridades perdem o
brilho,os anônimos ficam
invisíveis, os homens
transformam-se em
miseráveis as mulheres não
tem saúde psíquica ,os jovens
esfacelam o encanto pela
existência, sendo assim em
breve encerrarmos nossas
vida no pequeno "parênteses "
do tempo que nos cabe.
E necessário fazer uma
revolução inteligente
contra essa dramática
ditadura. Estamos inseridos
em uma sociedade pautada
pela mídia que, por sua vez,
estabelece padrões de beleza
praticamente inalcançáveis. É
esperado um corpo magro,
cabelos maravilhosos, pele
impecável, entre outros, tudo
vale na busca da perfeição.
Desse modo surgiu o conceito
de ditadura da beleza.
Estamos inseridos em uma
sociedade pautada pela mídia
que, por sua vez, estabelece
padrões de beleza
praticamente inalcançáveis. É
esperado um corpo magro,
cabelos maravilhosos, pele
impecável, entre outros, tudo
vale na busca da perfeição.
Desse modo surgiu o conceito
de ditadura da beleza.
O problema surge quando
a sociedade impõe uma
cobrança sobre o que vem a
ser um padrão de beleza e um
corpo bonito, a chamada
Ditadura da Beleza.
Atualmente, o tal “padrão de
Revista Papo de Psicanalista
beleza” vem sendo ditado
pela indústria da moda e dos
cosméticos a fim de atender as
necessidades do mundo do
glamour. Por detrás de uma
pessoa que fere há sempre
uma pessoa ferida, ninguém
agride os outros sem primeiro
se auto agredir. Ninguém faz
o outro infeliz se primeira não
for infeliz. Acredito que essa
frase diz tudo, temos a
necessidade de nos olharmos
no espelho e nos sentirmos
bem ,trabalharmos nossa
mentes. O encontro com a
PSICANALISE é tão
impactante que, além de
mudar sua visão de mundo,
seus princípios e
relacionamentos, também a
faz criar um movimento que
pretende mudar o mundo e
mostrar às mulheres a beleza
em ser normal. Desta forma a
protagonista, ao lado de sua
mãe, provoca uma revolução
que valoriza o ser humano
como um todo e, exatamente
por isso, acaba enfrentando o
pior de seus inimigos: o
sistema capitalista (os
empresários, a indústria da
beleza e da moda, e até seus
amigos mais íntimos).
fato que a busca pelo PIB
É (Padrão Inatingível de
Beleza) tem adoecido bilhões
de pessoas a redor do mundo.
Portanto, a obra aborda os
perigos da auto rejeição e suas
consequências na vida das
pessoas que buscam seguir o
padrão imposto pela
2º Edição
sociedade: cirurgias plásticas
desnecessárias, mudança de
aparência drástica,
isolamento, bulimia, anorexia
e suicídio. Que fique claro
que o autor não é contra a
cirurgia plástica, ele apenas
questiona a motivação por
trás da decisão de modificar
alguma parte do corpo.
A obra é uma ode à beleza
da mulher comum. Uma
das frases repetidas
constantemente é: cada
mulher possui uma beleza
própria, que a torna única. E
eu gostei muito disso, pois a
história leva à reflexão: de
fatos nos amamos e nos
achamos bonitas (os) ou
vivemos em busca de um
padrão de beleza opressor que
alimenta a indústria da moda,
dos cosméticos e da
publicidade? De fato fiz uma
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49
 Setembro
A partir da década de
1990, a inteligência
emocional considerada como
uma capacidade social que
pode contribuir,
efetivamente, para o alcance
de resultados objetivos no
ambiente organizacional,
devido a possibilidade de
autoconhecimento e
autoregulação das emoções
próprias e com as emoções
alheias, auxiliando no
relacionamento das pessoas,
que na contemporaneidade
não dever ser analisada por
questões cronológicas, sendo
que envolve análise e reflexão
dos aspectos de cada época,
de acordo com o que é
explícito e o que não é
perceptível ao olhar, assim, os
conhecimentos e habilidades
tanto de outras épocas, quanto
das atuais, pois tem vários
elementos que se articulam e
produzem sentidos
diversificados.
Nas últimas décadas do
século XX, o conhecimento
sobre o homem e suas
inteligências ampliou e
Revista Papo de Psicanalista 2º Edição
rompeu a visão no coeficiente
de inteligência (QI), o qual
analisava aspectos cognitivos
emocional pode ser
aprendida. Individualmente,
podemos adicionar essas
que as pessoas possuiam, aptidões à nossa caixa de
entre essas mudanças, o ferramentas para a
surgimento do soft skills, que sobrevivência numa época
passam a integrar as em que a estabilidade do
exigências profissionais emprego parece uma estranha
contemporâneas, e a contradição”.
inteligência emocional, umas
das capacidades sociais, que Assim, os benefícios
proporciona uma relação associados à inteligência
intrapessoal e interpessoal, emocional contribui para a
pois enxerga o ser humano de qualidade da vida no convívio
forma holística, sendo que o e interação no meio
racional e o emocional social,principalmente, com as
funcionam de maneira pressões e exigências no
integrada e interdepedente, contexto organizacional
trazendo benefícios na vida
pessoal e profissional,
desenvolvendo capacidades
comportamentais que
envolvem o pensamento
crítico, a reflexibilidade, a
análise, a criação e a
contestação de fatores da
nossa vida atual, contruibindo
para o crescimento pessoal e
profissional.
Goleman (2011b, p. 446)
declara que “[...] a boa Joelice Dantas dos Santos Fonseca
notícia é que a inteligência Fone/Zap: (75) 99714-5002
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